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1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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1ª FASE OAB | 43° EXAME 
Processo do Trabalho 
Prof.ª Cleize Kohls 
 
 
 
Sumário 
 
1. Teoria Geral do Processo do Trabalho .................................................................................... 4 
2. Organização e Competência da Justiça do Trabalho .............................................................. 8 
3. Partes e Procuradores ........................................................................................................... 13 
4. Atos, Termos, Prazos e Vícios dos Atos Processuais............................................................ 17 
5. Procedimentos Trabalhistas ................................................................................................... 20 
6. Petição Inicial e Resposta do Réu ......................................................................................... 22 
7. Audiência ............................................................................................................................... 28 
8. Provas .................................................................................................................................... 30 
9. Razões Finais, Sentença e Coisa Julgada ............................................................................. 35 
10. Dissídio Coletivo .................................................................................................................. 37 
11. Sistema Recursal Trabalhista .............................................................................................. 40 
12. Execução Trabalhista ........................................................................................................... 52 
13. Ações Especiais ................................................................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em janeiro de 2025. 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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1. Teoria Geral do Processo do Trabalho 
Prof.ª Cleize Kohls 
@prof.cleizekohls 
1.1. Fontes 
São fontes do Direito Processual do Trabalho: 
a) Lei: Constituição Federal, leis processuais trabalhistas e Código de Processo Civil 
e leis processuais civis; 
b) Regimentos Internos dos Tribunais; 
c) Costume; 
d) Princípios; 
e) Jurisprudência; 
f) Equidade; 
g) Doutrina. 
 
Art. 8° da CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de dispo-
sições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, 
por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do 
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre 
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse pú-
blico. 
 
O § 2º refere que súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal 
Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos 
legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. E o § 3º, estabelece 
que no exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho ana-
lisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado 
o disposto no art. 104 do Código Civil, e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mí-
nima na autonomia da vontade coletiva. 
 
1.2. Aplicabilidade do Código de Processo Civil 
Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito proces-
sual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas processuais trabalhis-
tas (art. 769 da CLT). 
 
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Art. 1º da Instrução Normativa TST n° 39/2016. Aplica-se o Código de Processo Civil, 
subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que 
haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na 
forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015. 
§ 1º Observar-se-á, em todo caso, o princípio da irrecorribilidade em separado das deci-
sões interlocutórias, de conformidade com o art. 893, § 1º da CLT e Súmula nº 214 do 
TST. 
§ 2° O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive 
agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da 
CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A). 
 
Algumas diferenças entre a CLT e o CPC: 
 
CLT 
Prazos para 
recursos: 8 
dias 
Agravo de ins-
trumento: des-
tranca recursos 
Contestação: 
audiência 
Honorários de 
sucumbência: 
5%-15% 
Depósito pré-
vio da ação 
rescisória: 
20% 
Embargos à 
execução: ga-
rantia do juízo 
CPC 
Prazos para 
recursos: 15 
dias 
Agravo de ins-
trumento: deci-
são interlocutó-
ria 
Contestação 
após a audiên-
cia: 15 dias 
Honorários de 
sucumbência: 
10%-20% 
Depósito pré-
vio da ação 
rescisória: 5% 
Embargos à 
execução: não 
precisa de ga-
rantia do juízo 
 
1.3. Princípios 
Oralidade: prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe outro 
princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com as 
provas. Localiza-se na CLT, arts. 840, § 2°, 846, 848 e 850. 
Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas: impõe pesados encargos 
ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT 
manda pagar em cinquenta por cento as verbas salariais incontroversas. 
 
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-
tante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do 
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de 
pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. 
 
Lembre-se! Não é qualquer verba que se pode sofrer o acréscimo; apenas as de natureza 
jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. 
Irrecorribilidade das interlocutórias: visa impedir, tanto quanto possível, interrupções 
da marcha processual, motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A 
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matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da 
celeridade processual. Localiza-se na CLT, arts. 799, § 2°, e 893, § 1°. 
 
Art. 799. (...) 
§ 2° Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, 
se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las 
novamente no recurso que couber da decisão final. 
Art. 893. (...) 
§ 1° Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da 
decisão definitiva. (...) 
 
Celeridade: significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes, auxili-
ares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue rapidamente ao 
deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de 
justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. Localiza-se na CLT, arts. 765, 768 
(nos casos de falência) e 843 a 852. 
Protecionismo temperado: para alguns, trata-se, na verdade, do princípio da igualdade 
substancial. No processo do trabalho, encontramos situações em que o legislador estabeleceu 
especial proteção ao trabalhador, como nosimples fato de estar litigando ou 
de ter litigado contra o mesmo empregador. 
 
8.6. Perícia 
Segundo o art. 790-B da CLT, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais 
é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia. Fique atento, pois o artigo original-
mente trazia que mesmo com JG o sucumbente teria que pagar os honorários com eventuais 
créditos daquele processo ou mesmo em outro, mas isso foi declarado inconstitucional. Logo, 
hoje, se o sucumbente tiver JG, a União ficará responsável. Ao fixar o valor dos honorários peri-
ciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça 
do Trabalho (§ 1º). 
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O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais (§ 2°). 
O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias (§ 3°). 
Nesse caso, caberá mandado de segurança: 
 
OJ nº 98 da SDI-2: É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários 
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado 
de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito. 
 
Lembre-se! 
 
Súm. n° 457 do TST: A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito 
quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária 
gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1°, 2° e 5° da Resolução n° 66/2010 
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT. 
 
Não confunda a responsabilidade pelos honorários periciais com a responsabilidade pelos 
honorários do assistente técnico, pois, de acordo com a Súm. no 341 do TST, a indicação do 
perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários, ainda 
que vencedora no objeto da perícia. 
Por fim, observe que: 
 
Art. 195 da CLT. (...) 
§ 2° Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por 
Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma 
deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do 
Trabalho. 
 
OJ n° 165 da SDI-1: O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o 
engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosi-
dade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado. 
 
 
 
 
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9. Razões Finais, Sentença e Coisa Julgada 
9.1. Alegações finais 
Conforme o art. 850 da CLT, terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões fi-
nais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou 
presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a deci-
são. 
 
9.2. Acordo 
O art. 764 da CLT dispõe que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à aprecia-
ção da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
Para isso, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e 
persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos (§ 1°). 
Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, pro-
ferindo decisão (§ 2°). 
E é lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois 
de encerrado o juízo conciliatório (§ 3°). 
Também, segundo o art. 831 da CLT, a decisão será proferida depois de rejeitada pelas 
partes a proposta de conciliação, sendo que no caso de conciliação, o termo que for lavrado 
valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe 
forem devidas. 
Assim, havendo acordo, este será lavrado como decisão irrecorrível, só podendo ser ata-
cado por ação rescisória, conforme dispõe a Súm. n° 259 do TST. 
 
9.3. Sentença 
O art. 832 da CLT determina que da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo 
do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva 
conclusão. 
Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condi-
ções para o seu cumprimento (§ 1°). 
A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida (§ 2º). 
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As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das 
parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabi-
lidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso (§ 3º). 
Conforme o art. 833 da CLT, existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, 
de datilografia ou de cálculo, poderão eles, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a 
requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho. 
Também, salvo nos casos previstos na CLT, a publicação das decisões e sua notificação 
aos litigantes, ou a seus patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências em que 
forem proferidas (art. 834). 
 
9.4. Coisa julgada 
O art. 5º, inciso XXXVI, da CF/1988 dispõe que a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Coisa julgada formal: tanto as sentenças terminativas quanto as definitivas atingem o 
estado de coisa julgada formal, quando há como consequência a preclusão recursal. 
Coisa julgada material: resulta da sentença que julga total ou parcialmente a lide. 
Abrange a coisa julgada formal. 
No Código de Processo Civil, encontramos que: 
 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indis-
cutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. 
 
9.5. Reparação por dano material 
De acordo com o art. 793-A da CLT, responde por perdas e danos aquele que litigar de 
má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. E, nos termos do art. 793-B, considera-se 
litigante de má-fé aquele que: 
 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II – alterar a verdade dos fatos; 
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI – provocar incidente manifestamente infundado; VII – interpuser recurso com intuito 
manifestamente protelatório. 
 
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De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que 
deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, para indenizar a parte 
contrária pelos prejuízos que sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as 
despesas que efetuou (art. 793-C). 
Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na propor-
ção de seu respectivo interesse na causa ou, solidariamente, aqueles que se coligaram para 
lesar a parte contrária (§ 1°). 
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (§ 2°). 
O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, li-
quidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos (§ 3°). 
Por fim, conforme o art. 793-D, aplica-se a multa à testemunha que intencionalmente al-
terar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. E a execução da 
multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. 
10. Dissídio Coletivo 
É o conflito resultante da infrutífera negociação havida entre os sindicatos patronais e os 
dos trabalhadores. 
É interposto no Tribunal Regional do Trabalho se a discussão for de âmbito regional ou 
estadual e no Tribunal Superior do Trabalho se a discussão for de âmbito nacional. 
São requisitos para a interposição dos dissídios coletivos:1) Frustação da negociação coletiva: não chegando as partes a um consenso 
quanto ao conteúdo de eventual acordo ou convenção coletiva de coletiva de tra-
balho; 
2) Comum acordo entre as partes: dispõe o art. 114, § 2º, da CF/1988 que, “recu-
sando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado 
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, 
podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições míni-
mas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente”. 
 
Art. 114 da CF. (...) 
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§ 1° Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2° Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado 
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo 
a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de pro-
teção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
§ 3° Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, 
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
RITST 
Art. 241. Os dissídios coletivos podem ser: 
I – de natureza econômica, para a instituição de normas e condições de trabalho; 
II – de natureza jurídica, para interpretação de cláusulas de sentenças normativas, de ins-
trumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais 
particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos; 
III – originários, quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de traba-
lho, decretadas em sentença normativa; 
IV – de revisão, quando destinados a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho 
preexistentes que se tornarem injustas ou ineficazes pela modificação das circunstâncias 
que as ditaram; 
V – de declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve. 
 
Na CLT, a instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do 
Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requeri-
mento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho 
(art. 856). 
A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa 
das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer sus-
pensão do trabalho. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ou 
profissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta 
destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação (art. 857). 
A representação será apresentada em tantas vias quantos forem os reclamados e deverá 
conter: designação e qualificação dos reclamantes e dos reclamados e a natureza do estabele-
cimento ou do serviço, os motivos do dissídio e as bases da conciliação (art. 858). 
A representação dos sindicatos para instauração da instância fica subordinada à aprova-
ção de assembleia, da qual participem os associados interessados na solução do dissídio cole-
tivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3, ou, em segunda convocação, por 2/3 dos pre-
sentes (art. 859). 
Recebida e protocolada a representação, e estando na devida forma, o Presidente do 
Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias, determinando 
a notificação dos dissidentes. Quando a instância for instaurada ex officio, a audiência deverá 
ser realizada dentro do prazo mais breve possível, após o reconhecimento do dissídio (art. 860). 
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É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por qual-
quer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre 
responsável (art. 861). 
Na audiência designada, comparecendo ambas as partes ou seus representantes, o Pre-
sidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre as bases da conciliação. Caso não 
sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe 
pareça capaz de resolver o dissídio (art. 862). 
Havendo acordo, o Presidente o submeterá à homologação do Tribunal na primeira ses-
são (art. 863). 
Não havendo acordo, ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, o presidente 
submeterá o processo a julgamento, depois de realizadas as diligências que entender necessá-
rias e ouvida a Procuradoria (art. 864). 
Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal, poderá o presidente, se julgar conve-
niente, delegar à autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse caso, 
não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao Tribunal, fazendo 
exposição circunstanciada dos fatos e indicando a solução que lhe parecer conveniente (art. 
866). 
As partes serão notificadas da decisão do Tribunal, ou seus representantes, em registro 
postal, com franquia, fazendo-se a sua publicação no jornal oficial, para ciência dos demais in-
teressados. A sentença normativa vigorará: a partir da data de sua publicação, quando ajuizado 
o dissídio após o prazo do art. 616, § 3°, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença 
normativa em vigor, da data do ajuizamento; a partir do dia imediato ao termo final de vigência 
do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, 
§ 3º (art. 867). 
Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual 
figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal com-
petente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, 
aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes. O Tribunal 
fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo de sua vigência, o 
qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos (art. 868). 
A decisão sobre novas condições de trabalho poderá também ser estendida a todos os 
empregados da mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do Tribunal: a) por 
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solicitação de um ou mais empregadores, ou de qualquer sindicato destes; b) por solicitação de 
um ou mais sindicatos de empregados; c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão; 
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho (art. 869). 
Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento 
(art. 872). 
Decorrido mais de 1 (um) ano de sua vigência, caberá revisão das decisões que fixarem 
condições de trabalho, quando houver modificação das circunstâncias que as ditaram, de modo 
que tais condições tenham se tornado injustas ou inaplicáveis (art. 873). 
11. Sistema Recursal Trabalhista 
11.1. Introdução aos recursos 
Cabem os seguintes recursos no processo do trabalho: 
• Recurso Ordinário; 
• Embargos de Declaração; 
• Recurso de Revista; 
• Embargos ao TST; 
• Agravo de Petição (fase de execução); 
• Agravo de Instrumento; 
• Agravo Regimental; 
• Pedido de Revisão; 
• Recurso Extraordinário; 
• Contrarrazões; 
• Recuso adesivo. 
 
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: apenas em recurso definitivo (art. 893, § 
1º, da CLT), ou da decisão de incompetência em razão da matéria (art. 799, § 2º, da CLT); da 
decisão do TRT que contrarie súmula ou OJ do TST; das decisões suscetíveis de recurso para 
o próprio tribunal; da decisão que acolhe exceção de incompetência territorial com remessa a 
TRT diverso. 
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Conforme o art. 893, § 1º, da CLT, os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio 
Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento dasdecisões interlocutórias so-
mente em recursos da decisão definitiva. 
E a Súm. nº 214 do TST diz que na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da 
CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária a Súmula ou Orientação Jurisprudencial 
do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para 
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado (art. 799, 
§ 2º, da CLT). 
 
11.2. Efeito 
Os recursos têm efeito devolutivo, conforme estabelece o art. 899 da CLT. 
Respira, não pira... olha o artigo! 
 
Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente de-
volutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a 
penhora. 
 
Mas existem exceções, como a prevista no art. 14 da Lei nº 10.192/2001, no caso de 
decisão normativa, na medida e extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
Súm. nº 414, I, do TST: A tutela provisória concedida na sentença não comporta impug-
nação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. 
É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento 
dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, 
por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. 
 
Profundidade: qualidade das matérias que são submetidas à apreciação (vários funda-
mentos na RT ou contestação e o juiz acolhe só um, silenciando os demais). O RO devolve todos 
os fundamentos (art. 1.013, § 2º, do CPC). 
 
Súm. nº 393 do TST: I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, 
que se extrai do § 1o do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, do CPC de 1973), 
transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não 
examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que 
relativos ao capítulo impugnado. II – Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao 
julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 
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3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no 
exame de um dos pedidos. 
 
11.3. Pressupostos de admissibilidade 
Pressupostos de admissibilidade: requisitos para que o recurso seja conhecido. 
 
11.3.1. Intrínsecos (ligados às partes) 
• Legitimidade da parte: pessoa natural ou jurídica que tenha participado, como 
parte, do processo em primeiro grau de jurisdição, ainda que revel; 
• Capacidade da parte: é preciso que o recorrente, no momento de interposição do 
recurso, esteja plenamente capaz; 
• Interesse da parte: necessidade e utilidade. 
 
11.3.2. Extrínsecos (ligados ao recurso) 
• Recorribilidade e adequação: a decisão atacada é passível de recurso e o recurso 
é o adequado; 
• Tempestividade: regra de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/1970), salvo Embargos 
de Declaração. A Fazenda Pública e o Ministério Público possuem prazo em dobro 
para recorrer e em quádruplo para contestar; 
• Preparo (depósito recursal + custas); 
• Regularidade de representação. 
 
Sobre o depósito recursal, é necessário observar o art. 899 da CLT. 
Conforme o § 4º do citado artigo, o depósito recursal será feito em conta vinculada ao 
juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. 
Já o § 7° refere que, no ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal 
corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. E, con-
forme o § 8º, quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista 
que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do 
Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obri-
gatoriedade de se efetuar o depósito. 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
43 
Art. 899 da CLT. (...) 
§ 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins 
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas 
e empresas de pequeno porte. 
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades 
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. 
§ 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia 
judicial. 
 
Ademais, conforme o TST: 
 
Súm. nº 86 do TST: Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de paga-
mento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se 
aplica à empresa em liquidação extrajudicial. 
Súm. nº 99 do TST: Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal 
só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, 
devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente, 
sob pena de deserção. 
Súm. n° 128 do TST: I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, 
integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. 
Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer 
recurso. II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer 
de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, ele-
vação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III – Havendo 
condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por 
uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não 
pleiteia sua exclusão da lide. 
Súm. nº 161 do TST: Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o 
depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT. 
Súm. nº 245 do TST: O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo 
ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. 
 
OJ nº 140 da SDI-1: Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do 
depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) 
dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e 
comprovar o valor devido. 
 
IN TST nº 3/1993: (...) 
IX – é exigido depósito recursal para o recurso adesivo, observados os mesmos critérios 
e procedimentos do recurso principal previsto nesta Instrução Normativa. 
X – Não é exigido depósito recursal, em qualquer fase do processo ou grau de jurisdição, 
dos entes de direito público externo e das pessoas de direito público contempladas no 
Decreto-Lei nº 779, de 21.8.69, bem assim da massa falida e da herança jacente. 
 
Sobre a regularidade de representação, lembrar que: 
 
Súm. nº 383 do TST: I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração 
juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter 
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente 
de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do re-
curso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, consi-
dera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. II – Verificada a irregulari-
dade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento 
já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso de-
signará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará 
o desentranhamentodas contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 
2º, do CPC de 2015). 
 
11.4. Recurso Ordinário 
O recurso ordinário é o recurso que cabe da sentença, equivalendo à apelação do pro-
cesso civil. Mas, ele também tem uma segunda hipótese de cabimento: das decisões do TRT em 
ações de competência originária, tais como a AR, MS e DC. 
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Art. 895 da CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; 
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de 
sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer 
nos dissídios coletivos. 
 
Conforme o § 1º do art. 895, nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, 
o recurso ordinário: 
 
II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator 
liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo 
imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; 
III – terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julga-
mento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; 
IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação 
suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se 
a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, regis-
trando tal circunstância, servirá de acórdão. 
 
E, conforme o § 2º, os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar 
Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas 
nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 
Ademais, conforme entendimento consolidado do TST: 
 
Súm. nº 158 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, 
é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização 
judiciária trabalhista. 
Súm. n° 201 do TST: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de se-
gurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contra-
riedade. 
 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
45 
11.5. Recurso de Revista 
O recurso de revista é o recurso que cabe das decisões TRTs em recurso ordinário e 
agravo de petição. 
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Art. 896 da CLT. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho 
das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribu-
nais Regionais do Trabalho, quando: 
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado 
outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios 
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência 
uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; 
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo 
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em 
área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente, na forma da alínea a; 
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à 
Constituição Federal. 
 
O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presi-
dente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou 
denegá-lo (§ 1º). 
Conforme o § 1º-A, sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: 
 
I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da con-
trovérsia objeto do recurso de revista; 
II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula 
ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão 
regional; 
III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos 
da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, 
da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade 
aponte; 
IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado 
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi 
pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o 
trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e veri-
ficação, de plano, da ocorrência da omissão. 
 
Atenção! Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas 
Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, 
não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Cons-
tituição Federal (§ 2º). 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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46 
A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando 
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal 
Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (§ 
7º). 
Quando o recurso se fundar em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de 
produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório 
de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido pu-
blicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com 
indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifi-
quem ou assemelhem os casos confrontados (§ 8°). 
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de 
revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho 
ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Fede-
ral (§ 9°). 
Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por 
ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução 
que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei n° 
12.440/2011 (§ 10). 
Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal 
Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito (§ 11). 
Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias (§ 12). 
O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, 
nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência 
de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade (§ 14). 
 
11.5.1. Transcendência 
A transcendência é um requisito para a admissibilidade de recurso de revistas, consistindo 
basicamente em ter a causa uma relevância social, para além dos interesses apenas das partes. 
 
Art. 896-A da CLT. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará 
previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natu-
reza econômica, política, social ou jurídica. 
§ 1° São indicadores de transcendência, entre outros: 
I – econômica, o elevado valor da causa; 
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
47 
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; 
III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente 
assegurado; 
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislaçãotraba-
lhista. 
 
Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não 
demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado (§ 2º). 
Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente po-
derá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em 
sessão (§ 3°). 
Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão 
com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal (§ 4°). 
É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso 
de revista, considerar ausente a transcendência da matéria (§ 5°). 
O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais 
Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, 
não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas (§ 6°). 
E, conforme entendimento do TST: 
 
Súm. nº 126 do TST: Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, b, 
da CLT) para reexame de fatos e provas. 
Súm. nº 184 do TST: Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios 
para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos. 
Súm. nº 218 do TST: É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prola-
tado em agravo de instrumento. 
Súm. nº 221 do TST: A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pres-
suposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. 
Súm. nº 266 do TST: A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão pro-
ferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na exe-
cução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de vio-
lência direta à Constituição Federal. 
Súm. n° 296 do TST: I – A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do 
prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existên-
cia de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos 
os fatos que as ensejaram. II – Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, 
examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo 
revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. 
Súm. n° 297 do TST: I – Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão 
impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II – Incumbe à parte inte-
ressada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos 
declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III – 
Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual 
se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. 
Súm. n° 333 do TST: Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, 
notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
Súm. n° 442 do TST: Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a 
dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do 
Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste 
Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, 
§ 6°, da CLT. 
 
11.6. Embargos de Declaração 
Os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, obscuridade, contradição 
ou manifesto equívoco nos pressupostos de admissibilidade. Buscam, pois sanar um vício e não 
a reforma da decisão. 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 897-A da CLT. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo 
de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subse-
quente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão 
nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pres-
supostos extrínsecos do recurso. 
 
Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes (§ 1º). 
Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, 
por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou au-
sente a sua assinatura (§ 3°). 
Objeto (fundamentação vinculada): 
• Omissão: a omissão pode ser de ponto, questão ou matéria sobre os quais devia o 
juiz ou tribunal se pronunciar; 
• Obscuridade: se a sentença ou acordão não for claro, impedindo ou dificultando a 
correta compreensão do julgado; 
• Contradição (interna à decisão): a contradição pode ocorrer entre o relatório e a 
fundamentação, ou entre a fundamentação e o dispositivo, ou qualquer das partes 
da sentença; 
• Manifesto equívoco quanto ao exame dos pressupostos extrínsecos dos recursos. 
 
Art. 897-A da CLT. (...) 
§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em 
virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, 
no prazo de 5 dias. 
 
OJ n° 142 da SDI-1: É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à 
parte contrária. 
 
11.7. Agravo de Instrumento 
O agravo de instrumento é o recurso que cabe diante de decisão denegatória de recurso. 
Ou seja, quando o juízo a quo não remete o recurso para o juízo ad quem. 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 897 da CLT. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (...) 
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. 
 
O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição 
não suspende a execução da sentença (§ 2º). 
O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso 
cuja interposição foi denegada (§ 4º). 
Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do 
agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instru-
indo a petição de interposição: obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão 
da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agra-
vado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao 
recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito 
recursal a que se refere o § 7º do art. 899 da CLT; facultativamente, com outras peças que o 
agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida (§ 5°). 
O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instru-
indo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos (§ 6º). 
Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, obser-
vando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso (§ 7°). 
O agravo de instrumento cabe em recurso ordinário, recurso de revista, recurso extraordi-
nário, recurso adesivo e agravo de petição. Não cabe em Embargos ao TST, pois, nesse caso, 
caberia agravo regimental. 
O depósito recursal será de 50% do valor do recurso que se pretende destrancar 
(no ato de interposição – art. 899, § 7°). Não será necessário, no entanto, em recurso de revista 
quando contrariar jurisprudência uniforme do TST, consubstanciada nas súmulas ou OJs. 
 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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11.8. Embargos ao TST 
Este recurso é utilizado quando já há uma decisão do TST, podendo ser subdividido em 
embargos de divergência – nos dissídios individuaise Embargos Infringentes – nos dissídios 
coletivos. 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 894 da CLT. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) 
dias: 
I – de decisão não unânime de julgamento que: 
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a com-
petência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças 
normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e 
b) (VETADA) 
II – das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela 
Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do 
Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. 
 
Infringentes: são dirigidos ao Presidente do TST, devendo ser requerido o encaminha-
mento das razões à Seção Especializada em Dissídios Coletivos. 
Embargos de divergência: interpostos perante o Presidente da Turma do TST que julgou 
o recurso, e encaminhamento das razões à Subseção 1 da Seção Especializada em Dissídios 
Individuais do TST. 
Cabimento: reexame pela SDI da decisão proferida pelo TST, quando se tratar de matéria 
exclusivamente de direito e a decisão da Turma do TST: 
• Contrariar acordão de outra Turma do TST; 
• Contrariar acordão da SDI; 
• Contrariar súmula do TST; 
• Contrariar orientação jurisprudencial do TST; 
• Contrariar súmula vinculante. 
 
Sobre o tema, observe o entendimento do TST: 
 
Súm. n° 433 TST: A admissibilidade do recurso de embargos contra acórdão de Turma 
em Recurso de Revista em fase de execução, publicado na vigência da Lei nº 11.496, de 
26.06.2007, condiciona-se à demonstração de divergência jurisprudencial entre 
Turmas ou destas e a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal 
Superior do Trabalho em relação à interpretação de dispositivo constitucional. 
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Processo do Trabalho 
 
51 
11.9. Recurso Extraordinário 
A competência é do Superior Tribunal Federal. O recurso extraordinário é interposto das 
decisões proferidas pelo Tribunal Superior do Trabalho, desde que agridam a Constituição Fe-
deral, no prazo de 15 (quinze) dias. Previsão no art. 102, III, da CF/1988. 
Requisitos: 
• Esgotamento das vias recursais trabalhistas; 
• Prequestionamento da matéria constitucional; 
• Ofensa literal e direta à Constituição. 
 
11.10. Agravo de Petição 
O agravo de petição está previsto no art. 897, a, da CLT. Ele cabe, no prazo de 8 (oito) 
dias, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções. 
Atenção: das decisões na execução cabe agravo de petição (Ao, Ao). 
O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o 
final, nos próprios autos ou por carta de sentença (§ 1º). 
 
11.11. Agravo Interno 
 O agravo interno é o recurso cabível diante de decisão de relator e tem por finalidade levar 
a discussão da matéria para o colegiado. 
 
CPC 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo 
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno 
do tribunal. 
 
RITST 
Art. 265. Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das Turmas, 
do Vice-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos 
da legislação processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar 
prejudicada. 
 
 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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12. Execução Trabalhista 
12.1. Liquidação de sentença 
Atenção! Sobre a liquidação de sentença, você precisa ficar de olho no art. 879 da CLT, 
pois ele é muito cobrado em prova. 
Respira, não pira.... olha o artigo! 
 
Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquida-
ção, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. 
§ 1° Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir 
matéria pertinente à causa principal. 
§ 1°-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devi-
das. 
§ 1°-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de 
liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente. 
§ 2° Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
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53 
oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da 
discordância, sob pena de preclusão. 
§ 3° Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz 
procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena 
de preclusão. 
 
A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos 
na legislação previdenciária. O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamen-
tado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário 
de contribuição, na forma do art. 28 da Lei n° 8.212/1991, ocasionar perda de escala decorrente 
da atuação do órgão jurídico (§§ 4° e 5° do art. 879 da CLT). 
Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a ela-
boração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários, com ob-
servância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade (§ 6°). 
Ainda de acordo com o artigo citado, a atualização dos créditos decorrentes de condena-
ção judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, con-
forme a Lei n° 8.177/1991. Porém, o STF declarou inconstitucional essa correção – valendo o 
IPCA-E e a SELIC (STF – ADC n° 58/DF 0076586-62.2018.1.00.0000 – rel. Gilmar Mendes – 
Tribunal Pleno – j. 18-12-2020 – Data de publicação 7-4-2021). 
 
12.2. Regras gerais da execução 
Analogia – aplicação subsidiária. 
A execução trabalhista altera a ordem de aplicação subsidiária da normativa processual. 
Aplicação subsidiária das normas da Lei de Execuções Fiscais, restando o Código de 
Processo Civil em última posição. Assim, será observada a seguinte ordem: CLT, Lei nº 
6.830/1980 e CPC. 
Iniciativa: conforme o art. 878 da CLT, a execução será promovida pelas partes, permitida 
a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes 
não estiverem representadas por advogado. 
 
Título executivo 
Execução de títulos judiciais (art. 876 da CLT): 
1) Decisões passadas em julgado; 
2) Decisões das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; 
3) Acordos, quando não cumpridos (art. 831 da CLT); 
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54 
4) Créditos previdenciários decorrentes de sentença condenatória. 
 
Execução de títulos extrajudiciais (art. 876 da CLT): 
1) Termos de ajustamento de conduta firmados perante o Ministério Público do Tra-
balho; 
2) Termos celebrados na Comissão de Conciliação Prévia (CCP); 
3) Certidão da dívida ativa da União (multas da fiscalização). 
 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 876 da CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso 
com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de con-
duta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados 
perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executadas pela forma estabelecida 
neste Capítulo. 
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais pre-
vistas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e 
seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que 
proferir e dos acordos que homologar. 
 
Também são títulos executivos: 
• Cheque e nota promissória(art. 13 da IN TST n° 39/2016); 
• Multas (art. 114, VII, da CF/1988 e art. 784, IX, do CPC); 
• Sentença arbitral. 
 
Art. 784 do CPC. São títulos executivos extrajudiciais: (...) 
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (...) 
 
Competência 
A competência para processar a execução será do juízo em que tramitou o processo de 
conhecimento ou onde deveria ter tramitado, no caso de título extrajudicial. 
 
CLT 
Art. 877. É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal 
que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio. 
Art. 877-A. É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria 
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria. 
 
Citação do executado 
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Processo do Trabalho 
 
55 
Cita-se o executado para que pague em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, 
sob pena de penhora. 
 
Art. 880 da CLT. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir 
mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, 
pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em 
dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (qua-
renta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora. 
 
O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo de acordo não 
cumprido (§ 1°). 
A citação será feita pelos oficiais de diligência (§ 2°). 
Se o executado, procurado por duas vezes no decurso de 48 (quarenta e oito) horas, não 
for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado 
na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias (§ 3°). 
Conforme o art. 882 da CLT, o executado que não pagar a importância reclamada poderá 
garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das 
despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à pe-
nhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 do CPC. 
 
12.3. Embargos, Impugnação e exceção de pré-executividade 
Embargos à execução 
Os embargos à execução, ou embargos do executado, estão previstos no art. 884 da CLT. 
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Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias 
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. 
 
A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, 
quitação ou prescrição da dívida (§ 1°). 
Se, na defesa, tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tri-
bunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, 
a qual deverá se realizar dentro de 5 (cinco) dias (§ 2°). 
Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquida-
ção, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo (§ 3°). 
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Processo do Trabalho 
 
56 
Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresen-
tadas pelos credores trabalhista e previdenciário (§ 4°). 
Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados incons-
titucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatí-
veis com a Constituição Federal (§ 5°). 
A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou 
àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições (§ 6°). 
Fique atento ao prazo: 5 (cinco) dias contados da garantia ou penhora. O prazo co-
meça a fluir do depósito da importância da condenação ou assinatura do termo de penhora. 
Dispensa do cumprimento da garantia do juízo: Fazenda Pública (arts. 910 do CPC e 100 
da CF/1988). 
 
12.4. Embargos de terceiro 
Os embargos de terceiro, por sua vez, buscam defender terceiro no processo. 
No art. 674 do CPC temos que: quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou 
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com 
o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de 
terceiro. 
Considera-se terceiro para ajuizamento dos embargos, conforme o § 2º: 
 
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua mea-
ção, ressalvado o disposto no art. 843; 
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da 
alienação realizada em fraude à execução; 
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da perso-
nalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; 
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real 
de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios res-
pectivos. 
 
Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-
quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de 
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675). 
Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e 
autuados em apartado. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão 
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oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já 
devolvida a carta (art. 676). 
Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e 
da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. É facultada a prova da 
posse em audiência preliminar designada pelo juiz. O possuidor direto pode alegar, além da sua 
posse, o domínio alheio. A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído 
nos autos da ação principal. Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição apro-
veita, assim como o será seu adversário no processo principal, quando for sua a indicação do 
bem para a constrição judicial (art. 677). 
A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a 
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a 
manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. O juiz 
poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação 
de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossufici-
ente (art. 678). 
Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se se-
guirá o procedimento comum (art. 679). 
E, acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o 
reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou 
do direito ao embargante (art. 681). 
 
Desconsideração da personalidade jurídica 
Adota-se a teoria do Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 28, para a possibilidade 
de desconsideração. Sobre o procedimento: 
Respira, não pira... olha o artigo! 
 
Art. 855-A da CLT. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei n° 13.105, de 16 de março de 
2015 – Código de Processo Civil. 
§ 1° Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: 
I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1° do art. 893 desta 
Consolidação; 
II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do 
juízo; 
III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente 
no tribunal.§ 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da 
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Processo do Trabalho 
 
58 
tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de 
março de 2015 (Código de Processo Civil). 
 
Não esqueça que, conforme o CPC, art. 135, instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa 
jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
 
Exceção de Pré-executividade 
É uma construção doutrinária e jurisprudencial. Não tem necessidade de garantia do juízo 
e nem a produção de provas. 
É, pois, uma defesa do executado, mas sem necessidade de garantia do juízo, porém com 
alegações limitadas. 
Situações cabíveis 
• Ausência de citação no processo de conhecimento; 
• Incompetência da JT; 
• Litispendência, coisa julgada, perempção; 
• Prescrição intercorrente; 
• Excesso de execução, quitação, novação. 
 
Quanto à sua estrutura e modelo de peça, segue o mesmo de embragos à execução cim 
o cuidado de que não há necessidade de garantia do juízo e não há dilação probatória. 
 
12.5. Penhora e Expropriação 
Penhora 
De acordo com o art. 883 da CLT, não pagando o executado, nem garantindo a execução, 
seguir-se-á a penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da con-
denação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir 
da data em que for ajuizada a reclamação inicial. 
Para a penhora, observam-se as normas do Código de Processo Civil quanto à ordem e 
a impenhorabilidade de bens. 
Já conforme o art. 883-A da CLT, a decisão judicial transitada em julgado somente poderá 
ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito 
ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de 
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transcorrido o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar da citação do executado, se não 
houver garantia do juízo. 
Cuidado! Para a decisão judicial ser levada a protesto, precisa ter passado o prazo de 45 
(quarenta e cinco) dias sem garantia do juízo. 
Expropriação 
Conforme o art. 888, concluída a avaliação, dentro de 10 (dez) dias, contados da data da 
nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na 
sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de 20 (vinte) 
dias. 
A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo 
maior lance, tendo o exequente a preferência para a adjudicação (§ 1º). O arrematante deverá 
garantir o lance com o sinal correspondente a 20% do seu valor (§ 2°). 
Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens penhora-
dos, poderão estes ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente (§ 3º). 
Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da 
arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de 20%, voltando os bens executados 
à praça (§ 4º). 
 
12.6. Execução contra a massa falida, Fazenda Pública 
Execução contra massa falida 
Quando se tratar de execução contra a Massa Falida, deve-se observar as disposições 
da Lei 11.101/05. Destaca-se as seguintes regras: 
 
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judi-
cial implica: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) 
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta 
Lei; (Incluído pela Lei nº14.112, de 2020) (Vigência) 
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores 
particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação 
judicial ou à falência; (Incluído pela Lei nº14.112, de 2020) (Vigência) 
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apre-
ensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de deman-
das judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação ju-
dicial ou à falência. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) 
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modifi-
cação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, 
inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante 
a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro 
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Processo do Trabalho 
 
60 
geral de credores pelo valor determinado em sentença. 
§ 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá deter-
minar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, 
e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. 
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e 
III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do 
deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única 
vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação 
do lapso temporal. 
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano 
para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de aci-
dentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) 
salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; (Redação 
dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) 
meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por 
trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. 
 
Execução contra Fazenda Pública 
A execução em face da Fazenda Pública segue regras diferentes, pois seus pagamentos 
são feitos por precatórios e RPVs, conforme art. 100 da CF, não havendo necessidade de ga-
rantia do juízo para embargar. 
Ademais, o prazo para embargos será de 30 dias, conforme tema 137 do STF e art. -B da 
Lei 9494/97. 
 
Execução de contribuições previdenciárias 
A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a 
do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, 
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que ho-
mologar.(parágrafo único do art. 876 da CLT). 
13. Ações Especiais 
13.1. Inquérito judicial para apuração de falta grave 
Trata-se de ação judicial proposta pelo empregador em face do empregado, prevista nos 
arts. 853 a 855 da CLT. É ação constitutiva (negativa) necessária para apuração de falta grave 
que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável. 
Empregado estável + falta grave = inquérito. 
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Processo do Trabalho 
 
61 
Conforme o art. 494 da CLT, o empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso 
de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e verificada a pro-
cedência da acusação. A suspensão perdurará até a decisão final do processo. 
Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador 
obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da sus-
pensão (art. 495). 
Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incom-
patibilidaderesultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tri-
bunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida (art. 496). 
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CLT 
Art. 853. Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado 
garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou 
Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empre-
gado. 
Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
a) ato de improbidade; 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e 
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for 
prejudicial ao serviço; 
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido sus-
pensão da execução da pena; 
e) desídia no desempenho das respectivas funções; 
f) embriaguez habitual ou em serviço; 
g) violação de segredo da empresa; 
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i) abandono de emprego; 
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou 
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de 
outrem; 
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador 
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; 
l) prática constante de jogos de azar; 
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profis-
são, em decorrência de conduta dolosa do empregado. 
 
Súm. n° 379 do TST: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta 
grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, § 3°, 
da CLT. 
 
Efeitos da sentença: 
a) Se procedente o inquérito: a ação tem natureza constitutiva, autorizando a dispensa 
por justa causa. Se houver suspensão prévia do obreiro, a extinção do contrato é considerada a 
partir da data da interposição do inquérito. 
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Processo do Trabalho 
 
62 
b) Se improcedente o inquérito: inexistindo suspensão, o contrato permanece íntegro, 
como se nada tivesse ocorrido. Se houver suspensão, deverá o obreiro ser reintegrado, pagando-
se os salários do período e demais direitos trabalhistas, como já asseveramos anteriormente. Se 
desaconselhável a reintegração, a obrigação poderá ser convertida em indenização, nos termos 
do art. 496 da CLT. 
Lembre-se! Será permitido a cada parte trazer seis testemunhas para a audiência. 
 
13.2. Ação rescisória 
A ação rescisória cabe nas hipóteses previstas pelo art. 966 do CPC, pois o art. 836 da 
CLT direciona para o procedimento comum, apenas referindo que o depósito prévio será de 20%. 
Respira, não pira.... Olha o artigo! 
 
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, 
excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será 
admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) 
do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. 
 
Sobre as hipóteses de cabimento, utiliza-se o CPC: 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, 
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV – ofender a coisa julgada; 
V – violar manifestamente norma jurídica; 
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou 
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência 
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
Fique atento também ao que dispõe a Súm. nº 100 do TST, sobre o prazo decadencial: 
 
I – O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subse-
quente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. 
(...) V – O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma 
do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da 
sua homologação judicial. 
(...) IX – Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decaden-
cial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais 
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Processo do Trabalho 
 
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de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da 
CLT. (...) 
 
A Súm. nº 299 do TST, por sua vez, trata da prova do trânsito em julgado, referindo que: 
 
I – É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado 
da decisão rescindenda. II – Verificando o relator que a parte interessada não juntou à 
inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 15 (quinze) dias para que o faça (art. 
321 do CPC de 2015), sob pena de indeferimento. III – A comprovação do trânsito em 
julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajui-
zamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação 
rescisória não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não 
contempla a ação rescisória preventiva. IV – O pretenso vício de intimação, posterior à 
decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da 
coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento 
do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescin-
dida. 
 
Art. 975 do CPC. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, conta-
dos do trânsito em julgado da decisão. 
 
13.3. Acordo extrajudicial 
Empregado e empregador podem fazer um acordo extrajudicial e levar para homologação, 
mas, nesse caso, devem constituir advogado. 
O processo de jurisdição voluntária para homologação de acordo extrajudicial está pre-
visto na CLT: 
Respira, não pira... olha o artigo! 
 
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição 
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. 
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. 
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. 
 
Essa possibilidade de acordo não prejudica o prazo estabelecido no § 6° do art. 477 da 
CLT (dez dias do término do contrato) e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8° art. 477 
(160 BTN), ou seja, o prazo para pagamento das verbas rescisórias deve ser observado, sob 
pena de aplicação de multa. 
Ainda, conforme o art. 855-D da CLT, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da distribuição 
da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência, se entender necessário, e proferirá 
sentença. Da sentença que não homologar o acordo cabe Recurso Ordinário. 
Por fim, o art. 855-E da CLT refere que a petição de homologação de acordo extrajudicial 
suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. O prazo 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a 
homologação do acordo. 
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Processo do Trabalho 
 
65 
 
	1. Teoria Geral do Processo do Trabalho
	1.1. Fontes
	1.2. Aplicabilidadedo Código de Processo Civil
	1.3. Princípios
	2. Organização e Competência da Justiça do Trabalho
	2.1. Organização da Justiça do Trabalho e MPT
	2.2. Competência territorial
	2.3. Competência material da Justiça do Trabalho
	3. Partes e Procuradores
	3.1. Honorários de sucumbência
	3.2. Custas e justiça gratuita
	4. Atos, Termos, Prazos e Vícios dos Atos Processuais
	4.1. Atos e prazos processuais
	4.2. Nulidades
	5. Procedimentos Trabalhistas
	5.1. Procedimento sumaríssimo
	5.2. Procedimento sumário
	5.3. Procedimento ordinário
	5.4. Procedimentos especiais
	6. Petição Inicial e Resposta do Réu
	6.1. Reclamação trabalhista
	6.2. Distribuição
	6.3. Tramitação preferencial
	6.4. Reclamação plúrima
	6.5. Desistência
	6.6. Tutela provisória
	6.7. Defesa do réu
	6.7.1. Contestação
	6.7.2. Exceções
	6.7.2.1. Exceção de incompetência
	6.7.2.2. Exceção de suspeição
	7. Audiência
	8. Provas
	8.1. Ônus da prova
	8.2. Depoimento pessoal
	8.3. Prova documental
	8.4. Intérprete
	8.5. Testemunhas
	8.6. Perícia
	9. Razões Finais, Sentença e Coisa Julgada
	9.1. Alegações finais
	9.2. Acordo
	9.3. Sentença
	9.4. Coisa julgada
	9.5. Reparação por dano material
	10. Dissídio Coletivo
	11. Sistema Recursal Trabalhista
	11.1. Introdução aos recursos
	11.2. Efeito
	11.3. Pressupostos de admissibilidade
	11.3.1. Intrínsecos (ligados às partes)
	11.3.2. Extrínsecos (ligados ao recurso)
	11.4. Recurso Ordinário
	11.5. Recurso de Revista
	11.5.1. Transcendência
	11.6. Embargos de Declaração
	11.7. Agravo de Instrumento
	11.8. Embargos ao TST
	11.9. Recurso Extraordinário
	11.10. Agravo de Petição
	11.11. Agravo Interno
	12. Execução Trabalhista
	12.1. Liquidação de sentença
	12.2. Regras gerais da execução
	12.3. Embargos, Impugnação e exceção de pré-executividade
	12.4. Embargos de terceiro
	12.5. Penhora e Expropriação
	12.6. Execução contra a massa falida, Fazenda Pública
	13. Ações Especiais
	13.1. Inquérito judicial para apuração de falta grave
	13.2. Ação rescisória
	13.3. Acordo extrajudicialcaso de depósito recursal, na fixação da competência 
territorial, entre outros. 
Informalidade: o processo do trabalho é menos burocrático que o processo comum, bus-
cando uma linguagem mais acessível e atos mais simples, por exemplo, com a possibilidade de 
petição inicial e contestação verbal, comparecimento das testemunhas independentemente de 
intimação, entre outros. 
Conciliação: tradicionalmente, a Justiça do Trabalho é conhecida por ser uma justiça que 
busca a conciliação. E tal objetivo está estampado no art. 764 da CLT que refere que: “Os dissí-
dios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre su-
jeitos à conciliação”. 
Majoração dos poderes do juiz: em alguns artigos, a CLT autoriza o juiz a adotar medi-
das que entender necessárias, como no art. 765, que refere que: “Os Juízos e Tribunais do Tra-
balho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das cau-
sas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. E também se 
observa essa majoração na possibilidade de iniciar o incidente de desconsideração da persona-
lidade jurídica e a execução, de ofício, quando a parte não estiver representada por advogado. 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
7 
Função social do processo do trabalho: busca-se um processo célere, justo e confiável, 
sendo que o art. 8° da CLT destaca que: 
 
Art. 8° da CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de dispo-
sições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, 
por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do 
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre 
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse pú-
blico. 
 
Princípio da normatização coletiva: advém da possibilidade de a Justiça do Trabalho 
criar, dentro dos limites constitucionais, normas aplicáveis no âmbito das categorias profissionais 
e econômicas envolvidas no conflito coletivo. 
Princípio da impugnação específica: o réu/reclamado deve se manifestar precisamente 
sobre os fatos, caso contrário, há presunção de veracidade dos fatos não impugnados, exceto 
se não for admissível a confissão, se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento 
que a lei considerar substância do ato, ou estiver em contradição com a defesa considerada em 
seu conjunto. Está previsto no art. 341 do CPC. 
Princípio da eventualidade: as partes devem utilizar todas as matérias de defesa ou 
interesse no momento próprio. Está previsto no art. 336 da CPC. 
Princípio da preclusão: decorre da ideia lógica do processo, de que é formado por eta-
pas, e que há atos a serem desenvolvidos em cada momento. É estampado quando a CLT refere 
que a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão (art. 795), 
somente não se aplicando em caso de nulidade absoluta, já que pode ser conhecida a qualquer 
tempo e grau de jurisdição. A preclusão também está prevista no art. 879, §§ 2° e 3°, da CLT. 
Princípio da economia processual: busca evitar o dispêndio desnecessário de tempo e 
de dinheiro. Aproveitamento dos atos processuais. 
Princípio da busca da verdade real: esse princípio deriva do princípio do direito material 
do trabalho da primazia da realidade. O art. 765 da CLT refere que o juiz deve determinar as 
diligências necessárias ao escarmento das causas. 
Princípio da boa-fé processual: também chamado de princípio da probidade e da leal-
dade, trata do dever das partes de não agir com má-fé. Está estampado no art. 5° do CPC. 
Atenção! Com a reforma trabalhista, a CLT passou a tratar da responsabilidade por dano 
processual daquele que agir de má-fé. 
 
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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reclamado ou interveniente. 
 
Igualdade/isonomia: não só a formal, necessidade de adaptação. Exceções: custas dis-
pensadas aos necessitados e carentes; duplo grau de jurisdição obrigatório; pessoas jurídicas 
de direito público. 
Ainda, destacam-se outros importantes princípios: 
• Contraditório e ampla defesa; 
• Imparcialidade do juiz; 
• Devido processo legal; 
• Acesso à justiça. 
2. Organização e Competência da Justiça do Trabalho 
2.1. Organização da Justiça do Trabalho e MPT 
Órgãos que compõem a Justiça do Trabalho (art. 111 da CF/1988) 
a) Tribunal Superior do Trabalho (TST – Brasília); 
b) Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); 
c) Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho). 
 
Varas do Trabalho 
Conforme o art. 652 da CLT, compete às Varas do Trabalho: 
1) Conciliar e julgar: os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade 
de empregado; os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de 
rescisão do contrato individual de trabalho; os dissídios resultantes de contratos de empreitadas 
em que o empreiteiro seja operário ou artífice; os demais dissídios concernentes ao contrato 
individual de trabalho; as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o 
Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) decorrentes da relação de trabalho (alínea a). 
2) Processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave (alínea b). 
3) Julgar os embargos opostos às suas próprias decisões (alínea c). 
4) Impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência (alínea d). 
5) Decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da 
Justiça do Trabalho (alínea e). 
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Processo do Trabalho 
 
9 
E, nos termos do art. 653 da CLT, compete, ainda, às Varas: requisitar às autoridades 
competentes a realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua 
apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; realizar as di-
ligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou 
pelo Tribunal Superior do Trabalho; julgar as suspeições arguidas contra os seus membros; 
julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; expedir precatórias e cumprir 
as que lhes forem deprecadas; exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer 
outras atribuições que decorram da sua jurisdição (alíneas a, b, c, d, e e f). 
Ademais, nos termos do art. 659 da CLT, competem privativamente ao Juízes do Trabalho 
as seguintes atribuições: presidir às audiências (inciso I); executar as suas próprias deci-
sões, as proferidas pela Vara e aquelas cuja execução lhes for deprecada (inciso II); despachar 
os recursos interpostos pelas partes (inciso VI); conceder medida liminar, até decisão final do 
processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada 
pelos parágrafos do art. 469 da CLT (inciso IX); conceder medida liminar, até decisão final do 
processo, em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afas-
tado, suspenso ou dispensado pelo empregador (inciso X). 
TST: competência para julgar o Recurso de Revista, Embargos ao TST e Recurso Ordi-
nário (de ações de competência originárias do TRT). Além disso, julga ações de competência 
originárias, tais como: MS, AR, DC. 
Conforme art. 111-A da CF: 
 
O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre 
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela 
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: um quinto dentre advogados com mais de 
dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho 
com mais de dez anos de efetivo exercício, e os demais dentre juízes dos Tribunais Regi-
onais do Trabalho, oriundosda magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal 
Superior. 
 
TRT: competência para julgar o Recurso Ordinário e Agravo de Petição. Além disso, julga 
ações de competência originárias, tais como: MS, AR, DC. 
Na CLT, encontramos que: 
 
Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: 
I - ao Tribunal Pleno, especialmente: 
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos; 
b) processar e julgar originariamente: 
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Processo do Trabalho 
 
10 
1) as revisões de sentenças normativas; 
2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos; 
3) os mandados de segurança; 
4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e 
Julgamento; 
c) processar e julgar em última instância: 
1) os recursos das multas impostas pelas Turmas; 
2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes 
de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos; 
3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na juris-
dição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas; 
d) julgar em única ou última instâncias: 
1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços au-
xiliares e respectivos servidores; 
2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus 
membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários. 
II - às Turmas: 
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a; 
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de re-
cursos de sua alçada; 
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e 
julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impu-
serem. 
 
Ministério Público do Trabalho 
Conforme a Constituição, em seu art. 127, o Ministério Público é instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Para a área trabalhista, terá atuação o Ministério Público do Trabalho: 
 
Art. 128. O Ministério Público abrange: 
I - o Ministério Público da União, que compreende: 
a) o Ministério Público Federal; 
b) o Ministério Público do Trabalho; 
c) o Ministério Público Militar; 
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
II - os Ministérios Públicos dos Estados. 
 
Lembre-se que, conforme o art. 129, são funções institucionais do Ministério Público: 
 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública 
aos 
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua ga-
rantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público 
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção 
da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art895
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
11 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisi-
tando 
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar menci-
onada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados 
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua 
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades 
públicas. 
 
2.2. Competência territorial 
A competência territorial é disciplinada pelo art. 651 da CLT: 
 
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela lo-
calidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, 
ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
Logo, a regra é que a ação seja ajuizada no local da prestação dos serviços. 
Quando, porém, for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da 
Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subor-
dinado e, na falta, será competente a da localização em que o empregado tenha domicílio ou a 
localidade mais próxima. 
Ademais, a competência das Varas estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial 
no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dis-
pondo em contrário. 
Tratando-se de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do con-
trato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do 
contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
 
2.3. Competência material da Justiça do Trabalho 
A competência material da Justiça do Trabalho está estabelecida no art. 114 da CF/1988: 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público ex-
terno e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios; 
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalha-
dores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questio-
nado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
12 
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o dis-
posto no art. 102, I, o; 
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho; 
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pe-
los órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e 
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 
Além disso, temos que observar os posicionamentos consolidados do TST e STF sobre o 
tema. 
Súm. Vinc. nº 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar 
ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalha-
dores da iniciativa privada. 
Súm. nº 62 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa ano-
tação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada. 
Súm. nº 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança 
ajuizada por profissional liberal contra cliente. 
Súm. nº 189 do TST: A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, 
ou não, da greve. 
Súm. n° 300 do TST: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas 
por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de 
Integração Social (PIS). 
Súm. n° 368 do TST: I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhi-
mento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução 
das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que 
proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribui-
ção. (...) 
Súm. nº 389 do TST: I – Inscreve-sena competência material da Justiça do Trabalho a 
lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento 
das guias do seguro-desemprego. II – O não-fornecimento pelo empregador da guia ne-
cessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. 
Súm. n° 392 do TST: Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a 
Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano 
moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de 
trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou suces-
sores do trabalhador falecido. 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe à Justiça Comum julgar 
processos decorrentes de contrato de previdência complementar privada. A decisão ocorreu 
nos Recursos Extraordinários (REs) n° 586.453 e n° 583.050. A matéria teve repercussão geral 
reconhecida e, portanto, passa a valer para todos os processos semelhantes que tramitam nas 
diversas instâncias do Poder Judiciário. 
O Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.326, en-
tendeu que a competência é da Justiça comum para a autorização de trabalho de menor, pois 
o legislador, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), determinou que o juiz da Infância 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
13 
e da Juventude fosse a autoridade judiciária responsável pelos processos de tutela integral dos 
menores. 
 
Súm. n° 736 do STF: Compete à justiça do trabalho julgar as ações que tenham como 
causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e 
saúde dos trabalhadores. 
Tema 853 do STF: Competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar reclama-
ção trabalhista, fundada em contrato de trabalho regido pela CLT, na qual figura o Poder 
Público no polo passivo. 
Tema 1166 do STF: Competência para processar e julgar ação trabalhista contra o em-
pregador objetivando o pagamento de diferenças salariais e dos respectivos reflexos nas 
contribuições devidas à entidade previdenciária. 
 
Para não esquecer: 
 
 
 
 
3. Partes e Procuradores 
Jus postulandi: tem sua previsão no art. 791 da CLT e encontra seus limites na Súm. nº 
425 do TST. 
Art. 791 da CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente 
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
 
Respira, não pira... Olha a súmula! 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
14 
Súm. nº 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-
se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação 
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do 
Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Para não esquecer: 
 
 
 
Sobre as partes e procuradores, fique atento para: 
 
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a 
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
§ 3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, 
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado inte-
ressado, com anuência da parte representada. 
 
a) A reclamação do menor de 18 anos = representação: a reclamação trabalhista do menor 
de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da 
Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em 
juízo (art. 793 da CLT). 
b) Não aplicação do prazo em dobro para litisconsortes: inaplicável ao processo do traba-
lho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC, em razão de incompatibilidade com 
a celeridade que lhe é inerente (OJ nº 310 da SDI-1). 
 
Art. 611-A (...) 
§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho 
deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que 
tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. 
OJ nº 310 SDI-1. Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput 
e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade 
com a celeridade que lhe é inerente. 
 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
15 
c) Necessidade de procuração para interpor recurso: é inadmissível recurso firmado por 
advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato 
tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC), admite-se que o advogado, independentemente 
de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, 
prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz 
o ato praticado e não se conhece do recurso. Verificada a irregularidade de representação da 
parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator 
ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que 
seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a 
providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a 
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2°, do CPC e Súm. nº 383 do TST). 
 
3.1. Honorários de sucumbência 
O advogado da parte vencedora terá direito ao recebimento de honorários de sucumbên-
cia. Segundo o art. 791-A da CLT, ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos 
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%. 
Respira e não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de 
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% 
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito eco-
nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
 
Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em 
que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. 
Ao fixar os honorários, o juízo observará: 
a) O grau de zelo do profissional; 
b) O lugar de prestação do serviço; 
c) A natureza e a importância da causa; 
d) O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recí-
proca, vedada a compensação entre os honorários (§ 3º do art. 791-A da CLT). 
1ª Fase | 43° Exame da OAB 
Processo do Trabalho 
 
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Vencido o beneficiário da justiça gratuita – dizia o § 4º do art. 791-A –, desde que não 
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as 
obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e 
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da 
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência 
de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário. Porém, o STF declarou inconstitucional essa previsão (ADI nº 5766). 
E, finalmente, são devidos honorários de sucumbência na reconvenção. De modo que 
quem tem a gratuidade da justiça não pagará os honorários com eventuais créditos obtidos no 
processo. 
 
3.2. Custas e justiça gratuita 
O art. 790 da CLT estabelece os requisitos para a concessão do benefício da gratuidade 
da justiça. 
Respira e não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 790. (...) 
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de 
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, 
inclusive quanto atraslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou 
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do regime geral 
de previdência social. 
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de 
recursos para o pagamento das custas do processo. 
 
Ademais, conforme entendimento consolidado do TST, o benefício pode ser requerido a 
qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado 
no prazo alusivo ao recurso. Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase re-
cursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, do CPC 
e OJ nº 269 da SDI-1 do TST). 
Sobre as custas, a CLT estabelece que: 
 
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e pro-
cedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas 
perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao 
processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo 
de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: 
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; 
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17 
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente 
improcedente o pedido, sobre o valor da causa; 
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação consti-
tutiva, sobre o valor da causa; 
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. 
 
As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de 
recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. 
Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das 
custas processuais. 
Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das 
custas caberá, em partes iguais, aos litigantes. 
Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento 
das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. 
Atenção! O art. 790-A da CLT diz que são isentos do pagamento de custas, além dos 
beneficiários de justiça gratuita: 
 
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; 
II – o Ministério Público do Trabalho. 
 
 
4. Atos, Termos, Prazos e Vícios dos Atos Processuais 
 
4.1. Atos e prazos processuais 
Sobre os atos processuais, a CLT dispõe que eles serão públicos, salvo quando o contrá-
rio determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Mas a penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do 
juiz ou presidente (art. 770 da CLT). 
Os prazos são disciplinados pelo art. 774 e seguintes da CLT, mencionando que: 
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Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, con-
forme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, 
daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da 
Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo 
ou Tribunal. 
 
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Processo do Trabalho 
 
18 
Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de 
recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a 
devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
É muito importante saber que os prazos processuais são contados em dias úteis no 
processo do trabalho. 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 775 da CLT. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, 
com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
§ 1° Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes 
hipóteses: 
I – quando o juízo entender necessário; 
II – em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§ 2° Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos 
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efe-
tividade à tutela do direito. 
 
Ademais, fique atento aos entendimentos do TST: 
 
Súm. nº 1 do TST: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com 
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira ime-
diata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se 
seguir. 
Súm. nº 262 do TST: Prazo judicial: I – Intimada ou notificada a parte no sábado, o início 
do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. II – O recesso 
forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem 
os prazos recursais. 
Súm. n° 385 do TST: I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do 
recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 
1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local 
e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o 
prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 
2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade 
recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão 
de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da 
análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em 
agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, 
desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a compro-
vação da ausência de expediente forense. 
 
Os prazos processuais podem ser suspensos e interrompidos. Cuide para não confundir: 
• Suspensão: a contagem é paralisada e retoma de onde parou. Exemplo: férias fo-
renses; 
• Interrupção: a contagem é inutilizada e recomeça-se a contagem do início. Exemplo: 
embargos de declaração. 
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Também é importante lembrar do Decreto-lei nº 779/1969, que refere: 
 
Art. 1° Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito pú-
blico federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: 
II – o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, “in fine”, da Consolidação das Leis do Tra-
balho; 
III – o prazo em dobro para recurso; (...) 
 
4.2. Nulidades 
A nulidade absoluta é imposta quando determinado ato fere norma fundamentada no 
interesse público, de ordem pública absoluta. As partes não têm o poder de dispor em relação 
a um interesse público e, se assim o fizerem, restará configurada a nulidade absoluta, ou 
seja, mesmo estando as partes de acordo com o ato praticado, versando este sobre norma de 
interesse público, de ordem pública absoluta, estará presente tal nulidade. Esta nulidade com-
promete todo o processo. 
Já a nulidade relativa representa um vício sanável, posto que decorre da ofensa ao inte-
resse da parte, isto é, quando a norma desrespeitada tiver por base o interesse da parte e não o 
público. Assim, esta nulidade desaparecerá se a parte interessada sanar o vício que a determina. 
Na CLT encontramos que: 
Respira, não pira... Olha o artigo! 
 
Art. 794. Nos processossujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade 
quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 
 
Conforme o art. 795 da CLT, as nulidades não serão declaradas senão mediante provo-
cação das partes, as quais deverão argui-las na primeira vez em que tiverem de falar em audi-
ência ou nos autos. 
Deverá, entretanto, ser declarada de ofício a nulidade fundada em incompetência de foro. 
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. 
E o juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se 
faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua deci-
são. 
Ainda: 
 
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CLT 
Art. 796. A nulidade não será pronunciada: 
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; 
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa. 
Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se 
estende. 
Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou 
sejam consequência. 
 
E o TST já consolidou entendimento no sentido de que: 
 
Súm. nº 427 do TST: Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam 
realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome 
de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de 
prejuízo. 
5. Procedimentos Trabalhistas 
5.1. Procedimento sumaríssimo 
O procedimento sumaríssimo é o mais cobrado em prova. Encontra-se previsto na CLT a 
partir do art. 852-A. 
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Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário-
mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento 
sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é 
parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
 
Assim, não pode ser parte órgão da administração pública direta, autárquica ou fundaci-
onal (portanto, as empresas públicas e sociedades de economia mista podem figurar como 
parte). 
Ademais, conforme o art. 852-B, nas reclamações enquadradas no procedimento suma-
ríssimo: 
 
CLT 
Art. 852-B. (...) 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta indicação do nome e 
endereço do reclamado; 
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu 
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movi-
mento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
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21 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II, importará no ar-
quivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no 
curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente 
indicado, na ausência de comunicação. 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audi-
ência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para 
atuar simultaneamente com o titular. 
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem 
produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as 
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e 
dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens 
da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do 
litígio, em qualquer fase da audiência. 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as 
afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas 
pela prova testemunhal. 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam inter-
ferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas 
na sentença. 
 
Muita atenção! No procedimento sumaríssimo, quanto às provas, serão ouvidas até 2 
testemunhas para cada parte e elas comparecem na audiência independentemente de intima-
ção, sendo possível a sua intimação apenas com prova do convite. Além disso, é possível ter 
prova pericial, desde que seja essencial para a resolução do caso. 
Respira, não pira... olha o artigo! 
 
Art. 852-H da CLT. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, ainda que não requeridas previamente. 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediata-
mente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a 
critério do juiz. 
§ 2° As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiên-
cia de instrução e julgamento independentemente de intimação. 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, 
deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá deter-
minar sua imediata condução coercitiva. 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida 
prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear 
perito. 
§ 5º (VETADO) 
§ 6° As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco 
dias. 
§ 7° Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão 
no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da 
causa. 
 
 
Para não esquecer: 
 
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22 
 
5.2. Procedimento sumário 
O procedimento sumário é o procedimento adotado para as demandas de até dois salá-
rios-mínimos. Também conhecido como rito de alçada, é previsto na Lei n° 5.584/1970. Nesse 
procedimento, não há possibilidade de recurso, salvo se versar sobre matéria constitucional. 
 
5.3. Procedimento ordinário 
O procedimento ordinário é adotado para as demandas que ultrapassam 40 salários-mí-
nimos ou que por algum outro motivo não podem tramitar por outro procedimento. 
 
5.4. Procedimentos especiais 
Os procedimentos especiais são adotados para inquérito judicial, ação rescisória, man-
dado de segurança, ação de consignação em pagamento, ação de exigir contas, ação comina-
tória, ações possessórias, habilitação incidente, restauração de autos, habeas corpus, ações 
relativas às prestações de fazer ou não fazer, entre outros. 
6. Petição Inicial e Resposta do Réu 
6.1. Reclamação trabalhista 
Segundo o art. 840 CLT, a reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
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23 
Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das par-
tes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, deter-
minado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu represen-
tante (§ 1º). 
Atenção! Os pedidos que não atendam a esses requisitos serão julgados extintos, sem 
resolução do mérito (§ 3°). 
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo 
escrivão ou secretário (§ 2o). 
Conforme o TST – IN 41: para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor da 
causa será́ estimado, observando-se, no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código 
de Processo Civil. 
Lembre-se! Conforme o art. 731 CLT, aquele que, tendo apresentado ao distribuidor re-
clamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à 
Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo incorrerá na pena de perda, pelo prazode 6 (seis) 
meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
E nos termos do art. 732 CLT, na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante 
que, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. 
 
6.2. Distribuição 
O art. 841 da CLT dispõe que, recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secre-
tário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao 
reclamado, notificando-o ao mesmo tempo para comparecer à audiência do julgamento, que será 
a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
 
6.3. Tramitação preferencial 
Conforme art. 652, parágrafo único, da CLT, terão preferência para julgamento os dissí-
dios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo 
o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a 
reclamação também versar sobre outros assuntos. 
Além disso, conforme o CPC: 
 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimen-
tos judiciais: 
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24 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enu-
meradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988; 
II - regulados pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-
cente). 
III - em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei 
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). 
IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contrata-
ção a que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal. 
 
Lembre-se que a tramitação preferencial se dá em razão de alguma situação peculiar da 
pessoa (doença/idade/entre outros) ou em razão da matéria que se discute (algo que não pode 
esperar). 
 
6.4. Reclamação plúrima 
Prevista no art. 842 da CLT, a reclamação plúrima consiste numa modalidade de litiscon-
sórcio ativo. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acu-
muladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabeleci-
mento. 
 
6.5. Desistência 
Conforme o art. 841, § 3º, da CLT, oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, 
o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. 
 
6.6. Tutela provisória 
A tutela provisória pode fundar-se em urgência ou evidência (art. 294 do CPC). 
Conforme art. 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver elemen-
tos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
O art. 300 do CPC, ainda vai estabelecer em seus parágrafos que: 
 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução 
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder 
oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver pe-
rigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 
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25 
Já a tutela de evidência vem disciplinada no art. 311, que estabelece que ela será conce-
dida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da 
parte; 
II - As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
III - Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do con-
trato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, 
sob cominação de multa. 
IV - A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos 
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
A CLT também aborda sobre a possibilidade de liminar, no art. 659 – mencionando que 
cabe ao juiz do trabalho: 
 
IX – conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas 
que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 
desta Constituição. 
X – conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas 
que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspendo ou dispensado pelo 
empregador. 
 
 
6.7. Defesa do réu 
6.7.1. Contestação 
Prevista no art. 847 da CLT. 
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Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, 
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. Pa-
rágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial 
eletrônico até a audiência. 
 
Na contestação, podem ser arguidas as seguintes preliminares, como as do art. 337 do 
CPC: inexistência ou nulidade da citação (inciso I); incompetência absoluta (inciso II); inépcia da 
petição inicial (inciso IV); perempção (inciso V); litispendência (inciso VI); coisa julgada (inciso 
VII); conexão (inciso VIII); incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autoriza-
ção (inciso IX); convenção de arbitragem (inciso X), etc. 
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Processo do Trabalho 
 
26 
Também pode ser alegada a prejudicial de prescrição. Sobre ela, lembre-se de que a 
prescrição é contatada na forma disposta no art. 11 da CLT: 
 
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho. 
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para 
fins de prova junto à Previdência Social. 
§ 2° Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente 
de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o di-
reito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. 
§ 3° A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação tra-
balhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução 
do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. 
 
Ou seja, do término do contrato, a pessoa possui prazo de 2 (dois) anos para ajuizar a 
ação, e do ajuizamento pode buscar verbas retroativas até o limite de 5 (cinco) anos. 
Ademais: 
 
Súm. n° 308 do TST: I - Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a pres-
crição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, 
contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da 
data da extinção do contrato. II - A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição 
da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões 
já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. 
 
Reconvenção 
Conforme o art. 343 do CPC, aplicável ao processo do trabalho, na contestação, é lícito 
ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou 
com o fundamento da defesa. 
 
Art. 343. (...) 
§ 1° Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para 
apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2° A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu 
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quantoà reconvenção. 
§ 3° A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
§ 4° A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
§ 5° Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito 
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também 
na qualidade de substituto processual. 
§ 6° O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. 
 
6.7.2. Exceções 
Conforme o art. 799 da CLT, nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente 
podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. 
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Art. 799. (...) 
§ 1º As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. 
§ 2° Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, 
se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las 
novamente no recurso que couber da decisão final. 
 
6.7.2.1. Exceção de incompetência 
Diz o art. 800 da CLT que, apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de 
5 (cinco) dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência 
desta exceção, seguir-se-á o procedimento ali estabelecido, qual seja: 
a) Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência 
até que se decida a exceção (§ 1°); 
b) Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se 
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias (§ 
2°); 
c) Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, ga-
rantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta 
precatória, no juízo que este houver indicado como competente (§ 3°); 
d) Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, 
com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual 
perante o juízo competente (§ 4°). 
 
6.7.2.2. Exceção de suspeição 
Segundo o art. 801 da CLT, o juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, 
e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: ini-
mizade pessoal; amizade íntima; parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro 
grau civil; interesse particular na causa. 
 
Art. 801. (...) 
Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na 
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo 
motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante 
deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, 
aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se 
originou. 
 
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7. Audiência 
Nos termos do art. 813 da CLT, as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão 
públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal, em dias úteis previamente fixados, entre 
8h e 18h, não podendo ultrapassar cinco horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. 
Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, medi-
ante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e 
quatro) horas. 
Já, conforme art. 815 da CLT, se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou 
presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar 
do livro de registro das audiências. 
Se, até 30 (trinta) minutos após a hora marcada, a audiência, injustificadamente, não hou-
ver sido iniciada, as partes e os advogados poderão retirar-se, consignando seus nomes, de-
vendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. Nesse caso, a audiência deverá 
ser remarcada pelo juiz ou presidente para a data mais próxima possível, vedada a aplica-
ção de qualquer penalidade às partes. 
Atenção! Um tema muito cobrado em prova diz respeito ao comparecimento das partes 
na audiência. Sobre a possibilidade de representação e substituição delas, muita atenção ao 
artigo transcrito a seguir. 
 
Art. 843 da CLT. A audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o 
reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos 
casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados po-
derão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. 
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro 
preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. 
§ 2° Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for 
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro 
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. 
§ 3° O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte 
reclamada. 
 
Observe que, conforme o TST, IN 41, nos termos do art. 843, § 3º, e do art. 844, § 5º, da 
CLT, não se admite a cumulação das condições de advogado e preposto. 
Ademais, as consequências do não comparecimento são observadas no seguinte artigo: 
 
Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão 
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quanto à matéria de fato. 
§ 1° Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova 
audiência. 
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das 
custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da 
justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por 
motivo legalmente justificável. 
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova 
demanda. 
 
Já a revelia não produz o efeito se: 
 
Art. 844. (...) 
§ 4° (...) 
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indis-
pensável à prova do ato; 
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem 
em contradição com prova constante dos autos; 
§ 5° E, ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos 
a contestação e os documentos eventualmente apresentados. 
 
E conforme entendimento consolidado do TST: 
 
Súm. n° 9 do TST: A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada 
a ação em audiência, não importa arquivamento do processo. 
Súm. n° 74 do TST: CONFISSÃO. I – Aplica-se a confissão à parte que, expressamente 
intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual 
deveria depor. II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para con-
fronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015), não implicando cercea-
mento de defesa o indeferimento de provas posteriores. III – A vedação à produção de 
prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo 
magistrado, do poder/dever de conduzir o processo. 
Súm. nº 122 do TST: A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar de-
fesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida 
a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressa-
mente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da au-
diência. 
 
OJ n° 152 SDI-1: Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 
844 da CLT. 
 
 
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8. Provas 
 
Lembre-se!Conforme o art. 5°, inciso LV, da CF/1988, aos litigantes, em processo judicial 
ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, 
com os meios e recursos a eles inerentes. 
 
8.1. Ônus da prova 
Sobre o ônus da prova, fique atento ao que dispõe o art. 818 da CLT. 
 
Art. 818. O ônus da prova incumbe: 
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do reclamante. 
 
Conforme o artigo citado, nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste 
artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus 
da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá 
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído (§ 1°). 
A decisão deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, 
implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito 
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admitido. E a decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte 
seja impossível ou excessivamente difícil (§§ 2º e 3º). 
E o TST já consolidou entendimento no seguinte sentido: 
 
Súm. nº 212 do TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados 
a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continui-
dade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
Súm. n° 338 do TST: I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) [leia-se 
20] empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-
apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veraci-
dade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. II – A presun-
ção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, 
pode ser elidida por prova em contrário. III – Os cartões de ponto que demonstram horários 
de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da 
prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da 
inicial se dele não se desincumbir. 
Súm. n° 460 do TST: É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não sa-
tisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda 
fazer uso do benefício. 
Súm. n° 461 do TST: É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos 
depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do 
CPC de 2015). 
 
OJ n° 233 da SDI-1: A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou docu-
mental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique conven-
cido de que o procedimento questionado superou aquele período. 
 
8.2. Depoimento pessoal 
Conforme o art. 379 do CPC, preservado o direito de não produzir prova contra si, incumbe 
à parte comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado. 
Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio 
ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes (art. 848). Ademais, as 
partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu 
intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados (art. 820). 
Mas, conforme o Código de Processo Civil: 
 
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos: 
I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados; 
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; 
III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu 
companheiro ou de parente em grau sucessível; 
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. 
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família. 
 
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8.3. Prova documental 
Devem ser produzidas no primeiro momento em que a parte se manifesta no processo, 
sob pena de preclusão do direito de produzir essa prova, salvo se comprovar que não tinha 
acesso à prova no momento da petição inicial ou contestação. 
Conforme o art. 830 da CLT, o documento em cópia oferecido para prova poderá ser de-
clarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Impugnada a auten-
ticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente 
autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certi-
ficar a conformidade entre esses documentos. 
 
Súm. n° 8 do TST: A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando pro-
vado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à 
sentença. 
Súm. n° 12 do TST: As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do 
empregado não geram presunção “juris et de jure”, mas apenas “juris tantum”. 
 
8.4. Intérprete 
Conforme o art. 819 da CLT, o depoimento das partes e testemunhas que não souberem 
falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. Proce-
der-se-á da forma indicada, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever 
(§ 1º). 
As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucum-
bente, salvo se beneficiária de justiça gratuita (§ 2°). 
 
8.5. Testemunhas 
Cada uma das partes não poderá indicar mais de três testemunhas, salvo quando se 
tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a seis (art. 821 da CLT). 
No procedimento sumaríssimo, o número de testemunhas é de duas para cada parte. E 
só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de compa-
recer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condu-
ção coercitiva. 
Respira, não pira.... Olha o artigo! 
 
Art. 825 da CLT. As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de 
notificação ou intimação. 
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Parágrafo único. As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento 
da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, 
sem motivo justificado, não atendam à intimação. 
 
Também, conforme a CLT (art. 822), as testemunhas não poderão sofrer qualquer des-
conto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devi-
damente arroladas ou convocadas. 
Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será 
requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada (art. 823). 
O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não 
seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo (art. 824). 
E conforme o art. 828 da CLT, toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, 
será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando em-
pregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às 
leis penais. Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo 
secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo 
Presidente do Tribunal e pelos depoentes. 
Respira, não pira.... Olha o artigo! 
 
Art. 829 da CLT. A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou 
inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como 
simples informação. 
 
E consoante o TST: 
 
Súm. nº 357 TST: Não torna suspeita a testemunha o

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