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1 Informativo Temático 2022 Compilação dos Informativos STF 1042 a 1079 O Informativo Temático apresenta resumos organizados por assuntos e ramos do Direito. Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte. Últimas atualizações: Informativo 1079: o ARE 1316369/DF (Tema 1238 RG) o ADI 4235/RJ o ADI 4757/DF o ADPF 1012/PA o ADI 6981/SP o ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI 6683/AP, ADI 6686/PE, ADI 6687/PI, ADI 6711/PI e ADI 6718/AP. Informativo 1078: o RE 593448 (Tema 221 RG) o ADPF 634 o ADI 7015 o RE 1276977 (Tema 1102 RG) o HC 166373 o RE 776594 (Tema 919 RG). Informativo 1077: o ADI 5623; o ADI 4768; o ADI 6997; o ADI 4532; o RE 841979 (Tema 756 RG); o ARE 1307028 AgR. Informativo 1076: o ADI 6740 e ADI 6738; o ADI 5528; o ADI 5517; o ADI 4529; o ADI 5657; o ADI 6937. Informativo 1075: o ADI 7088 e ADI 7183; o ADPF 828 TPI-quarta-Ref; file:///C:/Users/mariana.bastos/Downloads/revisão%23_Constitucionalidade_da_ 2 o ADI 7232 MC-Ref. Informativo 1074: o ADI 7081 o ADI 7198 o ADI 6923 o ADI 7261 MC o ADPF 763 o ADI 5368 o ADI 4582 o RE 629647 (Tema 1004 RG) o RE 612686 (Tema 699 RG) o ADI 6828. Informativo 1073: o ADI 1846; o ADI 2477 e ADI 2572; o ADI 5595; o ADI 6327; o ADI 6619; o RE 732686 (Tema 970 RG); o ADI 5702. Informativo 1072: o ADI 7172; o ADPF 988; o ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR; o ADI 5282. Informativo 1071: o ADPF 975; o RE 642890 (Tema 465 RG); o ADI 6151; o ADI 2298. Informativo 1070: o RE 820823 (Tema 922 RG); o ADI 7211; o ADI 7214; o ADI 5969; o ADI 6152; o ADI 2692. Informativo 1069: o ADI 6119; ADI 6139 e ADI 6466; o RE 1008166; o ADI 7149; o ADI 6772; o ADI 7188 e ADI 7189; o ADI 7073. Informativo 1068: o ADI 6649 e ADPF 695; o ADI 3311; 3 o ADI 7222 MC-Ref; o ADI 2355. Informativo 1067: o ADI 6603; o ADI 6860; ADI 6861 e ADI 6863; o ARE 1370232; o ADI 6511; o ADI 2846. Informativo 1066: o ADI 5791; o RE 929886; o ADI 5507; o RE 1359139; o ADI 7042; ADI 7043; Informativo 1065: o ARE 843989; o ADI 5271; o ADI 6970; o ADI 6088; o ADI 5795; o ADI 7111; ADI 7113; ADI 7116; ADI 7119 e ADI 7122; Informativo 1064: o ADI 7137 e ADI 7142; o ADI 6640 e ADI 6645; o ADI 5349; Informativo 1063: o ADI 6199; o ADI 4662; o ADI 6912; o ADI 6328; Informativo 1062: o ADI 7031; o RE 964659 (Tema 900 RG); o ADI 7104 e ADI 7179; o ADI 6230; o ADI 7178 e ADI 7182; o RE 1381261; o ADI 5268; o ADI 4785, ADI 4786 e ADI 4787; Informativo 1061: o ADPF 708; o ADI 6926; o ADI 5755; o ADI 6858; o RHC 203546; Informativo 1060: 4 o ADI 2142; o ADI 3396; o ADI 7076; o ADI 6660; o ADI 7117 e ADI 7123; o ADI 4039; Informativo 1059: o ADI 3454; o ADI 5119; o ADI 400; o ADPF 893; o ADPF 188; Informativo 1058: o ADI 6951 e ADI 6952; o ADI 5399, ADI 6191 e ADI 6333 ED; o RE 999435(Tema 638 RG); Informativo 1057: o ADI 6308; o ADI 7063; o ADI 5563; o ARE 1121633 (Tema 1046 RG); o ADI 5331; o ADI 5422; Informativo 1056: o ADI 5910; o ADI 4869; o ADI 4709; o ADI 5384; o ADPF 323; Informativo 1055: o ADPF 915; o ADPF 748; o ADI 6595; o RE 1224374 (Tema 1079 RG), ADI 4017 e ADI 4103; o ADI 5052; o ADI 6573; ADI 6911 e ADPF 863; Informativo 1054: o ADI 5818 e ADI 3918; o RE 1348854 (Tema 1182 RG); o ADPF 722; o ADI 4608; o ADI 7083. Informativo 1053: o ADI 6655; o ADI 6148; o ADI 7029; https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182 5 o Pet 8242 AgR, Pet 8259 AgR, Pet 8262 AgR, Pet 8263 AgR, Pet 8267 AgR e Pet 8366 AgR. Informativo 1052: o ADI 6808; o ADPF 651; o ADI 3152; o RE 614384 (Tema 559 RG); o RE 1286407 AgR-segundo. SUMÁRIO 1. DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................... 20 1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL ................................................... 20 Atividade profissional de despachantes: competência legislativa para regulamentação - ADI 6740/RN e ADI 6738/GO .......................................................................... 20 1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS......................................................................... 20 ANP e poder normativo de regulação - ADI 7031/DF ...................................... 20 Atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar - ADI 7088/DF e ADI 7183/DF ................................................................................................... 21 1.3 AGENTES PÚBLICOS .................................................................................... 22 Alteração de escolaridade para o cargo de perito técnico de polícia por meio de lei estadual - ADI 7081/BA ................................................................................... 22 1.4 APOSENTADORIA ......................................................................................... 23 Inexigência de exercício por cinco anos na mesma classe para fins de cálculo de aposentadoria - RE 1322195/SP (Tema 1207 RG) ............................................ 23 1.5 CARGOS EM COMISSÃO .............................................................................. 24 Tribunal de Contas estadual: requisitos constitucionais para a criação de cargos em comissão - ADI 6655/SE .................................................................................. 24 1.6 CONCURSO PÚBLICO ................................................................................... 24 Isenção da taxa de inscrição em concurso público a servidores públicos estaduais - ADI 5818/CE e ADI 3918/SE ................................................................................... 24 1.7 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS .............................................................. 25 Empresas estatais e transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada - ADI 1846/SC .......................................................................... 25 Transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços públicos - ADI 2946/DF ................................................................................... 26 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3887684&numeroProcesso=614384&classeProcesso=RE&numeroTema=559 6 1.8 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ................................................................... 27 Contratação temporária: vacância de cargo público efetivo e educação pública - ADPF 915/MG ............................................................................................................ 27 1.9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................. 28 Nova Lei de Improbidade Administrativa e eficácia temporal - ARE 843989/PR (Tema 1.199 RG) ......................................................................................................... 28 1.10 LICENÇAS E AFASTAMENTOS .................................................................... 30 Licença à gestante e à adotante para militares das Forças Armadas - ADI 6603/DF ......................................................................................................................... 30 1.11 PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................... 30 Processo administrativoa jurisprudência dominante sobre a matéria para desprover o recurso extraordinário. RE 1322195/SP, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 1º.4.2021 (INF 1049) 1.5 CARGOS EM COMISSÃO Tribunal de Contas estadual: requisitos constitucionais para a criação de cargos em comissão - ADI 6655/SE Resumo: É inconstitucional a criação de cargos em comissão sem a devida observância dos requisitos indispensáveis fixados pelo STF12. A Constituição Federal reservou à Administração Pública regime jurídico minucioso na conformação do interesse público com a finalidade de resguardar a isonomia e a eficiência na formação de seus quadros de pessoal. Os cargos em comissão, por sua vez, representam exceção à regra. Nesse contexto, a jurisprudência do STF é assertiva quanto às condições para a criação de cargos em comissão13. No julgamento do RE 1.041.210 (Tema 1010 RG), o Tribunal cuidou de consolidar os critérios cumulativos que devem nortear o controle de constitucionalidade das leis que os criam. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação, com eficácia ex nunc a contar da publicação da ata de julgamento. ADI 6655/SE, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 6.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1053) 1.6 CONCURSO PÚBLICO Isenção da taxa de inscrição em concurso público a servidores públicos estaduais - ADI 5818/CE e ADI 3918/SE Resumo: É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de inscrição em concursos públicos promovidos pela Administração Pública local, privilegiando, sem justificativa razoável para tanto, um grupo mais favorecido social e economicamente. O STF compreende o concurso público como mecanismo que proporciona a realização concreta dos princípios constitucionais da isonomia e da impessoalidade, não admitindo discrímen que, ao invés de fomentar a 12 Tema 1010 da RG: “a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.” 13 Precedentes citados: ADI 3.233; ADI 3.174; ADI 4.867; ADI 4.125; ADI 5.542; e RE 719.870 (Tema 670 RG). http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6156326&numeroProcesso=1322195&classeProcesso=RE&numeroTema=1207 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6156326 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5171382&numeroProcesso=1041210&classeProcesso=RE&numeroTema=1010 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=486692 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750740374 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754019368 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=618980 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751842712 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4323197 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4323197&numeroProcesso=719870&classeProcesso=RE&numeroTema=670 https://drive.google.com/file/d/1L0n_4vDpUCyrGh8xdD-1wMyiVi31T3Yj/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1YZUPXVvLxpSOm-TDGwRYAVYVmz6rllKk/view?usp=sharing 25 igualdade de acesso aos cargos e empregos públicos, amplia a desigualdade entre os possíveis candidatos14. Nesse contexto, esta Corte já proclamou a constitucionalidade de normas que, com fulcro na ideia de igualdade material, instituíram benefício em favor de grupo social desfavorecido15. No caso, as normas impugnadas ─ ao fundamento de incentivarem a permanência dos servidores públicos nessa condição, valorizando-os de modo a concretizar o princípio da eficiência ─ se mostram discriminatórias, pois, de forma anti-isonômica, favorecem a categoria em detrimento de um grupo de pessoas que, por insuficiência de recursos, não conseguiria arcar com os custos da inscrição, restringindo, consequentemente, o acesso à via do concurso público. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, em julgamentos autônomos, julgou procedentes as ações diretas para declarar a inconstitucionalidade (i) do parágrafo único do art. 4º da Lei 11.449/1988, inserido pela Lei 11.551/1989, ambas do Estado do Ceará16; e (ii) do art. 6º, III, “d”, da Lei 2.778/1989, do Estado do Sergipe17. ADI 5818/CE, relator Ministro Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1054) ADI 3918/SE, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1054) 1.7 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS Empresas estatais e transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada - ADI 1846/SC Resumo: É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e de economia mista, cujo controle acionário pertença ao estado, de assinarem contratos ou outros instrumentos legais congêneres que viabilizem a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada. A lei estadual impugnada, de iniciativa parlamentar, invade a competência privativa do chefe do Poder Executivo estadual para dispor sobre a organização da Administração Pública (CF/1988, art. 61, § 1º, II, e), bem como a competência da União para legislar sobre direito civil e comercial (CF/1988, art. 22, I), na medida em que restringe o âmbito de liberdade negocial de empresas públicas e sociedades de economia mista. Por outro lado, a norma desobedece ao disposto no art. 173, § 1º, I a V, da CF/1988, no ponto em que preconiza caber a lei federal disciplinar o “Estatuto da Empresa Pública”, observado o regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto a obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias18. 14 Precedentes citados: ADI 1350; ADI 2949; ADI 2364; ADI 3522; e ADI 5776. 15 Precedentes citados: ADI 2177; e ADPF 186. 16 Lei 11.449/1988 do Estado do Ceará: “Art. 4º (...) Parágrafo único. Os servidores públicos estaduais são isentos de pagamento da taxa de inscrição em qualquer concurso de admissão no serviço público promovido pela Administração Pública Estadual, Direta, Indireta e Fundacional.” 17 Lei 2.778/1989 do Estado de Sergipe: “Art. 6º: São também excluídas do campo de incidência das taxas estaduais, por isenção: (...) III - a prática de atos e expedição de documentos relativos: (...) d) a inscrição de servidores públicos da administração direta e indireta em qualquer concurso público promovidopor entidade pública estadual de qualquer dos poderes;” 18 CF/1988: “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=393004 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630137 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749298313 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363389 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749507441 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751181465 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6984693 https://drive.google.com/file/d/1d6ETPQTbEoqupMYd_czHk4r8T6RpWPh6/view?usp=sharing 26 Assim, a celebração de negócios jurídicos deve ser analisada individualmente e à luz da Lei 13.303/2016, sendo inviável que, por meio de lei estadual, de iniciativa parlamentar, se objetive proibir a celebração de contratos com específicas disposições às empresas públicas e sociedades de economia mista, cujo regime jurídico é único, de âmbito nacional19. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para, confirmando os efeitos da medida cautelar concedida, declarar a inconstitucionalidade da Lei 10.760/1998 do Estado de Santa Catarina20. ADI 1846/SC, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1073) Transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços públicos - ADI 2946/DF Resumo: É constitucional a transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços públicos, mediante anuência do poder concedente (Lei 8.987/1995, art. 27)21. Nessas hipóteses, a base objetiva do contrato continua intacta. Permanecem o mesmo objeto contratual, as mesmas obrigações contratuais e a mesma equação econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua modificação subjetiva, seja pela substituição do contratado, seja em razão da sua reorganização empresarial. Em nosso sistema jurídico, o que interessa à Administração é, sobretudo, a seleção da proposta mais vantajosa, independentemente da identidade do particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou subjetivos de que disponha. No tocante ao particular contratado, basta que seja pessoa idônea, ou seja, que tenha comprovada capacidade para cumprir as obrigações assumidas no contrato, o que também é aferido por critérios objetivos e preestabelecidos. Ademais, considerando a dinâmica peculiar e complexa das concessões públicas, é natural que o próprio regime jurídico das concessões contenha institutos que permitam aos concessionários se ajustarem às adversidades da execução contratual com a finalidade de permitir a continuidade da prestação dos serviços públicos e, sobretudo, a sua prestação satisfatória ou adequada. A retomada dos serviços pela Administração pode se mostrar demasiadamente onerosa para o poder público concedente e uma nova licitação, além de implicar custos altíssimos, demanda tempo para seu necessário planejamento e, ao final, pode resultar em tarifas mais caras para os usuários. Por fim, ressalta-se que as normas constitucionais que estipulam a obrigatoriedade de licitação na outorga inicial da prestação de serviços públicos a particulares não definem os exatos contornos do dever de licitar (CF/1988, arts. 37, XXI, e 175, caput)22. Cabe, portanto, ao legislador ordinário ampla liberdade quanto à sua contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.” 19 Precedente citado: ADI 2296. 20 Lei 10.760/1998 do Estado de Santa Catarina: “Art. 1º É vedado ao Poder Executivo, às empresas públicas e de economia mista cujo controle acionário pertença ao Estado de Santa Catarina, assinarem contratos ou outros instrumentos legais congêneres que em suas cláusulas conste a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada, das mesmas. Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.” 21 Lei 8.987/1995: “Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão. §1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo o pretendente deverá: I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.” 22 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15349154698&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/1lHgRy1XNFwoPOWSFxcuSmBSIk5CexaKQ/view?usp=sharing 27 conformação à vista da dinamicidade e da variedade das situações fáticas a serem abrangidas pela respectiva normatização23. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em ação direta. ADI 2946/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 8.3.2022 (terça-feira), às 23:59 (INF 1046) 1.8 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA Contratação temporária: vacância de cargo público efetivo e educação pública - ADPF 915/MG ODS: 4 e 16 Resumo: É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e abrangente, permite a convocação temporária de profissionais da área da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para suprir vacância de cargo público efetivo. O Plenário da Corte deliberou que a medida viola a regra constitucional do concurso público24, ao permitir a contratação de servidores para atividadesabsolutamente previsíveis, permanentes e ordinárias do Estado, autorizando que sucessivas contratações temporárias perpetuem indefinidamente a precarização de relações trabalhistas no âmbito da Administração Pública25. Além disso, não basta que a lei autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao texto constitucional, uma vez que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, de transitórias, se transmudem em permanentes. Nesse contexto, o Tribunal já definiu ser necessário para a contratação temporária que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja pré-determinado; c) a necessidade seja temporária; e d) o interesse público seja excepcional. Quanto à contratação destinada a suprir necessidade temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo, ela há de durar apenas o tempo necessário para a realização do próximo concurso público26. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para declarar a não recepção pela CF/88 dos dispositivos legais impugnados, além da inconstitucionalidade, por arrastamento, dos atos normativos infralegais que guardam inteira dependência com aqueles, modulando os efeitos da decisão no intuito de preservar os contratos temporários firmados até a conclusão do julgamento de mérito. que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...) Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.” 23 Precedentes citados: ADI 5841 MC; ADI 2452; ADI 4829 e ADI 5942. 24 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...) IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” 25 Precedente citado: ADI 5267. 26 Precedente citado: ADI 3649. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5323021 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1936667 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4283401 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5459537 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752545391 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7067371 https://drive.google.com/file/d/15EwRYruBsOYB78njl1yVVekrmjWzATg9/view?usp=sharing 28 ADPF 915/MG, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) 1.9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Nova Lei de Improbidade Administrativa e eficácia temporal - ARE 843989/PR (Tema 1.199 RG) ODS: 16 Tese fixada: “É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO; 2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.” Resumo: A partir do advento da Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) — cuja publicação e entrada em vigor ocorreu em 26.10.2021 —, deixou de existir, no ordenamento jurídico, a tipificação para atos culposos de improbidade administrativa. A alteração promovida pelo legislador no texto original da Lei 8.429/1992, no sentido de suprimir a modalidade culposa do ato de improbidade administrativa, é clara e plenamente válida, pois a própria Constituição Federal delega à legislação ordinária a forma e tipificação dos atos ímprobos, assim como a gradação das sanções constitucionalmente estabelecidas (CF/1988, art. 37, § 4º). Nada obstante, com o advento da nova lei, o agente público que culposamente causar dano ao erário, embora não mais responda por ato de improbidade administrativa, poderá responder civil e administrativamente pelo ato ilícito. Por força do art. 5º, XXXVI, da CF/198827, a revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa, promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de modo que os seus efeitos não têm incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem durante o processo de execução das penas e seus incidentes. O princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica (CF/1988, art. 5º, XL) não tem aplicação automática para a responsabilidade por atos ilícitos civis de improbidade administrativa, por ausência de expressa previsão legal e sob pena de desrespeito à constitucionalização das regras rígidas de regência da Administração Pública e responsabilização dos agentes públicos corruptos com flagrante desrespeito e enfraquecimento do direito administrativo sancionador. Referido princípio baseia-se em particularidades do direito penal, o qual está vinculado à liberdade do criminoso (princípio do favor libertatis), fundamento inexistente no direito administrativo sancionador28. Trata- 27 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;” 28 Precedente citado: ARE 1019161 AgR. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4652910 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12878113https://drive.google.com/file/d/17QY-9AvC62Yerm9r_CIC4QId88A92U60/view?usp=sharing 29 se de regra de exceção que, como tal, deve ser interpretada restritivamente, prestigiando-se a regra geral da irretroatividade da lei e a preservação dos atos jurídicos perfeitos, especialmente porque, no âmbito da jurisdição civil, prevalece o princípio tempus regit actum29. Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência da Lei 8.429/1992, desde que não exista condenação transitada em julgado, cabendo ao juízo competente o exame da ocorrência de eventual dolo por parte do agente. Diante da revogação expressa do texto legal anterior, não se admite a continuidade de uma investigação, uma ação de improbidade, ou uma sentença condenatória por improbidade com base em uma conduta culposa não mais tipificada legalmente. Entretanto, a incidência dos efeitos da nova lei aos fatos pretéritos não implica a extinção automática das demandas, pois deve ser precedida da verificação, pelo juízo competente, do exato elemento subjetivo do tipo: se houver culpa, não se prosseguirá com o feito; se houver dolo, prosseguir-se-á. Essa medida é necessária porque, na vigência da Lei 8.429/1992, como não se exigia a definição de dolo ou culpa, muitas vezes a imputação era feita de modo genérico, sem especificar qual era o elemento subjetivo do tipo. Nesse contexto, todos os atos processuais até então praticados são válidos, inclusive as provas produzidas, as quais poderão ser compartilhadas no âmbito disciplinar e penal, assim como a ação poderá ser utilizada para fins de ressarcimento ao erário. Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/202130 não retroagem, sendo aplicáveis a partir da publicação do novo texto legal (26.10.2021). Isso se dá em respeito ao ato jurídico perfeito e em observância aos princípios da segurança jurídica, do acesso à Justiça e da proteção da confiança, garantindo-se a plena eficácia dos atos praticados validamente antes da alteração legislativa. Com efeito, a inércia nunca poderá ser caracterizada por uma lei futura que, diminuindo os prazos prescricionais, passe a exigir o impossível, isto é, que, retroativamente, o poder público — que foi diligente e atuou dentro dos prazos à época existentes — cumpra algo até então inexistente31. Por outro lado, a teor do que decidido pela Corte no Tema 897 de repercussão geral, permanecem imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na LIA32. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.199 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para extinguir a ação, e, por maioria, acompanhou os fundamentos do voto do ministro Alexandre de Moraes (relator). Vencidos, parcialmente e nos termos de seus respectivos votos, os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. ARE 843989/PR, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 18.8.2022 (INF 1065) 29 Precedentes citados: RE 415454 e RE 550910 AgR. 30 Lei 8.429/1992, na redação da Lei 14.230/2021: “Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (...) § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se: I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; II - pela publicação da sentença condenatória; III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência; IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência. § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo. (...)” 31 Precedentes citados: RE 1210551 AgR; RE 1244519 AgR; e RE 1243415 AgR-quarto. 32 Precedente citado: RE 852475 (Tema 897 RG). https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4652910 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1065.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491862 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11924718 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752457206 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752733050 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752181837 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749427786 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4670950&numeroProcesso=852475&classeProcesso=RE&numeroTema=897 https://youtu.be/Z3hTxsEHQ9U?t=1 https://youtu.be/OiMHDbMBBF0?t=1 https://youtu.be/jv7LaNyu1yQ?t=1 30 1.10 LICENÇAS E AFASTAMENTOS Licença à gestante e à adotante para militares das Forças Armadas - ADI 6603/DF ODS: 3, 5, 10 e 16 Resumo: É inconstitucional ato normativo que, ao disciplinar a licença maternidade no âmbito das Forças Armadas, estabelece prazos distintos de afastamento com fundamento na diferenciação entre a maternidade biológica e a adotiva, bem como em função da idade da criança adotada. A Constituição Federal não permite tratamento desigual à mãe biológica e à mãe adotiva, razão pela qual ambas possuem o direito à licença maternidade nas mesmas condições, dada a prevalência do princípio do superior interesse da criança. Esse é o entendimento consolidado pelo Tribunal no julgamento do RE 778889/PE (Tema 782 da sistemática da repercussão geral), reafirmado recentemente no julgamento da ADI 6.600/TO, oportunidade na qual norma de conteúdo similar ao ora impugnado foi declarada inconstitucional33. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por unanimidade, julgou a ação para declarar a inconstitucionalidade do art. 3º, caput, § 1º e § 2º, da Lei 13.109/201534. ADI 6603/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1067) 1.11 PROCESSO ADMINISTRATIVO Processo administrativo e princípio da publicidade - ADI 5371/DF Tese fixada: “Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras contra concessionárias de serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade durante toda a sua tramitação, ressalvados eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei e na Constituição”. Resumo: Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores, instaurados por agências reguladoras contra concessionárias de serviço público, é incompatível com a Constituição. 33 Precedentes citados: RE 778889 (Tema 782 RG) e ADI 6600. 34 Lei 13.109/2015: “Art. 3º À militar que adotar ou obtiver a guarda judicial de criança de até 1 (um) ano de idade serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. § 1º No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata o caput deste artigo será de 30 (trinta) dias. § 2º Poderá ser concedida prorrogaçãode 45 (quarenta e cinco) dias à militar de que trata o caput e de 15 (quinze) dias à militar de que trata o § 1º deste artigo, nos termos de programa instituído pelo Poder Executivo federal que garanta a prorrogação.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755760745 https://drive.google.com/file/d/1uVU5TEUfXiBQe4p1vwtr5BXSAhwIO_l2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1FR1ZxWFsU_ZUAqJiL3uonfzG31cPMdPy/view?usp=sharing https://youtu.be/2FXVkuJfHmQ?t=1 31 Isso porque (i) a regra no regime democrático instaurado pela Constituição de 1988 é a publicidade dos atos estatais, sendo o sigilo absolutamente excepcional; (ii) a Constituição Federal afasta a publicidade em apenas duas hipóteses: informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança do Estado e da sociedade e proteção à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas; (iii) essas exceções constitucionais, regulamentadas pelo legislador especialmente na “Lei de Acesso à Informação”, devem ser interpretadas restritivamente, sob forte escrutínio do princípio da proporcionalidade; e (iv) o STF deve se manter vigilante na defesa da publicidade estatal, pois retrocessos à transparência pública têm sido recorrentes. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado e declarou a inconstitucionalidade do art. 78-B da Lei 10.233/2001. ADI 5371/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1045) Repercussão na esfera administrativa da nulidade de provas no processo penal - ARE 1316369/DF (Tema 1238 RG) ODS: 16 Tese fixada: “São inadmissíveis, em processos administrativos de qualquer espécie, provas consideradas ilícitas pelo Poder Judiciário.” Resumo: As provas declaradas ilícitas pelo Poder Judiciário não podem ser utilizadas, valoradas ou aproveitadas em processos administrativos de qualquer espécie. A Constituição Federal preconiza, de modo expresso, a inadmissibilidade, no processo, de provas obtidas com violação a normas constitucionais ou legais 35. Nesse sentido, não é dado a nenhuma autoridade pública valer- se de provas ilícitas em prejuízo do cidadão, seja no âmbito judicial, seja na esfera administrativa, independentemente da natureza das pretensões deduzidas pelas partes. Ademais, as provas declaradas nulas em processos judiciais não podem ser valoradas e aproveitadas, em desfavor do cidadão, em qualquer âmbito ou instância decisória. Nesse contexto, a compreensão consolidada do Tribunal é no sentido de que, para ser admitida em processos administrativos, a prova emprestada do processo penal deve ser produzida de forma legítima e regular, com observância das regras inerentes ao devido processo legal. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência da repercussão geral da questão constitucional suscitada (Tema 1238 RG) e, no mérito, por maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria36 para negar provimento ao recurso extraordinário. ARE 1316369/DF, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 9.12.2022 (INF 1079) 1.12 PROCURADORES; SUBSÍDIOS Quitação de dívida ativa por meio alternativo de cobrança e honorários advocatícios de procuradores estaduais - ADI 5910/RO 35 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;” 36 Precedentes citados: Ext 1085 PET-AV; HC 96056; MS 36173; HC 102293; RMS 30295 AgR e RMS 28774. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6129951&numeroProcesso=1316369&classeProcesso=ARE&numeroTema=1238 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6129951&numeroProcesso=1316369&classeProcesso=ARE&numeroTema=1238 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1079.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630001 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1968638 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756394647 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642240 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749139052 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11549981 https://drive.google.com/file/d/1HTRd0wVVfdZb_ONKCKdJdqitX0fdiEE8/view?usp=share_link 32 Resumo: É constitucional, desde que observado o teto remuneratório, norma estadual que destina aos procuradores estaduais honorários advocatícios incidentes na hipótese de quitação de dívida ativa em decorrência da utilização de meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título. O STF já se manifestou pela constitucionalidade dos procedimentos alternativos à execução fiscal por se inserirem, atendidas as suas orientações, no contexto das medidas que visam aprimorar a eficiência e a eficácia da cobrança do crédito inscrito em dívida ativa37. Também à luz da jurisprudência do Tribunal, é constitucional o pagamento, a procuradores estaduais, de honorários advocatícios sucumbenciais e decorrentes de acordos administrativos — respeitado o limite remuneratório constitucional, já que consistem em parcela remuneratória salarial —, não se vislumbrando nisso usurpação da competência da União para legislar sobre direito civil ou processo civil (art. 22, I, da CF/88), ofensa ao regime de subsídios e violação aos princípios da moralidade, da razoabilidade ou da isonomia38. No caso, a destinação de 10% sobre o valor total da dívida aos procuradores estaduais, quando utilizado meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título, não ofende a razoabilidade ou a proporcionalidade e é consonante com o princípio da eficiência, pois, quanto mais exitosa a atuação deles, mais se beneficia a Fazenda Pública estadual e, assim, a coletividade. Com esse entendimento, o Plenário, porunanimidade, julgou parcialmente procedente a ação direta para conferir interpretação conforme a Constituição ao art. 2º, § 5º, da Lei 2.913/2012, incluído pela Lei 3.526/2015, ambas do Estado de Rondônia39, de modo a estabelecer que a soma dos subsídios e honorários percebidos mensalmente pelos procuradores estaduais não poderá exceder o teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF/1988. ADI 5910/RO, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1056) 1.13 REGIME PREVIDENCIÁRIO Criação de regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos por lei estadual - ADI 7198/PA ODS: 8 Resumo: Viola o art. 40, caput e § 13, da Constituição Federal, a instituição, por meio de lei estadual, de um regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos. A competência legislativa dos estados e do Distrito Federal em matéria previdenciária restringe-se à competência suplementar para o respectivo regime próprio (CF/1988, art. 24, § 2º) e à instituição da contribuição 37 Precedentes citados: ADI 5135; ADI 5925; ADI 5881; ADI 5886; ADI 5890; ADI 5931; e ADI 5932. 38 Precedentes citados: ADI 6165; ADI 6178; ADI 6181; ADI 6197; ADI 6053; ADPF 597; ADI 6159; e ADI 6170. 39 Lei 2.913/2012 do Estado de Rondônia: “Art. 2°. Na cobrança de créditos do Estado, de suas autarquias e fundações, ficam os Procuradores do Estado autorizados a não ajuizar execuções fiscais referentes aos débitos tributários e não tributários, ou dar prosseguimento nas execuções fiscais já em andamento, quando o valor atualizado do crédito inscrito em dívida ativa for igual ou inferior a 1.000 (um mil) Unidades Padrão Fiscal do Estado de Rondônia - UPF/RO. (...) § 5º. Na hipótese de quitação da dívida, em decorrência da utilizado de meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título, incidirão honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor total da dívida atualizada destinados na forma do artigo 57, da Lei Complementar n. 20 de 2 de julho de 1987.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14308771 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755486354 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755482858 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755483296 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755485100 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755484335 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755483623 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408952 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408953 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408954 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408955 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753355422 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837224 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754470245 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755551250 https://drive.google.com/file/d/1ihDU_w0iwjBg30Pn5vgsbQcuYvRJRctL/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1a6ShtavxjmV-Gj9cWlWxCijTKH6EGbUR/view?usp=share_link 33 previdenciária para o regime próprio (CF/1988, art. 149, § 1º). Em qualquer hipótese, o exercício dessa competência legislativa é sempre limitada aos servidores titulares de cargo efetivo. Não há, pois, espaço para que os entes subnacionais criem regime próprio de previdência para agentes públicos não titulares de cargos efetivos 40. Ressalte-se que, conforme disposto no art. 40, § 13, da CF/1988, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; de outro cargo temporário — inclusive mandato eletivo — ou de emprego público. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta, para declarar a inconstitucionalidade do art. 98-A da Lei Complementar 39/2002 do Estado do Pará, incluído pela Lei Complementar estadual 125/201941. ADI 7198/PA, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1074) 1.14 REGISTRO DE IMÓVEIS Requisitos para a ratificação pela União de registros imobiliários decorrentes de títulos expedidos pelos estados referentes a alienações e concessões de terras públicas situadas nas faixas de fronteira - ADI 5623/DF Resumo: É constitucional a ratificação de registros imobiliários prevista na Lei 13.178/2015, desde que observados os requisitos e condições exigidos pela própria norma e os previstos pela Constituição Federal de 1988 concernentes à política agrícola, ao plano nacional de reforma agrária e à proteção dos bens imóveis que atendam a sua função social. A ratificação de registro imobiliário não se confunde com a doação de terras públicas ou a desapropriação para fins de reforma agrária. Entretanto, a destinação dos imóveis, diante de sua origem pública, deve ser compatível com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária (CF/1988, art. 188), eis que asseguram o controle da efetividade do cumprimento da destinação racional aos bens. O objetivo é impedir que a ratificação de título se converta em automática transferência de bens imóveis da União42, até mesmo porque não seria legítimo que essa medida, permitida legalmente, pudesse ser realizada 40 Precedente citado: ADI 4639 41 Lei Complementar 39/2002 do Estado do Pará, com a redação conferida pela Lei Complementar estadual 125/2019: “Art. 98-A. O Estado do Pará poderá assegurar aposentadoria a seus servidores não titulares de cargo efetivo e pensão aos seus dependentes, observado o limite pago pelo regime geral de previdência social, conforme o disposto no § 13 do art. 40 da Constituição da República e, no que couber, as normas previstas nesta Lei Complementar. § 1º Para efeito deste artigo, considera-se servidor não titular de cargo efetivo os que tenham ingressado sem concurso público, desde que atendidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - o ingresso tenha se dado entre a data da promulgação da Constituição Federal e a data da promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998; II - seja constatada a existência de contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social estadual; e III - o servidor tenha completado os requisitos para aposentadoria até a data da publicação da presente Lei ou tenha ocorrido o fato gerador para instituição de pensão previdenciária. § 2º Os servidores enquadrados apenas nos incisos I e II do § 1º deste artigo deverão ser inscritos no Regime Geral de Previdência Social, com consequente repasse das contribuições atuais e futuras para a Entidade gestora daquele Regime, não possuindo direito ao recebimento de benefício previdenciário junto ao RPPS Estadual. § 3º Não se submetem ao regime deste artigo os ocupantes de cargos exclusivamente comissionados.” 42 CF/1988: “Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. § 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicascom área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15325981782&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/1bxGAzoJOkr5ICzeIH4KMyFlSNUYyd7h0/view?usp=share_link 34 sem obediência ao conjunto das normas constitucionais que conferem efetividade ao princípio da função social da propriedade (CF/1988, arts. 5º, XXIII; 170, caput e III; e 186)43 44. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação para atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 1º, 2º e 3º da Lei 13.178/2015, fixando-se como condição para a ratificação de registros imobiliários, além dos requisitos formais previstos naquele diploma, que os respectivos imóveis rurais se submetam à política agrícola e ao plano nacional de reforma agrária previstos no art. 188 da CF/1988 e aos demais dispositivos constitucionais que protegem os bens imóveis que atendam a sua função social. ADI 5623/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 25.11.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1077) 1.15 REGISTRO E PORTE DE ARMA DE FOGO Flexibilização da aquisição de armas de fogo por meio de decreto presidencial - ADI 6119/DF, ADI 6139/DF e ADI 6466/DF ODS: 16 Resumo: A flexibilização, via decreto presidencial, dos critérios e requisitos para a aquisição de armas de fogo prejudica a fiscalização do Poder Público, além de violar a competência legislativa em sentido estrito para a normatização das hipóteses legais quanto à sua efetiva necessidade. Do exame do ordenamento jurídico-constitucional brasileiro, já consideradas as incorporações provenientes do direito internacional sobre direitos humanos, é possível concluir que (a) o direito à vida e à segurança geram o dever positivo do Estado ser o agente primário na construção de uma política pública de segurança e controle da violência armada; (b) não existe direito fundamental de possuir armas de fogo no Brasil; (c) ainda que a Constituição Federal não proíba universalmente a aquisição e o porte de armas de fogo, ela exige que sempre ocorram em caráter excepcional, devidamente justificado por uma particular necessidade; (d) o dever de diligência estatal o obriga a conceber e implementar mecanismos institucionais e regulatórios apropriados para o controle do acesso a armas de fogo, como procedimentos fiscalizatórios de licenciamento, de registro, de monitoramento periódico e de exigência de treinamentos compulsórios; e (e) qualquer política pública que envolva acesso a armas de fogo deve observar os requisitos da necessidade, da adequação e da proporcionalidade. Nesse contexto, não cabe ao Poder Executivo, no exercício de sua atividade regulamentar, criar presunções de efetiva necessidade para a aquisição de uma arma de fogo distintas das hipóteses já disciplinadas em lei, visto se tratar de requisito cuja demonstração fática é indispensável, mostrando-se impertinente estabelecer 43 Precedente citado: ADI 2213 MC. 44 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; (...)Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) III - função social da propriedade; (...) Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1077.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347486 https://drive.google.com/file/d/13yW_Wl8kD8fd9gvO_9F3flnScS-DV3lh/view?usp=sharing 35 a inversão do ônus probatório quanto à veracidade das informações constantes na declaração de seu preenchimento45. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, em apreciação conjunta, referendou (i) a decisão que: (i.1) concedeu com efeitos ex nunc a medida cautelar para suspender a eficácia do art. 12, § 1º e § 7º, IV, do Decreto 5.123/2004 (com alteração dada pelo Decreto 9.685/2019); do art. 9º, § 1º, do Decreto 9.785/2019; e do art. 3º, § 1º, do Decreto 9.845/2019; e (i.2) concedeu a cautelar para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 4º do Estatuto do Desarmamento; ao inciso I do art. 9º do Decreto 9.785/2019; e ao inciso I do art. 3º do Decreto 9.845/2019, fixando a orientação hermenêutica de que a posse de armas de fogo só pode ser autorizada às pessoas que demonstrem concretamente, por razões profissionais ou pessoais, possuírem efetiva necessidade; (ii) a decisão que concedeu, com efeitos ex nunc, a medida cautelar para: (ii.1) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 4º, § 2º, da Lei 10.826/2003, para se fixar a tese de que a limitação dos quantitativos de munições adquiríveis se vincula àquilo que, de forma diligente e proporcional, garanta apenas o necessário à segurança dos cidadãos; (ii.2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 10, § 1º, I, da Lei 10.826/2003, para fixar a tese hermenêutica de que a atividade regulamentar do Poder Executivo não pode criar presunções de efetiva necessidade outras que aquelas já disciplinadas em lei; (ii.3) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 27 da Lei 10.826/2003, a fim de fixar a tese hermenêutica de que aquisição de armas de fogo de uso restrito só pode ser autorizada no interesse da própria segurança pública ou da defesa nacional, não em razão do interesse pessoal do requerente; e (ii.4) suspender a eficácia do art. 3º, II, a, b e c do Decreto 9.846/2019; e (iii) a decisão que concedeu, com efeitos ex nunc, a medida cautelar para: (iii.1) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 4º, § 2º, da Lei 10.826/2003; ao art. 2º, § 2º, do Decreto 9.845/2019; e ao art. 2º, § 3º, do Decreto 9.847/2019, fixando a tese de que os limites quantitativos de munições adquiríveis se limitam àquilo que, de forma diligente e proporcional, garanta apenas o necessário à segurança dos cidadãos; e (iii.2) suspender a eficácia da Portaria Interministerial 1.634/2020-GM-MD. ADI 6119 MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça- feira), às 23:59 (INF 1069) ADI 6139MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça- feira), às 23:59 (INF 1069) ADI 6466 MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça- feira), às 23:59 (INF 1069) 45 Lei 10.826/2003: “Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos: I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. § 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização. § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm. § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. § 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. § 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. (...) Art . 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei; III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas. (...) Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf 36 1.16 REMUNERAÇÃO Alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez para servidores militares - RE 642890/DF (Tema 465 RG) Tese fixada: “A Portaria n. 931/2005 do Ministério da Defesa, que alterou a fórmula de cálculo do auxílio- invalidez para os servidores militares, está em harmonia com os princípios da legalidade e da irredutibilidade de vencimentos.” Resumo: A alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez devido aos servidores militares não viola os princípios da legalidade e da irredutibilidade de vencimentos, desde que o valor global da remuneração não sofra redução. Isso porque o que a Constituição Federal assegura é a irredutibilidade nominal da remuneração global, isto é, o montante constituído pela soma de todas as parcelas, gratificações e outras vantagens percebidas pelo servidor46. Além disso, a jurisprudência desta Corte é firme no sentido da inexistência de direito adquirido a regime jurídico e de direito à forma como são calculados os vencimentos, de modo que é possível suprimir ou alterar auxílios, adicionais, gratificações ou outras parcelas, sob a condição de que seja preservada a irredutibilidade nominal da remuneração global47. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 465 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para reformar o acórdão recorrido e julgar improcedente o pedido inicial. RE 642890/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1071) Auditor substituto de conselheiro de Corte de Contas estadual e remuneração proporcional - ADI 6951/CE e ADI 6952/AM ODS: 16 Resumo: É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da remuneração devida a conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de substituição. Com efeito, trata-se de compensação financeira, justa e devida, cuja constitucionalidade já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal48. Por constituir exercício temporário das mesmas funções, admite-se o pagamento 46 Precedente citado: RE 384903 AgR. 47 Precedente citado: RE 563965 (Tema 41 RG). 48 Precedentes citados: ADI 507; e ADI 6950. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4082468&numeroProcesso=642890&classeProcesso=RE&numeroTema=465 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4082468&numeroProcesso=642890&classeProcesso=RE&numeroTema=465 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=340900 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=582896 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2559017&numeroProcesso=563965&classeProcesso=RE&numeroTema=41 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266391 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759875662 https://drive.google.com/file/d/1mrjzXqBMyoV1mJd32Kl8vVYy-VB3jcXW/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1cdqWEwErKQ6rPULYE4r2xop5vDWHmKwW/view?usp=sharing37 dos mesmos vencimentos e vantagens, por critério de isonomia. Não se trata, portanto, de equiparação ou vinculação das remunerações das duas carreiras, prática vedada pela CF/198849 50. Ademais, como o conteúdo das normas impugnadas não é a sistematização da remuneração da carreira de auditor dos Tribunais de Contas estaduais, não há ofensa ao art. 37, X, da CF/198851. Inexiste, ainda, qualquer afronta ao modelo federal de fiscalização dos Tribunais de Contas, cuja observância pelos estados é compulsória, nos termos do art. 75 da CF/198852. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedentes as ações. ADI 6951/CE, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.6.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1058) ADI 6952/AM, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.6.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1058) Impossibilidade de concessão de aumento pelo Poder Judiciário com fundamento no princípio da isonomia - ARE 1341061/SC (Tema 1175 RG) Tese fixada: “Contraria o disposto na Súmula Vinculante 37 a extensão, pelo Poder Judiciário e com fundamento no princípio da isonomia, do percentual máximo previsto para o Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar, previsto na Lei 13.954/2019, a todos os integrantes das Forças Armadas.”53 Resumo: Não se admite a concessão do Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar no percentual máximo estabelecido pela Lei 13.954/2019 a todos os integrantes das Forças Armadas, com fundamento no princípio da isonomia. Isso porque “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia” (Súmula Vinculante 37). Ademais, a opção pela adoção de valores variáveis a depender do cargo ocupado representa escolha essencialmente política, baseada nas características próprias da carreira, tarefas desempenhadas, grau de responsabilidade, entre outros, cuja análise compete apenas aos Poderes Executivo (que detém a iniciativa de lei) e Legislativo. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada (Tema 1175 RG). Vencido o ministro Ricardo Lewandowski. No mérito, por unanimidade, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria para conhecer o agravo e desprover o recurso extraordinário. ARE 1341061/SC, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 15.10.2021 (INF 1043) 49 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;” 50 Precedentes citados: ADI 396; ADI 1274; e ADI 431 MC. 51 CF/1988: “Art. 37 (...) X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;” 52 Precedentes citados: ADI 5323; ADPF 272; ADI 4776; ADI 5290; e ADI 4416. 53 Precedentes citados: RE 592.317; ARE 1.208.032; ARE 1.278.713. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1058.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1058.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6237065 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6237065&numeroProcesso=1341061&classeProcesso=ARE&numeroTema=1175 http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6237065&numeroProcesso=1341061&classeProcesso=ARE&numeroTema=1175 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6237065 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1043.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266334 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385466 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346380 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749728573 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755552951 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753993293 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751580086 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750738478 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7181942 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5691655 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5954035 https://drive.google.com/file/d/1L_LwRK_ToEtSPyfmHipl9aT-Vb65iVrd/view?usp=sharing 38 Pensão mensal vitalícia a viúvas de ex-prefeitos - ADPF 975/CE ODS: 16 Resumo: É inconstitucional, por violação aos princípios republicano, democrático, da moralidade, da impessoalidade e da igualdade, lei municipal que concede pensão especial mensal e vitalícia a viúvas de ex- prefeitos. Os cargos políticos de chefia do Poder Executivo são exercidos por mandatos temporários e os seus ocupantes são transitórios, motivo pelo qual a jurisprudência desta Corte é no sentido da inexistência de qualquer direito ao recebimento de pensão vitalícia por seus ex-ocupantes, nas esferas estadual e municipal, e por seus respectivos dependentes54. A concessão do referido benefício pelo mero exercício de cargo eletivo implica quebra do tratamento igual que deve ser conferido para pessoas em idênticas condições jurídico-funcionais. Assim, assegurar a percepção de verba mensal a viúvas de ex-prefeitos configura condição privilegiada e injustificada em relação aos demais beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (CF/1988, art. 40, § 13, com a redação dada pela EC 103/2019), que atenderam aos requisitos constitucionais e legais para a concessão de seus benefícios. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ADPF para declarar não recepcionadas a Lei 405/198455 e a Lei 486/198956, ambas do Município de Caucaia/CE, bem como modulou os efeitos da decisão, atribuindo-lhe eficácia a partir da data da publicação da ata do presente julgamento. ADPF 975/CE, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1071) 1.17 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA Requisição administrativa de bens ou serviços públicos - ADI 3454/DF ODS: 3, 10 e 16 Resumo: A requisição administrativa “para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias” — prevista na Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (Lei 8.080/1990) — não recai sobre bens e/ou serviços públicos de outro ente federativo. 54 Precedentes citados: ADPF 833; ADPF 793; ADI 4552; ADI 4544; ADI 4601; ADI 3418; ADI 4545; ADI 3853; ADI 1461 e RE 638307. 55 Lei 405/1984 do Município de Caucaia/CE: “Art. 1º Fica concedida a pensão vitalícia na quantia de Cr$ 200.000 (DUZENTOS MIL CRUZEIROS), às viúvas de ex-Prefeitos no Município de Caucaia. Art. 2º A pensão será devida, independentemente de requerimento à sucessão legítima,na forma que dispuser o Código Civil Brasileiro e, será reajustada sempre que aumentos sejam concedidos aos Inativos e Pensionistas da Prefeitura, e em igual percentual. Art. 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.” 56 Lei 486/1989 do Município de Caucaia/CE: “Art. 1º O valor mensal da pensão vitalícia, concedida às viúvas de ex-prefeitos, de que trata a Lei nº 405, de 30 de novembro de 1984, passa a ser a correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) da Representação a que faz jus o Prefeito em exercício. Art. 2º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotações próprias consignadas no orçamento do Município. Art. 3º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=762538340 https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=758207436 https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=749149850 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748170291 https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=748604505 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748786644 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752402941 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491814 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491138 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752222355 https://drive.google.com/file/d/1uHIx2JJn8I8qpR51tUGxZt0wjA-A83VY/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1r7h4L7ZFWjnpIC_z-uh5bnJ4bBeiMo6A/view?usp=sharing 39 O permissivo constitucional para a requisição administrativa de bens particulares, em caso de iminente perigo público57, tem aplicação nas relações entre Poder Público e patrimônio privado, não sendo possível estender a hipótese às relações entre as unidades da Federação. Nos termos da jurisprudência desta Corte58, ofende o princípio federativo a requisição de bens e serviços de um ente federado por outro, o que somente se admitiria excepcionalmente à União durante a vigência de estado de defesa (CF/1988, art. 136, § 1º, II) e estado de sítio (CF/1988, art. 139, VII). Entre os entes federados não há hierarquia, sendo-lhes assegurado tratamento isonômico, ressalvadas apenas as distinções porventura constantes na própria CF/1988. Portanto, como as relações entre eles se caracterizam pela cooperação e horizontalidade, tal requisição, ainda que a pretexto de acudir situação fática de extrema necessidade, importa ferimento da autonomia daquele cujos bens ou serviços públicos são requisitados, acarretando-lhe incontestável desorganização. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para atribuir interpretação conforme a Constituição ao art. 15, XIII, da Lei 8.080/199059, excluindo a possibilidade de requisição administrativa de bens e serviços públicos de titularidade de outros entes federativos. ADI 3454/DF, relator Ministro. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 20.6.2022 (segunda-feira), às 23:59 (INF 1059) 1.18 SERVIÇOS PÚBLICOS Medidas para garantir a continuidade de serviços públicos essenciais e direito de greve - ADI 4857/DF Resumo: São constitucionais o compartilhamento, mediante convênio, com estados, Distrito Federal ou municípios, da execução de atividades e serviços públicos federais essenciais, e a adoção de procedimentos simplificados para a garantia de sua continuidade em situações de greve, paralisação ou operação de retardamento promovidas por servidores públicos federais. Nessa hipótese, não se criam cargos, nem se autoriza contratação temporária. Tampouco delegam-se atribuições de servidores públicos federais a servidores públicos estaduais, ou autoriza-se a investidura em cargo público federal sem a aprovação prévia em concurso público. O que se tem é o compartilhamento da execução da atividade ou serviço para garantia da continuidade do serviço público em situações excepcionais ou temporárias, motivo pelo qual a medida será encerrada ao término daquelas circunstâncias. 57 CF/1988: “Art. 5º (...) XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;” 58 Precedentes citados: ACO 3463 MC-Ref; ACO 3393 MC-Ref.; ACO 3398 (monocrática); e ACO 3385 (monocrática). 59 Lei 8.080/1990: “Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: (...) XIII – para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1059.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755350176 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753201798 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15343547646&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342938537&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/14Bh0uMNztC5Vm1cqCuH0imTrc55fmpCL/view?usp=sharing 40 Ademais, considerando que o Decreto 7.777/201260, que prevê essa cooperação entre entes federativos, retira seu fundamento legal da Lei 7.783/1989 (arts. 11 e 12)61, a aplicação das medidas nele previstas deve se restringir aos serviços públicos considerados essenciais. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente ação direta. ADI 4857/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.3.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1046) Reajuste de tarifas telefônicas: cláusula contratual, inflação e revisão judicial - RE 1059819/PE (Tema 991 RG) Tese fixada: “Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de cláusula de contrato de concessão firmado por Agência Reguladora e prestadora de serviço de telefonia que, em observância aos marcos regulatórios estabelecidos pelo Legislador, autoriza a incidência de reajuste de alguns itens tarifários em percentual superior ao do índice inflacionário fixado, quando este não é superado pela média ponderada de todos os itens.” Resumo: Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula de contrato de concessão de serviço público que autoriza o reajuste de tarifa telefônica em percentual superior ao índice inflacionário. Isso porque a intervenção do Judiciário no âmbito regulatório dá-se com vistas ao controle de legalidade, respeitadas as capacidades institucionais das entidades de regulação e a discricionariedade técnica dos atos editados, motivo pelo qual interferir em ato autorizado pela Anatel, que não excedeu os limites conferidos peloe princípio da publicidade - ADI 5371/DF ................. 30 Repercussão na esfera administrativa da nulidade de provas no processo penal - ARE 1316369/DF (Tema 1238 RG) .......................................................................... 31 1.12 PROCURADORES; SUBSÍDIOS ..................................................................... 31 Quitação de dívida ativa por meio alternativo de cobrança e honorários advocatícios de procuradores estaduais - ADI 5910/RO ............................................................ 31 1.13 REGIME PREVIDENCIÁRIO.......................................................................... 32 Criação de regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos por lei estadual - ADI 7198/PA................................................. 32 1.14 REGISTRO DE IMÓVEIS................................................................................ 33 Requisitos para a ratificação pela União de registros imobiliários decorrentes de títulos expedidos pelos estados referentes a alienações e concessões de terras públicas situadas nas faixas de fronteira - ADI 5623/DF ............................................................. 33 1.15 REGISTRO E PORTE DE ARMA DE FOGO................................................... 34 Flexibilização da aquisição de armas de fogo por meio de decreto presidencial - ADI 6119/DF, ADI 6139/DF e ADI 6466/DF .......................................................... 34 1.16 REMUNERAÇÃO............................................................................................ 36 Alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez para servidores militares - RE 642890/DF (Tema 465 RG) .............................................................................. 36 Auditor substituto de conselheiro de Corte de Contas estadual e remuneração proporcional - ADI 6951/CE e ADI 6952/AM .................................................. 36 Impossibilidade de concessão de aumento pelo Poder Judiciário com fundamento no princípio da isonomia - ARE 1341061/SC (Tema 1175 RG) ............................. 37 Pensão mensal vitalícia a viúvas de ex-prefeitos - ADPF 975/CE..................... 38 1.17 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................ 38 Requisição administrativa de bens ou serviços públicos - ADI 3454/DF .......... 38 7 1.18 SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................... 39 Medidas para garantir a continuidade de serviços públicos essenciais e direito de greve - ADI 4857/DF ................................................................................................... 39 Reajuste de tarifas telefônicas: cláusula contratual, inflação e revisão judicial - RE 1059819/PE (Tema 991 RG)............................................................................. 40 1.19 SERVIDOR PÚBLICO ..................................................................................... 41 Extensão da licença-maternidade a servidor público pai solo - RE 1348854/SP (Tema 1182 RG) .......................................................................................................... 41 Funções desempenhadas por Delegado de Polícia: atribuição de natureza jurídica e caráter essencial ao Estado - ADI 5528/TO ...................................................... 41 Lista tríplice para escolha de delegado-chefe da Polícia Civil - ADI 6923/RO .. 42 Polícia Civil: enquadramento como exercício de atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica - ADI 5517/ES ............... 43 Reenquadramento de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988 - ARE 1306505/AC (Tema 1157 RG) ................. 43 Restrição do direito de férias de servidores municipais - RE 593448/MG (Tema 221 RG) ......................................................................................................................... 44 Servidor público: jornada de trabalho reduzida e remuneração inferior ao salário mínimo - RE 964659/RS (Tema 900 RG) ......................................................... 45 1.20 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ........................................................... 46 Privatização de empresa estatal e transferência de débitos judiciais ao estado - ADI 5271/MA .......................................................................................................... 46 1.21 TRIBUNAL DE CONTAS................................................................................ 47 TCU: competência para fiscalizar verbas federais complementares ao ................ FUNDEF/FUNDEB - ADI 5791/DF ............................................................... 47 2. DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................ 48 2.1 ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE ........................... 48 Área de Preservação Ambiental Permanente e competência legislativa - ADI 5675/MG ......................................................................................................................... 48 2.2 COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .................................................. 48 Fundo Clima: funcionamento, destinação de recursos e contingenciamento de verbas - ADPF 708/DF .................................................................................................. 48 2.3 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS ............................................... 49 Composição de órgãos de controle ambiental - ADPF 651/DF ......................... 49 2.4 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 50 8 Alteração dos critérios para dispensa de licenciamento ambiental por meio de norma estadual - ADI 4529/MT ................................................................................... 50 Concessão automática de licença ambiental para empresas com grau de risco médio - ADI 6808/DF ................................................................................................... 51 Licenciamento ambiental e competência municipal - ADI 2142/CE ................. 52 2.5 POLUIÇÃO ...................................................................................................... 53 Resolução 491/2018-Conama: padrões de qualidade do ar e diretrizes da OMS - ADI 6148/DF ........................................................................................................... 53 2.6 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL .................... 53 Supressão de marcos regulatórios ambientais e proibição do retrocesso ambiental - ADPF 748/DF .................................................................................................. 53 2.7 SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................ 55 Região metropolitana: saneamento básico, poder decisório e recursos obtidos com a empreitada comum - ADI 6573/AL; ADI 6911/AL e ADPF 863/AL ................. 55 3. DIREITO CIVIL ............................................................................................................. 56 3.1 ASSOCIAÇÃO ................................................................................................. 56 Desfiliação de associado: quitação de débitos e/ou multas como condição - RE 820823/DF (Tema 922) .................................................................................... 56 3.2 BEM DE FAMÍLIA .......................................................................................... 57 Bem de família: fiança; contrato de locação comercial e penhorabilidade - RE 1307334/SP (Tema 1127 RG) ........................................................................... 57 3.3 POSSE .............................................................................................................legislador, importa em afronta ao princípio da separação dos Poderes62. Com base nesse entendimento, ao concluir a apreciação do Tema 991 da repercussão geral, o Plenário, por maioria, deu provimento ao recurso extraordinário para, reformando o acórdão recorrido, julgar improcedente ação civil pública, mantendo válido o acréscimo de 9% no reajuste individual dos itens tarifários acima do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), constante na cláusula 11.1 do contrato de concessão. RE 1059819/PE, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1044) 60 Decreto 7.777/2012: “Art. 1º Compete aos Ministros de Estado supervisores dos órgãos ou entidades em que ocorrer greve, paralisação ou retardamento de atividades e serviços públicos: I - promover, mediante convênio, o compartilhamento da execução da atividade ou serviço com Estados, Distrito Federal ou Municípios; e II - adotar, mediante ato próprio, procedimentos simplificados necessários à manutenção ou realização da atividade ou serviço. § 1º As atividades de liberação de veículos e cargas no comércio exterior serão executadas em prazo máximo a ser definido pelo respectivo Ministro de Estado supervisor dos órgãos ou entidades intervenientes. § 2º Compete à chefia de cada unidade a observância do prazo máximo estabelecido no § 1º. § 3º A responsabilidade funcional pelo descumprimento do disposto nos §§ 1º e 2º será apurada em procedimento disciplinar específico. Art. 2º O Ministro de Estado competente aprovará o convênio e determinará os procedimentos necessários que garantam o funcionamento regular das atividades ou serviços públicos durante a greve, paralisação ou operação de retardamento. Art. 3º As medidas adotadas nos termos deste Decreto serão encerradas com o término da greve, paralisação ou operação de retardamento e a regularização das atividades ou serviços públicos. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.” 61 Lei 7.783/1989: “Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis.” 62 Precedente citado: ADI 4.679. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5223306&numeroProcesso=1059819&classeProcesso=RE&numeroTema=991 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5223306&numeroProcesso=1059819&classeProcesso=RE&numeroTema=991 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1044.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=314044012&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/1IbE2SAZk5afXrFh5gdpYVbTzeGKImYmL/view?usp=sharing 41 1.19 SERVIDOR PÚBLICO Extensão da licença-maternidade a servidor público pai solo - RE 1348854/SP (Tema 1182 RG) ODS: 3, 8, 10 e 16 Tese fixada: “À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança com absoluta prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da Lei 8.112/1990, estende-se ao pai genitor monoparental.” Resumo: O servidor público que seja pai solo ─ de família em que não há a presença materna ─ faz jus à licença maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em que garantidos à mulher pela legislação de regência. A construção interpretativa e jurisprudencial do Tribunal, acompanhando os avanços da Constituição no campo da justiça social e dos direitos da dignidade da pessoa humana, passou a legitimar e igualar as diversas configurações de família e filiação. Inclusive, esta Corte tem reiteradamente realçado que a CF/1988 e o ECA adotaram a doutrina da proteção integral e o princípio da prioridade absoluta das crianças e dos adolescentes enquanto pessoas em desenvolvimento, devendo-lhes ser asseguradas todas as condições para uma convivência familiar saudável, harmônica e segura, quer seja o vínculo familiar biológico ou estabelecido pelos institutos da guarda ou adoção63. Assim, embora inexistente previsão legal, o benefício deve ser excepcionalmente estendido ao pai de família monoparental, em respeito aos princípios da isonomia de direitos entre o homem e a mulher64 e da proteção integral à criança65, já que destinado a assegurar o melhor interesse do menor, cujos laços de afetividade com o responsável por sua criação e educação são formados ainda nos primeiros dias de vida. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.182 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário. RE 1348854/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 12.5.2022 (INF 1054) Funções desempenhadas por Delegado de Polícia: atribuição de natureza jurídica e caráter essencial ao Estado - ADI 5528/TO 63 Precedentes citados: ADI 5938; RE 629053 (Tema 497 RG); ADI 4878; ADI 5083; ADI 6600; ADI 4277; ADPF 132; e RE 778889 (Tema 782 RG). 64 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;” 65 CF/1988: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6265210 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6265210 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750927271https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749246988 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3940408&numeroProcesso=629053&classeProcesso=RE&numeroTema=497 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756677410 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756677411 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755760745 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628635 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628633 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782 https://drive.google.com/file/d/1TaMj_5LPyOclKS_9Nq_bn8ResPajkkX5/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=P0Sx5Ts9tnA https://www.youtube.com/watch?v=byufP6qVqvg https://www.youtube.com/watch?v=ya6Su1XQOG4 42 Resumo: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que atribui às funções de polícia judiciária e à apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de Polícia natureza jurídica e caráter essencial ao Estado. Sob o aspecto formal, compete exclusivamente ao chefe do Poder Executivo (CF/1988, art. 61, § 1º, II, b e c) a iniciativa de normas sobre a organização administrativa e os servidores públicos, seu regime jurídico e provimento de cargos66. Já sob o aspecto material, o art. 144, § 6º, da Constituição Federal estabelece vínculo de subordinação hierárquica da Polícia Civil ao governador de estado. Sendo assim, o desenho institucional inserido constitucionalmente não legitima a governança independente da polícia judiciária, uma vez que cabem ao chefe do Poder Executivo, dirigente máximo da Administração Pública, a prerrogativa e a responsabilidade pela estruturação e pelo planejamento operacional dos órgãos locais de segurança pública, bem como a definição de programas e ações governamentais prioritários a partir do quadro orçamentário do ente federado67. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, nessa extensão, a julgou procedente em parte para declarar a inconstitucionalidade, sob o ângulo formal, do art. 116, § 1º, nas redações dadas pelas Emendas 37/2019 e 26/2014, e § 5º, no texto conferido pela Emenda 26/2014, bem como, no campo material, da expressão “de natureza jurídica, essenciais e” contida no art. 116, § 1º, da Constituição do Estado do Tocantins, nas redações dadas pelas Emendas 37/2019 e 26/2014. ADI 5528/TO, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda- feira), às 23:59 (INF 1076) Lista tríplice para escolha de delegado-chefe da Polícia Civil - ADI 6923/RO ODS: 16 Resumo: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia. A instituição de requisitos para a nomeação do delegado-chefe da Polícia Civil é matéria de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo (CF/1988, art. 61, § 1º, II, c e e), e, dessa forma, não pode ser tratada por emenda constitucional de iniciativa parlamentar68. Ademais, o art. 144, § 6º, da Constituição Federal, estabelece vínculo de subordinação das respectivas polícias civis aos governadores de estado. Assim, a atribuição de maior autonomia ao Conselho Superior de Polícia, materializada na elaboração de listas tríplices de observância obrigatória, mostra-se inconstitucional, especialmente por restringir o poder de escolha do chefe do Poder Executivo estadual 69. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade do art. 146-A da Constituição rondoniense, incluído pela Emenda Constitucional 118/2016, e, ainda, da Lei Complementar 1.005/2018 daquela unidade federada. 66 Precedente citado: ADI 5075. 67 Precedentes citados: ADI 5520; ADI 5522 e ADI 5536. 68 Precedentes citados: ADI 2646 MC; ADI 2819 69 Precedentes citados: ADI 5520; ADI 5536 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9328352 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750907230 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759478649 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=387194 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266936 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750907230 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547 https://drive.google.com/file/d/12cgDTz8ubv-g8175D_Ti-fG3PMIadt9l/view?usp=share_link https://drive.google.com/file/d/1Xpfn2yAEhJQmYCFCxozsfr3L-8b7tBZQ/view?usp=share_link 43 ADI 6923/RO, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1074) Polícia Civil: enquadramento como exercício de atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica - ADI 5517/ES Resumo: É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que estabelece a natureza jurídica da Polícia Civil como função essencial à atividade jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica, bem como atribui aos Delegados de Polícia a garantia de independência funcional. Competem ao chefe do Poder Executivo — dirigente máximo da Administração Pública — a prerrogativa e a responsabilidade pela estruturação e pelo planejamento operacional dos órgãos locais de segurança pública, bem como a definição de programas e ações governamentais prioritários a partir do quadro orçamentário do ente federado70. Sobre o tema, esta Corte reiterou a compreensão de que o art. 144, § 6º, da Constituição Federal estabelece vínculo de subordinação hierárquica da Polícia Civil ao governador do estado, mostrando-se inconstitucional a atribuição de autonomia ao órgão ou de independência funcional a seu dirigente, o Delegado de Polícia71. Ademais, o inquérito policial é procedimento pré-processual de natureza administrativa e inquisitória, destinado a colher provas que subsidiem o exercício da ação penal pelo Ministério Público. Nesse contexto, o seu condutor, o Delegado de Polícia, apesar de desempenhar atividades de conteúdo jurídico, não integra carreira propriamente jurídica, pois, se assim o fosse, inviabilizaria o controle externo e o poder requisitório exercidos pelo Parquet. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade dos §§ 3º, 4º e 6º do art. 128 da Constituição do Estado do Espírito Santo, acrescentados pela Emenda 95/201372. ADI 5517/ES, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda- feira), às 23:59. (INF 1076) Reenquadramento de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988 - ARE 1306505/AC (Tema 1157 RG) Tese fixada: 70 CF/1988: “Art. 144. Asegurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: (...) IV - polícias civis; (...) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. (...) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” 71 Precedentes citados: ADI 244; ADI 882; ADI 5520; ADI 5522 e ADI 5536. 72 Constituição do Estado do Espírito Santo: “Art. 128. (...) § 3º No desempenho da atividade de polícia judiciária, instrumental à propositura das ações penais, a Polícia Civil exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica. § 4º Os Delegados de Polícia integram as carreiras jurídicas do Estado, dispensando-lhes o mesmo tratamento legal e protocolar, motivo pelo qual se exige para o ingresso na carreira o bacharelado em Direito e assegura-se a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases do concurso público. (...) § 6º O Delegado de Polícia é legítima autoridade policial, a quem é assegurada independência funcional pela livre convicção nos atos de polícia judiciária.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6083656 http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6083656&numeroProcesso=1306505&classeProcesso=ARE&numeroTema=1157 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266267 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266577 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750907230 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759478649 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547 https://drive.google.com/file/d/1JEJSJib0GenUugwmj98RGztnjujF_BxC/view?usp=share_link https://drive.google.com/file/d/1mDLx6Sn8E7DDEAWBTbqHzMvFOaxRfDKf/view?usp=sharing 44 “É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo que beneficiado pela estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não prevê o direito à efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na ADI 3609 (Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014).” Resumo: Servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da CF/1988, ainda que beneficiado pela estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT, não pode ser reenquadrado em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração previsto para servidores efetivos. Embora o art. 19 do ADCT73 tenha conferido estabilidade excepcional aos servidores que foram admitidos, sem concurso público, há pelo menos cinco anos contínuos da data da promulgação da CF/1988, nada dispôs acerca da possibilidade de esses servidores usufruírem de benefícios legalmente estabelecidos para os ocupantes de cargos efetivos que ingressaram mediante concurso público. Os servidores que adquiriram essa estabilidade excepcional possuem apenas o direito de permanecer na função para as quais foram admitidos, devendo submeter-se a certame público para serem efetivados no cargo, nos termos do art. 37, II, da CF/198874 e 75. Dessa forma, se nem mesmo os servidores que preenchem os requisitos do art. 19 do ADCT fazem jus aos benefícios conferidos aos que ingressaram na Administração Pública mediante prévia aprovação em concurso público, com menos razão pode-se cogitar, no caso concreto, da continuidade de situação notoriamente inconstitucional, em que servidor contratado pelo regime celetista, sem concurso público, sem qualquer estabilidade, usufrui de benefícios legalmente previstos apenas para servidores públicos efetivos76. Além disso, a concessão de efeitos prospectivos à decisão proferida na ADI 3609 não teve por escopo garantir efetividade aos servidores que ingressaram no serviço público estadual sem concurso até 5.2.2015, mas sim conceder ao Estado tempo suficiente para realizar concurso público para o preenchimento dos cargos que foram ocupados de forma inconstitucional e evitar a paralisação de serviço público essencial. Com esses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1157 da repercussão geral, conheceu do agravo para, desde logo, dar provimento ao recurso extraordinário, e denegar a segurança. ARE 1306505/AC, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.3.2022 (INF 1048) Restrição do direito de férias de servidores municipais - RE 593448/MG (Tema 221 RG) Tese fixada: 73 ADCT: “Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.” 74 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” 75 Precedentes citados: ARE 1238618 AgR; ARE 1069876 AgR; ADI 289; ADI 3609; ADPF 482; ADI 1757; ADI 2364; ADI 1476; ADI 5163; ADI 1269; ADI 1202; Rcl 35146 AgR; ADI 4233. 76 Precedentes citados: ARE 985614 AgR; MS 30294; RE 817338; RE 1219419 AgR; ARE 1248621 AgR; ARE 1247837 AgR. http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7026115 http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6083656&numeroProcesso=1306505&classeProcesso=ARE&numeroTema=1157 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6083656 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752130957 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14028496 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=409730 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7026115 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752208101 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748387985 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749298313 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748097374 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748097374 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8481099http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748052208 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748052605 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757598960 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755703994 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13060378 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750060944 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753361371 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757375377 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754637567 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754637568 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754637568 https://drive.google.com/file/d/1B6CuWZ00d4hF17EBsqorgmZYMMwKk5rc/view?usp=sharing 45 “No exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o Município, ao disciplinar o regime jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servidor em licença saúde de maneira a inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no art. 7º, XVII da Constituição Federal de 1988.” Resumo: Lei municipal não pode limitar o direito fundamental de férias do servidor público que gozar, em seu período aquisitivo, de mais de dois meses de licença médica. O direito ao gozo de férias anuais remuneradas é constitucionalmente assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais (CF/1988, art. 7º, XVII) e extensível aos servidores públicos (CF/1988, art. 39, § 3º). Não é possível inferir ou extrair do texto da Constituição Federal qualquer limitação ao exercício desse direito77 , de modo que a legislação infraconstitucional não pode fazê-lo78 . Portanto, embora a autonomia municipal também seja protegida por disposição constitucional expressa (CF/1988, arts. 18 e 30), o município não pode, mesmo sob o pretexto de disciplinar o regime jurídico de seus servidores, tornar irrealizável direito fundamental a eles conferido. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 221 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário. RE 593448/MG, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 2.12.2022 (sexta-feira), às 23:59 Servidor público: jornada de trabalho reduzida e remuneração inferior ao salário mínimo - RE 964659/RS (Tema 900 RG) ODS: 8, 10 e 16 Tese fixada: “É defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público, ainda que labore em jornada reduzida de trabalho.” Resumo: É inconstitucional remunerar servidor público, mesmo que exerça jornada de trabalho reduzida, em patamar inferior a um salário mínimo79. O direito fundamental ao salário mínimo é previsto constitucionalmente para garantir a dignidade da pessoa humana por meio da melhoria de suas condições de vida (CF/1988, art. 7º, IV), garantia que foi estendida aos servidores públicos sem qualquer sinalização no sentido da possibilidade de flexibilizá-la no caso de jornada reduzida ou previsão em legislação infraconstitucional (CF/1988, art. 39, § 3º). A leitura conjunta dos dispositivos constitucionais atinentes ao tema, somado ao postulado da vedação do retrocesso de direitos sociais, denota a finalidade de assegurar o mínimo existencial aos integrantes da 77 CF/1988: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; (...) Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (...) § 3º Aplica- se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.” 78 Precedente citado: RE 650851 QO 79 Precedentes citados: AI 815869 AgR; RE 565621 (monocrática); AI 742870 (monocrática); ARE 660010 (Tema 514 RG); ARE 893698 (monocrática); ARE 891944 (monocrática); ARE 736433 (monocrática); ARE 887646 (monocrática); ARE 891945 (monocrática); ARE 663068 (monocrática); ADI 2238. https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2640281&numeroProcesso=593448&classeProcesso=RE&numeroTema=221 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2640281 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2640281 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4967664&numeroProcesso=964659&classeProcesso=RE&numeroTema=900 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7464692 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7304095 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=296673870&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=198800264&ext=.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7798212 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4152105&numeroProcesso=660010&classeProcesso=ARE&numeroTema=514 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307033023&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=306957038&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=139686460&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=306843422&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307042409&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307042409&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadTexto.asp?id=3094695&ext=RTF http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753826907 https://drive.google.com/file/d/1hS9cBw3i18_aOmH8e_6Gruq5pwkJBCMe/view?usp=sharing 46 Administração Pública Direta e Indireta com a fixação do menor patamar remuneratório admissível80, especialmente se consideradas as limitações inerentes ao regime jurídico dos servidores públicos, cujas características se distinguem do relativo às contratações temporárias ou originadas de vínculos decorrentes das recentes reformas trabalhistas. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 900 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para devolver os autos ao tribunal de origem para continuidade de julgamento, a fim de que sejam decididas as demais questões postas no apelo, observados os parâmetros ora decididos. RE 964659/RS, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 5.8.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1062) 1.20 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Privatização de empresa estatal e transferência de débitos judiciais ao estado - ADI 5271/MA Resumo: É constitucional norma estadual que prevê a assunção de obrigações financeiras resultantes de sentença judicial proferida após a privatização de sociedade de economia mista prestadora de serviço público pelo respectivo estado. No caso, a Lei 7.514/2000 do Estado do Maranhão dispõe sobre matérias administrativas relativas à desestatização de empresa estatal do setor de energia (Companhia Energética do Maranhão S.A – CEMAR) e à responsabilidade do estado na sucessão de obrigações extraordinárias decorrentes da reorganização administrativa, conteúdo inserido na competência outorgada constitucionalmenteaos estados-membros81. A norma não cria despesas efetivas nem constitui privilégios fiscais concedidos à então estatal82 83. Ela também não viola o princípio da isonomia ou o ato jurídico perfeito. Isso porque, ao determinar a assunção de apenas alguns débitos, o legislador atuou dentro de seu espaço de discricionariedade, visando tornar a operação mais atrativa à luz do interesse público e estimular a aquisição. Ademais, a lei representa uma garantia adicional ao adimplemento de dívidas contratuais assumidas previamente pela CEMAR, pois a transferência das obrigações ao estado respeitou os contratos anteriormente celebrados, não havendo se falar em aceitação por encargos futuros. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e a julgou improcedente na parte conhecida. ADI 5271/MA, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 26.8.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1065) 80 Precedentes citados: ADI 1442; RE 340599; RE 582019 QO (Tema 142 RG). 81 CF/1988: “Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (...) Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. 82 CF/1988: “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (...) § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.” 83 Precedentes citados: ADI 5856; ADI 1440; e ADI 3599. https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4967664&numeroProcesso=964659&classeProcesso=RE&numeroTema=900 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1062.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1065.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=389587 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=261022 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=576035 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2605794&numeroProcesso=582019&classeProcesso=RE&numeroTema=142 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342549864&ext=.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630116 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=486694 https://drive.google.com/file/d/1-iZHZgsYgxkWQQDO4VtCa8Dn4B3nl1hN/view?usp=sharing 47 1.21 TRIBUNAL DE CONTAS TCU: competência para fiscalizar verbas federais complementares ao FUNDEF/FUNDEB - ADI 5791/DF Resumo: Compete ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar a aplicação, por parte dos demais entes da Federação, de verbas federais, transferidas pela União, para complementar o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF)/Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Os recursos destinados ao FUNDEF/FUNDEB a título de complementação, quando o montante investido pelos estados e pelo Distrito Federal não for suficiente para atingir o mínimo por aluno, são originários da União 84 85. Ademais, a fiscalização da aplicação de recursos federais é atribuição do TCU, conforme disposto na Constituição Federal86 e na própria Lei Orgânica do Tribunal (Lei 8.443/1992). Assim, a origem dos recursos é determinante para o adequado estabelecimento da competência fiscalizatória87, de maneira que, caso se faça necessária a complementação da União, o TCU atuará, sem que isso represente prejuízo à atuação do respectivo Tribunal de Contas estadual, visto que o Fundo é composto por recursos estaduais e municipais88. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação. ADI 5791/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 2.9.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1066) 84 ADCT: “Art. 60 Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições: (...) II - os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial, matriculados nas respectivas redes, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária estabelecidos nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal; (...) V - a União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada Estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, fixado em observância ao disposto no inciso VII do caput deste artigo, vedada a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 da Constituição Federal.” (com a redação dada pela Emenda Constitucional 53/2006) 85 CF/1988: “Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (...) Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (...) II - os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas ‘a’ e ‘b’ do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição; (...) IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo; V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do total de recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma: (...)” 86 CF/1988: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Administração Direta e Indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidaspelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;” 87 Precedentes citados: ACO 648; ACO 660; ACO 669; ACO 700; ACO 1156; ACO 1109; HC 80867; MS 24379; MS 25880; MS 21644; MS 26969; e ADPF 528. 88 Lei 14.113/2020: “Art. 30. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos, serão exercidos: (...) II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, perante os respectivos entes governamentais sob suas jurisdições; III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos federais, especialmente em relação à complementação da União.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1066.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474659 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474919 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14475202 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14476163 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=609247 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1797922 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=78546 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8634710 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=409762 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=85573 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7459206 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=760300682 https://drive.google.com/file/d/1oQpBrTNpy0fjRW0KJUeYzBpgBP7VMN81/view?usp=sharing 48 2. DIREITO AMBIENTAL 2.1 ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE Área de Preservação Ambiental Permanente e competência legislativa - ADI 5675/MG Resumo: É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União. Em matéria de competência legislativa concorrente, vale a regra da predominância do interesse, respeitando-se a legislação estadual sempre — e apenas — que ela promover um aumento no padrão normativo de proteção aos bens jurídicos tutelados89. Nesse sentido, se a lei estadual amplia os casos de ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na norma federal vigente à época (no caso, a Lei 11.977/2009, revogada pela Lei 13.465/2017), ela, além de estar em descompasso com o conjunto normativo elaborado pela União, flexibiliza a proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso a sofrer danos. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 2º, III; 3º, II, c, e 17 da Lei 20.922/2013 do Estado de Minas Gerais. ADI 5675/MG, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 17.12.2021 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1042) 2.2 COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Fundo Clima: funcionamento, destinação de recursos e contingenciamento de verbas - ADPF 708/DF ODS: 3, 13, 15 e 17 Tese fixada: “O Poder Executivo tem o dever constitucional de fazer funcionar e alocar anualmente os recursos do Fundo Clima, para fins de mitigação das mudanças climáticas, estando vedado seu contingenciamento, em razão do dever constitucional de tutela ao meio ambiente (CF, art. 225), de direitos e compromissos internacionais assumidos pelo Brasil (CF, art. 5º, § 2º), bem como do princípio constitucional da separação dos poderes (CF, art. 2º c/c art. 9º, § 2º, LRF).” Resumo: É dever do Poder Executivo dar pleno funcionamento ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) e alocar anualmente seus recursos com o intuito de mitigar as mudanças climáticas, sendo vedado o contingenciamento de suas receitas. 89 Precedentes citados: ADPF 109; ADI 5.312; ADI 4.988. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2505793 http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15339479339&ext=.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15338785977&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/1jRbvGJV9pMkOEMQCbvDSNnWnyIQStLSw/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1aJw1hPVyPBt6aDQVU3ULzXyQ4tzRclrS/view?usp=sharing 49 A União e os representantes eleitos têm dever constitucional, supralegal e legal de proteger o meio ambiente e de combater as mudanças climáticas. Ademais, os tratados sobre direito ambiental desfrutam de status supranacional, pois constituem espécie do gênero tratados de direitos humanos. Assim, a tutela ambiental possui natureza jurídica vinculante, eis que não inserida em juízo político, de conveniência e oportunidade, do chefe do Poder Executivo, de modo que, acaso evidenciado um contexto de colapso nas políticas públicas atinentes ao tema, o Poder Judiciário deve atuar para garantir obediência ao princípio da vedação ao retrocesso. Além disso, a alocação de recursos do Fundo concretiza o dever constitucional de tutela e restauração do meio ambiente, assim como dos direitos fundamentais que lhes são interdependentes. Como as suas receitas são vinculadas por lei a atividades determinadas, não podem ser objeto de contingenciamento, nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal90. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para: (i) reconhecer a omissão da União, em razão da não alocação integral dos recursos do Fundo Clima referentes a 2019; (ii) determinar à União que se abstenha de se omitir em fazer funcionar o Fundo Clima ou em destinar seus recursos; e (iii) vedar o contingenciamento das receitas que integram o Fundo. ADPF 708/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 1º.7.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1061) 2.3 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS Composição de órgãos de controle ambiental - ADPF 651/DF ODS: 15, 16 e 17 Resumo: São inconstitucionais as normas que, a pretexto de reestruturarem órgãos ambientais, afastam a participação da sociedade civil e dos governadores do desenvolvimento e da formulação de políticas públicas, bem como reduzem, por via de consequência, o controle e a vigilância por eles promovidos. A Constituição Federal confere ao Poder Público e à coletividade o dever de preservar e defender o meio ambiente91. A responsabilidade da coletividade só existe se a ela for viabilizada a participação na formulação, execução e controle das políticas públicas ambientais, razão pela qual a Constituição também teve o cuidado de estabelecer o dever de o Poder Público promover a educação ambiental, em todos os níveis de ensino, e a conscientização pública para a necessidade de preservação do meio ambiente (CF, art. 225, § 1º, VI). Nesse sentido, as medidas de proteção ambiental devem se orientar para acolher a participação da sociedade civil. Nesse contexto,a eliminação da presença de seus representantes na composição de órgãos 90 Precedente citado: ADPF 347 MC. 91 CF/1988: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (...)” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1061.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5853176 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10300665 https://drive.google.com/file/d/1cNu3Dys4E7tSEMtkfuQ5ICLxdapFnNtg/view?usp=sharing 50 ambientais exclui a coletividade da atuação cívica das políticas adotadas, bem como confere ao Poder Executivo o controle exclusivo de suas decisões, neutralizando o caráter plural, crítico e diversificado da formulação, desempenho e controle social, que, por definição constitucional, caracteriza condição inerente à atuação desses órgãos. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para (i) declarar a inconstitucionalidade do art. 5º do Decreto 10.224/2020, que extinguiu a participação da sociedade civil no Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente; e (ii) declarar a inconstitucionalidade do Decreto 10.239/2020, especificamente no ponto em que excluída a participação de governadores no Conselho Nacional da Amazônia Legal; e do inciso CCII do art. 1º do Decreto 10.223/2020, especificamente no ponto em que se extinguiu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia. ADPF 651/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 28.4.2022 (INF 1052) 2.4 LICENCIAMENTO AMBIENTAL Alteração dos critérios para dispensa de licenciamento ambiental por meio de norma estadual - ADI 4529/MT Resumo: É inconstitucional — por invadir a competência legislativa geral da União (CF/1988, art. 24, VI, §§ 1º e 2º) e violar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF/1988, art. 225, § 1º, IV) — norma estadual que cria dispensa do licenciamento ambiental para atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. A legislação estadual exorbitou dos limites expressamente estabelecidos pela legislação federal para o tratamento da matéria, promovendo indevida inovação ao prever o aumento do mínimo de fonte de energia primária idônea a criar uma presunção de significativa degradação ambiental, bem como ao inserir requisito diverso para o licenciamento, consistente na extensão da área inundada92. Por outro lado, a atuação normativa estadual flexibilizadora, ao desconsiderar o patamar mínimo estabelecido para a configuração de atividade potencialmente poluidora, violou o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e afrontou a obrigatoriedade da intervenção do Poder Público em matéria ambiental. Ademais, como os empreendimentos e atividades econômicas apenas são considerados lícitos e constitucionais quando subordinados à regra de proteção ambiental, a norma impugnada, justamente por representar proteção insuficiente, deixa de observar os princípios da proibição de retrocesso em matéria socioambiental, da prevenção e da precaução93 Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade material dos artigos 3º, XII, e 24, XI, da LC 38/1995 do Estado de Mato Grosso94, bem como 92 Precedente citado: ADI 5312. 93 Precedentes citados: ADI 6288; ADI 4069; RE 739998 AgR e ADI 1086. 94 LC 38/1995 do Estado do Mato Grosso: “Art. 3º O COSEMA, órgão colegiado do Sistema Estadual de Meio Ambiente - SIMA, tem a finalidade de assessorar, avaliar e propor ao Governo do Estado de Mato Grosso diretrizes da Política Estadual do Meio Ambiente, bem como deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de vida, possuindo as seguintes atribuições: (...) XII - opinar sobre o licenciamento ambiental das usinas termelétricas ou hidrelétricas com capacidade acima de 30MW, para o que, obrigatoriamente, será exigida a prévia elaboração de Estudo de Impacto Ambiental-EIA e apresentação do respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA, dependendo a validade da licença de aprovação pela Assembléia Legislativa; (Nova redação dada pela LC 70/2000) (...) Art. 24 Dependerá de elaboração do EIA e respectivo RIMA, a serem submetidos à aprovação da https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5853176 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749117787 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754566819 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753910254 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6587815 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266652 https://www.youtube.com/watch?v=E1VShbVi1ng https://www.youtube.com/watch?v=z29UdpA4bLI https://drive.google.com/file/d/1tx5NvsVKErbMHWLB5vToIBrfdEFxqqe9/view?usp=share_link 51 da expressão contida no artigo 24, VII, da mesma norma, tanto na redação vigente (“com área de inundação acima de 13 km²”) quanto na anterior (“com área de inundação acima de 300ha”). ADI 4529/MT, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda- feira), às 23:59 (INF 1076) Concessão automática de licença ambiental para empresas com grau de risco médio - ADI 6808/DF ODS: 8 e 11 Resumo: É inconstitucional a concessão automática de licença ambiental no sistema responsável pela integração (Redesim) para o funcionamento de empresas que exerçam atividades de risco médio nos termos da classificação estabelecida em ato do Poder Público. O licenciamento ambiental dispõe de base constitucional95 e não pode ser suprimido, ainda que de forma indireta, por lei. Também não pode ser simplificado a ponto de ser esvaziado, salvo se a norma que o excepcionar apresentar outro instrumento apto a assegurar a proteção ao meioambiente com igual ou maior qualidade. Nesse contexto, a simplificação do procedimento pelo argumento da desburocratização e desenvolvimento econômico, com controle apenas posterior, configura retrocesso inconstitucional, pois afasta os princípios da prevenção e da precaução ambiental. A automaticidade, por sua vez, contraria norma específica sobre o licenciamento ambiental, segundo a qual as atividades econômicas potencial ou efetivamente causadoras de impacto ambiental estão sujeitas ao controle estatal96. Não possui fundamento constitucional válido a vedação da coleta adicional, pelos órgãos competentes, de dados que não tenham sido disponibilizados na Redesim previamente ou no ato do protocolo do pedido de licenciamento. A proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, para as presentes e futuras gerações, não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ser dependente de motivações exclusivamente econômicas, na medida em que o desenvolvimento econômico deve ocorrer de forma sustentável. SEMA, o licenciamento da implantação das seguintes atividades modificadoras do meio ambiente: (...) VII - as obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, com área de inundação acima de 13km2 (treze quilômetros quadrados), de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem, retificação de cursos d' água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias e diques. (Nova redação dada pela LC 189/2004) Redação anterior, dada pela LC 70/2000: VII - obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, com área de inundação acima de 300 ha (trezentos hectares), de drenagem, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias e diques; (...) XI - usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária acima de 30 (trinta) MW; (Nova redação dada pela LC 70/2000)” 95 CF/1988: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;” 96 Lei 6.938/1981: “Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/1WQ6chBqYJI8VWxz6iQz841puf-oRTYG1/view?usp=sharing 52 Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para dar interpretação conforme ao art. 6º-A e ao inciso III do art. 11-A, ambos da Lei 14.195/202197, não aplicando-os às licenças em matéria ambiental. ADI 6808/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento em 28.4.2022 (INF 1052) Licenciamento ambiental e competência municipal - ADI 2142/CE Tese fixada: “É inconstitucional interpretação do art. 264 da Constituição do Estado do Ceará de que decorra a supressão da competência dos Municípios para regular e executar o licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos de impacto local.” Resumo: Cabe aos municípios promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos que possam causar impacto ambiental de âmbito local. Com amparo nas regras de repartição de competências, o entendimento desta Corte se firmou no sentido de que o município é competente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o estado no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (CF/1988, art. 24, VI c/c o art. 30, I e II)98. A Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei 6.938/1981, expressamente prevê que dependem de licenciamento ambiental a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação ambiental sob qualquer forma. Nesse contexto, o conjunto normativo99 100 e a jurisprudência acerca do tema101 reforçam a referida competência municipal e a sua importância. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para conferir interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 264 da Constituição do Estado do Ceará102, no sentido de 97 Lei 14.195/2021: Art. 6º-A Sem prejuízo do disposto no inciso I do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado médio, na forma prevista no art. 5º-A desta Lei, o alvará de funcionamento e as licenças serão emitidos automaticamente, sem análise humana, por intermédio de sistema responsável pela integração dos órgãos e das entidades de registro, nos termos estabelecidos em resolução do CGSIM. (...) Art. 11-A. Não poderão ser exigidos, no processo de registro de empresários, incluídos produtores rurais estabelecidos como pessoas físicas, e de pessoas jurídicas realizado pela Redesim: (...) III - coletas adicionais à realizada no âmbito do sistema responsável pela integração, a qual deverá ser suficiente para a realização do registro e das inscrições, inclusive no CNPJ, e para a emissão das licenças e dos alvarás para o funcionamento do empresário ou da pessoa jurídica.” 98 Precedente citado: RE 586224 (Tema 145 RG). 99 Lei Complementar 140/2011: “Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: (...) XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);” 100 Resolução 237/1997 do CONAMA: “Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores.” 101 Precedente citado: ADI 6288. 102 Constituição do Estado do Ceará: “Art. 264. Qualquer obra ou atividade pública ou privada, para as quais a Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, exigir Estudo de Impacto Ambiental, deverá ter o parecer técnico apreciado pelo https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdfhttps://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8399039 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2616565&numeroProcesso=586224&classeProcesso=RE&numeroTema=145 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754566819 https://www.youtube.com/watch?v=zZCu7nwKZZM&t=4218s https://drive.google.com/file/d/1-213Lz0ecXozb0yKQXegV0QaSPR8OedC/view?usp=sharing 53 que a aplicação do dispositivo deve se limitar à estrutura político-administrativa do Estado do Ceará, ficando resguardadas as competências administrativa e legislativa dos municípios relativas ao licenciamento de atividades e empreendimentos de impacto local. ADI 2142/CE, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 24.6.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1060) 2.5 POLUIÇÃO Resolução 491/2018-Conama: padrões de qualidade do ar e diretrizes da OMS - ADI 6148/DF ODS: 3 e 11 Resumo: Ainda é constitucional a Resolução 491/2018 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Entretanto, nova norma deve ser editada. Mantém-se a constitucionalidade da resolução haja vista o cotejo das teses trazidas na inicial com a jurisprudência desta Corte. Ademais, quando editada, a regulação consistiu em avanço, de forma razoável, no tratamento da matéria. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que, embora suas diretrizes sejam pensadas para o uso mundial, os padrões locais podem variar de acordo com abordagens específicas para o equilíbrio de riscos à saúde, viabilidade tecnológica, considerações econômicas e outros fatores políticos e sociais. Apesar disso, a resolução está em trânsito para a inconstitucionalidade e precisa ser aperfeiçoada. Logo, o Conama deve editar norma atualizada tendo em conta os novos parâmetros de qualidade do ar recomendados pela OMS. Com esses entendimentos, o Plenário, por maioria, conheceu de ação direta de inconstitucionalidade e julgou improcedente o pedido nela formulado, para declarar ser ainda constitucional a Resolução 491/2018- Conama e determinar que, no prazo de 24 meses a contar da publicação do acórdão, o Conama edite nova resolução sobre a matéria, a qual deverá levar em consideração: (i) as atuais orientações da OMS sobre os padrões adequados da qualidade do ar; (ii) a realidade nacional e as peculiaridades locais; bem como (iii) os primados da livre iniciativa, do desenvolvimento social, da redução da pobreza e da promoção da saúde pública. Decorrido o prazo de vinte e quatro meses concedido, sem a edição de novo ato que represente avanço material na política pública relacionada à qualidade do ar, passarão a vigorar os parâmetros estabelecidos pela OMS enquanto perdurar a omissão administrativa na edição da nova resolução. Vencidos os ministros Cármen Lúcia (relatora), Edson Fachin, Roberto Barroso e Rosa Weber. ADI 6148/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, redator do acórdão Ministro André Mendonça, julgamento em 4 e 5.5.2022 (INF 1053) 2.6 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL Supressão de marcos regulatórios ambientais e proibição do retrocesso ambiental - ADPF 748/DF Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA, com a publicação da resolução, aprovada ou não, publicada no Diário Oficial do Estado.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1060.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018 https://drive.google.com/file/d/1mVU12yCnEsI5c0J_XSxN9pGSs2LWZ0Di/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=Y9IauLKof_o&list=PLippyY19Z47vf4S6OB-acu6OFyRyPuqwV https://www.youtube.com/watch?v=Ea0lahmZwXY&list=PLippyY19Z47vf4S6OB-acu6OFyRyPuqwV&index=3 54 ODS: 2, 6, 8, 12, 15 e 16 Resumo: É inconstitucional a Resolução CONAMA 500/2020. O poder normativo atribuído ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) pela respectiva lei instituidora consiste em instrumento para viabilizar, ao agente regulador, a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e na legislação ambiental, orientando-se necessariamente de modo compatível com a ordem constitucional de proteção do patrimônio ambiental. Assim, a mera revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao cumprimento da legislação ambiental, sem sua substituição ou atualização, compromete a observância do texto constitucional, da legislação vigente e de compromissos internacionais. No caso, a Resolução CONAMA 500/2020 revogou as Resoluções CONAMA 284/2001, 302/2002 e 303/2002, as quais dispõem, respectivamente, sobre (i) licenciamento de empreendimentos de irrigação; (ii) parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno; e (iii) parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Nesse contexto, ao revogar normativa necessária e primária de proteção ambiental na seara hídrica, o ato normativo impugnado implicou evidente retrocesso na proteção e defesa dos direitos fundamentais à vida, à saúde e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, pois revela autêntica situação de degradação de ecossistemas essenciais à preservação da vida sadia, comprometimento da integridade de processos ecológicos essenciais e perda de biodiversidade, assim como o recrudescimento da supressão de cobertura vegetal em áreas legalmente protegidas103. É constitucional a Resolução CONAMA 499/2020. Ao disciplinar condições, critérios, procedimentos e limites a serem observados no licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para a atividade de coprocessamento de resíduos, a Resolução atende não apenas à exigência de estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente, como também à obrigação imposta ao Poder Público de controlar o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Além disso, sua disciplina guarda consonância com a Lei 12.305/2020, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, muito bem observando os critérios de razoabilidade e proporcionalidade nela positivados como princípios setoriais. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação para (i) declarar a inconstitucionalidade da Resolução CONAMA 500/2020, com a imediata restauração da vigência e eficácia das Resoluções CONAMA 284/2001, 302/2002 e 303/2002; e (ii) julgar improcedente o pedido de inconstitucionalidade da Resolução CONAMA 499/2020. ADPF 748/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) 103 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (...) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://drive.google.com/file/d/1DO2n4J95uAnAD0zP1qSHPdK3SwsvC11N/view?usp=sharing 55 2.7 SANEAMENTO BÁSICO Região metropolitana: saneamento básico, poder decisório e recursos obtidos com a empreitada comum - ADI 6573/AL; ADI 6911/AL e ADPF 863/AL ODS: 6 e 16 Resumo: É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder decisório nas mãos de só um dos entes públicos integrantes de região metropolitana. A integração metropolitana de municípios visando promover melhorias das condições de saneamento básico é compatível com a CF/1988, e a simples existência fática de isolamento ou não integração do sistema não obsta a sua formação nos moldes da legislação de regência. A concorrência entre o princípio do interesse comum e a autonomia municipal não deve traduzir-se em total centralização do poder decisório metropolitano, uma vez que prevalece a tese da competência e da titularidade conjuntas, que enseja a existência de uma estrutura colegiada assecuratória da participação dos municípios integrantes da região metropolitana104. Ainda que a gestão colegiada das regiões metropolitanas não esteja obrigada a respeitar a paridade de votos entre seus integrantes, afronta o princípio da proibição da concentração decisória todo o desenho institucional que agrupe poderes em apenas uma de suas pessoas políticas, conferindo-lhe o exercício do predomínio absoluto nas instâncias deliberativas e/ou executivas. Nesse mesmo contexto, é inadmissível que a gestão e a percepção dos frutos da empreitada metropolitana comum, incluídos os valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada, aproveitem a apenas um dos entes federados. A densificação da autonomia dos entes deve ser exercida com a lógica do compartilhamento, assegurando- se a participação de todos na gestão dos recursos, mesmo que não siga uma proporção estrita. Ainda que a Constituição e a jurisprudência não imponham um único modelo pré-fixado, é vedado que apenas um ente absorva a integralidade das competências e das benesses. Com base nesses entendimentos, o Plenário, em julgamento conjunto e por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ADI 6.573 e totalmente procedentes a ADI 6.911 e a ADPF 863, modulando os efeitos da decisão para resguardar a continuidade do essencial serviço de saneamento básico na região. ADI 6573/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) ADI 6911/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) ADPF 863/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) 104 Precedentes citados: ADI 1.842; ADI 1.841; e ADI 796. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630026 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266777 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266541 https://drive.google.com/file/d/1yp-2GHkrXmv2paLUJLcXqqy8_jxBhYug/view?usp=sharing 56 3. DIREITO CIVIL 3.1 ASSOCIAÇÃO Desfiliação de associado: quitação de débitos e/ou multas como condição - RE 820823/DF (Tema 922) ODS: 16 Tese fixada: “É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de multa.” Resumo: Condicionar a desfiliação de associado à quitação de débitos e/ou multas constitui ofensa à dimensão negativa do direito à liberdade de associação (direito de não se associar), cuja previsão constitucional é expressa. É possível, em tese, restringir um direito fundamental em três situações: (a) em razão de seu desenho constitucional, quando a própria Constituição prevê limitação para o seu exercício; (b) em virtude de expressa autorização na Carta Magna para que o legislador ordinário limite o seu exercício mediante regulamentação legal; ou (c) em decorrência de uma ponderação com outros valores que possuam igual proteção constitucional105. Na hipótese, nenhuma dessas situações se faz presente, de modo que inexiste violação à isonomia entre os associados. Isso porque (a) a Constituição Federal garante o amplo exercício da liberdade associativa, restringindo somente a criação daquelas de caráter paramilitar106; e (b) considerados os instrumentos próprios do direito civil, não há princípio ou regra constitucional passíveis de serem invocados em favor da medida objeto de análise. No entanto, a associação pode se valer dos instrumentos de direito para cobrar eventuais compensações ou multas em face de quem a ela se filia para obter benefícios, mas, após, dela se desliga, desde que o valor guarde razoabilidade e proporcionalidade. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 922 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para restabelecer a sentença. RE 820823/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 30.9.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1070) 105 Precedentes citados: ADI 1969 e RE 695911 (Tema 492 RG) 106 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4592870&numeroProcesso=820823&classeProcesso=RE&numeroTema=92258 COVID-19: Retomada das ações de reintegração de posse suspensas em razão da pandemia - ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF ...................................................... 58 3.4 DIREITO AUTORAL ....................................................................................... 59 Isenção do pagamento de direitos autorais em eventos sem fins lucrativos - ADI 6151/SC ......................................................................................................................... 59 4. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................... 60 4.1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO ................................................................. 60 Advogados da União: direito a férias de 30 dias anuais - RE 929886/SC ......... 60 4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA .................................................................... 60 Concessão de meia-entrada em estabelecimentos de lazer e entretenimento para professores da rede pública estadual e municipais de ensino - ADI 3753/SP .... 60 Concessão de porte de arma de fogo a procuradores estaduais por lei estadual - ADI 6985/AL ........................................................................................................... 61 9 Conversão dos autos de prisão em flagrante em diligência - ADI 4662/SP ....... 62 Extinção da pena de prisão disciplinar de policiais e bombeiros militares - ADI 6595/DF ......................................................................................................................... 62 Lei estadual e vedação à inscrição em cadastro de proteção ao crédito - ADI 6668/MG ......................................................................................................................... 63 Lei estadual: SAC e atendimento telefônico gratuito - ADI 4118/RJ ................ 64 Militares estaduais grevistas e anistia das infrações disciplinares - ADI 4869/DF65 Norma estadual e emenda parlamentar impositiva em lei orçamentária - ADI 6308/RR ......................................................................................................................... 66 Obrigações impostas aos planos de saúde e competência legislativa privativa da União - ADI 7029/PB .................................................................................................... 66 Pessoas desaparecidas e divulgação de fotos em noticiários de TV e em jornais - ADI 5292/SC............................................................................................................ 67 Prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário de passageiros e competência legislativa estadual - ADI 4289/DF .................................................................. 68 Serviço de telecomunicação e proibição de oferta e comercialização de serviço de valor adicionado - ADI 6199/PE ............................................................................... 68 Substituição de trabalhador privado em greve por servidor público - ADI 1164/DF ......................................................................................................................... 69 4.3 DEFENSORIA PÚBLICA ................................................................................ 69 Constitucionalidade do poder de requisição da Defensoria Pública - ADI 6852/DF, ADI 6862/PR, ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM, ADI 6875/RN ................................................................................... 69 Defensoria pública estadual e poder de requisição - ADI 6860/MT; ADI 6861/PI e ADI 6863/PE ........................................................................................................... 70 Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais - ADI 4608/DF .............. 71 Recriação de Assistência Jurídica da Justiça Militar - ADI 3152/CE ............... 72 4.4 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................... 72 CNJ e transferência do sigilo de dados fiscais e bancários - ADI 4709/DF ...... 72 Compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal - ADI 6649/DF e ADPF 695/DF ............................................................................................... 73 Dia da Consciência Negra: instituição de feriado local por lei municipal - ADPF 634/SP ......................................................................................................................... 75 Lei da meia-entrada: entidades emitentes da CIE e liberdade de associação - ADI 5108/DF ........................................................................................................... 75 Liberdade de expressão e imunidade parlamentar - Pet 8242 AgR/DF, Pet 8259 AgR/DF, Pet 8262 AgR/DF, Pet 8263 AgR/DF, Pet 8267 AgR/DF e Pet 8366 AgR/DF .. 76 10 Plano de redução de letalidade policial e controle de violações de direitos humanos - ADPF 635 MC-ED/RJ ..................................................................................... 77 Produção de relatórios de inteligência e vinculação ao interesse público - ADPF 722/DF ......................................................................................................................... 78 Produtos fumígenos: restrições à publicidade e inserção de advertências sanitárias nas embalagens - ADI 3311/DF.............................................................................. 78 Remanejamento de cargos em comissão de peritos do MNPCT, fragilização do combate à tortura no País e abuso do poder regulamentar - ADPF 607/DF ................... 79 Reserva de assentos especiais para pessoas obesas - ADI 2477/PR e ADI 2572/PR ......................................................................................................................... 80 Resolução do TSE e enfrentamento à desinformação no processo eleitoral - ADI 7261 MC/DF ............................................................................................................. 81 Restrições legais ao consumo de bebidas alcóolicas e condução de veículos automotivos - RE 1224374/RS (Tema 1079 RG), ADI 4017/DF e ADI 4103/DF .................. 81 Saúde pública: financiamento federal e alteração da forma de cálculo dos recursos mínimos aplicados pela União - ADI 5595/DF ................................................. 82 Transporte coletivo interestadual: gratuidade e redução de tarifa para jovens de baixa renda - ADI 5657/DF ....................................................................................... 83 4.5 EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................................................... 84 COVID-19: Realocação de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à pandemia do novo coronavírus - ADI 6490/PI ................................................. 84 4.6 ÍNDIOS ............................................................................................................ 85 Proteção territorial em terras indígenas não homologadas - ADPF 709 MC-segunda- Ref/DF ............................................................................................................. 85 4.7 MINISTÉRIO PÚBLICO .................................................................................. 85 Inamovibilidade dos membros do Ministério Público da União - ADI 5052/DF 85 Prerrogativa do Ministério Público de posicionar-se ao lado do magistrado nos julgamentos - ADI 4768/DF ............................................................................. 86 4.8 ORÇAMENTO ................................................................................................. 87 Emendas do relator-geral do orçamento: suspensão da execução orçamentária e prestação de serviços essenciais à coletividade - ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, ADPF 851 MC-Ref-Ref/DF e ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF ................................................ 87http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4592870&numeroProcesso=820823&classeProcesso=RE&numeroTema=922 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1070.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=484308 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755617257 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4262142&numeroProcesso=695911&classeProcesso=RE&numeroTema=492 https://drive.google.com/file/d/1mqe3y524j-cb81W-Wuvw4vIN4EiMYHKp/view?usp=sharing 57 3.2 BEM DE FAMÍLIA Bem de família: fiança; contrato de locação comercial e penhorabilidade - RE 1307334/SP (Tema 1127 RG) Tese fixada: “É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja residencial, seja comercial.” Resumo: A penhorabilidade de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação também se aplica no caso de locação de imóvel comercial. A exceção à regra da impenhorabilidade do bem de família contida no inciso VII do art. 3º da Lei 8.009/1990107 é necessária, proporcional e razoável, mesmo na hipótese de locação comercial. É necessária e proporcional, pois os outros meios legalmente aceitos para garantir o contrato de locação comercial, tais como caução e seguro-fiança, são mais custosos para grande parte dos empreendedores. Dessa forma, a fiança afigura-se a garantia que melhor propicia ganhos em termos da promoção da livre iniciativa, da valorização do trabalho e da defesa do consumidor. Já a razoabilidade se assenta no fato de que o fiador tem livre disposição dos seus bens, o que deixa patente que a restrição ao seu direito de moradia encontra guarida no princípio da autonomia privada e da autodeterminação das pessoas, que é um princípio que integra a própria ideia ou direito de personalidade. Com esses entendimentos, ao apreciar o Tema 1127 da repercussão geral, o Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário. RE 1307334/SP, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 8.3.2022 (terça- feira), às 23:59 (INF 1046) 107 Lei 8.009/1990: “Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.” http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6087183&numeroProcesso=1307334&classeProcesso=RE&numeroTema=1127 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6087183&numeroProcesso=1307334&classeProcesso=RE&numeroTema=1127 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf https://drive.google.com/file/d/1MEKaRHMtMH5Xf0cx6775TUIXaCVAgcvf/view?usp=sharing 58 3.3 POSSE COVID-19: Retomada das ações de reintegração de posse suspensas em razão da pandemia - ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF ODS: 1, 3 e 11 Resumo: Em face do arrefecimento dos efeitos da pandemia da Covid-19, cabe adotar um regime de transição para a retomada das reintegrações de posse suspensas em decorrência da doença, por meio do qual os tribunais deverão instalar comissões para mediar eventuais despejos antes de qualquer decisão judicial, a fim de reduzir os impactos habitacionais e humanitários em casos de desocupação coletiva. No contexto da alteração do cenário epidemiológico no Brasil, a retomada das reintegrações de posse suspensas em razão da pandemia deve se dar de forma responsável, cautelosa e com respeito aos direitos fundamentais em jogo. A execução simultânea de milhares de ordens de desocupação, que envolvem milhares de famílias vulneráveis, geraria o risco de convulsão social. Por isso, é preciso estabelecer um regime de transição para a progressiva retomada das reintegrações de posse. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a tutela provisória incidental parcialmente deferida, para determinar a adoção de um regime de transição para a retomada da execução de decisões suspensas na presente ação, nos seguintes termos: (a) Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais deverão instalar, imediatamente, comissões de conflitos fundiários que possam servir de apoio operacional aos juízes e, principalmente nesse primeiro momento, elaborar a estratégia de retomada da execução de decisões suspensas pela presente ação, de maneira gradual e escalonada; (b) Devem ser realizadas inspeções judiciais e audiências de mediação pelas comissões de conflitos fundiários, como etapa prévia e necessária às ordens de desocupação coletiva, inclusive em relação àquelas cujos mandados já tenham sido expedidos. As audiências devem contar com a participação do Ministério Público e da Defensoria Pública nos locais em que esta estiver estruturada, bem como, quando for o caso, dos órgãos responsáveis pela política agrária e urbana da União, estados, Distrito Federal em municípios onde se situe a área do litígio, nos termos do art. 565 do CPC108 e do art. 2º, § 4º, da Lei 14.216/2021109; (c) As medidas administrativas que possam resultar em remoções coletivas de pessoas vulneráveis devem: (i) ser realizadas mediante a ciência prévia e oitiva dos representantes das comunidades afetadas; (ii) ser antecedidas de prazo mínimo razoável para a desocupação pela população envolvida; (iii) garantir o encaminhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade social para abrigos públicos (ou local com condições dignas) ou adotar outra medida eficaz para resguardar o direito à moradia, vedando-se, em qualquer caso, a separação de membros de uma mesma família. Por fim, o Tribunal referendou, ainda, a medida concedida, a fim de que possa haver a imediata retomada do regime legal para desocupação de imóvel urbano em ações de despejo (Lei 8.245/1991, art. 59, § 1º, I, II, V, VII, VIII e IX)110. 108 CPC/2015: “Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.” 109 Lei 14.216/2021: “Art. 2º Ficam suspensos até 31 de dezembro de 2021 os efeitos de atos ou decisões judiciais, extrajudiciais ou administrativos, editados ou proferidos desde a vigência do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo 6, de 20 de março de 2020, até 1 (um) ano após o seu término, que imponham a desocupação ou a remoção forçada coletiva de imóvel privado ou público, exclusivamente urbano, que sirva de moradia ou que represente área produtiva pelo trabalho individual ou familiar. (...) § 4º Superado o prazo de suspensão a que se refere o caput deste artigo, o Poder Judiciário deverá realizar audiência de mediação entre as partes, com a participação do Ministério Público e da Defensoria Pública, nos processos de despejo, de remoção forçada e de reintegração de posse coletivos que estejam em tramitação e realizar inspeção judicial nas áreas em litígio.” 110 Lei 8.245/1991: “Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder - se - á liminar para desocupaçãoem quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm https://drive.google.com/file/d/1_ikZG_vcZeUgv2jbJVWk-xuyjtgzqOhk/view?usp=share_link 59 ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 2.11.2022 (quarta-feira), às 23:59 (INF 1075) 3.4 DIREITO AUTORAL Isenção do pagamento de direitos autorais em eventos sem fins lucrativos - ADI 6151/SC Resumo: É inconstitucional lei estadual que isenta o pagamento de direitos autorais pela execução de obras musicais em eventos sem fins lucrativos promovidos no âmbito de seu território. Os direitos autorais se inserem no ramo do Direito Civil, razão pela qual a norma estadual impugnada é formalmente inconstitucional, pois afronta competência privativa da União para dispor sobre o tema (CF/1988, art. 22, I). Verifica-se, ainda, ter havido o estabelecimento de novas hipóteses de limitação patrimonial não previstas na Lei 9.610/1998 (Lei do Direito Autoral), que é a legislação federal específica sobre o tema e que não é passível de alteração por norma estadual ou municipal111. Ademais, a lei estadual impugnada também padece de inconstitucionalidade material, porque (i) interfere no devido funcionamento do Escritório Central de Arrecadação e Distribuições (Ecad), o qual se caracteriza como associação civil que exerce, com exclusividade, a arrecadação e distribuição de direitos autorais, em razão da execução pública de obras musicais em todo o território nacional (CF/1988, art. 5º, XVIII); bem como (ii) priva o aproveitamento econômico dos autores em evidente violação ao direito fundamental de dispor, de modo exclusivo, sobre suas produções e de, com elas, obter proveito financeiro (CF/1988, art. 5º, XXVII e XXVIII). Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade da Lei 17.724/2019 do Estado de Santa Catarina112. ADI 6151/SC, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1071) no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; (...) V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. (...) VII - o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; VIII - o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo.” 111 Precedentes citados: ARE 1247009 AgR; ARE 961537 AgR; ARE 1186552 AgR; ADI 1472 e ADI 5800. 112 Lei 17.724/2019 do Estado de Santa Catarina: “Art. 1º As entidades oficialmente declaradas de utilidade pública estadual ou municipal, fundações ou instituições filantrópicas e associações de cunho recreativo, filantrópico, beneficente, assistencial, promocional ou educacional legalmente constituídas, quando da realização de eventos que não visam ao lucro promovidos no Estado de Santa Catarina, ficam dispensadas do pagamento de taxas, ou de outro tipo de cobrança, referentes à retribuição ou direitos autorais por execuções de obras musicais. § 1º O direito à isenção previsto neste artigo depende de comprovação, pela interessada, mediante documentação legal, da sua condição de pessoa jurídica constituída sob a forma de associação civil sem fins lucrativos, conforme determina a legislação brasileira. § 2º A isenção de que trata o presente artigo abrange as execuções musicais realizadas em locais abertos ao público ou em estabelecimentos fechados. § 3º Incluem-se no benefício da isenção prevista nesta Lei, entre outras com a mesma finalidade, as execuções de obras musicais e literomusicais ‘mecânicas’ com a utilização de fonogramas, videofonograma e audiovisuais, e a execução musical ‘ao vivo’. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752917650 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11525911 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749741910 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385517 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749883225 https://drive.google.com/file/d/15PV0nxfxw-QsUDCChf9CHPXLXuBSOjj5/view?usp=sharing 60 4. DIREITO CONSTITUCIONAL 4.1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Advogados da União: direito a férias de 30 dias anuais - RE 929886/SC ODS: 16 Tese fixada: “Os Advogados da União não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias, nos termos da legislação constitucional e infraconstitucional vigentes.” Resumo: O atual ordenamento jurídico brasileiro prevê aos Advogados da União o direito de gozar somente 30 dias de férias anuais. As normas que equiparavam os Advogados da União aos membros do Ministério Público da União, assegurando-lhes o direito às férias de 60 dias (Lei 2.123/1953, Lei 4.069/1962 e Decreto-lei 147/1967) não foram recepcionadas pela CF/1988 com status de lei complementar, mas sim de leis ordinárias, visto não tratarem de matéria relativa à organização e ao funcionamento da Advocacia-Geral da União (113) (114). Por essa razão, é válida a revogação de dispositivos dos referidos diplomas legais imposta pela Lei 9.527/1997, a qual, com o objetivo de conceder tratamento isonômico às carreiras jurídicas da União, estabelece o direito de 30 dias de férias anuais aos servidores ocupantes de cargo efetivo de advogado, assistente jurídico, procurador e demais integrantes do Grupo Jurídico, da Administração Pública Federal direta, autárquica, fundacional, empresas públicas e sociedades de economia mista, a partir do período aquisitivo de 1997. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.063 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário. RE 929886/SC, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 2.9.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1066) 4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Concessão de meia-entrada em estabelecimentos de lazer e entretenimento para professores da rede pública estadual e municipais de ensino - ADI 3753/SP Resumo: É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e municipais de ensino o benefício dameia-entrada nos estabelecimentos de lazer e entretenimento. 113 CF/1988: “Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.” 114 Precedentes citados: RE 594481 (Tema 1.090 RG); RE 602381 (Tema 279 RG). http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4885394&numeroProcesso=929886&classeProcesso=RE&numeroTema=1063 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4885394&numeroProcesso=929886&classeProcesso=RE&numeroTema=1063 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4885394 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4885394 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1066.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752799366 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2644848&numeroProcesso=594481&classeProcesso=RE&numeroTema=1090 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7671961 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2696028&numeroProcesso=602381&classeProcesso=RE&numeroTema=279 https://drive.google.com/file/d/1hPYy37F84ICUVmlLpalpy2ixgw4fFpsH/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1lzTXdFXkE2lbpPmGkY-5TetAIydJLIHV/view?usp=sharing 61 A competência para legislar sobre direito econômico é concorrente entre a União, os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios115. Assim, como a legislação federal atualmente vigente que trata do benefício em comento (Lei 12.933/2013) não contempla a específica categoria profissional abrangida pela norma estadual impugnada, o ente federado pode utilizar-se legitimamente de sua competência normativa supletiva para tanto116. Sob o aspecto material, também não há inconstitucionalidade, uma vez que a medida não viola, sob qualquer aspecto, o princípio da isonomia. O tratamento desigual criado pela lei (concessão da meia-entrada apenas à parcela da categoria) está plenamente justificado — constitui estratégia de política pública que se coaduna com a priorização absoluta da educação básica. Além disso, revela-se como salutar intervenção parcimoniosa do Estado na ordem econômica, que visa à realização de relevantes valores constitucionais, e como condição para a concretização da justiça social. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação direta. ADI 3753/SP, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 8.4.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1050) Concessão de porte de arma de fogo a procuradores estaduais por lei estadual - ADI 6985/AL Resumo: A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é incompatível com a Constituição Federal. A Constituição Federal (CF) atribuiu à União a competência material para autorizar e fiscalizar o armamento produzido e comercializado no País (CF, art. 21, VI)117. Também outorgou ao legislador federal a competência legislativa correspondente para ditar normas sobre material bélico (CF, art. 22, XXI)118. Além disso, a competência atribuída aos estados em matéria de segurança pública não pode se sobrepor ao interesse mais amplo da União no tocante à formulação de uma política criminal de âmbito nacional, cujo pilar central constitui exatamente o estabelecimento de regras uniformes, em todo o País, para a fabricação, comercialização, circulação e utilização de armas de fogo. Há, portanto, preponderância do interesse da União nessa matéria, quando confrontado o eventual interesse do estado-membro em regulamentar e expedir autorização para o porte de arma de fogo119. Assim, não existe espaço de conformação para que o legislador subnacional outorgue o porte de armas de fogo a categorias funcionais não contempladas pela legislação federal. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 81, VII, da LC 7/1991120 do Estado de Alagoas. ADI 6985/AL, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1045) 115 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (...) Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;” 116 Precedentes citados: ADI 1950 e ADI 3512. 117 CF/1988: “Art. 21. Compete à União: (...) VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;” 118 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela EC 103/2019)” 119 Precedente citado: ADI 3112. 120 LC 7/1991 do Estado de Alagoas: “Art. 81. São prerrogativas do Procurador de Estado: (...) VII – portar arma, valendo como documento de autorização a cédula de identidade funcional visada pelo Procurador-Geral do Estado e pelo Secretário Estadual de Segurança Pública” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1050.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266808 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363387 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2194197 https://drive.google.com/file/d/1Yd46B81wzmwEP-EC2Q5ws1_pk6XlFWXM/view?usp=sharing 62 Conversão dos autos de prisão em flagrante em diligência - ADI 4662/SP ODS: 16 Resumo: É inconstitucional norma121 do provimento do Conselho da Magistratura estadual que proíbe o juiz de converter os autos de prisão em flagrante em diligência. Isso porque, a norma, além de desbordar dos limites do poder regulamentar, invade a competência privativa da União para legislar sobre Direito Processual Penal (CF/1988, art. 21, I)122. Ademais, não há na lei processual, mesmo após as alterações introduzidas pela Lei 13.964/2019, qualquer proibição à conversão do auto de prisão em flagrante em diligência. Dessa forma, o Conselho Superior da Magistratura, a pretexto de disciplinar o bom funcionamento do plantão judiciário, indevidamente, inovou em matéria processual penal. A possibilidade de ordenar diligências prévias consiste em prerrogativa inafastável do magistrado. A norma impugnada também vulnera, diretamente, o princípio da independência funcional do juiz, motivo pelo qual está eivada de vício material. O princípio da independência judicial, corolário do princípio constitucional da independência do Poder Judiciário, garante ao magistrado tomar medidas indispensáveis para a formação de sua convicção. Isso não significa que se possa admitir a indefinida e irrazoável postergaçãoda decisão judicial a respeito da manutenção ou não da privação de liberdade em caráter cautelar, mas sim que, excepcionalmente, havendo necessidade de se determinar diligências prévias para a formação da convicção judicial, o juiz competente, inclusive o plantonista, deve decidir o quanto antes, ou seja, com a maior celeridade possível. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente o pedido formulado para declarar a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em diligência”, contida no art. 2º do Provimento 1.898/2001 do Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e reiterada no art. 1.133 das Normas de Serviço da Corregedoria-Geral de Justiça, com redação dada pelo Provimento CG 28/2019. ADI 4662/SP, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 15.8.2022 (segunda-feira), às 23:59 (INF 1063) Extinção da pena de prisão disciplinar de policiais e bombeiros militares - ADI 6595/DF Resumo: 121 Provimento CSM 1.898/2011: “Art. 2º- Acrescer o item 4.2 ao Capítulo XII das Normas de Serviço da Corregedoria-Geral da Justiça, que passa a vigorar com a seguinte redação: 4.2. Ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz designado para atuar no plantão, na forma do artigo 310, incisos I, II e III, do Código de Processo Penal, deverá relaxar a prisão ilegal, converter a prisão em flagrante em preventiva ou conceder a liberdade provisória, vedada a conversão em diligência.” 122 Precedentes citados: ADI 3896, ADI 2938; e ADI 5949. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/#about https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1063.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=540715 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266959 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15341680557&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/15hl4-CdYL8DWMQIU6B_MbKN5IcAgIwXw/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1m6N3bOjE81dvwW9rhdBMsZmneR2MoJCA/view?usp=sharing 63 É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de liberdade a policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito Federal. Na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal123, compete ao chefe do Poder Executivo local a iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico de servidores militares estaduais e distritais, por força do princípio da simetria124. No caso, a norma impugnada resultou da aprovação do Projeto de Lei 7.645/2014, de autoria parlamentar. Dessa forma, ainda que se entendesse que ela dispõe sobre normas gerais, de competência da União, há um incontornável vício de inconstitucionalidade formal125. A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material. Não obstante as polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos entes federados subordinem-se aos governadores, constituem forças auxiliares e reserva do Exército, sendo responsáveis, em conjunto com as polícias de natureza civil, e portando armas letais, pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-se a um regime jurídico diferenciado126, motivo pelo qual a própria Constituição, expressamente, autoriza a prisão por determinação de seus superiores hierárquicos no caso de transgressão das regras e não lhes assegura sequer o habeas corpus em relação às punições disciplinares127. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação direta para declarar a inconstitucionalidade formal e material da Lei federal 13.967/2019. ADI 6595/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1055) Lei estadual e vedação à inscrição em cadastro de proteção ao crédito - ADI 6668/MG Resumo: É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de usuário inadimplente dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Não compete aos estados legislar sobre normas gerais de proteção ao consumidor ou concessão de serviço público [Constituição Federal (CF), art. 175, parágrafo único, II]128, 129(2). 123 Precedentes citados: ADI 3930; ADI 4648; e ADI 6321. 124 CF/1988: “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II - disponham sobre: (...) f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.” 125 Precedente citado: ACO 3396. 126 Precedente citado: RE 570177. 127 CF/1988: “Art. 5º (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; (...) Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam- se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.” 128 CF/1988: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: (...) II - os direitos dos usuários;” 129 Precedente citado: ADI 5.575. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=604553 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750833026 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754993565 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344718752&ext=.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=536171 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5028318 https://drive.google.com/file/d/1PyG1x0J7Wz46OB4hnQ7yeJxH3Rx7Wmc9/view?usp=sharing 64 A competência para elaborar a lei de delegação do serviço público que tratará dos direitos dos usuários pertence ao ente federado dele titular. No entanto, essa lei cobrirá apenas os aspectos específicos da delegação, pois cabe à lei nacional fixar as normas gerais de concessão e permissão de serviços públicos (CF, art. 22, XXVII, e art. 175, caput)130. Ademais, as normas gerais sobre consumo, editadas pela União, não preveem qualquer restrição quanto aos tipos de débitos que possam ser inscritos nos bancos de dados e cadastros de consumidores [Código de Defesa do Consumidor (CDC), arts. 43 e 44]. Assim, nãoé razoável conceber que uma lei estadual possa estabelecer restrições quanto aos débitos que não podem ser inscritos em banco de dados ou cadastro de consumidores, criando situações não isonômicas em determinada região. O poder suplementar dos demais entes da federação apenas pormenorizam a questão, complementando-a, mas jamais alterando-a em sua essência ou mesmo estabelecendo regras incompatíveis com a norma131. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado na ação direta, para declarar a inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo único, da Lei 18.309/2009 do Estado de Minas Gerais132. ADI 6668/MG, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 11.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1043) Lei estadual: SAC e atendimento telefônico gratuito - ADI 4118/RJ Resumo: É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de televisão por assinatura e estabelecimentos comerciais de vendas no varejo e no atacado — que já possuam Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) — a fornecerem atendimento telefônico gratuito a seus clientes. Sem que haja previsão normativa federal a desautorizar, o norte exegético do princípio federativo atrai solução que preserve a competência do ente federado menor à luz do art. 24 da Constituição Federal (CF)133. No que tange ao direito do consumidor, sob o viés do fortalecimento do “federalismo centrífugo”, não fere o modelo constitucional de repartição de competências legislação estadual supletiva do disposto na Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), particularmente se orientada a ampliar a esfera protetiva do consumidor e limitados os seus efeitos ao espaço próprio do ente federado que a edita134. Sob o enfoque dos atuais contornos da repartição constitucional de competências — particularmente delineados pela evolução do federalismo de cooperação —, o exercício da competência concorrente está chancelado pelos §§ 1º e 2º do art. 24 da CF, haja vista o nítido caráter de suplementação do arcabouço jurídico protetivo das relações de consumo que a obrigação de gratuidade no serviço de atendimento telefônico traduz. 130 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;” 131 Precedente citado: ADI 3.623. 132 Lei 18.309/2009 do Estado de Minas Gerais: “Art. 3º (…) Parágrafo único. É vedada a inscrição do nome do usuário dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em cadastro de proteção ao crédito, em razão de atraso no pagamento da conta.” 133 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V – produção e consumo; (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” 134 Precedentes citados: ADI 5.462 e ADI 4.351. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1043.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2341686 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4917577 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=3806258 https://drive.google.com/file/d/18_DqXTvjtWJHeIpuK9CBkw-F2w6cqqbV/view?usp=sharing 65 Com esses entendimentos, o Plenário conheceu do pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade apenas quanto ao art. 1º da Lei 5.273/2008 do Estado do Rio de Janeiro135. No mérito, por maioria, julgou improcedente a pretensão. Vencidos os ministros Gilmar Mendes, André Mendonça e Nunes Marques. ADI 4118/RJ, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1045) Militares estaduais grevistas e anistia das infrações disciplinares - ADI 4869/DF ODS: 16 Resumo: É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros militares estaduais por infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho. A anistia de competência da União há de recair sobre crimes. Em matéria de infrações disciplinares, cabe aos entes estaduais concedê-la a seus respectivos servidores, em face da autonomia que caracteriza a Federação brasileira136. Quanto aos bombeiros e policiais militares, a competência estadual é realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da CF/1988137. Ademais, embora ocorridas situações similares em mais de um estado, a irresignação dos grevistas permaneceu direcionada às condições específicas de cada corporação, de modo que, não afastado o interesse regional, compete ao chefe do Poder Executivo correspondente, por imposição do princípio da simetria, a iniciativa de lei para tratar do tema138. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, na parte conhecida, a julgou procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “e as infrações disciplinares conexas”, constante na lei impugnada139. Por maioria, a Corte atribuiu à decisão eficácia ex nunc a contar da data de publicação da ata de julgamento. ADI 4869/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1056) 135 Lei 5.273/2008-RJ: “Art. 1º Obrigam-se, no âmbito do território do Estado do Rio de Janeiro, as empresas de televisão por assinaturas (TV a Cabo), estabelecimentos comerciais de venda no varejo e atacado, que possuam serviço de atendimento ao consumidor - SAC, a colocarem à disposição de seus clientes atendimento telefônico gratuito, através do prefixo 0800, para efetuar reclamações, esclarecimento de dúvidas e prestação de outros serviços. Parágrafo único. A empresa que, visando atender o dispositivo desta Lei, divulgar, mas não disponibilizar efetivamente o serviço telefônico através do prefixo 0800, terá sua inscrição estadual cassada, após regular processo administrativo.” 136 Precedente citado: ADI 4377. 137 CF/1988: “Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art . 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (...) Art. 144. (...) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” 138 Precedentes citados: ADI 341 e ADI 1440. 139 Lei 12.505/2011: “Art. 2º A anistia de que trata esta Lei abrangeos crimes definidos no Decreto-Lei 1.001, de 21 de outubro de 1969 – Código Penal Militar, e na Lei 7.170, de 14 de dezembro de 1983 – Lei de Segurança Nacional, e as infrações disciplinares conexas, não incluindo os crimes definidos no Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e nas demais leis penais especiais.” http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759472007 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=612209 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630116 https://drive.google.com/file/d/1T2OrjcOnsExStNUF6QXxYvegAkunZR4b/view?usp=sharing 66 Norma estadual e emenda parlamentar impositiva em lei orçamentária - ADI 6308/RR Resumo: São inconstitucionais emendas parlamentares estaduais de caráter impositivo em lei orçamentária anteriores à vigência das ECs 86/2015 e 100/2019. O constituinte do Estado de Roraima, ao inovar e tratar da execução de emendas parlamentares impositivas (individuais ou coletivas), não agiu dentro da competência suplementar permitida na seara da legislação concorrente140, uma vez que dispôs em sentido contrário às normas gerais federais que efetivamente já existiam à época sobre o tema e que não contemplavam o instituto141. Além disso, inexiste no ordenamento jurídico brasileiro a figura da constitucionalidade superveniente142, de modo que não há se falar na consequente convalidação das normas. Não cabe à Constituição estadual instituir a figura das programações orçamentárias impositivas fora das hipóteses previstas no regramento nacional143. A compreensão doutrinária e jurisprudencial anota que as normas da CF/1988 sobre processo legislativo em geral e processo legislativo das leis orçamentárias em especial são de reprodução obrigatória pelas Constituições estaduais, por força do princípio da simetria144. No caso, apesar de a CF/1988 ter passado a prever expressamente sobre o tema, fixou limites diferentes dos adotados pelo Estado roraimense. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, nessa parte, a julgou procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 113, §§ 3º, 3º-A, 4º, 6º, 7º, 8º e 9º, da Constituição do Estado de Roraima, acrescidos pelas Emendas Constitucionais 41/2014 e 61/2019, e, por arrastamento, do art. 24, §§ 1º, 2º, 4º, 5º e 6º, da Lei 1.327/2019 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e do art. 8º da Lei 1.371/2020 (Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2020), ambas do Estado de Roraima, mantidos os efeitos da cautelar no período em que vigeu. ADI 6308/RR, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 3.6.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1057) Obrigações impostas aos planos de saúde e competência legislativa privativa da União - ADI 7029/PB ODS: 3 Resumo: 140 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” 141 Precedente citado: ADI 6129 MC. 142 Precedentes citados: ARE 683849 AgR; e RE 346084. 143 Precedentes citados: ADI 5274; e ADI 2680. 144 Precedente citado: ADI 422. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1057.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752324188 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11745697 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=261096 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758430122 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752973149 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750738448 https://drive.google.com/file/d/1TxTZOUTDsMUwOtXXro36VP9nUV1ps_P9/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1kmRo4M_Vp1u6tLko8NJdpxp4yq37XWa5/view?usp=sharing 67 É formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece obrigações referentes a serviço de assistência médico-hospitalar que interferem nas relações contratuais estabelecidas entre as operadoras de planos de saúde e seus usuários145. Esses temas são relativos a direito civil e concernem à política de seguros, matérias conferidas constitucionalmente à competência legislativa privativa da União, nos termos do art. 22, I e VII, da CF146. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade formal da Lei 11.782/2020 do Estado da Paraíba. ADI 7029/PB, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 6.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1053) Pessoas desaparecidas e divulgação de fotos em noticiários de TV e em jornais - ADI 5292/SC Resumo: É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de crianças desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro. Na hipótese, a lei estadual invade a competência legislativa da União para dispor privativamente sobre radiodifusão de sons e imagens, em afronta ao previsto no art. 22, IV, da CF147 e 148. Além disso, cria obrigação à margem dos contratos de concessão dessas pessoas jurídicas com a União (poder concedente), em contrariedade ao art. 21, XII, da CF149 e 150. A lei estadual incide também em inconstitucionalidade material. Em primeiro lugar, porque estabelece indevida interferência na liberdade de agentes econômicos privados ao obrigar a veiculação de conteúdo nos jornais sediados no estado-membro, violando o princípio da livre iniciativa. Em segundo, porque ofende a liberdade de informação jornalística dos veículos de comunicação social, os quais, por disposição expressa do art. 220 da CF151 não podem sofrer restrições pelo poder público. Nada obstante, há que se ressaltar que as leis nacionais que disciplinam a busca de pessoas desaparecidas, em especial crianças e adolescentes (Lei 12.127/2009), estabelecem instrumentos próprios de cooperação entre os entes federativos, facultada a importante contribuição de emissoras de rádio e televisão, mas sempre mediante convênio. Não há, pois, que se cogitar — como realizado pela lei estadual questionada — a imposição de divulgação de conteúdo por essas entidades em total desapego às regras de repartição de competência e de respeito à legislação nacional sobre a matéria. Combase nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei 16.576/2015 do Estado de Santa Catarina. 145 Precedentes citados: ADI 5173; ADI 4701. 146 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (…) VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;” 147 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;” 148 Precedentes citados: ADPF 335; ADPF 235. 149 CF/1988: “Art. 21. Compete à União: (...) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;” a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;” 150 Precedentes citados: ADI 3866; ADI 2337; ADI 6190; ADI 4477. 151 CF/1988: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. §1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751661303 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6573599 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757283687 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750668611 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750833022 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754130348 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754018727 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12977069 https://drive.google.com/file/d/1qAeT1xSmSZPzIf87FQcr4Ul-MpMGMhro/view?usp=sharing 68 ADI 5292/SC, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1048) Prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário de passageiros e competência legislativa estadual - ADI 4289/DF Resumo: Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros. Isso porque incumbe aos estados, como titulares da exploração do transporte rodoviário intermunicipal152, a definição da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam influenciá-la, como o prazo de validade do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição153. Por ser o estado-membro aquele que arca com os custos decorrentes de eventual prazo de validade mais elastecido, não cabe à União interferir no poder de autoadministração do ente estadual quanto às concessões e permissões dos contratos de transporte rodoviário de passageiros intermunicipal, sob pena de afronta ao pacto federativo. Além disso, a norma impugnada gera uma situação regulatória inconsistente na qual os passageiros de determinado estado podem ser submetidos a tratamento diverso conforme o serviço de transporte utilizado, em afronta ao princípio da isonomia. Com esses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu da ação direta e, no mérito, julgou procedente o pedido nela formulado, para declarar a inconstitucionalidade parcial do art. 1º da Lei federal 11.975/2009154, com redução de texto do vocábulo “intermunicipal”. ADI 4289/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 8.4.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1050) Serviço de telecomunicação e proibição de oferta e comercialização de serviço de valor adicionado - ADI 6199/PE Resumo: É inconstitucional, por violar os arts. 21, XI, 22, IV, e 48, XII da CF/1988, norma estadual que proíbe concessionárias de serviços de telecomunicação de ofertarem e comercializarem serviço de valor adicionado (SVA)155. Embora o SVA não constitua propriamente serviço de telecomunicação, a proibição de sua oferta e comercialização acaba por interferir indiretamente na prestação dos serviços de telecomunicação, porque restringe 152 Precedentes citados: ADI 1052; ARE 742929 AgR; RE 549549 AgR; ADI 845; ADI 2349; ADI 1191 MC; ADI 5677; ADI 4212. 153 CF/1988: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.” 154 Lei 11.975/2009: “Art. 1º Os bilhetes de passagens adquiridos no transporte coletivo rodoviário de passageiros intermunicipal, interestadual e internacional terão validade de 1 (um) ano, a partir da data de sua emissão, independentemente de estarem com data e horários marcados.” 155 Precedentes citados: ADI 6068 e ADI 6124 ED. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1050.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837167 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8332224 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=570629 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=513619 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=375381 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346883 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758659795 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753445530 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753445530 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15343048900&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344605966&ext=.pdf https://drive.google.com/file/d/1HmkUtF-AXq16m_yxPgXMnbuZP5fWWm_X/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1zOlcylpyMBUrA68KXuhQzMhYIVCcwzAo/view?usp=sharing 69 o plano de negócio das empresas do setor, com possíveis prejuízos para o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. Com efeito, a comercialização do SVA pelas empresas de telecomunicação constitui importante fonte de receita alternativa ou acessória da concessionária, integrando-se, portanto, à estrutura econômico-financeira do contrato de concessão do serviço público. Esses recursos são indispensáveis para manter a modicidade das tarifas e a qualidade dos serviços. A regulamentação desse tipo de serviço ou de qualquer outro agregado, portanto, pode ser feita apenas pela União,em razão da sua íntima conexão econômica com o serviço de telecomunicação propriamente dito. Com base nesse entendimento, o Plenário julgou procedente o pedido formulado para declarar a inconstitucionalidade da Lei 16.600/2019 do Estado de Pernambuco. ADI 6199/PE, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 15.8.2022 (segunda- feira), às 23:59 (INF 1063) Substituição de trabalhador privado em greve por servidor público - ADI 1164/DF Resumo: Não há vício de iniciativa de lei na edição de norma de origem parlamentar que proíba a substituição de trabalhador privado em greve por servidor público. No caso, ainda que a lei distrital impugnada156, de iniciativa parlamentar, esteja voltada ao funcionamento da Administração Pública, ela não se sobrepõe ao campo de discricionariedade política que a CF reservou, com exclusividade, ao governador, no que toca a dispor sobre a organização administrativa. Além disso, a norma revela-se harmônica com a CF, notadamente com os princípios do art. 37, caput, na medida em que permite a substituição nos estritos limites dos parâmetros federais aplicáveis157 e 158. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado em ação direta. ADI 1164/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 1º.4.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1049) 4.3 DEFENSORIA PÚBLICA Constitucionalidade do poder de requisição da Defensoria Pública - ADI 6852/DF, ADI 6862/PR, ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM, ADI 6875/RN 156 Lei Orgânica do Distrito Federal: “Art. 19. (...) XX - ressalvada a legislação federal aplicável, ao servidor público do Distrito Federal é proibido substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em greve;” 157 CF: “Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.” 158 Lei 8.112/1990: “Art. 117. Ao servidor é proibido: (...) XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1063.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117 https://drive.google.com/file/d/10DPpCoV1Gk4I2z0VQzkz8-8aecuD7PEx/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1t5FwoUZVz-jXm9rihAwSQKVY2SkIUk2Q/view?usp=sharing 70 Resumo: A Defensoria Pública detém a prerrogativa de requisitar, de quaisquer autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias à sua atuação. Delineado o papel atribuído à Defensoria Pública pela Constituição Federal (CF), resta evidente não se tratar de categoria equiparada à Advocacia, seja ela pública ou privada, estando, na realidade, mais próxima ao desenho institucional atribuído ao próprio Ministério Público. Ao conceder tal prerrogativa aos membros da Defensoria Pública, o legislador buscou propiciar condições materiais para o exercício de suas atribuições, não havendo que se falar em qualquer espécie de violação ao texto constitucional, mas, ao contrário, em sua densificação. Nesse sentido, a retirada da prerrogativa de requisição implicaria, na prática, a criação de obstáculo à atuação da Defensoria Pública, a comprometer sua função primordial, bem como a autonomia que lhe foi garantida. O Plenário, por maioria, em análise conjunta, julgou improcedentes os pedidos formulados em ações diretas. ADI 6852/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6862/PR, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6865/PB, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6867/ES, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6870/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6871/CE, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6872/AP, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6873/AM, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 23:59 (INF 1045) ADI 6875/RN, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta- feira) às 23:59 (INF 1045) Defensoria pública estadual e poder de requisição - ADI 6860/MT; ADI 6861/PI e ADI 6863/PE ODS: 16 Resumo: É constitucional lei complementar estadual que, desde que observados os parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade, confere à Defensoria Pública a prerrogativa de requisitar, de quaisquer autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdfhttp://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/17PVwKcBrJjWzLWdyLlYBTP5in5y4vcnu/view?usp=sharing 71 documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias ao exercício de suas atribuições. A moldura constitucional referente à Defensoria Pública foi significativamente alterada com a promulgação das ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, oportunidade na qual se expandiu o papel, a autonomia e a missão do órgão, aproximando-a do tratamento conferido ao Ministério Público159 160. Ausente qualquer vedação constitucional, aplica-se a teoria dos poderes implícitos, de modo que as normas impugnadas se revelam como opção político-normativa razoável e proporcional com o objetivo de viabilizar o efetivo exercício da missão constitucional do órgão. Além de conferir maior concretude aos princípios constitucionais da isonomia, do acesso à Justiça e da inafastabilidade da jurisdição, o poder de requisição propicia condições materiais para o exercício das atribuições das Defensorias Públicas estaduais. Todavia, ele não alcança dados cujo acesso dependa de autorização judicial, a exemplo dos protegidos pelo sigilo. Com base nesse entendimento — e ratificando solução anteriormente adotada (Informativo 1045) —, o Plenário, por unanimidade, em análise conjunta, julgou improcedentes as ações. ADI 6860/MT, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), às 23:59 (INF 1067) ADI 6861/PI, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), às 23:59 (INF 1067) ADI 6863/PE, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), às 23:59 (INF 1067) Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais - ADI 4608/DF Resumo: É constitucional a norma federal que criou a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública nos estados- membros e estabeleceu suas competências. Ao editar a Lei Complementar federal 80/1994, a União atuou conforme sua competência legislativa, pois se limitou a instituir diretrizes gerais sobre a organização e a estrutura da Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais, sem prever qualquer singularidade regional ou especificidade local. 159 CF/1988: “Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013). § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)”. 160 Precedentes citados: ADI 6.852; ADI 6.875; ADI 6.865 e ADI 6.864. https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759942307 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759690738 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759916777 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=760597743 https://drive.google.com/file/d/1esKKm1dy-bYweJHOmBcgGEbb38Ul0o4x/view?usp=sharing 72 Ademais, inexiste inconstitucionalidade na decisão estatal de instituir um órgão composto por agentes que satisfaçam determinados requisitos de capacidade técnica e institucional, com respeito aos princípios da razoabilidade e da obrigatoriedade de concurso público161. No caso, as atribuições que a lei conferiu aos seus membros estão em consonância com as que a Constituição previu para a criação de cargos em comissão162. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado. ADI 4608/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1054) Recriação de Assistência Jurídica da Justiça Militar - ADI 3152/CE Resumo: É inconstitucional norma estadual que restabeleça, no âmbito do Poder Judiciário local, cargos de Advogado da Justiça Militar vocacionados a patrocinar a defesa gratuita de praças da Polícia Militar. Esse modelo não se coaduna com aquele implementado pela ordem constitucional inaugurada em 1988, o qual dispõe que a função de defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria à Defensoria Pública (CF, art. 134; LC 80/1994)163. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 5º da Lei 12.832/1998 do Estado do Ceará. ADI 3152/CE, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 26.4.2022 (terça-feira), às 23:59 (INF 1052) 4.4 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CNJ e transferência do sigilo de dados fiscais e bancários - ADI 4709/DF Resumo: É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito determinado, desde que em processo regularmente instaurado mediante decisão fundamentada e baseada em indíciosconcretos da prática do ato. 161 Precedente citado: ADI 2903. 162 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...) V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;” 163 Precedentes citados: ADI 2903; ADI 3022. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=548579 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=548579 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363282 https://drive.google.com/file/d/1e3WcRn_FYOB2za07Zen8-g8or96UdVsa/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Yxf73KPQqqlRSjykklOoZifWDr3tX-ze/view?usp=sharing 73 Embora constitucionalmente protegido, o sigilo de dados bancários e fiscais pode ser objeto de conformação legislativa devidamente justificada e ceder à consecução de fins públicos, com previsão de hipóteses de transferência no interior da Administração Pública164. Nesse contexto, a previsão regimental do CNJ165 encontra amparo na lógica da probidade patrimonial dos agentes públicos e a legitimidade da requisição por decisão singular do Corregedor, e não do Plenário, encontra justificativa na função constitucional por ele exercida, de fiscalização da integridade funcional do Poder Judiciário, em especial a idoneidade da magistratura nacional, que, por exercer a jurisdição — poder indispensável ao Estado democrático de direito —, lhe é exigida estrita observância dos princípios da Administração Pública e dos deveres funcionais respectivos. Contudo, é preciso assegurar a existência de garantias ao contribuinte, de modo que não há espaço para devassa ou varredura, buscas generalizadas e indiscriminadas na vida das pessoas, com o propósito de encontrar alguma irregularidade. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu em parte da ação e, na parte conhecida, julgou parcialmente procedente o pedido para conferir interpretação conforme a Constituição ao dispositivo impugnado. ADI 4709/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1056) Compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal - ADI 6649/DF e ADPF 695/DF ODS: 16 e 17 Resumo: É legítimo, desde que observados alguns parâmetros, o compartilhamento de dados pessoais entre órgãos e entidades da Administração Pública federal, sem qualquer prejuízo da irrestrita observância dos princípios gerais e mecanismos de proteção elencados na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei 13.709/2018) e dos direitos constitucionais à privacidade e proteção de dados. Consoante recente entendimento desta Corte, a proteção de dados pessoais e a autodeterminação informacional são direitos fundamentais autônomos, dos quais decorrem tutela jurídica específica e dimensão normativa própria. Assim, é necessária a instituição de controle efetivo e transparente da coleta, armazenamento, aproveitamento, transferência e compartilhamento desses dados, bem como o controle de políticas públicas que possam afetar substancialmente o direito fundamental à proteção de dados166. Na espécie, o Decreto 10.046/2019, da Presidência da República, dispõe sobre a governança no compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal e institui o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados. Para a sua plena validade, é necessário que seu conteúdo seja interpretado em conformidade com a Constituição Federal, subtraindo do campo semântico da norma eventuais aplicações ou interpretações que conflitem com o direito fundamental à proteção de dados pessoais. 164 Precedentes citados: RE 601314 (Tema 225 RG); ADI 2386; ADI 2390; ADI 2397; ADI 2859; e RE 1055941 (Tema 990 RG). 165 RI/CNJ: “Art. 8º Compete ao Corregedor Nacional de Justiça, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (...) V - requisitar das autoridades fiscais, monetárias e de outras autoridades competentes informações, exames, perícias ou documentos, sigilosos ou não, imprescindíveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos submetidos à sua apreciação, dando conhecimento ao Plenário;” 166 Precedente citado: ADI 6.387 Ref-MC. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6079238 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5938693 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11668355 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2689108&numeroProcesso=601314&classeProcesso=RE&numeroTema=225 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899835 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899857 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899949 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899965 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755364496 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5213056&numeroProcesso=1055941&classeProcesso=RE&numeroTema=990 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5213056&numeroProcesso=1055941&classeProcesso=RE&numeroTema=990 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754357629 https://drive.google.com/file/d/12ePjzmZcinYfrxJ13OXmp2_pxfMb3o2V/view?usp=sharing 74 Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedentes as ações, para conferir interpretação conforme a Constituição Federal ao Decreto 10.046/2019, nos seguintes termos: “1. O compartilhamento de dados pessoais entre órgãos e entidades da Administração Pública, pressupõe: a) eleição de propósitos legítimos, específicos e explícitos para o tratamento de dados (art. 6º, inciso I, da Lei 13.709/2018); b) compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas (art. 6º, inciso II); c) limitação do compartilhamento ao mínimo necessário para o atendimento da finalidade informada (art. 6º, inciso III); bem como o cumprimento integral dos requisitos, garantias e procedimentos estabelecidos na Lei Geral de Proteção de Dados,Prazo para adequação ao sistema único e integrado de execução orçamentária - ADPF 763/DF ............................................................................................................. 87 4.9 ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ........................................................ 88 Aplicabilidade das regras do Estatuto da Advocacia a advogados empregados públicos - ADI 3396/DF ................................................................................................... 88 11 Energia elétrica e regulamentação por medida provisória com posterior conversão em lei - ADI 3090/DF e ADI 3100/DF ........................................................................ 89 4.10 ORDEM SOCIAL............................................................................................. 90 Ação para o fornecimento de medicamentos: fármaco com registro na Anvisa e na União - RE 1286407 AgR-segundo/PR ....................................................................... 90 Covid-19: educação e transferência de recursos para acesso à internet - ADI 6926/DF ......................................................................................................................... 90 Educação infantil: dever estatal de garantir o atendimento em creche e pré-escola às crianças de até cinco anos de idade - RE 1008166/SC (Tema 548 RG) ............. 90 FUNDEF/FUNDEB: precatório e pagamento de pessoal - ADPF 528/DF ...... 91 Reserva de vagas para irmãos na mesma escola - ADI 7149/RJ ....................... 92 Termo inicial da licença-maternidade e do salário-maternidade - ADI 6327/DF93 4.11 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ....................................................................... 94 Hipóteses constitucionais de intervenção estadual no município: rol taxativo - ADI 6619/RO ........................................................................................................... 94 4.12 ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ................................................................... 94 Inconstitucionalidade do bloqueio e penhora de receitas públicas vinculadas a contratos de gestão firmados entre o Poder Público eentidades do terceiro setor - ADPF 1012/PA ......................................................................................................................... 94 Liberdade de expressão e limites - AP 1044/DF................................................ 95 4.13 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA ......................................... 96 Desmembramento de municípios sem consulta plebiscitária e EC 57/2008 - RE 614384/SE (Tema 559 RG) ............................................................................... 96 4.14 PODER EXECUTIVO ...................................................................................... 97 Chefe do Poder Executivo estadual: dupla vacância do cargo no último biênio do mandato - ADI 7137/SP e ADI 7142/AC .......................................................... 97 4.15 PODER JUDICIÁRIO ...................................................................................... 97 Conselho Nacional de Justiça e análise prévia de anteprojetos de lei de criação de cargos, funções e unidades judiciárias dos tribunais de justiça - ADI 5119/DF ............ 97 Custas e emolumentos judiciais: majoração e criação de sanções processuais por ente estadual - ADI 7063/RJ .................................................................................... 98 Tempo de serviço como critério de desempate para a promoção na carreira da magistratura - ADI 6772/AL ............................................................................ 99 Transformação de juízos e juizados e definição de suas respectivas competências - ADI 4235/RJ ............................................................................................................ 99 ........................................... 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O compartilhamento de dados pessoais entre órgãos públicos pressupõe rigorosa observância do art. 23, inciso I, da Lei 13.709/2018, que determina seja dada a devida publicidade às hipóteses em que cada entidade governamental compartilha ou tem acesso a banco de dados pessoais, ‘fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos’. 3. O acesso de órgãos e entidades governamentais ao Cadastro Base do Cidadão fica condicionado ao atendimento integral das diretrizes acima arroladas, cabendo ao Comitê Central de Governança de Dados, no exercício das competências aludidas nos arts. 21, incisos VI, VII e VIII do Decreto 10.046/2019: 3.1. prever mecanismos rigorosos de controle de acesso ao Cadastro Base do Cidadão, o qual será limitado a órgãos e entidades que comprovarem real necessidade de acesso aos dados pessoais nele reunidos. Nesse sentido, a permissão de acesso somente poderá ser concedida para o alcance de propósitos legítimos, específicos e explícitos, sendo limitada a informações que sejam indispensáveis ao atendimento do interesse público, nos termos do art. 7º, inciso III, e art. 23, caput e inciso I, da Lei 13.709/2018; 3.2. justificar formal, prévia e minudentemente, à luz dos postulados da proporcionalidade, da razoabilidade e dos princípios gerais de proteção da LGPD, tanto a necessidade de inclusão de novos dados pessoais na base integradora (art. 21, inciso VII) como a escolha das bases temáticas que comporão o Cadastro Base do Cidadão (art. 21, inciso VIII); 3.3. instituir medidas de segurança compatíveis com os princípios de proteção da LGPD, em especial a criação de sistema eletrônico de registro de acesso, para efeito de responsabilização em caso de abuso. 4. O compartilhamento de informações pessoais em atividades de inteligência observará o disposto em legislação específica e os parâmetros fixados no julgamento da ADI 6.529, Rel. Min. Cármen Lúcia, quais sejam: (i) adoção de medidas proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; (ii) instauração de procedimento administrativo formal, acompanhado de prévia e exaustiva motivação, para permitir o controle de legalidade pelo Poder Judiciário; (iii) utilização de sistemas eletrônicos de segurança e de registro de acesso, inclusive para efeito de responsabilização em caso de abuso; e (iv) observância dos princípios gerais de proteção e dos direitos do titular previstos na LGPD, no que for compatível com o exercício dessa função estatal. 5. O tratamento de dados pessoais promovido por órgãos públicos ao arrepio dos parâmetros legais e constitucionais importará a responsabilidade civil do Estado pelos danos suportados pelos particulares, na forma dos arts. 42 e seguintes da Lei 13.709/2018, associada ao exercício do direito de regresso contra os servidores e agentes políticos responsáveis pelo ato ilícito, em caso de culpa ou dolo. 6. A transgressão dolosa ao dever de publicidade estabelecido no art. 23, inciso I, da LGPD, fora das hipóteses constitucionais de sigilo, importará a responsabilização do agente estatal por ato de improbidade administrativa, nos termos do art. 11, inciso IV, da Lei 8.429/1992, sem prejuízo da aplicação das sanções disciplinares previstas nos estatutos dos servidores públicos federais, municipais e estaduais.” Por fim, o Tribunal declarou, com efeito pro futuro, a inconstitucionalidade do art. 22 do Decreto 10.046/2019, preservando a atual estrutura do Comitê Central de Governança de Dados pelo prazo de 60 (sessenta) 75 dias, a contar da data de publicação da ata de julgamento, a fim de garantir ao Chefe do Poder Executivo prazo hábil para (i) atribuir ao órgão um perfil independente e plural, aberto à participação efetiva de representantes de outras instituições democráticas; e (ii) conferir aos seus integrantes garantias mínimas contra influências indevidas. Vencidos, parcialmente e nos termos de seus respectivos votos, os Ministros André Mendonça, Nunes Marques e Edson Fachin. ADI 6649/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 15.9.2022 (INF 1068) ADPF 695/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 15.9.2022 (INF 1068) Dia da Consciência Negra: instituição de feriado local por lei municipal - ADPF 634/SP ODS: 10 e 16 Resumo: É constitucional a instituição, por lei municipal, de feriado local para a comemoração do Dia da Consciência Negra, a ser celebrado em 20 de novembro, em especial porque a data representa um símbolo de resistência cultural e configura ação afirmativa contra o preconceito racial. Sob múltiplos fundamentos constitucionais, a previsão do feriado assume inegável viés de fomento cultural como ação afirmativa em sentido amplo, de caráter compulsório, cujo respaldo constitucional deriva diretamente do disposto no art. 3º da Constituição Federal. Segundo o texto constitucional, a atuação comissiva do Poder Público há de ser implementada para combater quaisquer formas de discriminação, em especial pelo repúdio ao racismo (CF/1988, arts. 4º, VIII, e 5º, XLII) na promoção do bem de todos, objetivo fundamental da República Federativa do Brasil e competência comum das unidades federativas (CF/1988, art. 23, I e X). A consagração, pelo ente federado local, da data comemorativa de alta significação étnico-cultural como feriado, além de não destoar do teor da Lei federal 9.093/1995 (que dispõe sobre feriados), permite a reflexão sobre o tema, propicia o debate e preserva a memória, dando efetividade ao direito fundamental à cultura (CF/1988, art. 215, § 2º). Sob essa ótica, inexiste usurpação da competência da União para legislar sobre direito do trabalho, pois qualquer interpretação em sentido restritivo contrariaria o texto constitucional garantidor da autonomia municipal (CF/1988, art. 30, I)167 . Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, por unanimidade, converteu a apreciação da medida cautelar em julgamento de mérito, e, por maioria, conheceu parcialmente da ADPF — apenas quanto ao art. 9º da Lei 14.485/2007 do Município de São Paulo/SP 168 — e, nesta parte, a julgou procedente, para o fim de declarar constitucional o mencionado dispositivo. ADPF 634/SP, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 30.11.2022 (INF 1078) Lei da meia-entrada: entidades emitentes da CIE e liberdade de associação - ADI 5108/DF 167 Precedentes citados: ADI 1276 MC; ADI 1276; RMS 26071; ADI 1946 MC; ADI 1946 e RE 251470. 168 Lei 14.485/2007 do Município de São Paulo/SP: “Art. 9º Fica instituído o feriado municipal do Dia da Consciência Negra, a ser comemorado todos os dias 20 de novembro”. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6079238 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5938693 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5815572 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5815572 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1078.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346944 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385467 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=506599 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347341 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266805http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=258081 https://youtu.be/E8tAw9h4ydU?t=1 https://youtu.be/_W4groz-AFI?t=1 https://youtu.be/5sVAvhUgWOw?t=1 https://youtu.be/H-gfG2yHU74?t=1 https://drive.google.com/file/d/1vraX2tzPGntXmGxNMzypgBSQAbBQqCgy/view?usp=sharing https://youtu.be/F6EwIEBSk9o?t=1 https://youtu.be/hyu7HBk19cs?t=1 76 Resumo: É inconstitucional exigir das entidades estudantis locais e regionais, legitimadas para a expedição da carteira de identidade estudantil (CIE), filiação às entidades de abrangência nacional. O dever de filiação instituído pela Lei 12.933/2013, “Lei da meia-entrada”, viola o princípio da liberdade de associação — que é visto como expressão da autonomia da vontade da pessoa natural ou jurídica (voluntariedade) —, pois importa em indevida intervenção direta do Estado na autonomia de entidade estudantil, que se vê obrigada a se associar a instituição não necessariamente alinhada a suas metas, princípios, diretrizes e interesses. Ademais, a interpretação teleológica e sistemática da norma denota que as “entidades estaduais e municipais” nela referidas restringem-se às caracterizadas como de representação estudantil. Admite-se a definição de um modelo único nacionalmente padronizado da CIE, desde que publicamente disponibilizado e fixados parâmetros razoáveis que não obstem o acesso pelas entidades com prerrogativa legal para sua emissão. A medida confere maior racionalidade ao sistema, porquanto facilita a fiscalização e o combate às fraudes. Assim, a escolha de certas entidades nacionais para a definição e disponibilização do modelo de CIE constitui opção legítima do legislador, em especial diante da enorme representatividade e relevância de suas atuações. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação direta. ADI 5108/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1048) Liberdade de expressão e imunidade parlamentar - Pet 8242 AgR/DF, Pet 8259 AgR/DF, Pet 8262 AgR/DF, Pet 8263 AgR/DF, Pet 8267 AgR/DF e Pet 8366 AgR/DF Resumo: A liberdade de expressão não alcança a prática de discursos dolosos, com intuito manifestamente difamatório, de juízos depreciativos de mero valor, de injúrias em razão da forma ou de críticas aviltantes. É possível vislumbrar restrições à livre manifestação de ideias, inclusive mediante a aplicação da lei penal, em atos, discursos ou ações que envolvam, por exemplo, a pedofilia, nos casos de discursos que incitem a violência ou quando se tratar de discurso com intuito manifestamente difamatório. A garantia da imunidade parlamentar não alcança os atos praticados sem claro nexo de vinculação recíproca entre o discurso e o desempenho das funções parlamentares. Isso porque as garantias dos membros do Parlamento são vislumbradas sob uma perspectiva funcional, ou seja, de proteção apenas das funções consideradas essenciais aos integrantes do Poder Legislativo, independentemente de onde elas sejam exercidas. No caso, os discursos proferidos pelo querelado teriam sido proferidos com nítido caráter injurioso e difamatório, de forma manifestamente dolosa, sem qualquer hipótese de prévia provocação ou retorsão imediata capaz de excluir a tipificação, em tese, dos atos descritos nas queixas-crimes. Com base nesses entendimentos, a Segunda Turma, por maioria, ao dar provimento a agravos regimentais, recebeu queixas-crimes pelos delitos dos arts. 139 e 140 do Código Penal. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224 https://drive.google.com/file/d/1zoT0sGGMOBBWMGKAXVduqJOxQAPjFXju/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1fpVZu1ZxtgLSEfQj5PIKmZoaxw_9CGqM/view?usp=sharing 77 Pet 8242 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Pet 8259 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Pet 8262 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Pet 8263 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Pet 8267 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Pet 8366 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) Plano de redução de letalidade policial e controle de violações de direitos humanos - ADPF 635 MC-ED/RJ Resumo: O Estado do Rio de Janeiro deve elaborar, no prazo máximo de 90 dias, um plano para redução da letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas forças de segurança, que apresente medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários para a sua implementação. Nesse mesmo sentido, até que plano mais abrangente seja formulado, o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força devem ser feitos à luz dos “Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei”, com todos os desdobramentos daí derivados. Desse modo, cabe às forças de segurança a análise, diante das situações concretas, da proporcionalidade e da excepcionalidade do uso da força, servindo os princípios como guias para o exame das justificativas apresentadas a fortiori. Portanto, o uso da força letal por agentes de Estado só se justifica quando, ressalvada a ineficácia da elevação gradativa do nível da força empregada para neutralizar a situação de risco ou de violência, exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-letais, e necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério, decorrente de uma ameaça concreta e iminente. Ademais, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, é imperiosa a necessidade de dar prioridade absoluta às investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou adolescentes. Além disso, a fim de resguardar o direito à vida, deve-se reconhecer a obrigatoriedade de disponibilização de ambulâncias em operações policiais previamente planejadas em que haja a possibilidade de confrontos armados. De igual modo, no caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, devem ser observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade: (i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada somente durante o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite; (ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, pode ter por base denúncia anônima; (iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de auto circunstanciado, que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e (iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502 https://drive.google.com/file/d/1c2JRM76wKaS0_ydxTdjqDym3Surr3wzI/view?usp=sharing 78 Por fim, o Estado do Rio de Janeiro deve, no prazo máximo de 180 dias, instalar equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos. Com base nesses e em outros fundamentos, o Plenário acolheu parcialmente embargos de declaração em medida cautelar em arguição de descumprimento de preceito fundamental. ADPF 635 MC-ED/RJ, relator Ministro Edson Fachin, julgamento em 2 e 3.2.2022 (INF 1042) Produção de relatórios de inteligência e vinculação ao interesse público - ADPF 722/DF ODS: 8 e 16 Resumo: Os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência, conquanto necessários para a segurança pública, segurança nacional e garantia de cumprimento eficiente dos deveres do Estado, devem operar com estrita vinculação ao interesse público, observância aos valores democráticos e respeito aos direitos e garantias fundamentais. Nesse contexto, caracterizam desvio de finalidade e abuso de poder a colheita, a produção e o compartilhamento de dados, informações e conhecimentos específicos para satisfazer interesse privado de órgão ou de agente público169. Na hipótese, a utilização da máquina estatal para a colheita de informações de servidores com postura política contrária ao governo caracteriza desvio de finalidade e afronta aos direitos fundamentais da livre manifestação do pensamento, da privacidade, reunião e associação, aos quais deve ser conferida máxima efetividade, pois essenciais ao regime democrático. Ademais, os órgãos de inteligência de qualquer nível hierárquico de qualquer dos Poderes do Estado, embora sujeitos ao controle externo realizado pelo Poder Legislativo170, submetem-se também ao crivo do Poder Judiciário, em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição171. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido para confirmar a medida cautelar e declarar inconstitucionais atos do Ministério da Justiça e Segurança Pública de produção ou compartilhamento de informações sobre a vida pessoal, as escolhas pessoais e políticas, e as práticas cívicas de cidadãos, servidores públicos federais, estaduais e municipais identificados como integrantes de movimento político, professores universitários e quaisquer outros que, atuando nos limites da legalidade, exerçam seus direitos de livremente expressar-se, reunir-se e associar-se. ADPF 722/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1054) Produtos fumígenos: restrições à publicidade e inserção de advertências sanitárias nas embalagens - ADI 3311/DF 169 Precedentes citados: ADI 6529; ADI 5468; e ADI 4451. 170 Lei 9.883/1999: “Art. 6º O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional;” 171 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;” http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757870910 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13269137 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749287337 https://drive.google.com/file/d/1AG7eHDn3Adc7eg_J1jLJEUek8GyLeuDu/view?usp=sharing 79 ODS: 3 Resumo: Não viola o texto constitucional a imposição legal de restrições à publicidade de produtos fumígenos e de inserção de advertências sanitárias em suas embalagens quando se revelarem adequadas, necessárias e proporcionais para alcançar a finalidade de reduzir o fumo e o consumo do tabaco, hábitos que constituem perigo à saúde pública. A propaganda comercial, embora protegida enquanto direito fundamental ─ eis que abrangida pelas liberdades de expressão e comunicação (CF/1988, art. 5º, IV e IX) ─ sujeita-se a restrições, desde que proporcionais, no cotejo com a proteção de outros valores públicos172. Por sua vez, a atividade empresarial, inclusive a publicitária, submete-se aos princípios da ordem econômica, razão pela qual deve dialogar com a concretização dos demais valores públicos e a proteção dos direitos fundamentais potencialmente colidentes173. Nesse contexto, o próprio texto constitucional explicita a possibilidade e a importância das limitações publicitárias de produtos notadamente nocivos174. Na espécie, a imposição das referidas medidas visa conferir efetividade às políticas públicas de combate ao fumo e de controle do tabaco, desestimulando o seu consumo com o fim de proteger a saúde pública e concretizar a proteção do consumidor em sua dimensão informativa, possibilitando-o a refletir sobre a prática (CF/1988, art. 5º, XIV e XXXII, e art. 170, V). Prevalece, portanto, a tutela da saúde (CF/1988, art. 6º), inclusive à luz da proteção prioritária da criança e do adolescente (CF/1988, art. 227), sendo certo que as medidas limitam a livre iniciativa, na dimensão expressiva e comunicativa, visando concretizar os objetivos fundamentais da República (CF/1988, art. 3º). Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação. Impedidos os Ministros Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia. ADI 3311/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira) às 23:59 (INF 1068) Remanejamento de cargos em comissão de peritos do MNPCT, fragilização do combate à tortura no País e abuso do poder regulamentar - ADPF 607/DF Resumo: São indevidos, mediante decreto, o remanejamento doscargos em comissão destinados aos peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), a exoneração de seus ocupantes e a transformação dessa atividade em prestação de serviço público relevante não remunerado. 172 Precedente citado: RE 511961. 173 Precedente citado: ADI 4306. 174 CF/1988: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (...) § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.” http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=605643 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752030324 https://drive.google.com/file/d/1nHzwyMoOSO4lNXpD3iJd7DJ2T2Sd6a6I/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1ZM4-BrYKmCQQ6r3s4XSu2-vP6RFHwqJg/view?usp=sharing 80 Tais medidas, implementadas por meio de ato infralegal (Decreto 9.813/2019)175, levam ao esvaziamento de políticas públicas previstas na Lei 12.847/2013, o que importa em abuso do poder regulamentar e, por conseguinte, desrespeito à separação dos Poderes. Na espécie, a violação se mostra especialmente grave, diante do potencial desmonte de órgão cuja competência é a prevenção e o combate à tortura. A transformação da atividade em serviço público não remunerado impossibilita que o trabalho seja feito com dedicação integral e desestimula profissionais especializados a integrarem o corpo técnico do órgão. Ademais, essas medidas colocam o Brasil em situação de descumprimento de obrigação assumida perante a comunidade internacional e internalizada no âmbito do ordenamento jurídico pátrio, pois vai de encontro à disciplina do Protocolo Facultativo à Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (Decreto 6.085/2007), mediante o qual o País se obrigou “a tornar disponíveis todos os recursos necessários para o funcionamento dos mecanismos preventivos nacionais”. Com base nesse entendimento, o Plenário declarou a inconstitucionalidade dos arts. 1º, 2º (por arrastamento), 3º e 4º, este último na parte em que altera o § 5º do art. 10 do Decreto 8.154/2013, todos do Decreto 9.831/2019 (1), bem como da expressão “designados” do caput do mencionado art. 10 do Decreto 8.154/2013, conferindo interpretação conforme ao dispositivo para que se entenda que os peritos do MNPCT devem ser nomeados para cargo em comissão, devendo, por consequência dessa decisão, ser restabelecida a destinação de 11 cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS 102.4 — ou cargo equivalente — aos peritos do MNPCT, garantida a respectiva remuneração. ADPF 607/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1048) Reserva de assentos especiais para pessoas obesas - ADI 2477/PR e ADI 2572/PR ODS: 10 e 11 Resumo: É constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados por pessoas obesas, correspondente a 3% dos lugares em salas de projeções, teatros e espaços culturais localizados em seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. A norma estadual impugnada tem como objeto a promoção da igualdade, com a finalidade de dispor sobre o acesso, de maneira digna, a meios de transporte público e salas de projeções, teatros, espaços culturais. Inexiste qualquer relação com a competência privativa da União referente à regulação de trânsito e transporte (CF/1988, art. 22, IX), de modo que a política de inclusão adotada se enquadra na competência concorrente da União, estados e municípios para promover o acesso à cultura, ao esporte e ao lazer (CF/1988, arts. 6º, 23, V, 24, IX, 215 e 217, § 3º)176. 175 Decreto 9.831/2019: “Art. 1º Ficam remanejados, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para a Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, na forma do Anexo I, onze cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS 102.4. Art. 2º O Anexo II ao Decreto nº 9.673, de 2 de janeiro de 2019, passa a vigorar com as alterações constantes do Anexo II a este Decreto. Art. 3º Os ocupantes dos cargos em comissão que deixam de existir na Estrutura Regimental do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos por força deste Decreto ficam automaticamente exonerados. Art. 4º O Decreto nº 8.154, de 16 de dezembro de 2013, passa a vigorar com as seguintes alterações: (…) Art. 10. O MNPCT, órgão integrante da estrutura do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, será composto por onze peritos, escolhidos pelo CNPCT e designados por ato do Presidente da República, com mandato de três anos, admitida uma recondução por igual período. (…) § 5º A participação no MNPCT será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.” 176 Precedente citado: ADI 903. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5236160 https://drive.google.com/file/d/1wfu_m90ZhlsHfmKeLwoyMnZoMmaCBboT/view?usp=sharing 81 No tocante ao aspecto material, a quantidade de assentos reservados na lei estadual foi estabelecida em percentual razoável, estando de acordo com a realidade brasileira e garantindo uma ocupação digna e confortável às pessoas com obesidade, além de proteção adequada, necessária e proporcional para o atendimento desse público. Ademais, a medida disposta na lei não invalida os conteúdos dos princípios do valor social do trabalho, da livre iniciativa, da igualdade e da proteção da ordem econômica, mas, ao contrário disso, os pondera com o princípio da dignidade da pessoa humana. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedentes ambas as ações, para assentar a constitucionalidade da reserva de assentos prevista na Lei 13.132/2001 do Estado do Paraná177. ADI 2477/PR, relator Ministro. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1073) ADI 2572/PR, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1073) Resolução do TSE e enfrentamento à desinformação no processo eleitoral - ADI 7261 MC/DF ODS: 16 Resumo: A Resolução 23.714/2022 do TSE — que dispõe sobre o enfrentamento à desinformação atentatória à integridade do processo eleitoral — não exorbita o âmbito da sua competência normativa e tampouco impõe censura ou restrição a meio de comunicação ou linha editorial da mídia impressa e eletrônica. Na hipótese, em análise perfunctória de medida cautelar, pode-se afirmar que a competência normativa do TSE foi exercida noslimites de sua missão institucional e de seu poder de polícia, considerada, sobretudo, a ausência de previsão normativa constante da Lei Geral das Eleições (Lei 9.504/1997), em relação à reconhecida proliferação de notícias falsas, com aptidão para contaminar o espaço público e influir indevidamente na vontade dos eleitores. Nesse contexto, o direito à liberdade de expressão pode ceder, em concreto, no caso em que ela for usada para erodir a confiança e a legitimidade da lisura político-eleitoral. Trata-se de cedência específica, analisada à luz da violação concreta das regras eleitorais e não de censura prévia e anterior. Eventual restrição se aplica apenas àquele discurso que, por sua falsidade patente, descontrole e circulação massiva, atinge gravemente o processo eleitoral. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a decisão que indeferiu a medida cautelar em ação direta. ADI 7261 MC/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 25.10.2022 (terça- feira), às 23:59 (INF 1074) Restrições legais ao consumo de bebidas alcóolicas e condução de veículos automotivos - RE 1224374/RS (Tema 1079 RG), ADI 4017/DF e ADI 4103/DF 177 Lei 13.132/2001 do Estado do Paraná: “Art. 1º. As salas de projeções, teatros e os espaços culturais no Estado do Paraná que utilizam assentos para platéia, deverão reservar 3% (três por cento) desses lugares para utilização por pessoas obesas. Art. 2º. As empresas concessionárias de transporte coletivo municipal e intermunicipal com sede no Estado do Paraná, deverão reservar no mínimo 02 (dois) lugares em cada veículo, para atendimento do disposto nesta lei. Art. 3º. Os lugares reservados de que tratam os artigos anteriores, consistirão em assentos especiais, de forma a garantir o conforto físico compatível para as pessoas objeto desta lei. Art. 4º. Os responsáveis pelos decretos abrangidos pelas obrigações impostas por esta lei terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados de sua publicação, para adequarem-se aos preceitos nela contidos. Art. 5º. O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 90 (noventa) dias, contados de sua publicação. Art. 6º. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361 https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2593474 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2628419 https://drive.google.com/file/d/1SrmxHZcDk6uZypxjZ_FXFPfiIRl2lV85/view?usp=share_link 82 ODS: 3, 4, 8, 10, 11 e 16 Tese fixada: “Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao condutor de veículo automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir a influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei 13.281/2016)” Resumo: É inadmissível qualquer nível de alcoolemia por condutores de veículos automotivos. A premissa de que a “Lei Seca” pune na mesma intensidade condutores responsáveis e irresponsáveis não se mostra correta, em face da inexistência de um nível seguro de “alcoolemia”. Assim, deixa de ser considerado responsável também todo condutor de veículo que dirige após a ingestão de qualquer quantidade de álcool. A norma, nesse sentido, se caracteriza como adequada, necessária e proporcional. A eventual recusa de motoristas na realização de “teste do bafômetro”, ou dos demais procedimentos previstos no CTB para aferição da influência de álcool ou outras drogas, por não encontrar abrigo no princípio da não autoincriminação, permite a aplicação de multa e a retenção/apreensão da CNH validamente. Isso porque não existem consequências penais ou processuais impostas diante da recusa na realização do “teste do bafômetro” (etilômetro) ou dos demais procedimentos previstos nos artigos 165-A e 277, §§ 2º e 3º, do CTB. Nesses termos, a imposição de restrições de direitos, decorrente da recusa do motorista em realizar os testes de alcoolemia previstos em lei178, revela-se meio adequado, necessário e proporcional em sentido estrito para a efetivação, em maior medida, de outros princípios fundamentais como a vida e a segurança no trânsito, sem que acarrete qualquer violação à dignidade da pessoa humana. Isso se circunscreve ao espaço de conformação do legislador no desenho de políticas públicas. São constitucionais as normas que estabelecem a proibição da venda de bebidas alcóolicas em rodovias federais (Lei 11.705/2008, art. 2º)179. Com base nesses entendimentos, o Plenário, ao apreciar o Tema 1079 da repercussão geral, por unanimidade, deu provimento ao recurso extraordinário e, por maioria, julgou improcedentes os pedidos formulados nas ações diretas de inconstitucionalidade. RE 1224374/RS, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) ADI 4017/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) ADI 4103/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) Saúde pública: financiamento federal e alteração da forma de cálculo dos recursos mínimos aplicados pela União - ADI 5595/DF ODS: 3, 16 e 17 178 CTB: “Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (...)” 179 Lei 11.705/2008: “Art. 2º São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local.” https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2593474 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2628419 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/ https://drive.google.com/file/d/1hqaH4Tx4oyMHje5y_VZCqy8S32h1I9T6/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1acdEgBYguIE76VBvnu03Lvz3pgXrm1HV/view?usp=sharinghttps://www.youtube.com/watch?v=24Rn9nRj77g&list=PLippyY19Z47tTQ-fOA0zKzZAPM3kYonC2&index=4 https://www.youtube.com/watch?v=jWNN6-vFV3A&list=PLippyY19Z47tTQ-fOA0zKzZAPM3kYonC2&index=2 83 Resumo: São constitucionais — por não violarem o direito à saúde — os arts. 2º e 3º da EC 86/2015 (“Emenda do Orçamento Impositivo”), os quais alteraram a forma de cálculo dos recursos mínimos aplicados anualmente, pela União, em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) mediante a instituição de subpisos anuais progressivos, neles incluída a parcela oriunda das receitas de “royalties” de petróleo e de gás natural. Não há comprovação de que a mudança dos parâmetros para a definição do patamar mínimo referente ao financiamento federal desfigura o núcleo essencial de direito fundamental, notadamente do direito à saúde, mesmo sob a ótica da vedação ao retrocesso social, visto ser admitida a regulamentação desses direitos por critérios escolhidos pelo legislador ordinário. Nesse contexto, inexiste violação à cláusula pétrea, pois não há como recusar ao legislador constituinte derivado reformador a possibilidade de inovar na matéria se o próprio legislador ordinário tem competência para regular o financiamento da saúde pública, fixando e reavaliando periodicamente os patamares mínimos de investimento. Além disso, a opção do legislador constituinte ponderou a necessidade de manutenção de políticas estatais contínuas e abrangentes na área da saúde. Tanto é assim que a progressividade dos índices previstos pela EC revela convergência com o compromisso exigido pela própria Constituição Federal de maior esforço fiscal do Estado em favor dos serviços públicos de saúde. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, conheceu integralmente da ação e, no mérito, a julgou improcedente, assentando a constitucionalidade dos arts. 2º e 3º da EC 86/2015180. ADI 5595/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 17.10.2022 (segunda-feira), às 23:59 (INF 1073) Transporte coletivo interestadual: gratuidade e redução de tarifa para jovens de baixa renda - ADI 5657/DF ODS: 10, 11, 16 e 17 Resumo: É constitucional — por não ofender o direito de propriedade e os princípios da ordem econômica e do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos — lei federal que determina a reserva, por veículo, de duas vagas gratuitas e, após estas esgotarem, de duas vagas com tarifa reduzida em, no mínimo, 50%, para serem utilizadas por jovens de baixa renda no sistema de transporte coletivo interestadual de passageiros. A norma impugnada concretiza o direito ao transporte a um grupo vulnerável, economicamente e constitucionalmente tutelado, atribuindo ao poder regulamentar a definição dos procedimentos e critérios para o seu exercício. Nesse contexto, a gratuidade dos hipossuficientes ao transporte interestadual de passageiros assegura-lhes a liberdade de locomoção, mecanismo instrumental de concretização de acesso a outros direitos 180 EC 86/2015: “Art. 2º O disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal será cumprido progressivamente, garantidos, no mínimo: I – 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente líquida no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; II – 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita corrente líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; III – 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receita corrente líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; IV – 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida no quarto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; V – 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional. Art. 3º As despesas com ações e serviços públicos de saúde custeados com a parcela da União oriunda da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, de que trata o § 1º do art. 20 da Constituição Federal, serão computadas para fins de cumprimento do disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5132862 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/1qE9F2p3gmiYuUfkNtCsfEKuC8NWg5ox4/view?usp=share_link 84 básicos, além das externalidades positivas de âmbito social, como a maior integração nacional e o desenvolvimento regional181. Ademais, a Constituição Federal preceitua que a livre iniciativa e a propriedade privada devem ser compatibilizadas com o objetivo de redução das desigualdades regionais e sociais, de forma a assegurar existência digna a todos, conforme os ditames da justiça social. Com efeito, o Estado — desde que não acarrete ônus excessivos aos atores privados, em especial no caso de contratos administrativos — pode intervir na ordem econômica para assegurar o gozo de direitos fundamentais de pessoas em condição de fragilidade econômica e social, implementando políticas públicas que estabeleçam meios para a consecução da igualdade de oportunidades e da humanização das relações sociais, e dando concretude aos valores da cidadania e da dignidade da pessoa humana182. No caso, a reserva das gratuidades e dos benefícios tarifários legalmente instituídos não implica ônus desproporcional às empresas prestadoras do serviço público de transporte coletivo interestadual de passageiros, tendo em vista que o conjunto normativo relativo à matéria contempla mecanismos de correção de eventual desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação para declarar a constitucionalidade do art. 32 da Lei 12.852/2013 (Estatuto da Juventude)183. ADI 5657/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 16 e 17.11.2022 (INF 1076) 4.5 EDUCAÇÃO BÁSICA COVID-19: Realocação de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à pandemia do novo coronavírus - ADI 6490/PI Resumo: É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Os precedentes da Corte184 são firmes quanto à impossibilidade do uso dos recursos do FUNDEB para gastos não relacionados à educação, pois possuem destinação vinculada a finalidades específicas, todas voltadas exclusivamente à área educacional. Portanto, ainda que se reconheça a gravidade da pandemia da COVID-19 e os seus impactos na economia e nas finanças públicas, nada justifica o emprego de verba constitucionalmente vinculada à manutenção e desenvolvimento do ensino básico para fins diversos da que ela se destina. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu da ação direta e, no mérito, julgou improcedente o pedido. 181 Precedentes citados: ADI 2477; ADI 1052 e ADI 6474. 182 Precedentes citados: ADI 2649; ADI 3768, ADI 1950; ADI 319 QO; ADI 1407 MC e ADI 2733. 183 Lei 12.852/2013: “Art. 32. No sistema de transporte coletivo interestadual, observar-se-á, nos termos da legislação específica: I – a reservade 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para jovens de baixa renda; II – a reserva de 2 (duas) vagas por veículo com desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os jovens de baixa renda, a serem utilizadas após esgotadas as vagas previstas no inciso I. Parágrafo único. Os procedimentos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II serão definidos em regulamento.” 184 Precedentes: ACO 648; ARE 1066281 AgR; ARE 1272638 AgR; RE 1122970 ED-AgR; STP 66; STP 68 AgR; STP 88 AgR; e ADI 5719. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5132862 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235 https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15354886688&ext=.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837167 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=764230299 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=555517 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491812 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266808 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=918 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347037 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266908 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474659 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748719207 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754274637 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754274639 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752647016 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837244 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753823192 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753823192 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753757142 https://drive.google.com/file/d/1U1J2gG6FLPDqy7IUX3mHcSx4AUOKCK8k/view?usp=sharing https://youtu.be/t5D6rpRmy5o?t=1 https://youtu.be/9yhLxPn9JuM?t=1 https://youtu.be/H2w1kS5Qe3s?t=1 85 ADI 6490/PI, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1044) 4.6 ÍNDIOS Proteção territorial em terras indígenas não homologadas - ADPF 709 MC-segunda-Ref/DF Resumo: É necessário que a União e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) executem e implementem atividade de proteção territorial nas terras indígenas, independentemente de sua homologação. Nos termos do art. 231 da Constituição Federal (CF/1988)185, a União tem o dever (e não a escolha) de demarcar as terras indígenas. No caso, a não homologação das demarcações dessas terras deriva de inércia deliberada do Poder Público, em afronta ao direito originário dos índios. Ademais, ao afastar a proteção territorial em terras não homologadas, a FUNAI sinaliza a invasores que a União se absterá de combater atuações irregulares em tais áreas, o que pode constituir um convite à invasão de terras que são sabidamente cobiçadas por grileiros e madeireiros, bem como à prática de ilícitos de toda ordem. Além disso, a suspensão da proteção territorial abre caminho para que terceiros passem a ali transitar, o que põe em risco a saúde dessas comunidades, expondo-as a eventual contágio por COVID-19 e outras enfermidades. Com base nesse entendimento, o Plenário ratificou a medida cautelar já concedida para determinar: (i) a suspensão imediata dos efeitos do Ofício Circular 18/2021/CGMT/DPT/FUNAI e do parecer 00013/2021/COAF- CONS/PFE-FUNAI/PGF/AGU; e (ii) a implementação de atividade de proteção territorial nas terras indígenas pela FUNAI, independentemente de estarem homologadas. O ministro André Mendonça acompanhou o voto do relator com ressalvas. ADPF 709 MC-segunda-Ref/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1045) 4.7 MINISTÉRIO PÚBLICO Inamovibilidade dos membros do Ministério Público da União - ADI 5052/DF ODS: 8 e 16 Resumo: É inconstitucional norma que prevê a designação bienal para o exercício de funções institucionais inerentes às respectivas carreiras dos membros do Ministério Público da União (MPU). Dentro da estrutura organizacional do MPU, as unidades de lotação dos integrantes de suas carreiras correspondem aos denominados ofícios, que representam os locais em que exercidas suas atribuições institucionais. Após lotados em determinado ofício, eles gozam da garantia constitucional da inamovibilidade186. 185 CF/1988: “Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” 186 CF/1988: “Art. 128. O Ministério Público abrange: (...) § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: (...) b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa; (...)” http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1044.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4477333 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/126aRCJj0ai-6Mu1gYElYyFYWY9Rlv6DX/view?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/126aRCJj0ai-6Mu1gYElYyFYWY9Rlv6DX/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1NqHqTPqeRG23M5nxU-3R0JGQ98HVm-4i/view?usp=sharing 86 Nesse contexto, o deslocamento para outro ofício, sem retorno ao de origem, por meio de designações e redesignações bienais, conduz ao grave risco de movimentações casuísticas. Isso porque deixa margem para lotação definitiva em ofício diverso ao que o membro atua, independentemente do concurso de sua vontade, destoando daquelas de caráter meramente eventual, em manifesta afronta à garantia da inamovibilidade187. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, dos artigos 216, caput, 217, caput, e 218, caput, todos da Lei Complementar 75/1993, de modo a afastar qualquer interpretação que implique remoção do membro da carreira de seu ofício de lotação188. ADI 5052/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) Prerrogativa do Ministério Público de posicionar-se ao lado do magistrado nos julgamentos - ADI 4768/DF ODS: 8 e 16 Resumo: A prerrogativa atribuída aos membros do Ministério Público de situar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos magistrados nas audiências e sessões de julgamento (Lei Complementar 75/1993, art. 18, I, “a”; e Lei 8.625/1993, art. 41, XI) não fere os princípios da isonomia, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório (CF/1988, art. 5º, I, LIV e LV) nem compromete a necessáriaparidade de armas que deve existir entre a defesa e a acusação. A atual posição dos sujeitos processuais na sala de audiências e de julgamento é justificada seja pela tradição, seja pela diferenciada função desempenhada pelo órgão ministerial como representante do povo, uma vez que atua de forma imparcial para alcançar os fins que lhe foram constitucionalmente conferidos189. O direito à igualdade das partes é substancial, não figurativa. Inclusive, a impessoalidade dos magistrados e dos membros do Ministério Público é assegurada pela organização legal das carreiras. Se assim não fosse, poderia ocorrer o subjetivismo nos julgamentos e a mudança de locais segundo afetos e desafetos, de modo que, ao determinar os lugares, a lei evita essa possibilidade. Além disso, a atuação do Parquet pode conjugar, simultânea ou alternadamente, os papéis de parte processual e de custos legis, dada a singela circunstância de sua atribuição em defender o interesse público e a sociedade. Assim, não se pode afirmar que a proximidade física entre o integrante do Ministério Público e o magistrado, por si só, propicie algum tipo de influência ou comprometimento aos julgamentos. 187 Precedente: ADI 4414. 188 Lei Complementar 75/1993: “Art. 216. As designações, salvo quando estabelecido outro critério por esta lei complementar, serão feitas por lista, no último mês do ano, para vigorar por um biênio, facultada a renovação. Art. 217. A alteração da lista poderá ser feita, antes do termo do prazo, por interesse do serviço, havendo: (...) Art. 218. A alteração parcial da lista, antes do termo do prazo, quando modifique a função do designado, sem a sua anuência, somente será admitida nas seguintes hipóteses: (...)” 189 CF/1988: “Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (...) Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.” http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3994214 https://drive.google.com/file/d/18wB9UhaUoLncs41ZJqD2lFUbJzbrfe3V/view?usp=share_link 87 Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou improcedente a ação. ADI 4768/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 23.11.2022. (INF 1077) 4.8 ORÇAMENTO Emendas do relator-geral do orçamento: suspensão da execução orçamentária e prestação de serviços essenciais à coletividade - ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, ADPF 851 MC-Ref-Ref/DF e ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF Resumo: Diante dos riscos de paralisação de serviços essenciais à coletividade, deve-se dar, em juízo cautelar, continuidade à execução das despesas classificadas sob o identificador de Resultado Primário 9 (RP 9). As providências adotadas pelo Congresso Nacional e pelos órgãos do Poder Executivo da União em cumprimento da decisão proferida no julgamento conjunto das ADPFs 850, 851 e 854 mostram-se suficientes, ao menos em exame estritamente delibatório, para justificar o afastamento dos efeitos da suspensão determinada pelo STF diante do risco de prejuízo que a paralisação da execução orçamentária traz à prestação de serviços essenciais à coletividade. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a decisão que afastou a suspensão determinada pelo item c da decisão anteriormente proferida, para autorizar a continuidade da execução das despesas classificadas sob o indicador RP 9, devendo ser observadas para tanto, no que couber, as regras do Ato Conjunto das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 1/2021, e a Resolução 2/2021 do Congresso Nacional. ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 (quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) ADPF 851 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 (quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 (quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) Prazo para adequação ao sistema único e integrado de execução orçamentária - ADPF 763/DF Resumo: O Decreto presidencial 10.540/2020, que estabelece prazo para que os entes federados promovam adequação necessária para a integração ao sistema de publicidade de dados, estabelecido pela Lei Complementar 156/2016, com padrão mínimo de transparência e qualidade, não ofende os princípios da legalidade, da separação dos Poderes, da reserva de lei complementar, da publicidade, da eficiência e da impessoalidade. A Lei de Responsabilidade Fiscal retirou o caráter legal da matéria atinente às normas gerais de contabilidade pública e delegou ao órgão técnico-burocrático da União a função de harmonização dos ditames https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1077.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf https://youtu.be/9yhLxPn9JuM?t=2005 https://youtu.be/iRP6UuqcyCk?t=1 https://youtu.be/CWxJW_4euxA?t=1 https://youtu.be/WvzeP1Nap3s?t=1 https://drive.google.com/file/d/1mqc9A38Mgt7FnRciWFiqbKI9jzltZrOE/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1tUPqfAEUyKI-5RyR_H5ROsCgaB5ki3Wc/view?usp=share_link 88 contábeis dos entes da Federação190. Dessa forma, o Poder Executivo atuou dentro do campo discricionário que lhe foi reservado pela lei. Sobre o tema, cumpre ressaltar ser razoável a escolha realizada no decretoimpugnado de estabelecer um novo regime de transição, com a dilação dos prazos, já que o novo padrão demanda notória expertise técnica. Com base nesse entendimento, o Plenário conheceu da arguição de descumprimento de preceito fundamental e, no mérito, julgou-a improcedente, de modo a declarar a constitucionalidade dos arts. 18 a 20 do Decreto 10.540/2020. ADPF 763/DF, relator Ministro André Mendonça, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1074) 4.9 ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA Aplicabilidade das regras do Estatuto da Advocacia a advogados empregados públicos - ADI 3396/DF ODS: 16 Resumo: As regras previstas nos arts. 18 a 21 do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994)191 — que tratam da relação de emprego, salário, jornada de trabalho e honorários de sucumbência — são aplicáveis aos advogados empregados de empresas públicas e de sociedade de economia mista que atuam no mercado em regime concorrencial (sem monopólio). O poder público, ao exercer atividade econômica em regime de livre concorrência, deve nivelar-se aos demais agentes produtivos para não violar princípios da ordem econômica, em especial o da livre concorrência (CF/1988, art. 170, IV). Assim, ao atuar como empresário, o Estado se submete aos mesmos bônus e ônus do setor, tornando imprescindível a submissão das empresas estatais não monopolistas às regras legais aplicáveis à concorrência privada, inclusive no que tange às normas trabalhistas. 190 Precedente citado: ADI 2250 191 Lei 8.906/1994: “Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. § 1º O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) § 2º As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do empregador, em qualquer um dos seguintes regimes: (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) I – exclusivamente presencial: modalidade na qual o advogado empregado, desde o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo empregador; (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) II – não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância: modalidade na qual, desde o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora das dependências do empregador, observado que o comparecimento nas dependências de forma não permanente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos presenciais não descaracterizará o regime não presencial; (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) III – misto: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial, independentemente de preponderância ou não. (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) § 3º Na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo individual simples, a alteração de um regime para outro. (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. (Redação dada pela Lei 14.365, de 2022) § 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. § 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. § 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento. Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6050571 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6050571 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753759907 https://drive.google.com/file/d/1pHSRxCTRqfbCvO2C6uOHoI6iZ5EoAb2S/view?usp=sharing 89 No entanto, esses advogados, assim como todos os servidores e empregados públicos em geral, também estão sujeitos ao teto remuneratório do serviço público (CF/1988, art. 37, XI), quanto ao total da sua remuneração (salários mais vantagens e honorários advocatícios), com exceção daqueles vinculados a empresa pública, sociedade de economia mista ou subsidiária que não receba recursos do ente central para pagamento de pessoal ou custeio e nem exerça sua atividade em regime monopolístico (CF/1988, art. 37, § 9º)192. Também ficam excluídos dessa disciplina do Estatuto da Advocacia (arts. 18 a 21) todos os advogados empregados de empresas públicas ou sociedades de economia mista ou suas subsidiárias que tenham sido admitidos por concurso público, em cujos editais tenham sido estipuladas condições diversas daquelas do estatuto, sem qualquer impugnação. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para dar interpretação conforme a Constituição ao art. 4º da Lei 9.527/1997193, excluindo de seu alcance os advogados empregados públicos de empresa pública, sociedade de economia mista e suas subsidiárias, não monopolísticas, com as ressalvas das compreensões acima indicadas. ADI 3396/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento finalizado em 23.6.2022 (INF 1060) Energia elétrica e regulamentação por medida provisória com posterior conversão em lei - ADI 3090/DF e ADI 3100/DF Resumo: A Medida Provisória 144/2003, convertida na Lei 10.848/2004, que dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, não viola o art. 246 da Constituição Federal194 e 195. Em primeiro lugar, porque a Emenda Constitucional (EC) 6/1995 não promoveu alteração substancial na disciplina constitucional do setor elétrico, mas, em razão da revogação do art. 171 da CF, restringiu-se a substituir a expressão “empresa brasileira de capital nacional” pela expressão “empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no país”, incluída no § 1º do art. 176 da CF pela EC 6/1995. Com efeito, o setor elétrico já estava, antes dessa alteração, aberto ao capital privado. Houve apenas ampliação colateral em relação às empresas que poderiam ser destinatárias de autorização ou concessão para explorar o serviço. Além disso, a MP não se destinou a dar eficácia às modificações introduzidas pela EC 6/1995, mas a regulamentar o art. 175 da CF, que dispõe sobre o regime de prestação de serviços públicos no setor elétrico. Com base nesses fundamentos, o Plenário, por unanimidade conheceu em parte das ações diretas de inconstitucionalidadeanalisadas em conjunto, e, nas partes conhecidas, julgou improcedentes os pedidos. ADI 3090/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.4.2022 (quarta-feira), às 23:59 (INF 1051) ADI 3100/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.4.2022 (quarta-feira), às 23:59 (INF 1051) 192 Precedente: ADI 6584. 193 Lei 9.527/1997: “Art. 4º As disposições constantes do Capítulo V, Título I, da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, não se aplicam à Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às autarquias, às fundações instituídas pelo Poder Público, às empresas públicas e às sociedades de economia mista.” 194 CF: “Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive.” 195 Precedentes: ADI 2005 MC, ADI 2473 MC, ADI 1518 MC, ADI 1597 MC e ADI 1975 MC. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1060.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1051.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1051.pdf https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756026044 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347379 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347607 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347109 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347151 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347359 https://youtu.be/HWDdyhpp2r0?t=1 https://youtu.be/_d59jhMAxMs?t=1 https://drive.google.com/file/d/1OB0wqpJZS8YI2uAm74iLPX_NdJo5SrOk/view?usp=sharing 90 4.10 ORDEM SOCIAL Ação para o fornecimento de medicamentos: fármaco com registro na Anvisa e na União - RE 1286407 AgR-segundo/PR Resumo: É obrigatória a inclusão da União no polo passivo de demanda na qual se pede o fornecimento gratuito de medicamento registrado na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporado aos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde. No caso, a decisão de autoridade judicial no sentido de que a União deve necessariamente compor o polo passivo da lide está em consonância com a tese fixada por este Tribunal em sede de embargos de declaração no RE 855.178 (Tema 793 da repercussão geral). Com base nesse entendimento, a Primeira Turma deu provimento a agravo interno para negar seguimento a recurso extraordinário, mantendo a remessa à Justiça Federal determinada na origem, bem como a medida liminar deferida, até que o juízo competente analise a causa. RE 1286407 AgR-segundo/PR, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento em 26.4.2022 (INF 1052) Covid-19: educação e transferência de recursos para acesso à internet - ADI 6926/DF ODS: 4 Resumo: É constitucional norma federal que prevê a transferência de recursos pela União aos estados e ao Distrito Federal para garantir o acesso à internet, com fins educacionais, por alunos e professores da educação básica em virtude da calamidade pública decorrente da Covid-19. No caso, a Lei 14.172/2021 está em consonância com a norma constitucional que posiciona a educação como um direito social (CF/1988, art. 205), bem como ao princípio segundo o qual o ensino será ministrado com “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (CF/1988, art. 206, I), uma vez que objetiva garantir a conectividade a alunos e professores da rede pública de ensino no contexto da pandemia da Covid-19. Ademais, não há qualquer contrariedade ao devido processo legislativo, pois (i) a norma não prevê qualquer disposição que implique na criação de órgãos na Administração Pública federal, na sua reorganização ou na alteração de suas atribuições; e (ii) a aprovação do projeto de lei foi precedida da demonstração da viabilidade financeira e orçamentária, em observância ao art. 113 do ADCT, respeitando as limitações legais cabíveis e sem desobedecer ao regime extraordinário fiscal implementado pelas ECs 106/2020 e 109/2021. Assim, foram observadas as regras legais e constitucionais voltadas ao equilíbrio fiscal e, dada a existência de mecanismos para que a transferência dos recursos cumpra as finalidades designadas pela norma e para que a política pública seja efetivamente implementada, não se vislumbra qualquer contrariedade ao princípio da eficiência. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente do pedido formulado na ação — para dele excluir o art. 2º, § 3º, alterado pela Lei 14.351/2022 — e, na parte conhecida, o julgou improcedente para declarar a constitucionalidade dos demais preceitos da Lei 14.172/2021. ADI 6926/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 1º.7.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1061) Educação infantil: dever estatal de garantir o atendimento em creche e pré-escola às crianças de até cinco anos de idade - RE 1008166/SC (Tema 548 RG) https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5991079 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4678356 https://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=++++793+++&numeroTemaFinal=++++793+++&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao= https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5991079 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523 https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1061.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5085176 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5085176&numeroProcesso=1008166&classeProcesso=RE&numeroTema=548 https://drive.google.com/file/d/1vRMkSonLp37FkhfaUFBpGYR54NhG4OXF/view?usp=sharing https://youtu.be/WiS-qcK4zLs?t=5632 https://drive.google.com/file/d/15_J7L8mwheoA6b5TXQllU1KAlhf8tLh2/view?usp=sharing 91 ODS: 1, 4, 10 e 16 Tese fixada: "1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo. 3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à educação básica." Resumo O Estado tem o dever constitucional de assegurar às criançasextrajudiciais de terceiros - ADI 6660/PE . 114 Lei federal e reajuste da previdência social nos estados e no Distrito Federal de forma simultânea com o regime geral - ADI 4582/DF ............................................... 115 Ministério Público de Contas estadual e limites legais de gastos do Poder Executivo - ADI 5563/RR .................................................................................................. 115 Ministério Público estadual: movimentação funcional e modelo federal - ADI 6328/GO ........................................................................................................................ 116 Obrigatoriedade de reserva de vagas de estacionamento para advogados em órgãos públicos estaduais - ADI 6937/RO................................................................... 117 Porte de armas de fogo: presunção do risco da atividade e efetiva necessidade mediante lei estadual - ADI 7188/AC e ADI 7189/AM .................................................... 117 Prestação e divulgação de contas de sindicatos: exigência por lei distrital - ADI 5349/DF ........................................................................................................................ 118 Proibição de apreensão e retenção de motocicletas, motonetas ou ciclomotores de até 150 cilindradas por falta de pagamento do IPVA - ADI 6997/RN .......................... 119 Promoção e benefícios a novos clientes e extensão aos preexistentes - ADI 5399/SP; ADI 6191/SP e ADI 6333 ED/PE ............................................................................ 120 Substituição de sacos e sacolas plásticos por outros de materiais biodegradáveis imposta por lei municipal - RE 732686/SP (Tema 970 RG) .......................................... 121 Tribunal de Contas estadual: normas gerais sobre prescrição e decadência - ADI 5384/MG ......................................................................................................... 122 4.19 SEGURANÇA PÚBLICA................................................................................ 123 Polícia civil e independência funcional - ADI 5522/SP ................................... 123 4.20 TRIBUNAL DE CONTAS............................................................................... 123 Competência para o julgamento de contas dos Poderes estaduais e simetria federativa - ADI 6981/SP ................................................................................................... 123 4.21 TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ................................................................... 124 Bens de informática e Zona Franca de Manaus - ADI 2399/AM .................... 124 5. DIREITO DA SAÚDE ................................................................................................... 125 5.1 VIGILÂNCIA SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA........................................ 125 COVID-19: observância das decisões proferidas pelo STF em relação à obrigatoriedade de vacinação - ADPF 754 16ª TPI-Ref/DF ...................................................... 125 6. DIREITO DO CONSUMIDOR ..................................................................................... 126 6.1 CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO ............................................... 126 14 Normas estaduais sobre inclusão e exclusão de consumidores em cadastros de proteção ao crédito - ADI 5224/SP, ADI 5252/SP, ADI 5273/SP e ADI 5978/SP ........... 126 7. DIREITO DO TRABALHO .......................................................................................... 127 7.1 CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO ........................................................ 127 Ultratividade das cláusulas normativas de acordos e convenções coletivas - ADPF 323/DF ............................................................................................................ 127 7.2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ......................................................... 127 Acordos e convenções coletivos: limitação ou afastamento de direitos trabalhistas e horas “in itinere” - ARE 1121633/GO (Tema 1046 RG) ........................................... 127 Dispensa em massa e intervenção sindical - RE 999435/SP (Tema 638 RG) ... 128 7.3 PISO SALARIAL ............................................................................................ 129 Congelamento da base de cálculo para desindexação de piso salarial vinculado ao valor do salário mínimo - ADPF 53 Ref-MC/PI; ADPF 149 Ref-MC/DF e ADPF 171 Ref- MC/MA ........................................................................................................... 129 Piso salarial nacional para os profissionais da enfermagem - ADI 7222 MC-Ref/DF ........................................................................................................................ 130 7.4 REGIME DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA................................................ 130 Débitos trabalhistas: índices de atualização monetária aplicáveis no âmbito da Justiça do Trabalho - RE 1269353/DF (Tema 1191 RG) ............................................. 130 8. DIREITO ELEITORAL ................................................................................................ 132 8.1 CAMPANHA ELEITORAL ............................................................................ 132 Criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha - ADI 5795/DF 132 Forma de cálculo do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) - ADI 7058 MC/DF ................................................................................................... 132 Prazo para o ajuizamento de representação que visa apurar condutas em desacordo com as normas eleitorais relativas a arrecadação e gastos de recursos - ADI 4532/DF133 8.2 FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS ..................................................................... 134 Prazo para constituição e registro no TSE de partidos políticos e de federações partidárias - ADI 7021/DF .............................................................................. 134 8.3 MINIRREFORMA ELEITORAL..................................................................... 135 Reunião de ações eleitorais sobre o mesmo fato para julgamento conjunto - ADI 5507/DF .......................................................................................................... 135 8.4 PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................. 136 Autonomia partidária: duração de mandato, prazo de vigência de órgãos provisórios e anistia de multa - ADI 6230/DF ...................................................................... 136 15 Fundo Partidário e Fundo Eleitoral: vedação de repasse de seus recursos - ADI 7214/DF ........................................................................................................................ 137 8.5 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL ......................................... 138 Ampliação de gastos com publicidade institucional e princípio da anterioridade eleitoral - ADI 7178/DF e ADI 7182/DF ....................................................................... 138 8.6 PROPAGANDA ELEITORAL ........................................................................ 139 Restrições à veiculação de propaganda eleitoral em meios de comunicação impressos e na internet - ADI 6281/DF .............................................................................. 139 8.7 REGISTRO DE CANDIDATURA................................................................... 140 Reeleição ou recondução de membros de Mesa Diretora de Assembleias Legislativas - ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI 6683/AP, ADI 6686/PE, ADI 6687/PI, ADI 6711/PI e ADI 6718/AP ...................................... 140 9. DIREITO FINANCEIRO .............................................................................................. 141 9.1 AUTONOMIAentre zero e cinco anos de idade o atendimento em creche e pré-escola. A educação infantil é direito subjetivo assegurado no próprio texto constitucional, mediante norma de aplicabilidade direta e eficácia plena, isto é, sem a necessidade de regulamentação pelo Poder Legislativo. Nesse contexto, os entes municipais, por meio de políticas públicas eficientes, são primariamente responsáveis por proporcionar sua concretização196. A educação básica representa prerrogativa constitucional deferida a todos, notadamente às crianças, e seu adimplemento impõe a satisfação de um dever de prestação positiva pelo Poder Público, consistente na garantia de acesso pleno ao sistema educacional, inclusive ao atendimento em creches e pré-escolas. Com efeito, a universalização desse acesso tem potencial de contribuir substancialmente para a redução de desigualdades sociais e raciais. Ademais, a jurisprudência desta Corte firmou-se pela possibilidade de se exigir judicialmente do Estado uma determinada prestação material com o objetivo de concretizar um direito fundamental197. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 548 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário, confirmando o acórdão recorrido, para assentar o dever de a municipalidade efetuar a matrícula de uma criança em estabelecimento de educação infantil próximo de sua residência. RE 1008166/SC, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 22.9.2022 (INF 1069) FUNDEF/FUNDEB: precatório e pagamento de pessoal - ADPF 528/DF 196 “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXV–- assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (...) Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (...) Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (...) IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (...) Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. (...) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (...) Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 197 Precedentes citados: ARE 639337 AgR; AI 592075 AgR e RE 592937 AgR. http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5085176&numeroProcesso=1008166&classeProcesso=RE&numeroTema=548 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5085176 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5497412 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=627428 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595592 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595596 https://drive.google.com/file/d/1lHK2RxZqXm5c8L2Ju2PmQwn9gdU5u1Zy/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=V59wEwTIGCM&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=5xpjRGQ2x3Y&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=HSNsFBhNgLk&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=3PP8yowDEVc&t=1s 92 Resumo: O caráter extraordinário dos valores de complementação do FUNDEB pagos pela União aos estados e aos municípios, por força de condenação judicial, justifica o afastamento da subvinculação prevista nos arts. 60, XII, do ADCT198 e 22 da Lei 11.949/2007199. Isso porque a observância à regra da subvinculação implicaria em pontual e insustentável aumento salarial dos professores do ensino básico, que, em razão da regra de irredutibilidade salarial, teria como efeito pressionar o orçamento público municipal nos períodos subsequentes — sem que houvesse receita subsequente proveniente de novos precatórios inexistentes —, acarretando o investimento em salários além do patamar previsto constitucionalmente, em prejuízo de outras ações de ensino a serem financiadas com os mesmos recursos. É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos destinados ao FUNDEB, o que representaria indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à educação. O comando constitucional é claro ao afirmar que os recursos recebidos por meio do FUNDEB devem ser destinados exclusivamente à educação básica pública. Dessa forma, a utilização de tais verbas para pagamento de honorários advocatícios contratuais caracterizaria violação direta ao texto constitucional200. Por outro lado, é admissível o pagamento de honorários advocatícios contratuais com verbas provenientes dos juros moratórios incidentes sobre o valor do precatório devido pela União. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente arguição de descumprimento de preceito fundamental. ADPF 528/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.3.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1047) Reserva de vagas para irmãos na mesma escola - ADI 7149/RJ ODS: 4 Resumo: É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema educacional e do maior convívio familiar possível. De acordo com a jurisprudência desta Corte201, não viola a competência reservada ao chefe do Poder Executivo lei de iniciativa parlamentar que reafirma ou densifica o conteúdo de direitos fundamentais previstos na 198 ADCT: “Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições: (…) XII - proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.” 199 Lei 11.494/2007: “Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública. Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se: I - remuneração: o total de pagamentos devidos aos profissionais do magistério da educação, em decorrência do efetivo exercício em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes; II - profissionais do magistério da educação: docentes, profissionais que oferecem suporte pedagógico direto ao exercícioORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA ...................................... 141 Lei de Diretrizes Orçamentárias: autonomia do Ministério Público estadual - ADI 7073/CE .......................................................................................................... 141 9.2 RESPONSABILIDADE FISCAL..................................................................... 142 Covid-19: prorrogação de benefício concedido para o enfrentamento da pandemia no âmbito desportivo - ADI 7015/DF ................................................................... 142 Lei estadual e concessão de benefício fiscal sem prévia estimativa de impacto orçamentário e financeiro - ADI 6303/RR ...................................................... 142 9.3 FEDERALISMO FISCAL ............................................................................... 143 Autonomia municipal e vinculação de parte do ICMS recebido pelo estado - ADI 2355/PR .......................................................................................................... 143 10. DIREITO PENAL .......................................................................................................... 144 10.1 REINCIDÊNCIA ............................................................................................. 144 Porte de drogas para consumo próprio e reincidência - RHC 178512/SP ........ 144 11. DIREITO PREVIDENCIÁRIO ..................................................................................... 145 11.1 SALÁRIO DE BENEFÍCIO ............................................................................. 145 Constitucionalidade da “revisão da vida toda”: possibilidade do segurado do INSS optar pela regra mais favorável para o cálculo de seu benefício previdenciário - RE 1276977/DF (Tema 1102 RG) ......................................................................... 145 12. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................. 146 12.1 BLOQUEIO DE VALORES ............................................................................ 146 16 Satisfação de créditos trabalhistas mediante bloqueio de recursos públicos repassados pelo FNDE - ADPF 988/SC ............................................................................ 146 12.2 EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ........................................... 146 RPV: valor previsto no ADCT e fixação de quantia referencial inferior por ente federado - RE 1359139/CE 146 12.3 FAZENDA PÚBLICA ..................................................................................... 147 Execução fiscal: antecipação de pagamento de despesa com diligência de oficial de justiça pela Fazenda Pública - ADI 5969/PA .................................................. 147 12.4 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................ 148 Ação de improbidade administrativa: legitimidade ativa concorrente - ADI 7042/DF e ADI 7043/DF 148 12.5 LEGITIMIDADE RECURSAL ........................................................................ 149 Procuradorias municipais: legitimidade para interpor recurso em ação de controle de constitucionalidade - ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR/RJ ................ 149 12.6 PROCESSOS COLETIVOS............................................................................. 149 Participação obrigatória de empregado em acordo celebrado no âmbito de ação civil pública - RE 629647/RR (Tema 1004 RG) ....................................................... 149 13. DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................... 150 13.1 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ................................ 150 Competência penal originária do STF e “mandatos cruzados” - Inq 4342 QO/PR150 Foro por prerrogativa de função: ampliação do rol de autoridades na esfera estadual - ADI 6511/RR .................................................................................................. 150 13.2 EXECUÇÃO PENAL ...................................................................................... 151 Execução penal: estudo a distância e remição da pena - RHC 203546/PR ...... 151 13.3 FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ................................................. 152 Competência dos Tribunais para supervisionar investigações contra autoridades com foro por prerrogativa de função - ADI 7083/AP .............................................. 152 13.4 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................ 152 Interceptação telefônica e prorrogações sucessivas - RE 625263/PR (Tema 661 RG) ........................................................................................................................ 152 13.5 INVESTIGAÇÃO PENAL .............................................................................. 153 Autorização para o prosseguimento de investigações contra magistrados - ADI 5331/MG ........................................................................................................................ 153 13.6 LEI MARIA DA PENHA ................................................................................ 154 17 Lei Maria da Penha e afastamento do agressor por delegados e policiais - ADI 6138/DF ........................................................................................................................ 154 13.7 NULIDADES .................................................................................................. 155 Delatado e direito de falar por último - HC 166373/PR ................................... 155 13.8 PROVAS ......................................................................................................... 156 Procedimento para reconhecimento de pessoas - RHC 206846/SP .................. 156 13.9 PRISÃO PREVENTIVA .................................................................................. 157 Prisão preventiva: prazo nonagesimal para a sua revisão e respectiva competência jurisdicional - ADI 6581/DF e ADI 6582/DF .................................................. 157 13.10 PRISÃO TEMPORÁRIA ................................................................................. 158 Fixação de condições obrigatórias e cumulativas para a decretação da prisão temporária - ADI 3360/DF e ADI 4109/DF ....................................................................... 158 13.11 TERMO CIRCUNSTANCIADO ..................................................................... 159 Competência para a lavratura de termo circunstanciado - ADI 5637/MG ....... 159 14. DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................. 160 14.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS .......................................................................... 160 Artigo 149, § 2º, III, “a”, da CF: rol exemplificativo - RE 1317786/PE (Tema 1193 RG) ........................................................................................................................ 160 PIS e COFINS: parcela não dedutível da base de cálculo - RE 1049811/SE (Tema 1024 RG) ................................................................................................................. 160 Majoração da base de cálculo de contribuição social por ato infralegal - RE 1381261/RS (Tema 1223 RG) .............................................................................................. 161 Regime não cumulativo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins - RE 841979/PE (Tema 756 RG) ................................................................................................ 161 Salário-educação: critério para a distribuição da arrecadação - ADPF 188/DF163 14.2 FATO GERADOR ........................................................................................... 164 Constitucionalidade da chamada “norma geral antielisão” - ADI 2446/DF.... 164 14.3 ICMS............................................................................................................... 164 ICMS: fixação de alíquotas sobre operações com energia elétrica e serviços de comunicação superiores às das operações em geral - ADI 7117/SC e ADI 7123/DF ........................................................................................................................ 164 ICMS: fixação de alíquotas sobre operações com energia elétrica e serviços de comunicação em percentuais superiores aos da alíquota geral do tributo - ADI 7111/PA, ADI 7113/TO, ADI 7116/MG, ADI 7119/RO e ADI 7122/GO ......................... 165 Operacionalização da substituição tributária do ICMS por meio de lei ordinária estadual - ADI 5702/RS ................................................................................................. 166 18 Redução de alíquota do ICMS para cerveja à base de mandioca - ADI 6152/MA166 Remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais julgados inconstitucionais - RE 851421/DF (Tema 817 RG) ..................................................................... 167 14.4 IPVA ............................................................................................................... 167 IPVA: contagem de prazos para atendimento dos princípios da anterioridade anual e nonagesimal - ADI 5282/PR............................................................................ 167 IPVA: isenção fiscal e tratamento não isonômico - ADI 5268/MG .................. 168 IPVA: isenção para veículos adquiridos mediante arrendamento mercantil e utilizados por taxistas - ADI 2298/RS .............................................................................. 169 14.5 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA .......................................................................... 170 Caracterização das entidades religiosas como instituições de assistência social para fins de imunidade tributária - RE 630790/SP (Tema 336 RG) ................................ 170 Imunidade recíproca de sociedade de economia mista prestadora exclusiva de serviço público essencial - ACO 3410/SE .................................................................... 170 14.6 IPI ................................................................................................................... 171 Incidência de IPI sobre bacalhau seco e salgado e questão infraconstitucional - RE 627280/RJ (Tema 502 RG) .............................................................................. 171 14.7 IR .................................................................................................................... 171 Pensão alimentícia e incidência do imposto de renda - ADI 5422/DF ............. 171 Entidades fechadas de previdência complementar e incidência do IRRF e da CSLL - RE 612686/SC (Tema 699 RG) .............................................................................. 172 14.8 ISS .................................................................................................................. 173 Incidência do ISS sobre prestação de serviço de inserção de materiais de propaganda e publicidade em qualquer meio - ADI 6034/RJ ................................................. 173 14.9 ITCMD ............................................................................................................ 173 Incidência de ITCMD em relação a inventários e arrolamentos processados no exterior - ADI 6828/AL ................................................................................................ 173 14.10 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL .......................................... 174 Art. 38 da Lei 9.430/1996: representação fiscal para fins penais e crimes contra a Previdência Social - ADI 4980/DF .................................................................. 174 14.11 TAXAS ........................................................................................................... 175 Cobrança de taxa de segurança para eventos - ADI 2692/DF ......................... 175 Fundo de Fiscalização das Telecomunicações e poder de polícia - ADI 4039/DF175 Instituição de taxas de fiscalização em atividades inerentes ao setor de telecomunicações - RE 776594/SP (Tema 919 RG) ...................................................................... 176 19 Parâmetros para o cálculo das custas judiciais e emolumentos - ADI 2846/TO177 Taxas de fiscalização da atividade de mineração - ADI 4785/MG, ADI 4786/PA e ADI 4787/AP .......................................................................................................... 177 20 1. DIREITO ADMINISTRATIVO 1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL Atividade profissional de despachantes: competência legislativa para regulamentação - ADI 6740/RN e ADI 6738/GO ODS: 16 Resumo: É privativa da União a competência para legislar sobre condições para o exercício da profissão de despachante (CF/1988, art. 22, XVI), de modo que a disciplina legal dos temas relacionados à sua regulamentação também deve ser estabelecida pela União. Ao analisar o teor das leis estaduais impugnadas, verifica-se que, embora possam ter sido editadas com o objetivo de determinar as regras de caráter administrativo sobre a atuação dos despachantes autônomos e documentalistas junto aos órgãos de trânsito, acabaram por regulamentar a atividade profissional dessa categoria, em afronta às regras de repartição de competências constitucionalmente previstas. Nesse contexto, este Tribunal já declarou a inconstitucionalidade de normas e decretos estaduais análogos e consolidou jurisprudência no sentido de reconhecer a competência privativa da União para legislar sobre a matéria1. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedentes as ações para declarar a inconstitucionalidade formal da Lei 10.161/2017 do Estado do Rio Grande do Norte, bem como da Lei 15.043/2004 e, por arrastamento, do Decreto 6.227/2005, ambos do Estado de Goiás. ADI 6740/RN, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda- feira), às 23:59 (INF 1076) ADI 6738/GO, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda- feira), às 23:59 (INF 1076) 1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS ANP e poder normativo de regulação - ADI 7031/DF ODS: 7 Resumo: É constitucional a instituição do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) por normativo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na medida em que o ato regulatório apresenta correspondência direta com as diretrizes e os propósitos conferidos por sua lei instituidora. As agências reguladoras, assim como os Poderes, instituições e órgãos do poder público, submetem-se ao princípio da legalidade (CF/1988, art. 37, caput)2. No caso, as normas técnicas emanadas pela Resolução 790/2016 1 Precedentes citados: ADI 4387; ADI 6742; ADI 5251 e ADI 5412. 2 Precedentes citados: ADI 4093; ADI 4954; RMS 28487; e ADI 4874. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=267139199&ext=.pdfhttps://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15347432577&ext=.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15346173478&ext=.pdf http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755971628 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6972092 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7081133 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3500237 https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749049101 https://drive.google.com/file/d/10ruMH_USwaIE8NuETGv_EJ5qXGJAv4_W/view?usp=share_link https://drive.google.com/file/d/1uVdUCYtBZqWZ4wuj597PrGFMMYJFZXKM/view?usp=sharing 21 da ANP — que instituiu o PMQC — inserem-se no espaço de conformação previsto no art. 8º da Lei 9.478/19973, que atribui à agência reguladora a implementação da política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis com ênfase na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos. Ademais, a Resolução não transferiu a terceiros parcela da competência fiscalizatória que é própria da ANP, mas conferiu tratamento isonômico na atribuição dos custos do monitoramento entre todos os agentes econômicos da cadeia de comercialização de combustíveis, que, por auferirem os lucros da atividade, também possuem o dever de assegurar perante o consumidor a qualidade dos produtos oferecidos. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu em parte da ação e, nesta extensão, a julgou improcedente. ADI 7031/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 5.8.2022 (sexta- feira), às 23:59 (INF 1062) Atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar - ADI 7088/DF e ADI 7183/DF ODS: 3 Resumo: São constitucionais os prazos para conclusão dos procedimentos administrativos de atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar (Lei 9.656/1998, art. 10, §§ 7º e 8º), por inexistir incompatibilidade entre a sua definição e a urgência dos pacientes na obtenção de um tratamento4. Com efeito, a avaliação necessária à decisão pela incorporação de novos tratamentos demanda pesquisa, estudo das evidências, realização de reuniões técnicas, oitiva dos interessados, de modo que não se afiguram irrazoáveis os prazos assinados para conclusão da apreciação das propostas. O formato adotado para a composição da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Lei 9.656/1998, art. 10-D, §§ 1º, 2º e 4º) não fere a Constituição Federal, ante a ausência da alegada exclusão de participantes usuários de planos de saúde ou discriminação de qualquer natureza5. 3 Lei 9.478/1997: “Art. 8º. A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe: I - implementar , em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos; (...) XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos sujeitos à sua regulação;” 4 Lei 9.656/1998: “Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico- ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto: (...) § 7º A atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar pela ANS será realizada por meio da instauração de processo administrativo, a ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, prorrogável por 90 (noventa) dias corridos quando as circunstâncias o exigirem. § 8º Os processos administrativos de atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar referente aos tratamentos listados nas alíneas c do inciso I e g do inciso II do caput do art. 12 desta Lei deverão ser analisados de forma prioritária e concluídos no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, prorrogável por 60 (sessenta) dias corridos quando as circunstâncias o exigirem.” 5 Lei 9.656/1998: “Art. 10-D. Fica instituída a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar à qual compete assessorar a ANS nas atribuições de que trata o § 4º do art. 10 desta Lei. § 1º O funcionamento e https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1062.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744 http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/1iCSSm0lgnT1qELDnZCFSJCO0j_o5g24f/view?usp=share_link 22 De fato, a Resolução Normativa 474/2021, que define a composição desse órgão, garante a presença de representantes de entidades de defesa do consumidor, de associações de usuários de planos de saúde e de organismos de proteção dos interesses das pessoas com deficiências e patologias especiais. Ressalte-se que a exigência de que os membros indicados tenham formação que lhes permita compreender as evidências científicas apresentadas, decorre da natureza técnica do procedimento de atualização do rol. São constitucionais os critérios a serem considerados no relatório elaborado pela referida Comissão (Lei 9.656/1998, art. 10-D, § 3º), uma vez que não há submissão do direito à saúde à interesses econômicos e financeiros6. A avaliação econômica contida no processo de atualização do rol pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e a análise do impacto financeiro advindo da incorporação dos tratamentos demandados são necessárias para garantir a manutenção da sustentabilidade econômico-financeira do setor de planos de saúde. Outrossim, não se trata de sujeitar o direito à saúde a interesses econômicos e financeiros, mas sim de considerar tais aspectos para garantir que os usuários de planos particulares continuem a ter acesso ao serviço e às prestações médicas que ele proporciona. Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, conheceu parcialmente das ações diretas, para julgar improcedentes os pedidos de declaração de inconstitucionalidade do art. 10, §§ 7º e 8º, e do art. 10-D da Lei 9.656/1998, com a redação dada pela Lei 14.307/2022. ADI 7088/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 9.11.2022 (quarta- feira), às 23:59 (INF 1075) ADI 7183/DF relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 9.11.2022 (quarta- feira), às 23:59 (INF 1075) 1.3 AGENTES PÚBLICOS Alteração de escolaridade para o cargo de perito técnico de polícia por meio de lei estadual - ADI 7081/BA ODS: 16 Resumo:a composição da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar serão estabelecidos em regulamento. § 2º A Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar terá composição e regimento definidos em regulamento, com a participação nos processos de: I - 1 (um) representante indicado pelo Conselho Federal de Medicina; II - 1 (um) representante da sociedade de especialidade médica, conforme a área terapêutica ou o uso da tecnologia a ser analisada, indicado pela Associação Médica Brasileira; III - 1 (um) representante de entidade representativa de consumidores de planos de saúde; IV - 1 (um) representante de entidade representativa dos prestadores de serviços na saúde suplementar; V - 1 (um) representante de entidade representativa das operadoras de planos privados de assistência à saúde; VI - representantes de áreas de atuação profissional da saúde relacionadas ao evento ou procedimento sob análise. (...) § 4º Os membros indicados para compor a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, bem como os representantes designados para participarem dos processos, deverão ter formação técnica suficiente para compreensão adequada das evidências científicas e dos critérios utilizados na avaliação.” 6 Lei 9.656/1998: “Art. 10-D (...) § 3º A Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar deverá apresentar relatório que considerará: I - as melhores evidências científicas disponíveis e possíveis sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade, a eficiência, a usabilidade e a segurança do medicamento, do produto ou do procedimento analisado, reconhecidas pelo órgão competente para o registro ou para a autorização de uso; II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às coberturas já previstas no rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar, quando couber; e III - a análise de impacto financeiro da ampliação da cobertura no âmbito da saúde suplementar.” https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html https://drive.google.com/file/d/1kOtmVLF1lE6ozf4PnYpF-Xo905wKHMJO/view?usp=share_link 23 A exigência de diploma de nível superior, promovida por legislação estadual 7, para o cargo de perito técnico de polícia - que anteriormente tinha o nível médio como requisito de escolaridade - não viola o princípio do concurso público (CF/1988, art. 37, II) 8 nem as normas constitucionais sobre competência legislativa (CF/1988, arts. 22, I; 24, XVI e § 4º)9. Esta Corte já se pronunciou no sentido da constitucionalidade da exigência de nível superior para cargos que anteriormente tinham o nível médio como requisito de escolaridade, pois trata-se de reestruturação da Administração, e não provimento derivado por ascensão10 (4). Ademais, a legislação estadual, além de não tratar de tema de competência legislativa privativa da União, observou as determinações da Lei federal 12.030/2009. Com efeito, a designação “perito técnico de polícia” em nada fere a exclusividade do status dos peritos oficiais de natureza criminal, listados na referida lei federal. Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido, reconhecendo a constitucionalidade do art. 2º, III, Anexo III, 4ª Linha, da Lei 7.146/1992 e do art. 46 da Lei 11.370/2009 do Estado da Bahia. ADI 7081/BA, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 21.9.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1074) 1.4 APOSENTADORIA Inexigência de exercício por cinco anos na mesma classe para fins de cálculo de aposentadoria - RE 1322195/SP (Tema 1207 RG) Tese fixada: “A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não representa ascensão a cargo diverso daquele em que já estava efetivado, de modo que, para fins de aposentadoria, o prazo mínimo de cinco anos no cargo efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso III, da Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional 20/1998, e pelos artigos 6º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005, não recomeça a contar pela alteração de classe.” Resumo: Para a aposentadoria voluntária de servidor público, o prazo mínimo de cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria refere-se ao cargo efetivo ocupado pelo servidor e não à classe na carreira alcançada mediante promoção. Na hipótese, a promoção do servidor à classe posterior dentro do mesmo cargo não caracteriza provimento originário, mas sim derivado. Logo, quando a carreira for organizada em classes, o cálculo dos proventos deve ter por base a remuneração percebida na mesma classe ocupada quando da aposentadoria11. 7 Lei 11.370/2009 do Estado da Bahia: “Art. 46- Para o ingresso nos cargos da carreira de Delegado de Polícia e demais carreiras da Polícia Civil do Estado da Bahia será exigido diploma de conclusão de curso superior devidamente registrado no Ministério da Educação.” 8 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” 9 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. (...) § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” 10 Precedentes citados: ADI 1561 MC; ADI 4303 e ADI 5406 11 Precedentes citados: ARE 1.248.344 AgR; RE 1.255.987 AgR; AI 813.763 AgR; RE 1.337.044 AgR. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6355305 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6355305 https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6156326 http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6156326&numeroProcesso=1322195&classeProcesso=RE&numeroTema=1207 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347130 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6589399 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753109429 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752292288 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752640463 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=619196 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757432821 https://drive.google.com/file/d/1fdzwG889KVDX3xBA71Rxyeil9_r1V5SR/view?usp=sharing 24 Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada (Tema 1207 RG) e no mérito, por unanimidade, reafirmou