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TRABALHO SOBRE RACISMO NA UFES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
CLEMILDO DE SOUZA LIMA
RACISMO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO: O CASO DE UM PROFESSOR DURANTE A MINSTRAÇÃO DA AULA 
VITÓRIA
2016
CLEMILDO DE SOUZA LIMA
RACISMO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO: O CASO DE UM PROFESSOR DURANTE A MINSTRAÇÃO DA AULA 
Trabalho apresentado ao Núcleo de Estudos Sobre a Violência- NEVI, da Universidade Federal do Espírito Santo, para conclusão de seminário.
Orientadora: Professora Doutora: Gilsa Barcelos
VITÓRIA
2016
1 – Introdução
Este trabalho tem como escopo analisar o caso de Racismo veiculado pelas mídias, praticado dentro da sala de aula na Universidade Federal do Espirito santo – UFES, por um professor de Ciências Sociais, do Departamento de Economia, no ano de 2014. Esta temática foi escolhida por dois motivos. Primeiro, porque esta ação foi praticada por um professor de uma Universidade Federal que por seu suporte teórico-metodológico, titulo de doutor, deveria combater o racismo ao invés de praticá-lo. O segundo motivo, porque o ato provocou debates acalorados, tanto no meio acadêmico quanto nos demais segmentos sociais, resultando em manifestações de grupos ativistas, movimentos sociais, que pediram a demissão do professor.
Para fundamentar esta breve reflexão, primeiramente se buscará caracterizar o conceito de racismo de acordo com a definição do Dicionário Aurélio e, a partir desta descrição explicitar as diferenças entre crime de racismo e, injuria racial. Condutas distintas, ambas passíveis de punição, porem bem definidas pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Para entender o caso de racismo protagonizado pelo professor da UFES, de acordo com a mídia, assim como toda repercussão e desfecho, serão realizadas leituras de jornais online, que divulgaram tais notícias. Já para compreender as raízes históricas do racismo brasileiro, busca-se fazer uma breve revisão bibliográfica, a fim de destacar elementos teóricos que darão embasamento a este trabalho. Tal fenômeno se constituiu por meio de um processo histórico-cultural, que resultou em marcas profundas na sociedade brasileira. Marcas de exclusão e preconceitos.
Este estudo será relevante, visto que, a temática racismo é atual. Dessa forma, busca-se contribuir para a discussão teórica sobre a sua prática nos espaços públicos e privados, permitindo desenvolver um saber crítico do assunto, servindo como instrumento de luta e combate contra o preconceito racial e crime de racismo, prática esta definida como crime.
2- Desenvolvimento
2.1 - Definições de: Racismo, Crime de racismo e Injuria racial.
Para se discutir sobre preconceito racial é necessário primeiro esclarecer alguns pressupostos teóricos e diferenciar o que é racismo, crime de racismo e crime de injuria racial, estes com penas prescritas no ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com Ferreira (2001) racismo significa “Doutrina que sustenta a superioridade de certas raças [...], Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo (s) considerado (s) de outra (s) raça (s)”.
Esclarecido o termo racismo pelo Dicionário Aurélio é importante explicitar o que é crime de racismo de acordo com a legislação brasileira. O crime de racismo está definido pela Lei 7.716 de 1989, onde estão demarcados os crimes de preconceito de raça ou de cor praticados contra uma dada coletividade, ou seja, quando uma pessoa restringe/nega um direito ao outro por motivo de cor, raça ou etnia. Nesse sentido, o Art. 1º desta lei, disciplina que “Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. 
Já o crime de injuria racial é caracterizado quando praticado contra pessoa, nesse sentido, o Código Penal Brasileiro em seu artigo 140 define que a injuria consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém, sendo agravada quando esta é praticada em função de cor e raça.
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa.  (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Portanto, diante do que foi exposto ficou explicito que o racismo se fundamenta na teoria da superioridade racial, promove a divisão e a supremacia de um segmento social sobre outro. O racismo contra o negro visa delinear sua anulação em todas as suas dimensões ou mesmo engendrar, em alguns casos, sua extinção.
2. 2 - Raízes históricas do Racismo
O preconceito racial no Brasil tem raízes históricas, suas origens se relacionam de forma direta e objetiva, com a formação da nação brasileira, com a escravidão do negro africano no início da colonização, como nos revela a historiografia. De acordo com Ferreira (2011, p.15) “O Brasil nasceu como nação constitucional e escravista” [...].
Nesse sentido, Mattoso (2003, p.11) afirma que “Entre 1502 e 1860, mais de 9 milhões e meio de africanos serão transportados para as Américas, e o Brasil figura como o maior importador de homens pretos”. Ainda nesse mesmo raciocínio Pinsky (2010, p. 7) explicita que “A escravidão no Brasil decorre da “descoberta” do país pelos portugueses. Antes de sua vinda, não há registro de relações escravistas de produção nas sociedades indígenas”.
Diante do exposto, verifica-se que o negro africano foi trazido de sua terra natal para o Brasil de forma compulsória, na condição de escravo, pois ninguém nasce escravo, mas torna-se escravo, é uma, escravidão é uma condição social. Desta forma, os negros foram transportados de sua terra natal em condições subumanas nos porões dos navios negreiros para trabalhar nas lavouras brasileiras, como explicita Pinsky (2010, p. 13), “[...] O negro foi, portanto, trazido para exercer o papel de força de trabalho compulsório numa estrutura que estava se organizando em função da grande lavoura [...]”. [1: ALVES, Castro. O Navio Negreiro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pd>f. Acesso em 23 de Janeiro de 2015.]
Nesta mesma perspectiva este autor afirma que
Nada mais equívoco do que dizer que o negro veio ao Brasil. Ele foi trazido. Essa distinção não é acadêmica, masdolorosamente real e só a partir dela é que se pode tentar estabelecer o caráter que o escravismo tomou aqui: vir pode ocorrer a partir de uma decisão própria, como fruto de opções postas à disposição do imigrante. Ser trazido é algo passivo – como o próprio tempo do verbo – e implica fazer algo contra e a despeito de sua vontade(PINSKY,2010, p.13).
De acordo com Otávio (2005, p. 10) a “[...] formação social escravocrata é uma fábrica de preconceitos [...]”. Ainda sobre a escravidão e seus reflexos na sociedade brasileira este estudioso afirma que ela provocou divisões nas esferas: sociais, politicas, econômicas e culturais determinando de forma autoritária e discriminatória, locais ou funções subalternas para os negros.
A escravidão não é simplesmente um fato do passado. A herança escravista continua mediando nossas relações sociais quandoestabelece distinções hierárquicas entre trabalho manual e intelectual, quando determina habilidades específicas para o negro(samba, alguns esportes, mulatas) e mesmo quando alimenta o preconceito e a discriminação racial. Assassinar a memória, escondendo o problema, é uma forma de não resolvê-lo (PINSKY, 2010, p.5).
Assim, verifica-se que aprática da escravidão deixou marcas de preconceito e exclusão contra o negro no seio da sociedade brasileira. Esta prática se materializa de forma candente nas relações sociais como afirma Forde (p. 4) em seu artigo “[...] no Brasil, país de herança escravista e tradição racista, a exclusão tem cor: é negra! Ou seja, ser considerado negro ou negra está relacionado a uma maior possibilidade de estar vinculado à pobreza e aos processos discriminatórios”.
Diante do exposto, verifica-se que a libertação dos escravos em 1888 não trouxe liberdade e igualdade de forma plena para os negros africanos, visto que foram deixados à margem da sociedade após a “libertação” como afirma Fernandes (1920, p.55) “[...] Despreparados para competir com os imigrantes ou para se deslocar para outras ocupações, foram condenados ao ostracismo e à exclusão [...]”. Nesse sentido, Forde (p.3) aduz que “[...] Após mais de um século de abolida a escravidão, as desvantagens e privilégios gerados pelo regime escravista permanecem ao longo das gerações [...]”.
3 – O caso de racismo na Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
O jornal Folha Vitória de 19 de março de 2015 propalou a informação de que um professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES em novembro de 2014, foi protagonista de declarações racistas quando manifestou em sala de aula que se tivesse que escolher ser atendido por um médico ou advogado, preferia ser atendido pelo branco, em vez do negro, tendo em vista o profissional negro ser proveniente de cotas. A Lei nº 12.990/14 regulamenta o sistema de cotas para negros nas instituições públicas.
O professor se diz contrário o sistema de cotas para negros nas universidades, pois na sua visão, os alunos cotistas negros não possuem o mesmo nível intelectual que os não-cotistas, visto que, não têm acesso a uma educação de qualidade. Conforme a linha de pensamento deste profissional da educação, no momento em que os alunos cotistas negros chegam às universidades não estão preparados intelectualmente para atingirem o mesmo desempenho que os alunos não-cotistas.
Não tenho nada contra os negros. Mas se a gente for levar em consideração que a maioria deles tem pouco acesso a uma educação mais requintada, com participação em congressos no exterior, a tendência é que, não só eu, mas qualquer um, prefira um profissional branco. Se eu estou com a vida em jogo e tenho a oportunidade de escolher entre um medico branco ou negro, certamente escolheria o branco, por ser provavelmente a melhor opção. Não sou eu, mas qualquer um faria isso, por causa do histórico da educação do negro (FOLHA VITÓRIA, 2015).
A notícia propagada pelo jornal G1 de 09 de novembro de 2015 explicita que afirmações feitas pelo professor provocaram protestos por parte dos alunos, Coletivo Negrada – Organização de Estudantes, Negros, Indígenas e Cotistas - UFES, que realizaram manifestações contrárias à permanência do professor na universidade, que foi afastado das suas atividades por 30 dias para se instituir uma Comissão de Sindicância. Após quatro meses o professor voltou a lecionar normalmente, o que gerou mais protestos pelos discentes.
Segundo o jornal Folha Vitória de 19 de março de 2015, o Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF – ES) denunciou na Justiça Federal o professor pelo crime de racismo. Já na esfera administrativa, segundo o jornal Folha Vitória e Gazeta online do dia 9 novembro de 2015,a UFES instaurou um Processo Administrativo Disciplinar a fim de apurar o caso. A denuncia realizada contra o professor na Justiça Federal do Espírito Santo foi rejeitada, pelo juiz federal Americo Bede Freire Junior, G1 do dia 20 de março de 2015. O magistrado considerou que a conduta do professor não foi criminosa. Porém, na esfera administrativa o professor foi punido, sendo demitido de seu cargo com base no Estatuto dos Servidores Públicos, Lei 8.112/1990, conforme publicação no jornal Gazeta online do dia de novembro de 2015. Entretanto, o professor poderá recorrer da decisão tanto na esfera judicial quanto no Conselho Universitário.
4 – Conclusão
O caso de preconceito racial contra negros na UFES, protagonizado pelo professor da UFES não é um caso isolado na sociedade e, não se restringe somente ao Brasil, mas em diversos países, como tem demonstrado pesquisas sobre o tema. Porém, os casos no qual este evento acontece com mais gravidade/violência, são nos países onde a escravidão negra foi institucionalizada. Nesse sentido, é perceptível que a escravidão deixou marcas de preconceitos e exclusão por onde ela foi instituída. Visto que, seus reflexos são demonstrados nos índices sociais, que serão citados abaixo. 
O processo de “liberdade” instituída pela Lei Áurea de 1888 no Brasil obteve poucas mudanças frente à realidade em que viviam os negros, pois continuavam sendo escravos, porém, em outra dimensão da escravidão, tais como a da exclusão social, econômica, cultural, politica e etc. A escravidão do preconceito e da intolerância, ou seja, a libertação não promoveu a igualdade social, porém a exclusão. 
Após a Lei Áurea, os negros não foram amparados pelo Estado, ficaram sem moradia e trabalho para o seu sustento. Sobre a situação do negro afirma Covre (2002, p. 52) que “[...] apesar da libertação dos escravos, negros e brancos pobres viviam em condições semi-escravistas”. Desse modo, Fernandes (1989, p.20) também afirma que “[...] A escravidão se esboroou, mas o substituto e o sucessor do escravo não foi o trabalhador negro livre, mas o trabalhador branco livre estrangeiro ou então o homem pobre livre, mestiço ou branco [...]”.
Alguns autores defenderam, ou talvez ainda defendam a teoria de que no Brasil existe ou existiu democracia racial, afirmando que há igualdade entre as raças, ou seja, as relações em todos os níveis são horizontais, não há preconceito/discriminação contra o negro. Porém, como afirmar que no Brasil há democracia racial se cotidianamente somos informados de casos de racismo, seja protagonizada pelo cidadão comum, seja por representantes do Estado no uso de suas atribuições e, mesmo pela política implementada pelo governo que não é efetiva em promover a igualdade como demonstra dados citados Forde.
 Quanto à qualidade de vida, o negro brasileiro fica em 101º lugar,e o branco em 46º lugar no ranking da ONU;
 Quanto à escolaridade, os negros com mais 17 anos de estudo são cinco vezes menos que os brancos;
 Quanto ao analfabetismo, constata-se que o número de crianças (10 a 14 anos) negras analfabetas é oito vezes maior que as crianças brancas (negras: 16,6%; brancas: 1,9%);
 Quanto à evolução social, os dados demonstram que os negros vivem em situação idêntica à vivida pelos seus avós na década de 20, embora tenha ocorrido um considerável desenvolvimento econômico no Brasil.
 Quanto à moradia, 73,1% dos negros vivem em habitações rústicas, ou seja, barracos ou casas de adobe ou madeira, contra 25,9% dos brancos vivendo no mesmo tipo de moradia;
 Quanto à ocupação urbana nas grandes metrópoles, observa-se que os espaços que possuem infra-estrutura, tais como, serviços de saneamento básico, coleta de lixo e maior proximidade de outros serviços como assistência médica e escolas, são visivelmente ocupados pela população branca, ao passo que as regiões periféricas e sem estrutura básica são ocupadas por negros (FORDE, p 3).
Na realidade, não existem oportunidades iguais no Brasil, portanto a democracia racial se constitui um mito e, segundo Fernandes (1989, p.12,16) “Os mitos existem para esconder a realidade [...]”. Fernandes ainda faz uma pergunta: “[...] Poderia existir democracia racial sem certas equivalências (não digamos igualdades.) entre todas as raças?”.
Para Fernandes (1989, p.23), a “[...] democracia só será uma realidade quando houver, de fato, igualdade racial no Brasil e, o negro não sofrer nenhuma espécie de discriminação, preconceito, estigmatização e de segregação, seja em termos de classe, seja em termos de raça”.
É legitima e ética a lutapor uma sociedade mais justa e igualitária, com oportunidades iguais para todos os cidadãos independentes de sua cor, raça ou etnia, ou mesmo, de qualquer outra esfera, nessa perspectiva, o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 proclama que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]”.
Portanto, é correto afirmar que somente haverá de fato democracia racial quando todos os cidadãos tiverem acesso pleno aos direitos de cidadania proclamados pelo ordenamento jurídico brasileiro e, por leis internacionais referentes aos Direitos Humanos pelas quais o Brasil recepcionou. 
Do estudo se apreende que ainda não existe isonomia no plano prático como determinam as leis, mas que por meio de lutas, através da organização social, ou movimentos sociais, consegue-se ultrapassar o óbice do pleno exercício da cidadania, dos Direitos Fundamentais. 
5 – Referências
ALVES, Castro. O Navio Negreiro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pd>f. Acesso em 23 de Janeiro de 2015.
BRASIL. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 .Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm>. Acesso em: 16 de Jan. de 2016.
BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940.Código Penal Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 16 de Jan. de 2016.
BRASIL.LEI Nº 12.990, DE 9 DE JUNHO DE 2014.Dispõe sobre a Reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12990.htm>. Acesso em: 17 de Jan. de 2016.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.Acesso em: 17 de Jan. de 2016.
COVRE, Maria de LourdesManzini.o que e cidadania. Coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 2002. 
FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. Coleção Polêmicas do nosso tempo; v.33. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1989.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O minidicionário da língua portuguesa. 5ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
FERREIRA, Ricardo Alexandre. CRIMES EM COMUM: Escravidão e liberdade sob a pena do Estado imperial brasileiro (1830- 1888). São Paulo: Editora Unesp, 2011.
FOLHA VITORIA. Professor da Ufes acusado de racismo diz que alunos cotistas são semianalfabetos. Disponível em:
<http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/03/professor-da-ufes-acusado-de-racismo-diz-que-alunos-cotistas-sao-semianalfabetos.html>. Acesso em: 17 de Jan. de 2016.
FOLHA VITORIA. Professor acusado de racismo em sala de aula é demitido da Ufes. Disponível em:<http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/11/professor-acusado-de-racismo-em-sala-de-aula-e-demitido-da-ufes.html>.Acesso em 17 de Jan. 2016.
FORDE, Gustavo Henrique Araújo. A luta antirracista no espírito santo: diálogos sobre/com os movimentos sociais, a história e a educação. Disponível em: <https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=a+luta+antirracista+no+espirito+santo>. Acesso em: 17 de Jan. de 2016.
GAZETA ONLINE. Acusado de racismo, professor Malaguti é demitido da Ufes. Disponível em:<http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2015/11/noticias/cidades/3914143-acusado-de-racismo-professor-malaguti-e-demitido-da-ufes.html>.Acesso em 17 de Jan. 2016.
IANNI, OCTÁVIO et. al. O negro e o socialismo. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. – (Coleção Socialismo em Discussão)
MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser escravo no brasil. Tradução James Amado. São Paulo: Brasiliense,2003.
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. 21. ed. São Paulo : Contexto, 2010.
TV GAZETA G1. Juiz rejeita pedido de condenação de professor da Ufes por racismo. Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/03/juiz-rejeita-pedido-de-condenacao-de-professor-da-ufes-por-racismo.html>. Acesso em 17 de Jan. 2016.
TV GAZETA G1. Ufes demite professor Malaguti após denúncia de racismo em sala. Disponível em: <http://g1.globo.com/espirito-santo/educacao/noticia/2015/11/ufes-demite-professor-malaguti-denunciado-por-racismo.html>. Acesso em: 17 de Jan. de 2016.

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