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Informativo Temático 2022 
Compilação dos Informativos STF 1042 a 1079 
 
O Informativo Temático apresenta resumos organizados por assuntos e ramos do Direito. 
Permite-se a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo, 
desde que citada a fonte. 
 
Últimas atualizações: 
 Informativo 1079: 
o ARE 1316369/DF (Tema 1238 RG) 
o ADI 4235/RJ 
o ADI 4757/DF 
o ADPF 1012/PA 
o ADI 6981/SP 
o ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI 6683/AP, ADI 
6686/PE, ADI 6687/PI, ADI 6711/PI e ADI 6718/AP. 
 
 Informativo 1078: 
o RE 593448 (Tema 221 RG) 
o ADPF 634 
o ADI 7015 
o RE 1276977 (Tema 1102 RG) 
o HC 166373 
o RE 776594 (Tema 919 RG). 
 
 Informativo 1077: 
o ADI 5623; 
o ADI 4768; 
o ADI 6997; 
o ADI 4532; 
o RE 841979 (Tema 756 RG); 
o ARE 1307028 AgR. 
 
 Informativo 1076: 
o ADI 6740 e ADI 6738; 
o ADI 5528; 
o ADI 5517; 
o ADI 4529; 
o ADI 5657; 
o ADI 6937. 
 
 Informativo 1075: 
o ADI 7088 e ADI 7183; 
o ADPF 828 TPI-quarta-Ref; 
file:///C:/Users/mariana.bastos/Downloads/revisão%23_Constitucionalidade_da_
 
2 
o ADI 7232 MC-Ref. 
 
 Informativo 1074: 
o ADI 7081 
o ADI 7198 
o ADI 6923 
o ADI 7261 MC 
o ADPF 763 
o ADI 5368 
o ADI 4582 
o RE 629647 (Tema 1004 RG) 
o RE 612686 (Tema 699 RG) 
o ADI 6828. 
 
 Informativo 1073: 
o ADI 1846; 
o ADI 2477 e ADI 2572; 
o ADI 5595; 
o ADI 6327; 
o ADI 6619; 
o RE 732686 (Tema 970 RG); 
o ADI 5702. 
 
 Informativo 1072: 
o ADI 7172; 
o ADPF 988; 
o ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR; 
o ADI 5282. 
 
 Informativo 1071: 
o ADPF 975; 
o RE 642890 (Tema 465 RG); 
o ADI 6151; 
o ADI 2298. 
 
 Informativo 1070: 
o RE 820823 (Tema 922 RG); 
o ADI 7211; 
o ADI 7214; 
o ADI 5969; 
o ADI 6152; 
o ADI 2692. 
 
 Informativo 1069: 
o ADI 6119; ADI 6139 e ADI 6466; 
o RE 1008166; 
o ADI 7149; 
o ADI 6772; 
o ADI 7188 e ADI 7189; 
o ADI 7073. 
 
 Informativo 1068: 
o ADI 6649 e ADPF 695; 
o ADI 3311; 
 
3 
o ADI 7222 MC-Ref; 
o ADI 2355. 
 
 Informativo 1067: 
o ADI 6603; 
o ADI 6860; ADI 6861 e ADI 6863; 
o ARE 1370232; 
o ADI 6511; 
o ADI 2846. 
 
 Informativo 1066: 
o ADI 5791; 
o RE 929886; 
o ADI 5507; 
o RE 1359139; 
o ADI 7042; ADI 7043; 
 
 Informativo 1065: 
o ARE 843989; 
o ADI 5271; 
o ADI 6970; 
o ADI 6088; 
o ADI 5795; 
o ADI 7111; ADI 7113; ADI 7116; ADI 7119 e ADI 7122; 
 
 Informativo 1064: 
o ADI 7137 e ADI 7142; 
o ADI 6640 e ADI 6645; 
o ADI 5349; 
 
 Informativo 1063: 
o ADI 6199; 
o ADI 4662; 
o ADI 6912; 
o ADI 6328; 
 
 Informativo 1062: 
o ADI 7031; 
o RE 964659 (Tema 900 RG); 
o ADI 7104 e ADI 7179; 
o ADI 6230; 
o ADI 7178 e ADI 7182; 
o RE 1381261; 
o ADI 5268; 
o ADI 4785, ADI 4786 e ADI 4787; 
 
 Informativo 1061: 
o ADPF 708; 
o ADI 6926; 
o ADI 5755; 
o ADI 6858; 
o RHC 203546; 
 
 Informativo 1060: 
 
4 
o ADI 2142; 
o ADI 3396; 
o ADI 7076; 
o ADI 6660; 
o ADI 7117 e ADI 7123; 
o ADI 4039; 
 
 Informativo 1059: 
o ADI 3454; 
o ADI 5119; 
o ADI 400; 
o ADPF 893; 
o ADPF 188; 
 
 Informativo 1058: 
o ADI 6951 e ADI 6952; 
o ADI 5399, ADI 6191 e ADI 6333 ED; 
o RE 999435(Tema 638 RG); 
 
 Informativo 1057: 
o ADI 6308; 
o ADI 7063; 
o ADI 5563; 
o ARE 1121633 (Tema 1046 RG); 
o ADI 5331; 
o ADI 5422; 
 
 Informativo 1056: 
o ADI 5910; 
o ADI 4869; 
o ADI 4709; 
o ADI 5384; 
o ADPF 323; 
 
 Informativo 1055: 
o ADPF 915; 
o ADPF 748; 
o ADI 6595; 
o RE 1224374 (Tema 1079 RG), ADI 4017 e ADI 4103; 
o ADI 5052; 
o ADI 6573; ADI 6911 e ADPF 863; 
 
 Informativo 1054: 
o ADI 5818 e ADI 3918; 
o RE 1348854 (Tema 1182 RG); 
o ADPF 722; 
o ADI 4608; 
o ADI 7083. 
 
 Informativo 1053: 
o ADI 6655; 
o ADI 6148; 
o ADI 7029; 
https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182
 
5 
o Pet 8242 AgR, Pet 8259 AgR, Pet 8262 AgR, Pet 8263 AgR, Pet 8267 AgR e Pet 
8366 AgR. 
 
 Informativo 1052: 
o ADI 6808; 
o ADPF 651; 
o ADI 3152; 
o RE 614384 (Tema 559 RG); 
o RE 1286407 AgR-segundo. 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................... 20 
1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL ................................................... 20 
Atividade profissional de despachantes: competência legislativa para regulamentação - 
ADI 6740/RN e ADI 6738/GO .......................................................................... 20 
1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS......................................................................... 20 
ANP e poder normativo de regulação - ADI 7031/DF ...................................... 20 
Atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar - ADI 7088/DF e 
ADI 7183/DF ................................................................................................... 21 
1.3 AGENTES PÚBLICOS .................................................................................... 22 
Alteração de escolaridade para o cargo de perito técnico de polícia por meio de lei 
estadual - ADI 7081/BA ................................................................................... 22 
1.4 APOSENTADORIA ......................................................................................... 23 
Inexigência de exercício por cinco anos na mesma classe para fins de cálculo de 
aposentadoria - RE 1322195/SP (Tema 1207 RG) ............................................ 23 
1.5 CARGOS EM COMISSÃO .............................................................................. 24 
Tribunal de Contas estadual: requisitos constitucionais para a criação de cargos em 
comissão - ADI 6655/SE .................................................................................. 24 
1.6 CONCURSO PÚBLICO ................................................................................... 24 
Isenção da taxa de inscrição em concurso público a servidores públicos estaduais - ADI 
5818/CE e ADI 3918/SE ................................................................................... 24 
1.7 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS .............................................................. 25 
Empresas estatais e transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão 
compartilhada - ADI 1846/SC .......................................................................... 25 
Transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços 
públicos - ADI 2946/DF ................................................................................... 26 
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3887684&numeroProcesso=614384&classeProcesso=RE&numeroTema=559
 
6 
1.8 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ................................................................... 27 
Contratação temporária: vacância de cargo público efetivo e educação pública - ADPF 
915/MG ............................................................................................................ 27 
1.9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................. 28 
Nova Lei de Improbidade Administrativa e eficácia temporal - ARE 843989/PR (Tema 
1.199 RG) ......................................................................................................... 28 
1.10 LICENÇAS E AFASTAMENTOS .................................................................... 30 
Licença à gestante e à adotante para militares das Forças Armadas - ADI 6603/DF
 ......................................................................................................................... 30 
1.11 PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................... 30 
Processo administrativoa jurisprudência 
dominante sobre a matéria para desprover o recurso extraordinário. 
RE 1322195/SP, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 1º.4.2021 (INF 
1049) 
1.5 CARGOS EM COMISSÃO 
Tribunal de Contas estadual: requisitos constitucionais para a criação de cargos em comissão 
- ADI 6655/SE 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional a criação de cargos em comissão sem a devida observância dos requisitos 
indispensáveis fixados pelo STF12. 
A Constituição Federal reservou à Administração Pública regime jurídico minucioso na conformação do 
interesse público com a finalidade de resguardar a isonomia e a eficiência na formação de seus quadros de pessoal. 
Os cargos em comissão, por sua vez, representam exceção à regra. 
Nesse contexto, a jurisprudência do STF é assertiva quanto às condições para a criação de cargos em 
comissão13. No julgamento do RE 1.041.210 (Tema 1010 RG), o Tribunal cuidou de consolidar os critérios 
cumulativos que devem nortear o controle de constitucionalidade das leis que os criam. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação, com eficácia ex 
nunc a contar da publicação da ata de julgamento. 
ADI 6655/SE, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 6.5.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1053) 
1.6 CONCURSO PÚBLICO 
Isenção da taxa de inscrição em concurso público a servidores públicos estaduais - ADI 
5818/CE e ADI 3918/SE 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de inscrição em concursos 
públicos promovidos pela Administração Pública local, privilegiando, sem justificativa razoável para tanto, 
um grupo mais favorecido social e economicamente. 
O STF compreende o concurso público como mecanismo que proporciona a realização concreta dos 
princípios constitucionais da isonomia e da impessoalidade, não admitindo discrímen que, ao invés de fomentar a 
 
12 Tema 1010 da RG: “a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia 
e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve 
pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos 
comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores 
ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, 
de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.” 
13 Precedentes citados: ADI 3.233; ADI 3.174; ADI 4.867; ADI 4.125; ADI 5.542; e RE 719.870 (Tema 670 RG). 
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6156326&numeroProcesso=1322195&classeProcesso=RE&numeroTema=1207
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6156326
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5171382&numeroProcesso=1041210&classeProcesso=RE&numeroTema=1010
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081702
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=486692
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750740374
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754019368
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=618980
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751842712
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4323197
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4323197&numeroProcesso=719870&classeProcesso=RE&numeroTema=670
https://drive.google.com/file/d/1L0n_4vDpUCyrGh8xdD-1wMyiVi31T3Yj/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1YZUPXVvLxpSOm-TDGwRYAVYVmz6rllKk/view?usp=sharing
 
25 
igualdade de acesso aos cargos e empregos públicos, amplia a desigualdade entre os possíveis candidatos14. Nesse 
contexto, esta Corte já proclamou a constitucionalidade de normas que, com fulcro na ideia de igualdade material, 
instituíram benefício em favor de grupo social desfavorecido15. 
No caso, as normas impugnadas ─ ao fundamento de incentivarem a permanência dos servidores públicos 
nessa condição, valorizando-os de modo a concretizar o princípio da eficiência ─ se mostram discriminatórias, 
pois, de forma anti-isonômica, favorecem a categoria em detrimento de um grupo de pessoas que, por insuficiência 
de recursos, não conseguiria arcar com os custos da inscrição, restringindo, consequentemente, o acesso à via do 
concurso público. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, em julgamentos autônomos, julgou procedentes 
as ações diretas para declarar a inconstitucionalidade (i) do parágrafo único do art. 4º da Lei 11.449/1988, inserido 
pela Lei 11.551/1989, ambas do Estado do Ceará16; e (ii) do art. 6º, III, “d”, da Lei 2.778/1989, do Estado do 
Sergipe17. 
ADI 5818/CE, relator Ministro Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Ministro Dias Toffoli, 
julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1054) 
ADI 3918/SE, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1054) 
1.7 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Empresas estatais e transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão 
compartilhada - ADI 1846/SC 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e de economia 
mista, cujo controle acionário pertença ao estado, de assinarem contratos ou outros instrumentos legais 
congêneres que viabilizem a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada. 
A lei estadual impugnada, de iniciativa parlamentar, invade a competência privativa do chefe do Poder 
Executivo estadual para dispor sobre a organização da Administração Pública (CF/1988, art. 61, § 1º, II, e), bem 
como a competência da União para legislar sobre direito civil e comercial (CF/1988, art. 22, I), na medida em que 
restringe o âmbito de liberdade negocial de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Por outro lado, a norma desobedece ao disposto no art. 173, § 1º, I a V, da CF/1988, no ponto em que 
preconiza caber a lei federal disciplinar o “Estatuto da Empresa Pública”, observado o regime jurídico próprio das 
empresas privadas, quanto a obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias18. 
 
14 Precedentes citados: ADI 1350; ADI 2949; ADI 2364; ADI 3522; e ADI 5776. 
15 Precedentes citados: ADI 2177; e ADPF 186. 
16 Lei 11.449/1988 do Estado do Ceará: “Art. 4º (...) Parágrafo único. Os servidores públicos estaduais são isentos de pagamento 
da taxa de inscrição em qualquer concurso de admissão no serviço público promovido pela Administração Pública Estadual, 
Direta, Indireta e Fundacional.” 
17 Lei 2.778/1989 do Estado de Sergipe: “Art. 6º: São também excluídas do campo de incidência das taxas estaduais, por 
isenção: (...) III - a prática de atos e expedição de documentos relativos: (...) d) a inscrição de servidores públicos da 
administração direta e indireta em qualquer concurso público promovidopor entidade pública estadual de qualquer dos 
poderes;” 
18 CF/1988: “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5310897
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2538192
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=393004
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630137
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749298313
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363389
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749507441
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751181465
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6984693
https://drive.google.com/file/d/1d6ETPQTbEoqupMYd_czHk4r8T6RpWPh6/view?usp=sharing
 
26 
Assim, a celebração de negócios jurídicos deve ser analisada individualmente e à luz da Lei 13.303/2016, 
sendo inviável que, por meio de lei estadual, de iniciativa parlamentar, se objetive proibir a celebração de contratos 
com específicas disposições às empresas públicas e sociedades de economia mista, cujo regime jurídico é único, 
de âmbito nacional19. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para, confirmando 
os efeitos da medida cautelar concedida, declarar a inconstitucionalidade da Lei 10.760/1998 do Estado de Santa 
Catarina20. 
ADI 1846/SC, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1073) 
 
Transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços públicos 
- ADI 2946/DF 
 
 
Resumo: 
É constitucional a transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de 
serviços públicos, mediante anuência do poder concedente (Lei 8.987/1995, art. 27)21. 
Nessas hipóteses, a base objetiva do contrato continua intacta. Permanecem o mesmo objeto contratual, 
as mesmas obrigações contratuais e a mesma equação econômico-financeira. O que ocorre é apenas a sua 
modificação subjetiva, seja pela substituição do contratado, seja em razão da sua reorganização empresarial. 
Em nosso sistema jurídico, o que interessa à Administração é, sobretudo, a seleção da proposta mais 
vantajosa, independentemente da identidade do particular contratado, ou dos atributos psicológicos ou subjetivos 
de que disponha. No tocante ao particular contratado, basta que seja pessoa idônea, ou seja, que tenha comprovada 
capacidade para cumprir as obrigações assumidas no contrato, o que também é aferido por critérios objetivos e 
preestabelecidos. 
Ademais, considerando a dinâmica peculiar e complexa das concessões públicas, é natural que o próprio 
regime jurídico das concessões contenha institutos que permitam aos concessionários se ajustarem às adversidades 
da execução contratual com a finalidade de permitir a continuidade da prestação dos serviços públicos e, sobretudo, 
a sua prestação satisfatória ou adequada. A retomada dos serviços pela Administração pode se mostrar 
demasiadamente onerosa para o poder público concedente e uma nova licitação, além de implicar custos altíssimos, 
demanda tempo para seu necessário planejamento e, ao final, pode resultar em tarifas mais caras para os usuários. 
Por fim, ressalta-se que as normas constitucionais que estipulam a obrigatoriedade de licitação na outorga 
inicial da prestação de serviços públicos a particulares não definem os exatos contornos do dever de licitar 
(CF/1988, arts. 37, XXI, e 175, caput)22. Cabe, portanto, ao legislador ordinário ampla liberdade quanto à sua 
 
contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e 
o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a 
avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.” 
19 Precedente citado: ADI 2296. 
20 Lei 10.760/1998 do Estado de Santa Catarina: “Art. 1º É vedado ao Poder Executivo, às empresas públicas e de economia 
mista cujo controle acionário pertença ao Estado de Santa Catarina, assinarem contratos ou outros instrumentos legais 
congêneres que em suas cláusulas conste a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada, das 
mesmas. Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.” 
21 Lei 8.987/1995: “Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do 
poder concedente implicará a caducidade da concessão. §1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo 
o pretendente deverá: I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal 
necessárias à assunção do serviço; e II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.” 
22 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1715893
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15349154698&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/1lHgRy1XNFwoPOWSFxcuSmBSIk5CexaKQ/view?usp=sharing
 
27 
conformação à vista da dinamicidade e da variedade das situações fáticas a serem abrangidas pela respectiva 
normatização23. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em ação 
direta. 
ADI 2946/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 8.3.2022 (terça-feira), às 
23:59 (INF 1046) 
1.8 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA 
Contratação temporária: vacância de cargo público efetivo e educação pública - ADPF 
915/MG 
 
 
ODS: 4 e 16 
Resumo: 
É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e abrangente, permite a convocação 
temporária de profissionais da área da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para 
suprir vacância de cargo público efetivo. 
O Plenário da Corte deliberou que a medida viola a regra constitucional do concurso público24, ao permitir 
a contratação de servidores para atividadesabsolutamente previsíveis, permanentes e ordinárias do Estado, 
autorizando que sucessivas contratações temporárias perpetuem indefinidamente a precarização de relações 
trabalhistas no âmbito da Administração Pública25. 
Além disso, não basta que a lei autorize a contratação de pessoal por prazo limitado para conformar-se ao 
texto constitucional, uma vez que a excepcionalidade das situações emergenciais afasta a possibilidade de que elas, 
de transitórias, se transmudem em permanentes. 
Nesse contexto, o Tribunal já definiu ser necessário para a contratação temporária que: a) os casos 
excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja pré-determinado; c) a necessidade seja 
temporária; e d) o interesse público seja excepcional. Quanto à contratação destinada a suprir necessidade 
temporária que exsurge da vacância do cargo efetivo, ela há de durar apenas o tempo necessário para a realização 
do próximo concurso público26. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para declarar a não 
recepção pela CF/88 dos dispositivos legais impugnados, além da inconstitucionalidade, por arrastamento, dos 
atos normativos infralegais que guardam inteira dependência com aqueles, modulando os efeitos da decisão no 
intuito de preservar os contratos temporários firmados até a conclusão do julgamento de mérito. 
 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...) Art. 
175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de 
licitação, a prestação de serviços públicos.” 
23 Precedentes citados: ADI 5841 MC; ADI 2452; ADI 4829 e ADI 5942. 
24 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...) IX – a lei estabelecerá 
os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;” 
25 Precedente citado: ADI 5267. 
26 Precedente citado: ADI 3649. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2147534
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5323021
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1936667
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4283401
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5459537
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752545391
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7067371
https://drive.google.com/file/d/15EwRYruBsOYB78njl1yVVekrmjWzATg9/view?usp=sharing
 
28 
ADPF 915/MG, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 
(sexta-feira), às 23:59 (INF 1055) 
1.9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Nova Lei de Improbidade Administrativa e eficácia temporal - ARE 843989/PR (Tema 1.199 
RG) 
 
 
ODS: 16 
Tese fixada: 
“É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de 
improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a presença do elemento 
subjetivo — DOLO; 2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato 
de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da 
Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante 
o processo de execução das penas e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de 
improbidade administrativa culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação 
transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente 
analisar eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é 
IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.” 
Resumo: 
A partir do advento da Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) — cuja 
publicação e entrada em vigor ocorreu em 26.10.2021 —, deixou de existir, no ordenamento jurídico, a 
tipificação para atos culposos de improbidade administrativa. 
A alteração promovida pelo legislador no texto original da Lei 8.429/1992, no sentido de suprimir a 
modalidade culposa do ato de improbidade administrativa, é clara e plenamente válida, pois a própria Constituição 
Federal delega à legislação ordinária a forma e tipificação dos atos ímprobos, assim como a gradação das sanções 
constitucionalmente estabelecidas (CF/1988, art. 37, § 4º). 
Nada obstante, com o advento da nova lei, o agente público que culposamente causar dano ao erário, 
embora não mais responda por ato de improbidade administrativa, poderá responder civil e administrativamente 
pelo ato ilícito. 
Por força do art. 5º, XXXVI, da CF/198827, a revogação da modalidade culposa do ato de 
improbidade administrativa, promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de modo que os seus efeitos 
não têm incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem durante o processo de execução das penas e 
seus incidentes. 
O princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica (CF/1988, art. 5º, XL) não tem aplicação 
automática para a responsabilidade por atos ilícitos civis de improbidade administrativa, por ausência de expressa 
previsão legal e sob pena de desrespeito à constitucionalização das regras rígidas de regência da Administração 
Pública e responsabilização dos agentes públicos corruptos com flagrante desrespeito e enfraquecimento do direito 
administrativo sancionador. 
Referido princípio baseia-se em particularidades do direito penal, o qual está vinculado à liberdade do 
criminoso (princípio do favor libertatis), fundamento inexistente no direito administrativo sancionador28. Trata-
 
27 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;” 
28 Precedente citado: ARE 1019161 AgR. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6311525
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4652910
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12878113https://drive.google.com/file/d/17QY-9AvC62Yerm9r_CIC4QId88A92U60/view?usp=sharing
 
29 
se de regra de exceção que, como tal, deve ser interpretada restritivamente, prestigiando-se a regra geral da 
irretroatividade da lei e a preservação dos atos jurídicos perfeitos, especialmente porque, no âmbito da jurisdição 
civil, prevalece o princípio tempus regit actum29. 
Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na 
vigência da Lei 8.429/1992, desde que não exista condenação transitada em julgado, cabendo ao juízo 
competente o exame da ocorrência de eventual dolo por parte do agente. 
Diante da revogação expressa do texto legal anterior, não se admite a continuidade de uma investigação, 
uma ação de improbidade, ou uma sentença condenatória por improbidade com base em uma conduta culposa não 
mais tipificada legalmente. 
Entretanto, a incidência dos efeitos da nova lei aos fatos pretéritos não implica a extinção automática das 
demandas, pois deve ser precedida da verificação, pelo juízo competente, do exato elemento subjetivo do tipo: se 
houver culpa, não se prosseguirá com o feito; se houver dolo, prosseguir-se-á. Essa medida é necessária porque, 
na vigência da Lei 8.429/1992, como não se exigia a definição de dolo ou culpa, muitas vezes a imputação era 
feita de modo genérico, sem especificar qual era o elemento subjetivo do tipo. 
Nesse contexto, todos os atos processuais até então praticados são válidos, inclusive as provas produzidas, 
as quais poderão ser compartilhadas no âmbito disciplinar e penal, assim como a ação poderá ser utilizada para 
fins de ressarcimento ao erário. 
Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/202130 não retroagem, sendo aplicáveis a partir da 
publicação do novo texto legal (26.10.2021). 
Isso se dá em respeito ao ato jurídico perfeito e em observância aos princípios da segurança jurídica, do 
acesso à Justiça e da proteção da confiança, garantindo-se a plena eficácia dos atos praticados validamente antes 
da alteração legislativa. 
Com efeito, a inércia nunca poderá ser caracterizada por uma lei futura que, diminuindo os prazos 
prescricionais, passe a exigir o impossível, isto é, que, retroativamente, o poder público — que foi diligente e atuou 
dentro dos prazos à época existentes — cumpra algo até então inexistente31. Por outro lado, a teor do que decidido 
pela Corte no Tema 897 de repercussão geral, permanecem imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário 
fundadas na prática de ato doloso tipificado na LIA32. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.199 da repercussão 
geral, deu provimento ao recurso extraordinário para extinguir a ação, e, por maioria, acompanhou os fundamentos 
do voto do ministro Alexandre de Moraes (relator). Vencidos, parcialmente e nos termos de seus respectivos votos, 
os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, 
Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. 
ARE 843989/PR, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 18.8.2022 (INF 1065) 
 
 
 
 
29 Precedentes citados: RE 415454 e RE 550910 AgR. 
30 Lei 8.429/1992, na redação da Lei 14.230/2021: “Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve 
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a 
permanência. (...) § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se: I - pelo ajuizamento da ação de 
improbidade administrativa; II - pela publicação da sentença condenatória; III - pela publicação de decisão ou acórdão de 
Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de 
improcedência; IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório 
ou que reforma acórdão de improcedência; V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que 
confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência. § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a 
correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo. (...)” 
31 Precedentes citados: RE 1210551 AgR; RE 1244519 AgR; e RE 1243415 AgR-quarto. 
32 Precedente citado: RE 852475 (Tema 897 RG). 
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4652910&numeroProcesso=843989&classeProcesso=ARE&numeroTema=1199
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4652910
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1065.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491862
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11924718
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752457206
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752733050
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752181837
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749427786
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4670950&numeroProcesso=852475&classeProcesso=RE&numeroTema=897
https://youtu.be/Z3hTxsEHQ9U?t=1
https://youtu.be/OiMHDbMBBF0?t=1
https://youtu.be/jv7LaNyu1yQ?t=1
 
30 
 
1.10 LICENÇAS E AFASTAMENTOS 
Licença à gestante e à adotante para militares das Forças Armadas - ADI 6603/DF 
 
 
ODS: 3, 5, 10 e 16 
Resumo: 
É inconstitucional ato normativo que, ao disciplinar a licença maternidade no âmbito das Forças 
Armadas, estabelece prazos distintos de afastamento com fundamento na diferenciação entre a maternidade 
biológica e a adotiva, bem como em função da idade da criança adotada. 
A Constituição Federal não permite tratamento desigual à mãe biológica e à mãe adotiva, razão pela qual 
ambas possuem o direito à licença maternidade nas mesmas condições, dada a prevalência do princípio do superior 
interesse da criança. 
Esse é o entendimento consolidado pelo Tribunal no julgamento do RE 778889/PE (Tema 782 da 
sistemática da repercussão geral), reafirmado recentemente no julgamento da ADI 6.600/TO, oportunidade na qual 
norma de conteúdo similar ao ora impugnado foi declarada inconstitucional33. 
Com base nesse entendimento, o Tribunal, por unanimidade, julgou a ação para declarar a 
inconstitucionalidade do art. 3º, caput, § 1º e § 2º, da Lei 13.109/201534. 
ADI 6603/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1067) 
1.11 PROCESSO ADMINISTRATIVO 
Processo administrativo e princípio da publicidade - ADI 5371/DF 
 
 
Tese fixada: 
“Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras contra 
concessionárias de serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade durante toda a sua 
tramitação, ressalvados eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei e na 
Constituição”. 
Resumo: 
Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores, instaurados por 
agências reguladoras contra concessionárias de serviço público, é incompatível com a Constituição. 
 
33 Precedentes citados: RE 778889 (Tema 782 RG) e ADI 6600. 
34 Lei 13.109/2015: “Art. 3º À militar que adotar ou obtiver a guarda judicial de criança de até 1 (um) ano de idade serão 
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. § 1º No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) 
ano de idade, o prazo de que trata o caput deste artigo será de 30 (trinta) dias. § 2º Poderá ser concedida prorrogaçãode 45 
(quarenta e cinco) dias à militar de que trata o caput e de 15 (quinze) dias à militar de que trata o § 1º deste artigo, nos termos 
de programa instituído pelo Poder Executivo federal que garanta a prorrogação.” 
 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6057697
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755760745
https://drive.google.com/file/d/1uVU5TEUfXiBQe4p1vwtr5BXSAhwIO_l2/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1FR1ZxWFsU_ZUAqJiL3uonfzG31cPMdPy/view?usp=sharing
https://youtu.be/2FXVkuJfHmQ?t=1
 
31 
Isso porque (i) a regra no regime democrático instaurado pela Constituição de 1988 é a publicidade dos 
atos estatais, sendo o sigilo absolutamente excepcional; (ii) a Constituição Federal afasta a publicidade em apenas 
duas hipóteses: informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança do Estado e da sociedade e proteção à 
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas; (iii) essas exceções constitucionais, regulamentadas pelo 
legislador especialmente na “Lei de Acesso à Informação”, devem ser interpretadas restritivamente, sob forte 
escrutínio do princípio da proporcionalidade; e (iv) o STF deve se manter vigilante na defesa da publicidade estatal, 
pois retrocessos à transparência pública têm sido recorrentes. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado e 
declarou a inconstitucionalidade do art. 78-B da Lei 10.233/2001. 
ADI 5371/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1045) 
 
Repercussão na esfera administrativa da nulidade de provas no processo penal - ARE 
1316369/DF (Tema 1238 RG) 
 
 
 
ODS: 16 
 
Tese fixada: 
 
“São inadmissíveis, em processos administrativos de qualquer espécie, provas consideradas ilícitas 
pelo Poder Judiciário.” 
 
Resumo: 
 
As provas declaradas ilícitas pelo Poder Judiciário não podem ser utilizadas, valoradas ou 
aproveitadas em processos administrativos de qualquer espécie. 
A Constituição Federal preconiza, de modo expresso, a inadmissibilidade, no processo, de provas obtidas 
com violação a normas constitucionais ou legais 35. Nesse sentido, não é dado a nenhuma autoridade pública valer-
se de provas ilícitas em prejuízo do cidadão, seja no âmbito judicial, seja na esfera administrativa, 
independentemente da natureza das pretensões deduzidas pelas partes. Ademais, as provas declaradas nulas em 
processos judiciais não podem ser valoradas e aproveitadas, em desfavor do cidadão, em qualquer âmbito ou 
instância decisória. 
Nesse contexto, a compreensão consolidada do Tribunal é no sentido de que, para ser admitida em 
processos administrativos, a prova emprestada do processo penal deve ser produzida de forma legítima e regular, 
com observância das regras inerentes ao devido processo legal. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência da repercussão geral 
da questão constitucional suscitada (Tema 1238 RG) e, no mérito, por maioria, reafirmou a jurisprudência 
dominante sobre a matéria36 para negar provimento ao recurso extraordinário. 
 
ARE 1316369/DF, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento finalizado no Plenário Virtual em 9.12.2022 (INF 1079) 
 
1.12 PROCURADORES; SUBSÍDIOS 
Quitação de dívida ativa por meio alternativo de cobrança e honorários advocatícios de 
procuradores estaduais - ADI 5910/RO 
 
35 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;” 
36 Precedentes citados: Ext 1085 PET-AV; HC 96056; MS 36173; HC 102293; RMS 30295 AgR e RMS 28774. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4834219
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6129951&numeroProcesso=1316369&classeProcesso=ARE&numeroTema=1238
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6129951&numeroProcesso=1316369&classeProcesso=ARE&numeroTema=1238
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6129951
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1079.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630001
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1968638
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756394647
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642240
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749139052
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11549981
https://drive.google.com/file/d/1HTRd0wVVfdZb_ONKCKdJdqitX0fdiEE8/view?usp=share_link
 
32 
 
 
Resumo: 
É constitucional, desde que observado o teto remuneratório, norma estadual que destina aos 
procuradores estaduais honorários advocatícios incidentes na hipótese de quitação de dívida ativa em 
decorrência da utilização de meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título. 
O STF já se manifestou pela constitucionalidade dos procedimentos alternativos à execução fiscal por se 
inserirem, atendidas as suas orientações, no contexto das medidas que visam aprimorar a eficiência e a eficácia da 
cobrança do crédito inscrito em dívida ativa37. 
Também à luz da jurisprudência do Tribunal, é constitucional o pagamento, a procuradores estaduais, de 
honorários advocatícios sucumbenciais e decorrentes de acordos administrativos — respeitado o limite 
remuneratório constitucional, já que consistem em parcela remuneratória salarial —, não se vislumbrando nisso 
usurpação da competência da União para legislar sobre direito civil ou processo civil (art. 22, I, da CF/88), ofensa 
ao regime de subsídios e violação aos princípios da moralidade, da razoabilidade ou da isonomia38. 
No caso, a destinação de 10% sobre o valor total da dívida aos procuradores estaduais, quando utilizado 
meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título, não ofende a razoabilidade ou a 
proporcionalidade e é consonante com o princípio da eficiência, pois, quanto mais exitosa a atuação deles, mais se 
beneficia a Fazenda Pública estadual e, assim, a coletividade. 
Com esse entendimento, o Plenário, porunanimidade, julgou parcialmente procedente a ação direta para 
conferir interpretação conforme a Constituição ao art. 2º, § 5º, da Lei 2.913/2012, incluído pela Lei 3.526/2015, 
ambas do Estado de Rondônia39, de modo a estabelecer que a soma dos subsídios e honorários percebidos 
mensalmente pelos procuradores estaduais não poderá exceder o teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da 
CF/1988. 
ADI 5910/RO, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1056) 
1.13 REGIME PREVIDENCIÁRIO 
Criação de regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos 
efetivos por lei estadual - ADI 7198/PA 
 
 
 
ODS: 8 
 
Resumo: 
 
Viola o art. 40, caput e § 13, da Constituição Federal, a instituição, por meio de lei estadual, de um 
regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos. 
A competência legislativa dos estados e do Distrito Federal em matéria previdenciária restringe-se à 
competência suplementar para o respectivo regime próprio (CF/1988, art. 24, § 2º) e à instituição da contribuição 
 
37 Precedentes citados: ADI 5135; ADI 5925; ADI 5881; ADI 5886; ADI 5890; ADI 5931; e ADI 5932. 
38 Precedentes citados: ADI 6165; ADI 6178; ADI 6181; ADI 6197; ADI 6053; ADPF 597; ADI 6159; e ADI 6170. 
39 Lei 2.913/2012 do Estado de Rondônia: “Art. 2°. Na cobrança de créditos do Estado, de suas autarquias e fundações, ficam 
os Procuradores do Estado autorizados a não ajuizar execuções fiscais referentes aos débitos tributários e não tributários, ou 
dar prosseguimento nas execuções fiscais já em andamento, quando o valor atualizado do crédito inscrito em dívida ativa for 
igual ou inferior a 1.000 (um mil) Unidades Padrão Fiscal do Estado de Rondônia - UPF/RO. (...) § 5º. Na hipótese de quitação 
da dívida, em decorrência da utilizado de meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título, incidirão 
honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor total da dívida atualizada destinados na forma do 
artigo 57, da Lei Complementar n. 20 de 2 de julho de 1987.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5367553
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14308771
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755486354
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755482858
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755483296
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755485100
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755484335
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755483623
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408952
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408953
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408954
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753408955
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753355422
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837224
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754470245
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755551250
https://drive.google.com/file/d/1ihDU_w0iwjBg30Pn5vgsbQcuYvRJRctL/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1a6ShtavxjmV-Gj9cWlWxCijTKH6EGbUR/view?usp=share_link
 
33 
previdenciária para o regime próprio (CF/1988, art. 149, § 1º). Em qualquer hipótese, o exercício dessa 
competência legislativa é sempre limitada aos servidores titulares de cargo efetivo. Não há, pois, espaço para que 
os entes subnacionais criem regime próprio de previdência para agentes públicos não titulares de cargos efetivos 
40. 
Ressalte-se que, conforme disposto no art. 40, § 13, da CF/1988, aplica-se o Regime Geral de Previdência 
Social ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração; de outro cargo temporário — inclusive mandato eletivo — ou de emprego público. 
 Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação 
direta, para declarar a inconstitucionalidade do art. 98-A da Lei Complementar 39/2002 do Estado do Pará, incluído 
pela Lei Complementar estadual 125/201941. 
 
 
 ADI 7198/PA, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1074) 
 
1.14 REGISTRO DE IMÓVEIS 
Requisitos para a ratificação pela União de registros imobiliários decorrentes de títulos 
expedidos pelos estados referentes a alienações e concessões de terras públicas situadas nas faixas de 
fronteira - ADI 5623/DF 
 
 
Resumo: 
É constitucional a ratificação de registros imobiliários prevista na Lei 13.178/2015, desde que 
observados os requisitos e condições exigidos pela própria norma e os previstos pela Constituição Federal 
de 1988 concernentes à política agrícola, ao plano nacional de reforma agrária e à proteção dos bens imóveis 
que atendam a sua função social. 
A ratificação de registro imobiliário não se confunde com a doação de terras públicas ou a desapropriação 
para fins de reforma agrária. Entretanto, a destinação dos imóveis, diante de sua origem pública, deve ser 
compatível com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária (CF/1988, art. 188), eis que 
asseguram o controle da efetividade do cumprimento da destinação racional aos bens. 
O objetivo é impedir que a ratificação de título se converta em automática transferência de bens imóveis 
da União42, até mesmo porque não seria legítimo que essa medida, permitida legalmente, pudesse ser realizada 
 
40 Precedente citado: ADI 4639 
41 Lei Complementar 39/2002 do Estado do Pará, com a redação conferida pela Lei Complementar estadual 125/2019: “Art. 
98-A. O Estado do Pará poderá assegurar aposentadoria a seus servidores não titulares de cargo efetivo e pensão aos seus 
dependentes, observado o limite pago pelo regime geral de previdência social, conforme o disposto no § 13 do art. 40 da 
Constituição da República e, no que couber, as normas previstas nesta Lei Complementar. § 1º Para efeito deste artigo, 
considera-se servidor não titular de cargo efetivo os que tenham ingressado sem concurso público, desde que atendidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos: I - o ingresso tenha se dado entre a data da promulgação da Constituição Federal e a 
data da promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998; II - seja constatada a existência de 
contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social estadual; e III - o servidor tenha completado os requisitos para 
aposentadoria até a data da publicação da presente Lei ou tenha ocorrido o fato gerador para instituição de pensão 
previdenciária. § 2º Os servidores enquadrados apenas nos incisos I e II do § 1º deste artigo deverão ser inscritos no Regime 
Geral de Previdência Social, com consequente repasse das contribuições atuais e futuras para a Entidade gestora daquele 
Regime, não possuindo direito ao recebimento de benefício previdenciário junto ao RPPS Estadual. § 3º Não se submetem ao 
regime deste artigo os ocupantes de cargos exclusivamente comissionados.” 
42 CF/1988: “Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano 
nacional de reforma agrária. § 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicascom área superior a dois mil 
e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso 
Nacional. § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de 
reforma agrária.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6439752
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15325981782&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/1bxGAzoJOkr5ICzeIH4KMyFlSNUYyd7h0/view?usp=share_link
 
34 
sem obediência ao conjunto das normas constitucionais que conferem efetividade ao princípio da função social da 
propriedade (CF/1988, arts. 5º, XXIII; 170, caput e III; e 186)43 44. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação para 
atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 1º, 2º e 3º da Lei 13.178/2015, fixando-se como condição 
para a ratificação de registros imobiliários, além dos requisitos formais previstos naquele diploma, que os 
respectivos imóveis rurais se submetam à política agrícola e ao plano nacional de reforma agrária previstos no art. 
188 da CF/1988 e aos demais dispositivos constitucionais que protegem os bens imóveis que atendam a sua função 
social. 
ADI 5623/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 25.11.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1077) 
 
1.15 REGISTRO E PORTE DE ARMA DE FOGO 
Flexibilização da aquisição de armas de fogo por meio de decreto presidencial - ADI 
6119/DF, ADI 6139/DF e ADI 6466/DF 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
A flexibilização, via decreto presidencial, dos critérios e requisitos para a aquisição de armas de 
fogo prejudica a fiscalização do Poder Público, além de violar a competência legislativa em sentido estrito 
para a normatização das hipóteses legais quanto à sua efetiva necessidade. 
Do exame do ordenamento jurídico-constitucional brasileiro, já consideradas as incorporações 
provenientes do direito internacional sobre direitos humanos, é possível concluir que (a) o direito à vida e à 
segurança geram o dever positivo do Estado ser o agente primário na construção de uma política pública de 
segurança e controle da violência armada; (b) não existe direito fundamental de possuir armas de fogo no Brasil; 
(c) ainda que a Constituição Federal não proíba universalmente a aquisição e o porte de armas de fogo, ela exige 
que sempre ocorram em caráter excepcional, devidamente justificado por uma particular necessidade; (d) o dever 
de diligência estatal o obriga a conceber e implementar mecanismos institucionais e regulatórios apropriados para 
o controle do acesso a armas de fogo, como procedimentos fiscalizatórios de licenciamento, de registro, de 
monitoramento periódico e de exigência de treinamentos compulsórios; e (e) qualquer política pública que envolva 
acesso a armas de fogo deve observar os requisitos da necessidade, da adequação e da proporcionalidade. 
Nesse contexto, não cabe ao Poder Executivo, no exercício de sua atividade regulamentar, criar 
presunções de efetiva necessidade para a aquisição de uma arma de fogo distintas das hipóteses já disciplinadas 
em lei, visto se tratar de requisito cuja demonstração fática é indispensável, mostrando-se impertinente estabelecer 
 
43 Precedente citado: ADI 2213 MC. 
44 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; (...)Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da 
justiça social, observados os seguintes princípios: (...) III - função social da propriedade; (...) Art. 186. A função social é 
cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos 
seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e 
preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que 
favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5091463
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1077.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347486
https://drive.google.com/file/d/13yW_Wl8kD8fd9gvO_9F3flnScS-DV3lh/view?usp=sharing
 
35 
a inversão do ônus probatório quanto à veracidade das informações constantes na declaração de seu 
preenchimento45. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, em apreciação conjunta, referendou (i) a decisão 
que: (i.1) concedeu com efeitos ex nunc a medida cautelar para suspender a eficácia do art. 12, § 1º e § 7º, IV, do 
Decreto 5.123/2004 (com alteração dada pelo Decreto 9.685/2019); do art. 9º, § 1º, do Decreto 9.785/2019; e do 
art. 3º, § 1º, do Decreto 9.845/2019; e (i.2) concedeu a cautelar para conferir interpretação conforme à Constituição 
ao art. 4º do Estatuto do Desarmamento; ao inciso I do art. 9º do Decreto 9.785/2019; e ao inciso I do art. 3º do 
Decreto 9.845/2019, fixando a orientação hermenêutica de que a posse de armas de fogo só pode ser autorizada às 
pessoas que demonstrem concretamente, por razões profissionais ou pessoais, possuírem efetiva necessidade; (ii) 
a decisão que concedeu, com efeitos ex nunc, a medida cautelar para: (ii.1) dar interpretação conforme a 
Constituição ao art. 4º, § 2º, da Lei 10.826/2003, para se fixar a tese de que a limitação dos quantitativos de 
munições adquiríveis se vincula àquilo que, de forma diligente e proporcional, garanta apenas o necessário à 
segurança dos cidadãos; (ii.2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 10, § 1º, I, da Lei 10.826/2003, 
para fixar a tese hermenêutica de que a atividade regulamentar do Poder Executivo não pode criar presunções de 
efetiva necessidade outras que aquelas já disciplinadas em lei; (ii.3) dar interpretação conforme a Constituição ao 
art. 27 da Lei 10.826/2003, a fim de fixar a tese hermenêutica de que aquisição de armas de fogo de uso restrito só 
pode ser autorizada no interesse da própria segurança pública ou da defesa nacional, não em razão do interesse 
pessoal do requerente; e (ii.4) suspender a eficácia do art. 3º, II, a, b e c do Decreto 9.846/2019; e (iii) a decisão 
que concedeu, com efeitos ex nunc, a medida cautelar para: (iii.1) dar interpretação conforme a Constituição ao 
art. 4º, § 2º, da Lei 10.826/2003; ao art. 2º, § 2º, do Decreto 9.845/2019; e ao art. 2º, § 3º, do Decreto 9.847/2019, 
fixando a tese de que os limites quantitativos de munições adquiríveis se limitam àquilo que, de forma diligente e 
proporcional, garanta apenas o necessário à segurança dos cidadãos; e (iii.2) suspender a eficácia da Portaria 
Interministerial 1.634/2020-GM-MD. 
ADI 6119 MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça-
feira), às 23:59 (INF 1069) 
ADI 6139MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça-
feira), às 23:59 (INF 1069) 
ADI 6466 MC-Ref/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 20.9.2022 (terça-
feira), às 23:59 (INF 1069) 
 
45 Lei 10.826/2003: “Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva 
necessidade, atender aos seguintes requisitos: I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de 
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito 
policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; II – apresentação de documento 
comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para 
o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. § 1º O Sinarm expedirá autorização de 
compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma 
indicada, sendo intransferível esta autorização. § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente 
à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em 
território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas 
as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, 
acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não 
forem vendidas. § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada 
mediante autorização do Sinarm. § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a 
devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. § 7º O registro 
precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. § 8º Estará dispensado 
das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo 
de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. (...) Art . 
10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia 
Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida 
com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: I – demonstrar 
a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; II – atender às 
exigências previstas no art. 4º desta Lei; III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido 
registro no órgão competente. § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua 
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou 
alucinógenas. (...) Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso 
restrito. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5674482
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5698214
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5942597
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf
 
36 
1.16 REMUNERAÇÃO 
Alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez para servidores militares - RE 642890/DF 
(Tema 465 RG) 
 
 
Tese fixada: 
“A Portaria n. 931/2005 do Ministério da Defesa, que alterou a fórmula de cálculo do auxílio-
invalidez para os servidores militares, está em harmonia com os princípios da legalidade e da 
irredutibilidade de vencimentos.” 
Resumo: 
A alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez devido aos servidores militares não viola os 
princípios da legalidade e da irredutibilidade de vencimentos, desde que o valor global da remuneração não 
sofra redução. 
Isso porque o que a Constituição Federal assegura é a irredutibilidade nominal da remuneração global, 
isto é, o montante constituído pela soma de todas as parcelas, gratificações e outras vantagens percebidas pelo 
servidor46. 
Além disso, a jurisprudência desta Corte é firme no sentido da inexistência de direito adquirido a regime 
jurídico e de direito à forma como são calculados os vencimentos, de modo que é possível suprimir ou alterar 
auxílios, adicionais, gratificações ou outras parcelas, sob a condição de que seja preservada a irredutibilidade 
nominal da remuneração global47. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 465 da repercussão geral, deu 
provimento ao recurso extraordinário para reformar o acórdão recorrido e julgar improcedente o pedido inicial. 
RE 642890/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1071) 
 
Auditor substituto de conselheiro de Corte de Contas estadual e remuneração proporcional - 
ADI 6951/CE e ADI 6952/AM 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da remuneração devida a 
conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de substituição. 
Com efeito, trata-se de compensação financeira, justa e devida, cuja constitucionalidade já foi reconhecida 
pelo Supremo Tribunal Federal48. Por constituir exercício temporário das mesmas funções, admite-se o pagamento 
 
46 Precedente citado: RE 384903 AgR. 
47 Precedente citado: RE 563965 (Tema 41 RG). 
48 Precedentes citados: ADI 507; e ADI 6950. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4082468&numeroProcesso=642890&classeProcesso=RE&numeroTema=465
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4082468&numeroProcesso=642890&classeProcesso=RE&numeroTema=465
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4082468
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=340900
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=582896
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2559017&numeroProcesso=563965&classeProcesso=RE&numeroTema=41
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266391
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759875662
https://drive.google.com/file/d/1mrjzXqBMyoV1mJd32Kl8vVYy-VB3jcXW/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1cdqWEwErKQ6rPULYE4r2xop5vDWHmKwW/view?usp=sharing37 
dos mesmos vencimentos e vantagens, por critério de isonomia. Não se trata, portanto, de equiparação ou 
vinculação das remunerações das duas carreiras, prática vedada pela CF/198849 50. 
Ademais, como o conteúdo das normas impugnadas não é a sistematização da remuneração da carreira 
de auditor dos Tribunais de Contas estaduais, não há ofensa ao art. 37, X, da CF/198851. Inexiste, ainda, qualquer 
afronta ao modelo federal de fiscalização dos Tribunais de Contas, cuja observância pelos estados é compulsória, 
nos termos do art. 75 da CF/198852. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedentes as ações. 
ADI 6951/CE, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.6.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1058) 
ADI 6952/AM, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.6.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1058) 
 
Impossibilidade de concessão de aumento pelo Poder Judiciário com fundamento no 
princípio da isonomia - ARE 1341061/SC (Tema 1175 RG) 
 
 
Tese fixada: 
“Contraria o disposto na Súmula Vinculante 37 a extensão, pelo Poder Judiciário e com 
fundamento no princípio da isonomia, do percentual máximo previsto para o Adicional de Compensação 
por Disponibilidade Militar, previsto na Lei 13.954/2019, a todos os integrantes das Forças Armadas.”53 
Resumo: 
Não se admite a concessão do Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar no percentual 
máximo estabelecido pela Lei 13.954/2019 a todos os integrantes das Forças Armadas, com fundamento no 
princípio da isonomia. 
Isso porque “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de isonomia” (Súmula Vinculante 37). 
Ademais, a opção pela adoção de valores variáveis a depender do cargo ocupado representa escolha 
essencialmente política, baseada nas características próprias da carreira, tarefas desempenhadas, grau de 
responsabilidade, entre outros, cuja análise compete apenas aos Poderes Executivo (que detém a iniciativa de lei) 
e Legislativo. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, reconheceu a existência de repercussão geral da 
questão constitucional suscitada (Tema 1175 RG). Vencido o ministro Ricardo Lewandowski. No mérito, por 
unanimidade, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria para conhecer o agravo e desprover o recurso 
extraordinário. 
ARE 1341061/SC, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 15.10.2021 
(INF 1043) 
 
 
49 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público;” 
50 Precedentes citados: ADI 396; ADI 1274; e ADI 431 MC. 
51 CF/1988: “Art. 37 (...) X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão 
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre 
na mesma data e sem distinção de índices;” 
52 Precedentes citados: ADI 5323; ADPF 272; ADI 4776; ADI 5290; e ADI 4416. 
53 Precedentes citados: RE 592.317; ARE 1.208.032; ARE 1.278.713. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228979
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1058.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6228980
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1058.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6237065
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6237065&numeroProcesso=1341061&classeProcesso=ARE&numeroTema=1175
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6237065&numeroProcesso=1341061&classeProcesso=ARE&numeroTema=1175
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6237065
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1043.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266334
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385466
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346380
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749728573
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755552951
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753993293
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751580086
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750738478
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7181942
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5691655
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5954035
https://drive.google.com/file/d/1L_LwRK_ToEtSPyfmHipl9aT-Vb65iVrd/view?usp=sharing
 
38 
Pensão mensal vitalícia a viúvas de ex-prefeitos - ADPF 975/CE 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É inconstitucional, por violação aos princípios republicano, democrático, da moralidade, da 
impessoalidade e da igualdade, lei municipal que concede pensão especial mensal e vitalícia a viúvas de ex-
prefeitos. 
Os cargos políticos de chefia do Poder Executivo são exercidos por mandatos temporários e os seus 
ocupantes são transitórios, motivo pelo qual a jurisprudência desta Corte é no sentido da inexistência de qualquer 
direito ao recebimento de pensão vitalícia por seus ex-ocupantes, nas esferas estadual e municipal, e por seus 
respectivos dependentes54. 
A concessão do referido benefício pelo mero exercício de cargo eletivo implica quebra do tratamento 
igual que deve ser conferido para pessoas em idênticas condições jurídico-funcionais. Assim, assegurar a 
percepção de verba mensal a viúvas de ex-prefeitos configura condição privilegiada e injustificada em relação aos 
demais beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (CF/1988, art. 40, § 13, com a redação dada pela EC 
103/2019), que atenderam aos requisitos constitucionais e legais para a concessão de seus benefícios. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ADPF para declarar não 
recepcionadas a Lei 405/198455 e a Lei 486/198956, ambas do Município de Caucaia/CE, bem como modulou os 
efeitos da decisão, atribuindo-lhe eficácia a partir da data da publicação da ata do presente julgamento. 
ADPF 975/CE, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1071) 
1.17 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
Requisição administrativa de bens ou serviços públicos - ADI 3454/DF 
 
 
ODS: 3, 10 e 16 
Resumo: 
A requisição administrativa “para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, 
decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias” — 
prevista na Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (Lei 8.080/1990) — não recai sobre bens e/ou serviços 
públicos de outro ente federativo. 
 
54 Precedentes citados: ADPF 833; ADPF 793; ADI 4552; ADI 4544; ADI 4601; ADI 3418; ADI 4545; ADI 3853; ADI 1461 
e RE 638307. 
55 Lei 405/1984 do Município de Caucaia/CE: “Art. 1º Fica concedida a pensão vitalícia na quantia de Cr$ 200.000 
(DUZENTOS MIL CRUZEIROS), às viúvas de ex-Prefeitos no Município de Caucaia. Art. 2º A pensão será devida, 
independentemente de requerimento à sucessão legítima,na forma que dispuser o Código Civil Brasileiro e, será reajustada 
sempre que aumentos sejam concedidos aos Inativos e Pensionistas da Prefeitura, e em igual percentual. Art. 3º Esta Lei entrará 
em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.” 
56 Lei 486/1989 do Município de Caucaia/CE: “Art. 1º O valor mensal da pensão vitalícia, concedida às viúvas de ex-prefeitos, 
de que trata a Lei nº 405, de 30 de novembro de 1984, passa a ser a correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) da 
Representação a que faz jus o Prefeito em exercício. Art. 2º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotações 
próprias consignadas no orçamento do Município. Art. 3º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na 
data de sua publicação.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6410597
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=762538340
https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=758207436
https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=749149850
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748170291
https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=748604505
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748786644
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752402941
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491814
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491138
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752222355
https://drive.google.com/file/d/1uHIx2JJn8I8qpR51tUGxZt0wjA-A83VY/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1r7h4L7ZFWjnpIC_z-uh5bnJ4bBeiMo6A/view?usp=sharing
 
39 
O permissivo constitucional para a requisição administrativa de bens particulares, em caso de iminente 
perigo público57, tem aplicação nas relações entre Poder Público e patrimônio privado, não sendo possível estender 
a hipótese às relações entre as unidades da Federação. 
Nos termos da jurisprudência desta Corte58, ofende o princípio federativo a requisição de bens e serviços 
de um ente federado por outro, o que somente se admitiria excepcionalmente à União durante a vigência de estado 
de defesa (CF/1988, art. 136, § 1º, II) e estado de sítio (CF/1988, art. 139, VII). 
Entre os entes federados não há hierarquia, sendo-lhes assegurado tratamento isonômico, ressalvadas 
apenas as distinções porventura constantes na própria CF/1988. Portanto, como as relações entre eles se 
caracterizam pela cooperação e horizontalidade, tal requisição, ainda que a pretexto de acudir situação fática de 
extrema necessidade, importa ferimento da autonomia daquele cujos bens ou serviços públicos são requisitados, 
acarretando-lhe incontestável desorganização. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para atribuir 
interpretação conforme a Constituição ao art. 15, XIII, da Lei 8.080/199059, excluindo a possibilidade de requisição 
administrativa de bens e serviços públicos de titularidade de outros entes federativos. 
ADI 3454/DF, relator Ministro. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 20.6.2022 (segunda-feira), 
às 23:59 (INF 1059) 
 
1.18 SERVIÇOS PÚBLICOS 
Medidas para garantir a continuidade de serviços públicos essenciais e direito de greve - ADI 
4857/DF 
 
 
Resumo: 
São constitucionais o compartilhamento, mediante convênio, com estados, Distrito Federal ou 
municípios, da execução de atividades e serviços públicos federais essenciais, e a adoção de procedimentos 
simplificados para a garantia de sua continuidade em situações de greve, paralisação ou operação de 
retardamento promovidas por servidores públicos federais. 
Nessa hipótese, não se criam cargos, nem se autoriza contratação temporária. Tampouco delegam-se 
atribuições de servidores públicos federais a servidores públicos estaduais, ou autoriza-se a investidura em cargo 
público federal sem a aprovação prévia em concurso público. O que se tem é o compartilhamento da execução da 
atividade ou serviço para garantia da continuidade do serviço público em situações excepcionais ou temporárias, 
motivo pelo qual a medida será encerrada ao término daquelas circunstâncias. 
 
57 CF/1988: “Art. 5º (...) XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;” 
58 Precedentes citados: ACO 3463 MC-Ref; ACO 3393 MC-Ref.; ACO 3398 (monocrática); e ACO 3385 (monocrática). 
59 Lei 8.080/1990: “Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, 
as seguintes atribuições: (...) XIII – para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações 
de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa 
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa 
indenização;” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1059.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755350176
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753201798
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15343547646&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342938537&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/14Bh0uMNztC5Vm1cqCuH0imTrc55fmpCL/view?usp=sharing
 
40 
Ademais, considerando que o Decreto 7.777/201260, que prevê essa cooperação entre entes federativos, 
retira seu fundamento legal da Lei 7.783/1989 (arts. 11 e 12)61, a aplicação das medidas nele previstas deve se 
restringir aos serviços públicos considerados essenciais. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente ação direta. 
ADI 4857/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 11.3.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1046) 
 
Reajuste de tarifas telefônicas: cláusula contratual, inflação e revisão judicial - RE 
1059819/PE (Tema 991 RG) 
 
 
Tese fixada: 
“Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de cláusula de contrato de 
concessão firmado por Agência Reguladora e prestadora de serviço de telefonia que, em observância aos 
marcos regulatórios estabelecidos pelo Legislador, autoriza a incidência de reajuste de alguns itens 
tarifários em percentual superior ao do índice inflacionário fixado, quando este não é superado pela média 
ponderada de todos os itens.” 
Resumo: 
Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula de contrato de concessão de serviço público 
que autoriza o reajuste de tarifa telefônica em percentual superior ao índice inflacionário. 
Isso porque a intervenção do Judiciário no âmbito regulatório dá-se com vistas ao controle de legalidade, 
respeitadas as capacidades institucionais das entidades de regulação e a discricionariedade técnica dos atos 
editados, motivo pelo qual interferir em ato autorizado pela Anatel, que não excedeu os limites conferidos peloe princípio da publicidade - ADI 5371/DF ................. 30 
Repercussão na esfera administrativa da nulidade de provas no processo penal - ARE 
1316369/DF (Tema 1238 RG) .......................................................................... 31 
1.12 PROCURADORES; SUBSÍDIOS ..................................................................... 31 
Quitação de dívida ativa por meio alternativo de cobrança e honorários advocatícios de 
procuradores estaduais - ADI 5910/RO ............................................................ 31 
1.13 REGIME PREVIDENCIÁRIO.......................................................................... 32 
Criação de regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de 
cargos efetivos por lei estadual - ADI 7198/PA................................................. 32 
1.14 REGISTRO DE IMÓVEIS................................................................................ 33 
Requisitos para a ratificação pela União de registros imobiliários decorrentes de títulos 
expedidos pelos estados referentes a alienações e concessões de terras públicas situadas 
nas faixas de fronteira - ADI 5623/DF ............................................................. 33 
1.15 REGISTRO E PORTE DE ARMA DE FOGO................................................... 34 
Flexibilização da aquisição de armas de fogo por meio de decreto presidencial - ADI 
6119/DF, ADI 6139/DF e ADI 6466/DF .......................................................... 34 
1.16 REMUNERAÇÃO............................................................................................ 36 
Alteração da forma de cálculo do auxílio-invalidez para servidores militares - RE 
642890/DF (Tema 465 RG) .............................................................................. 36 
Auditor substituto de conselheiro de Corte de Contas estadual e remuneração 
proporcional - ADI 6951/CE e ADI 6952/AM .................................................. 36 
Impossibilidade de concessão de aumento pelo Poder Judiciário com fundamento no 
princípio da isonomia - ARE 1341061/SC (Tema 1175 RG) ............................. 37 
Pensão mensal vitalícia a viúvas de ex-prefeitos - ADPF 975/CE..................... 38 
1.17 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................ 38 
Requisição administrativa de bens ou serviços públicos - ADI 3454/DF .......... 38 
 
7 
1.18 SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................... 39 
Medidas para garantir a continuidade de serviços públicos essenciais e direito de greve - 
ADI 4857/DF ................................................................................................... 39 
Reajuste de tarifas telefônicas: cláusula contratual, inflação e revisão judicial - RE 
1059819/PE (Tema 991 RG)............................................................................. 40 
1.19 SERVIDOR PÚBLICO ..................................................................................... 41 
Extensão da licença-maternidade a servidor público pai solo - RE 1348854/SP (Tema 
1182 RG) .......................................................................................................... 41 
Funções desempenhadas por Delegado de Polícia: atribuição de natureza jurídica e 
caráter essencial ao Estado - ADI 5528/TO ...................................................... 41 
Lista tríplice para escolha de delegado-chefe da Polícia Civil - ADI 6923/RO .. 42 
Polícia Civil: enquadramento como exercício de atribuição essencial à função 
jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica - ADI 5517/ES ............... 43 
Reenquadramento de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da 
Constituição Federal de 1988 - ARE 1306505/AC (Tema 1157 RG) ................. 43 
Restrição do direito de férias de servidores municipais - RE 593448/MG (Tema 221 RG)
 ......................................................................................................................... 44 
Servidor público: jornada de trabalho reduzida e remuneração inferior ao salário 
mínimo - RE 964659/RS (Tema 900 RG) ......................................................... 45 
1.20 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ........................................................... 46 
Privatização de empresa estatal e transferência de débitos judiciais ao estado - ADI 
5271/MA .......................................................................................................... 46 
1.21 TRIBUNAL DE CONTAS................................................................................ 47 
TCU: competência para fiscalizar verbas federais complementares ao ................ 
FUNDEF/FUNDEB - ADI 5791/DF ............................................................... 47 
2. DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................ 48 
2.1 ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE ........................... 48 
Área de Preservação Ambiental Permanente e competência legislativa - ADI 5675/MG
 ......................................................................................................................... 48 
2.2 COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .................................................. 48 
Fundo Clima: funcionamento, destinação de recursos e contingenciamento de verbas - 
ADPF 708/DF .................................................................................................. 48 
2.3 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS ............................................... 49 
Composição de órgãos de controle ambiental - ADPF 651/DF ......................... 49 
2.4 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 50 
 
8 
Alteração dos critérios para dispensa de licenciamento ambiental por meio de norma 
estadual - ADI 4529/MT ................................................................................... 50 
Concessão automática de licença ambiental para empresas com grau de risco médio - 
ADI 6808/DF ................................................................................................... 51 
Licenciamento ambiental e competência municipal - ADI 2142/CE ................. 52 
2.5 POLUIÇÃO ...................................................................................................... 53 
Resolução 491/2018-Conama: padrões de qualidade do ar e diretrizes da OMS - ADI 
6148/DF ........................................................................................................... 53 
2.6 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL .................... 53 
Supressão de marcos regulatórios ambientais e proibição do retrocesso ambiental - 
ADPF 748/DF .................................................................................................. 53 
2.7 SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................ 55 
Região metropolitana: saneamento básico, poder decisório e recursos obtidos com a 
empreitada comum - ADI 6573/AL; ADI 6911/AL e ADPF 863/AL ................. 55 
3. DIREITO CIVIL ............................................................................................................. 56 
3.1 ASSOCIAÇÃO ................................................................................................. 56 
Desfiliação de associado: quitação de débitos e/ou multas como condição - RE 
820823/DF (Tema 922) .................................................................................... 56 
3.2 BEM DE FAMÍLIA .......................................................................................... 57 
Bem de família: fiança; contrato de locação comercial e penhorabilidade - RE 
1307334/SP (Tema 1127 RG) ........................................................................... 57 
3.3 POSSE .............................................................................................................legislador, importa em afronta ao princípio da separação dos Poderes62. 
Com base nesse entendimento, ao concluir a apreciação do Tema 991 da repercussão geral, o Plenário, 
por maioria, deu provimento ao recurso extraordinário para, reformando o acórdão recorrido, julgar improcedente 
ação civil pública, mantendo válido o acréscimo de 9% no reajuste individual dos itens tarifários acima do Índice 
Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), constante na cláusula 11.1 do contrato de concessão. 
RE 1059819/PE, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro. Alexandre de Moraes, 
julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1044) 
 
60 Decreto 7.777/2012: “Art. 1º Compete aos Ministros de Estado supervisores dos órgãos ou entidades em que ocorrer greve, 
paralisação ou retardamento de atividades e serviços públicos: I - promover, mediante convênio, o compartilhamento da 
execução da atividade ou serviço com Estados, Distrito Federal ou Municípios; e II - adotar, mediante ato próprio, 
procedimentos simplificados necessários à manutenção ou realização da atividade ou serviço. § 1º As atividades de liberação 
de veículos e cargas no comércio exterior serão executadas em prazo máximo a ser definido pelo respectivo Ministro de Estado 
supervisor dos órgãos ou entidades intervenientes. § 2º Compete à chefia de cada unidade a observância do prazo máximo 
estabelecido no § 1º. § 3º A responsabilidade funcional pelo descumprimento do disposto nos §§ 1º e 2º será apurada em 
procedimento disciplinar específico. Art. 2º O Ministro de Estado competente aprovará o convênio e determinará os 
procedimentos necessários que garantam o funcionamento regular das atividades ou serviços públicos durante a greve, 
paralisação ou operação de retardamento. Art. 3º As medidas adotadas nos termos deste Decreto serão encerradas com o término 
da greve, paralisação ou operação de retardamento e a regularização das atividades ou serviços públicos. Art. 4º Este Decreto 
entra em vigor na data de sua publicação.” 
61 Lei 7.783/1989: “Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam 
obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não 
atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Art. 12. No caso de 
inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis.” 
62 Precedente citado: ADI 4.679. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4305326
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5223306&numeroProcesso=1059819&classeProcesso=RE&numeroTema=991
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5223306&numeroProcesso=1059819&classeProcesso=RE&numeroTema=991
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5223306
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1044.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=314044012&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/1IbE2SAZk5afXrFh5gdpYVbTzeGKImYmL/view?usp=sharing
 
41 
1.19 SERVIDOR PÚBLICO 
Extensão da licença-maternidade a servidor público pai solo - RE 1348854/SP (Tema 1182 
RG) 
 
 
ODS: 3, 8, 10 e 16 
Tese fixada: 
“À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança com absoluta 
prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da 
CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da Lei 8.112/1990, estende-se ao pai genitor monoparental.” 
Resumo: 
O servidor público que seja pai solo ─ de família em que não há a presença materna ─ faz jus à 
licença maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em que garantidos 
à mulher pela legislação de regência. 
A construção interpretativa e jurisprudencial do Tribunal, acompanhando os avanços da Constituição no 
campo da justiça social e dos direitos da dignidade da pessoa humana, passou a legitimar e igualar as diversas 
configurações de família e filiação. Inclusive, esta Corte tem reiteradamente realçado que a CF/1988 e o ECA 
adotaram a doutrina da proteção integral e o princípio da prioridade absoluta das crianças e dos adolescentes 
enquanto pessoas em desenvolvimento, devendo-lhes ser asseguradas todas as condições para uma convivência 
familiar saudável, harmônica e segura, quer seja o vínculo familiar biológico ou estabelecido pelos institutos da 
guarda ou adoção63. 
Assim, embora inexistente previsão legal, o benefício deve ser excepcionalmente estendido ao pai de 
família monoparental, em respeito aos princípios da isonomia de direitos entre o homem e a mulher64 e da proteção 
integral à criança65, já que destinado a assegurar o melhor interesse do menor, cujos laços de afetividade com o 
responsável por sua criação e educação são formados ainda nos primeiros dias de vida. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.182 da repercussão 
geral, negou provimento ao recurso extraordinário. 
RE 1348854/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 12.5.2022 (INF 1054) 
 
 
 
 
Funções desempenhadas por Delegado de Polícia: atribuição de natureza jurídica e caráter 
essencial ao Estado - ADI 5528/TO 
 
 
63 Precedentes citados: ADI 5938; RE 629053 (Tema 497 RG); ADI 4878; ADI 5083; ADI 6600; ADI 4277; ADPF 132; e RE 
778889 (Tema 782 RG). 
64 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;” 
65 CF/1988: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6265210
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6265210&numeroProcesso=1348854&classeProcesso=RE&numeroTema=1182
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6265210
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750927271https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749246988
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=3940408&numeroProcesso=629053&classeProcesso=RE&numeroTema=497
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756677410
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756677411
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755760745
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628635
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628633
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11338347
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4482209&numeroProcesso=778889&classeProcesso=RE&numeroTema=782
https://drive.google.com/file/d/1TaMj_5LPyOclKS_9Nq_bn8ResPajkkX5/view?usp=sharing
https://www.youtube.com/watch?v=P0Sx5Ts9tnA
https://www.youtube.com/watch?v=byufP6qVqvg
https://www.youtube.com/watch?v=ya6Su1XQOG4
 
42 
 
Resumo: 
É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que atribui 
às funções de polícia judiciária e à apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de Polícia natureza 
jurídica e caráter essencial ao Estado. 
Sob o aspecto formal, compete exclusivamente ao chefe do Poder Executivo (CF/1988, art. 61, § 1º, II, b 
e c) a iniciativa de normas sobre a organização administrativa e os servidores públicos, seu regime jurídico e 
provimento de cargos66. 
Já sob o aspecto material, o art. 144, § 6º, da Constituição Federal estabelece vínculo de subordinação 
hierárquica da Polícia Civil ao governador de estado. Sendo assim, o desenho institucional inserido 
constitucionalmente não legitima a governança independente da polícia judiciária, uma vez que cabem ao chefe 
do Poder Executivo, dirigente máximo da Administração Pública, a prerrogativa e a responsabilidade pela 
estruturação e pelo planejamento operacional dos órgãos locais de segurança pública, bem como a definição de 
programas e ações governamentais prioritários a partir do quadro orçamentário do ente federado67. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, nessa 
extensão, a julgou procedente em parte para declarar a inconstitucionalidade, sob o ângulo formal, do art. 116, § 
1º, nas redações dadas pelas Emendas 37/2019 e 26/2014, e § 5º, no texto conferido pela Emenda 26/2014, bem 
como, no campo material, da expressão “de natureza jurídica, essenciais e” contida no art. 116, § 1º, da 
Constituição do Estado do Tocantins, nas redações dadas pelas Emendas 37/2019 e 26/2014. 
ADI 5528/TO, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda-
feira), às 23:59 (INF 1076) 
 
Lista tríplice para escolha de delegado-chefe da Polícia Civil - ADI 6923/RO 
 
 
 
ODS: 16 
 
Resumo: 
 
É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que 
disponha sobre a nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia 
Civil, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia. 
A instituição de requisitos para a nomeação do delegado-chefe da Polícia Civil é matéria de iniciativa 
privativa do chefe do Poder Executivo (CF/1988, art. 61, § 1º, II, c e e), e, dessa forma, não pode ser tratada por 
emenda constitucional de iniciativa parlamentar68. 
Ademais, o art. 144, § 6º, da Constituição Federal, estabelece vínculo de subordinação das respectivas 
polícias civis aos governadores de estado. Assim, a atribuição de maior autonomia ao Conselho Superior de Polícia, 
materializada na elaboração de listas tríplices de observância obrigatória, mostra-se inconstitucional, 
especialmente por restringir o poder de escolha do chefe do Poder Executivo estadual 69. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido, para declarar a 
inconstitucionalidade do art. 146-A da Constituição rondoniense, incluído pela Emenda Constitucional 118/2016, 
e, ainda, da Lei Complementar 1.005/2018 daquela unidade federada. 
 
 
66 Precedente citado: ADI 5075. 
67 Precedentes citados: ADI 5520; ADI 5522 e ADI 5536. 
68 Precedentes citados: ADI 2646 MC; ADI 2819 
69 Precedentes citados: ADI 5520; ADI 5536 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4984193
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9328352
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266936
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750907230
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547
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https://drive.google.com/file/d/1Xpfn2yAEhJQmYCFCxozsfr3L-8b7tBZQ/view?usp=share_link
 
43 
ADI 6923/RO, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1074) 
 
Polícia Civil: enquadramento como exercício de atribuição essencial à função jurisdicional 
do Estado e à defesa da ordem jurídica - ADI 5517/ES 
 
 
Resumo: 
É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que estabelece a 
natureza jurídica da Polícia Civil como função essencial à atividade jurisdicional do Estado e à defesa da 
ordem jurídica, bem como atribui aos Delegados de Polícia a garantia de independência funcional. 
Competem ao chefe do Poder Executivo — dirigente máximo da Administração Pública — a prerrogativa 
e a responsabilidade pela estruturação e pelo planejamento operacional dos órgãos locais de segurança pública, 
bem como a definição de programas e ações governamentais prioritários a partir do quadro orçamentário do ente 
federado70. 
Sobre o tema, esta Corte reiterou a compreensão de que o art. 144, § 6º, da Constituição Federal estabelece 
vínculo de subordinação hierárquica da Polícia Civil ao governador do estado, mostrando-se inconstitucional a 
atribuição de autonomia ao órgão ou de independência funcional a seu dirigente, o Delegado de Polícia71. 
Ademais, o inquérito policial é procedimento pré-processual de natureza administrativa e inquisitória, 
destinado a colher provas que subsidiem o exercício da ação penal pelo Ministério Público. Nesse contexto, o seu 
condutor, o Delegado de Polícia, apesar de desempenhar atividades de conteúdo jurídico, não integra carreira 
propriamente jurídica, pois, se assim o fosse, inviabilizaria o controle externo e o poder requisitório exercidos pelo 
Parquet. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação 
para declarar a inconstitucionalidade dos §§ 3º, 4º e 6º do art. 128 da Constituição do Estado do Espírito Santo, 
acrescentados pela Emenda 95/201372. 
ADI 5517/ES, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda-
feira), às 23:59. (INF 1076) 
 
Reenquadramento de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da 
Constituição Federal de 1988 - ARE 1306505/AC (Tema 1157 RG) 
 
 
Tese fixada: 
 
70 CF/1988: “Art. 144. Asegurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: (...) IV - polícias civis; (...) § 
4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções 
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. (...) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros 
militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais 
e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” 
71 Precedentes citados: ADI 244; ADI 882; ADI 5520; ADI 5522 e ADI 5536. 
72 Constituição do Estado do Espírito Santo: “Art. 128. (...) § 3º No desempenho da atividade de polícia judiciária, instrumental 
à propositura das ações penais, a Polícia Civil exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem 
jurídica. § 4º Os Delegados de Polícia integram as carreiras jurídicas do Estado, dispensando-lhes o mesmo tratamento legal e 
protocolar, motivo pelo qual se exige para o ingresso na carreira o bacharelado em Direito e assegura-se a participação da 
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases do concurso público. (...) § 6º O Delegado de Polícia é legítima autoridade 
policial, a quem é assegurada independência funcional pela livre convicção nos atos de polícia judiciária.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213333
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4977265
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6083656
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6083656&numeroProcesso=1306505&classeProcesso=ARE&numeroTema=1157
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266267
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266577
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750907230
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759478649
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960547
https://drive.google.com/file/d/1JEJSJib0GenUugwmj98RGztnjujF_BxC/view?usp=share_link
https://drive.google.com/file/d/1mDLx6Sn8E7DDEAWBTbqHzMvFOaxRfDKf/view?usp=sharing
 
44 
“É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, de servidor 
admitido sem concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo que 
beneficiado pela estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não 
prevê o direito à efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na 
ADI 3609 (Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014).” 
Resumo: 
Servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da CF/1988, ainda que beneficiado 
pela estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT, não pode ser reenquadrado em novo Plano de Cargos, 
Carreiras e Remuneração previsto para servidores efetivos. 
Embora o art. 19 do ADCT73 tenha conferido estabilidade excepcional aos servidores que foram 
admitidos, sem concurso público, há pelo menos cinco anos contínuos da data da promulgação da CF/1988, nada 
dispôs acerca da possibilidade de esses servidores usufruírem de benefícios legalmente estabelecidos para os 
ocupantes de cargos efetivos que ingressaram mediante concurso público. Os servidores que adquiriram essa 
estabilidade excepcional possuem apenas o direito de permanecer na função para as quais foram admitidos, 
devendo submeter-se a certame público para serem efetivados no cargo, nos termos do art. 37, II, da CF/198874 e 
75. 
Dessa forma, se nem mesmo os servidores que preenchem os requisitos do art. 19 do ADCT fazem jus 
aos benefícios conferidos aos que ingressaram na Administração Pública mediante prévia aprovação em concurso 
público, com menos razão pode-se cogitar, no caso concreto, da continuidade de situação notoriamente 
inconstitucional, em que servidor contratado pelo regime celetista, sem concurso público, sem qualquer 
estabilidade, usufrui de benefícios legalmente previstos apenas para servidores públicos efetivos76. 
Além disso, a concessão de efeitos prospectivos à decisão proferida na ADI 3609 não teve por escopo 
garantir efetividade aos servidores que ingressaram no serviço público estadual sem concurso até 5.2.2015, mas 
sim conceder ao Estado tempo suficiente para realizar concurso público para o preenchimento dos cargos que 
foram ocupados de forma inconstitucional e evitar a paralisação de serviço público essencial. 
Com esses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1157 da repercussão geral, 
conheceu do agravo para, desde logo, dar provimento ao recurso extraordinário, e denegar a segurança. 
ARE 1306505/AC, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.3.2022 
(INF 1048) 
 
Restrição do direito de férias de servidores municipais - RE 593448/MG (Tema 221 RG) 
 
 
Tese fixada: 
 
 
73 ADCT: “Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração 
direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos 
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no 
serviço público.” 
74 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” 
75 Precedentes citados: ARE 1238618 AgR; ARE 1069876 AgR; ADI 289; ADI 3609; ADPF 482; ADI 1757; ADI 2364; ADI 
1476; ADI 5163; ADI 1269; ADI 1202; Rcl 35146 AgR; ADI 4233. 
76 Precedentes citados: ARE 985614 AgR; MS 30294; RE 817338; RE 1219419 AgR; ARE 1248621 AgR; ARE 1247837 
AgR. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7026115
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6083656&numeroProcesso=1306505&classeProcesso=ARE&numeroTema=1157
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6083656
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752130957
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748097374
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8481099http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748052208
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754637568
https://drive.google.com/file/d/1B6CuWZ00d4hF17EBsqorgmZYMMwKk5rc/view?usp=sharing
 
45 
“No exercício da autonomia legislativa municipal, não pode o Município, ao disciplinar o regime 
jurídico de seus servidores, restringir o direito de férias a servidor em licença saúde de maneira a 
inviabilizar o gozo de férias anuais previsto no art. 7º, XVII da Constituição Federal de 1988.” 
 
Resumo: 
 
Lei municipal não pode limitar o direito fundamental de férias do servidor público que gozar, em 
seu período aquisitivo, de mais de dois meses de licença médica. 
O direito ao gozo de férias anuais remuneradas é constitucionalmente assegurado aos trabalhadores 
urbanos e rurais (CF/1988, art. 7º, XVII) e extensível aos servidores públicos (CF/1988, art. 39, § 3º). 
Não é possível inferir ou extrair do texto da Constituição Federal qualquer limitação ao exercício desse 
direito77 , de modo que a legislação infraconstitucional não pode fazê-lo78 . 
Portanto, embora a autonomia municipal também seja protegida por disposição constitucional expressa 
(CF/1988, arts. 18 e 30), o município não pode, mesmo sob o pretexto de disciplinar o regime jurídico de seus 
servidores, tornar irrealizável direito fundamental a eles conferido. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 221 da repercussão geral, 
negou provimento ao recurso extraordinário. 
 
 
 RE 593448/MG, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 2.12.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 
 
 
Servidor público: jornada de trabalho reduzida e remuneração inferior ao salário mínimo - 
RE 964659/RS (Tema 900 RG) 
 
 
ODS: 8, 10 e 16 
Tese fixada: 
“É defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público, 
ainda que labore em jornada reduzida de trabalho.” 
Resumo: 
É inconstitucional remunerar servidor público, mesmo que exerça jornada de trabalho reduzida, 
em patamar inferior a um salário mínimo79. 
O direito fundamental ao salário mínimo é previsto constitucionalmente para garantir a dignidade da 
pessoa humana por meio da melhoria de suas condições de vida (CF/1988, art. 7º, IV), garantia que foi estendida 
aos servidores públicos sem qualquer sinalização no sentido da possibilidade de flexibilizá-la no caso de jornada 
reduzida ou previsão em legislação infraconstitucional (CF/1988, art. 39, § 3º). 
A leitura conjunta dos dispositivos constitucionais atinentes ao tema, somado ao postulado da vedação do 
retrocesso de direitos sociais, denota a finalidade de assegurar o mínimo existencial aos integrantes da 
 
77 CF/1988: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: (...) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; (...) Art. 39. 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e 
planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (...) § 3º Aplica-
se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.” 
78 Precedente citado: RE 650851 QO 
79 Precedentes citados: AI 815869 AgR; RE 565621 (monocrática); AI 742870 (monocrática); ARE 660010 (Tema 514 RG); 
ARE 893698 (monocrática); ARE 891944 (monocrática); ARE 736433 (monocrática); ARE 887646 (monocrática); ARE 
891945 (monocrática); ARE 663068 (monocrática); ADI 2238. 
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2640281&numeroProcesso=593448&classeProcesso=RE&numeroTema=221
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2640281
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2640281
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4967664&numeroProcesso=964659&classeProcesso=RE&numeroTema=900
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7464692
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7304095
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=296673870&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=198800264&ext=.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7798212
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4152105&numeroProcesso=660010&classeProcesso=ARE&numeroTema=514
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307033023&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=306957038&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=139686460&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=306843422&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307042409&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307042409&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadTexto.asp?id=3094695&ext=RTF
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753826907
https://drive.google.com/file/d/1hS9cBw3i18_aOmH8e_6Gruq5pwkJBCMe/view?usp=sharing
 
46 
Administração Pública Direta e Indireta com a fixação do menor patamar remuneratório admissível80, 
especialmente se consideradas as limitações inerentes ao regime jurídico dos servidores públicos, cujas 
características se distinguem do relativo às contratações temporárias ou originadas de vínculos decorrentes das 
recentes reformas trabalhistas. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 900 da repercussão geral, deu 
provimento ao recurso extraordinário para devolver os autos ao tribunal de origem para continuidade de 
julgamento, a fim de que sejam decididas as demais questões postas no apelo, observados os parâmetros ora 
decididos. 
RE 964659/RS, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 5.8.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1062) 
 
1.20 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Privatização de empresa estatal e transferência de débitos judiciais ao estado - ADI 5271/MA 
 
 
Resumo: 
É constitucional norma estadual que prevê a assunção de obrigações financeiras resultantes de 
sentença judicial proferida após a privatização de sociedade de economia mista prestadora de serviço 
público pelo respectivo estado. 
No caso, a Lei 7.514/2000 do Estado do Maranhão dispõe sobre matérias administrativas relativas à 
desestatização de empresa estatal do setor de energia (Companhia Energética do Maranhão S.A – CEMAR) e à 
responsabilidade do estado na sucessão de obrigações extraordinárias decorrentes da reorganização administrativa, 
conteúdo inserido na competência outorgada constitucionalmenteaos estados-membros81. 
A norma não cria despesas efetivas nem constitui privilégios fiscais concedidos à então estatal82 83. Ela 
também não viola o princípio da isonomia ou o ato jurídico perfeito. Isso porque, ao determinar a assunção de 
apenas alguns débitos, o legislador atuou dentro de seu espaço de discricionariedade, visando tornar a operação 
mais atrativa à luz do interesse público e estimular a aquisição. Ademais, a lei representa uma garantia adicional 
ao adimplemento de dívidas contratuais assumidas previamente pela CEMAR, pois a transferência das obrigações 
ao estado respeitou os contratos anteriormente celebrados, não havendo se falar em aceitação por encargos futuros. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e a julgou 
improcedente na parte conhecida. 
ADI 5271/MA, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 26.8.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1065) 
 
80 Precedentes citados: ADI 1442; RE 340599; RE 582019 QO (Tema 142 RG). 
81 CF/1988: “Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (...) Art. 25. Os Estados organizam-se e 
regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados 
as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. 
82 CF/1988: “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. (...) § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais 
não extensivos às do setor privado.” 
83 Precedentes citados: ADI 5856; ADI 1440; e ADI 3599. 
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4967664&numeroProcesso=964659&classeProcesso=RE&numeroTema=900
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4967664
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1062.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4734277
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1065.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=389587
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=261022
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=576035
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2605794&numeroProcesso=582019&classeProcesso=RE&numeroTema=142
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342549864&ext=.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630116
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=486694
https://drive.google.com/file/d/1-iZHZgsYgxkWQQDO4VtCa8Dn4B3nl1hN/view?usp=sharing
 
47 
1.21 TRIBUNAL DE CONTAS 
TCU: competência para fiscalizar verbas federais complementares ao FUNDEF/FUNDEB 
- ADI 5791/DF 
 
Resumo: 
 
Compete ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar a aplicação, por parte dos demais entes 
da Federação, de verbas federais, transferidas pela União, para complementar o Fundo de Desenvolvimento 
do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF)/Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). 
Os recursos destinados ao FUNDEF/FUNDEB a título de complementação, quando o montante investido 
pelos estados e pelo Distrito Federal não for suficiente para atingir o mínimo por aluno, são originários da União 
84 85. 
Ademais, a fiscalização da aplicação de recursos federais é atribuição do TCU, conforme disposto na 
Constituição Federal86 e na própria Lei Orgânica do Tribunal (Lei 8.443/1992). 
Assim, a origem dos recursos é determinante para o adequado estabelecimento da competência 
fiscalizatória87, de maneira que, caso se faça necessária a complementação da União, o TCU atuará, sem que isso 
represente prejuízo à atuação do respectivo Tribunal de Contas estadual, visto que o Fundo é composto por recursos 
estaduais e municipais88. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação. 
 
ADI 5791/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 2.9.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1066) 
 
84 ADCT: “Art. 60 Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção 
e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes 
disposições: (...) II - os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos 
recursos a que se referem os incisos I, II e III do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 
158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, e distribuídos entre cada 
Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica 
presencial, matriculados nas respectivas redes, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária estabelecidos nos §§ 2º e 3º do 
art. 211 da Constituição Federal; (...) V - a União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o inciso II do caput 
deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada Estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, 
fixado em observância ao disposto no inciso VII do caput deste artigo, vedada a utilização dos recursos a que se refere o § 5º 
do art. 212 da Constituição Federal.” (com a redação dada pela Emenda Constitucional 53/2006) 
85 CF/1988: “Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino. (...) Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos 
recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação 
básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (...) II - os fundos referidos no 
inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do 
caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas ‘a’ e ‘b’ do inciso I e 
o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição; (...) IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o 
inciso II do caput deste artigo; V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do 
total de recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma: (...)” 
86 CF/1988: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas 
da União, ao qual compete: (...) II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores 
públicos da Administração Direta e Indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidaspelo Poder Público 
Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário 
público;” 
87 Precedentes citados: ACO 648; ACO 660; ACO 669; ACO 700; ACO 1156; ACO 1109; HC 80867; MS 24379; MS 25880; 
MS 21644; MS 26969; e ADPF 528. 
88 Lei 14.113/2020: “Art. 30. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição 
Federal e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos, serão exercidos: 
(...) II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, perante os respectivos entes 
governamentais sob suas jurisdições; III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos 
federais, especialmente em relação à complementação da União.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5286488
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1066.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474659
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474919
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14475202
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14476163
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=609247
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1797922
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=78546
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8634710
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=409762
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=85573
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7459206
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=760300682
https://drive.google.com/file/d/1oQpBrTNpy0fjRW0KJUeYzBpgBP7VMN81/view?usp=sharing
 
48 
2. DIREITO AMBIENTAL 
2.1 ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE 
Área de Preservação Ambiental Permanente e competência legislativa - ADI 5675/MG 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação 
permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União. 
Em matéria de competência legislativa concorrente, vale a regra da predominância do interesse, 
respeitando-se a legislação estadual sempre — e apenas — que ela promover um aumento no padrão normativo 
de proteção aos bens jurídicos tutelados89. 
Nesse sentido, se a lei estadual amplia os casos de ocupação antrópica em áreas de preservação 
permanente previstos na norma federal vigente à época (no caso, a Lei 11.977/2009, revogada pela Lei 
13.465/2017), ela, além de estar em descompasso com o conjunto normativo elaborado pela União, flexibiliza a 
proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso a sofrer danos. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em 
ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 2º, III; 3º, II, c, e 17 da Lei 20.922/2013 do Estado de 
Minas Gerais. 
ADI 5675/MG, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 17.12.2021 
(sexta-feira), às 23:59 (INF 1042) 
2.2 COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS 
Fundo Clima: funcionamento, destinação de recursos e contingenciamento de verbas - ADPF 
708/DF 
 
 
ODS: 3, 13, 15 e 17 
Tese fixada: 
“O Poder Executivo tem o dever constitucional de fazer funcionar e alocar anualmente os recursos 
do Fundo Clima, para fins de mitigação das mudanças climáticas, estando vedado seu contingenciamento, 
em razão do dever constitucional de tutela ao meio ambiente (CF, art. 225), de direitos e compromissos 
internacionais assumidos pelo Brasil (CF, art. 5º, § 2º), bem como do princípio constitucional da separação 
dos poderes (CF, art. 2º c/c art. 9º, § 2º, LRF).” 
Resumo: 
É dever do Poder Executivo dar pleno funcionamento ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima 
(Fundo Clima) e alocar anualmente seus recursos com o intuito de mitigar as mudanças climáticas, sendo 
vedado o contingenciamento de suas receitas. 
 
89 Precedentes citados: ADPF 109; ADI 5.312; ADI 4.988. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5155851
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2505793
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15339479339&ext=.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15338785977&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/1jRbvGJV9pMkOEMQCbvDSNnWnyIQStLSw/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1aJw1hPVyPBt6aDQVU3ULzXyQ4tzRclrS/view?usp=sharing
 
49 
A União e os representantes eleitos têm dever constitucional, supralegal e legal de proteger o meio 
ambiente e de combater as mudanças climáticas. Ademais, os tratados sobre direito ambiental desfrutam de status 
supranacional, pois constituem espécie do gênero tratados de direitos humanos. 
Assim, a tutela ambiental possui natureza jurídica vinculante, eis que não inserida em juízo político, de 
conveniência e oportunidade, do chefe do Poder Executivo, de modo que, acaso evidenciado um contexto de 
colapso nas políticas públicas atinentes ao tema, o Poder Judiciário deve atuar para garantir obediência ao princípio 
da vedação ao retrocesso. 
Além disso, a alocação de recursos do Fundo concretiza o dever constitucional de tutela e restauração do 
meio ambiente, assim como dos direitos fundamentais que lhes são interdependentes. Como as suas receitas são 
vinculadas por lei a atividades determinadas, não podem ser objeto de contingenciamento, nos moldes da Lei de 
Responsabilidade Fiscal90. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para: (i) reconhecer a 
omissão da União, em razão da não alocação integral dos recursos do Fundo Clima referentes a 2019; (ii) 
determinar à União que se abstenha de se omitir em fazer funcionar o Fundo Clima ou em destinar seus recursos; 
e (iii) vedar o contingenciamento das receitas que integram o Fundo. 
ADPF 708/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 1º.7.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1061) 
2.3 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS 
Composição de órgãos de controle ambiental - ADPF 651/DF 
 
 
ODS: 15, 16 e 17 
Resumo: 
São inconstitucionais as normas que, a pretexto de reestruturarem órgãos ambientais, afastam a 
participação da sociedade civil e dos governadores do desenvolvimento e da formulação de políticas 
públicas, bem como reduzem, por via de consequência, o controle e a vigilância por eles promovidos. 
A Constituição Federal confere ao Poder Público e à coletividade o dever de preservar e defender o meio 
ambiente91. A responsabilidade da coletividade só existe se a ela for viabilizada a participação na formulação, 
execução e controle das políticas públicas ambientais, razão pela qual a Constituição também teve o cuidado de 
estabelecer o dever de o Poder Público promover a educação ambiental, em todos os níveis de ensino, e a 
conscientização pública para a necessidade de preservação do meio ambiente (CF, art. 225, § 1º, VI). 
Nesse sentido, as medidas de proteção ambiental devem se orientar para acolher a participação da 
sociedade civil. Nesse contexto,a eliminação da presença de seus representantes na composição de órgãos 
 
90 Precedente citado: ADPF 347 MC. 
91 CF/1988: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os 
processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a 
integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, 
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade 
dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - 
controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a 
qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem 
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (...)” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5951856
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1061.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5853176
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10300665
https://drive.google.com/file/d/1cNu3Dys4E7tSEMtkfuQ5ICLxdapFnNtg/view?usp=sharing
 
50 
ambientais exclui a coletividade da atuação cívica das políticas adotadas, bem como confere ao Poder Executivo 
o controle exclusivo de suas decisões, neutralizando o caráter plural, crítico e diversificado da formulação, 
desempenho e controle social, que, por definição constitucional, caracteriza condição inerente à atuação desses 
órgãos. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para (i) declarar a 
inconstitucionalidade do art. 5º do Decreto 10.224/2020, que extinguiu a participação da sociedade civil no 
Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente; e (ii) declarar a inconstitucionalidade do Decreto 
10.239/2020, especificamente no ponto em que excluída a participação de governadores no Conselho Nacional da 
Amazônia Legal; e do inciso CCII do art. 1º do Decreto 10.223/2020, especificamente no ponto em que se 
extinguiu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia. 
 
ADPF 651/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 28.4.2022 (INF 1052) 
 
 
2.4 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
Alteração dos critérios para dispensa de licenciamento ambiental por meio de norma estadual 
- ADI 4529/MT 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional — por invadir a competência legislativa geral da União (CF/1988, art. 24, VI, §§ 
1º e 2º) e violar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF/1988, art. 225, § 1º, IV) — norma 
estadual que cria dispensa do licenciamento ambiental para atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente. 
A legislação estadual exorbitou dos limites expressamente estabelecidos pela legislação federal para o 
tratamento da matéria, promovendo indevida inovação ao prever o aumento do mínimo de fonte de energia 
primária idônea a criar uma presunção de significativa degradação ambiental, bem como ao inserir requisito 
diverso para o licenciamento, consistente na extensão da área inundada92. 
Por outro lado, a atuação normativa estadual flexibilizadora, ao desconsiderar o patamar mínimo 
estabelecido para a configuração de atividade potencialmente poluidora, violou o direito fundamental ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e afrontou a obrigatoriedade da intervenção do Poder Público em matéria 
ambiental. Ademais, como os empreendimentos e atividades econômicas apenas são considerados lícitos e 
constitucionais quando subordinados à regra de proteção ambiental, a norma impugnada, justamente por 
representar proteção insuficiente, deixa de observar os princípios da proibição de retrocesso em matéria 
socioambiental, da prevenção e da precaução93 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a 
inconstitucionalidade material dos artigos 3º, XII, e 24, XI, da LC 38/1995 do Estado de Mato Grosso94, bem como 
 
92 Precedente citado: ADI 5312. 
93 Precedentes citados: ADI 6288; ADI 4069; RE 739998 AgR e ADI 1086. 
94 LC 38/1995 do Estado do Mato Grosso: “Art. 3º O COSEMA, órgão colegiado do Sistema Estadual de Meio Ambiente - 
SIMA, tem a finalidade de assessorar, avaliar e propor ao Governo do Estado de Mato Grosso diretrizes da Política Estadual 
do Meio Ambiente, bem como deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de vida, possuindo as seguintes atribuições: (...) XII - opinar sobre 
o licenciamento ambiental das usinas termelétricas ou hidrelétricas com capacidade acima de 30MW, para o que, 
obrigatoriamente, será exigida a prévia elaboração de Estudo de Impacto Ambiental-EIA e apresentação do respectivo Relatório 
de Impacto Ambiental-RIMA, dependendo a validade da licença de aprovação pela Assembléia Legislativa; (Nova redação 
dada pela LC 70/2000) (...) Art. 24 Dependerá de elaboração do EIA e respectivo RIMA, a serem submetidos à aprovação da 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5853176
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749117787
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754566819
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753910254
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6587815
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266652
https://www.youtube.com/watch?v=E1VShbVi1ng
https://www.youtube.com/watch?v=z29UdpA4bLI
https://drive.google.com/file/d/1tx5NvsVKErbMHWLB5vToIBrfdEFxqqe9/view?usp=share_link
 
51 
da expressão contida no artigo 24, VII, da mesma norma, tanto na redação vigente (“com área de inundação acima 
de 13 km²”) quanto na anterior (“com área de inundação acima de 300ha”). 
ADI 4529/MT, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda-
feira), às 23:59 (INF 1076) 
 
Concessão automática de licença ambiental para empresas com grau de risco médio - ADI 
6808/DF 
 
 
ODS: 8 e 11 
Resumo: 
É inconstitucional a concessão automática de licença ambiental no sistema responsável pela 
integração (Redesim) para o funcionamento de empresas que exerçam atividades de risco médio nos termos 
da classificação estabelecida em ato do Poder Público. 
O licenciamento ambiental dispõe de base constitucional95 e não pode ser suprimido, ainda que de forma 
indireta, por lei. Também não pode ser simplificado a ponto de ser esvaziado, salvo se a norma que o excepcionar 
apresentar outro instrumento apto a assegurar a proteção ao meioambiente com igual ou maior qualidade. 
Nesse contexto, a simplificação do procedimento pelo argumento da desburocratização e 
desenvolvimento econômico, com controle apenas posterior, configura retrocesso inconstitucional, pois afasta os 
princípios da prevenção e da precaução ambiental. A automaticidade, por sua vez, contraria norma específica sobre 
o licenciamento ambiental, segundo a qual as atividades econômicas potencial ou efetivamente causadoras de 
impacto ambiental estão sujeitas ao controle estatal96. 
Não possui fundamento constitucional válido a vedação da coleta adicional, pelos órgãos competentes, 
de dados que não tenham sido disponibilizados na Redesim previamente ou no ato do protocolo do pedido de 
licenciamento. 
A proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, para as presentes e futuras gerações, não pode 
ser comprometida por interesses empresariais nem ser dependente de motivações exclusivamente econômicas, na 
medida em que o desenvolvimento econômico deve ocorrer de forma sustentável. 
 
SEMA, o licenciamento da implantação das seguintes atividades modificadoras do meio ambiente: (...) VII - as obras 
hidráulicas para exploração de recursos hídricos, com área de inundação acima de 13km2 (treze quilômetros quadrados), de 
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem, retificação de cursos d' água, abertura de barras e 
embocaduras, transposição de bacias e diques. (Nova redação dada pela LC 189/2004) Redação anterior, dada pela LC 
70/2000: VII - obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, com área de inundação acima de 300 ha (trezentos 
hectares), de drenagem, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias e diques; (...) 
XI - usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária acima de 30 (trinta) MW; (Nova redação 
dada pela LC 70/2000)” 
95 CF/1988: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) IV - exigir, na forma da lei, 
para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;” 
96 Lei 6.938/1981: “Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores 
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental 
dependerão de prévio licenciamento ambiental.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4012132
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/1WQ6chBqYJI8VWxz6iQz841puf-oRTYG1/view?usp=sharing
 
52 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para dar 
interpretação conforme ao art. 6º-A e ao inciso III do art. 11-A, ambos da Lei 14.195/202197, não aplicando-os às 
licenças em matéria ambiental. 
ADI 6808/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento em 28.4.2022 (INF 1052) 
 
 
Licenciamento ambiental e competência municipal - ADI 2142/CE 
 
 
Tese fixada: 
“É inconstitucional interpretação do art. 264 da Constituição do Estado do Ceará de que decorra a 
supressão da competência dos Municípios para regular e executar o licenciamento ambiental de atividades 
e empreendimentos de impacto local.” 
Resumo: 
Cabe aos municípios promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos que 
possam causar impacto ambiental de âmbito local. 
Com amparo nas regras de repartição de competências, o entendimento desta Corte se firmou no sentido 
de que o município é competente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o estado no limite do seu 
interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes 
federados (CF/1988, art. 24, VI c/c o art. 30, I e II)98. 
A Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei 6.938/1981, expressamente prevê que 
dependem de licenciamento ambiental a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes 
de causar degradação ambiental sob qualquer forma. Nesse contexto, o conjunto normativo99 100 e a jurisprudência 
acerca do tema101 reforçam a referida competência municipal e a sua importância. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para conferir 
interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 264 da Constituição do Estado do Ceará102, no sentido de 
 
97 Lei 14.195/2021: Art. 6º-A Sem prejuízo do disposto no inciso I do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 
2019, nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado médio, na forma prevista no art. 5º-A desta Lei, o alvará 
de funcionamento e as licenças serão emitidos automaticamente, sem análise humana, por intermédio de sistema responsável 
pela integração dos órgãos e das entidades de registro, nos termos estabelecidos em resolução do CGSIM. (...) Art. 11-A. Não 
poderão ser exigidos, no processo de registro de empresários, incluídos produtores rurais estabelecidos como pessoas físicas, e 
de pessoas jurídicas realizado pela Redesim: (...) III - coletas adicionais à realizada no âmbito do sistema responsável pela 
integração, a qual deverá ser suficiente para a realização do registro e das inscrições, inclusive no CNPJ, e para a emissão das 
licenças e dos alvarás para o funcionamento do empresário ou da pessoa jurídica.” 
98 Precedente citado: RE 586224 (Tema 145 RG). 
99 Lei Complementar 140/2011: “Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: (...) XIV - observadas as atribuições dos 
demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou 
empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos 
respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental 
(APAs);” 
100 Resolução 237/1997 do CONAMA: “Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da 
União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de 
impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Art. 7º - Os 
empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos 
anteriores.” 
101 Precedente citado: ADI 6288. 
102 Constituição do Estado do Ceará: “Art. 264. Qualquer obra ou atividade pública ou privada, para as quais a Superintendência 
Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, exigir Estudo de Impacto Ambiental, deverá ter o parecer técnico apreciado pelo 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6160181
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdfhttps://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8399039
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2616565&numeroProcesso=586224&classeProcesso=RE&numeroTema=145
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754566819
https://www.youtube.com/watch?v=zZCu7nwKZZM&t=4218s
https://drive.google.com/file/d/1-213Lz0ecXozb0yKQXegV0QaSPR8OedC/view?usp=sharing
 
53 
que a aplicação do dispositivo deve se limitar à estrutura político-administrativa do Estado do Ceará, ficando 
resguardadas as competências administrativa e legislativa dos municípios relativas ao licenciamento de atividades 
e empreendimentos de impacto local. 
ADI 2142/CE, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 24.6.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1060) 
2.5 POLUIÇÃO 
Resolução 491/2018-Conama: padrões de qualidade do ar e diretrizes da OMS - ADI 6148/DF 
 
 
ODS: 3 e 11 
Resumo: 
Ainda é constitucional a Resolução 491/2018 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 
que dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Entretanto, nova norma deve ser editada. 
Mantém-se a constitucionalidade da resolução haja vista o cotejo das teses trazidas na inicial com a 
jurisprudência desta Corte. Ademais, quando editada, a regulação consistiu em avanço, de forma razoável, no 
tratamento da matéria. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que, embora suas diretrizes 
sejam pensadas para o uso mundial, os padrões locais podem variar de acordo com abordagens específicas para o 
equilíbrio de riscos à saúde, viabilidade tecnológica, considerações econômicas e outros fatores políticos e sociais. 
Apesar disso, a resolução está em trânsito para a inconstitucionalidade e precisa ser aperfeiçoada. Logo, 
o Conama deve editar norma atualizada tendo em conta os novos parâmetros de qualidade do ar recomendados 
pela OMS. 
Com esses entendimentos, o Plenário, por maioria, conheceu de ação direta de inconstitucionalidade e 
julgou improcedente o pedido nela formulado, para declarar ser ainda constitucional a Resolução 491/2018-
Conama e determinar que, no prazo de 24 meses a contar da publicação do acórdão, o Conama edite nova resolução 
sobre a matéria, a qual deverá levar em consideração: (i) as atuais orientações da OMS sobre os padrões adequados 
da qualidade do ar; (ii) a realidade nacional e as peculiaridades locais; bem como (iii) os primados da livre 
iniciativa, do desenvolvimento social, da redução da pobreza e da promoção da saúde pública. Decorrido o prazo 
de vinte e quatro meses concedido, sem a edição de novo ato que represente avanço material na política pública 
relacionada à qualidade do ar, passarão a vigorar os parâmetros estabelecidos pela OMS enquanto perdurar a 
omissão administrativa na edição da nova resolução. Vencidos os ministros Cármen Lúcia (relatora), Edson 
Fachin, Roberto Barroso e Rosa Weber. 
ADI 6148/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, redator do acórdão Ministro André Mendonça, 
julgamento em 4 e 5.5.2022 (INF 1053) 
 
 
2.6 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL 
Supressão de marcos regulatórios ambientais e proibição do retrocesso ambiental - ADPF 
748/DF 
 
Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA, com a publicação da resolução, aprovada ou não, publicada no Diário Oficial 
do Estado.” 
 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1805161
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1060.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5707157
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018
https://drive.google.com/file/d/1mVU12yCnEsI5c0J_XSxN9pGSs2LWZ0Di/view?usp=sharing
https://www.youtube.com/watch?v=Y9IauLKof_o&list=PLippyY19Z47vf4S6OB-acu6OFyRyPuqwV
https://www.youtube.com/watch?v=Ea0lahmZwXY&list=PLippyY19Z47vf4S6OB-acu6OFyRyPuqwV&index=3
 
54 
 
 
ODS: 2, 6, 8, 12, 15 e 16 
Resumo: 
É inconstitucional a Resolução CONAMA 500/2020. 
O poder normativo atribuído ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) pela respectiva lei 
instituidora consiste em instrumento para viabilizar, ao agente regulador, a implementação das diretrizes, 
finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e na legislação ambiental, orientando-se 
necessariamente de modo compatível com a ordem constitucional de proteção do patrimônio ambiental. 
Assim, a mera revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao 
cumprimento da legislação ambiental, sem sua substituição ou atualização, compromete a observância do texto 
constitucional, da legislação vigente e de compromissos internacionais. 
No caso, a Resolução CONAMA 500/2020 revogou as Resoluções CONAMA 284/2001, 302/2002 e 
303/2002, as quais dispõem, respectivamente, sobre (i) licenciamento de empreendimentos de irrigação; (ii) 
parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso 
do entorno; e (iii) parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. 
Nesse contexto, ao revogar normativa necessária e primária de proteção ambiental na seara hídrica, o ato 
normativo impugnado implicou evidente retrocesso na proteção e defesa dos direitos fundamentais à vida, à saúde 
e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, pois revela autêntica situação de degradação de ecossistemas 
essenciais à preservação da vida sadia, comprometimento da integridade de processos ecológicos essenciais e 
perda de biodiversidade, assim como o recrudescimento da supressão de cobertura vegetal em áreas legalmente 
protegidas103. 
É constitucional a Resolução CONAMA 499/2020. 
Ao disciplinar condições, critérios, procedimentos e limites a serem observados no licenciamento de 
fornos rotativos de produção de clínquer para a atividade de coprocessamento de resíduos, a Resolução atende não 
apenas à exigência de estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de atividade potencialmente causadora 
de degradação do meio ambiente, como também à obrigação imposta ao Poder Público de controlar o emprego de 
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 
Além disso, sua disciplina guarda consonância com a Lei 12.305/2020, que institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, muito bem observando os critérios de razoabilidade e proporcionalidade nela positivados como 
princípios setoriais. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação 
para (i) declarar a inconstitucionalidade da Resolução CONAMA 500/2020, com a imediata restauração da 
vigência e eficácia das Resoluções CONAMA 284/2001, 302/2002 e 303/2002; e (ii) julgar improcedente o pedido 
de inconstitucionalidade da Resolução CONAMA 499/2020. 
ADPF 748/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1055) 
 
103 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (...) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.” 
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6018018
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://drive.google.com/file/d/1DO2n4J95uAnAD0zP1qSHPdK3SwsvC11N/view?usp=sharing
 
55 
2.7 SANEAMENTO BÁSICO 
Região metropolitana: saneamento básico, poder decisório e recursos obtidos com a 
empreitada comum - ADI 6573/AL; ADI 6911/AL e ADPF 863/AL 
 
 
 
ODS: 6 e 16 
Resumo: 
É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder decisório nas mãos de só um 
dos entes públicos integrantes de região metropolitana. 
A integração metropolitana de municípios visando promover melhorias das condições de saneamento 
básico é compatível com a CF/1988, e a simples existência fática de isolamento ou não integração do sistema não 
obsta a sua formação nos moldes da legislação de regência. 
A concorrência entre o princípio do interesse comum e a autonomia municipal não deve traduzir-se em 
total centralização do poder decisório metropolitano, uma vez que prevalece a tese da competência e da titularidade 
conjuntas, que enseja a existência de uma estrutura colegiada assecuratória da participação dos municípios 
integrantes da região metropolitana104. 
Ainda que a gestão colegiada das regiões metropolitanas não esteja obrigada a respeitar a paridade de 
votos entre seus integrantes, afronta o princípio da proibição da concentração decisória todo o desenho institucional 
que agrupe poderes em apenas uma de suas pessoas políticas, conferindo-lhe o exercício do predomínio absoluto 
nas instâncias deliberativas e/ou executivas. 
Nesse mesmo contexto, é inadmissível que a gestão e a percepção dos frutos da empreitada metropolitana 
comum, incluídos os valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada, aproveitem a apenas um dos 
entes federados. 
A densificação da autonomia dos entes deve ser exercida com a lógica do compartilhamento, assegurando-
se a participação de todos na gestão dos recursos, mesmo que não siga uma proporção estrita. Ainda que a 
Constituição e a jurisprudência não imponham um único modelo pré-fixado, é vedado que apenas um ente absorva 
a integralidade das competências e das benesses. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, em julgamento conjunto e por unanimidade, julgou 
parcialmente procedente a ADI 6.573 e totalmente procedentes a ADI 6.911 e a ADPF 863, modulando os efeitos 
da decisão para resguardar a continuidade do essencial serviço de saneamento básico na região. 
ADI 6573/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1055) 
ADI 6911/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1055) 
ADPF 863/AL, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1055) 
 
 
104 Precedentes citados: ADI 1.842; ADI 1.841; e ADI 796. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6016654
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6202138
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6213264
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630026
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266777
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266541
https://drive.google.com/file/d/1yp-2GHkrXmv2paLUJLcXqqy8_jxBhYug/view?usp=sharing
 
56 
3. DIREITO CIVIL 
3.1 ASSOCIAÇÃO 
Desfiliação de associado: quitação de débitos e/ou multas como condição - RE 820823/DF 
(Tema 922) 
 
 
ODS: 16 
Tese fixada: 
“É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito referente a 
benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de multa.” 
Resumo: 
Condicionar a desfiliação de associado à quitação de débitos e/ou multas constitui ofensa à 
dimensão negativa do direito à liberdade de associação (direito de não se associar), cuja previsão 
constitucional é expressa. 
É possível, em tese, restringir um direito fundamental em três situações: (a) em razão de seu desenho 
constitucional, quando a própria Constituição prevê limitação para o seu exercício; (b) em virtude de expressa 
autorização na Carta Magna para que o legislador ordinário limite o seu exercício mediante regulamentação legal; 
ou (c) em decorrência de uma ponderação com outros valores que possuam igual proteção constitucional105. 
Na hipótese, nenhuma dessas situações se faz presente, de modo que inexiste violação à isonomia entre 
os associados. Isso porque (a) a Constituição Federal garante o amplo exercício da liberdade associativa, 
restringindo somente a criação daquelas de caráter paramilitar106; e (b) considerados os instrumentos próprios do 
direito civil, não há princípio ou regra constitucional passíveis de serem invocados em favor da medida objeto de 
análise. 
No entanto, a associação pode se valer dos instrumentos de direito para cobrar eventuais compensações 
ou multas em face de quem a ela se filia para obter benefícios, mas, após, dela se desliga, desde que o valor guarde 
razoabilidade e proporcionalidade. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 922 da repercussão geral, 
deu provimento ao recurso extraordinário para restabelecer a sentença. 
RE 820823/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 30.9.2022 (sexta-feira) às 
23:59 (INF 1070) 
 
 
105 Precedentes citados: ADI 1969 e RE 695911 (Tema 492 RG) 
106 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a 
criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal 
em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4592870&numeroProcesso=820823&classeProcesso=RE&numeroTema=92258 
COVID-19: Retomada das ações de reintegração de posse suspensas em razão da 
pandemia - ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF ...................................................... 58 
3.4 DIREITO AUTORAL ....................................................................................... 59 
Isenção do pagamento de direitos autorais em eventos sem fins lucrativos - ADI 6151/SC
 ......................................................................................................................... 59 
4. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................... 60 
4.1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO ................................................................. 60 
Advogados da União: direito a férias de 30 dias anuais - RE 929886/SC ......... 60 
4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA .................................................................... 60 
Concessão de meia-entrada em estabelecimentos de lazer e entretenimento para 
professores da rede pública estadual e municipais de ensino - ADI 3753/SP .... 60 
Concessão de porte de arma de fogo a procuradores estaduais por lei estadual - ADI 
6985/AL ........................................................................................................... 61 
 
9 
Conversão dos autos de prisão em flagrante em diligência - ADI 4662/SP ....... 62 
Extinção da pena de prisão disciplinar de policiais e bombeiros militares - ADI 6595/DF
 ......................................................................................................................... 62 
Lei estadual e vedação à inscrição em cadastro de proteção ao crédito - ADI 6668/MG
 ......................................................................................................................... 63 
Lei estadual: SAC e atendimento telefônico gratuito - ADI 4118/RJ ................ 64 
Militares estaduais grevistas e anistia das infrações disciplinares - ADI 4869/DF65 
Norma estadual e emenda parlamentar impositiva em lei orçamentária - ADI 6308/RR
 ......................................................................................................................... 66 
Obrigações impostas aos planos de saúde e competência legislativa privativa da União - 
ADI 7029/PB .................................................................................................... 66 
Pessoas desaparecidas e divulgação de fotos em noticiários de TV e em jornais - ADI 
5292/SC............................................................................................................ 67 
Prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário de passageiros e competência 
legislativa estadual - ADI 4289/DF .................................................................. 68 
Serviço de telecomunicação e proibição de oferta e comercialização de serviço de valor 
adicionado - ADI 6199/PE ............................................................................... 68 
Substituição de trabalhador privado em greve por servidor público - ADI 1164/DF
 ......................................................................................................................... 69 
4.3 DEFENSORIA PÚBLICA ................................................................................ 69 
Constitucionalidade do poder de requisição da Defensoria Pública - ADI 6852/DF, ADI 
6862/PR, ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 
6873/AM, ADI 6875/RN ................................................................................... 69 
Defensoria pública estadual e poder de requisição - ADI 6860/MT; ADI 6861/PI e ADI 
6863/PE ........................................................................................................... 70 
Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais - ADI 4608/DF .............. 71 
Recriação de Assistência Jurídica da Justiça Militar - ADI 3152/CE ............... 72 
4.4 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................... 72 
CNJ e transferência do sigilo de dados fiscais e bancários - ADI 4709/DF ...... 72 
Compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal - ADI 6649/DF 
e ADPF 695/DF ............................................................................................... 73 
Dia da Consciência Negra: instituição de feriado local por lei municipal - ADPF 634/SP
 ......................................................................................................................... 75 
Lei da meia-entrada: entidades emitentes da CIE e liberdade de associação - ADI 
5108/DF ........................................................................................................... 75 
Liberdade de expressão e imunidade parlamentar - Pet 8242 AgR/DF, Pet 8259 AgR/DF, 
Pet 8262 AgR/DF, Pet 8263 AgR/DF, Pet 8267 AgR/DF e Pet 8366 AgR/DF .. 76 
 
10 
Plano de redução de letalidade policial e controle de violações de direitos humanos - 
ADPF 635 MC-ED/RJ ..................................................................................... 77 
Produção de relatórios de inteligência e vinculação ao interesse público - ADPF 722/DF
 ......................................................................................................................... 78 
Produtos fumígenos: restrições à publicidade e inserção de advertências sanitárias nas 
embalagens - ADI 3311/DF.............................................................................. 78 
Remanejamento de cargos em comissão de peritos do MNPCT, fragilização do combate 
à tortura no País e abuso do poder regulamentar - ADPF 607/DF ................... 79 
Reserva de assentos especiais para pessoas obesas - ADI 2477/PR e ADI 2572/PR
 ......................................................................................................................... 80 
Resolução do TSE e enfrentamento à desinformação no processo eleitoral - ADI 7261 
MC/DF ............................................................................................................. 81 
Restrições legais ao consumo de bebidas alcóolicas e condução de veículos automotivos 
- RE 1224374/RS (Tema 1079 RG), ADI 4017/DF e ADI 4103/DF .................. 81 
Saúde pública: financiamento federal e alteração da forma de cálculo dos recursos 
mínimos aplicados pela União - ADI 5595/DF ................................................. 82 
Transporte coletivo interestadual: gratuidade e redução de tarifa para jovens de baixa 
renda - ADI 5657/DF ....................................................................................... 83 
4.5 EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................................................... 84 
COVID-19: Realocação de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à 
pandemia do novo coronavírus - ADI 6490/PI ................................................. 84 
4.6 ÍNDIOS ............................................................................................................ 85 
Proteção territorial em terras indígenas não homologadas - ADPF 709 MC-segunda-
Ref/DF ............................................................................................................. 85 
4.7 MINISTÉRIO PÚBLICO .................................................................................. 85 
Inamovibilidade dos membros do Ministério Público da União - ADI 5052/DF 85 
Prerrogativa do Ministério Público de posicionar-se ao lado do magistrado nos 
julgamentos - ADI 4768/DF ............................................................................. 86 
4.8 ORÇAMENTO ................................................................................................. 87 
Emendas do relator-geral do orçamento: suspensão da execução orçamentária e 
prestação de serviços essenciais à coletividade - ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, ADPF 851 
MC-Ref-Ref/DF e ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF ................................................ 87http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4592870&numeroProcesso=820823&classeProcesso=RE&numeroTema=922
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4592870
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1070.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=484308
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755617257
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4262142&numeroProcesso=695911&classeProcesso=RE&numeroTema=492
https://drive.google.com/file/d/1mqe3y524j-cb81W-Wuvw4vIN4EiMYHKp/view?usp=sharing
 
57 
3.2 BEM DE FAMÍLIA 
Bem de família: fiança; contrato de locação comercial e penhorabilidade - RE 1307334/SP 
(Tema 1127 RG) 
 
 
Tese fixada: 
“É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja 
residencial, seja comercial.” 
Resumo: 
A penhorabilidade de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação também se aplica 
no caso de locação de imóvel comercial. 
A exceção à regra da impenhorabilidade do bem de família contida no inciso VII do art. 3º da Lei 
8.009/1990107 é necessária, proporcional e razoável, mesmo na hipótese de locação comercial. 
É necessária e proporcional, pois os outros meios legalmente aceitos para garantir o contrato de locação 
comercial, tais como caução e seguro-fiança, são mais custosos para grande parte dos empreendedores. Dessa 
forma, a fiança afigura-se a garantia que melhor propicia ganhos em termos da promoção da livre iniciativa, da 
valorização do trabalho e da defesa do consumidor. 
Já a razoabilidade se assenta no fato de que o fiador tem livre disposição dos seus bens, o que deixa 
patente que a restrição ao seu direito de moradia encontra guarida no princípio da autonomia privada e da 
autodeterminação das pessoas, que é um princípio que integra a própria ideia ou direito de personalidade. 
Com esses entendimentos, ao apreciar o Tema 1127 da repercussão geral, o Plenário, por maioria, negou 
provimento a recurso extraordinário. 
RE 1307334/SP, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 8.3.2022 (terça-
feira), às 23:59 (INF 1046) 
 
 
107 Lei 8.009/1990: “Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, 
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de 
locação.” 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6087183&numeroProcesso=1307334&classeProcesso=RE&numeroTema=1127
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6087183&numeroProcesso=1307334&classeProcesso=RE&numeroTema=1127
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6087183
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1046.pdf
https://drive.google.com/file/d/1MEKaRHMtMH5Xf0cx6775TUIXaCVAgcvf/view?usp=sharing
 
58 
3.3 POSSE 
COVID-19: Retomada das ações de reintegração de posse suspensas em razão da pandemia 
- ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF 
 
 
ODS: 1, 3 e 11 
Resumo: 
Em face do arrefecimento dos efeitos da pandemia da Covid-19, cabe adotar um regime de transição 
para a retomada das reintegrações de posse suspensas em decorrência da doença, por meio do qual os 
tribunais deverão instalar comissões para mediar eventuais despejos antes de qualquer decisão judicial, a 
fim de reduzir os impactos habitacionais e humanitários em casos de desocupação coletiva. 
No contexto da alteração do cenário epidemiológico no Brasil, a retomada das reintegrações de posse 
suspensas em razão da pandemia deve se dar de forma responsável, cautelosa e com respeito aos direitos 
fundamentais em jogo. A execução simultânea de milhares de ordens de desocupação, que envolvem milhares de 
famílias vulneráveis, geraria o risco de convulsão social. Por isso, é preciso estabelecer um regime de transição 
para a progressiva retomada das reintegrações de posse. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a tutela provisória incidental 
parcialmente deferida, para determinar a adoção de um regime de transição para a retomada da execução de 
decisões suspensas na presente ação, nos seguintes termos: (a) Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais 
Federais deverão instalar, imediatamente, comissões de conflitos fundiários que possam servir de apoio 
operacional aos juízes e, principalmente nesse primeiro momento, elaborar a estratégia de retomada da execução 
de decisões suspensas pela presente ação, de maneira gradual e escalonada; (b) Devem ser realizadas inspeções 
judiciais e audiências de mediação pelas comissões de conflitos fundiários, como etapa prévia e necessária às 
ordens de desocupação coletiva, inclusive em relação àquelas cujos mandados já tenham sido expedidos. As 
audiências devem contar com a participação do Ministério Público e da Defensoria Pública nos locais em que esta 
estiver estruturada, bem como, quando for o caso, dos órgãos responsáveis pela política agrária e urbana da União, 
estados, Distrito Federal em municípios onde se situe a área do litígio, nos termos do art. 565 do CPC108 e do art. 
2º, § 4º, da Lei 14.216/2021109; (c) As medidas administrativas que possam resultar em remoções coletivas de 
pessoas vulneráveis devem: (i) ser realizadas mediante a ciência prévia e oitiva dos representantes das 
comunidades afetadas; (ii) ser antecedidas de prazo mínimo razoável para a desocupação pela população 
envolvida; (iii) garantir o encaminhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade social para abrigos públicos 
(ou local com condições dignas) ou adotar outra medida eficaz para resguardar o direito à moradia, vedando-se, 
em qualquer caso, a separação de membros de uma mesma família. Por fim, o Tribunal referendou, ainda, a medida 
concedida, a fim de que possa haver a imediata retomada do regime legal para desocupação de imóvel urbano em 
ações de despejo (Lei 8.245/1991, art. 59, § 1º, I, II, V, VII, VIII e IX)110. 
 
108 CPC/2015: “Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial 
houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar 
audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.” 
109 Lei 14.216/2021: “Art. 2º Ficam suspensos até 31 de dezembro de 2021 os efeitos de atos ou decisões judiciais, extrajudiciais 
ou administrativos, editados ou proferidos desde a vigência do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto 
Legislativo 6, de 20 de março de 2020, até 1 (um) ano após o seu término, que imponham a desocupação ou a remoção forçada 
coletiva de imóvel privado ou público, exclusivamente urbano, que sirva de moradia ou que represente área produtiva pelo 
trabalho individual ou familiar. (...) § 4º Superado o prazo de suspensão a que se refere o caput deste artigo, o Poder Judiciário 
deverá realizar audiência de mediação entre as partes, com a participação do Ministério Público e da Defensoria Pública, nos 
processos de despejo, de remoção forçada e de reintegração de posse coletivos que estejam em tramitação e realizar inspeção 
judicial nas áreas em litígio.” 
110 Lei 8.245/1991: “Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º 
Conceder - se - á liminar para desocupaçãoem quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que 
prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o 
descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no 
qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm
https://drive.google.com/file/d/1_ikZG_vcZeUgv2jbJVWk-xuyjtgzqOhk/view?usp=share_link
 
59 
ADPF 828 TPI-quarta-Ref/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 
2.11.2022 (quarta-feira), às 23:59 (INF 1075) 
 
3.4 DIREITO AUTORAL 
Isenção do pagamento de direitos autorais em eventos sem fins lucrativos - ADI 6151/SC 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que isenta o pagamento de direitos autorais pela execução de obras 
musicais em eventos sem fins lucrativos promovidos no âmbito de seu território. 
Os direitos autorais se inserem no ramo do Direito Civil, razão pela qual a norma estadual impugnada é 
formalmente inconstitucional, pois afronta competência privativa da União para dispor sobre o tema (CF/1988, 
art. 22, I). Verifica-se, ainda, ter havido o estabelecimento de novas hipóteses de limitação patrimonial não 
previstas na Lei 9.610/1998 (Lei do Direito Autoral), que é a legislação federal específica sobre o tema e que não 
é passível de alteração por norma estadual ou municipal111. 
Ademais, a lei estadual impugnada também padece de inconstitucionalidade material, porque (i) interfere 
no devido funcionamento do Escritório Central de Arrecadação e Distribuições (Ecad), o qual se caracteriza como 
associação civil que exerce, com exclusividade, a arrecadação e distribuição de direitos autorais, em razão da 
execução pública de obras musicais em todo o território nacional (CF/1988, art. 5º, XVIII); bem como (ii) priva o 
aproveitamento econômico dos autores em evidente violação ao direito fundamental de dispor, de modo exclusivo, 
sobre suas produções e de, com elas, obter proveito financeiro (CF/1988, art. 5º, XXVII e XXVIII). 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 17.724/2019 do Estado de Santa Catarina112. 
ADI 6151/SC, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 7.10.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1071) 
 
 
no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; 
(...) V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. (...) VII - o término do prazo 
notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do 
contrato; VIII - o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou 
do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da 
locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada 
ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo.” 
111 Precedentes citados: ARE 1247009 AgR; ARE 961537 AgR; ARE 1186552 AgR; ADI 1472 e ADI 5800. 
112 Lei 17.724/2019 do Estado de Santa Catarina: “Art. 1º As entidades oficialmente declaradas de utilidade pública estadual 
ou municipal, fundações ou instituições filantrópicas e associações de cunho recreativo, filantrópico, beneficente, assistencial, 
promocional ou educacional legalmente constituídas, quando da realização de eventos que não visam ao lucro promovidos no 
Estado de Santa Catarina, ficam dispensadas do pagamento de taxas, ou de outro tipo de cobrança, referentes à retribuição ou 
direitos autorais por execuções de obras musicais. § 1º O direito à isenção previsto neste artigo depende de comprovação, pela 
interessada, mediante documentação legal, da sua condição de pessoa jurídica constituída sob a forma de associação civil sem 
fins lucrativos, conforme determina a legislação brasileira. § 2º A isenção de que trata o presente artigo abrange as execuções 
musicais realizadas em locais abertos ao público ou em estabelecimentos fechados. § 3º Incluem-se no benefício da isenção 
prevista nesta Lei, entre outras com a mesma finalidade, as execuções de obras musicais e literomusicais ‘mecânicas’ com a 
utilização de fonogramas, videofonograma e audiovisuais, e a execução musical ‘ao vivo’. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na 
data de sua publicação.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6155697
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5713308
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1071.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752917650
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11525911
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749741910
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385517
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749883225
https://drive.google.com/file/d/15PV0nxfxw-QsUDCChf9CHPXLXuBSOjj5/view?usp=sharing
 
60 
4. DIREITO CONSTITUCIONAL 
4.1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 
Advogados da União: direito a férias de 30 dias anuais - RE 929886/SC 
 
 
ODS: 16 
 
Tese fixada: 
 
“Os Advogados da União não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias, nos termos da legislação 
constitucional e infraconstitucional vigentes.” 
 
Resumo: 
 
O atual ordenamento jurídico brasileiro prevê aos Advogados da União o direito de gozar somente 
30 dias de férias anuais. 
As normas que equiparavam os Advogados da União aos membros do Ministério Público da União, 
assegurando-lhes o direito às férias de 60 dias (Lei 2.123/1953, Lei 4.069/1962 e Decreto-lei 147/1967) não foram 
recepcionadas pela CF/1988 com status de lei complementar, mas sim de leis ordinárias, visto não tratarem de 
matéria relativa à organização e ao funcionamento da Advocacia-Geral da União (113) (114). 
Por essa razão, é válida a revogação de dispositivos dos referidos diplomas legais imposta pela Lei 
9.527/1997, a qual, com o objetivo de conceder tratamento isonômico às carreiras jurídicas da União, estabelece 
o direito de 30 dias de férias anuais aos servidores ocupantes de cargo efetivo de advogado, assistente jurídico, 
procurador e demais integrantes do Grupo Jurídico, da Administração Pública Federal direta, autárquica, 
fundacional, empresas públicas e sociedades de economia mista, a partir do período aquisitivo de 1997. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, ao apreciar o Tema 1.063 da repercussão 
geral, negou provimento ao recurso extraordinário. 
 
 
RE 929886/SC, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 2.9.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1066) 
 
4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Concessão de meia-entrada em estabelecimentos de lazer e entretenimento para professores 
da rede pública estadual e municipais de ensino - ADI 3753/SP 
 
 
Resumo: 
É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e municipais 
de ensino o benefício dameia-entrada nos estabelecimentos de lazer e entretenimento. 
 
113 CF/1988: “Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa 
a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e 
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.” 
114 Precedentes citados: RE 594481 (Tema 1.090 RG); RE 602381 (Tema 279 RG). 
 
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4885394&numeroProcesso=929886&classeProcesso=RE&numeroTema=1063
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4885394&numeroProcesso=929886&classeProcesso=RE&numeroTema=1063
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4885394
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4885394
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1066.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752799366
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2644848&numeroProcesso=594481&classeProcesso=RE&numeroTema=1090
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7671961
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2696028&numeroProcesso=602381&classeProcesso=RE&numeroTema=279
https://drive.google.com/file/d/1hPYy37F84ICUVmlLpalpy2ixgw4fFpsH/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1lzTXdFXkE2lbpPmGkY-5TetAIydJLIHV/view?usp=sharing
 
61 
A competência para legislar sobre direito econômico é concorrente entre a União, os estados-membros, o 
Distrito Federal e os municípios115. Assim, como a legislação federal atualmente vigente que trata do benefício em 
comento (Lei 12.933/2013) não contempla a específica categoria profissional abrangida pela norma estadual 
impugnada, o ente federado pode utilizar-se legitimamente de sua competência normativa supletiva para tanto116. 
Sob o aspecto material, também não há inconstitucionalidade, uma vez que a medida não viola, sob 
qualquer aspecto, o princípio da isonomia. O tratamento desigual criado pela lei (concessão da meia-entrada apenas 
à parcela da categoria) está plenamente justificado — constitui estratégia de política pública que se coaduna com 
a priorização absoluta da educação básica. Além disso, revela-se como salutar intervenção parcimoniosa do Estado 
na ordem econômica, que visa à realização de relevantes valores constitucionais, e como condição para a 
concretização da justiça social. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação direta. 
ADI 3753/SP, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 8.4.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1050) 
 
Concessão de porte de arma de fogo a procuradores estaduais por lei estadual - ADI 6985/AL 
 
 
Resumo: 
A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é incompatível com a 
Constituição Federal. 
A Constituição Federal (CF) atribuiu à União a competência material para autorizar e fiscalizar o 
armamento produzido e comercializado no País (CF, art. 21, VI)117. Também outorgou ao legislador federal a 
competência legislativa correspondente para ditar normas sobre material bélico (CF, art. 22, XXI)118. 
Além disso, a competência atribuída aos estados em matéria de segurança pública não pode se sobrepor 
ao interesse mais amplo da União no tocante à formulação de uma política criminal de âmbito nacional, cujo pilar 
central constitui exatamente o estabelecimento de regras uniformes, em todo o País, para a fabricação, 
comercialização, circulação e utilização de armas de fogo. Há, portanto, preponderância do interesse da União 
nessa matéria, quando confrontado o eventual interesse do estado-membro em regulamentar e expedir autorização 
para o porte de arma de fogo119. 
Assim, não existe espaço de conformação para que o legislador subnacional outorgue o porte de armas de 
fogo a categorias funcionais não contempladas pela legislação federal. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em 
ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 81, VII, da LC 7/1991120 do Estado de Alagoas. 
ADI 6985/AL, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1045) 
 
115 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, 
financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (...) Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse 
local;” 
116 Precedentes citados: ADI 1950 e ADI 3512. 
117 CF/1988: “Art. 21. Compete à União: (...) VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;” 
118 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXI - normas gerais de organização, efetivos, 
material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros 
militares; (Redação dada pela EC 103/2019)” 
119 Precedente citado: ADI 3112. 
120 LC 7/1991 do Estado de Alagoas: “Art. 81. São prerrogativas do Procurador de Estado: (...) VII – portar arma, valendo 
como documento de autorização a cédula de identidade funcional visada pelo Procurador-Geral do Estado e pelo Secretário 
Estadual de Segurança Pública” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2386167
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1050.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6244195
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266808
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363387
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2194197
https://drive.google.com/file/d/1Yd46B81wzmwEP-EC2Q5ws1_pk6XlFWXM/view?usp=sharing
 
62 
 
Conversão dos autos de prisão em flagrante em diligência - ADI 4662/SP 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É inconstitucional norma121 do provimento do Conselho da Magistratura estadual que proíbe o juiz 
de converter os autos de prisão em flagrante em diligência. 
Isso porque, a norma, além de desbordar dos limites do poder regulamentar, invade a competência 
privativa da União para legislar sobre Direito Processual Penal (CF/1988, art. 21, I)122. 
Ademais, não há na lei processual, mesmo após as alterações introduzidas pela Lei 13.964/2019, qualquer 
proibição à conversão do auto de prisão em flagrante em diligência. Dessa forma, o Conselho Superior da 
Magistratura, a pretexto de disciplinar o bom funcionamento do plantão judiciário, indevidamente, inovou em 
matéria processual penal. 
A possibilidade de ordenar diligências prévias consiste em prerrogativa inafastável do magistrado. 
A norma impugnada também vulnera, diretamente, o princípio da independência funcional do juiz, motivo 
pelo qual está eivada de vício material. 
O princípio da independência judicial, corolário do princípio constitucional da independência do Poder 
Judiciário, garante ao magistrado tomar medidas indispensáveis para a formação de sua convicção. 
Isso não significa que se possa admitir a indefinida e irrazoável postergaçãoda decisão judicial a respeito 
da manutenção ou não da privação de liberdade em caráter cautelar, mas sim que, excepcionalmente, havendo 
necessidade de se determinar diligências prévias para a formação da convicção judicial, o juiz competente, 
inclusive o plantonista, deve decidir o quanto antes, ou seja, com a maior celeridade possível. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente o pedido 
formulado para declarar a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em diligência”, contida no art. 
2º do Provimento 1.898/2001 do Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
e reiterada no art. 1.133 das Normas de Serviço da Corregedoria-Geral de Justiça, com redação dada pelo 
Provimento CG 28/2019. 
ADI 4662/SP, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 15.8.2022 (segunda-feira), 
às 23:59 (INF 1063) 
 
Extinção da pena de prisão disciplinar de policiais e bombeiros militares - ADI 6595/DF 
 
 
Resumo: 
 
121 Provimento CSM 1.898/2011: “Art. 2º- Acrescer o item 4.2 ao Capítulo XII das Normas de Serviço da Corregedoria-Geral 
da Justiça, que passa a vigorar com a seguinte redação: 4.2. Ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz designado 
para atuar no plantão, na forma do artigo 310, incisos I, II e III, do Código de Processo Penal, deverá relaxar a prisão ilegal, 
converter a prisão em flagrante em preventiva ou conceder a liberdade provisória, vedada a conversão em diligência.” 
122 Precedentes citados: ADI 3896, ADI 2938; e ADI 5949. 
 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/#about
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4148288
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1063.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=540715
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266959
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15341680557&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/15hl4-CdYL8DWMQIU6B_MbKN5IcAgIwXw/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1m6N3bOjE81dvwW9rhdBMsZmneR2MoJCA/view?usp=sharing
 
63 
É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de 
liberdade a policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito Federal. 
Na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal123, compete ao chefe do Poder Executivo local 
a iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico de servidores militares estaduais e distritais, por força do 
princípio da simetria124. 
No caso, a norma impugnada resultou da aprovação do Projeto de Lei 7.645/2014, de autoria parlamentar. 
Dessa forma, ainda que se entendesse que ela dispõe sobre normas gerais, de competência da União, há um 
incontornável vício de inconstitucionalidade formal125. 
A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material. Não obstante as polícias militares e os 
corpos de bombeiros militares dos entes federados subordinem-se aos governadores, constituem forças auxiliares 
e reserva do Exército, sendo responsáveis, em conjunto com as polícias de natureza civil, e portando armas letais, 
pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. 
Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-se a um regime jurídico 
diferenciado126, motivo pelo qual a própria Constituição, expressamente, autoriza a prisão por determinação de 
seus superiores hierárquicos no caso de transgressão das regras e não lhes assegura sequer o habeas corpus em 
relação às punições disciplinares127. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação direta para 
declarar a inconstitucionalidade formal e material da Lei federal 13.967/2019. 
ADI 6595/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1055) 
 
Lei estadual e vedação à inscrição em cadastro de proteção ao crédito - ADI 6668/MG 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de usuário 
inadimplente dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. 
Não compete aos estados legislar sobre normas gerais de proteção ao consumidor ou concessão de serviço 
público [Constituição Federal (CF), art. 175, parágrafo único, II]128, 129(2). 
 
123 Precedentes citados: ADI 3930; ADI 4648; e ADI 6321. 
124 CF/1988: “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos 
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 
1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II - disponham sobre: (...) f) militares das Forças 
Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a 
reserva.” 
125 Precedente citado: ACO 3396. 
126 Precedente citado: RE 570177. 
127 CF/1988: “Art. 5º (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; (...) Art. 142. 
As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e 
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-
se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) § 2º Não 
caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.” 
128 CF/1988: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: (...) II - os direitos dos 
usuários;” 
129 Precedente citado: ADI 5.575. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6051995
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=604553
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750833026
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754993565
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344718752&ext=.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=536171
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5028318
https://drive.google.com/file/d/1PyG1x0J7Wz46OB4hnQ7yeJxH3Rx7Wmc9/view?usp=sharing
 
64 
A competência para elaborar a lei de delegação do serviço público que tratará dos direitos dos usuários 
pertence ao ente federado dele titular. No entanto, essa lei cobrirá apenas os aspectos específicos da delegação, 
pois cabe à lei nacional fixar as normas gerais de concessão e permissão de serviços públicos (CF, art. 22, XXVII, 
e art. 175, caput)130. 
Ademais, as normas gerais sobre consumo, editadas pela União, não preveem qualquer restrição quanto 
aos tipos de débitos que possam ser inscritos nos bancos de dados e cadastros de consumidores [Código de Defesa 
do Consumidor (CDC), arts. 43 e 44]. Assim, nãoé razoável conceber que uma lei estadual possa estabelecer 
restrições quanto aos débitos que não podem ser inscritos em banco de dados ou cadastro de consumidores, criando 
situações não isonômicas em determinada região. O poder suplementar dos demais entes da federação apenas 
pormenorizam a questão, complementando-a, mas jamais alterando-a em sua essência ou mesmo estabelecendo 
regras incompatíveis com a norma131. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado na 
ação direta, para declarar a inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo único, da Lei 18.309/2009 do Estado de 
Minas Gerais132. 
ADI 6668/MG, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 11.2.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1043) 
 
Lei estadual: SAC e atendimento telefônico gratuito - ADI 4118/RJ 
 
 
Resumo: 
É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de televisão por assinatura e 
estabelecimentos comerciais de vendas no varejo e no atacado — que já possuam Serviço de Atendimento 
ao Consumidor (SAC) — a fornecerem atendimento telefônico gratuito a seus clientes. 
Sem que haja previsão normativa federal a desautorizar, o norte exegético do princípio federativo atrai 
solução que preserve a competência do ente federado menor à luz do art. 24 da Constituição Federal (CF)133. 
No que tange ao direito do consumidor, sob o viés do fortalecimento do “federalismo centrífugo”, não 
fere o modelo constitucional de repartição de competências legislação estadual supletiva do disposto na Lei 
8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), particularmente se orientada a ampliar a esfera protetiva do 
consumidor e limitados os seus efeitos ao espaço próprio do ente federado que a edita134. 
Sob o enfoque dos atuais contornos da repartição constitucional de competências — particularmente 
delineados pela evolução do federalismo de cooperação —, o exercício da competência concorrente está 
chancelado pelos §§ 1º e 2º do art. 24 da CF, haja vista o nítido caráter de suplementação do arcabouço jurídico 
protetivo das relações de consumo que a obrigação de gratuidade no serviço de atendimento telefônico traduz. 
 
130 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII - normas gerais de licitação e contratação, 
em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1°, III;” 
131 Precedente citado: ADI 3.623. 
132 Lei 18.309/2009 do Estado de Minas Gerais: “Art. 3º (…) Parágrafo único. É vedada a inscrição do nome do usuário dos 
serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em cadastro de proteção ao crédito, em razão de atraso no 
pagamento da conta.” 
133 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V – produção 
e consumo; (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 
2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º 
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for 
contrário.” 
134 Precedentes citados: ADI 5.462 e ADI 4.351. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6107506
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1043.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2341686
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4917577
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=3806258
https://drive.google.com/file/d/18_DqXTvjtWJHeIpuK9CBkw-F2w6cqqbV/view?usp=sharing
 
65 
Com esses entendimentos, o Plenário conheceu do pedido formulado em ação direta de 
inconstitucionalidade apenas quanto ao art. 1º da Lei 5.273/2008 do Estado do Rio de Janeiro135. No mérito, por 
maioria, julgou improcedente a pretensão. Vencidos os ministros Gilmar Mendes, André Mendonça e Nunes 
Marques. 
ADI 4118/RJ, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 25.2.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1045) 
 
Militares estaduais grevistas e anistia das infrações disciplinares - ADI 4869/DF 
 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros militares 
estaduais por infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por 
melhorias de vencimentos e de condições de trabalho. 
A anistia de competência da União há de recair sobre crimes. Em matéria de infrações disciplinares, cabe 
aos entes estaduais concedê-la a seus respectivos servidores, em face da autonomia que caracteriza a Federação 
brasileira136. Quanto aos bombeiros e policiais militares, a competência estadual é realçada nos arts. 42 e 144, § 
6º, da CF/1988137. 
Ademais, embora ocorridas situações similares em mais de um estado, a irresignação dos grevistas 
permaneceu direcionada às condições específicas de cada corporação, de modo que, não afastado o interesse 
regional, compete ao chefe do Poder Executivo correspondente, por imposição do princípio da simetria, a iniciativa 
de lei para tratar do tema138. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, na parte 
conhecida, a julgou procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “e as infrações disciplinares 
conexas”, constante na lei impugnada139. Por maioria, a Corte atribuiu à decisão eficácia ex nunc a contar da data 
de publicação da ata de julgamento. 
ADI 4869/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1056) 
 
 
135 Lei 5.273/2008-RJ: “Art. 1º Obrigam-se, no âmbito do território do Estado do Rio de Janeiro, as empresas de televisão por 
assinaturas (TV a Cabo), estabelecimentos comerciais de venda no varejo e atacado, que possuam serviço de atendimento ao 
consumidor - SAC, a colocarem à disposição de seus clientes atendimento telefônico gratuito, através do prefixo 0800, para 
efetuar reclamações, esclarecimento de dúvidas e prestação de outros serviços. Parágrafo único. A empresa que, visando atender 
o dispositivo desta Lei, divulgar, mas não disponibilizar efetivamente o serviço telefônico através do prefixo 0800, terá sua 
inscrição estadual cassada, após regular processo administrativo.” 
136 Precedente citado: ADI 4377. 
137 CF/1988: “Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base 
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 1º Aplicam-se aos militares dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art . 40, § 
9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as 
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (...) Art. 144. (...) § 6º As polícias militares e os corpos de 
bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais 
estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” 
138 Precedentes citados: ADI 341 e ADI 1440. 
139 Lei 12.505/2011: “Art. 2º A anistia de que trata esta Lei abrangeos crimes definidos no Decreto-Lei 1.001, de 21 de outubro 
de 1969 – Código Penal Militar, e na Lei 7.170, de 14 de dezembro de 1983 – Lei de Segurança Nacional, e as infrações 
disciplinares conexas, não incluindo os crimes definidos no Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e 
nas demais leis penais especiais.” 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2633282
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4319415
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759472007
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=612209
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630116
https://drive.google.com/file/d/1T2OrjcOnsExStNUF6QXxYvegAkunZR4b/view?usp=sharing
 
66 
Norma estadual e emenda parlamentar impositiva em lei orçamentária - ADI 6308/RR 
 
 
Resumo: 
 
São inconstitucionais emendas parlamentares estaduais de caráter impositivo em lei orçamentária 
anteriores à vigência das ECs 86/2015 e 100/2019. 
O constituinte do Estado de Roraima, ao inovar e tratar da execução de emendas parlamentares 
impositivas (individuais ou coletivas), não agiu dentro da competência suplementar permitida na seara da 
legislação concorrente140, uma vez que dispôs em sentido contrário às normas gerais federais que efetivamente já 
existiam à época sobre o tema e que não contemplavam o instituto141. 
Além disso, inexiste no ordenamento jurídico brasileiro a figura da constitucionalidade superveniente142, 
de modo que não há se falar na consequente convalidação das normas. 
Não cabe à Constituição estadual instituir a figura das programações orçamentárias impositivas 
fora das hipóteses previstas no regramento nacional143. 
A compreensão doutrinária e jurisprudencial anota que as normas da CF/1988 sobre processo legislativo 
em geral e processo legislativo das leis orçamentárias em especial são de reprodução obrigatória pelas 
Constituições estaduais, por força do princípio da simetria144. 
No caso, apesar de a CF/1988 ter passado a prever expressamente sobre o tema, fixou limites diferentes 
dos adotados pelo Estado roraimense. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, nessa 
parte, a julgou procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 113, §§ 3º, 3º-A, 4º, 6º, 7º, 8º e 9º, da 
Constituição do Estado de Roraima, acrescidos pelas Emendas Constitucionais 41/2014 e 61/2019, e, por 
arrastamento, do art. 24, §§ 1º, 2º, 4º, 5º e 6º, da Lei 1.327/2019 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e do art. 8º da 
Lei 1.371/2020 (Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2020), ambas do Estado de Roraima, mantidos os 
efeitos da cautelar no período em que vigeu. 
 
ADI 6308/RR, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 3.6.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1057) 
 
 
Obrigações impostas aos planos de saúde e competência legislativa privativa da União - ADI 
7029/PB 
 
 
ODS: 3 
Resumo: 
 
140 CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) I - direito 
tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da 
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” 
141 Precedente citado: ADI 6129 MC. 
142 Precedentes citados: ARE 683849 AgR; e RE 346084. 
143 Precedentes citados: ADI 5274; e ADI 2680. 
144 Precedente citado: ADI 422. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5848538
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1057.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752324188
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11745697
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=261096
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758430122
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752973149
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750738448
https://drive.google.com/file/d/1TxTZOUTDsMUwOtXXro36VP9nUV1ps_P9/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1kmRo4M_Vp1u6tLko8NJdpxp4yq37XWa5/view?usp=sharing
 
67 
É formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece obrigações referentes a serviço de 
assistência médico-hospitalar que interferem nas relações contratuais estabelecidas entre as operadoras de 
planos de saúde e seus usuários145. 
Esses temas são relativos a direito civil e concernem à política de seguros, matérias conferidas 
constitucionalmente à competência legislativa privativa da União, nos termos do art. 22, I e VII, da CF146. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em 
ação direta para declarar a inconstitucionalidade formal da Lei 11.782/2020 do Estado da Paraíba. 
ADI 7029/PB, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 6.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1053) 
 
Pessoas desaparecidas e divulgação de fotos em noticiários de TV e em jornais - ADI 5292/SC 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de crianças 
desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro. 
Na hipótese, a lei estadual invade a competência legislativa da União para dispor privativamente sobre 
radiodifusão de sons e imagens, em afronta ao previsto no art. 22, IV, da CF147 e 148. Além disso, cria obrigação à 
margem dos contratos de concessão dessas pessoas jurídicas com a União (poder concedente), em contrariedade 
ao art. 21, XII, da CF149 e 150. 
A lei estadual incide também em inconstitucionalidade material. Em primeiro lugar, porque estabelece 
indevida interferência na liberdade de agentes econômicos privados ao obrigar a veiculação de conteúdo nos 
jornais sediados no estado-membro, violando o princípio da livre iniciativa. Em segundo, porque ofende a 
liberdade de informação jornalística dos veículos de comunicação social, os quais, por disposição expressa do art. 
220 da CF151 não podem sofrer restrições pelo poder público. 
Nada obstante, há que se ressaltar que as leis nacionais que disciplinam a busca de pessoas desaparecidas, 
em especial crianças e adolescentes (Lei 12.127/2009), estabelecem instrumentos próprios de cooperação entre os 
entes federativos, facultada a importante contribuição de emissoras de rádio e televisão, mas sempre mediante 
convênio. Não há, pois, que se cogitar — como realizado pela lei estadual questionada — a imposição de 
divulgação de conteúdo por essas entidades em total desapego às regras de repartição de competência e de respeito 
à legislação nacional sobre a matéria. 
Combase nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado em ação 
direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei 16.576/2015 do Estado de Santa Catarina. 
 
145 Precedentes citados: ADI 5173; ADI 4701. 
146 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (…) VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;” 
147 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) IV - águas, energia, informática, telecomunicações 
e radiodifusão;” 
148 Precedentes citados: ADPF 335; ADPF 235. 
149 CF/1988: “Art. 21. Compete à União: (...) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) 
os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;” a) os serviços de radiodifusão 
sonora, e de sons e imagens;” 
150 Precedentes citados: ADI 3866; ADI 2337; ADI 6190; ADI 4477. 
151 CF/1988: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo 
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. §1º Nenhuma lei conterá dispositivo que 
possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado 
o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6304374
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751661303
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6573599
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757283687
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750668611
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750833022
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754130348
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754018727
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12977069
https://drive.google.com/file/d/1qAeT1xSmSZPzIf87FQcr4Ul-MpMGMhro/view?usp=sharing
 
68 
ADI 5292/SC, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1048) 
 
Prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário de passageiros e competência 
legislativa estadual - ADI 4289/DF 
 
 
Resumo: 
Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte 
rodoviário intermunicipal de passageiros. 
Isso porque incumbe aos estados, como titulares da exploração do transporte rodoviário intermunicipal152, 
a definição da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam influenciá-la, como o prazo de validade 
do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição153. Por ser o estado-membro aquele que arca com os custos 
decorrentes de eventual prazo de validade mais elastecido, não cabe à União interferir no poder de 
autoadministração do ente estadual quanto às concessões e permissões dos contratos de transporte rodoviário de 
passageiros intermunicipal, sob pena de afronta ao pacto federativo. 
Além disso, a norma impugnada gera uma situação regulatória inconsistente na qual os passageiros de 
determinado estado podem ser submetidos a tratamento diverso conforme o serviço de transporte utilizado, em 
afronta ao princípio da isonomia. 
Com esses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu da ação direta e, no mérito, julgou 
procedente o pedido nela formulado, para declarar a inconstitucionalidade parcial do art. 1º da Lei federal 
11.975/2009154, com redução de texto do vocábulo “intermunicipal”. 
ADI 4289/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 8.4.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1050) 
 
Serviço de telecomunicação e proibição de oferta e comercialização de serviço de valor 
adicionado - ADI 6199/PE 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional, por violar os arts. 21, XI, 22, IV, e 48, XII da CF/1988, norma estadual que 
proíbe concessionárias de serviços de telecomunicação de ofertarem e comercializarem serviço de valor 
adicionado (SVA)155. 
Embora o SVA não constitua propriamente serviço de telecomunicação, a proibição de sua oferta e 
comercialização acaba por interferir indiretamente na prestação dos serviços de telecomunicação, porque restringe 
 
152 Precedentes citados: ADI 1052; ARE 742929 AgR; RE 549549 AgR; ADI 845; ADI 2349; ADI 1191 MC; ADI 5677; ADI 
4212. 
153 CF/1988: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas 
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as 
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado.” 
154 Lei 11.975/2009: “Art. 1º Os bilhetes de passagens adquiridos no transporte coletivo rodoviário de passageiros 
intermunicipal, interestadual e internacional terão validade de 1 (um) ano, a partir da data de sua emissão, independentemente 
de estarem com data e horários marcados.” 
155 Precedentes citados: ADI 6068 e ADI 6124 ED. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4749466
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2696367
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1050.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837167
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=8332224
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=570629
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=513619
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=375381
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346883
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=758659795
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753445530
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753445530
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15343048900&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344605966&ext=.pdf
https://drive.google.com/file/d/1HmkUtF-AXq16m_yxPgXMnbuZP5fWWm_X/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1zOlcylpyMBUrA68KXuhQzMhYIVCcwzAo/view?usp=sharing
 
69 
o plano de negócio das empresas do setor, com possíveis prejuízos para o equilíbrio econômico-financeiro dos 
contratos de concessão. 
Com efeito, a comercialização do SVA pelas empresas de telecomunicação constitui importante fonte de 
receita alternativa ou acessória da concessionária, integrando-se, portanto, à estrutura econômico-financeira do 
contrato de concessão do serviço público. Esses recursos são indispensáveis para manter a modicidade das tarifas 
e a qualidade dos serviços. 
A regulamentação desse tipo de serviço ou de qualquer outro agregado, portanto, pode ser feita apenas 
pela União,em razão da sua íntima conexão econômica com o serviço de telecomunicação propriamente dito. 
Com base nesse entendimento, o Plenário julgou procedente o pedido formulado para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 16.600/2019 do Estado de Pernambuco. 
 
ADI 6199/PE, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 15.8.2022 (segunda-
feira), às 23:59 (INF 1063) 
 
Substituição de trabalhador privado em greve por servidor público - ADI 1164/DF 
 
 
Resumo: 
Não há vício de iniciativa de lei na edição de norma de origem parlamentar que proíba a 
substituição de trabalhador privado em greve por servidor público. 
No caso, ainda que a lei distrital impugnada156, de iniciativa parlamentar, esteja voltada ao funcionamento 
da Administração Pública, ela não se sobrepõe ao campo de discricionariedade política que a CF reservou, com 
exclusividade, ao governador, no que toca a dispor sobre a organização administrativa. 
Além disso, a norma revela-se harmônica com a CF, notadamente com os princípios do art. 37, caput, na 
medida em que permite a substituição nos estritos limites dos parâmetros federais aplicáveis157 e 158. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado em 
ação direta. 
ADI 1164/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 1º.4.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1049) 
4.3 DEFENSORIA PÚBLICA 
Constitucionalidade do poder de requisição da Defensoria Pública - ADI 6852/DF, ADI 
6862/PR, ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM, 
ADI 6875/RN 
 
 
 
156 Lei Orgânica do Distrito Federal: “Art. 19. (...) XX - ressalvada a legislação federal aplicável, ao servidor público do Distrito 
Federal é proibido substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em greve;” 
157 CF: “Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e 
sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre 
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.” 
158 Lei 8.112/1990: “Art. 117. Ao servidor é proibido: (...) XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5737323
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1063.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1604011
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1049.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117
https://drive.google.com/file/d/10DPpCoV1Gk4I2z0VQzkz8-8aecuD7PEx/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1t5FwoUZVz-jXm9rihAwSQKVY2SkIUk2Q/view?usp=sharing
 
70 
Resumo: 
A Defensoria Pública detém a prerrogativa de requisitar, de quaisquer autoridades públicas e de 
seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, 
esclarecimentos e demais providências necessárias à sua atuação. 
Delineado o papel atribuído à Defensoria Pública pela Constituição Federal (CF), resta evidente não se 
tratar de categoria equiparada à Advocacia, seja ela pública ou privada, estando, na realidade, mais próxima ao 
desenho institucional atribuído ao próprio Ministério Público. 
Ao conceder tal prerrogativa aos membros da Defensoria Pública, o legislador buscou propiciar condições 
materiais para o exercício de suas atribuições, não havendo que se falar em qualquer espécie de violação ao texto 
constitucional, mas, ao contrário, em sua densificação. Nesse sentido, a retirada da prerrogativa de requisição 
implicaria, na prática, a criação de obstáculo à atuação da Defensoria Pública, a comprometer sua função 
primordial, bem como a autonomia que lhe foi garantida. 
O Plenário, por maioria, em análise conjunta, julgou improcedentes os pedidos formulados em ações 
diretas. 
ADI 6852/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 
23:59 (INF 1045) 
ADI 6862/PR, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) às 
23:59 (INF 1045) 
ADI 6865/PB, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6867/ES, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6870/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6871/CE, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6872/AP, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6873/AM, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira) 
às 23:59 (INF 1045) 
ADI 6875/RN, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-
feira) às 23:59 (INF 1045) 
 
Defensoria pública estadual e poder de requisição - ADI 6860/MT; ADI 6861/PI e ADI 
6863/PE 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É constitucional lei complementar estadual que, desde que observados os parâmetros de 
razoabilidade e proporcionalidade, confere à Defensoria Pública a prerrogativa de requisitar, de quaisquer 
autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6181989
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188505
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188587
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188693
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189090
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189098
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189114
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdfhttp://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189115
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6189117
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/17PVwKcBrJjWzLWdyLlYBTP5in5y4vcnu/view?usp=sharing
 
71 
documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias ao exercício de suas 
atribuições. 
A moldura constitucional referente à Defensoria Pública foi significativamente alterada com a 
promulgação das ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, oportunidade na qual se expandiu o papel, a autonomia e a 
missão do órgão, aproximando-a do tratamento conferido ao Ministério Público159 160. 
Ausente qualquer vedação constitucional, aplica-se a teoria dos poderes implícitos, de modo que as 
normas impugnadas se revelam como opção político-normativa razoável e proporcional com o objetivo de 
viabilizar o efetivo exercício da missão constitucional do órgão. 
Além de conferir maior concretude aos princípios constitucionais da isonomia, do acesso à Justiça e da 
inafastabilidade da jurisdição, o poder de requisição propicia condições materiais para o exercício das atribuições 
das Defensorias Públicas estaduais. Todavia, ele não alcança dados cujo acesso dependa de autorização judicial, a 
exemplo dos protegidos pelo sigilo. 
Com base nesse entendimento — e ratificando solução anteriormente adotada (Informativo 1045) —, o 
Plenário, por unanimidade, em análise conjunta, julgou improcedentes as ações. 
ADI 6860/MT, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), 
às 23:59 (INF 1067) 
ADI 6861/PI, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), 
às 23:59 (INF 1067) 
ADI 6863/PE, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira), 
às 23:59 (INF 1067) 
 
Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais - ADI 4608/DF 
 
 
Resumo: 
É constitucional a norma federal que criou a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública nos estados-
membros e estabeleceu suas competências. 
Ao editar a Lei Complementar federal 80/1994, a União atuou conforme sua competência legislativa, pois 
se limitou a instituir diretrizes gerais sobre a organização e a estrutura da Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas 
estaduais, sem prever qualquer singularidade regional ou especificidade local. 
 
159 CF/1988: “Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, 
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. § 1º Lei complementar organizará a 
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos 
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus 
integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado 
do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas 
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 74, de 2013). § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a 
independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição 
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)”. 
160 Precedentes citados: ADI 6.852; ADI 6.875; ADI 6.865 e ADI 6.864. 
 
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188503
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188504
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6188584
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1067.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759942307
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759690738
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759916777
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=760597743
https://drive.google.com/file/d/1esKKm1dy-bYweJHOmBcgGEbb38Ul0o4x/view?usp=sharing
 
72 
Ademais, inexiste inconstitucionalidade na decisão estatal de instituir um órgão composto por agentes 
que satisfaçam determinados requisitos de capacidade técnica e institucional, com respeito aos princípios da 
razoabilidade e da obrigatoriedade de concurso público161. No caso, as atribuições que a lei conferiu aos seus 
membros estão em consonância com as que a Constituição previu para a criação de cargos em comissão162. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado. 
ADI 4608/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1054) 
 
Recriação de Assistência Jurídica da Justiça Militar - ADI 3152/CE 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional norma estadual que restabeleça, no âmbito do Poder Judiciário local, cargos de 
Advogado da Justiça Militar vocacionados a patrocinar a defesa gratuita de praças da Polícia Militar. 
Esse modelo não se coaduna com aquele implementado pela ordem constitucional inaugurada em 1988, 
o qual dispõe que a função de defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria à Defensoria 
Pública (CF, art. 134; LC 80/1994)163. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente o pedido formulado em 
ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 5º da Lei 12.832/1998 do Estado do Ceará. 
ADI 3152/CE, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 26.4.2022 (terça-feira), às 
23:59 (INF 1052) 
4.4 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
CNJ e transferência do sigilo de dados fiscais e bancários - ADI 4709/DF 
 
 
Resumo: 
É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais 
considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito 
determinado, desde que em processo regularmente instaurado mediante decisão fundamentada e baseada 
em indíciosconcretos da prática do ato. 
 
161 Precedente citado: ADI 2903. 
162 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...) V - as funções de 
confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento;” 
163 Precedentes citados: ADI 2903; ADI 3022. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4085250
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204767
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=548579
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=548579
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363282
https://drive.google.com/file/d/1e3WcRn_FYOB2za07Zen8-g8or96UdVsa/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1Yxf73KPQqqlRSjykklOoZifWDr3tX-ze/view?usp=sharing
 
73 
Embora constitucionalmente protegido, o sigilo de dados bancários e fiscais pode ser objeto de 
conformação legislativa devidamente justificada e ceder à consecução de fins públicos, com previsão de hipóteses 
de transferência no interior da Administração Pública164. 
Nesse contexto, a previsão regimental do CNJ165 encontra amparo na lógica da probidade patrimonial dos 
agentes públicos e a legitimidade da requisição por decisão singular do Corregedor, e não do Plenário, encontra 
justificativa na função constitucional por ele exercida, de fiscalização da integridade funcional do Poder Judiciário, 
em especial a idoneidade da magistratura nacional, que, por exercer a jurisdição — poder indispensável ao Estado 
democrático de direito —, lhe é exigida estrita observância dos princípios da Administração Pública e dos deveres 
funcionais respectivos. 
Contudo, é preciso assegurar a existência de garantias ao contribuinte, de modo que não há espaço para 
devassa ou varredura, buscas generalizadas e indiscriminadas na vida das pessoas, com o propósito de encontrar 
alguma irregularidade. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu em parte da ação e, na parte 
conhecida, julgou parcialmente procedente o pedido para conferir interpretação conforme a Constituição ao 
dispositivo impugnado. 
ADI 4709/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1056) 
 
Compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal - ADI 6649/DF e 
ADPF 695/DF 
 
 
ODS: 16 e 17 
Resumo: 
É legítimo, desde que observados alguns parâmetros, o compartilhamento de dados pessoais entre 
órgãos e entidades da Administração Pública federal, sem qualquer prejuízo da irrestrita observância dos 
princípios gerais e mecanismos de proteção elencados na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei 
13.709/2018) e dos direitos constitucionais à privacidade e proteção de dados. 
Consoante recente entendimento desta Corte, a proteção de dados pessoais e a autodeterminação 
informacional são direitos fundamentais autônomos, dos quais decorrem tutela jurídica específica e dimensão 
normativa própria. Assim, é necessária a instituição de controle efetivo e transparente da coleta, armazenamento, 
aproveitamento, transferência e compartilhamento desses dados, bem como o controle de políticas públicas que 
possam afetar substancialmente o direito fundamental à proteção de dados166. 
Na espécie, o Decreto 10.046/2019, da Presidência da República, dispõe sobre a governança no 
compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública federal e institui o Cadastro Base do Cidadão e 
o Comitê Central de Governança de Dados. 
Para a sua plena validade, é necessário que seu conteúdo seja interpretado em conformidade com a 
Constituição Federal, subtraindo do campo semântico da norma eventuais aplicações ou interpretações que 
conflitem com o direito fundamental à proteção de dados pessoais. 
 
164 Precedentes citados: RE 601314 (Tema 225 RG); ADI 2386; ADI 2390; ADI 2397; ADI 2859; e RE 1055941 (Tema 990 
RG). 
165 RI/CNJ: “Art. 8º Compete ao Corregedor Nacional de Justiça, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo 
Estatuto da Magistratura: (...) V - requisitar das autoridades fiscais, monetárias e de outras autoridades competentes 
informações, exames, perícias ou documentos, sigilosos ou não, imprescindíveis ao esclarecimento de processos ou 
procedimentos submetidos à sua apreciação, dando conhecimento ao Plenário;” 
166 Precedente citado: ADI 6.387 Ref-MC. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4185430
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1056.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6079238
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5938693
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11668355
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2689108&numeroProcesso=601314&classeProcesso=RE&numeroTema=225
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899835
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899857
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899949
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11899965
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755364496
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5213056&numeroProcesso=1055941&classeProcesso=RE&numeroTema=990
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5213056&numeroProcesso=1055941&classeProcesso=RE&numeroTema=990
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754357629
https://drive.google.com/file/d/12ePjzmZcinYfrxJ13OXmp2_pxfMb3o2V/view?usp=sharing
 
74 
Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedentes as ações, para 
conferir interpretação conforme a Constituição Federal ao Decreto 10.046/2019, nos seguintes termos: 
“1. O compartilhamento de dados pessoais entre órgãos e entidades da Administração 
Pública, pressupõe: a) eleição de propósitos legítimos, específicos e explícitos para o tratamento de 
dados (art. 6º, inciso I, da Lei 13.709/2018); b) compatibilidade do tratamento com as finalidades 
informadas (art. 6º, inciso II); c) limitação do compartilhamento ao mínimo necessário para o 
atendimento da finalidade informada (art. 6º, inciso III); bem como o cumprimento integral dos 
requisitos, garantias e procedimentos estabelecidos na Lei Geral de Proteção de Dados,Prazo para adequação ao sistema único e integrado de execução orçamentária - ADPF 
763/DF ............................................................................................................. 87 
4.9 ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ........................................................ 88 
Aplicabilidade das regras do Estatuto da Advocacia a advogados empregados públicos - 
ADI 3396/DF ................................................................................................... 88 
 
11 
Energia elétrica e regulamentação por medida provisória com posterior conversão em lei 
- ADI 3090/DF e ADI 3100/DF ........................................................................ 89 
4.10 ORDEM SOCIAL............................................................................................. 90 
Ação para o fornecimento de medicamentos: fármaco com registro na Anvisa e na União 
- RE 1286407 AgR-segundo/PR ....................................................................... 90 
Covid-19: educação e transferência de recursos para acesso à internet - ADI 6926/DF
 ......................................................................................................................... 90 
Educação infantil: dever estatal de garantir o atendimento em creche e pré-escola às 
crianças de até cinco anos de idade - RE 1008166/SC (Tema 548 RG) ............. 90 
FUNDEF/FUNDEB: precatório e pagamento de pessoal - ADPF 528/DF ...... 91 
Reserva de vagas para irmãos na mesma escola - ADI 7149/RJ ....................... 92 
Termo inicial da licença-maternidade e do salário-maternidade - ADI 6327/DF93 
4.11 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ....................................................................... 94 
Hipóteses constitucionais de intervenção estadual no município: rol taxativo - ADI 
6619/RO ........................................................................................................... 94 
4.12 ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ................................................................... 94 
Inconstitucionalidade do bloqueio e penhora de receitas públicas vinculadas a contratos 
de gestão firmados entre o Poder Público eentidades do terceiro setor - ADPF 1012/PA
 ......................................................................................................................... 94 
Liberdade de expressão e limites - AP 1044/DF................................................ 95 
4.13 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA ......................................... 96 
Desmembramento de municípios sem consulta plebiscitária e EC 57/2008 - RE 
614384/SE (Tema 559 RG) ............................................................................... 96 
4.14 PODER EXECUTIVO ...................................................................................... 97 
Chefe do Poder Executivo estadual: dupla vacância do cargo no último biênio do 
mandato - ADI 7137/SP e ADI 7142/AC .......................................................... 97 
4.15 PODER JUDICIÁRIO ...................................................................................... 97 
Conselho Nacional de Justiça e análise prévia de anteprojetos de lei de criação de cargos, 
funções e unidades judiciárias dos tribunais de justiça - ADI 5119/DF ............ 97 
Custas e emolumentos judiciais: majoração e criação de sanções processuais por ente 
estadual - ADI 7063/RJ .................................................................................... 98 
Tempo de serviço como critério de desempate para a promoção na carreira da 
magistratura - ADI 6772/AL ............................................................................ 99 
Transformação de juízos e juizados e definição de suas respectivas competências - ADI 
4235/RJ ............................................................................................................ 99 
 ........................................... Error! Bookmark not defined. 
https://drive.google.com/file/d/1BZpkbqwh0cCJP8ksR-BEwt8-GE-qE8kO/view?usp=share_link
 
12 
4.16 PROCESSO LEGISLATIVO ............................................................................ 99 
Extemporaneidade do veto presidencial - ADPF 893/DF ................................. 99 
Iniciativa de leis sobre a organização do Ministério Público estadual - ADI 400/ES
 ........................................................................................................................ 100 
Medida Provisória e recursos destinados a promoção da cultura e eventos - ADI 7232 
MC-Ref/DF ..................................................................................................... 101 
Processo legislativo para a autorização de alienação de ações de empresa estatal e 
obtenção de crédito para o custeio de despesas correntes de estado-membro - ADI 
5683/RJ ........................................................................................................... 101 
Proposições legislativas e adoção do rito de urgência - ADI 6968/DF ............. 102 
Quórum para aprovação de emendas constitucionais estaduais - ADI 6453/RO102 
4.17 REGIME DE PRECATÓRIOS ........................................................................ 103 
Cancelamento de precatórios e requisições de pequeno valor (RPV) federais não 
resgatados - ADI 5755/DF .............................................................................. 103 
4.18 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ............................................................ 104 
Competência da União para explorar e legislar sobre atividades nucleares - ADI 
6858/AM ......................................................................................................... 104 
Competência legislativa: instalação de antenas transmissoras de telefonia celular e 
ordenamento territorial - ARE 1370232/SP (Tema 1235 RG) .......................... 105 
Construção de instalações nucleares e de energia elétrica: imposição de exigências por 
norma estadual - ADI 7076/PR ....................................................................... 106 
Convocação de autoridades pela Assembleia Legislativa e princípio da simetria - ADI 
6640/PE e ADI 6645/AM................................................................................. 106 
COVID-19 e instituições de ensino: inadimplência, recusa de matrícula e competência 
legislativa - ADI 7104/RJ e ADI 7179/RJ ........................................................ 107 
Covid-19: indenização por incapacidade ou morte de profissionais da saúde em razão da 
pandemia - ADI 6970/DF ................................................................................ 108 
Covid-19: multa por descumprimento de cláusula de fidelidade contratual nos serviços 
de telecomunicações - ADI 7211/RJ ................................................................ 108 
Empresas de telefonia e internet: obrigatoriedade de inserção de mensagem nas faturas 
- ADI 6088/AM ............................................................................................... 109 
Exercício da competência comum para a proteção do meio ambiente - ADI 4757/DF
 ........................................................................................................................ 110 
Gratuidade de acesso às salas de cinemas para idosos - ARE 1307028 AgR/SP111 
Isenção de tarifas de água e esgoto: predominância de interesse local e competência 
legislativa - ADI 6912/MG .............................................................................. 112 
Lei estadual: militares estaduais e instituição de contribuição para custear serviços de 
saúde - ADI 5368/TO ...................................................................................... 113 
 
13 
Lei estadual: planos de saúde e limitação de tratamento para pessoas com deficiência - 
ADI 7172/RJ ................................................................................................... 114 
Lei estadual e depósitos judiciais eno que for 
compatível com o setor público. 
2. O compartilhamento de dados pessoais entre órgãos públicos pressupõe rigorosa 
observância do art. 23, inciso I, da Lei 13.709/2018, que determina seja dada a devida publicidade 
às hipóteses em que cada entidade governamental compartilha ou tem acesso a banco de dados 
pessoais, ‘fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os 
procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em veículos de fácil 
acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos’. 
3. O acesso de órgãos e entidades governamentais ao Cadastro Base do Cidadão fica 
condicionado ao atendimento integral das diretrizes acima arroladas, cabendo ao Comitê Central de 
Governança de Dados, no exercício das competências aludidas nos arts. 21, incisos VI, VII e VIII 
do Decreto 10.046/2019: 3.1. prever mecanismos rigorosos de controle de acesso ao Cadastro Base 
do Cidadão, o qual será limitado a órgãos e entidades que comprovarem real necessidade de acesso 
aos dados pessoais nele reunidos. Nesse sentido, a permissão de acesso somente poderá ser 
concedida para o alcance de propósitos legítimos, específicos e explícitos, sendo limitada a 
informações que sejam indispensáveis ao atendimento do interesse público, nos termos do art. 7º, 
inciso III, e art. 23, caput e inciso I, da Lei 13.709/2018; 3.2. justificar formal, prévia e 
minudentemente, à luz dos postulados da proporcionalidade, da razoabilidade e dos princípios gerais 
de proteção da LGPD, tanto a necessidade de inclusão de novos dados pessoais na base integradora 
(art. 21, inciso VII) como a escolha das bases temáticas que comporão o Cadastro Base do Cidadão 
(art. 21, inciso VIII); 3.3. instituir medidas de segurança compatíveis com os princípios de proteção 
da LGPD, em especial a criação de sistema eletrônico de registro de acesso, para efeito de 
responsabilização em caso de abuso. 
4. O compartilhamento de informações pessoais em atividades de inteligência observará o 
disposto em legislação específica e os parâmetros fixados no julgamento da ADI 6.529, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, quais sejam: (i) adoção de medidas proporcionais e estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público; (ii) instauração de procedimento administrativo formal, 
acompanhado de prévia e exaustiva motivação, para permitir o controle de legalidade pelo Poder 
Judiciário; (iii) utilização de sistemas eletrônicos de segurança e de registro de acesso, inclusive para 
efeito de responsabilização em caso de abuso; e (iv) observância dos princípios gerais de proteção e 
dos direitos do titular previstos na LGPD, no que for compatível com o exercício dessa função 
estatal. 
5. O tratamento de dados pessoais promovido por órgãos públicos ao arrepio dos 
parâmetros legais e constitucionais importará a responsabilidade civil do Estado pelos danos 
suportados pelos particulares, na forma dos arts. 42 e seguintes da Lei 13.709/2018, associada ao 
exercício do direito de regresso contra os servidores e agentes políticos responsáveis pelo ato ilícito, 
em caso de culpa ou dolo. 
6. A transgressão dolosa ao dever de publicidade estabelecido no art. 23, inciso I, da LGPD, 
fora das hipóteses constitucionais de sigilo, importará a responsabilização do agente estatal por ato 
de improbidade administrativa, nos termos do art. 11, inciso IV, da Lei 8.429/1992, sem prejuízo da 
aplicação das sanções disciplinares previstas nos estatutos dos servidores públicos federais, 
municipais e estaduais.” 
Por fim, o Tribunal declarou, com efeito pro futuro, a inconstitucionalidade do art. 22 do Decreto 
10.046/2019, preservando a atual estrutura do Comitê Central de Governança de Dados pelo prazo de 60 (sessenta) 
 
75 
dias, a contar da data de publicação da ata de julgamento, a fim de garantir ao Chefe do Poder Executivo prazo 
hábil para (i) atribuir ao órgão um perfil independente e plural, aberto à participação efetiva de representantes de 
outras instituições democráticas; e (ii) conferir aos seus integrantes garantias mínimas contra influências indevidas. 
Vencidos, parcialmente e nos termos de seus respectivos votos, os Ministros André Mendonça, Nunes Marques e 
Edson Fachin. 
ADI 6649/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 15.9.2022 (INF 1068) 
ADPF 695/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 15.9.2022 (INF 1068) 
 
 
 
 
 
Dia da Consciência Negra: instituição de feriado local por lei municipal - ADPF 634/SP 
 
 
ODS: 10 e 16 
 
Resumo: 
 
É constitucional a instituição, por lei municipal, de feriado local para a comemoração do Dia da 
Consciência Negra, a ser celebrado em 20 de novembro, em especial porque a data representa um símbolo de 
resistência cultural e configura ação afirmativa contra o preconceito racial. 
Sob múltiplos fundamentos constitucionais, a previsão do feriado assume inegável viés de fomento 
cultural como ação afirmativa em sentido amplo, de caráter compulsório, cujo respaldo constitucional deriva 
diretamente do disposto no art. 3º da Constituição Federal. Segundo o texto constitucional, a atuação comissiva do 
Poder Público há de ser implementada para combater quaisquer formas de discriminação, em especial pelo repúdio 
ao racismo (CF/1988, arts. 4º, VIII, e 5º, XLII) na promoção do bem de todos, objetivo fundamental da República 
Federativa do Brasil e competência comum das unidades federativas (CF/1988, art. 23, I e X). 
A consagração, pelo ente federado local, da data comemorativa de alta significação étnico-cultural como 
feriado, além de não destoar do teor da Lei federal 9.093/1995 (que dispõe sobre feriados), permite a reflexão 
sobre o tema, propicia o debate e preserva a memória, dando efetividade ao direito fundamental à cultura (CF/1988, 
art. 215, § 2º). Sob essa ótica, inexiste usurpação da competência da União para legislar sobre direito do trabalho, 
pois qualquer interpretação em sentido restritivo contrariaria o texto constitucional garantidor da autonomia 
municipal (CF/1988, art. 30, I)167 . 
Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, por unanimidade, converteu a apreciação da 
medida cautelar em julgamento de mérito, e, por maioria, conheceu parcialmente da ADPF — apenas quanto ao 
art. 9º da Lei 14.485/2007 do Município de São Paulo/SP 168 — e, nesta parte, a julgou procedente, para o fim de 
declarar constitucional o mencionado dispositivo. 
 
ADPF 634/SP, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 30.11.2022 (INF 1078) 
 
 
 
 
Lei da meia-entrada: entidades emitentes da CIE e liberdade de associação - ADI 5108/DF 
 
167 Precedentes citados: ADI 1276 MC; ADI 1276; RMS 26071; ADI 1946 MC; ADI 1946 e RE 251470. 
168 Lei 14.485/2007 do Município de São Paulo/SP: “Art. 9º Fica instituído o feriado municipal do Dia da Consciência Negra, 
a ser comemorado todos os dias 20 de novembro”. 
 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6079238
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5938693
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5815572
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5815572
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1078.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=346944
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=385467
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=506599
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347341
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266805http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=258081
https://youtu.be/E8tAw9h4ydU?t=1
https://youtu.be/_W4groz-AFI?t=1
https://youtu.be/5sVAvhUgWOw?t=1
https://youtu.be/H-gfG2yHU74?t=1
https://drive.google.com/file/d/1vraX2tzPGntXmGxNMzypgBSQAbBQqCgy/view?usp=sharing
https://youtu.be/F6EwIEBSk9o?t=1
https://youtu.be/hyu7HBk19cs?t=1
 
76 
 
 
Resumo: 
É inconstitucional exigir das entidades estudantis locais e regionais, legitimadas para a expedição 
da carteira de identidade estudantil (CIE), filiação às entidades de abrangência nacional. 
O dever de filiação instituído pela Lei 12.933/2013, “Lei da meia-entrada”, viola o princípio da liberdade 
de associação — que é visto como expressão da autonomia da vontade da pessoa natural ou jurídica 
(voluntariedade) —, pois importa em indevida intervenção direta do Estado na autonomia de entidade estudantil, 
que se vê obrigada a se associar a instituição não necessariamente alinhada a suas metas, princípios, diretrizes e 
interesses. 
Ademais, a interpretação teleológica e sistemática da norma denota que as “entidades estaduais e 
municipais” nela referidas restringem-se às caracterizadas como de representação estudantil. 
Admite-se a definição de um modelo único nacionalmente padronizado da CIE, desde que publicamente 
disponibilizado e fixados parâmetros razoáveis que não obstem o acesso pelas entidades com prerrogativa legal 
para sua emissão. 
A medida confere maior racionalidade ao sistema, porquanto facilita a fiscalização e o combate às fraudes. 
Assim, a escolha de certas entidades nacionais para a definição e disponibilização do modelo de CIE constitui 
opção legítima do legislador, em especial diante da enorme representatividade e relevância de suas atuações. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação direta. 
ADI 5108/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1048) 
 
Liberdade de expressão e imunidade parlamentar - Pet 8242 AgR/DF, Pet 8259 AgR/DF, Pet 
8262 AgR/DF, Pet 8263 AgR/DF, Pet 8267 AgR/DF e Pet 8366 AgR/DF 
 
 
Resumo: 
A liberdade de expressão não alcança a prática de discursos dolosos, com intuito manifestamente 
difamatório, de juízos depreciativos de mero valor, de injúrias em razão da forma ou de críticas aviltantes. 
É possível vislumbrar restrições à livre manifestação de ideias, inclusive mediante a aplicação da lei penal, 
em atos, discursos ou ações que envolvam, por exemplo, a pedofilia, nos casos de discursos que incitem a violência 
ou quando se tratar de discurso com intuito manifestamente difamatório. 
A garantia da imunidade parlamentar não alcança os atos praticados sem claro nexo de vinculação 
recíproca entre o discurso e o desempenho das funções parlamentares. 
Isso porque as garantias dos membros do Parlamento são vislumbradas sob uma perspectiva funcional, 
ou seja, de proteção apenas das funções consideradas essenciais aos integrantes do Poder Legislativo, 
independentemente de onde elas sejam exercidas. 
No caso, os discursos proferidos pelo querelado teriam sido proferidos com nítido caráter injurioso e 
difamatório, de forma manifestamente dolosa, sem qualquer hipótese de prévia provocação ou retorsão imediata 
capaz de excluir a tipificação, em tese, dos atos descritos nas queixas-crimes. 
Com base nesses entendimentos, a Segunda Turma, por maioria, ao dar provimento a agravos regimentais, 
recebeu queixas-crimes pelos delitos dos arts. 139 e 140 do Código Penal. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4553229
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224
https://drive.google.com/file/d/1zoT0sGGMOBBWMGKAXVduqJOxQAPjFXju/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1fpVZu1ZxtgLSEfQj5PIKmZoaxw_9CGqM/view?usp=sharing
 
77 
Pet 8242 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
Pet 8259 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
Pet 8262 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
Pet 8263 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
Pet 8267 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
Pet 8366 AgR/DF, relator Ministro Celso de Mello, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, 
julgamento em 3.5.2022 (INF 1053) 
 
Plano de redução de letalidade policial e controle de violações de direitos humanos - ADPF 
635 MC-ED/RJ 
 
 
Resumo: 
O Estado do Rio de Janeiro deve elaborar, no prazo máximo de 90 dias, um plano para redução da 
letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas forças de segurança, que apresente 
medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários para a sua implementação. 
Nesse mesmo sentido, até que plano mais abrangente seja formulado, o emprego e a fiscalização da 
legalidade do uso da força devem ser feitos à luz dos “Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas 
de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei”, com todos os desdobramentos daí derivados. 
Desse modo, cabe às forças de segurança a análise, diante das situações concretas, da proporcionalidade e da 
excepcionalidade do uso da força, servindo os princípios como guias para o exame das justificativas apresentadas 
a fortiori. 
Portanto, o uso da força letal por agentes de Estado só se justifica quando, ressalvada a ineficácia da 
elevação gradativa do nível da força empregada para neutralizar a situação de risco ou de violência, exauridos os 
demais meios, inclusive os de armas não-letais, e necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério, 
decorrente de uma ameaça concreta e iminente. 
Ademais, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, é imperiosa a necessidade de dar prioridade 
absoluta às investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou adolescentes. 
Além disso, a fim de resguardar o direito à vida, deve-se reconhecer a obrigatoriedade de disponibilização 
de ambulâncias em operações policiais previamente planejadas em que haja a possibilidade de confrontos armados. 
De igual modo, no caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de 
Janeiro, devem ser observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade: (i) a 
diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada somente durante o dia, 
vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite; (ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, 
pode ter por base denúncia anônima; (iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de 
auto circunstanciado, que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por 
ato infracional e ser remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e (iv) 
a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5719092http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727683
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727770
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5727772
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5730939
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5765224
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1053.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502
https://drive.google.com/file/d/1c2JRM76wKaS0_ydxTdjqDym3Surr3wzI/view?usp=sharing
 
78 
Por fim, o Estado do Rio de Janeiro deve, no prazo máximo de 180 dias, instalar equipamentos de GPS e 
sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o 
posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos. 
Com base nesses e em outros fundamentos, o Plenário acolheu parcialmente embargos de declaração em 
medida cautelar em arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
ADPF 635 MC-ED/RJ, relator Ministro Edson Fachin, julgamento em 2 e 3.2.2022 (INF 1042) 
 
Produção de relatórios de inteligência e vinculação ao interesse público - ADPF 722/DF 
 
 
ODS: 8 e 16 
Resumo: 
Os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência, conquanto necessários para a segurança pública, 
segurança nacional e garantia de cumprimento eficiente dos deveres do Estado, devem operar com estrita 
vinculação ao interesse público, observância aos valores democráticos e respeito aos direitos e garantias 
fundamentais. 
Nesse contexto, caracterizam desvio de finalidade e abuso de poder a colheita, a produção e o 
compartilhamento de dados, informações e conhecimentos específicos para satisfazer interesse privado de órgão 
ou de agente público169. 
Na hipótese, a utilização da máquina estatal para a colheita de informações de servidores com postura 
política contrária ao governo caracteriza desvio de finalidade e afronta aos direitos fundamentais da livre 
manifestação do pensamento, da privacidade, reunião e associação, aos quais deve ser conferida máxima 
efetividade, pois essenciais ao regime democrático. 
Ademais, os órgãos de inteligência de qualquer nível hierárquico de qualquer dos Poderes do Estado, 
embora sujeitos ao controle externo realizado pelo Poder Legislativo170, submetem-se também ao crivo do Poder 
Judiciário, em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição171. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido para confirmar a 
medida cautelar e declarar inconstitucionais atos do Ministério da Justiça e Segurança Pública de produção ou 
compartilhamento de informações sobre a vida pessoal, as escolhas pessoais e políticas, e as práticas cívicas de 
cidadãos, servidores públicos federais, estaduais e municipais identificados como integrantes de movimento 
político, professores universitários e quaisquer outros que, atuando nos limites da legalidade, exerçam seus direitos 
de livremente expressar-se, reunir-se e associar-se. 
ADPF 722/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 13.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1054) 
 
Produtos fumígenos: restrições à publicidade e inserção de advertências sanitárias nas 
embalagens - ADI 3311/DF 
 
 
169 Precedentes citados: ADI 6529; ADI 5468; e ADI 4451. 
170 Lei 9.883/1999: “Art. 6º O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder 
Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional;” 
171 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;” 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5967354
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1054.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=757870910
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13269137
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749287337
https://drive.google.com/file/d/1AG7eHDn3Adc7eg_J1jLJEUek8GyLeuDu/view?usp=sharing
 
79 
 
ODS: 3 
Resumo: 
Não viola o texto constitucional a imposição legal de restrições à publicidade de produtos fumígenos 
e de inserção de advertências sanitárias em suas embalagens quando se revelarem adequadas, necessárias e 
proporcionais para alcançar a finalidade de reduzir o fumo e o consumo do tabaco, hábitos que constituem 
perigo à saúde pública. 
A propaganda comercial, embora protegida enquanto direito fundamental ─ eis que abrangida pelas 
liberdades de expressão e comunicação (CF/1988, art. 5º, IV e IX) ─ sujeita-se a restrições, desde que 
proporcionais, no cotejo com a proteção de outros valores públicos172. 
Por sua vez, a atividade empresarial, inclusive a publicitária, submete-se aos princípios da ordem 
econômica, razão pela qual deve dialogar com a concretização dos demais valores públicos e a proteção dos 
direitos fundamentais potencialmente colidentes173. 
Nesse contexto, o próprio texto constitucional explicita a possibilidade e a importância das limitações 
publicitárias de produtos notadamente nocivos174. 
Na espécie, a imposição das referidas medidas visa conferir efetividade às políticas públicas de combate 
ao fumo e de controle do tabaco, desestimulando o seu consumo com o fim de proteger a saúde pública e 
concretizar a proteção do consumidor em sua dimensão informativa, possibilitando-o a refletir sobre a prática 
(CF/1988, art. 5º, XIV e XXXII, e art. 170, V). 
Prevalece, portanto, a tutela da saúde (CF/1988, art. 6º), inclusive à luz da proteção prioritária da criança 
e do adolescente (CF/1988, art. 227), sendo certo que as medidas limitam a livre iniciativa, na dimensão expressiva 
e comunicativa, visando concretizar os objetivos fundamentais da República (CF/1988, art. 3º). 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação. Impedidos os 
Ministros Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia. 
ADI 3311/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022 (terça-feira) às 
23:59 (INF 1068) 
 
Remanejamento de cargos em comissão de peritos do MNPCT, fragilização do combate à 
tortura no País e abuso do poder regulamentar - ADPF 607/DF 
 
 
Resumo: 
São indevidos, mediante decreto, o remanejamento doscargos em comissão destinados aos peritos 
do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), a exoneração de seus ocupantes e a 
transformação dessa atividade em prestação de serviço público relevante não remunerado. 
 
172 Precedente citado: RE 511961. 
173 Precedente citado: ADI 4306. 
174 CF/1988: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo 
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (...) § 4º A propaganda comercial de 
tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do 
parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.” 
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2246660
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1068.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=605643
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752030324
https://drive.google.com/file/d/1nHzwyMoOSO4lNXpD3iJd7DJ2T2Sd6a6I/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1ZM4-BrYKmCQQ6r3s4XSu2-vP6RFHwqJg/view?usp=sharing
 
80 
Tais medidas, implementadas por meio de ato infralegal (Decreto 9.813/2019)175, levam ao esvaziamento 
de políticas públicas previstas na Lei 12.847/2013, o que importa em abuso do poder regulamentar e, por 
conseguinte, desrespeito à separação dos Poderes. 
Na espécie, a violação se mostra especialmente grave, diante do potencial desmonte de órgão cuja 
competência é a prevenção e o combate à tortura. A transformação da atividade em serviço público não remunerado 
impossibilita que o trabalho seja feito com dedicação integral e desestimula profissionais especializados a 
integrarem o corpo técnico do órgão. 
Ademais, essas medidas colocam o Brasil em situação de descumprimento de obrigação assumida perante 
a comunidade internacional e internalizada no âmbito do ordenamento jurídico pátrio, pois vai de encontro à 
disciplina do Protocolo Facultativo à Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes (Decreto 6.085/2007), mediante o qual o País se obrigou “a tornar disponíveis todos 
os recursos necessários para o funcionamento dos mecanismos preventivos nacionais”. 
Com base nesse entendimento, o Plenário declarou a inconstitucionalidade dos arts. 1º, 2º (por 
arrastamento), 3º e 4º, este último na parte em que altera o § 5º do art. 10 do Decreto 8.154/2013, todos do Decreto 
9.831/2019 (1), bem como da expressão “designados” do caput do mencionado art. 10 do Decreto 8.154/2013, 
conferindo interpretação conforme ao dispositivo para que se entenda que os peritos do MNPCT devem ser 
nomeados para cargo em comissão, devendo, por consequência dessa decisão, ser restabelecida a destinação de 11 
cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS 102.4 — ou cargo equivalente — aos 
peritos do MNPCT, garantida a respectiva remuneração. 
ADPF 607/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 25.3.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1048) 
 
Reserva de assentos especiais para pessoas obesas - ADI 2477/PR e ADI 2572/PR 
 
 
ODS: 10 e 11 
Resumo: 
É constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados por pessoas 
obesas, correspondente a 3% dos lugares em salas de projeções, teatros e espaços culturais localizados em 
seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. 
A norma estadual impugnada tem como objeto a promoção da igualdade, com a finalidade de dispor sobre 
o acesso, de maneira digna, a meios de transporte público e salas de projeções, teatros, espaços culturais. Inexiste 
qualquer relação com a competência privativa da União referente à regulação de trânsito e transporte (CF/1988, 
art. 22, IX), de modo que a política de inclusão adotada se enquadra na competência concorrente da União, estados 
e municípios para promover o acesso à cultura, ao esporte e ao lazer (CF/1988, arts. 6º, 23, V, 24, IX, 215 e 217, 
§ 3º)176. 
 
175 Decreto 9.831/2019: “Art. 1º Ficam remanejados, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para a 
Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, na 
forma do Anexo I, onze cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS 102.4. Art. 2º O Anexo II 
ao Decreto nº 9.673, de 2 de janeiro de 2019, passa a vigorar com as alterações constantes do Anexo II a este Decreto. Art. 3º 
Os ocupantes dos cargos em comissão que deixam de existir na Estrutura Regimental do Ministério da Mulher, da Família e 
dos Direitos Humanos por força deste Decreto ficam automaticamente exonerados. Art. 4º O Decreto nº 8.154, de 16 de 
dezembro de 2013, passa a vigorar com as seguintes alterações: (…) Art. 10. O MNPCT, órgão integrante da estrutura do 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, será composto por onze peritos, escolhidos pelo CNPCT e 
designados por ato do Presidente da República, com mandato de três anos, admitida uma recondução por igual período. (…) § 
5º A participação no MNPCT será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.” 
176 Precedente citado: ADI 903. 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5741167
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1048.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5236160
https://drive.google.com/file/d/1wfu_m90ZhlsHfmKeLwoyMnZoMmaCBboT/view?usp=sharing
 
81 
No tocante ao aspecto material, a quantidade de assentos reservados na lei estadual foi estabelecida em 
percentual razoável, estando de acordo com a realidade brasileira e garantindo uma ocupação digna e confortável 
às pessoas com obesidade, além de proteção adequada, necessária e proporcional para o atendimento desse público. 
Ademais, a medida disposta na lei não invalida os conteúdos dos princípios do valor social do trabalho, da livre 
iniciativa, da igualdade e da proteção da ordem econômica, mas, ao contrário disso, os pondera com o princípio 
da dignidade da pessoa humana. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedentes ambas as ações, para 
assentar a constitucionalidade da reserva de assentos prevista na Lei 13.132/2001 do Estado do Paraná177. 
ADI 2477/PR, relator Ministro. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1073) 
ADI 2572/PR, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 21.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1073) 
 
Resolução do TSE e enfrentamento à desinformação no processo eleitoral - ADI 7261 MC/DF 
 
 
ODS: 16 
 
Resumo: 
 
 A Resolução 23.714/2022 do TSE — que dispõe sobre o enfrentamento à desinformação 
atentatória à integridade do processo eleitoral — não exorbita o âmbito da sua competência normativa e 
tampouco impõe censura ou restrição a meio de comunicação ou linha editorial da mídia impressa e 
eletrônica. 
Na hipótese, em análise perfunctória de medida cautelar, pode-se afirmar que a competência normativa 
do TSE foi exercida noslimites de sua missão institucional e de seu poder de polícia, considerada, sobretudo, a 
ausência de previsão normativa constante da Lei Geral das Eleições (Lei 9.504/1997), em relação à reconhecida 
proliferação de notícias falsas, com aptidão para contaminar o espaço público e influir indevidamente na vontade 
dos eleitores. 
Nesse contexto, o direito à liberdade de expressão pode ceder, em concreto, no caso em que ela for usada 
para erodir a confiança e a legitimidade da lisura político-eleitoral. Trata-se de cedência específica, analisada à luz 
da violação concreta das regras eleitorais e não de censura prévia e anterior. 
Eventual restrição se aplica apenas àquele discurso que, por sua falsidade patente, descontrole e circulação 
massiva, atinge gravemente o processo eleitoral. 
 Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a decisão que indeferiu a 
medida cautelar em ação direta. 
 
ADI 7261 MC/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 25.10.2022 (terça-
feira), às 23:59 (INF 1074) 
 
Restrições legais ao consumo de bebidas alcóolicas e condução de veículos automotivos - RE 
1224374/RS (Tema 1079 RG), ADI 4017/DF e ADI 4103/DF 
 
 
177 Lei 13.132/2001 do Estado do Paraná: “Art. 1º. As salas de projeções, teatros e os espaços culturais no Estado do Paraná 
que utilizam assentos para platéia, deverão reservar 3% (três por cento) desses lugares para utilização por pessoas obesas. Art. 
2º. As empresas concessionárias de transporte coletivo municipal e intermunicipal com sede no Estado do Paraná, deverão 
reservar no mínimo 02 (dois) lugares em cada veículo, para atendimento do disposto nesta lei. Art. 3º. Os lugares reservados 
de que tratam os artigos anteriores, consistirão em assentos especiais, de forma a garantir o conforto físico compatível para as 
pessoas objeto desta lei. Art. 4º. Os responsáveis pelos decretos abrangidos pelas obrigações impostas por esta lei terão o prazo 
de 120 (cento e vinte) dias, contados de sua publicação, para adequarem-se aos preceitos nela contidos. Art. 5º. O Poder 
Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 90 (noventa) dias, contados de sua publicação. Art. 6º. Esta lei entrará em 
vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1956662
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1984268
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6507787
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361
https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2593474
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2628419
https://drive.google.com/file/d/1SrmxHZcDk6uZypxjZ_FXFPfiIRl2lV85/view?usp=share_link
 
82 
 
ODS: 3, 4, 8, 10, 11 e 16 
Tese fixada: 
“Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao condutor 
de veículo automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir a 
influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de 
Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei 13.281/2016)” 
Resumo: 
É inadmissível qualquer nível de alcoolemia por condutores de veículos automotivos. 
A premissa de que a “Lei Seca” pune na mesma intensidade condutores responsáveis e irresponsáveis não 
se mostra correta, em face da inexistência de um nível seguro de “alcoolemia”. Assim, deixa de ser considerado 
responsável também todo condutor de veículo que dirige após a ingestão de qualquer quantidade de álcool. A 
norma, nesse sentido, se caracteriza como adequada, necessária e proporcional. 
A eventual recusa de motoristas na realização de “teste do bafômetro”, ou dos demais procedimentos 
previstos no CTB para aferição da influência de álcool ou outras drogas, por não encontrar abrigo no princípio da 
não autoincriminação, permite a aplicação de multa e a retenção/apreensão da CNH validamente. 
Isso porque não existem consequências penais ou processuais impostas diante da recusa na realização do 
“teste do bafômetro” (etilômetro) ou dos demais procedimentos previstos nos artigos 165-A e 277, §§ 2º e 3º, do 
CTB. 
Nesses termos, a imposição de restrições de direitos, decorrente da recusa do motorista em realizar os 
testes de alcoolemia previstos em lei178, revela-se meio adequado, necessário e proporcional em sentido estrito 
para a efetivação, em maior medida, de outros princípios fundamentais como a vida e a segurança no trânsito, sem 
que acarrete qualquer violação à dignidade da pessoa humana. Isso se circunscreve ao espaço de conformação do 
legislador no desenho de políticas públicas. 
São constitucionais as normas que estabelecem a proibição da venda de bebidas alcóolicas em rodovias 
federais (Lei 11.705/2008, art. 2º)179. 
 Com base nesses entendimentos, o Plenário, ao apreciar o Tema 1079 da repercussão geral, por 
unanimidade, deu provimento ao recurso extraordinário e, por maioria, julgou improcedentes os pedidos 
formulados nas ações diretas de inconstitucionalidade. 
RE 1224374/RS, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) 
ADI 4017/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) 
ADI 4103/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 18 e 19.5.2022 (INF 1055) 
 
 
Saúde pública: financiamento federal e alteração da forma de cálculo dos recursos mínimos 
aplicados pela União - ADI 5595/DF 
 
ODS: 3, 16 e 17 
 
178 CTB: “Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar 
influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (...)” 
179 Lei 11.705/2008: “Art. 2º São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio 
com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local.” 
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5796390&numeroProcesso=1240999&classeProcesso=RE&numeroTema=1079
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5742361
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2593474
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2628419
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/
https://drive.google.com/file/d/1hqaH4Tx4oyMHje5y_VZCqy8S32h1I9T6/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1acdEgBYguIE76VBvnu03Lvz3pgXrm1HV/view?usp=sharinghttps://www.youtube.com/watch?v=24Rn9nRj77g&list=PLippyY19Z47tTQ-fOA0zKzZAPM3kYonC2&index=4
https://www.youtube.com/watch?v=jWNN6-vFV3A&list=PLippyY19Z47tTQ-fOA0zKzZAPM3kYonC2&index=2
 
83 
Resumo: 
São constitucionais — por não violarem o direito à saúde — os arts. 2º e 3º da EC 86/2015 (“Emenda 
do Orçamento Impositivo”), os quais alteraram a forma de cálculo dos recursos mínimos aplicados 
anualmente, pela União, em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) mediante a instituição de subpisos 
anuais progressivos, neles incluída a parcela oriunda das receitas de “royalties” de petróleo e de gás natural. 
Não há comprovação de que a mudança dos parâmetros para a definição do patamar mínimo referente ao 
financiamento federal desfigura o núcleo essencial de direito fundamental, notadamente do direito à saúde, mesmo 
sob a ótica da vedação ao retrocesso social, visto ser admitida a regulamentação desses direitos por critérios 
escolhidos pelo legislador ordinário. 
Nesse contexto, inexiste violação à cláusula pétrea, pois não há como recusar ao legislador constituinte 
derivado reformador a possibilidade de inovar na matéria se o próprio legislador ordinário tem competência para 
regular o financiamento da saúde pública, fixando e reavaliando periodicamente os patamares mínimos de 
investimento. 
Além disso, a opção do legislador constituinte ponderou a necessidade de manutenção de políticas estatais 
contínuas e abrangentes na área da saúde. Tanto é assim que a progressividade dos índices previstos pela EC revela 
convergência com o compromisso exigido pela própria Constituição Federal de maior esforço fiscal do Estado em 
favor dos serviços públicos de saúde. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, conheceu integralmente da ação e, no mérito, a 
julgou improcedente, assentando a constitucionalidade dos arts. 2º e 3º da EC 86/2015180. 
ADI 5595/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Ministro Alexandre de Moraes, 
julgamento virtual finalizado em 17.10.2022 (segunda-feira), às 23:59 (INF 1073) 
Transporte coletivo interestadual: gratuidade e redução de tarifa para jovens de baixa renda 
- ADI 5657/DF 
 
ODS: 10, 11, 16 e 17 
Resumo: 
É constitucional — por não ofender o direito de propriedade e os princípios da ordem econômica e 
do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos — lei federal que determina a reserva, 
por veículo, de duas vagas gratuitas e, após estas esgotarem, de duas vagas com tarifa reduzida em, no 
mínimo, 50%, para serem utilizadas por jovens de baixa renda no sistema de transporte coletivo 
interestadual de passageiros. 
A norma impugnada concretiza o direito ao transporte a um grupo vulnerável, economicamente e 
constitucionalmente tutelado, atribuindo ao poder regulamentar a definição dos procedimentos e critérios para o 
seu exercício. Nesse contexto, a gratuidade dos hipossuficientes ao transporte interestadual de passageiros 
assegura-lhes a liberdade de locomoção, mecanismo instrumental de concretização de acesso a outros direitos 
 
180 EC 86/2015: “Art. 2º O disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal será cumprido progressivamente, 
garantidos, no mínimo: I – 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente líquida no primeiro exercício 
financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; II – 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) 
da receita corrente líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; III – 
14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receita corrente líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da 
promulgação desta Emenda Constitucional; IV – 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida 
no quarto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; V – 15% (quinze por cento) da 
receita corrente líquida no quinto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional. Art. 3º 
As despesas com ações e serviços públicos de saúde custeados com a parcela da União oriunda da participação no resultado ou 
da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, de que trata o § 1º do art. 20 da Constituição Federal, 
serão computadas para fins de cumprimento do disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5056708
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1073.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5132862
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/1qE9F2p3gmiYuUfkNtCsfEKuC8NWg5ox4/view?usp=share_link
 
84 
básicos, além das externalidades positivas de âmbito social, como a maior integração nacional e o desenvolvimento 
regional181. 
Ademais, a Constituição Federal preceitua que a livre iniciativa e a propriedade privada devem ser 
compatibilizadas com o objetivo de redução das desigualdades regionais e sociais, de forma a assegurar existência 
digna a todos, conforme os ditames da justiça social. Com efeito, o Estado — desde que não acarrete ônus 
excessivos aos atores privados, em especial no caso de contratos administrativos — pode intervir na ordem 
econômica para assegurar o gozo de direitos fundamentais de pessoas em condição de fragilidade econômica e 
social, implementando políticas públicas que estabeleçam meios para a consecução da igualdade de oportunidades 
e da humanização das relações sociais, e dando concretude aos valores da cidadania e da dignidade da pessoa 
humana182. 
No caso, a reserva das gratuidades e dos benefícios tarifários legalmente instituídos não implica ônus 
desproporcional às empresas prestadoras do serviço público de transporte coletivo interestadual de passageiros, 
tendo em vista que o conjunto normativo relativo à matéria contempla mecanismos de correção de eventual 
desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente a ação para declarar 
a constitucionalidade do art. 32 da Lei 12.852/2013 (Estatuto da Juventude)183. 
ADI 5657/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento em 16 e 17.11.2022 (INF 1076) 
 
 
 
4.5 EDUCAÇÃO BÁSICA 
COVID-19: Realocação de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à 
pandemia do novo coronavírus - ADI 6490/PI 
 
Resumo: 
É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de recursos vinculados ao FUNDEB para 
ações de combate à pandemia do novo coronavírus (COVID-19). 
Os precedentes da Corte184 são firmes quanto à impossibilidade do uso dos recursos do FUNDEB para 
gastos não relacionados à educação, pois possuem destinação vinculada a finalidades específicas, todas voltadas 
exclusivamente à área educacional. Portanto, ainda que se reconheça a gravidade da pandemia da COVID-19 e os 
seus impactos na economia e nas finanças públicas, nada justifica o emprego de verba constitucionalmente 
vinculada à manutenção e desenvolvimento do ensino básico para fins diversos da que ela se destina. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu da ação direta e, no mérito, julgou 
improcedente o pedido. 
 
181 Precedentes citados: ADI 2477; ADI 1052 e ADI 6474. 
182 Precedentes citados: ADI 2649; ADI 3768, ADI 1950; ADI 319 QO; ADI 1407 MC e ADI 2733. 
183 Lei 12.852/2013: “Art. 32. No sistema de transporte coletivo interestadual, observar-se-á, nos termos da legislação 
específica: I – a reservade 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para jovens de baixa renda; II – a reserva de 2 (duas) vagas por 
veículo com desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os jovens de baixa renda, a serem 
utilizadas após esgotadas as vagas previstas no inciso I. Parágrafo único. Os procedimentos e os critérios para o exercício dos 
direitos previstos nos incisos I e II serão definidos em regulamento.” 
184 Precedentes: ACO 648; ARE 1066281 AgR; ARE 1272638 AgR; RE 1122970 ED-AgR; STP 66; STP 68 AgR; STP 88 
AgR; e ADI 5719. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5132862
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15354886688&ext=.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837167
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=764230299
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=555517
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491812
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266808
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=918
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347037
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266908
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14474659
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748719207
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754274637
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=754274639
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752647016
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753837244
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753823192
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753823192
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753757142
https://drive.google.com/file/d/1U1J2gG6FLPDqy7IUX3mHcSx4AUOKCK8k/view?usp=sharing
https://youtu.be/t5D6rpRmy5o?t=1
https://youtu.be/9yhLxPn9JuM?t=1
https://youtu.be/H2w1kS5Qe3s?t=1
 
85 
ADI 6490/PI, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1044) 
4.6 ÍNDIOS 
Proteção territorial em terras indígenas não homologadas - ADPF 709 MC-segunda-Ref/DF 
 
Resumo: 
É necessário que a União e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) executem e implementem 
atividade de proteção territorial nas terras indígenas, independentemente de sua homologação. 
Nos termos do art. 231 da Constituição Federal (CF/1988)185, a União tem o dever (e não a escolha) de 
demarcar as terras indígenas. No caso, a não homologação das demarcações dessas terras deriva de inércia 
deliberada do Poder Público, em afronta ao direito originário dos índios. 
Ademais, ao afastar a proteção territorial em terras não homologadas, a FUNAI sinaliza a invasores que 
a União se absterá de combater atuações irregulares em tais áreas, o que pode constituir um convite à invasão de 
terras que são sabidamente cobiçadas por grileiros e madeireiros, bem como à prática de ilícitos de toda ordem. 
Além disso, a suspensão da proteção territorial abre caminho para que terceiros passem a ali transitar, o que põe 
em risco a saúde dessas comunidades, expondo-as a eventual contágio por COVID-19 e outras enfermidades. 
Com base nesse entendimento, o Plenário ratificou a medida cautelar já concedida para determinar: (i) a 
suspensão imediata dos efeitos do Ofício Circular 18/2021/CGMT/DPT/FUNAI e do parecer 00013/2021/COAF-
CONS/PFE-FUNAI/PGF/AGU; e (ii) a implementação de atividade de proteção territorial nas terras indígenas 
pela FUNAI, independentemente de estarem homologadas. O ministro André Mendonça acompanhou o voto do 
relator com ressalvas. 
ADPF 709 MC-segunda-Ref/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 
25.2.2022 (sexta-feira), às 23:59 (INF 1045) 
4.7 MINISTÉRIO PÚBLICO 
Inamovibilidade dos membros do Ministério Público da União - ADI 5052/DF 
 
ODS: 8 e 16 
Resumo: 
É inconstitucional norma que prevê a designação bienal para o exercício de funções institucionais 
inerentes às respectivas carreiras dos membros do Ministério Público da União (MPU). 
Dentro da estrutura organizacional do MPU, as unidades de lotação dos integrantes de suas carreiras 
correspondem aos denominados ofícios, que representam os locais em que exercidas suas atribuições 
institucionais. Após lotados em determinado ofício, eles gozam da garantia constitucional da inamovibilidade186. 
 
185 CF/1988: “Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos 
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os 
seus bens.” 
186 CF/1988: “Art. 128. O Ministério Público abrange: (...) § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é 
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério 
Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: (...) b) inamovibilidade, salvo por motivo de 
interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus 
membros, assegurada ampla defesa; (...)” 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5965235
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1044.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5952986
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1045.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4477333
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/126aRCJj0ai-6Mu1gYElYyFYWY9Rlv6DX/view?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/126aRCJj0ai-6Mu1gYElYyFYWY9Rlv6DX/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1NqHqTPqeRG23M5nxU-3R0JGQ98HVm-4i/view?usp=sharing
 
86 
Nesse contexto, o deslocamento para outro ofício, sem retorno ao de origem, por meio de designações e 
redesignações bienais, conduz ao grave risco de movimentações casuísticas. Isso porque deixa margem para 
lotação definitiva em ofício diverso ao que o membro atua, independentemente do concurso de sua vontade, 
destoando daquelas de caráter meramente eventual, em manifesta afronta à garantia da inamovibilidade187. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a 
inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, dos artigos 216, caput, 217, caput, e 218, caput, todos da Lei 
Complementar 75/1993, de modo a afastar qualquer interpretação que implique remoção do membro da carreira 
de seu ofício de lotação188. 
ADI 5052/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 20.5.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1055) 
Prerrogativa do Ministério Público de posicionar-se ao lado do magistrado nos julgamentos 
- ADI 4768/DF 
 
ODS: 8 e 16 
Resumo: 
A prerrogativa atribuída aos membros do Ministério Público de situar-se no mesmo plano e 
imediatamente à direita dos magistrados nas audiências e sessões de julgamento (Lei Complementar 
75/1993, art. 18, I, “a”; e Lei 8.625/1993, art. 41, XI) não fere os princípios da isonomia, do devido processo 
legal, da ampla defesa e do contraditório (CF/1988, art. 5º, I, LIV e LV) nem compromete a necessáriaparidade de armas que deve existir entre a defesa e a acusação. 
A atual posição dos sujeitos processuais na sala de audiências e de julgamento é justificada seja pela 
tradição, seja pela diferenciada função desempenhada pelo órgão ministerial como representante do povo, uma vez 
que atua de forma imparcial para alcançar os fins que lhe foram constitucionalmente conferidos189. 
O direito à igualdade das partes é substancial, não figurativa. Inclusive, a impessoalidade dos magistrados 
e dos membros do Ministério Público é assegurada pela organização legal das carreiras. Se assim não fosse, poderia 
ocorrer o subjetivismo nos julgamentos e a mudança de locais segundo afetos e desafetos, de modo que, ao 
determinar os lugares, a lei evita essa possibilidade. 
Além disso, a atuação do Parquet pode conjugar, simultânea ou alternadamente, os papéis de parte 
processual e de custos legis, dada a singela circunstância de sua atribuição em defender o interesse público e a 
sociedade. Assim, não se pode afirmar que a proximidade física entre o integrante do Ministério Público e o 
magistrado, por si só, propicie algum tipo de influência ou comprometimento aos julgamentos. 
 
187 Precedente: ADI 4414. 
188 Lei Complementar 75/1993: “Art. 216. As designações, salvo quando estabelecido outro critério por esta lei complementar, 
serão feitas por lista, no último mês do ano, para vigorar por um biênio, facultada a renovação. Art. 217. A alteração da lista 
poderá ser feita, antes do termo do prazo, por interesse do serviço, havendo: (...) Art. 218. A alteração parcial da lista, antes do 
termo do prazo, quando modifique a função do designado, sem a sua anuência, somente será admitida nas seguintes hipóteses: 
(...)” 
189 CF/1988: “Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (...) Art. 129. São 
funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo 
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, 
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de 
inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos 
administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar 
respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas 
manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, 
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.” 
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1055.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3994214
https://drive.google.com/file/d/18wB9UhaUoLncs41ZJqD2lFUbJzbrfe3V/view?usp=share_link
 
87 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou improcedente a ação. 
ADI 4768/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento finalizado em 23.11.2022. (INF 1077) 
 
 
 
 
 
4.8 ORÇAMENTO 
Emendas do relator-geral do orçamento: suspensão da execução orçamentária e prestação 
de serviços essenciais à coletividade - ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, ADPF 851 MC-Ref-Ref/DF e 
ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF 
 
Resumo: 
Diante dos riscos de paralisação de serviços essenciais à coletividade, deve-se dar, em juízo cautelar, 
continuidade à execução das despesas classificadas sob o identificador de Resultado Primário 9 (RP 9). 
As providências adotadas pelo Congresso Nacional e pelos órgãos do Poder Executivo da União em 
cumprimento da decisão proferida no julgamento conjunto das ADPFs 850, 851 e 854 mostram-se suficientes, ao 
menos em exame estritamente delibatório, para justificar o afastamento dos efeitos da suspensão determinada pelo 
STF diante do risco de prejuízo que a paralisação da execução orçamentária traz à prestação de serviços essenciais 
à coletividade. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a decisão que afastou a suspensão 
determinada pelo item c da decisão anteriormente proferida, para autorizar a continuidade da execução das 
despesas classificadas sob o indicador RP 9, devendo ser observadas para tanto, no que couber, as regras do Ato 
Conjunto das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 1/2021, e a Resolução 2/2021 do Congresso 
Nacional. 
ADPF 850 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 
(quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) 
ADPF 851 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 
(quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) 
ADPF 854 MC-Ref-Ref/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 16.12.2021 
(quinta-feira), às 23:59 (INF 1042) 
Prazo para adequação ao sistema único e integrado de execução orçamentária - ADPF 
763/DF 
 
Resumo: 
 
O Decreto presidencial 10.540/2020, que estabelece prazo para que os entes federados promovam 
adequação necessária para a integração ao sistema de publicidade de dados, estabelecido pela Lei 
Complementar 156/2016, com padrão mínimo de transparência e qualidade, não ofende os princípios da 
legalidade, da separação dos Poderes, da reserva de lei complementar, da publicidade, da eficiência e da 
impessoalidade. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal retirou o caráter legal da matéria atinente às normas gerais de 
contabilidade pública e delegou ao órgão técnico-burocrático da União a função de harmonização dos ditames 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4233888
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1077.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6193240
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6194438
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6199750
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1042.pdf
https://youtu.be/9yhLxPn9JuM?t=2005
https://youtu.be/iRP6UuqcyCk?t=1
https://youtu.be/CWxJW_4euxA?t=1
https://youtu.be/WvzeP1Nap3s?t=1
https://drive.google.com/file/d/1mqc9A38Mgt7FnRciWFiqbKI9jzltZrOE/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1tUPqfAEUyKI-5RyR_H5ROsCgaB5ki3Wc/view?usp=share_link
 
88 
contábeis dos entes da Federação190. Dessa forma, o Poder Executivo atuou dentro do campo discricionário que 
lhe foi reservado pela lei. 
 Sobre o tema, cumpre ressaltar ser razoável a escolha realizada no decretoimpugnado de estabelecer um 
novo regime de transição, com a dilação dos prazos, já que o novo padrão demanda notória expertise técnica. 
 Com base nesse entendimento, o Plenário conheceu da arguição de descumprimento de preceito 
fundamental e, no mérito, julgou-a improcedente, de modo a declarar a constitucionalidade dos arts. 18 a 20 do 
Decreto 10.540/2020. 
 
ADPF 763/DF, relator Ministro André Mendonça, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1074) 
 
4.9 ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
Aplicabilidade das regras do Estatuto da Advocacia a advogados empregados públicos - ADI 
3396/DF 
 
ODS: 16 
Resumo: 
As regras previstas nos arts. 18 a 21 do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994)191 — que tratam da 
relação de emprego, salário, jornada de trabalho e honorários de sucumbência — são aplicáveis aos 
advogados empregados de empresas públicas e de sociedade de economia mista que atuam no mercado em 
regime concorrencial (sem monopólio). 
O poder público, ao exercer atividade econômica em regime de livre concorrência, deve nivelar-se aos 
demais agentes produtivos para não violar princípios da ordem econômica, em especial o da livre concorrência 
(CF/1988, art. 170, IV). Assim, ao atuar como empresário, o Estado se submete aos mesmos bônus e ônus do setor, 
tornando imprescindível a submissão das empresas estatais não monopolistas às regras legais aplicáveis à 
concorrência privada, inclusive no que tange às normas trabalhistas. 
 
190 Precedente citado: ADI 2250 
191 Lei 8.906/1994: “Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a 
independência profissional inerentes à advocacia. Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de 
serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. § 1º O advogado empregado não está 
obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. (Incluído 
pela Lei 14.365, de 2022) § 2º As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do empregador, em 
qualquer um dos seguintes regimes: (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) I – exclusivamente presencial: modalidade na qual o 
advogado empregado, desde o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo empregador; 
(Incluído pela Lei 14.365, de 2022) II – não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância: modalidade na qual, desde o início 
da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora das dependências do empregador, observado que o 
comparecimento nas dependências de forma não permanente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos 
presenciais não descaracterizará o regime não presencial; (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) III – misto: modalidade na qual 
as atividades do advogado poderão ser presenciais, no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, 
conforme as condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial, independentemente de preponderância ou 
não. (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) § 3º Na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo 
individual simples, a alteração de um regime para outro. (Incluído pela Lei 14.365, de 2022) Art. 19. O salário mínimo 
profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a duração 
diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais. (Redação dada pela Lei 14.365, de 2022) § 1º Para 
efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, 
aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com 
transporte, hospedagem e alimentação. § 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um 
adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. § 3º As horas trabalhadas 
no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional 
de vinte e cinco por cento. Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários 
de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por 
advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6050571
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6050571
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753759907
https://drive.google.com/file/d/1pHSRxCTRqfbCvO2C6uOHoI6iZ5EoAb2S/view?usp=sharing
 
89 
No entanto, esses advogados, assim como todos os servidores e empregados públicos em geral, também 
estão sujeitos ao teto remuneratório do serviço público (CF/1988, art. 37, XI), quanto ao total da sua remuneração 
(salários mais vantagens e honorários advocatícios), com exceção daqueles vinculados a empresa pública, 
sociedade de economia mista ou subsidiária que não receba recursos do ente central para pagamento de pessoal ou 
custeio e nem exerça sua atividade em regime monopolístico (CF/1988, art. 37, § 9º)192. 
Também ficam excluídos dessa disciplina do Estatuto da Advocacia (arts. 18 a 21) todos os advogados 
empregados de empresas públicas ou sociedades de economia mista ou suas subsidiárias que tenham sido 
admitidos por concurso público, em cujos editais tenham sido estipuladas condições diversas daquelas do estatuto, 
sem qualquer impugnação. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para dar 
interpretação conforme a Constituição ao art. 4º da Lei 9.527/1997193, excluindo de seu alcance os advogados 
empregados públicos de empresa pública, sociedade de economia mista e suas subsidiárias, não monopolísticas, 
com as ressalvas das compreensões acima indicadas. 
ADI 3396/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento finalizado em 23.6.2022 (INF 1060) 
 
 
Energia elétrica e regulamentação por medida provisória com posterior conversão em lei - 
ADI 3090/DF e ADI 3100/DF 
 
Resumo: 
A Medida Provisória 144/2003, convertida na Lei 10.848/2004, que dispõe sobre a comercialização 
de energia elétrica, não viola o art. 246 da Constituição Federal194 e 195. 
Em primeiro lugar, porque a Emenda Constitucional (EC) 6/1995 não promoveu alteração substancial na 
disciplina constitucional do setor elétrico, mas, em razão da revogação do art. 171 da CF, restringiu-se a substituir 
a expressão “empresa brasileira de capital nacional” pela expressão “empresa constituída sob as leis brasileiras e 
que tenha sua sede e administração no país”, incluída no § 1º do art. 176 da CF pela EC 6/1995. 
Com efeito, o setor elétrico já estava, antes dessa alteração, aberto ao capital privado. Houve apenas 
ampliação colateral em relação às empresas que poderiam ser destinatárias de autorização ou concessão para 
explorar o serviço. 
Além disso, a MP não se destinou a dar eficácia às modificações introduzidas pela EC 6/1995, mas a 
regulamentar o art. 175 da CF, que dispõe sobre o regime de prestação de serviços públicos no setor elétrico. 
Com base nesses fundamentos, o Plenário, por unanimidade conheceu em parte das ações diretas de 
inconstitucionalidadeanalisadas em conjunto, e, nas partes conhecidas, julgou improcedentes os pedidos. 
ADI 3090/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.4.2022 (quarta-feira), 
às 23:59 (INF 1051) 
ADI 3100/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 20.4.2022 (quarta-feira), 
às 23:59 (INF 1051) 
 
192 Precedente: ADI 6584. 
193 Lei 9.527/1997: “Art. 4º As disposições constantes do Capítulo V, Título I, da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, não se 
aplicam à Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às autarquias, 
às fundações instituídas pelo Poder Público, às empresas públicas e às sociedades de economia mista.” 
194 CF: “Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha 
sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive.” 
195 Precedentes: ADI 2005 MC, ADI 2473 MC, ADI 1518 MC, ADI 1597 MC e ADI 1975 MC. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2268771
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1060.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2190442
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1051.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192065
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1051.pdf
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=756026044
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347379
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347607
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347109
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347151
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347359
https://youtu.be/HWDdyhpp2r0?t=1
https://youtu.be/_d59jhMAxMs?t=1
https://drive.google.com/file/d/1OB0wqpJZS8YI2uAm74iLPX_NdJo5SrOk/view?usp=sharing
 
90 
4.10 ORDEM SOCIAL 
Ação para o fornecimento de medicamentos: fármaco com registro na Anvisa e na União - 
RE 1286407 AgR-segundo/PR 
 
Resumo: 
É obrigatória a inclusão da União no polo passivo de demanda na qual se pede o fornecimento 
gratuito de medicamento registrado na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporado aos 
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde. 
No caso, a decisão de autoridade judicial no sentido de que a União deve necessariamente compor o polo 
passivo da lide está em consonância com a tese fixada por este Tribunal em sede de embargos de declaração no 
RE 855.178 (Tema 793 da repercussão geral). 
Com base nesse entendimento, a Primeira Turma deu provimento a agravo interno para negar seguimento 
a recurso extraordinário, mantendo a remessa à Justiça Federal determinada na origem, bem como a medida liminar 
deferida, até que o juízo competente analise a causa. 
RE 1286407 AgR-segundo/PR, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento em 26.4.2022 (INF 
1052) 
 
Covid-19: educação e transferência de recursos para acesso à internet - ADI 6926/DF 
 
ODS: 4 
Resumo: 
É constitucional norma federal que prevê a transferência de recursos pela União aos estados e ao 
Distrito Federal para garantir o acesso à internet, com fins educacionais, por alunos e professores da 
educação básica em virtude da calamidade pública decorrente da Covid-19. 
No caso, a Lei 14.172/2021 está em consonância com a norma constitucional que posiciona a educação 
como um direito social (CF/1988, art. 205), bem como ao princípio segundo o qual o ensino será ministrado com 
“igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (CF/1988, art. 206, I), uma vez que objetiva 
garantir a conectividade a alunos e professores da rede pública de ensino no contexto da pandemia da Covid-19. 
Ademais, não há qualquer contrariedade ao devido processo legislativo, pois (i) a norma não prevê 
qualquer disposição que implique na criação de órgãos na Administração Pública federal, na sua reorganização ou 
na alteração de suas atribuições; e (ii) a aprovação do projeto de lei foi precedida da demonstração da viabilidade 
financeira e orçamentária, em observância ao art. 113 do ADCT, respeitando as limitações legais cabíveis e sem 
desobedecer ao regime extraordinário fiscal implementado pelas ECs 106/2020 e 109/2021. 
Assim, foram observadas as regras legais e constitucionais voltadas ao equilíbrio fiscal e, dada a 
existência de mecanismos para que a transferência dos recursos cumpra as finalidades designadas pela norma e 
para que a política pública seja efetivamente implementada, não se vislumbra qualquer contrariedade ao princípio 
da eficiência. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, conheceu parcialmente do pedido 
formulado na ação — para dele excluir o art. 2º, § 3º, alterado pela Lei 14.351/2022 — e, na parte conhecida, o 
julgou improcedente para declarar a constitucionalidade dos demais preceitos da Lei 14.172/2021. 
ADI 6926/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 1º.7.2022 (sexta-feira), às 
23:59 (INF 1061) 
Educação infantil: dever estatal de garantir o atendimento em creche e pré-escola às crianças 
de até cinco anos de idade - RE 1008166/SC (Tema 548 RG) 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5991079
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4678356
https://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=++++793+++&numeroTemaFinal=++++793+++&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao=
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5991079
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1052.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523
https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6216523
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1061.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5085176
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5085176&numeroProcesso=1008166&classeProcesso=RE&numeroTema=548
https://drive.google.com/file/d/1vRMkSonLp37FkhfaUFBpGYR54NhG4OXF/view?usp=sharing
https://youtu.be/WiS-qcK4zLs?t=5632
https://drive.google.com/file/d/15_J7L8mwheoA6b5TXQllU1KAlhf8tLh2/view?usp=sharing
 
91 
 
ODS: 1, 4, 10 e 16 
Tese fixada: 
"1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino 
médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais 
de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 
anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como 
no caso examinado neste processo. 3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às 
normas constitucionais sobre acesso à educação básica." 
Resumo 
O Estado tem o dever constitucional de assegurar às criançasextrajudiciais de terceiros - ADI 6660/PE . 114 
Lei federal e reajuste da previdência social nos estados e no Distrito Federal de forma 
simultânea com o regime geral - ADI 4582/DF ............................................... 115 
Ministério Público de Contas estadual e limites legais de gastos do Poder Executivo - 
ADI 5563/RR .................................................................................................. 115 
Ministério Público estadual: movimentação funcional e modelo federal - ADI 6328/GO
 ........................................................................................................................ 116 
Obrigatoriedade de reserva de vagas de estacionamento para advogados em órgãos 
públicos estaduais - ADI 6937/RO................................................................... 117 
Porte de armas de fogo: presunção do risco da atividade e efetiva necessidade mediante 
lei estadual - ADI 7188/AC e ADI 7189/AM .................................................... 117 
Prestação e divulgação de contas de sindicatos: exigência por lei distrital - ADI 5349/DF
 ........................................................................................................................ 118 
Proibição de apreensão e retenção de motocicletas, motonetas ou ciclomotores de até 150 
cilindradas por falta de pagamento do IPVA - ADI 6997/RN .......................... 119 
Promoção e benefícios a novos clientes e extensão aos preexistentes - ADI 5399/SP; ADI 
6191/SP e ADI 6333 ED/PE ............................................................................ 120 
Substituição de sacos e sacolas plásticos por outros de materiais biodegradáveis imposta 
por lei municipal - RE 732686/SP (Tema 970 RG) .......................................... 121 
Tribunal de Contas estadual: normas gerais sobre prescrição e decadência - ADI 
5384/MG ......................................................................................................... 122 
4.19 SEGURANÇA PÚBLICA................................................................................ 123 
Polícia civil e independência funcional - ADI 5522/SP ................................... 123 
4.20 TRIBUNAL DE CONTAS............................................................................... 123 
Competência para o julgamento de contas dos Poderes estaduais e simetria federativa - 
ADI 6981/SP ................................................................................................... 123 
4.21 TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ................................................................... 124 
Bens de informática e Zona Franca de Manaus - ADI 2399/AM .................... 124 
5. DIREITO DA SAÚDE ................................................................................................... 125 
5.1 VIGILÂNCIA SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA........................................ 125 
COVID-19: observância das decisões proferidas pelo STF em relação à obrigatoriedade 
de vacinação - ADPF 754 16ª TPI-Ref/DF ...................................................... 125 
6. DIREITO DO CONSUMIDOR ..................................................................................... 126 
6.1 CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO ............................................... 126 
 
14 
Normas estaduais sobre inclusão e exclusão de consumidores em cadastros de proteção 
ao crédito - ADI 5224/SP, ADI 5252/SP, ADI 5273/SP e ADI 5978/SP ........... 126 
7. DIREITO DO TRABALHO .......................................................................................... 127 
7.1 CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO ........................................................ 127 
Ultratividade das cláusulas normativas de acordos e convenções coletivas - ADPF 
323/DF ............................................................................................................ 127 
7.2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ......................................................... 127 
Acordos e convenções coletivos: limitação ou afastamento de direitos trabalhistas e horas 
“in itinere” - ARE 1121633/GO (Tema 1046 RG) ........................................... 127 
Dispensa em massa e intervenção sindical - RE 999435/SP (Tema 638 RG) ... 128 
7.3 PISO SALARIAL ............................................................................................ 129 
Congelamento da base de cálculo para desindexação de piso salarial vinculado ao valor 
do salário mínimo - ADPF 53 Ref-MC/PI; ADPF 149 Ref-MC/DF e ADPF 171 Ref-
MC/MA ........................................................................................................... 129 
Piso salarial nacional para os profissionais da enfermagem - ADI 7222 MC-Ref/DF
 ........................................................................................................................ 130 
7.4 REGIME DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA................................................ 130 
Débitos trabalhistas: índices de atualização monetária aplicáveis no âmbito da Justiça 
do Trabalho - RE 1269353/DF (Tema 1191 RG) ............................................. 130 
8. DIREITO ELEITORAL ................................................................................................ 132 
8.1 CAMPANHA ELEITORAL ............................................................................ 132 
Criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha - ADI 5795/DF 132 
Forma de cálculo do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) - ADI 
7058 MC/DF ................................................................................................... 132 
Prazo para o ajuizamento de representação que visa apurar condutas em desacordo com 
as normas eleitorais relativas a arrecadação e gastos de recursos - ADI 4532/DF133 
8.2 FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS ..................................................................... 134 
Prazo para constituição e registro no TSE de partidos políticos e de federações 
partidárias - ADI 7021/DF .............................................................................. 134 
8.3 MINIRREFORMA ELEITORAL..................................................................... 135 
Reunião de ações eleitorais sobre o mesmo fato para julgamento conjunto - ADI 
5507/DF .......................................................................................................... 135 
8.4 PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................. 136 
Autonomia partidária: duração de mandato, prazo de vigência de órgãos provisórios e 
anistia de multa - ADI 6230/DF ...................................................................... 136 
 
15 
Fundo Partidário e Fundo Eleitoral: vedação de repasse de seus recursos - ADI 7214/DF
 ........................................................................................................................ 137 
8.5 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL ......................................... 138 
Ampliação de gastos com publicidade institucional e princípio da anterioridade eleitoral 
- ADI 7178/DF e ADI 7182/DF ....................................................................... 138 
8.6 PROPAGANDA ELEITORAL ........................................................................ 139 
Restrições à veiculação de propaganda eleitoral em meios de comunicação impressos e 
na internet - ADI 6281/DF .............................................................................. 139 
8.7 REGISTRO DE CANDIDATURA................................................................... 140 
Reeleição ou recondução de membros de Mesa Diretora de Assembleias Legislativas - 
ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI 6683/AP, ADI 
6686/PE, ADI 6687/PI, ADI 6711/PI e ADI 6718/AP ...................................... 140 
9. DIREITO FINANCEIRO .............................................................................................. 141 
9.1 AUTONOMIAentre zero e cinco anos de idade o 
atendimento em creche e pré-escola. 
A educação infantil é direito subjetivo assegurado no próprio texto constitucional, mediante norma de 
aplicabilidade direta e eficácia plena, isto é, sem a necessidade de regulamentação pelo Poder Legislativo. Nesse 
contexto, os entes municipais, por meio de políticas públicas eficientes, são primariamente responsáveis por 
proporcionar sua concretização196. 
A educação básica representa prerrogativa constitucional deferida a todos, notadamente às crianças, e seu 
adimplemento impõe a satisfação de um dever de prestação positiva pelo Poder Público, consistente na garantia 
de acesso pleno ao sistema educacional, inclusive ao atendimento em creches e pré-escolas. Com efeito, a 
universalização desse acesso tem potencial de contribuir substancialmente para a redução de desigualdades sociais 
e raciais. 
Ademais, a jurisprudência desta Corte firmou-se pela possibilidade de se exigir judicialmente do Estado 
uma determinada prestação material com o objetivo de concretizar um direito fundamental197. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 548 da repercussão geral, 
negou provimento ao recurso extraordinário, confirmando o acórdão recorrido, para assentar o dever de a 
municipalidade efetuar a matrícula de uma criança em estabelecimento de educação infantil próximo de sua 
residência. 
RE 1008166/SC, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 22.9.2022 (INF 1069) 
 
 
 
 
FUNDEF/FUNDEB: precatório e pagamento de pessoal - ADPF 528/DF 
 
196 “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) 
XXV–- assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
(...) Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho. (...) Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (...) IV – educação infantil, 
em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (...) Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. (...) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente 
no ensino fundamental e na educação infantil. (...) Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a 
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 
197 Precedentes citados: ARE 639337 AgR; AI 592075 AgR e RE 592937 AgR. 
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5085176&numeroProcesso=1008166&classeProcesso=RE&numeroTema=548
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5085176
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1069.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5497412
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=627428
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595592
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595596
https://drive.google.com/file/d/1lHK2RxZqXm5c8L2Ju2PmQwn9gdU5u1Zy/view?usp=sharing
https://www.youtube.com/watch?v=V59wEwTIGCM&t=1s
https://www.youtube.com/watch?v=5xpjRGQ2x3Y&t=1s
https://www.youtube.com/watch?v=HSNsFBhNgLk&t=1s
https://www.youtube.com/watch?v=3PP8yowDEVc&t=1s
 
92 
 
Resumo: 
O caráter extraordinário dos valores de complementação do FUNDEB pagos pela União aos estados 
e aos municípios, por força de condenação judicial, justifica o afastamento da subvinculação prevista nos 
arts. 60, XII, do ADCT198 e 22 da Lei 11.949/2007199. 
Isso porque a observância à regra da subvinculação implicaria em pontual e insustentável aumento salarial 
dos professores do ensino básico, que, em razão da regra de irredutibilidade salarial, teria como efeito pressionar 
o orçamento público municipal nos períodos subsequentes — sem que houvesse receita subsequente proveniente 
de novos precatórios inexistentes —, acarretando o investimento em salários além do patamar previsto 
constitucionalmente, em prejuízo de outras ações de ensino a serem financiadas com os mesmos recursos. 
É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos destinados ao 
FUNDEB, o que representaria indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à educação. 
O comando constitucional é claro ao afirmar que os recursos recebidos por meio do FUNDEB devem ser 
destinados exclusivamente à educação básica pública. Dessa forma, a utilização de tais verbas para pagamento de 
honorários advocatícios contratuais caracterizaria violação direta ao texto constitucional200. Por outro lado, é 
admissível o pagamento de honorários advocatícios contratuais com verbas provenientes dos juros moratórios 
incidentes sobre o valor do precatório devido pela União. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente arguição de 
descumprimento de preceito fundamental. 
ADPF 528/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.3.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1047) 
Reserva de vagas para irmãos na mesma escola - ADI 7149/RJ 
 
ODS: 4 
Resumo: 
É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no 
mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar, pois 
disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema educacional e do maior 
convívio familiar possível. 
De acordo com a jurisprudência desta Corte201, não viola a competência reservada ao chefe do Poder 
Executivo lei de iniciativa parlamentar que reafirma ou densifica o conteúdo de direitos fundamentais previstos na 
 
198 ADCT: “Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção 
e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes 
disposições: (…) XII - proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no inciso I do caput deste 
artigo será destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.” 
199 Lei 11.494/2007: “Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão destinados ao 
pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública. Parágrafo 
único. Para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se: I - remuneração: o total de pagamentos devidos aos 
profissionais do magistério da educação, em decorrência do efetivo exercício em cargo, emprego ou função, integrantes da 
estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos 
sociais incidentes; II - profissionais do magistério da educação: docentes, profissionais que oferecem suporte pedagógico direto 
ao exercícioORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA ...................................... 141 
Lei de Diretrizes Orçamentárias: autonomia do Ministério Público estadual - ADI 
7073/CE .......................................................................................................... 141 
9.2 RESPONSABILIDADE FISCAL..................................................................... 142 
Covid-19: prorrogação de benefício concedido para o enfrentamento da pandemia no 
âmbito desportivo - ADI 7015/DF ................................................................... 142 
Lei estadual e concessão de benefício fiscal sem prévia estimativa de impacto 
orçamentário e financeiro - ADI 6303/RR ...................................................... 142 
9.3 FEDERALISMO FISCAL ............................................................................... 143 
Autonomia municipal e vinculação de parte do ICMS recebido pelo estado - ADI 
2355/PR .......................................................................................................... 143 
10. DIREITO PENAL .......................................................................................................... 144 
10.1 REINCIDÊNCIA ............................................................................................. 144 
Porte de drogas para consumo próprio e reincidência - RHC 178512/SP ........ 144 
11. DIREITO PREVIDENCIÁRIO ..................................................................................... 145 
11.1 SALÁRIO DE BENEFÍCIO ............................................................................. 145 
Constitucionalidade da “revisão da vida toda”: possibilidade do segurado do INSS optar 
pela regra mais favorável para o cálculo de seu benefício previdenciário - RE 
1276977/DF (Tema 1102 RG) ......................................................................... 145 
12. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................................. 146 
12.1 BLOQUEIO DE VALORES ............................................................................ 146 
 
16 
Satisfação de créditos trabalhistas mediante bloqueio de recursos públicos repassados 
pelo FNDE - ADPF 988/SC ............................................................................ 146 
12.2 EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ........................................... 146 
RPV: valor previsto no ADCT e fixação de quantia referencial inferior por ente 
federado - RE 1359139/CE 146 
12.3 FAZENDA PÚBLICA ..................................................................................... 147 
Execução fiscal: antecipação de pagamento de despesa com diligência de oficial de 
justiça pela Fazenda Pública - ADI 5969/PA .................................................. 147 
12.4 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................ 148 
Ação de improbidade administrativa: legitimidade ativa concorrente - ADI 
7042/DF e ADI 7043/DF 148 
12.5 LEGITIMIDADE RECURSAL ........................................................................ 149 
Procuradorias municipais: legitimidade para interpor recurso em ação de controle de 
constitucionalidade - ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR/RJ ................ 149 
12.6 PROCESSOS COLETIVOS............................................................................. 149 
Participação obrigatória de empregado em acordo celebrado no âmbito de ação civil 
pública - RE 629647/RR (Tema 1004 RG) ....................................................... 149 
13. DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................... 150 
13.1 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ................................ 150 
Competência penal originária do STF e “mandatos cruzados” - Inq 4342 QO/PR150 
Foro por prerrogativa de função: ampliação do rol de autoridades na esfera estadual - 
ADI 6511/RR .................................................................................................. 150 
13.2 EXECUÇÃO PENAL ...................................................................................... 151 
Execução penal: estudo a distância e remição da pena - RHC 203546/PR ...... 151 
13.3 FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ................................................. 152 
Competência dos Tribunais para supervisionar investigações contra autoridades com 
foro por prerrogativa de função - ADI 7083/AP .............................................. 152 
13.4 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................ 152 
Interceptação telefônica e prorrogações sucessivas - RE 625263/PR (Tema 661 RG)
 ........................................................................................................................ 152 
13.5 INVESTIGAÇÃO PENAL .............................................................................. 153 
Autorização para o prosseguimento de investigações contra magistrados - ADI 5331/MG
 ........................................................................................................................ 153 
13.6 LEI MARIA DA PENHA ................................................................................ 154 
 
17 
Lei Maria da Penha e afastamento do agressor por delegados e policiais - ADI 6138/DF
 ........................................................................................................................ 154 
13.7 NULIDADES .................................................................................................. 155 
Delatado e direito de falar por último - HC 166373/PR ................................... 155 
13.8 PROVAS ......................................................................................................... 156 
Procedimento para reconhecimento de pessoas - RHC 206846/SP .................. 156 
13.9 PRISÃO PREVENTIVA .................................................................................. 157 
Prisão preventiva: prazo nonagesimal para a sua revisão e respectiva competência 
jurisdicional - ADI 6581/DF e ADI 6582/DF .................................................. 157 
13.10 PRISÃO TEMPORÁRIA ................................................................................. 158 
Fixação de condições obrigatórias e cumulativas para a decretação da prisão temporária 
- ADI 3360/DF e ADI 4109/DF ....................................................................... 158 
13.11 TERMO CIRCUNSTANCIADO ..................................................................... 159 
Competência para a lavratura de termo circunstanciado - ADI 5637/MG ....... 159 
14. DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................. 160 
14.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS .......................................................................... 160 
Artigo 149, § 2º, III, “a”, da CF: rol exemplificativo - RE 1317786/PE (Tema 1193 RG)
 ........................................................................................................................ 160 
PIS e COFINS: parcela não dedutível da base de cálculo - RE 1049811/SE (Tema 1024 
RG) ................................................................................................................. 160 
Majoração da base de cálculo de contribuição social por ato infralegal - RE 1381261/RS 
(Tema 1223 RG) .............................................................................................. 161 
Regime não cumulativo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins - RE 841979/PE 
(Tema 756 RG) ................................................................................................ 161 
Salário-educação: critério para a distribuição da arrecadação - ADPF 188/DF163 
14.2 FATO GERADOR ........................................................................................... 164 
Constitucionalidade da chamada “norma geral antielisão” - ADI 2446/DF.... 164 
14.3 ICMS............................................................................................................... 164 
ICMS: fixação de alíquotas sobre operações com energia elétrica e serviços de 
comunicação superiores às das operações em geral - ADI 7117/SC e ADI 7123/DF
 ........................................................................................................................ 164 
ICMS: fixação de alíquotas sobre operações com energia elétrica e serviços de 
comunicação em percentuais superiores aos da alíquota geral do tributo - ADI 7111/PA, 
ADI 7113/TO, ADI 7116/MG, ADI 7119/RO e ADI 7122/GO ......................... 165 
Operacionalização da substituição tributária do ICMS por meio de lei ordinária estadual 
- ADI 5702/RS ................................................................................................. 166 
 
18 
Redução de alíquota do ICMS para cerveja à base de mandioca - ADI 6152/MA166 
Remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais julgados inconstitucionais 
- RE 851421/DF (Tema 817 RG) ..................................................................... 167 
14.4 IPVA ............................................................................................................... 167 
IPVA: contagem de prazos para atendimento dos princípios da anterioridade anual e 
nonagesimal - ADI 5282/PR............................................................................ 167 
IPVA: isenção fiscal e tratamento não isonômico - ADI 5268/MG .................. 168 
IPVA: isenção para veículos adquiridos mediante arrendamento mercantil e utilizados 
por taxistas - ADI 2298/RS .............................................................................. 169 
14.5 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA .......................................................................... 170 
Caracterização das entidades religiosas como instituições de assistência social para fins 
de imunidade tributária - RE 630790/SP (Tema 336 RG) ................................ 170 
Imunidade recíproca de sociedade de economia mista prestadora exclusiva de serviço 
público essencial - ACO 3410/SE .................................................................... 170 
14.6 IPI ................................................................................................................... 171 
Incidência de IPI sobre bacalhau seco e salgado e questão infraconstitucional - RE 
627280/RJ (Tema 502 RG) .............................................................................. 171 
14.7 IR .................................................................................................................... 171 
Pensão alimentícia e incidência do imposto de renda - ADI 5422/DF ............. 171 
Entidades fechadas de previdência complementar e incidência do IRRF e da CSLL - RE 
612686/SC (Tema 699 RG) .............................................................................. 172 
14.8 ISS .................................................................................................................. 173 
Incidência do ISS sobre prestação de serviço de inserção de materiais de propaganda e 
publicidade em qualquer meio - ADI 6034/RJ ................................................. 173 
14.9 ITCMD ............................................................................................................ 173 
Incidência de ITCMD em relação a inventários e arrolamentos processados no exterior 
- ADI 6828/AL ................................................................................................ 173 
14.10 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL .......................................... 174 
Art. 38 da Lei 9.430/1996: representação fiscal para fins penais e crimes contra a 
Previdência Social - ADI 4980/DF .................................................................. 174 
14.11 TAXAS ........................................................................................................... 175 
Cobrança de taxa de segurança para eventos - ADI 2692/DF ......................... 175 
Fundo de Fiscalização das Telecomunicações e poder de polícia - ADI 4039/DF175 
Instituição de taxas de fiscalização em atividades inerentes ao setor de telecomunicações 
- RE 776594/SP (Tema 919 RG) ...................................................................... 176 
 
19 
Parâmetros para o cálculo das custas judiciais e emolumentos - ADI 2846/TO177 
Taxas de fiscalização da atividade de mineração - ADI 4785/MG, ADI 4786/PA e ADI 
4787/AP .......................................................................................................... 177 
 
 
 
20 
1. DIREITO ADMINISTRATIVO 
1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL 
Atividade profissional de despachantes: competência legislativa para regulamentação - ADI 
6740/RN e ADI 6738/GO 
 
 
ODS: 16 
Resumo: 
É privativa da União a competência para legislar sobre condições para o exercício da profissão de 
despachante (CF/1988, art. 22, XVI), de modo que a disciplina legal dos temas relacionados à sua 
regulamentação também deve ser estabelecida pela União. 
Ao analisar o teor das leis estaduais impugnadas, verifica-se que, embora possam ter sido editadas com o 
objetivo de determinar as regras de caráter administrativo sobre a atuação dos despachantes autônomos e 
documentalistas junto aos órgãos de trânsito, acabaram por regulamentar a atividade profissional dessa categoria, 
em afronta às regras de repartição de competências constitucionalmente previstas. 
Nesse contexto, este Tribunal já declarou a inconstitucionalidade de normas e decretos estaduais análogos 
e consolidou jurisprudência no sentido de reconhecer a competência privativa da União para legislar sobre a 
matéria1. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedentes as ações para declarar a 
inconstitucionalidade formal da Lei 10.161/2017 do Estado do Rio Grande do Norte, bem como da Lei 
15.043/2004 e, por arrastamento, do Decreto 6.227/2005, ambos do Estado de Goiás. 
ADI 6740/RN, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda-
feira), às 23:59 (INF 1076) 
ADI 6738/GO, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.11.2022 (segunda-
feira), às 23:59 (INF 1076) 
1.2 AGÊNCIAS REGULADORAS 
ANP e poder normativo de regulação - ADI 7031/DF 
 
 
ODS: 7 
Resumo: 
É constitucional a instituição do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis 
(PMQC) por normativo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na medida em que o ato regulatório 
apresenta correspondência direta com as diretrizes e os propósitos conferidos por sua lei instituidora. 
As agências reguladoras, assim como os Poderes, instituições e órgãos do poder público, submetem-se ao 
princípio da legalidade (CF/1988, art. 37, caput)2. No caso, as normas técnicas emanadas pela Resolução 790/2016 
 
1 Precedentes citados: ADI 4387; ADI 6742; ADI 5251 e ADI 5412. 
2 Precedentes citados: ADI 4093; ADI 4954; RMS 28487; e ADI 4874. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128518
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6128516
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1076.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=267139199&ext=.pdfhttps://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15347432577&ext=.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15346173478&ext=.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755971628
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6972092
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7081133
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3500237
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749049101
https://drive.google.com/file/d/10ruMH_USwaIE8NuETGv_EJ5qXGJAv4_W/view?usp=share_link
https://drive.google.com/file/d/1uVdUCYtBZqWZ4wuj597PrGFMMYJFZXKM/view?usp=sharing
 
21 
da ANP — que instituiu o PMQC — inserem-se no espaço de conformação previsto no art. 8º da Lei 9.478/19973, 
que atribui à agência reguladora a implementação da política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis 
com ênfase na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos. 
Ademais, a Resolução não transferiu a terceiros parcela da competência fiscalizatória que é própria da 
ANP, mas conferiu tratamento isonômico na atribuição dos custos do monitoramento entre todos os agentes 
econômicos da cadeia de comercialização de combustíveis, que, por auferirem os lucros da atividade, também 
possuem o dever de assegurar perante o consumidor a qualidade dos produtos oferecidos. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, conheceu em parte da ação e, nesta extensão, 
a julgou improcedente. 
ADI 7031/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 5.8.2022 (sexta-
feira), às 23:59 (INF 1062) 
 
Atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar - ADI 7088/DF e ADI 
7183/DF 
 
 
ODS: 3 
Resumo: 
São constitucionais os prazos para conclusão dos procedimentos administrativos de atualização do 
rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar (Lei 9.656/1998, art. 10, §§ 7º e 8º), por inexistir 
incompatibilidade entre a sua definição e a urgência dos pacientes na obtenção de um tratamento4. 
Com efeito, a avaliação necessária à decisão pela incorporação de novos tratamentos demanda pesquisa, 
estudo das evidências, realização de reuniões técnicas, oitiva dos interessados, de modo que não se afiguram 
irrazoáveis os prazos assinados para conclusão da apreciação das propostas. 
O formato adotado para a composição da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e 
Eventos em Saúde Suplementar (Lei 9.656/1998, art. 10-D, §§ 1º, 2º e 4º) não fere a Constituição Federal, 
ante a ausência da alegada exclusão de participantes usuários de planos de saúde ou discriminação de 
qualquer natureza5. 
 
3 Lei 9.478/1997: “Art. 8º. A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades 
econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe: I - implementar , em sua 
esfera de atribuições, a política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, nos 
termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e 
de biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e 
oferta dos produtos; (...) XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às operações de produção, 
importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, 
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos sujeitos à sua regulação;” 
4 Lei 9.656/1998: “Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-
ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, 
centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação 
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas 
as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto: (...) § 7º A atualização do rol de procedimentos e eventos em 
saúde suplementar pela ANS será realizada por meio da instauração de processo administrativo, a ser concluído no prazo de 
180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, prorrogável por 90 (noventa) dias corridos quando 
as circunstâncias o exigirem. § 8º Os processos administrativos de atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde 
suplementar referente aos tratamentos listados nas alíneas c do inciso I e g do inciso II do caput do art. 12 desta Lei deverão 
ser analisados de forma prioritária e concluídos no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da data em que foi protocolado o 
pedido, prorrogável por 60 (sessenta) dias corridos quando as circunstâncias o exigirem.” 
5 Lei 9.656/1998: “Art. 10-D. Fica instituída a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 
Suplementar à qual compete assessorar a ANS nas atribuições de que trata o § 4º do art. 10 desta Lei. § 1º O funcionamento e 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6310703
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1062.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/1iCSSm0lgnT1qELDnZCFSJCO0j_o5g24f/view?usp=share_link
 
22 
De fato, a Resolução Normativa 474/2021, que define a composição desse órgão, garante a presença de 
representantes de entidades de defesa do consumidor, de associações de usuários de planos de saúde e de 
organismos de proteção dos interesses das pessoas com deficiências e patologias especiais. 
Ressalte-se que a exigência de que os membros indicados tenham formação que lhes permita compreender 
as evidências científicas apresentadas, decorre da natureza técnica do procedimento de atualização do rol. 
São constitucionais os critérios a serem considerados no relatório elaborado pela referida Comissão 
(Lei 9.656/1998, art. 10-D, § 3º), uma vez que não há submissão do direito à saúde à interesses econômicos 
e financeiros6. 
A avaliação econômica contida no processo de atualização do rol pela Agência Nacional de Saúde 
Suplementar e a análise do impacto financeiro advindo da incorporação dos tratamentos demandados são 
necessárias para garantir a manutenção da sustentabilidade econômico-financeira do setor de planos de saúde. 
Outrossim, não se trata de sujeitar o direito à saúde a interesses econômicos e financeiros, mas sim de 
considerar tais aspectos para garantir que os usuários de planos particulares continuem a ter acesso ao serviço e às 
prestações médicas que ele proporciona. 
Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, conheceu parcialmente das ações diretas, para 
julgar improcedentes os pedidos de declaração de inconstitucionalidade do art. 10, §§ 7º e 8º, e do art. 10-D da Lei 
9.656/1998, com a redação dada pela Lei 14.307/2022. 
ADI 7088/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 9.11.2022 (quarta-
feira), às 23:59 (INF 1075) 
ADI 7183/DF relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 9.11.2022 (quarta-
feira), às 23:59 (INF 1075) 
1.3 AGENTES PÚBLICOS 
Alteração de escolaridade para o cargo de perito técnico de polícia por meio de lei estadual - 
ADI 7081/BA 
 
 
ODS: 16 
 
Resumo:a composição da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar serão estabelecidos em 
regulamento. § 2º A Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar terá composição e 
regimento definidos em regulamento, com a participação nos processos de: I - 1 (um) representante indicado pelo Conselho 
Federal de Medicina; II - 1 (um) representante da sociedade de especialidade médica, conforme a área terapêutica ou o uso da 
tecnologia a ser analisada, indicado pela Associação Médica Brasileira; III - 1 (um) representante de entidade representativa de 
consumidores de planos de saúde; IV - 1 (um) representante de entidade representativa dos prestadores de serviços na saúde 
suplementar; V - 1 (um) representante de entidade representativa das operadoras de planos privados de assistência à saúde; VI 
- representantes de áreas de atuação profissional da saúde relacionadas ao evento ou procedimento sob análise. (...) § 4º Os 
membros indicados para compor a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, bem 
como os representantes designados para participarem dos processos, deverão ter formação técnica suficiente para compreensão 
adequada das evidências científicas e dos critérios utilizados na avaliação.” 
6 Lei 9.656/1998: “Art. 10-D (...) § 3º A Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar 
deverá apresentar relatório que considerará: I - as melhores evidências científicas disponíveis e possíveis sobre a eficácia, a 
acurácia, a efetividade, a eficiência, a usabilidade e a segurança do medicamento, do produto ou do procedimento analisado, 
reconhecidas pelo órgão competente para o registro ou para a autorização de uso; II - a avaliação econômica comparativa dos 
benefícios e dos custos em relação às coberturas já previstas no rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar, quando 
couber; e III - a análise de impacto financeiro da ampliação da cobertura no âmbito da saúde suplementar.” 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6358147
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6425744
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1075.pdf
http://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/index.html
https://drive.google.com/file/d/1kOtmVLF1lE6ozf4PnYpF-Xo905wKHMJO/view?usp=share_link
 
23 
A exigência de diploma de nível superior, promovida por legislação estadual 7, para o cargo de 
perito técnico de polícia - que anteriormente tinha o nível médio como requisito de escolaridade - não viola 
o princípio do concurso público (CF/1988, art. 37, II) 8 nem as normas constitucionais sobre competência 
legislativa (CF/1988, arts. 22, I; 24, XVI e § 4º)9. 
Esta Corte já se pronunciou no sentido da constitucionalidade da exigência de nível superior para cargos 
que anteriormente tinham o nível médio como requisito de escolaridade, pois trata-se de reestruturação da 
Administração, e não provimento derivado por ascensão10 (4). 
Ademais, a legislação estadual, além de não tratar de tema de competência legislativa privativa da União, 
observou as determinações da Lei federal 12.030/2009. 
Com efeito, a designação “perito técnico de polícia” em nada fere a exclusividade do status dos peritos 
oficiais de natureza criminal, listados na referida lei federal. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou improcedente o pedido, reconhecendo 
a constitucionalidade do art. 2º, III, Anexo III, 4ª Linha, da Lei 7.146/1992 e do art. 46 da Lei 11.370/2009 do 
Estado da Bahia. 
 
ADI 7081/BA, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 21.9.2022 (sexta-feira), 
às 23:59 (INF 1074) 
1.4 APOSENTADORIA 
Inexigência de exercício por cinco anos na mesma classe para fins de cálculo de 
aposentadoria - RE 1322195/SP (Tema 1207 RG) 
 
 
Tese fixada: 
“A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não representa ascensão a cargo 
diverso daquele em que já estava efetivado, de modo que, para fins de aposentadoria, o prazo mínimo de 
cinco anos no cargo efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso III, da Constituição Federal, na redação da 
Emenda Constitucional 20/1998, e pelos artigos 6º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda 
Constitucional 47/2005, não recomeça a contar pela alteração de classe.” 
Resumo: 
Para a aposentadoria voluntária de servidor público, o prazo mínimo de cinco anos no cargo em 
que se der a aposentadoria refere-se ao cargo efetivo ocupado pelo servidor e não à classe na carreira 
alcançada mediante promoção. 
Na hipótese, a promoção do servidor à classe posterior dentro do mesmo cargo não caracteriza provimento 
originário, mas sim derivado. Logo, quando a carreira for organizada em classes, o cálculo dos proventos deve ter 
por base a remuneração percebida na mesma classe ocupada quando da aposentadoria11. 
 
7 Lei 11.370/2009 do Estado da Bahia: “Art. 46- Para o ingresso nos cargos da carreira de Delegado de Polícia e demais carreiras 
da Polícia Civil do Estado da Bahia será exigido diploma de conclusão de curso superior devidamente registrado no Ministério 
da Educação.” 
8 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” 
9 CF/1988: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: (...) XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. (...) § 4º A superveniência de 
lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” 
10 Precedentes citados: ADI 1561 MC; ADI 4303 e ADI 5406 
11 Precedentes citados: ARE 1.248.344 AgR; RE 1.255.987 AgR; AI 813.763 AgR; RE 1.337.044 AgR. 
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https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1074.pdf
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6156326
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=6156326&numeroProcesso=1322195&classeProcesso=RE&numeroTema=1207
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Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral 
da questão constitucional suscitada (Tema 1207 RG) e no mérito, por unanimidade, reafirmou

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