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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito: é o ramo do direito público interno que disciplina a organização do Estado, define e limita a competência de seus poderes, suas atividades e suas relações com os indivíduos, aos quais atribui e assegura direitos fundamentais de ordem pessoal e social.
Do conceito, inferem-se suas metas:
a) estabelecer a estrutura básica, a organização do Estado (forma do Estado e do Governo, o regime governamental, os poderes do Estado, etc).
b) resguardar os direitos fundamentais da pessoa humana (não só os individuais, mas também os direitos sociais).
- Direito Constitucional Positivo ou Particular: é o que tem por objeto o estudo dos princípios e normas de uma constituição concreta, de um Estado determinado; compreende a interpretação, sistematização e crítica das normas jurídico-constitucionais desse Estado, configuradas na constituição vigente, nos seus legados históricos e sua conexão com a realidade sócio-cultural.
- Direito Constitucional Comparado: é o estudo teórico das normas jurídico-constitucionais positivas (não necessariamente vigentes) de vários Estados, preocupando-se em destacar as singularidades e os contrastes entre eles ou entre grupo deles.
- Direito Constitucional Geral: delineia uma série de princípios, de conceitos e de instituições que se acham em vários direitos positivos ou em grupos deles para classificá-los e sistematizá-los numa visão unitária; é uma ciência, que visa generalizar os princípios teóricos do Direito Constitucional particular e, ao mesmo tempo, constatar pontos de contato e independência do Direito Constitucional Positivo dos vários Estados que adotam formas semelhantes do Governo.
CONSTITUIÇÃO 
É um conjunto de normas, escritas ou costumeiras, que regem a organização política de um país.
Objeto: estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição do poder e a forma de seu exercício, limites de sua atuação, assegurar os direitos e garantias dos indivíduos, fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-econômicos do Estado, bem como os fundamentos dos direitos econômicos, sociais e culturais.
Elementos: por sua generalidade, revela em sua estrutura normativa as seguintes categorias: a) elementos orgânicos: que se contêm nas normas que regulam a estrutura do Estado e do poder; b) limitativos: que se manifestam nas normas que consubstanciam o elenco dos direitos e garantias fundamentais; limitam a ação dos poderes estatais e dão a tônica do Estado de Direito (individuais e suas garantias, de nacionalidade, políticos); c) sócio-ideológicos: consubstanciados nas normas sócio-ideológicas, que revelam a caráter de compromisso das constituições modernas entre o Estado individualista e o social intervencionista; d) de estabilização constitucional: consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução dos conflitos constitucionais, a defesa da constituição, do Estado e das instituições democráticas; e) formais de aplicabilidade: são os que se acham consubstanciados nas normas que estatuem regras de aplicação das constituições, assim, o preâmbulo, o dispositivo que contém as claúsulas de promulgação e as disposições transitórias, assim, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
 Podem ter sentido:
a) Sentido Sociológico: Os que vêem o Direito sob esse prisma sociológico distinguem o instrumento formal, consubstanciado na Constituição, e o instrumento real, consubstanciado na efetiva detenção e exercício do poder.
b) Sentido Político: A Constituição, segundo esse entender, encontra seu fundamento de validade, extrai o seu ser, de uma decisão política que a antecede. Não da forma jurídica. Em dado instante, verifica-se a manifestação de um poder (o constituinte) que decida a respeito da forma de ser do Estado, de seus alicerces, de sua estrutura básica, de sua conformação fundamental. Tudo como fruto da decisão política que é tomada em certo momento.
c) Sentido Jurídico: Aí, diz que o jurista não precisa socorrer-se da Sociologia ou da Política para sustentar a Constituição. A sua sustentação encontra-se no plano jurídico. Buscará suporte para a Constituição num plano puramente jurídico.
Conteúdo: é variável no espaço e no tempo, integrando a multiplicidade no “uno”das instituições econômicas, jurídicas, políticas e sociais na unidade múltipla da lei fundamental do Estado.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
São idéias básicas que devem estar presidindo toda a Constituição. 
1. Igualdade: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (Const., art. 5, I).
2. Legalidade: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma senão em virtude da lei (Const., art. 5, II).
3. Irretroatividade: as leis não podem retroagir alcançando o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (Const., art. 5, XXXVI).
4. Ampla defesa: aos implicados em algum litígio legal é assegurada a ampla defesa.
5. Isonomia: não deve haver desigualdade entre as unidades que compõe o Estado. 
DIVISÃO: A nossa Constituição se divide em nove títulos:
1. DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: O título estabelece que o Brasil é uma República Federativa e se define como estado democrático de direito. Aborda então o problema social, cujo objetivo fundamental é a redução da desigualdade social.
2. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: O título vem dividido em cinco capítulos e especifica em que consiste o direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade frente ao princípio de que todos são iguais perante a lei. Em 34 itens registra os direitos do trabalhador.
3. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: O título traça as linhas básicas da FEDERAÇÃO: UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS, autônomos, porém com certa dependência do PODER CENTRAL. Os Estados regem-se por Constituições Estaduais e os Municípios e o Distrito Federal, por LEI ORGÂNICA.
4. DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: O título versa sobre os três poderes:
a) PODER LEGISLATIVO: Exercido pelo Congresso Nacional composto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. O número de deputados é proporcional à população do Estado e o mandato é de quatro anos. O número de senadores é de três, com mandato de oito anos havendo revezamento de quatro em quatro anos;
b) PODER EXECUTIVO: É exercido pelo Presidente, auxiliado pelos Ministros de Estado, pelo Conselho da República e pelo Conselho de Defesa Nacional. Seu mandato é de quatro anos e pode ser reeleito uma vez;
c) PODER JUDICIÁRIO: É ele que assegura a aplicação das leis que garantem os direitos individuais. É constituído pelos: 
 - Tribunais e Juízes dos Estados e Distrito Federal;
 - Tribunais e Juízes Militares;
 - Tribunais e Juízes do Trabalho;
 - Tribunais e Juízes Eleitorais;
 - Tribunais Regionais e Juízes Federais;
 - Superior Tribunal de Justiça (STJ);
 - Superior Tribunal Federal (STF).
O mais importante é o Tribunal Eleitoral. Sua sede é em Brasília e é composto por onze Ministros. O Superior Tribunal de Justiça julga o que é conferido pelo item I do artigo 105 da Constituição. É composto de 33 Ministros. Os Tribunais Regionais Federais julgam as causas em que a União for interessada.
A JUSTIÇA COMUM é composta pelo TRIBUNAIS DE JUSTIÇA e TRIBUNAIS DE ALÇADA subordinado ao primeiro. O de ALÇADA julga as causas de até certo limite estabelecido. Seus juízes são chamados de TOGADOS ou de DIREITO.
A JUSTIÇA ESPECIAL abrange os Tribunais:
a) Militares, que julgam os crimes militares. São o Tribunal Militar com seus juízes e o Superior Tribunal Militar;
b) Eleitorais que tratam das eleições. Apresentam as Juntas Eleitorais, Tribunais Regionais e Tribunal Superior Eleitoral;
c) Do Trabalho que possui as Juntas de Conciliação e Julgamento, os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho com sede em Brasília e composto de 17 juízes, sendo 11 togados e 6 classistas não formados em Direito, e que temporariamente atuam,na Justiça do Trabalho, representando empregados e empregadores.
5. DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: Trata inicialmente do “estado de defesa” que estabelece em locais determinados a ordem pública e o “estado de sítio” que toma medidas em que o estado de defesa é ineficaz. Ambos duram até 30 dias e são decretados pelo Presidente da República. As Forças Armadas são regidas por lei complementar e as forças policiais encarregadas pela segurança pública estão definidas no artigo 144.
6. DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO: Divide-se em Sistema Tributário e Finanças Públicas. Vêm especificados no Direito Tributário. 
7. DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA: Refere-se às atividades econômicas, urbanas, agrícolas, fundiárias e de consumo. Ressalta a responsabilidade do Estado pelas questões sociais. Define o que seja empresa brasileira e empresa de capital nacional. 
8. DA ORDEM SOCIAL: Trata da ordem social que tem por base a valorização do trabalho para atingir a justiça social. Refere-se à seguridade social, à educação, à cultura, à ciência e tecnologia, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, ao índio, ao desporto, ao lazer, à comunicação e ao ambiente.
9. DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS: Abrange os artigos 233 a 245 e fala do empregador rural, da criação de novos estados, da fiscalização do comércio exterior, da venda de combustíveis, do plantio de vegetais psicotrópicos e do tráfico de drogas. 
Além dos nove títulos referidos a Constituição apresenta o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS que trata do plebiscito de 7/9/93 que define o sistema de governo, a revisão constitucional que deveria ter sido feita cinco anos após a promulgação da Constituição de 5/10/88, a criação do Estado de Tocantis, da extinção dos Territórios Federais, da defesa do consumidor, da política agrícola, dos ex-combatentes da II Guerra Mundial, da aposentadoria e outros.
OBS: A Constituição é material quando designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito. A Constituição é formal, quando está sob a forma de um documento.
OBS1: A Constituição é dogmática quando é elaborada por um órgão constituinte e é histórica ou costumeira quando é resultante de lenta formação histórica.
OBS2: O art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabeleceu a possibilidade de revisão constitucional após 5 anos contados da promulgação da Constituição. Portanto, após 5 de outubro de 1993.
CLASSIFICAÇÃO: 
a) Quanto à forma: escritas ou costumeiras.
 - escritas – são aquelas cujos dispositivos estão reunidos num instrumento. Ex: a Constituição Brasileira.
 - costumeiras – aquelas que vão se formando aos poucos, pela reiterada prática de certos atos. Ex: a Constituição da Inglaterra.
b) Quanto à consistência: rígidas ou flexíveis.
 - rígidas – aquelas que só se alteram mediante processos especiais, caracterizando-se pela prevalência de seus preceitos aos das leis ordinárias. Ex: a atual Constituição Brasileira.
 - flexíveis – aquelas que se alteram mais facilmente, através de processo legislativo ordinário, e que se caracterizam pela inexistência de qualquer hierarquia entre a Constituição e a lei ordinária. Ex: o estatuto Albertino, Constituição do Reino da Itália.
c) Quanto à origem: promulgadas ou outorgadas.
 - promulgadas – são as elaboradas por uma Assembléia Constituinte, eleita pelo povo especialmente para esse fim. Ex: a Constituição Brasileira de 1946.
 - outorgadas – são as impostas à coletividade por determinada pessoa ou determinado grupo de pessoas. Ex: a Constituição do Império, de 1824.
INTERPRETAÇÃO
É o processo lógico pelo qual se determina o sentido da lei. 
( Sentido Estrito (parte-se da lei existente): em síntese, podemos dizer que há interpretação, em sentido estrito, quando existe uma norma, prevendo o caso; recorre-se à integração, quando não existe essa norma explícita. 
a) Quanto às fontes:
 - autêntica: se emanada do próprio poder que elaborou a norma.
 - doutrinária: a que provém dos doutrinadores.
 - jurisprudencial: ministrada pelos tribunais, mercê da reiteração uniforme de seus julgamentos.
b) Quanto aos meios:
 - gramatical: se funda nas regras da lingüística, procurando analisar o sentido das palavras e das frases pela aplicação das regras da linguagem.
 - lógica: visa a reconstruir o pensamento e a vontade do legislador, mediante exame da lei em seu conjunto orgânico, no sistema jurídico em geral, de molde a resultar perfeita harmonia e coerência.
 - histórica: se atém às necessidades jurídicas e emergentes no instante da elaboração da lei, às circunstâncias eventuais e contingentes que provocam a expedição da norma.
 - sistemática: o intérprete compara a lei com a anterior que regulava a mesma matéria, confrontando-a com outros textos, de sorte a harmonizá-la com o sistema jurídico. 
c) Quanto aos resultados:
 - declarativa: quando a letra da lei corresponde precisamente ao pensamento do legislador.
 - extensiva: quando se afirma que a fórmula legislativa é menos ampla que a vontade do legislador.
- restritiva: quando se afirma que a fórmula legislativa é mais ampla que o pensamento do legislador.
( Integrativa (parte-se da inexistência da lei): o processo com o qual o magistrado recorre a critério de típica criação do Direito para o caso concreto, à falta de norma jurídica regulando a espécie.
 - analogia: consiste em aplicar a um caso não previsto a norma que rege caso análogo, pois fatos semelhantes exigem regras disciplinadoras semelhantes. 
 - eqüidade: do latim aequitate, vem a ser a justiça do caso concreto. Por vezes o juiz se encontra face a um caso que a lei lhe impõe determinada decisão, quando a consciência lhe dita uma solução contrária. 
 - princípios gerais do Direito: são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas. Ex: no Direito do Trabalho o princípio dominante é a proteção ao empregado. 
APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL
São aplicáveis todas as normas constitucionais, pois todas são dotadas de eficácia jurídica.
Eficácia social se verifica na hipótese de a norma vigente, isto é, com potencialidade para regular determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos concretos. Eficácia jurídica, por sua vez, significa que a norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. Embora não aplicada a casos concretos, é aplicável juridicamente no sentido negativo antes apontado. Isto é: retira a eficácia da normatividade anterior. É eficaz juridicamente, embora não tenha sido aplicada concretamente. 
Normas constitucionais quanto à sua eficácia:
a) Normas constitucionais de eficácia plena: são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, independendo de legislação posterior para a sua inteira operatividade. Ex: arts. 1º e 2º da CF.
b) Normas constitucionais de eficácia contida: são aquelas de aplicabilidade imediata, integral, plena, mas que podem ter reduzido seu alcance pela atividade do legislador infraconstitucional. São também chamadas normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível. A aplicabilidade é plena, mas pode ser restringida, reduzida, nos casos e na forma que a lei estabelecer. Ex: art. 5º, XIII da CF.
c) Normas constitucionais de eficácia limitada: são aquelas que dependem “da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei ordinária, lhes dê capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados”. 
São divididas em normas de princípio institutivo e normas de princípio programático. As primeiras são as que dependem de lei paradar corpo a instituições, pessoas, órgão, previstos na norma constitucional. Ex: art. 18, § 3º, da CF. As últimas (programáticas) são as que estabelecem um programa constitucional a ser desenvolvido mediante legislação integrativa da vontade constituinte. Ex: art. 205.
São normas dotadas de eficácia jurídica porque têm o efeito de impedir que o legislador comum edite normas em sentido oposto ao direito assegurado pelo constituinte, antes mesmo da possível legislação integrativa que lhes dê plena aplicabilidade. 
É interessante notar que as normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático trazem consigo, algumas, a idéia de instituição.
Com efeito, não se pode pensar em educação senão mediante a instituição, a organização, a formação de organismos ou órgãos que realizem tais misteres. 
PODER CONSTITUINTE
É aquele que tem por missão traçar as regras jurídicas fundamentais da nação, através da Constituição. Compete a esse poder dar um novo ordenamento jurídico-institucional ao país. É formado por representantes do povo, especialmente eleitos para editar uma nova Constituição, ou através da investidura de Poder Constituinte pleno nos deputados federais e senadores escolhidos pelo sufrágio do povo. Votada a Constituição, extingue-se o Poder Constituinte, ficando como seu remanescente o Poder Legislativo ordinário, que pode propor emendas à Constituição, segundo condições nela previstas. 
O Poder Constituinte será originário (quando edita Constituição nova em substituição à anterior) ou derivado (quando se destina à revisão da Constituição, modificando parcialmente o seu texto). O primeiro é original, na medida em que pertence ao povo e à Assembléia Constituinte, o segundo é derivado, porque constituído por determinação do primeiro e pertencente ao Congresso Nacional. 
EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Emenda é o processo formal de mudanças das constituições rígidas, por meio de atuação de certos órgãos, mediante determinadas formalidades, estabelecidas nas próprias constituições para o exercício do poder reformador; é a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão grande como outros mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos para a alteração das leis ordinárias; é o único sistema de mudança formal da Constituição.
O Congresso Nacional é quem elabora emendas à Constituição. Localizamos três litações condicionadoras: procedimental, material e circunstancial.
O procedimento de elaboração de Emenda à Constituição obedece aos seguintes pressupostos: a) a iniciativa é conferida ao Presidente da República ou a um terço de deputados federais, ou a um terço de senadores e, ainda, por proposta de mais da metade das Assembléias Legislativas estaduais (art. 60); b) a proposta é discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois momentos distintos (chamados turnos de votação); discutida e aprovada em um turno, volta a sê-lo em outro turno de discussão e votação (art. 60, § 2º); c) sua aprovação demanda 3/5 dos membros de cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 60, § 2º); d) não há sanção; há promulgação efetivada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 60, § 3º).
Este procedimento deve ser rigorosamente obedecido, sob pena de inconstitucionalidade em razão de desobediência à forma. 
Há condicionantes relativos ao conteúdo, à matéria. São explícitas as que impedem a alteração da Federação; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais. Não se permite nem mesmo a deliberação sobre proposta e emenda tendente a aboli-las. “Na verdade, qualquer proposta que indiretamente, remotamente ou por conseqüência tenda a abolir a Federação é igualmente proibida, inviável e insuscetível de sequer ser posta como objeto de deliberação.” São implícitas as vedações atinentes à supressão do próprio artigo que impõe expressamente aquelas proibições. Não teria sentido emenda que suprimisse o disposto no § 4º do art. 60 da CF. Outra vedação implícita é a impediente de reforma constitucional que reduza as competências dos Estados Federados.
Também se veda, implicitamente, alteração constitucional que permita a perpetuidade de mandatos, dado que a temporariedade daqueles é assento do princípio republicano. Outro é que não pode o órgão a quem se atribui a competência reformadora modificar o critério de rigidez estabelecido pelo legislador constituinte.
Há também as limitações circunstanciais onde, desde 1934 estatui-se um tipo de limitação ao poder de reforma, qual seja a de que não se procederá à reforma na vigência do estado de sítio; a CF vigente veda emendas na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou estado de sítio (art. 60, ( 1º).
Controle de constitucionalidade da reforma constitucional: toda modificação, feita com desrespeito de procedimento especial estabelecido ou de preceito que não possa ser objeto de emenda, padecerá de vício de inconstitucionalidade formal ou material, e assim ficará sujeita ao controle de constitucionalidade pelo Judiciário, tal como se dá com as leis ordinárias.
OBS: - consultar art. 60 da CF.
HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS
Constituição Federal ( leis complementares à Constituição Federal ( leis Federais ( Constituição Estadual ( leis complementares à Constituição Estadual ( leis Estaduais ( leis Municipais. 
A Constituição Federal está no alto da hierarquia legislativa. Entretanto, cada uma das pessoas jurídicas de direito público interno é competente e tem legitimidade para legislar sobre determinadas matérias – as matérias de seu domínio privativo de competência. É o que ocorre, p.e., com a questão dos transportes coletivos urbanos, reservada à competência dos municípios pela Constituição Federal (art..30, V), que não pode sofrer interferência de qualquer outra lei, seja federal ou estadual. 
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
Rigidez e supremacia constitucional: A rigidez decorre da maior dificuldade para sua modificação do que as demais; dela emana o princípio da supremacia da constituição, colocando-a no vértice do sistema jurídico.
Supremacia da Constituição Federal: por ser rígida, toda autoridade só nela encontra fundamento e só ela confere poderes e competências governamentais; exerce, suas atribuições nos termos dela; sendo que todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional só serão válidas se se conformarem com as normas constitucionais federais.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS
Toda lei deve ser conforme aos preceitos da Constituição, se é contra, diz-se que é inconstitucional, tem um vício que a anula e deve ser declarada tal pelo poder competente, que é o Judiciário. O efeito da inconstitucionalidade é, portanto, a não aplicação da lei ao caso concreto. Formas:
- Por ação: ocorre com a produção de atos legislativos ou administrativos que contrariem normas ou princípios da constituição; seu fundamento resulta da compatibilidade vertical das normas (as inferiores só valem se compatíveis com as superiores); essa incompatibilidade é que se chama de inconstitucionalidades da lei ou dos atos do Poder Público; - Por omissão: verifica-se nos casos em que não sejam praticados atos requeridos para tornar plenamente aplicáveis normas constitucionais; não realizado um direito por omissão do legislador, caracteriza-se como inconstitucional; pressuposto para a propositura de uma ação de inconstitucionalidade por omissão.
Sistema de controle de constitucionalidade: se estabelece, tecnicamente, para defender a supremacia constitucional contra as inconstitucionalidades.
	- Controle político: entrega a verificação de inconstitucionalidade a órgãos de natureza política; - Jurisdicional: é a faculdade qua as constituições outorga ao Judiciário de declarar a insconstitucionalidade de lei ou outros atos de Poder Público; Misto: realiza-se quando a constituição submete certas categoriasde lei ao controle político e outras ao controle jurisdicional.
Critérios e modos de exercício do controle jurisdicional: são conhecidos dois critérios de controle: Controle difuso: verifica-se quando se reconhece o seu exercício a todos os componentes do Judiciário, é aquele realizado pelo juiz incidentalmente no processo; controle concentrado: se só for deferido ao tribunal de cúpula do Judiciário; subordina-se ao princípio geral de que não há juízo sem autor, rigorosamente seguido no sistema brasileiro, como na maioria que possui controle difuso. controle misto: realiza-se quando a Constituição submete certas categorias de leis ao controle político e outras ao controle jurisdicional. Ex: Suíça.
	
Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade: é jurisdicional introduzido com a Constituição de 1891, acolhendo o controle difuso por via de exceção ( cabe ao demandado argüir a inconstitucionalidade, apresentando sua defesa num caso concreto), perdurando até a vigente; em vista da atual constituição, temos a inconstitucionalidade por ação ou omissão; o controle é jurisdicional, combinando os critérios difuso e concentrado, este de competência do STF; portanto, temos o exercício do controle por via de exceção e por ação direta de insconstitucionalidade e ainda a ação declaratória de constitucionalidade; a ação direta de inconstitucionalidade compreende três modalidades: Interventiva, genérica e a supridora de omissão. A constituição mantém a regra segundo a qual somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a insconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (art. 97)
	
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade: a declaração de insconstitucionalidade, na via indireta, não anula a lei nem a revoga; teoricamente a lei continua em vigor, eficaz e aplicável, até que o Senado Federal suspenda sua executoriedade (art. 52, X). A declaração na via direta tem efeito diverso, importa suprimir a eficácia e aplicabilidade da lei ou ato; distinções a seguir:
	- Qual a eficácia da sentença que decide a inconstitucionalidade na via de exceção: há a simples verificação da existência ou do vício alegado; a sentença é declaratória; no entanto a lei contínua eficaz e aplicável, até que seja suspensa sua executoriedade pelo Senado; ato que não revoga nem anula a lei, apenas lhe retira a eficácia.
	- Qual a eficácia da sentença proferida no processo de ação direta de inconstitucionalidade genérica?: a declaração de insconstitucionalidade em tese visa precisamente atingir o efeito imediato de retirar a aplicabilidade da lei, a execução não acontece sob pena de arrostar a eficácia da coisa julgada.
	- Efeito da sentença proferida no processo de ação de inconstitucionalidade interventiva: visa não apenas obter a declaração de inconstitucionalidade, mas também restabelecer a ordem constitucional no Estado, ou Município, mediante a intervenção. 
	- Efeito da declaração de inconstitucionalidade por omissão: o efeito está no art. 103, ( 2º da Constituição, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias. 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
É uma ação que tem a característica de um meio paralisante de debates em torno de questões jurídicas fundamentais de interesse coletivo; terá como pressuposto fático a existência de decisões de constitucionalidade, em processos concretos, contrárias à posição governamental; seu exercício gera um processo constitucional contencioso, de fato, porque visa desfazer decisões proferidas entre as partes, mediante sua propositura por uma delas; tem natureza de meio de impugnação antes que de ação, com o mesmo objeto das contestações, sustentando a constitucionalidade da lei ou ato normativo.
(v. art. 103, CF)
Finalidade o objeto da ação declaratória de constitucionalidade: essa ação pressupõe controvérsia a respeito da constitucionalidade da lei, o que é aferido diante da existência de um grande número de ações onde a constitucionalidade da lei é impugnada, sua finalidade imediata consiste na rápida solução dessas pendências; visa solucionar isso, por via de coisa julgada vinculante, que declara ou não a constitucionalidade da lei.
O objeto da ação é a verificação da constitucionalidade da lei ou ato normativo federal impugnado em processos concretos; não tem por objeto a verificação da constitucionalidade de lei ou ato estadual ou municipal, não há previsão dessa possibilidade.
Legitimação e competência para a ação: segundo o art. 103,( 4º, poderão propô-la o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados e o Procurador-Geral da República, e o STF já decidiu que não cabe a intervenção do Advogado-Geral da União no processo dessa ação.
A competência para processar e julgar a ação declaratória de constitucionalidade é exclusivamente do STF.
Efeitos da decisão da ação declaratória de constitucionalidade: segundo a art. 102, ( 2º, as decisões definitivas de mérito nessas ações, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante aos demais órgãos do Judiciário e do Executivo; terá efeito erga omnes, se estendendo a todos os feitos em andamento, paralisando-os com o desfazimento dos efeitos das decisões neles proferidas no primeiro caso ou a confirmação desses efeitos no segundo caso; o ato, dali por diante, é constitucional, sem possibilidade de qualquer outra declaração em contrário; pelo efeito vinculante à função jurisdicional dos demais órgãos do Judiciário, nenhum juízo ou Tribunal poderá conhecer de ação ou processo em que se postule uma decisão contrária à declaração emitida no processo de ação declaratória de constitucionalidade pelo STF nem produzir validamente ato normativo em sentido contrário àquela decisão.
ESTADO E NAÇÃO
Estado: é a pessoa jurídica formada por uma sociedade que vive num determinado território e subordinada a uma autoridade soberana. É o conjunto de poderes políticos e administrativos de uma nação.
Nação: agrupamento humano cujos membros, fixados em um território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos. 
FINALIDADES DO ESTADO
 - no plano externo – defender sua independência e o território nacional
 - no plano interno – manter a ordem pública, dizer o direito e distribuir justiça.
 - no plano social – promover o bem público.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
a) Povo: é o conjunto dos nacionais. Não se confunde com população, que exprime um conceito aritmético, de caráter quantitativo, compreendendo tanto os nacionais como ainda os estrangeiros e apátridas.
b) Território: é a parte delimitada da superfície terrestre, sobre a qual vigora a ordem jurídica do Estado. Compreende o subsolo, o espaço aéreo correspondente à superfície (12 milhas marítimas – Divisão: A nossa Constituição lei 8.617, de 04.01.1993). O alto-mar é de uso comum, pois Estado algum tem jurisdição sobre ele. Ainda se consideram território nacional os navios e aviões de guerra, navios e aviões de passageiros ou carga (quando no mar territorial do Estado ou em alto-mar), sede das embaixadas e repartições diplomáticas.
c) Poder soberano: É o poder que tem o Governo de efetivar a sua ordem jurídica, sem qualquer subordinação a outra ordem. 
FORMAS DE ESTADO
a) Estado simples ou unitário:
É o formado por um todo indivisível e soberano perante o povo e também em relação aos outros estados (no sentido de País ou Nação), diante dos quais mantém a sua independência. Nele, o governo nacional assume a direção exclusiva de todos os negócios públicos. Não é divisível internamente em partes que mereçam o nome de Estado. Somente existe um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário, todos centrais, com sede na capital. Todas as autoridades executivas ou judiciárias que existem no território são delegaçõesdo Poder Central, tiram dele sua força. É ele que as nomeia e lhes fixa as atribuições. O Poder Legislativo de um Estado Simples é único, nenhum outro órgão existindo com atribuições de fazer leis nesta ou naquela parte do território. Exemplos: França, Espanha, Itália e Portugal. 
b) Estado composto:
Os Estados Compostos, como a própria expressão indica, são aqueles formados por dois ou mais Estados que se unem por motivos diversos.
Conhecem-se duas espécies de Estados Compostos: a Federação e a Confederação.
Federação – é formada pela união de várias unidades territoriais (Estados-membros), que perdem a soberania em favor da União Federal. Exemplos: Brasil, EUA, Canadá, Índia, Argentina, México, etc.
Confederação – é formada por Estados soberanos, com base em tratados internacionais, tendo por objetivo defender o território e assegurar a paz interior, além de outras finalidades que podem ser pactuadas. 
Por resultar de tratados internacionais, têm as confederações vida passageira, já que cada Estado dela pode retirar-se a qualquer momento.
Concluindo: na federação os estados-membros estão unidos não por um tratado, mas por uma Constituição, de modo que o Estado Federal é regulado pelo Direito Constitucional. Na confederação os Estados estão ligados por um tratado internacional, do domínio do Direito Internacional.
FORMAS DE GOVERNO
O governo, representa um dos elementos essenciais do estado. Vem a ser o conjunto de funções por meio das quais o Estado realiza os seus objetivos. 
1. Antiga
	Legítimas – tem o bem geral como meta a ser alcançada.
 - monarquia: governo de um só.
 - aristocracia: governo de uma classe.
 - democracia: governo de todos, do povo.
	Ilegítimas – o bem da coletividade figura em plano secundário.
 - tirania: governo sem lei.
 - oligarquia: governo de uma minoria poderosa.
 - demagogia: governo com predomínio de facções populares.
2. Moderna
Monarquia – de acordo com a limitação dos poderes do rei.
 - absoluta: condenada pelos povos civilizados.
 - limitada: plenamente aceita, a constituição delimita o poder do soberano. Ex: Inglaterra, Bélgica.
	República 
 - parlamentar: o governo é exercido por um conselho de ministros chefiado pelo Primeiro-Ministro.
 - presidencial: o governo é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos ministros, escolhidos livremente por ele.
 - colegiada: o governo é exercido por um grupo de pessoas. 
DEMOCRACIA
Conceito: é a forma de governo em que se reconhece que o poder emana do povo e em seu nome é exercido, repelindo o predomínio de classes ou grupos.
Valores fundamentais: a liberdade, isto é; liberdade social, o direito de cada um fazer tudo o que não prejudique a liberdade dos outros; a igualdade, onde a lei deve ser a mesma para todos, quer quando protege, quer quando pune. 
Pressuposto e condições da democracia:
 - social – difusão da cultura, para que o indivíduo julgue o que lhe pareça melhor. 
- econômico – para que o indivíduo tenha lazer e instrução e não se preocupe só com o pão de cada dia.
 - informação abundante – para se evitar a doutrinação. 
 - amplas liberdades públicas – para que haja livre participação nos assuntos de interesse do povo.
 - sistema de partidos – a fim de que o povo seja orientado no que diz respeito a solução dos problemas do estado, e tenha um mecanismo que receba e transmita sua vontade. 
AS FORMAS DE DEMOCRACIA
a) Direta: é aquela em que as decisões são tomadas diretamente pelos cidadãos em assembléias.
b) Indireta: é aquela onde o povo governa por intermédio de representantes, daí ser ela conhecida como democracia representativa.
c) Semidireta: trata-se de uma aproximação da democracia direta, porque o povo, embora não se governando diretamente, tem o poder de intervir, às vezes, em certas decisões. Em geral, essa participação se dá pela iniciativa popular (quando determinado número de eleitores se manifesta pela necessidade de uma certa lei, o Parlamento fica juridicamente obrigado a discuti-la e votá-la), pelo referendum (consiste em que a lei, depois de elaborada, somente se torna obrigatória quando o corpo eleitoral, expressamente convocado, a aprova) e pelo veto popular (pressupõe uma lei já feita, e que é repudiada por certo número de cidadãos.).
REGIMES DE GOVERNO
a) Presidencialismo – Juridicamente, o presidencialismo se caracteriza, em primeiro lugar, por ser um regime de separação de poderes (executivo, legislativo e judiciário), harmônicos e independentes. Em segundo lugar, por conferir a chefia do estado e do governo a um órgão unipessoal, a Presidência da República, certo que os chefes dos grandes departamentos da administração são meros auxiliares do Presidente, que os escolhe e demite quando bem entende. Exemplo: Brasil, EUA, etc. 
Características:
( O chefe de Estado (o representante da nação) e o chefe de governo (chefe do Poder Executivo) confundem-se na mesma pessoa. Não é obrigatório que tenha maioria no Congresso.
( O Executivo é poder completamente autônomo com relação ao Legislativo.
( A duração dos mandatos é fixa.
( O presidente é legitimado pela votação direta do povo.
( O presidente pode vetar leis aprovadas pelo Legislativo.
( Os ministros são meros auxiliares do presidente e só responsáveis perante ele. 
b) Parlamentarismo – Também é um regime de divisão de poderes (legislativo, executivo e judiciário), mas o executivo e legislativo são interdependentes, pois o governo depende para manter-se no poder do apoio da maioria parlamentar. Em segundo lugar, o executivo tem estrutura dualista. O rei, ou Presidente da República, é o chefe de Estado, com funções de representação, de cerimonial, enquanto o governo é exercido por um órgão coletivo, o conselho de ministros ou gabinete, à testa do qual está um chefe, o primeiro-ministro, verdadeiro chefe de governo. O Parlamento tem poderes de aprovar o Conselho ou Gabinete, ou de o desfazer se obtiver um voto de desconfiança. Exemplo: Inglaterra, Itália, França, etc. 
Características:
( O chefe de Estado é o presidente (ou o rei, nas monarquias) e o chefe de governo é o primeiro-ministro.
( O Poder Executivo depende da confiança do Legislativo.
( A duração dos mandatos é flexível. O Legislativo pode depor o gabinete, mediante votação de moção de censura. Em contrapartida, o presidente pode dissolver o Parlamento, em casos de impasse.
( O regime é essencialmente representativo. Vale menos a legitimação direta pelo povo que as composições políticas obtidas no Parlamento. 
c) Governo de assembléia – Caracteriza-se pela inseparabilidade dos poderes, com exceção do Judiciário. Este é independente e especializado. Todavia, as decisões sobre a elaboração das leis e sua aplicação estão concentradas nas mãos do mesmo órgão, no caso, a Assembléia. O único exemplo conhecido é o da Suíça. 
EVOLUÇÃO CONSTITUCIONAL DO BRASIL – CONSTITUIÇÕES DO BRASIL
O Brasil teve oito Constituições. Destas, quatro foram de outorga (Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969).
Foram impostas pelo chefe de Estado.
As outras quatro (Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988) resultaram de um processo democrático, sendo votadas e promulgadas por Asembléias Constituintes.
Constituição de 1824
Outorgada pelo Imperador D. Pedro I. É a primeira Constituição do Brasil. Permaneceu mais tempo em vigor. 
 - Forma de Governo: monarquia constitucional.
 - Estado Unitário: sem autonomia para as províncias.
 - Quatro poderes: Moderador, Executivo, Legislativo e Judiciário.
Constituição de 1891
Votada.
1ª Constituição do Brasil Republicano.
 - Forma de Governo: República Federalista.
 - Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Constituição de 1934
Votada.
 - Mantém a Federação, mas limita a autonomia dos Estados-Membros.
 - Estabelece leis econômicas e sociais.
Constituição de 1937
Outorgada por Getúlio Vargas.
Constituiçãodo Estado Novo.
 - Fortalece o poder do Executivo Federal. Os Estados-Membros são governados por interventores nomeados pelo Presidente da República. Instituiu a legislação trabalhista.
Constituição de 1946
Votada.
 - Legaliza o pluralismo. Proclama os direitos humanos.
 - Restaura o federalismo: autonomia aos Estados-Membros.
Constituição de 1967
Outorgada pelo Marechal Castelo Branco, embora formalmente votada pelo Congresso Nacional.
 - Tem em vista as exigências do Movimento Militar de 1964.
 - Diligencia a centralização dos poderes no Executivo Federal.
 - Institui as eleições indiretas para Presidente da República pelo Colégio Eleitoral.
Constituição de 1969
Outorgada por três Ministros Militares, considerada uma emenda à Carta de 1967.
 - Promoveu uma maior centralização do poder político nas mãos do Executivo Federal.
 - Comprometeu o Federalismo, privilegiando a União em detrimento dos Estados-Membros e Municípios.
Constituição de 1988
Votada.
 - Institui o Estado Democrático de Direito, limitando o poder do Estado ao cumprimento das leis que a todos subordinam.
 - Assegura a livre participação dos cidadãos, vida política e o pluripartidarismo.
 - Fortalece o federalismo, conferindo maior autonomia aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
 - Afasta as instituições autoritárias legadas pelo regime militar. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
a) O Brasil é uma República: o País é dirigido por um Presidente, eleito por período certo (4 anos), com possibilidade de apenas uma reeleição. O Poder é exercido por três órgãos distintos, com funções especificadas: o Legislativo, que é incumbido de fazer as leis; o Executivo, a quem cabe a administração do País; e o Judiciário, encarregadode aplicar as leis aos casos concretos.
b) O Brasil é uma Federação: temos a União que abrange todo o território nacional, os Estados-membros, que são circunscrições regionais e os Municípios, que constituem divisões dos Estados-Membros. Devemos considerar ainda, o Distrito Federal, que é a capital da União, e que, como as demais entidades estatais, desfruta de autonomia em sentido amplo.
(ver anexo 2)
c) O Brasil é um Estado Democrático de Direito: vale dizer, admite o pressuposto de que o poder emana do povo e em seu nome é exercido (art. 1º, parágrafo único, CF), refletindo as propostas democráticas de exercício do poder, no regime democrático da representatividade popular, mediante a eletividade dos governantes, e, em alguns casos, através da participação direta. 
(ver anexo 1)
DIVISÃO ESPACIAL DO PODER
ESTADO FEDERAL – CONCEITOS:
Legislador Ordinário: nível constitucional
Legislador Constituinte: nível infraconstitucional
Centralização Administrativa: tem-se um só centro titular das prerrogativas, competências e deveres públicos de natureza administrativa. 
Descentralização Administrativa: têm-se vários centros senhores de tais prerrogativas, competências e deveres.
Centralização Política: um único centro tem capacidade legislativa.
Descentralização Política: vários núcleos têm tal capacidade.
Dizemos que o Estado é unitário. Face à descentralização política temos outro Estado ? Não, a descentralização política não é suficiente para mudar a fisionomia do Estado unitário. O poder central atribui capacidade legislativa aos diferentes territórios, mas ainda é um Estado unitário, só que fortemente descentralizado. 
Soberania: é fenômeno ligado à idéia de “poder”, de autoridade suprema. O Estado é uma unidade jurídica. Fornece-a a soberania. 
Autonomia: jurídica, quando são capazes de inovar a ordem jurídica sobre aquela matéria – grau máximo de autonomia. Administrativa, o novo centro pode apenas executar o estabelecido por outro núcleo – grau mínimo de autonomia.
Em síntese: a descentralização política fixada na Constituição é fator indicativo da existência de Estado Federal. O Estado Federal também provém da participação das vontades parciais na vontade geral, representada pelo Senado Federal. 
Câmara dos Deputados: são os representantes do povo e tem sua representação vinculada ao critério populacional, ou ao do número de eleitores. 
Senado Federal: cada unidade da federação elege o mesmo número de representantes. Os membros dessa casa participam do processo de elaboração das leis (decisões da federação para o todo estatal). 
Outra característica importantíssima é a circunstância de os Estados-membros se auto-organizarem por meio de Constituições próprias. Sobre os negócios locais há texto legal supremo no Estado (a Constituição Estadual) ao qual deve prestar obediência a legislação ordinária. 
Três notas são essenciais à caracterização federal:
a) descentralização política fixada na Constituição (ou, então, repartição constitucional de competências);
b) participação da vontade das ordens jurídicas parciais na vontade criadora da ordem jurídica nacional; e
c) possibilidade de autoconstituição; existência de Constituições locais. 
Dois requisitos para a manutenção dos Estados:
a) a rigidez constitucional.
b) a existência de um órgão constitucional incumbido do controle da constitucionalidade das leis – o Poder Judiciário. 
A Confederação surge de convênio entre Estados soberanos que não abdicam de sua soberania. A Federação leva os Estados contratantes a abrirem mão da soberania que lhes é peculiar. Entregam seu exercício à União. Despojam-se da soberania, mas conservam a autonomia política. 
A Federação Brasileira
Elementos tipificadores:
a) descentralização política ou repartição constitucional de competências.
Competências expressas e enumeradas: União.
Residuais ou Remanescentes: Estados.
ver arts. 21, 22, 25 § 1º, 30 ( I a IX ) da CF e arts. 153, 154 ( I e II ), 155 da CF (competências para tributos).
b) participação da vontade dos Estados (ordens jurídicas parciais) na vontade nacional (ordem jurídica central) – ver arts. 45 e 46.
c) possibilidade da autoconstituição – ver art. 25.
Elementos mantenedores da Federação:
a) Rigidez constitucional – ver arts. 59, 60 e 61.
b) A existência de um órgão constitucional incumbido do controle de constitucionalidade das leis.
O Supremo Tribunal Federal é o guardião da Carta Magna (art. 102). 
Origem da Federação
Entende-se como federal o Estado em que a Constituição repartia as competências entre pessoas distintas (União e Estados ou Províncias), mantendo, estas, representantes no órgão legislativo nacional (Senado Federal). 
A UNIÃO
A União é a pessoa jurídica de capacidade política e só cogitável em Estado do tipo federal. É fruto da união de Estados. Da aliança destes, sob o império de uma única Constituição, nasce a União – art. 1º da CF.
Competências da União
a) expressas e enumeradas.
b) expressas, não enumeradas.
c) residual.
d) em comum (com Estados, Municípios e Distrito Federal).
e) concorrente (com Estados e Distrito Federal).
ver arts. 21, 22, 23, 24, 153 e 154 da CF.
A União, por si e em nome da Federação
A União age em nome próprio como em nome da Federação. Ora se manifesta por si, como pessoa jurídica de capacidade política, ora em nome do Estado Federal. 
Isso ocorre no plano interno como no internacional.
No plano interno, revela a vontade da Federação quando edita leis nacionais e demonstra a sua vontade (da União) quando edita leis federais.
No plano internacional, representa a Federação quando mantém relações com Estados estrangeiros, participa de convenções internacionais, declara guerra e faz a paz. Revela, dessa forma, a soberania nacional. Exerce-a. Não a titulariza, dado que a soberania é nota tipificadora do Estado.
Intervenção Federal nos Estados
A intervenção federal nos Estados é da essência do sistema federativo. Visa a manter a integridade dos princípios basilares da Constituição. De um lado, objetiva a proteção do território e da divisão territorial: é autorizada para manter a integridadenacional (art. 34, I) e para repelir invasão estrangeira ou a de um Estado em outro (art. 34, II). De outro lado, pretende paz social e moralidade administrativa bem como o adequado cuidado com as finanças do Estado: é autorizada para pôr termo a grave perturbação da ordem (art. 34, III), reorganizar as finanças do Estado se este suspender o pagamento de sua dívida fundada durante dois anos consecutivos (art. 34, V, “a”). Visa ainda a garantir a tripartição do poder no plano estadual (art. 34, IV).
Em outro passo garante a observância da forma republicana, do sistema representativo e do regime democrático; dos direitos da pessoa humana; da autonomia municipal; e da prestação de contas da Administração pública; direta e indireta (art. 34, VII, “a” a “d”). 
Deve-se notar que a intervenção federal afasta, temporariamente, a autonomia estadual ou parcela desta. Na verdade, quando a União intervém em dado Estado, todos os Estados estão intervindo conjuntamente; a União age, no caso, em nome da Federação. 
Ver também arts. 34, 35 e 36 da CF.
O processo da intervenção federal
O Presidente da República decreta a intervenção. Mas não nos seguintes casos:
a) de coação exercida contra o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário;
b) da execução de lei federal, ordem ou decisão judiciária. 
De fato, tratando-se de coação contra o Poder Legislativo ou o Poder Executivo estaduais o processo se inicia mediante sua solicitação. Se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, mediante requisição do Supremo Tribunal Federal.
Também quando se verifica descumprimento de ordem ou decisão judiciária o processo interventivo se inicia por meio de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral (se a matéria for dessa natureza), ou do Superior Tribunal de Justiça.
Quando se trate de prover à execução de lei federal, o processo interventivo tem seu início mediante representação do Procurador-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça. 
Compete ao Congresso Nacional examinar os aspectos formal e material do decreto interventivo. Examina a forma para verificar se foram preenchidos todos os requisitos procedimentais. É preliminar de conhecimento. Vencida esta, examinará o conteúdo (as razões, os motivos) para aprová-lo ou não. 
Um dos eventuais efeitos da intervenção é o afastamento de autoridades estaduais de seus cargos. Cessados os motivos da intervenção, deverão elas retornar a seus cargos, salvo impedimento legal (art. 36, § 4º). 
O impedimento a que alude o constituinte há de estar relacionado com os motivos da intervenção. Há de ser a prática de ato ou atos que ensejaram a ingerência da União nos negócios do Estado, que fizeram nascer a hipótese excepcional. 
Se cometeu crime comum, também estará impedido legalmente, só que o próprio Estado federado decidirá sobre ele e não eventual interventor. 
A intervenção não é carta branca conferida à União para que esta, por meio de seus agentes, a exercite com poderes ilimitados. Ao contrário, estarão limitados pelo decreto aprovado pelo Congresso Nacional. Não é sem razão que o constituinte determina a fixação de sua amplitude (âmbito territorial de sua abrangência), prazo (lapso temporal de sua duração) e condições de execução (limites de atuação do interventor ou, se não houver nomeação deste, daqueles que executarão o decreto).
O princípio federativo recomenda estas afirmações.
Bens da União
art. 20, CF.
art. 66, CC.
OS ESTADOS FEDERADOS
Um dos pressupostos da Federação é a autonomia estadual, de grau político, mediante a possibilidade de os Estados editarem suas próprias Constituições.
A autonomia Estatal
A necessidade de previsão constitucional para a União intervir significa a igualdade entre ela e os Estados. Fossem desiguais, existisse a subordinação dos Estados à União, não se cogitaria de autorização constitucional expressa. Essa previsão constitucional é demonstração inequívoca da autonomia estadual – ver arts. 25 ( § 1º ), 27, 28, 34, 125 e 155 da CF.
Competência dos Estados
O art. 25, § 1º, confere aos Estados “as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. Desse dispositivo se extrai a idéia de que as competências dos Estados não estão enumeradas no texto constitucional. Para identificá-las é preciso saber quais os poderes que explicitamente ou implicitamente não lhes são vedados. 
Em primeiro lugar fica-lhes proibido dispor sobre as competências da União (arts. 21 e 22) e as dos Municípios (art. 30). Nada podem dispor, também, a respeito das competências tributárias da União e dos Municípios. A tais competências o Estado não tem acesso. É o que dispõe implicitamente a Constituição.
Explicitamente se lhes nega a possibilidade de organizar-se e reger-se por normas que vulnerem os princípios mencionados no inc. VII do art. 34.
Ainda se lhes proíbe, explicitamente, criar distinções entre brasileiros ou preferências em favor de uma das pessoas de direito público interno (art. 19, III). 
Os Estados terão competência residual. Verifica-se que aos Estados compete, residualmente, dispor sobre matéria administrativa (seus servidores e a organização da Administração Pública local). Entre essa matéria elenca-se a financeira. Também compete aos Estados a disposição sobre os seus agentes políticos (definição de responsabilidades, etc.). 
Mas, ao lado das residuais, o Estado ainda é senhor de competências expressas, competências em comum, competências concorrentes e competências suplementares.
São expressamente conferidas aos Estados as competências tributárias, como a do art. 145 (instituição de impostos, taxas e contribuição de melhoria) e as do art. 155 (instituição de impostos sobre transmissão causa mortis e doação de bens ou direitos, operações relativas ao ICMS e o IPVA). 
Em síntese, o Estado federado titulariza competências residuais, expressas, em comum, concorrente e suplementar.
Em comum são as competências que o Estado titulariza juntamente com a União, o Distrito Federal e os Municípios (art. 23). São, no geral, competências de natureza programática. 
Concorrente é a competência do Estado exercida ao lado da União e do Distrito Federal. É competência que visa à edição de leis sobre as questões elaboradas no art. 24. Diferentemente daquelas em comum, que podem cingir-se a atos concretos da Administração. 
Finalmente, a competência suplementar, que decorre da concorrente. O Estado pode – em atenção, naturalmente, às suas peculiaridades locais – legislar sobre normas gerais nos claros deixados pelo legislador federal. E, inexistindo lei federal sobre tais normas, o Estado as expedirá sem limitação, plenamente.
Autoridades próprias dos Estados
Os deputados compõem a Assembléia Legislativa, órgão do Poder Legislativo estadual. São representantes do povo domiciliado eleitoralmente naquele Estado. Sua função é satisfazer, nos limites da competência do Estado federado, as aspirações daquele povo.
O governador e o vice-governador compõem o Poder Executivo estadual, cujo objetivo é executar, administrar, dar, o que formulou o legislativo estadual, seja o constituinte, seja o ordinário.
Os magistrados, integrantes de órgãos da Justiça estadual, compõem o Poder Judiciário estadual. 
O órgão de cúpula do Judiciário estadual é o Tribunal de Justiça, a ele cabendo a iniciativa da lei de organização judiciária local. Nada impede, assim, que essa lei crie tribunais de alçada em função do valor ou da natureza da causa, tanto mais que a eles se refere o art. 93, III.
É função do Judiciário local aplicar a lei para solucionar litígios, buscando soluções definidas, ou, ainda, validar uniões relativas ao matrimônio (como é o caso dos juízes de paz). 
O Poder Constituinte dos Estados
A atividade do constituinte estadual é subordinada e condicionada às limitações impostas pelo constituinte nacional. 
Intervenção do Estado no Município
Essa interferência do Estado nosnegócios municipais, prevista no art. 35 da CF, destina-se a: a) manter intatos os princípios indicados na Constituição Estadual, bem como garantir o respeito à tripartição do Poder (especialmente quando alude a execução de lei ou de ordem ou decisão judiciária); b) preservar a moralidade e a lisura na aplicação do dinheiro público e na condução dos negócios públicos; c) prestigiar o ensino primário.
 O processo interventivo é previsto na Constituição de cada Estado, que sobre ele dispõe da forma que o constituinte estadual entender. Somente não poderá deixar de submeter o ato veiculador da intervenção à Assembléia Legislativa, uma vez que ali se encontram os representantes do povo do Estado. Há de prestar obediência, sempre, ao princípio da representação popular. Ver também art. 29 da CF.
TERRITÓRIOS FEDERAIS
O Território do Acre foi o primeiro do Brasil – Lei 1.181, de 24.2.1904. Foi na constituição de 1934 que o Território ganhou estatura constitucional e assim se manteve nas constituições que se seguiram. 
A natureza jurídica dos Territórios Federais
Para responder a isso é preciso questionar sobre a concentração e desconcentração, bem como acerca de centralização, administrativas e políticas. 
1. Centralização administrativa
O Estado busca a satisfação do interesse público por meio do desempenho de funções administrativas, incumbindo-lhe aparelhar-se para tanto. 
Uma das formas de desempenho dessas atividades é a que se identifica com a maneira direta de prestar serviços, sem que a atividade se desloque para outro centro de capacidades. Há um único centro capaz de desenvolver a atividade administrativa. Esta forma direta de administrar é denominada administração centralizada. Nesta, o cumprimento da missão administrativa se verifica pela atuação de uma só pessoa. Tem-se, na verdade, um só centro, titular das prerrogativas, competências e deveres públicos de natureza administrativa. Tem-se a centralização administrativa. 
2. Concentração e Desconcentração
Concentração administrativa é quando toda a atividade é exercida por um só centro, onde não se opera a distribuição do poder decisório, estamos diante da centralização concentrada. 
Evidentemente, tal forma de administrar é, na prática, impossível de encontrar, diante da crescente complexidade dos assuntos administrativos. 
Tem-se, pois, um só centro que é titular das prerrogativas e competências administrativas. Mas são atribuídas funções a órgãos subordinados. Este fenômeno é a centralização desconcentrada.
Fica claro, pois, que na administração desconcentrada os órgãos se manifestam em nome e por conta de um único centro de capacidades, ou seja, em nome de uma pessoa jurídica, isto é, de um centro ao qual se imputam direitos e obrigações. 
3. Descentralização
Descentralizar – já o dissemos – implica a retirada de competências de um centro para transferi-las a outro, passando essas competências a ser próprias do novo centro, que age em nome próprio, e não mais em nome do centro original. 
A descentralização pode-se operar tanto em nível de atividade política como em nível de atividade administrativa. 
Examinemos tais formas.
3.1. Descentralização política
Em determinado sistema jurídico várias pessoas jurídicas podem estar investidas de funções políticas, o que lhes confere capacidade política. Ser capaz, politicamente, é ter a possibilidade de estabelecer comandos sobre assuntos de sua competência.
Desde que isto se verifique, encontramo-nos diante da descentralização política.
Constituem expressão de descentralização política a Federação e a autonomia municipal.
3.2. Descentralização administrativa
O Estado pode, ao invés de centralizar toda a atividade administrativa, descentralizá-la, criando novos centros de capacidade, novos entes sujeitos de direitos e deveres, novas pessoas, as quais haverão de atuar buscando cumprir a missão administrativa.
Não há, pois, como confundir descentralização administrativa com desconcentração. Nesta não se verifica a criação de pessoas. Naquela, a personalidade é seu elemento definidor, pois o organismo criado pode manifestar a sua vontade, agindo em nome próprio e não em nome de outrem. 
Mas, embora dotados de personalidade própria, diferem daqueles centros dotados de capacidade política. É que a sua capacidade é meramente administrativa, ou seja, embora possuindo negócios próprios, interesses seus, não têm o poder de dizer sobre tais competências. Não podem legislar sobre aqueles interesses. Inserem-se, em conseqüência, na própria pessoa de capacidade política que os criou. Por isso que, operada a descentralização, a pessoa surgida será federal, estadual ou municipal, conforme a sua origem se deva à vontade da União, do Estado ou do Município.
As pessoas assim nascidas são chamadas autarquias.
3.2.1. Autarquias
São pessoas jurídicas de direito público de capacidade exclusivamente administrativa. São fruto da descentralização administrativa. Classificam-se de acordo com os seguintes critérios:
a) critério da pessoa jurídica criadora da autarquia;
b) critério da estrutura jurídica da autarquia;
c) critério do fator demarcatório da competência da autarquia. 
O primeiro deles conduz à afirmação de que as autarquias serão federais, estaduais ou municipais, conforme tenham sido criadas pela União, pelos Estados ou pelos Municípios. 
De acordo com o segundo critério, a divisão é feita em corporações e fundações, distinção que é comum tanto ao direito privado como ao público. Ao fazer-se esta diferenciação quer-se indagar do seu substrato para se saber se se trata de agremiação de indivíduos que se reúnem para atingir dada finalidade ou se se trata de patrimônio afetado a uma finalidade. No primeiro caso encontramos a corporação; no segundo, a fundação. Na primeira hipótese, os indivíduos que a compõem são internos à pessoa; na segunda, são externos a ela. 
Pelo último dos critérios indicados (o do fator demarcatório da competência), as autarquias podem ser territoriais ou não-territoriais.
As autarquias territoriais são aquelas que têm suas competências definidas em função de um território, e as não-territoriais têm sua competência estabelecida em função de dada matéria. 
Conclusões
O Território não é parte integrante da Federação, porque não possui capacidade de dispor regras sobre negócios seus por meio de autoridades próprias. Não sendo pessoas dotadas de autonomia política, a existência ou não de territórios não implica na existência ou não da Federação ( ver art. 18, § 2º da CF).
Não é o Território, contudo, mero órgão da União. É ser personalizado. É centro para onde convergem direitos e obrigações. Como ser personalizado que é, integra a administração descentralizada da União. É pessoa de direito público, de capacidade administrativa e de nível constitucional, ligada à União, tendo nesta a fonte de seu regime jurídico infraconstitucional.
Ver também art. 33 da CF.
DISTRITO FEDERAL
É nesse local que são formuladas as diretrizes governamentais pertinentes à Federação. No nosso sistema, Brasília, que integra o Distrito Federal, é a Capital Federal (art. 18, § 1º). É o centro político-administrativo, que foi criado em 1961.
Natureza jurídica do Distrito Federal
O Distrito Federal é a pessoa jurídica de direito público, com capacidade legislativa, administrativa e judiciária. É hoje, tal como a União, Estados e Municípios, autônomo politicamente. Titulariza competências próprias, legisla sobre elas e as administra por meio de autoridades próprias. Com efeito, o Distrito Federal tem uma Câmara Legislativa onde estão os deputados distritais (art. 32, §§ 2º e 3º); é dirigido pelo Governador e pelo Vice-Governador (art. 32, § 2º); a ele são atribuídas as competências legislativas nomeadas aos Estados e Municípios (art. 32, § 1º).
Os tributos no Distrito Federal
O art. 145 da CF autoriza o Distrito Federal a criar taxas e contribuições de melhoria, além dos impostos nela previstos.No art. 155 alude aos impostos que podem ser instituídos para o Distrito Federal: o de transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos; o de operações relativas à circulação de mercadorias e serviços e sobre propriedade de veículos automotores. 
Tais tributos são:
a) Estaduais, quando instituídos e arrecadados no Estado e;
b) Distritais, quando instituídos e arrecadados no Distrito Federal.
Essa é a posição que melhor atende, no particular, ao sistema constitucional tributário. 
O MUNICÍPIO – REGIÕES METROPOLITANAS
A autonomia municipal no Brasil, é realidade natural anterior à própria autonomia política dos Estados Federados.
Autonomia municipal
Autonomia política é a capacidade conferida a certos entes para:
a) legislarem sobre;
b) negócios seus;
c) por meio de autoridades próprias.
Examinemos, no caso do Município, se a Constituição lhe atribui esse suporte caracterizador.
O art. 29 do Texto Magno estabelece que o Município “reger-se-á por lei orgânica...”, uma espécie de Constituição municipal, o que indica, por si, a sua autonomia, mas ainda acrescenta a previsão de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores (autoridades próprias), escolhidos em eleições diretas (art. 29, I e II), de competências próprias, tais como “legislar sobre assuntos de interesse local”, “suplementar a legislação federal e estadual no que couber” (ver art. 30 e seus incisos), o que caracteriza os negócios seus. Sobre tais negócios disporá a Câmara dos Vereadores (legislação própria).
Competência dos Municípios
Será de competência do município tudo o que for de seu interesse local (art. 30 da CF – é a competência suplementar). Podemos dizer que as competências dos municípios são expressas, sendo algumas enumeradas.
a) os Municípios não concorrem com a União e os Estados na regulação das matérias enumeradas no art. 24 da Constituição Federal;
b) os Municípios, porém, podem SUPLEMENTAR a lei federal ou estadual resultante da competência legislativa concorrente, no que couber, para o atendimento de seus interesses locais (na verdade, pode o Município, no que couber, suplementar a legislação federal ou estadual oriunda de qualquer competência, seja exclusiva, privativa, comum ou concorrente);
c) o Município só poderá SUPLEMENTAR, isto é, só atuará se houver prévia legislação federal ou estadual.
Organização política e administrativa
A política diz respeito aos poderes municipais: prefeito, vice-prefeito, vereadores, número de sessões, etc. A administrativa toca aos serviços públicos locais, aos servidores do município, à administração em geral. No art. 29, a Constituição refere-se à lei orgânica municipal, à sua organização política. 
Competência para edição das leis orgânicas municipais
Para a criação de municípios, a lei era estadual. Ou federal, se se tratar de município no Território Federal. Entretanto, para a sua organização, a lei é a municipal. De igual maneira, será municipal a lei criadora dos distritos. 
O constituinte de 1988 deixou clara a competência para o Município auto-organizar-se. Fixou no art. 29: “O Município reger-se-á por lei orgância, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:...”. 
Intervenção estadual nos Municípios
A intervenção de uma pessoa política em outra é, sempre, excepcional. Já dissemos que a regra é a não intervenção. Por isso que só é possível a intervenção em casos expressamente previstos no texto constitucional. 
A intervenção ocorre após a manifestação do Ministério Público, e do Tribunal de Justiça, que dá provimento à representação.
Tal como na intervenção federal no Estado, o chefe do Executivo estadual decreta a intervenção mas é obrigado a submeter o seu ato, com a respectiva justificação, em 24 horas, à apreciação da Assembléia Legislativa. 
Com a intervenção fica paralisada, momentaneamente, a autonomia municipal. Esta paralisação poderá ser em maior ou menor extensão. Tudo dependerá das limitações impostas no decreto interventivo. 
Se, apesar da intervenção, a Câmara Municipal não for atingida na sua atividade legiferante, a redução autonômica será menor: cinge-se à interferência no Executivo, com o afastamento de suas autoridades, podendo, então, falar-se na ocorrência da autonomia limitada.
A fiscalização financeira e orçamentária
art. 31 da CF
As regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões
A idéia de Região Metropolitana deriva da conurbação. As áreas urbanas vão-se aglomerando em torno de um Município maior, eliminando as áreas rurais e fazendo surgir, entre os Municípios, área urbana única, o que passa a exigir a integração dos serviços municipais. Não é pessoa política nem administrativa. Não é centro personalizado. Não é organismo. É orgão.
Para encontrar a natureza desse órgão é preciso verificar qual a sua fonte criadora. É a lei complementar estadual, di-lo o art. 25, § 3º, da CF.
É preciso, ainda, examinar sua composição: é composto por Municípios.
Embora composto por Municípios, as suas decisões não obrigam àqueles, tendo em vista a autonomia muncipal.
A agremiação municipal é feita pela lei complementar.
A boa exegese do texto constitucional leva à convicção de que a Região Metropolitana nada mais é do que órgão de planejamento, dele derivando a execução de funções públicas de interesse comum.
Tanto quanto foi dito aplica-se às aglomerações urbanas e às microrregiões, figuras criadas pela Constituição de 1988.
Somente a adesão voluntária dos Municípios poderá viabilizar o seu funcionamento, o que deverá ser feito por meio de convênio ou consórcio.
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
ver arts. 145 a 162
Seção I – estão descritas as disposições gerais sobre a tributação (art. 145, § 1º).
Seção II – estão os princípios constitucionais da tributação, como expressão das limitações do poder de tributos.
Componentes do STN: - Tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
Tributos: - toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito (CTN, art. 3º).
Fato Gerador: - é a situação que faz nascer a obrigação de pagar a importância pecuniária correspondente. 
Imposto: - é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica em favor do contribuinte ou relativa a ele (arts. 153, 155 e 156 da CF).
Taxas: - são tributos cuja obrigação tem por fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. 
Contribuição de Melhoria: é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador a valorização de imóveis do contribuinte em decorrência da execução de obras públicas pela União, Estados, Distrito Federal ou Município. 
Empréstimo Compulsório (art. 148) – um dos requisitos de legitimidade deste empréstimo é a urgência do investimento que financiará, mas a Constituição, impede sua arrecadação imediata, ao vedar sua cobrança no mesmo exercício de sua instituição. O empréstimo para fins do art. 148, I, não está sujeito a essa limitação.
Contribuições Sociais
Também é de competência exclusiva da União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento das respectivas áreas. Temos aí, portanto: (a) contribuições sociais, como as da seguridade social e previdenciária (arts. 195, I a III, e 201), as do PIS-PASEP (art. 239), as do seguro-desemprego (art. 239, § 4º), entre outras que a União poderá instituir por lei; (b) contribuições de intervenção no domínio econômico, como o chamado confisco do caféetc; (c) contribuições de interesse das categorias profissionais, assim as contribuições às entidades dos profissionais liberais, as contribuições sindicais previstas no final do inc. IV do art. 8º, não, porém, a que cabe à assembléia geral para custeio do sistema confederativo da representação sindical referida no mesmo inciso que, por isso, não é instituída pela União. 
Essas contribuições submetem-se ao regime das normas gerais tributárias, ao princípio da reserva de lei e ao princípio da anualidade (lei prévia ao exercício em que serão cobradas). Significa dizer: não podem ser instituídas nem aumentadas senão por lei e não podem incidir senão sobre fatos geradores e exercício financeiro posteriores à sua instituição (arts. 146, III, e 150, I e III). Contudo, as contribuições da seguridade social (art. 195, I a III) não se subsumem ao disposto no art. 150, III, b, porque o art. 195, § 6º, lhes dá outro regime, prevendo que poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído.
A Constituição autoriza os Estados, Distrito Federal e Municípios a instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social. São contribuições previdenciárias de competência dessas entidades.
A doutrina entende que todas essas contribuições compulsórias têm natureza tributária, reputadas como tributos parafiscais, ou seja, tributos cuja arrecadação é da competência de entidades paraestatais ou autárquicas. 
Normas de prevenção de conflitos tributários
É, pois, função da lei complementar tributária: (1) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, Distrito Federal e Municípios; (2) regular as limitações constitucionais do poder de tributar; (3) estabelecer normas gerais de direito tributário sobre: (a) definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos discriminados na Constituição, aos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; (b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas (art. 146); (4) instituir outros impostos da União, desde que sejam não cumulativos e não tenham nem fato gerador nem base de cálculo idênticos aos discriminados nos arts. 153, 155 e 156; (5) definir produtos industrializados semi-elaborados a serem excluídos da não incidência do imposto de circulação de mercadorias e prestação de serviços: (a) definir seus contribuintes; (b) dispor sobre a substituição tributária; (c) disciplinar o regime de compensação do imposto; (d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; (e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos semi-elaborados mencionados no art. 155, § 2º, X, a; (f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e mercadorias; (g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados; (7) definir serviços de qualquer natureza para efeito do imposto municipal respectivo; (8) fixar as alíquotas máximas do imposto municipal sobre serviços de qualquer natureza e excluir da incidência desse imposto exportações de serviços para o exterior; (9) em relação à repartição de receitas tributárias: (a) definir valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, para o fim de fixar a quota dos Municípios, tendo em vista as operações tributadas nos respectivos territórios, na forma prevista no art. 158, parágrafo único, I; (b) estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inc. I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios; (c) dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários (Estados, Distrito Federal ou Municípios), do cáluclo das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Elementos do Sistema Tributário Nacional
Distinguem-se no sistema tributário nacional os seguintes elementos fundamentais, além das disposições gerais (arts. 145 a 149): (a) as limitações constitucionais do poder de tributar (arts. 150 a 152); (b) a discriminação da competência tributária, por fontes (arts. 153 a 156); (c) as normas do federalismo cooperativo, consubstanciadas nas disposições sobre a repartição das receitas tributárias, discriminação pelo produto (arts. 157 a 162). 
LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Embora a Constituição diga que cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais do poder de tributar (art. 146, II), ela própria já as estabelece mediante a enunciação de princípios constitucionais da tributação.
Princípios constitucionais da tributação e sua classificação
a) Princípios Gerais: - são expressos ou decorrentes.
São expressos:
a.1 – princípio da reserva de lei ou da legalidade estrita, segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir ou aumentar tributos sem que a lei o estabeleça (art. 150, I), mas a Constituição admite a alteração, por decreto, das alíquotas dos impostos sobre importação, exportação, produtos industrializados e operações financeiras, atendidas as condições e limites estabelecidos em lei (art. 153, § 1º), o que vale dizer, ainda, respeito ao princípio da legalidade genérica;
a.2 – princípio da igualdade tributária, estabelecido no art. 150, II, veda às referidas entidades tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. 
a.3 – princípio da personalizaçãp dos impostos e da capacidade contributiva, segundo o qual o ônus tributário deve ser distribuído na medida da capacidade econômica dos contribuintes, implica: (a) uma base impositiva que seja capaz de medir a capacidade para suportar o encargo; (b) alíquotas que igualem verdadeiramente esses ônus. 
a.4 – princípio da prévia definição legal do fato gerador ou princípio da irretroatividade tributária, de acordo com o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150, III, a); isso, combinado com o princípio da anualidade comentado em seguida, significa que o tributo ou seus aumentos somente incidem sobre fatos geradores que ocorrerem no exercício financeiro seguinte ao de sua instituição ou majoração;
a.5 – princípio da anualidade do lançamento do tributo, segundo o qual o lançamento dos tributos está vinculado a cada exercício financeiro (1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano). 
a.6 – princípio da proporcionalidade razoável, regra que veda utilizar tributo com efeito de confisco. Isso, na verdade, significa que o tributo não deve subtrair mais do que uma parte razoável do patrimônio ou da renda do contribuinte. 
a.7 – princípio da ilimitabilidade do tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público (art. 150, V).
São princípios gerais decorrentes:
a.8 – princípio da universalidade, decorrente da norma do art. 19, III, significa que todo aquele que praticar o fato gerador da obrigação tributária deverá pagar o tributo respectivo, salvo casos expressos de isenção fiscal outorgada em lei.
a.9 – princípio da destinação pública dos tributos ou princípio implícito, só o Estado tributa, não há tributo privado.
b) Princípios especiais, constituem-se das vedações constantes dos arts. 151 e 152, que assim se discriminam:
b.1 – princípio da uniformidade tributária,

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