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Profa. Dra. Talita Silva UNIDADE I Didática Fundamental Esta disciplina tem como objetivo trazer a você a possibilidade de: Dominar princípios teórico-metodológicos das áreas de conhecimento que se constituam objeto da prática didática do professor. Compreender o processo de construção do conhecimento no indivíduo inserido no seu contexto social e cultural da escola para a infância. Compreender a construção da didática numa perspectiva histórico-crítica da educação da infância, situando a prática pedagógica no contexto das relações entre educação e sociedade. Identificar a contribuição da Didática na organização e sistematização do trabalho docente para crianças, situando-a na construção da prática pedagógica. Analisar alternativas para o trabalho dentro da escola numa proposta de pedagogia diferenciada. O que vamos estudar na disciplina? Administrar seu processo de formação contínua como pressuposto necessário para o trabalho na sociedade contemporânea das classes de crianças entre 0 e 10 anos. Analisar os desafios da atuação do professor, frente às novas tecnologias de comunicação e informação. A disciplina está organizada em três UNIDADES, sendo: Unidade I 1. O Objeto de Estudo da Didática: O Processo Ensino-Aprendizagem 2. Os Professores e a Concepção Construtivista 3. Competências Profissionais do Professor 4. A Administração e a Progressão das Aprendizagens O que vamos estudar na disciplina? Unidade II 5. Aprendizagem: Ciclos, Planejamento, Objetivos, Conteúdos e Avaliação 6. A Pedagogia dos Projetos Unidade III 7. História da EAD 8. Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Uma Nova Didática? O que vamos estudar na disciplina? A palavra didática (didáctica) vem da expressão grega Τεχνη´ διδακτικη´ (techné didaktiké), que pode ser traduzida como arte ou técnica de ensinar. Para começar a conversa... O OBJETO DE ESTUDO DA DIDÁTICA: O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM O filósofo tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de “tudo para todos” e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança. Para começar a conversa... Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/184/pai -didatica-moderna-filosofo-tcheco-comenio Fonte: https://www.traca.com.br/livro/1347947 Mas... como entender essa ideia de Didática como reflexão sistemática? Vamos pensar nos elementos da ação didática: 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem PROFESSOR ALUNO DISCIPLINA [MATÉRIA OU CONTEÚDO] O CONTEXTO DE APRENDIZAGEM AS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem ANTROPOLOGIA SOCIOLOGIAFILOSOFIA TEORIAS DA COMUNICAÇÃO HISTÓRIA PSICOLOGIA .... DIDÁTICA “A Didática escolar cumpre funções de caráter político, educativo e científico a um só tempo. A integralização dessas funções pela Didática escolar torna essa disciplina acadêmica algo mais complexo que a simples procura e implementação de procedimentos de ensino. Por meio desse processo, a unidade dialética da teoria e prática assume as características de uma verdadeira investigação científica da realidade cotidiana da prática pedagógica” (Veiga, 2003). 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem O professor aprende no processo de ensinar, mas é um aprendizado diferente daquele realizado pelo aluno porque há uma especificidade no seu trabalho. E é para este trabalho que a Didática surge como elemento para subsidiar e contribuir com a prática pedagógica do professor Os conhecimentos das diversas áreas nos ajudam a pensar e refletir sobre questões relacionadas à escola e à sala de aula: Como a criança constrói o seu conhecimento? Qual o papel do professor no processo de construção do conhecimento da criança? Como as interações professor-aluno, aluno-aluno interferem no processo de ensino e aprendizagem? A escola como organização social tem um papel significativo nas ações educativas em sala de aula? Como deverá ser organizado o currículo de uma escola? Como construir um processo de avaliação formativa? 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem Como podemos entender a aprendizagem como o desenvolvimento da pessoa como um todo? “[...] as intenções educativas em termos de capacidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da escolaridade: capacidades de ordem cognitiva, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética” (Brasil, 1997) Considerar também que o processo de ensino e aprendizagem se desenvolva em três dimensões: humana, político-social e técnica. 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem A respeito do conceito de didática, analise as afirmativas a seguir: I. Consiste no campo que discute nos âmbitos teórico, técnico e metodológico os processos de ensinar. II. Trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente. III. Reflete sobre o papel sociopolítico da educação, da escola e do ensino. É correto o que se afirma em: a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. Interatividade A respeito do conceito de didática, analise as afirmativas a seguir: I. Consiste no campo que discute nos âmbitos teórico, técnico e metodológico os processos de ensinar. II. Trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente. III. Reflete sobre o papel sociopolítico da educação, da escola e do ensino. É correto o que se afirma em: a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. Resposta 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem A escola é um espaço de convivência e troca. A escola deve pensar em seu aluno. É importante a vinculação da escola com as questões sociais e os valores éticos. A escola tem um papel significativo no sucesso ou insucesso do aluno em seu processo de ensino e aprendizagem. Sua comunidade escolar deverá ligar-se à sua comunidade social na elaboração de uma proposta de trabalho definida como projeto educativo ou projeto político-pedagógico. Fonte: https://prefeitura.pbh.gov.br/educacao/convivencia- e-seguranca-no-ambiente-escolar É necessário que cada escola discuta e construa seu projeto educativo, segundo sua particularidade. Masetto (1994) menciona acerca de quatro tipos de desenvolvimento: Por desenvolvimento cognitivo entende-se adquirir novos conhecimentos e rever os que já se possui; relacionar e organizar informações; desenvolver a imaginação, a capacidade de pensar e de criar soluções; desenvolver habilidades artísticas. O desenvolvimento afetivo-emocional compreende, entre outros aspectos, o crescente conhecimento de si mesmo (diferentes recursos que se possui, limites existentes e potencialidades a serem desenvolvidas). Isso significa abrir espaço para que se trabalhem diferentes emoções: alegria, sofrimento, raiva, ódio, amor, autodefesa, atenção, respeito etc. No desenvolvimento motor, as atividades físicas são fundamentais. Ajudam o desenvolvimento dos órgãos dos sentidos e da coordenação motora etc. Na área social, é importante que o aluno desenvolva sua sociabilidade e comunicabilidade com os colegas de turma, da escola, com os professores e comunidade em geral. 1. O objeto de estudo da didática: o processo ensino-aprendizagem Haydt (2001) expõe que “é no contexto da sala de aula, no convívio diário com o professor e com os colegas que o aluno vai exercitando hábitos, desenvolvendo atitudes, assimilando valores” (p. 33). Na sala de aula, professor e aluno constroem novos conhecimentos. O professor, por sua vez, vai exercer uma função incentivadora, despertando e estimulando o interesse do aluno, bem como orientando-o na construção de seu conhecimento e autonomia. O professor, por outro lado, precisa conhecer o aluno que está em sua sala de aula e os conhecimentos prévios que ele possui. 1.1 A interação professor-alunoPara o professor, esse ato de conhecer e compreender o aluno mediará não somente seu trabalho com os conteúdos a serem apresentados, mas também seu próprio envolvimento na busca de atitudes mais positivas na relação com esse aluno e suas dificuldades no processo de ensino e aprendizagem (Machado; Nagy, 2011). É importante pensar na importância de um autoconceito positivo dos alunos na construção de seus conhecimentos e autonomia. O autoconceito refere-se ao conhecimento e conceito que alguém tem de si mesmo, uma autoimagem que influi na autoestima. 1.1 A interação professor-aluno Fonte: https://cienciahoje.org.br/artigo/peque nas-perguntas-grandes-questoes-369/ Pedagogia Tradicional – os professores são considerados figuras centrais e únicos detentores do conhecimento, a didática é uma disciplina normativa, um conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. “[...] o meio principal utilizado é a exposição oral. É importante que o aluno preste atenção, porque ouvindo facilita-se o registro do que se transmite, na memória. O aluno é, assim, um recebedor da matéria e sua tarefa é decorá-la. A matéria de ensino é tratada isoladamente, desvinculada dos alunos e dos problemas reais da sociedade e da vida” (Libâneo,1994). Pedagogia renovada – inclui várias correntes que de certa forma estão ligadas ao movimento da Escola Nova ou Escola Ativa. Nesse contexto, a didática é entendida como direção de aprendizagem, considerando o aluno como sujeito da aprendizagem, ser ativo e curioso. O professor é visto como um facilitador no processo de busca que deve partir do aluno. 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil O tecnicismo educacional – entre 1960, é uma estrutura pedagógica de visão capitalista (inspirações na teoria behaviorista da aprendizagem e na abordagem sistêmica do ensino) dentro das tendências liberais, que despreza as relações afetivas professor-aluno e valoriza a técnica e a reprodução sistematizada atrelada às capacidades e habilidades dos indivíduos. “[...] uma prática pedagógica controlada e dirigida pelo professor, com atividades mecânicas inseridas em uma proposta educacional rígida e passível de ser totalmente programada em detalhes. [...] O que é valorizado nessa perspectiva não é o professor, mas a tecnologia; o professor é um mero especialista na aplicação de manuais e sua criatividade não é considerada” (Menezes; Santos, 2002). No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, com a abertura política decorrente do final do regime militar e a grande mobilização em busca de uma educação crítica que trouxesse transformações sociais, econômicas e políticas para superação de desigualdades existentes na sociedade, destacam-se a pedagogia libertadora e a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil Pedagogia libertadora – tem suas origens nos movimentos de educação popular que ocorreram no final dos anos 1950 e início dos anos 1960 e não tem uma proposta didática explícita. Exige do professor a criticidade, o diálogo, que são meios de ensinar uma pedagogia progressista, para que possa levar o educando a refletir sobre sua realidade. A pedagogia crítico-social dos conteúdos – surge no final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Defende a prática de uma educação escolar por meio da qual professores e alunos construam, mediante os conteúdos de ensino, uma consciência crítica para transformação da sociedade, valorizando os processos mentais e as habilidades cognitivas do educando. 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil Associe as tendências pedagógicas da coluna A de acordo com as características definidas na coluna B: Coluna A 1. Pedagogia Tradicional 2. Pedagogia Renovada 3. Tecnicismo Educacional 4. Pedagogia Libertadora 5. Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos Interatividade Coluna B ( ) Entende que não basta ter como conteúdo as questões sociais, mas o domínio de conhecimentos e habilidades amplas. ( ) Centrada no professor e na exposição oral. ( ) A atividade escolar é centrada nos temas sociais políticos e realidade social. ( ) Uma prática pedagógica controlada e dirigida pelo professor e de forma mecânica. ( ) O professor como facilitador dos processos de aprendizagens. A sequência correta é: a) 5, 4, 3, 2, 1. b) 5, 1, 4, 3, 2. c) 5, 2, 3, 4, 1. d) 4, 1, 2, 3, 5. e) 2, 1, 3, 4, 5. Interatividade Associe as tendências pedagógicas da coluna A de acordo com as características definidas na coluna B: Coluna A 1. Pedagogia Tradicional 2. Pedagogia Renovada 3. Tecnicismo Educacional 4. Pedagogia Libertadora 5. Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos Resposta Coluna B (5) Entende que não basta ter como conteúdo as questões sociais, mas o domínio de conhecimentos e habilidades amplas. (1) Centrada no professor e na exposição oral. (4) A atividade escolar é centrada nos temas sociais políticos e realidade social. (3) Uma prática pedagógica controlada e dirigida pelo professor e de forma mecânica. (2) O professor como facilitador dos processos de aprendizagens. A sequência correta é: a) 5, 4, 3, 2, 1. b) 5, 1, 4, 3, 2. c) 5, 2, 3, 4, 1. d) 4, 1, 2, 3, 5. e) 2, 1, 3, 4, 5. Resposta Atualmente a Didática manifesta-se como quase sinônimo de “novas mediações”. O que isso quer dizer? Houve um tempo em que ensinar era possuir o conhecimento dos conteúdos (assuntos) a serem transmitidos aos alunos, planejar as estratégias e organizar os recursos a serem utilizados nesse processo. Pensemos num “receituário”, no qual havia objetivos, conteúdos, estratégias, recursos e avaliações determinados para cada série escolar. Era um tempo favorável às reproduções de “diários” de professor para professor e de ano para ano. 1.3 A teoria na didática Fonte: https://www.graficasbr.com.br/diario- escolar-de-professor “Atualmente isso já não é mais possível. Mesmo que tentemos uma prática com esses moldes, a velocidade com que caminham fatos e produções no mundo atual e, quem mais nos interessa, nossos alunos, nos cobrarão uma posição mais dinâmica nesse processo. Portanto, estamos sim mediados por vários fatores e diversas aplicações na nossa prática educativa, mas sempre como possibilidades de reflexões muito mais do que como conclusões que possam transformar-se em um rol de atitudes e/ou sugestões a serem absorvidas na mesma prática educativa” (Nagy; Machado, 2011). 1.3 A teoria na didática Bem, o que está entre o ensino e a aprendizagem? O que possibilita ou não ao professor ensinar e ao aluno aprender? MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA É necessário e imprescindível que nós professores possamos refletir sobre a importância da teoria para a nossa prática. Mas para que servem as teorias? Esta é uma questão polêmica e, às vezes, redundante, mas podemos pensá-la tal como Solé e Coll (1996): “Para que teorias? Para interpretar, analisar e intervir na realidade que, por meio dessas teorias, tenta-se explicar. Acentuando desse modo o caráter instrumental das explicações teóricas, evidenciamos a necessidade de que elas se mostrem potentes para dar conta de sua função” (p. 87). Um professor, ou qualquer outro profissional, necessita de um respaldo teórico para suas ações. 2. Os professores e a concepção construtivista Segundo Solé e Coll (1996), nas situações de ensino-aprendizagem encontramos múltiplas variáveis e inúmeras causas para os seus fenômenos, exatamente por essas situações, como já dissemos, serem dinâmicas e entre seres humanos. Nessas há diversos elementos presentes e incidências previstas diante das quais o professor precisa tomar decisões. 2. Os professores e a concepção construtivista Assim, “necessitamos de teorias que nos sirvam de referencial para contextualizar e priorizar metas e finalidades; para planejar a atuação; para analisar seu desenvolvimento e modificá-lo paulatinamente, em função daquilo que ocorre e para tomar decisões sobre a adequação de tudo isso” (Solé; Coll, 1996, p.87). Um dos princípios mais relevantes da concepção construtivista está não apenas na ênfase de que o conhecimento aprendido (aquele que fica e do qual nunca mais nos esquecemos) só é aprendido realmente se for construído pelo indivíduo, mas sim na crença de que a educação se dá numa dimensão social. A escola é um elemento importante do processo ensino-aprendizagem na concepção construtivista, por oferecer aos alunos aspectos da cultura fundamentais para o seu desenvolvimento pessoal (cognitivo, afetivo e social) de forma ativa e contextualizada culturalmente. O aluno constrói seu conhecimento na interação com ambiente escolar e seus elementos. Construir conhecimento é aprender realmente ou significativamente. É esse confronto que garante a construção do conhecimento e é sobre o mesmo que o professor deve atuar como mediador entre o aluno e a cultura. 2. Os professores e a concepção construtivista Enfim, a concepção construtivista oferece: ao professor um referencial para analisar e fundamentar muitas das decisões que toma no planejamento e no processo do ensino para proporcionar-lhe critérios que o façam compreender o que acontece com seus alunos durante as aulas; à escola um referencial para um trabalho de equipe articulado com outras escolas (em projetos curriculares propostos, por exemplo, por políticas educacionais) e com outras disciplinas; à escola o desenvolvimento de um trabalho de formação de seus professores pela construção de suas práticas profissionais. Construir conhecimento é aprender realmente ou significativamente. 2. Os professores e a concepção construtivista Os conhecimentos prévios dos alunos como ponto de partida para a aprendizagem Chamamos esse momento de estado inicial do aluno, determinado por três elementos básicos: 1. A apresentação por parte do aluno de uma determinada disposição para realizar a aprendizagem; não é inexplicável ou imprevisível, mas advém de inúmeros fatores pessoais e interpessoais. 2. Em qualquer situação de aprendizagem, os alunos dispõem de capacidades, instrumentos, estratégias e habilidades gerais para completar o processo. Possuem capacidades cognitivas (com mais ou menos níveis de inteligência, raciocínio e memória), motoras, de equilíbrio pessoal e de relação interpessoal. 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos 3. Podemos pensar que nessa “radiografia” do estado inicial do aluno, é possível “ver” conhecimentos que estes já possuem quando diante da aprendizagem de um novo conteúdo. São os conhecimentos que chamamos de prévios, ou seja, há sempre uma maior ou menor aproximação com o conteúdo a ser aprendido presente na “bagagem” – escolar ou não – do aluno. “Os conhecimentos prévios dos alunos cumprem um papel fundamental nos processos de aprendizagem. O primeiro passo do processo de aprendizagem é a busca de compreensão daqueles novos elementos aos quais estamos tendo acesso e essa compreensão é construída pelo relacionamento de nossos conhecimentos anteriores com os novos saberes.” “Os conhecimentos prévios são as estruturas de acolhimento dos novos conceitos e por isso devem ser cuidadosamente investigados pelo professor e levados em conta no momento de se construir propostas de atividades de aprendizagem” (Burnier, 2001). 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos A exploração dos conhecimentos prévios no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem É importante que o professor dedique-se a detectar os conhecimentos prévios de seus alunos. 1. O primeiro critério nessa “busca” realizada pelo professor dos conhecimentos prévios dos alunos. 2. Um segundo critério a ser considerado são os objetivos concretos do professor em relação aos conteúdos e ao tipo de aprendizagem pretendida. 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos A ação do professor depende de constantes atualizações reflexivas sobre o processo educativo. O que isso quer dizer? É fundamental que constantemente analisemos: a disponibilidade dos nossos alunos para a aprendizagem; a possibilidade da falta de sentido que atribuem à atividade; a escassa motivação deles; a forma como organizamos nosso ensino na relação direta com os alunos ou no contexto (de currículo, da falta de relação entre as áreas etc.). 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos Isso significa dizer que é de fundamental importância o desenvolvimento de competências específicas para o professor. “Há a necessidade de forjarmos uma acepção especializada de ‘competência’ em educação e em formação de professores, em torno da qual os investigadores possam convergir e que contribua para intervenções mais consistentes dos profissionais” (Esteves, 2009, p. 37). 3.1 A organização e a direção de situações de aprendizagem Trata-se sim de um professor com vontade de conceber situações didáticas ótimas. Situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação com pesquisas, identificação e resolução de problemas. 3. Competências profissionais do professor Para a concepção, organização e animação de situações de aprendizagem, o professor competente precisa: conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem; trabalhar a partir das representações dos alunos; trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos a aprendizagem; construir e planejar dispositivos e sequências didáticas; envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento. 3. Competências profissionais do professor A mediação como prática pedagógica pode ser entendida como: a) A função do professor mediador se define como a de vigiar e aconselhar, corrigir e ensinar a matéria, estabelecendo uma relação de poder entre professor e aluno. b) Centralizar a prática pedagógica na figura do professor, afinal ele é a pessoa responsável pelo ensino. c) Centralizar a prática pedagógica apenas no aluno, afinal ele é o principal objetivo de ensino. d) O professor mediador desafia os alunos, mostrando-lhes, entre as várias possibilidades de aprendizagem, caminhos que poderão ser percorridos. e) A mediação é seguir de forma rígida o projeto pedagógico escolar. Interatividade A mediação como prática pedagógica pode ser entendida como: a) A função do professor mediador se define como a de vigiar e aconselhar, corrigir e ensinar a matéria, estabelecendo uma relação de poder entre professor e aluno. b) Centralizar a prática pedagógica na figura do professor, afinal ele é a pessoa responsável pelo ensino. c) Centralizar a prática pedagógica apenas no aluno, afinal ele é o principal objetivo de ensino. d) O professor mediador desafia os alunos, mostrando-lhes, entre as várias possibilidades de aprendizagem, caminhos que poderão ser percorridos. e) A mediação é seguir de forma rígida o projeto pedagógico escolar. Resposta Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem As ações educativas são dinâmicas e envolvem mais de um objetivo e mais de uma disciplina pela multiplicidade e complexidade das situações. A competência do professor está em organizar e dirigir estas situações. É necessário, então, que ele conheça os conteúdos que a envolvam, mas não apenas para torná-los inteligíveis aos seus alunos. 3. Competências profissionais do professor Fonte: adaptado de: Nagy; Machado (2011, p. 31). Objetivos Ações Conteúdos Situações Trabalhar a partir das representações dos alunos. Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem. Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas. Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento. O professor tem que tornar acessível e desejável sua própria relação com o saber e a pesquisa. A dinâmica de uma pesquisa é simultaneamente intelectual,emocional e relacional. O papel do professor é relacionar os momentos fortes, assegurar a memória coletiva ou confiá-la a certos alunos. O professor precisa ser capaz de estabelecer uma cumplicidade e uma solidariedade verossímeis na busca do conhecimento. 3. Competências profissionais do professor 3. Competências profissionais do professor Fonte: https://www.unige.ch/fapse/SSE/te achers/perrenoud/php_main/OUVR AGES/Perrenoud_2000_A.html Fonte: adaptado de: https://www.tecconcursos.com.br/concur sos/pedagogo-pref-valinhos-sas-2019 Dez novas competências para ensinar 1. Organizar e estimular situações de aprendizagem. 2. Gerar a progressão das aprendizagens. 3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam. 4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho. 5. Trabalhar em equipe. 6. Participar da gestão da escola. 7. Informar e envolver os pais. 8. Utilizar as novas tecnologias. 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 10. Gerar sua própria formação contínua. 4.1 Conceber e administrar situações-problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos Primeiramente, vamos pensar numa situação-problema e nas suas características: girar em torno da resolução de um obstáculo; permitir formulações por parte dos alunos; ser um enigma a ser resolvido; possibilitar aos alunos apropriarem-se de instrumentos intelectuais; oportunizar questionamentos e elaboração de novas ideias pelos alunos; operar em uma zona próxima, propícia ao desafio intelectual (nem muito fácil e nem impossível de ser resolvida); oportunizar que alunos assumam riscos quando antecipam os resultados (suas hipóteses); funcionar como um debate científico dentro da classe (conflitos sociocognitivos potenciais); 4. A administração e a progressão das aprendizagens possibilitar a sua validação por meio do próprio modo como se estrutura; auxiliar os alunos nos retornos reflexivos durante todo o processo. 4.2 Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino A visão longitudinal dos educadores procura se alinhar com a perspectiva construtivista da educação, a qual fundamenta-se na capacidade do educador de enxergar o aprendiz à frente, no sentido de reconhecer os conhecimentos prévios e potencialidades. 4.3 Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa; fazer balanços de competências e tomar decisões de progressão. 4. A administração e a progressão das aprendizagens 4.4 Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa A observação contínua tem uma intenção formativa e, em uma perspectiva pragmática, considera-se tudo o que o aluno tem de melhor: suas aquisições; sua maneira de aprender e de raciocinar; sua relação com o saber; suas angústias; seus eventuais bloqueios diante de certo tipo de tarefa; o que faz sentido para ele e o mobiliza; seus interesses; seus projetos; sua autoimagem como sujeito mais ou menos capaz de aprender; seu ambiente escolar e familiar. 4. A administração e a progressão das aprendizagens 4.5 Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão Uma série de decisões ou orientações são tomadas no final de cada ano letivo ou de cada ciclo em qualquer formação escolar. Essas decisões são tomadas a partir de um balanço das aquisições e, ao mesmo tempo, de um prognóstico e de uma estratégia de formação que considere recursos e dispositivos disponíveis. Nesse caso, nos encontramos no coração do ofício do professor. 4. A administração e a progressão das aprendizagens Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A prática escolar está vinculada a condicionamentos de natureza social e política, que obrigam a uma constante reflexão sobre a diferente natureza do papel da escola e da aprendizagem, com reflexos explícitos e implícitos na forma como os professores realizam o seu trabalho na escola. II. A partir da Didática, o docente terá a oportunidade de avaliar os fundamentos teóricos utilizados em suas práticas na sala de aula. Com base nas duas afirmativas: a) As duas afirmativas são falsas. b) A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. c) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. d) As duas afirmativas são verdadeiras e estão relacionadas com a Didática e prática pedagógica. e) As duas afirmativas são verdadeiras, mas não se articulam. Interatividade Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A prática escolar está vinculada a condicionamentos de natureza social e política, que obrigam a uma constante reflexão sobre a diferente natureza do papel da escola e da aprendizagem, com reflexos explícitos e implícitos na forma como os professores realizam o seu trabalho na escola. II. A partir da Didática, o docente terá a oportunidade de avaliar os fundamentos teóricos utilizados em suas práticas na sala de aula. Com base nas duas afirmativas: a) As duas afirmativas são falsas. b) A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. c) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. d) As duas afirmativas são verdadeiras e estão relacionadas com a Didática e prática pedagógica. e) As duas afirmativas são verdadeiras, mas não se articulam. Resposta BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. BLIKSTEIN, P.; ZUFFO, M. K. As sereias do ensino eletrônico. In: SILVA, M. (org.) Educação online: teorias, práticas, legislação e formação corporativa. São Paulo: Loyola, 2003, p. 23-38. BURNIER, S. Pedagogia das competências: conteúdos e métodos. Boletim Técnico do Senac, n. 27, v. 3, set./dez. 2001. Disponível em: https://www.bts.senac.br/bts/article/view/575. Acesso em: 01 nov. 2023. COLL, C. (org.). O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001. ESTEVES, M. 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O objeto de estudo da didática: o processoensino-aprendizagem 1.1 A interação professor-aluno 1.1 A interação professor-aluno 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil 1.2 As tendências pedagógicas no Brasil Interatividade Interatividade Resposta Resposta 1.3 A teoria na didática 1.3 A teoria na didática 2. Os professores e a concepção construtivista 2. Os professores e a concepção construtivista 2. Os professores e a concepção construtivista 2. Os professores e a concepção construtivista 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos 2.1 A mediação social da prática educativa sustentada pelos conhecimentos 3. Competências profissionais do professor 3. Competências profissionais do professor Interatividade Resposta 3. Competências profissionais do professor 3. Competências profissionais do professor 3. Competências profissionais do professor 4. A administração e a progressão das aprendizagens 4. A administração e a progressão das aprendizagens 4. A administração e a progressão das aprendizagens 4. A administração e a progressão das aprendizagens Interatividade Resposta Referências Referências Número do slide 50