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ENFERMAGEM EM OBSTETRICA Prof. Enf. Luana Silva CLIMATÉRIO E MENOPAUSA Climatério: Mais uma Fase na Vida da Mulher O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher; A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade; O climatério não é uma doença e sim uma fase natural da vida da mulher e muitas passam por ela sem queixas ou necessidade de medicamentos. Outras têm sintomas que variam na sua diversidade e intensidade. No entanto, em ambos os casos, é fundamental que haja, nessa fase da vida, um acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce, o tratamento imediato dos agravos e a prevenção de danos; Pela história, múltiplas condições físicas e mentais foram atribuídas à menopausa. A crença de que distúrbios do comportamento estavam relacionados com as manifestações do trato reprodutivo, embora muito antiga, persistiu em nossos tempos; Dados atuais têm mostrado que o aumento dos sintomas e problemas da mulher neste período reflete circunstâncias sociais e pessoais, e não somente eventos endócrinos do climatério e menopausa; Os profissionais de saúde que atendem a clientela feminina devem cuidar para que haja a maior efetividade possível; Isto é, evitar ocasiões em que as mulheres entram em contato com os serviços e não recebem orientações ou ações de promoção, prevenção e ou recuperação, de acordo com o perfil epidemiológico deste grupo populacional. Na vida da mulher há marcos concretos e objetivos que sinalizam diferentes fases, tais como a menarca, a gestação, ou a última menstruação. São episódios marcantes para seu corpo e sua história de vida, que em cada cultura recebem significado diverso; A menstruação e a menopausa são fenômenos naturais da fisiologia feminina e por longo tempo foram tratados como incômodos e vistos como doença. Ainda nos dias de hoje há uma ideia presente que associa feminilidade aos aspectos da fertilidade e da juventude. A discriminação de gênero, que interfere nas relações sociais e culturais, pode fazer com que as mulheres no climatério e especialmente após a menopausa venham a se sentir incompetentes e incapazes de desempenhar normalmente suas atividades ou empreenderem-se em novos projetos de vida; Podem também vir a desenvolver alguma insegurança quando atingem a menopausa, seja pelo medo de adoecer ou pela maior consciência do processo de envelhecimento. Na idade reprodutiva, o estrogênio tem ação de reparar danos nas células nervosas e ativar ou inibir enzimas responsáveis pela síntese neuronal. Porém, na menopausa o declínio estrogênico reflete nas áreas da cognição, já que grande parte do cérebro, como hipotálamo, amígdala, hipocampo, locusceruleos e lobo frontal possuem receptores estrogênicos, sofrendo influência direta deste hormônio; Com isso, a mulher manifesta alterações no perfil da cognição, do humor, da memória e da qualidade do sono, interferindo diretamente na qualidade de vida. Tais alterações tendem a desencadear distúrbios neurodegenerativos, devido às perdas funcionais pela diminuição do estrogênio circulante sobre as áreas cerebrais; Ademais, afetam os níveis de alguns neurotransmissores importantes como a serotonina, a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina prejudicando as conexões sinápticas; NEUROTRANSMISSORES DAS EMOÇÕES Na atenção à sua saúde precisam ser oferecidas informações detalhadas sobre as variadas facetas dessa nova etapa da vida, encorajando a mulher a vivê-la com mais energia, coragem e a aprender os limites e oportunidades do processo de envelhecimento, abrangendo as transformações que ocorrem durante esse período.; A depressão está presente no envelhecimento feminino e se relaciona à falta estrogênica que desencadeia alterações clínicas, que interferem na aceitação da mulher consigo mesma, sentimentos de inutilidade e melancolia, além de carência afetiva nos relacionamentos; Com a chegada do climatério e da menopausa ocorrem mudanças histológicas e fisiológicas no trato genital, como o ressecamento vaginal, em que os grandes lábios perdem a elasticidade e conteúdo de gordura, tornando-se enrugados e expondo os pequenos lábios, que ficam mais proeminentes, interferindo muito na sexualidade e perda da libido feminina; A incontinência urinária e a obesidade também interferem muito na sexualidade feminina na pós-menopausa. Estudos relatam que a incontinência urinária manifesta-se em grande parte nas mulheres menopáusicas. Polonini, Raposo e Brandão (2011) descrevem a importância da TRH para diminuir os desconfortos sexuais. O uso da TRH age como um mecanismo favorável no aumento de colônias de Lactobacilos sp, bactéria da flora vaginal que impede o crescimento de outras espécies patológicas; A inapetência sexual é uma queixa na menopausa. O hipoestrogenismo atinge bruscamente as características fenotípicas da mulher, a beleza feminina, o que possui extrema relevância social e cultural na atração pelo sexo oposto e na sua autoimagem; O estrogênio age nos órgãos sexuais influenciando a fisiologia feminina e na sexualidade. Na menopausa, todas as mudanças fisiológicas típicas dessa fase, o aumento de peso, os cabelos ressecados e envelhecidos, a pele seca e com rugas não permitem que a mulher esteja atraente, proporcionando medo e vergonha, inibindo o desejo sexual e o bem estar feminino; Nenhuma máquina ou procedimento técnico é capaz de substituir o diálogo e o entendimento entre duas pessoas. O atendimento humanizado acolhe a mulher com suas queixas e não desvaloriza ou minimiza seus sintomas. Reconhece seus direitos a esclarecimentos e informações, oferecendo-lhe noções sobre como preservar e ou promover a qualidade de sua vida. PLANEJAMENTO FAMILIAR Casar, ter filhos e construir uma família é o sonho de muitos brasileiros, mas, para possibilitar a realização desse sonho, é essencial pensar em um planejamento familiar eficaz. Esse conjunto de medidas vai garantir que as fases da vida do casal sejam bem estruturadas, dando atenção à saúde do homem e da mulher de forma individual e como casal; O planejamento familiar consiste em um conjunto de ações criadas com o intuito de orientar mulheres e homens quanto a métodos contraceptivos, prevenção de gravidez não desejada e direito de escolha de ter filhos ou não; Para casais que desejam ser pais, o planejamento familiar orienta sobre a importância da organização antes da chegada dos filhos; O apoio do serviço de saúde e o acompanhamento da equipe médica são peças fundamentais para o planejamento familiar, pois promovem o acesso à informação sobre os métodos mais eficazes e seguros de acordo com o histórico do paciente. Qual o objetivo do planejamento familiar? Se você se pergunta qual o objetivo do planejamento familiar, saiba que, em termos práticos, é garantir a mulheres e homens ações de assistência a contracepção, concepção, pré-natal, parto, puerpério e saúde do recém- nascido, controle de doenças sexualmente transmissíveis e de câncer – cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis. Importância do planejamento familiar A importância do planejamento familiar vai além da orientação: ele é fundamental para que, individualmente ou como casal, as pessoas tenham acesso às melhores opções para que seus planos se realizem da forma como desejam; Ao se organizar e planejar o futuro, toda a família sai ganhando, já que a pessoa ou o casal poderá aproveitar cada etapa da vida com qualidade e saúde, além de contar com muito mais segurança em caso de imprevistos, seja financeiro, seja de saúde. ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL, PARTO EPÓS-PARTO Mulheres que desejam ser mães precisam iniciar o acompanhamento muito antes da gravidez, e isso faz parte do planejamento familiar. O envolvimento do futuro pai nesse processo – gravidez, parto, pós-parto e acompanhamento da criança – também é essencial e faz parte da regulação da fecundidade, prevista por lei; Durante a gestação, diversas mudanças hormonais acontecem no corpo da mulher e na vida do casal; por isso, é necessária a adaptação para receber o novo membro da família. Entre as medidas de saúde definidas para garantir a saúde da mãe e da criança, o pré-natal é a mais importante delas e deve acontecer desde o resultado positivo dos exames; Dentro do planejamento familiar, as consultas e visitas programadas da mulher e sua família ao médico são essenciais. Durante esse momento, toda a família será preparada para o nascimento e para os cuidados com o recém-nascido. Uma boa assistência na hora do parto também é importante, pois garante uma chegada saudável para o bebê e para a mãe; O puerpério, ou seja, os primeiros três meses após o parto, é o momento no qual o corpo da mulher se adapta às mudanças pós-parto. Também é um período delicado e de alterações psicológicas; por isso, requer apoio da família, além de acompanhamento médico constante da mulher; Nas primeiras semanas após o parto, mãe e bebê devem fazer uma consulta com o objetivo de avaliar a saúde de ambos, a amamentação, a cicatrização pós-parto, a vacinação do bebê e o teste do pezinho; Nessa consulta, deve ser discutido se a mulher deseja ou não uma nova gravidez e quais os métodos contraceptivos recomendados para cada cenário; PLANEJAMENTO FAMILIAR E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Os métodos contraceptivos têm papel fundamental no planejamento familiar, pois ajudam a prevenir a gravidez não desejada e contribuir para a vivência sexual do casal com segurança e saúde. No caso de procedimentos reversíveis, eles podem ser pausados quando é do desejo do casal ter filhos; Antes de escolher qualquer método, é recomendada uma consulta com a equipe médica responsável pelo planejamento familiar; Métodos hormonais: trata-se de pílulas, implantes, adesivos ou injetáveis anticoncepcionais. Tais métodos têm como base a introdução de hormônios que impedem a gravidez; O que varia entre um e outro é a frequência de utilização para eficácia do método; Métodos mecânicos: o Dispositivo Intrauterino (DIU) e o Endoceptivo Hormonal (DIU com hormônio tipo progesterona) são os métodos mecânicos. Ambos criam um “ambiente hostil” no colo uterino, impedindo que os espermatozoides cheguem às trompas. Métodos de barreira: a camisinha masculina é o método de barreira mais popular e tem grande eficácia não só para a prevenção da gravidez, mas também para a de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Existe também o diafragma e a camisinha feminina, que também têm o intuito de criar uma barreira e que devem ser introduzidas antes do início da relação sexual; Métodos cirúrgicos: trata-se de métodos irreversíveis, que podem ser realizados em mulheres e homens. A laqueadura tubária consiste no fechamento das trompas, que impede o encontro do espermatozoide com o óvulo. Já a vasectomia é um corte no canal de passagem dos espermatozoides sem que seja afetada a ejaculação; Métodos comportamentais: o coito interrompido e a tabelinha são os métodos de contracepção naturais. O primeiro consiste na interrupção do ato sexual antes da ejaculação; o segundo, no acompanhamento do ciclo menstrual (quando regular) e no cálculo do dia provável da ovulação, a fim de evitar relações nesse período. PLANEJAMENTO FAMILIAR FINANCEIRO O planejamento familiar financeiro requer organização, principalmente para aqueles que pretendem ter filhos. As crianças geram despesas, que vão desde o enxoval até o desenvolvimento e a educação formal; Uma boa estrutura financeira prévia à gravidez evita que os imprevistos se tornem problemas por falta de dinheiro e faz com que a chegada da criança seja marcada por tranquilidade e comemoração. OBRIGADA! Slide 1: Enfermagem em obstetrica Slide 2: CLIMATÉRIO e menopausa Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6: Neurotransmissores das emoções Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10: Planejamento familiar Slide 11 Slide 12 Slide 13: acompanhamento do pré-natal, parto e pós-parto Slide 14 Slide 15: Planejamento familiar e métodos contraceptivos Slide 16 Slide 17 Slide 18: Planejamento familiar financeiro Slide 19