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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 08 Olá, Concurseiros! Estamos na oitava aula do curso de Administração Pública para Tribunais. Como combinado, veremos os seguintes itens: Aula 08 – 20/05: Gestão de pessoas. Gestão por competências. Motivação. Boa Aula! Sumário 1 GESTÃO DE PESSOAS ......................................................................................... 2 1.2 TRABALHO EM EQUIPE .......................................................................................... 11 1.3 GESTÃO DE CONFLITOS ........................................................................................ 15 1.4 GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO ............................................................ 20 2 MOTIVAÇÃO ..................................................................................................... 29 3 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS .......................................................................... 36 3.1 CONCEITO DE COMPETÊNCIA .................................................................................. 36 3.2 COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS E ORGANIZACIONAIS ........................................................ 37 3.3 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS .................................................................................. 39 4 EXERCÍCIOS ..................................................................................................... 49 4.1 QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................... 56 4.2 GABARITO ....................................................................................................... 72 CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 2 1 Gestão de Pessoas Joel Dutra nos ensina que gestão de pessoas é “um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo”. A gestão de pessoas é uma forma moderna de a organização se relacionar com seus colaboradores. Enquanto as formas tradicionais de gestão de recursos humanos eram burocratizadas, centralizadas, focadas no controle e na punição, a moderna gestão de pessoas é estratégica, flexível, descentralizada, voltada a resultados, e para isso oferece maior autonomia aos colaboradores. Alguns editais, ao invés de gestão de pessoas, falam em administração de pessoal, ou ainda administração de recursos humanos. Estas duas últimas são divididas pelos autores da seguinte forma: A Administração de Pessoal trata da parte dita cartorial, que são principalmente os registros dos membros da organização. Em suma, encarrega-se das rotinas trabalhistas e de pessoal, tendo sob sua responsabilidade a administração dos eventos burocráticos decorrentes do contrato de trabalho. Sem dúvida, não se pode admitir que não sejam importantes essas funções, já que é imprescindível o controle da vida funcional dos empregados, com vistas à avaliação de desempenho, treinamento, remuneração, controles de frequência, entre outras tarefas específicas. A Administração de Recursos Humanos, por seu lado, cuida da parte referente ao desenvolvimento das pessoas que pertencem à organização. Isto quer dizer que ela não cuida somente da remuneração, da avaliação ou do treinamento das pessoas, mas do seu desenvolvimento como um todo. Encarrega-se, especificamente de promover a integração do trabalhador à organização, por meio da coordenação de interesses entre a empresa e a mão de obra disponível. No entanto, as bancas de concursos não tem feito esta distinção, e cobram as mesmas coisas qual seja a nomenclatura adotada no edital. Para Werther & Davis, os especialistas de pessoal devem guiar-se pelo propósito da administração de recursos humanos, que é: prover as organizações com uma força efetiva de trabalho, entendendo que o principal pilar de sustentação do sucesso organizacional são as pessoas. Além desse propósito, faz-se necessário direcionar-se por quatro objetivos básicos: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 3 Objetivo societário: ser socialmente responsável perante as necessidades e desafios da sociedade; Objetivo organizacional: fazer da administração de pessoal um prestador de serviços a toda a organização; Objetivo funcional: manter a contribuição da administração de pessoal em um nível apropriado; Objetivo pessoal: dar assistência aos empregados na consecução de suas metas pessoais para que eles possam ser mantidos e retidos, aumentando a contribuição do indivíduo para a organização. Isso já foi cobrado pelo CESPE: 1. (CESPE/ANA/2006) Quatro são os objetivos centrais da administração de pessoal: objetivo societário, objetivo organizacional, objetivo funcional e objetivo pessoal. A questão é certa. Esse tipo de questão, em que eles pedem os principais tipos de objetivos, as formas mais comuns, as etapas mais importantes, na grande maioria das vezes está certa. Podemos associar cada objetivo a um ator com que a administração de pessoal se relacional: com a sociedade, com a organização, com ela mesma e com as pessoas. Segundo Chiavenato, a gestão de pessoas é um conjunto de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos são: 1. Processos de Agregar Pessoas: são os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser também denominados de processos de provisão ou suprimento de pessoas. Incluem o recrutamento e seleção de pessoas. 2. Processos de Aplicar Pessoas : são os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho; 3. Processos de Recompensar Pessoas : são os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 4 4. Processos de Desenvolver Pessoas : são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas. Envolvem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de competências, desenvolvimento de carreiras, etc. 5. Processos de Manter Pessoas: são os processo utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida; 6. Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Já vimos a cultura e o clima organizacional na Aula 03. Vamos ver alguns desses processos, relacionados aos quatro primeiros tipos. a) Agregar Pessoas Estes processos constituem as rotas de ingresso das pessoas na organização. É por meio deles que as organizações permitem que as pessoas façam parte dela. Estes processos são o recrutamento e a seleção. Recrutamento O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no mercado de trabalho para abastecer seu processo seletivo. Na realidade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação:a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho. O recrutamento, tal como ocorre com o processo de comunicação, é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos ao processo seletivo. Se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. Portanto, o objetivo do recrutamento é atrair candidatos para que a empresa possa selecionar os mais aptos a desempenhares as funções dentro da organização. É o conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. O mercado no qual a organização pode buscar candidatos pode ser interno, externo, ou uma combinação de ambos. O recrutamento interno atua sobre os candidatos que CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 5 estão trabalhando dentro da organização para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. O recrutamento externo atua sobre candidatos que estão no mercado de trabalho, portanto, fora da organização. As vantagens do recrutamento interno são: Aproveita melhor o potencial humano da organização; Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; Incentiva a permanência dos funcionários e sua fidelidade à organização; Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; Não requer socialização ambiental de novos membros; Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos; Custa menos do que fazer recrutamento externo Já as desvantagens são: Pode bloquear a entrada de novas ideias, experiências e expectativas; Facilita o conservadorismo e favorece a rotina atual; Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização; Ideal para empresas burocráticas e mecanicistas; Mantém e conserva a cultura organizacional existente; Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua. Enquanto o recrutamento interno aborda um contingente circunscrito e conhecido de funcionários, o recrutamento externo aborda um enorme contingente de candidatos que estão espalhados pelo mercado de trabalho. Seu âmbito de atuação é imenso e seus sinais nem sempre são recebidos pelos candidatos. Por esta razão o recrutamento utiliza várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. As vantagens do recrutamento externo incluem: Introduz sangue novo na organização: talentos habilidades e expectativas; Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades; Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 6 destrezas; Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações. Incentiva a interação da empresa com o mercado de trabalho; Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual. Entre as desvantagens estão: Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; Requer aplicação de técnicas seletivas com maiores custos; Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro do que o recrutamento interno. O recrutamento não é uma atividade que possa ser isolada da estratégia da empresa. Como os negócios mudam e surgem novas funções a cada dia, torna-se imprescindível contar com pessoas flexíveis, capazes de adaptar-se a essas mudanças constantes. O principal desafio do recrutamento é agregar valor à organização Seleção Após o recrutamento, é feita a seleção, que é o processo de escolha dos candidatos de acordo com às necessidades dos cargos e da organização. Ela funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que possuem características desejáveis pela organização. Em termos mais amplos, a seleção busca, dentre os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização. Deve ter como critérios as necessidades exigidas pelo cargo e pela organização. Ela é considerada um processo de comparação porque compara duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser preenchido e, de outro, o perfil das características dos candidatos que se apresentam para disputá-lo. O processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido. As exigências dependem desses dados e informações para que a seleção tenha maior objetividade e precisão para preencher o cargo. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 7 A seleção de pessoal é considerada uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Em outras palavras, o órgão de RH presta assessoria aplicando provas e testes, enquanto o gerente de linha toma as decisões a respeito dos candidatos. A comparação é quase sempre uma função de staff executada pelo órgão de seleção de pessoal. A comparação permite verificar quem possui qualificações desejadas e é aceito e quem não possui e é rejeitado. Após este filtro, deverá ser feita a escolha do candidato, o que é responsabilidade dos gerentes de linha. Como o processo de seleção é uma comparação entre o cargo e os candidatos, uma parte importante do processo é a definição das características do cargo e os requisitos para preenchê-lo. Obtidas as informações básicas a respeito do cargo, o outro lado da moeda é a obtenção de informações a respeito dos candidatos. As técnicas de seleção são agrupadas em cinco categorias: Entrevista: é um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si e no qual uma das partes está interessada em conhecer melhor a outra. Apesar de seu forte componente subjetivo, é a que mais influencia a decisão a respeito dos candidatos. A entrevista pode ser construída de formas diferentes: a) Entrevista totalmente padronizada: é estruturada e com roteiro preestabelecido, no qual o entrevistador faz perguntas padronizadas e previamente elaboradas no sentido de obter respostas definidas e fechadas. b) Entrevista padronizada nas perguntas: as perguntas são previamente elaboradas, mas permitem respostas abertas. c) Entrevista diretiva: determina o tipo de resposta desejada, mas não especifica as questões. d) Entrevista não-diretiva: é a entrevista totalmente livre e não especifica nem as perguntas nem as respostas. Provas de conhecimentos ou de capacidades: o objetivo é avaliar o nível de conhecimentos gerais e específicos dos candidatos exigidos pelo cargo. Testes psicométricos: focalizam principalmente as aptidões, com o objetivo de determinar o quanto elas estão presentes em cada pessoa, para prever o seu comportamento em determinadas formas de trabalho. Enquanto as capacidades são uma habilidade atual para realizar determinada tarefa, as aptidões medem a predisposição natural para determinada atividade ou trabalho. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 8 Testes de personalidade: revelam certos aspectos superficiais das pessoas, como aqueles determinados pelo caráter e os determinados pelo temperamento. Técnicas de simulação: deixam o tratamento individual e isolado paracentrar- se no tratamento em grupos e substituem o método verbal ou de execução pela ação social. Seu ponto de partida é o drama, que significa reconstituir em cima de um palco. b) Aplicar Pessoas As organizações só começam a funcionar quando as pessoas que devem cumprir certos papeis específicos ou atividades solicitadas ocupam as suas posições correspondentes. A lógica dos processos de aplicar pessoas é simples: a organização possui postos de trabalho que devem ser ocupados e exigem qualificações necessárias que deverão ser especificadas detalhadamente, a fim de buscar aqueles indivíduos que possuam tais características. Os processos de aplicar pessoas nas organizações variam bastante. Em algumas organizações, tais processos são rudimentares, quando se baseiam em modelos mecanísticos fundamentados em uma visão lógica e determinística sobre como lidar com as pessoas. Seguem o modelo burocrático, a divisão do trabalho, a fragmentação de tarefas. A rigor, as pessoas devem obedecer às regras impostas e fazer suas tarefas, executar e não pensar. Em outras organizações, os processos de aplicar pessoas são sofisticados e refinados, pois se baseiam em modelos orgânicos fundamentados em uma visão sistêmica e abrangente. Seguem o modelo orgânico, a flexibilidade e a adaptabilidade. Um desses processos é o de Orientação das Pessoas, que consiste em posicionar as pessoas em suas atividades e esclarecer o papel delas e os objetivos. Outro processo é o de Modelagem do Trabalho. A maneira como as pessoas trabalham na organização depende basicamente de como seu trabalho foi planejado, modelado e organizado. Em suma, como foi feita a distribuição das tarefas e, em geral, as tarefas estão contidas em cargos. O desenho organizacional representa a arquitetura da organização: como os seus órgãos e cargos estão estruturados e distribuídos, quais as relações de comunicação entre eles, como o poder está definido. Se a estrutura é rígida e imutável, os cargos também são fixos, permanentes e definidos, fechados, individualizados e delimitados. Se a estrutura é flexível e adaptável, os CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 9 cargos também serão maleáveis, ajustáveis e abertos, com elevado índice de interação com o ambiente que o circunda. Um conceito relacionado com o desenho organizacional é o “enriquecimento de cargos”, que significa a reorganização e ampliação do cargo para proporcionar adequação ao ocupante no sentido de aumentar sua satisfação intrínseca, através do acréscimo de variedade, autonomia, significado das tarefas. É também chamado de ampliação do cargo, alargamento de tarefas. O enriquecimento vertical proporciona tarefas mais complexas, enquanto o horizontal adiciona tarefas variadas, com a mesma complexidade das atuais. Por fim, outro processo de Aplicar Pessoas é o de Avaliação de Desempenho, que veremos na próxima aula. c) Recompensar Pessoas Estes processos constituem os elementos fundamentais para o incentivo e motivação dos funcionários da organização, tendo em vista de um lado os objetivos organizacionais a serem alcançados e, de outro lado, os objetivos individuais a serem satisfeitos. A motivação é um dos fatores importantes aqui, veremos ela mais a frente. Um dos processos de Recompensar Pessoas é o de Remuneração. A remuneração total de um funcionário é composta de três componentes principais: remuneração básica (salário mensal), incentivos salariais (bônus, participação nos lucros) e benefícios (plano de saúde). A administração de salários visa a implantação e/ou manutenção de estruturas salariais capazes de alcançar um equilíbrio ou consistência internos (através da avaliação e classificação de cargos) simultaneamente com um equilíbrio ou consistência externos (através de pesquisa salarial). Para assegurar o equilíbrio interno dos salários, a administração salarial utiliza a Avaliação e Classificação dos Cargos. A avaliação de cargos é o processo de analisar e comparar o conteúdo de cargos, busca identificar a complexidade de cada um. Depois de analisados, eles são classificados, ou seja, colocados em classes, as quais podem ser usadas como base para um sistema de remuneração. Pela avaliação é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia entre os mesmos através da classificação. A avaliação e classificação, além de ordenar os cargos, irão permitir o estabelecimento da estrutura salarial que, por sua vez, determinará consistentemente os salários a serem pagos. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 10 É preciso também haver um equilíbrio externo, ou seja, a remuneração não pode destoar do que acontece em outras organizações. Caso a remuneração na empresa seja inferior ao que é praticado no mercado, a tendência será ela perder funcionários qualificados. d) Desenvolver Pessoas Os processos de desenvolvimento de pessoas envolvem três estratos: o treinamento, o desenvolvimento de pessoas e o desenvolvimento organizacional. Os dois primeiros tratam da aprendizagem no nível individual e como as pessoas aprendem e se desenvolvem. O desenvolvimento organizacional é o estrato mais amplo e abrangente e refere-se a como as organizações aprendem e se desenvolvem através da mudança e da inovação. A diferença entre o treinamento e o desenvolvimento de pessoas está na perspectiva temporal. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo. O desenvolvimento de pessoas focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos constituem processos de aprendizagem. Antigamente, considerava-se o treinamento um meio de adequar cada pessoa ao seu cargo e desenvolver a força de trabalho da organização a partir dos cargos ocupados. Mais recentemente, passou-se a ampliar o conceito, considerando o treinamento um meio para alavancar o desempenho do cargo. O treinamento tem sido entendido como um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais. Treinamento é o processo de desenvolver qualidades dos recursos humanos para habilitá-los a serem mais produtivos e contribuir melhor para o alcance de objetivos organizacionais. O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos, influenciando comportamentos. Segundo Chiavenato, existem quatro formas de mudar o comportamento das pessoas através do treinamento: 1. Transmissão de informações: tem o objetivo de aumentar o conhecimento das pessoas. São transmitidas informações sobre a organização, seus produtos, políticas e diretrizes, regras e regulamentos e seus clientes; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 11 2. Desenvolvimento de habilidades: tem o objetivo de melhorar habilidades e destrezas. Busca habilitar o empregado para a execução e operação de tarefas, manejo de equipamentos, máquinas, ferramentas; 3. Desenvolvimento de Atitudes: tem o objetivo de desenvolver e modificar comportamentos. Tenta fazer a mudança de atitudes negativas para atitudes favoráveis, de conscientização e sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos. 4. Desenvolvimento deconceitos: tem o objetivo de elevar o nível de abstração, desenvolvendo ideias e conceitos para ajudar as pessoas a pensar em termos globais e amplos. 1.2 Trabalho em Equipe Um grupo pode ser definido como: “Duas ou mais pessoas (1) que são psicologicamente conscientes umas das outras (2) e que interagem para atingir uma (3) meta comum (4)”. Esta definição contém as quatro características principais de um grupo. Uma pessoa andando sozinha na rua, num local em que outras pessoas tivessem andando também, não representa um grupo, uma vez que elas não estariam interagindo para alcançar uma meta comum. Por outro lado, se elas saíssem como amigos para ir a uma apresentação de música, elas seriam um grupo. Dessa forma, um aglomerado de pessoas não necessariamente é um grupo. Para ser classificado como grupo, é necessário ter algumas características. Isto interessa à organização porque nela há muitos grupos, alguns formalmente constituídos, outros não, alguns permanentes, outros temporários. Vamos ver, então, quais são os principais tipos de grupos: Grupos primários e secundários: Grupos primários são aqueles voltados para a relação em si, como a família e amigos íntimos. Grupos secundários são mais orientados para alguma tarefa ou objetivo imediato. Grupos formais e informais: Grupos formais são aqueles institucionalmente instituídos, tais como um Grupo de Trabalho, a equipe de um projeto, uma unidade específica, uma força-tarefa etc. Na organização, estes grupos têm metas e objetivos explícitos. Grupos informais, por outro lado, são aqueles que surgem de maneira espontânea, por meio da interação das pessoas. As metas deste tipo de grupo CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 12 geralmente são implícitas, mesmo que sejam recreativas, tais como se divertir, jogar uma pelada no fim-de-semana etc. Grupos homogêneos e heterogêneos: Grupos homogêneos são aqueles em que seus membros são muito parecidos, enquanto grupos heterogêneos são constituídos por pessoas marcantemente diferentes. Em organizações, existem os dois tipos. Um grupo homogêneo pode ser, por exemplo, uma equipe de analistas de tecnologia da informação, que trabalha junto no desenvolvimento de um sistema. Um grupo heterogêneo pode ser exemplificado por uma equipe multifuncional, formada por pessoas da área-fim, de gestão de pessoas, de educação corporativa, de planejamento e de tecnologia da informação, reunida para discutir e aperfeiçoar algum aspecto institucional. Grupos interativos e nominais: grupos interativos são aqueles nos quais os participantes se relacionam diretamente, enquanto nos nominais os participantes se relacionam indiretamente. É fácil imaginar exemplos de grupos interativos, mas nominais nem tanto, né? Um grupo nominal seria, por exemplo, um grupo de trabalho na qual as regras de participação são definidas e mediadas pela empresa, e as pessoas interagem com as outras por meio desta mediação. Grupos permanentes e temporários: esta é fácil. Grupos permanentes têm continuidade indefinida no tempo, tais como uma unidade, uma comissão permanente, uma diretoria. Grupos temporários têm término definido, como uma equipe de projetos e um grupo de trabalho que tem que entregar uma proposta. a) Atributos básicos dos grupos Vamos ver, agora, os principais atributos dos grupos. Status individual e do grupo: status é a posição relativa de um elemento em relação a outros elementos. Neste caso, então, podemos falar do status do indivíduo dentro do grupo e do status do grupo em relação à organização ou a outros grupos. Este status pode ser definido institucionalmente ou pode ser construído de maneira informal. Por exemplo, em uma equipe de trabalho, uma determinada pessoa pode ter o status de chefe porque a empresa assim determinou. Outra pessoa, porém, graças a características pessoais, pode assumir o papel de líder, por meio das interações com outras pessoas. Em uma organização pública, em que, infelizmente, o cargo ainda é mais importante que a entrega, um grupo de pessoas do cargo A provavelmente terá um status maior que um grupo B se, na hierarquia da empresa, o cargo A for mais importante. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 13 Papeis: Papel é aquilo que identifica o indivíduo ou o grupo em relação às expectativas mantidas por outras pessoas ou grupos. Existe uma expectativa em relação a como o indivíduo ou grupo deve se comportar, e, se ele contemplar esta expectativa, terá “cumprido o seu papel”. Coesão: “A coesão se refere ao grau que os membros do grupo têm desejo de permanecer no mesmo e a força de seus compromisso para com o grupo e suas metas. Um grupo coeso é aquele cujos membros refletem sensações de intimidade, manifestadas através de opiniões, atitudes, gostos, desempenho e comportamentos semelhantes”. Pensamento grupal: em grupos muito homogêneos e coesos, as pessoas formam um determinado consenso e passam a censurar ou banir opiniões divergentes. Este grupo provavelmente irá estabelecer normas, normas muitas vezes rígidas, a respeito de como seus membros devem se comportar, pensar e se expressar, e isso pode ter um efeito negativo no alcance da proposta do grupo. O fenômeno da mudança da escolha: ao participar de um grupo, o indivíduo terá coragem de assumir posições e riscos que individualmente não assumiria. Por exemplo, se fosse pedido ao indivíduo para fazer um estudo de determinada estrutura organizacional e ele concluísse que ela deveria deixar de existir, talvez ele não tivesse coragem de, sozinho, dar este parecer. Mas, se ele fizer parte de uma equipe que chegue a esta conclusão, não haverá problema, já que esta será uma posição do grupo. O mesmo vale para algo que está causando insatisfação no indivíduo. Possivelmente ele não teria coragem de se manifestar sozinho, mas, se houvesse um grupo com um abaixo-assinado suficientemente grande, o indivíduo concordaria em colocar seu nome. b) Processo de desenvolvimento de grupos. Os grupos passam por quatro estágios distintos no tempo: formação, erupção, normalização e realização. Formação é a constituição do grupo. É quando as pessoas se conhecem, estabelecem o status e os papeis dentro de cada um no grupo, conhecem as regras que nortearão as relações interpessoais e com a tarefa no grupo. Erupção é a fase em que surgem conflitos. Até certo ponto, é normal e natural que surjam conflitos, afinal as pessoas são diferentes e pensam de forma diferente. Nesta fase, os estilos pessoais entram em conflito com os estilos de liderança, com as normas pré-estabelecidas e com os papeis atribuídos. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 14 Normalização é a fase em que os conflitos são harmonizados. O grupo estabelece novas normas, desenvolve a coesão e harmoniza as expectativas individuais com as coletivas. Realização é o estágio que é alcançado após o grupo estar coeso, com normas esclarecidas, com conflitos resolvidos e com atribuições distribuídas. É quando as pessoas se concentram em alcançar os objetivos do grupo. c) Trabalho em equipe Nem todo grupo é uma equipe. Segundo a equipe é um grupo que possui características específicas: “Pode-se considerar equipe um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas. A confiançaé grande, assumem-se riscos. As habilidades complementares dos membros possibilitam alcançar resultados, os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados. O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Um grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento. Esse processo de auto-exame e avaliação é contínuo, em ciclos recorrentes de percepção dos fatos, diagnose, planejamento de ação, prática/implementação, resolução de problemas e avaliação”. Portanto, nas organizações, desejamos transformar os grupos em equipes. Como fazer, porém, para administrar as equipes? Maximiano lista quatro técnicas para o desenvolvimento de equipes: Ouvir e falar, conhecimento mútuo, criação de identidade e clima de abertura intelectual. A tabela abaixo ilustra os principais pontos destas quatro técnicas de desenvolvimento de equipes: Ouvir e falar Integrantes do grupo devem aprender a exprimir-se e estar dispostos a manifestar suas opiniões e informações; Troca de informações é condição básica para o sucesso do grupo. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 15 Conhecimento mútuo Integrantes do grupo devem conhecer os colegas; Conhecimento mútuo é a base da elaboração de uma missão coletiva. Criação de identidade Identidade do grupo fornece identidade coletiva e senso de participação para seus integrantes; Liderança deve buscar criar identidade para o grupo. Clima de abertura intelectual Abertura intelectual impede conformidade social; Espírito crítico deve ser estimulado. Existem diferentes tipos de equipes, e os tipos de grupos que estudamos também se aplicam a equipes (equipes temporárias x equipes permanentes, por exemplo). Existem, ainda, os seguintes tipos de equipe: Equipes formais: são institucionalmente designadas e compõem a estrutura formal. Podem ser verticais, quando envolvem membros de diferentes posições hierárquicas (um chefe e seus subordinados, por exemplo) e horizontais, quando os participantes estão no mesmo nível hierárquico mas são de diferentes áreas da organização. Equipes autodirigidas: também chamadas de auto-gerenciadas, são equipes de participantes com múltiplas qualificações e que se revezam na realização dos trabalhos. As atribuições que antes eram do supervisor agora são responsabilidade dos próprios membros da equipe, que dividem as tarefas e realizam todas as etapas para a entrega de um produto completo. Equipes virtuais: fazem uso das novas ferramentas e tecnologias de comunicação e informação para que os membros, geograficamente distantes, possam trabalhar juntos. Equipes globais: envolvem trabalhadores de diferentes nacionalidades, que trabalham em projetos globais que têm impacto em múltiplos países e localidades. Podem tanto ser equipes virtuais como equipes que se reúnem presencialmente. 1.3 Gestão de Conflitos As pessoas são diferentes. São complexas, têm desejos e necessidades, explícitos e ocultos, preferências, emoções. Assim, se juntarmos um monte de pessoas diferentes, que é o que acontece nas organizações, é natural que, às vezes, elas queiram seguir caminhos diferentes, queiram disputar recursos limitados ou simplesmente não gostem do nariz das outras. É aí que surgem os conflitos. Eles CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 16 podem ser causados por fatores externos, como disputa por recursos, ou mesmo por fatores internos, subjetivos, emocionais. Nem sempre o conflito é uma força negativa na realidade organizacional. Se entendermos o conflito como uma frustração pela não-obtenção de um recurso, por exemplo, ele pode ser considerado uma força para que o indivíduo se capacite para, no futuro, não enfrentar o mesmo conflito. “O conflito, em si, não é danoso nem patológico. É uma constantes da dinâmica interpessoal, reveladora do nível energético do sistema. Suas consequências poderão ser positivas ou negativas, construtivas ou destrutivas, em decorrência do grau de aprofundamento e intensidade, da duração, do contexto, da oportunidade e do modo como ele é enfrentado e administrado.” Além de não ser necessariamente um elemento danoso, o conflito pode ser inclusive necessário à evolução do ambiente organizacional. O aproveitamento do conflito dependerá, entretanto, da forma como ele é tratado, em especial pelos gestores. ”Em alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado necessário se não se quiser entrar num processo de estagnação. Assim, os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como lidamos com eles é que pode gerar algumas reações. A administração de conflitos consiste exatamente na escolha e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de situação.” Vejamos então alguns dos possíveis efeitos benéficos dos conflitos: São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma causa; Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da organização, pois em qualquer episódio de conflito pode haver diferentes ganhadores (independentemente das percepções anteriores); Rompem o equilíbrio da rotina; Desafiam acomodação de ideias e posições; Desvendam problemas escondidos; Aguçam a percepção e o raciocínio; Excitam a imaginação; Estimulam a criatividade para soluções originais. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 17 Para podermos administrar um conflito, temos que entender suas causas, em função das quais a solução para o conflito deve ser pensada. Dentre as causas mais comuns podemos destacar: Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental; Diferenças de personalidade: são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida; Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance; Diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também como outro lado com quem temos de conversar e/ou apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas. Assim, existem diferentes causas para os conflitos, e em alguns casos eles podem até ser benéficos para a organização, mas, em geral, é necessário uma ação do gerente ou líder para administrá-los, para que não saiam do controle. Vamos agora conhecer as três abordagens quanto à gestão de conflitos de Chiavenato: Abordagem estrutural: Trata-se de abordagem segundo a qual uma percepção de desequilíbrio causa um conflito. Pode ser exemplificada na percepção de desequilíbrio da distribuição de recursos. Assim, segundo esta abordagem, o líder ou gerente pode atuar na estrutura ou nas condiçõescausadoras do conflito, de forma a diminuir ou eliminar a percepção de desigualdade. Abordagem de processo: Trata-se de abordagem em que a resolução do conflito passa pela intervenção no próprio episódio que causou o conflito. Abordagem mista: Inclui tanto modificações estruturais, das condições do conflito, como aspectos processuais, relativos ao episódio que causou o conflito. Para compreendermos estas três abordagens, vamos ver a seguinte tabela, proposta por Chiavenato: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 18 Para resolver um conflito, é necessário, ainda, seguir os seguintes passos: a) criar uma atmosfera afetiva; b) esclarecer as percepções; c) focalizar em necessidades individuais e compartilhadas; d) construir um poder positivo e compartilhado; e) olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado; f) gerar opções de ganhos mútuos; g) desenvolver passos para a ação a ser efetivada; h) estabelecer acordos de benefícios mútuos. Existem diversas formas de lidar com os conflitos, desde encará-lo abertamente até negar sua existência. Vejamos alguns estilos de gestão de conflitos e suas características: Competição: busca satisfação dos interesses, independentemente do impacto que isto possa causar na outra parte envolvida;. tenta convencer a outra parte de que sua conclusão está correta e a dela está equivocada; leva a outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer. Colaboração: contempla os interesses das partes envolvidas no conflito; busca um resultado benéfico para todas as partes envolvidas. Evitação: trata-se de estilo considerado não-assertivo e não-cooperativo; evita todo e qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar sua existência e o contato com as pessoas que podem causá-lo. Acomodação: trata-se de estilo considerado não-assertivo e cooperativo; a parte que utiliza este estilo tende a apaziguar a situação, chegando a colocar as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus. Abordagens estruturais Abordagens mistas Abordagens de processo Fixação de objetivos comuns Sistemas de recompensas grupais Reagrupamento de pessoas Rotação de pessoas Separação de pessoas Definição de regras e regulamentos Formação de grupos e equipes de trabalho Papeis de ligação Papeis integradores Desativação do conflito Confrontação direta Colaboração CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 19 Compromisso: Este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e cooperação, em que uma das partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as partes. Como já falamos em outros momentos nesse curso, sempre que possível é interessante vermos as abordagens de diferentes autores para um mesmo assunto. Teixeira divide os estilos de gestão de conflitos em dois conjuntos de táticas: as táticas de luta/fuga e as táticas de diálogo. As táticas de luta (competição) e fuga (repressão e evasão) são as mais utilizadas, apesar de pouco eficazes. Vejamos as características de casa um desses estilos: Competição: implica reconhecer o conflito e engajar-se na luta aberta contra o adversário. É um comportamento muito comum e aceitável, desde que seja honesto, no campo dos esportes e dos negócios. Entretanto, no relacionamento em pequenos grupos tende a ser um comportamento danoso, pois o relacionamento pode se deteriorar a ponto de comprometer todo o desenvolvimento do trabalho em equipe. Repressão: uso da força para aniquilar o conflito. O que se consegue na verdade é a eliminação dos sintomas, não do conflito em si. A figura da autoridade determina que os litigantes cessem a disputa e proíbe manifestação a respeito, sobre pena de aplicação de punições. Podemos fazer uma analogia com um pai que obriga os filhos a pararem de discutir, sob pena de colocá-los de castigo. O conflito parece ter sido extinto. Entretanto, apenas sua exteriorização foi cerceada. As causas, a motivação profunda, as ideias, opiniões, atitudes e sentimentos antagônicos continuam presentes e, possivelmente, crescentes. Também pode ser chamada de dominação. Este estilo é caracterizado quando os ocupantes de altos cargos da hierarquia da empresa, a alta gerência, impõem uma solução ou determinam uma forma de resolver o impasse. Evasão: Muito parecida com o que vimos como “Evitação”. Nesse caso abrandam-se as emoções, sem, contudo, enfrentar o conflito. A pessoa opta por sair da situação conflitiva e evitar a interação com o outro. Essa estratégia ameniza a situação, mas não resolve o problema. A longo prazo a tática de evasão mostra-se ineficiente, já que não se pode escapar da realidade eternamente. Vejamos, agora, as chamadas táticas de diálogo: Apaziguamento: ajuda de outrem na administração do conflito. Através do diálogo, com o apoio de terceiros, as partes em conflito podem optar por uma trégua ou retirada estratégica, um tempo para repensar a situação com mais CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 20 clareza e tranquilidade. Não se procura uma solução imediata, nem repressão do conflito, nem fuga do mesmo. O conflito existe, está reconhecido e será administrado assim que possível. Enquanto isto, os adversários estão aquietados, em condições de rever o quadro do acontecido, analisando sentimentos e ações com vistas a um futuro próximo. O apaziguamento propicia o encaminhamento da situação de conflito para uma negociação entre as s partes envolvidas. Negociação: As partes em conflito esforçam-se em definir o objetivo específico - a solução total ou controle do conflito. Uma parcela do processo é dedicada à clarificação da posição de cada participante, para que possa haver compreensão dos pontos de vista e das condutas do outro. Quando cada um já conhece a versão e os “fatos” do outro é que se pode iniciar a apresentação de propostas de reformulação da situação, através da discussão das alternativas convenientes e aceitáveis para ambos. Confrontação: O uso dessa tática exige maior habilidade interpessoal de negociação entre as partes em conflito e de quem eventualmente participar como mediador, já que as partes entram em confronto aberto e direto. O mediador é alguém que goza da confiança de ambas as partes e funciona como elemento neutro, que se propõe a acompanhar, escutar, apoiar os esforços dos membros em desacordo, sem interferir no mérito da contenda. É um processo moroso e difícil. Quando bem preparado e conduzido, transforma a desavença em um problema que precisa ser resolvido por meio de trabalho colaborativo entre as partes envolvidas. Integram o conjunto de condições que facilitam a dinâmica da confrontação, entre outras: mútua motivação positiva; equilíbrio relativo de poderes entre as partes, sincronização dos esforços, atmosfera propícia à auto- exposição durante o diálogo; meios apropriados de comunicação; nível adequado de tensão. A questão do poder é bem delicada. Se o gerente e um subordinado em conflito participam de uma confrontação, a dificuldade cresce em razão geométrica. Não há como apagar a relação assimétrica de poder e fazer de conta que os dois participantes gozam de poder equalizado. A não que ambos tenham desenvolvido considerável competência interpessoal, é preferível recorrer à tática de negociação nesses casos. 1.4 Gestão da Informação edo Conhecimento Com a emergência de novos modelos de administração, deslocou-se o eixo gerador de valor nas organizações. Enquanto nas organizações tradicionais os principais CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 21 ativos eram tangíveis, tais como máquinas, imóveis e recursos financeiros, nas novas organizações são valorizados as pessoas e os conhecimentos. Em uma época de rápidas transformações, é importante investir em conhecimento, pois rapidamente ele se torna obsoleto e precisa ser renovado e atualizado. A organização precisa, também, ser capaz de atuar em um ambiente de incertezas e de forte competitividade, e o conhecimento a irá auxiliar nesta atuação. Segundo Fleury e Júnior, “conhecimento pode ser definido como o conjunto de crenças mantidas por um indivíduo acerca de relações causais entre fenômenos, entendendo relações causais como relações de causa e efeito entre ações e eventos imagináveis e suas prováveis consequências. O conhecimento da empresa é fruto das interações que ocorrem no ambiente de negócios e se desenvolve através do processo de aprendizagem. O conhecimento pode ser entendido como o conjunto de informações associadas à experiência, à intuição e aos valores”. É necessário diferenciar o conhecimento dos dados e informações, que são agregações menores. Estudemos, portanto, estes conceitos, conforme entendidos pela ESAF (extraídos da prova do MPOG do ano passado): Dados são um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos e que, em um contexto organizacional, são utilitariamente descritos como registros estruturados de transações, mas nada dizem sobre a própria importância ou relevância. Informações são dados interpretados, dotados de relevância e propósito, portanto, significado, ou seja: a informação visa a modelar a pessoa que a recebe no sentido de fazer alguma diferença em sua perspectiva ou insight. O conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças, compromissos e ação. O conhecimento é função de uma atitude, perspectiva ou intenção, é específico ao contexto e é relacional. O edital nos diz que organizações podem ser entendidas como comunidades de conhecimento. Isto significa que a organização é um espaço de produção e de disseminação de conhecimento. Cada vez mais, o conhecimento deve estar disponível para todos na empresa, para que possa ser utilizado em diferentes processos de trabalho, de forma que os produtos dela tenham cada vez mais valor. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 22 Quando estudamos o conhecimento, temos que conhecer o fenômeno da aprendizagem. Já houve quem dissesse que viver é aprender. Uma criança aprende na escola, mas também aprende brincando na rua. Aprendemos lendo livros, mas também aprendemos com nossos relacionamentos. Aprendemos pela experiência. Se colocarmos o dedo na tomada, isso causará um choque e nos machucará, e provavelmente não repetiremos esta ação. Percebam que a aprendizagem sempre envolve algo do mundo exterior, algo com que nos relacionamos. Assim, a aprendizagem é entendida como uma mudança causada pela nossa relação com o mundo exterior. Este processo é muito importante para as organizações, já que elas buscam sempre a mudança – e esta mudança deve decorrer de aprendizados. Conforme nos ensinam Fleury e Júnior, a aprendizagem nas organizações ocorre em três níveis: - nível do indivíduo: é o primeiro nível do processo de aprendizagem. Está carregado de emoções positivas ou negativas, por meio de caminhos diversos. - nível do grupo: a aprendizagem pode vir a constituir um processo social partilhado pelas pessoas do grupo. - nível da organização: o processo de aprendizagem individual, de compreensão e interpretação partilhados pelo grupo, torna-se institucionalizado e se expressa em diversos artefatos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e elementos simbólicos. As organizações desenvolvem memórias que retêm e recuperam informações. Assim, quando falamos na aprendizagem no nível da organização, os mecanismos que recuperam estas informações e conhecimentos aprendidos são mecanismos de gestão do conhecimento. Outros conceitos que devemos diferenciar são os de aprendizagem formal e informal. Aprendizagem formal é aquela que resulta de treinamentos ou de ações estruturadas, pensadas, com objetivos claros. Aprendizagem informal é aquela que resulta de interações, de processos soltos ou não estruturados previamente. No atual contexto de rápidas mudanças e busca por competitividade, a aprendizagem é fundamental para as organizações. É por meio dela que as organizações irão aperfeiçoar seus mecanismos de funcionamento, com base em erros e experiências passadas, e com base na prospecção do futuro. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 23 Assim, as pessoas deverão ser incentivadas a inovarem, a experimentarem novos métodos. A aprendizagem normalmente leva à geração de conhecimento. O conhecimento pode ter duas naturezas (cobradas em prova de concursos): pode ser tácito ou explícito. Conhecimento explícito é aquele que normalmente está formalizado na organização. Ele pode ser facilmente transmitido e comunicado, seja oralmente, seja de forma escrita. Pode ser incluído em manuais e padrões organizacionais. Conhecimento tácito é mais pessoalizado, implícito, de difícil formalização. Normalmente ele deriva da experiência prática de um indivíduo ou grupo e ainda não é utilizado por outros setores da organização. Existe um modelo de gestão e disseminação do conhecimento bastante famoso, que utiliza os conceitos de conhecimento tácito e explícito. É o processo de criação de conhecimento segundo Nonaka e Takeuchi. Também é chamado de espiral do conhecimento, pois as quatro etapas formam uma espiral que deve rodar de forma contínua. Para eles, o conhecimento é gerado por indivíduos, por meio de quatro relações possíveis entre conhecimento tácito e conhecimento explícito: socialização, externalização, internalização e combinação. Socialização é a conversão do conhecimento tácito em novo conhecimento tácito. Normalmente se dá por meio do compartilhamento de experiências pessoais ou pela experimentação no local de trabalho. Externalização é a transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Combinação é a união e reconfiguração entre diferentes conhecimentos explícitos. Pode ser a combinação entre atas de reunião, manuais, processos de trabalho, monografias, discursos orais e outros documentos. A internalização é o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito. O indivíduo identifica o conhecimento explícito que é relevante para ele e o experimenta nas suas atividades diárias, transformando-o em conhecimento tácito. C A figura Vejam q tácito pa socializa Outro m vivencia ciclo co abstrata Um últim discutira experiên sistemát decisório Argyris circuitos CURSO ON abaixo re que a socia ara explíc ação. modelo imp al de Kolb. ontínuo: a e experim mo modelo am a for ncias pos tica de pr o, é uma e Schon s ou ciclos N-LINE – P www epresenta alização é cito e por portante d Para Kolb experiênc mentação o que inte ma com sitivas ou roblemas, das ferra prevêest : – ADMINI ROFESSO w.pontodo estas quat de conhe aí vai, at de gestão b, a apren cia concr ativa. eressa para que a o u negativ com a a amentas d ta solução STRAÇÃO OR: RAFAE osconcurs tro etapas cimento tá é o fim d do conhe ndizagem d reta, exp a nós é o organizaçã as que aplicação d de aprend o ou o ag O PÚBLIC EL ENCIN sos.com.b s: ácito para a espiral, ecimento é deve pass erimentaç de Argyris o solucio levam à de métod dizagem o grupamen CA PARA T NAS br tácito, a que se in é o model ar por qua ção reflex s e Schon na proble aprendiz os consist organizacio nto de ex TRIBUNA externaliz nicia nova o de apre atro etapa xiva, con . 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Isto pode ocorrer por diferentes mecanismos, tais como ações educacionais, divulgação de documentos com conhecimentos explícitos e rotação de pessoas em diferentes unidades. Outro ponto relevante, na gestão do conhecimento, é a utilização de ferramentas de tecnologia da informação. Estas ferramentas são mero apoio, e devem ser utilizadas para potencializar a gestão do conhecimento. a) Organização de Aprendizagem A noção de organização de aprendizagem surgiu com o livro “Quinta disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem”, de Peter Senge. Neste livro, foi descrito o tipo de mudanças pelas quais os gerentes teriam que passar para ajudar suas organizações a se adaptarem a um mundo cada vez mais caótico. Essas ideias gradualmente evoluíram para descrever as características da organização em si. Para Senge, a organização que aprende não se limita aos processos de adaptação ao meio, uma vez que a aprendizagem envolve a criatividade e a inovação. Na visão de Senge, cinco disciplinas vêm concorrendo para inovar as organizações de aprendizagem. São elas: Domínio pessoal, compreendendo um processo no qual os indivíduos, por meio do auto-conhecimento, aprendem a clarificar e aprofundar seus próprios objetivos, a concentrar esforços e a ver a realidade de uma forma objetiva; Elaboração de modelos mentais, na forma de ideias enraizadas, generalizações e mesmo imagens que influenciam o modo como os indivíduos vêem o mundo e suas atitudes; Formação de visões partilhadas. Quando um objetivo é percebido como concreto e legítimo, os indivíduos dedicam-se e aprendem não como uma obrigação, mas por vontade própria, construindo visões partilhadas; Aprendizagem em grupo, em que as competências coletivas são maiores do que as individuais, desenvolvendo a capacidade para a ação coordenada. A aprendizagem em grupo começa com o diálogo, isso é, com a capacidade dos membros do grupo em propor suas ideias e participar da elaboração de uma lógica comum; Pensamento sistêmico, na forma de um modelo conceitual, composto de conhecimentos e instrumentos, que visam melhorar o processo de aprendizagem como um todo e apontar futuras predições para CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 27 aperfeiçoamento. O indivíduo que, na organização, age de forma sistêmica, tem condições de perceber as relações entre as partes e a importância de cada uma das partes em relação ao todo. Senge enfatiza a necessidade de as cinco disciplinas exercerem suas funções em conjunto. O raciocínio sistêmico é denominado de quinta disciplina, pois é a que integra as outras quatro, incorporando-as num conjunto coeso de teoria e prática. Portanto, para desenvolver seu potencial, o raciocínio sistêmico necessita do objetivo comum para obter uma filiação a longo prazo; dos modelos mentais para perceber os defeitos que influenciam nosso modo de encarar o mundo; do aprendizado em grupo para possibilitar que as pessoas avistem além das fronteiras de suas expectativas pessoais; e do domínio pessoal para que continuamente investiguemos como os nossos pensamentos e ações afetam o mundo em que vivemos. Segundo Daft: A organização de aprendizagem pode ser definida como aquela em que todos estão envolvidos na identificação e resolução de problemas, permitindo que ela co0ntinuamente experimente, mude e melhore, aumentando, assim, sua capacidade para crescer, aprender e alcançar seu objetivo. Enquanto na perspectiva clássica o foco recaía sobre a eficiência, com a organização de aprendizagem a atenção é dadapara a resolução dos problemas. Os funcionários procuram os problemas, como entender as necessidades de clientes especiais. Eles também resolvem problemas, o que significa colocar as coisas juntas de maneira a satisfazer as necessidades dos clientes. Para desenvolver uma organização de aprendizagem, os gerentes fazem mudanças em todos os subsistemas da organização. Três dos ajustes importantes para promover o aprendizado contínuo são:mudança para um estrutura baseada em equipes, empowerment dos funcionários e compartilhamento de informações. Estrutura baseada em equipes: um valor importante em uma organização de aprendizagem é a colaboração e a comunicação entre as fronteiras departamentais e hierárquicas. As equipes autogeridas são a base da estrutura. Tais equipes são constituídas por funcionários com habilidades diferentes, que compartilham ou revezam os trabalhos para produzir todo um produto ou serviço. Embora a liderança de equipes geralmente seja crítica, nas organizações de aprendizagem o chefe é praticamente eliminado. As pessoas recebem as habilidades, informações, ferramentas, motivação e autoridade para tomar decisões centrais para o CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 28 desempenho da equipe e para responder criativa e flexivelmente aos novos desafios e oportunidades que surgirem. Empowerment dos funcionários: uma tendência atual significativa nas corporações é a de que os altos executivos concedam poderes para os funcionários de níveis mais baixos, que passam a ser mais a ser mais participativos, mais preocupados, mais preocupados com a construção de consenso e mais confiantes na comunicação do que em comparação ao passado. O empowerment funciona porque o poder total na organização parece aumentar. Todos têm mais a dizer e, consequentemente, contribuem mais para as metas organizacionais. Este conceito tem sido usado também na participação da sociedade como um todo nas decisões governamentais. O empowerment, traduzido como empoderamento, tem sido conceituado de diversas formas, mas quase todas convergem para o desenvolvimento de potencialidades na sociedade, aumento de informação e percepção, com o objetivo de que exista uma participação real e simbólica que possibilite a democracia. Para Vasconcelos, o empoderamento significa o aumento do poder, da autonomia pessoal e coletiva de indivíduos e grupos sociais nas relações interpessoais e institucionais, principalmente daqueles submetidos a relações de opressão, discriminação e dominação social. Tomado neste sentido, o empoderamento se torna um processo que oferece possibilidades às pessoas de auto-determinar suas próprias vidas, efetivando sua inserção nos processos sociais e políticos, a partir de sua integração na comunidade e da articulação com outras organizações. Empoderar passa a ser o papel de gestão, parceria e responsabilidade que cada ator social assume, junto com o Estado, diante da vida, na acepção de tomar os rumos para influenciar no destino dos recursos públicos e na formulação de políticas públicas que representem a necessidade e a vontade dos cidadãos. É entender que a transformação da realidade é uma tarefa comum ao ser humano, que envolve laços de afeto, inclusão, sentimento de pertencimento e politização. De forma bem simplista, podemos resumir empowerment como “ensinar a pescar, ao invés de dar o peixe”. Informações abertas: uma organização de aprendizagem está repleta de informações. Para identificar as necessidades e resolver os problemas, as pessoas precisam estar cientes do que está acontecendo. Elas precisam entender toda a organização tão bem como as suas partes. Dados formais sobre orçamento, lucros e despesas departamentais estão disponíveis para todos. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 29 2 Motivação Certamente você sabe o que é motivação, e tem que buscá-la todos os dias para estudar para o concurso. Existem centenas de definições a respeito de o que é a motivação, mas, em linhas gerais, podemos entender motivação como aquilo que impulsiona o indivíduo à ação. Os estudos da motivação são bem antigos e complexos. Existem muitos autores e teorias a respeito do assunto, cada uma com seus méritos. Para efeitos de concurso, porém, precisamos simplificar isso. Existem seis teorias consagradas que já foram cobradas em concursos públicos anteriores. Veremos agora cada uma delas. a) Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: Esta é a mais famosa das teorias da motivação. Abraham Maslow foi um psicólogo dos EUA que, nas décadas de 40-50, formulou uma teoria que organiza nossos desejos em cinco grandes categorias: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais e de amor, necessidades de auto-estima e necessidades de auto-realização. Para Maslow, “a motivação é algo constante, infinito e complexo encontrado em todos os seres humanos”. De acordo com a hierarquia das necessidades de Maslow, estas categorias que vimos são dadas de forma crescente. O indivíduo só terá necessidades de segurança após suprir suas necessidades fisiológicas. Ele só terá necessidades sociais se suprir as necessidades de segurança. Ele só terá necessidades de auto-estima se suprir as necessidades sociais e só terá necessidades de auto-realização se suprir as necessidades de auto-estima. Ou seja, existe uma hierarquia entre estas necessidades, e o indivíduo só sente as necessidades mais altas na hierarquia após satisfazer aquelas que ocupam uma posição mais baixa na hierarquia. Vamos ver quais são as cinco categorias de necessidades humanas, segundo Maslow. Necessidades fisiológicas: são aquelas de menor valor na pirâmide, e referem-se às necessidades imediatas do organismo. Incluem fome, sede, necessidade de respirar, inclui a necessidade biológica de reprodução (sexo) etc. É fácil entender isto. Uma pessoa que está passando fome estará motivada para procurar comida ou para ter amigos e compor uma ópera? Obviamente, esta pessoa irá procurar comida. Somente após ter a fome saciada ela irá tomar ações que contemplem necessidades de nível mais alto na hierarquia; C Necess indivídu que não possa v certa es Necess sobreviv Estas in relações Necess uma ima principa Necess potencia precisam A pirâm Em rela expressã CURSO ON idades d o irá preo o esteja a iver de m tabilidade idades s vência, a nterações s sociais; idades de agem posi lmente aq idades de al do indi m estar sa ide abaixo ação a es ão de tes N-LINE – P www e segura ocupar-se ameaçado maneira se na vida; sociais e pessoa ir podem se e estima itiva e está quelas próx e auto-re víduo. Pa tisfeitas. o represen sta teoria, stes e exp – ADMINI ROFESSO w.pontodo ança: apó com a sua por perig egura. 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Irá qu atos, não á relacion a garantia es signific , de amiz cessidades auto-estim elas relaci esta neces r, ainda, os, e sim CAPARA T NAS br sidades do erer um a seja pers ada a ter a das con cativas co zade, filho s que o in ma) e pera onadas à ssidade, t que ela de forma TRIBUNA o primeiro abrigo, um eguido, e r um salár ndições b m outras os, família ndivíduo te nte outras expressão todas as a foi criada a dedutiva AIS 30 o nível, o m local em nfim, que rio e uma ásicas de pessoas. e outras em de ter s pessoas, o plena do anteriores a não por a por seu 0 o m e a e s r , o s r CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 31 autor. O próprio Maslow, quando ficou mais velho, apontou diversas limitações desta teoria, e apresentou algumas ideias para aperfeiçoá-la. Alguns testes e experimentos científicos mostraram que esta teoria tem pouco potencial para prever o comportamento de indivíduos. Mesmo assim, esta teoria continua sendo muito estudada, e, acima de tudo, continua caindo muito nos concursos brasileiros! É por isso que temos que conhecê-la. b) A Teoria ERC de Alderfer ERC refere-se aos três níveis de motivação previstos por esta teoria: Existência, Relacionamento e Crescimento. Em inglês, esta teoria é conhecida como ERG (Existence, Relatedness and Growth). Clayton Alderfer foi um psicólogo americano que se interessou pela teoria de Maslow e adaptou-a. Ele enquadrou, dentro das categorias ERC, as cinco necessidades da hierarquia de Maslow. Ou seja, segundo a teoria de Alderfer, a Existência abrange as necessidades de primeira ordem de Maslow, que são as necessidades fisiológicas e de segurança. Alderfer dividiu a necessidade de quarto nível de Maslow (estima) em duas partes: o componente externo da estima (social) e o componente interno da estima (auto- estima). Assim, no nível Relacionamento, ele incluiu as necessidades sociais e o componente externo da estima. Finalmente, no nível Crescimento, Alderfer incluiu a auto-estima e a necessidade de auto-realização. O quadro abaixo representa a adaptação que Cleyton Alderfer fez na teoria das necessidades de Maslow para criar a teoria ERC: C Perceba Alderfer A prime anterior Alderfer simultân A segun Para Al indivídu c) A Te Ao cont pesquisa motivaç humana (intrínse Os fator ou exte CURSO ON m que o q r. Existem, ira diferen , que, pa r, porém, nea e com nda difere derfer, qu o aumenta eoria do trário de as científ ões. Herz as: os fa ecos). res de hig eriores ao N-LINE – P www quarto nív , ainda, du nça refere ara Maslo as neces plexa. ença refere uando um a a necess s Dois Fa Maslow, ficas, rea zberg des atores de giene, tam o trabalho – ADMINI ROFESSO w.pontodo vel da hier uas outras e-se à sim w, as ne ssidades d e-se a um ma necess sidade dos atores d Frederick alizadas c scobriu q e higiene mbém cham o. Para H STRAÇÃO OR: RAFAE osconcurs rarquia de s diferença ultaneidad ecessidade de todos m compon sidade de s níveis ma e Herzbe k Herzber com entr que há d e (extríns mados ins erzberg, O PÚBLIC EL ENCIN sos.com.b Maslow é as fundam de nas ne es não po os níveis nente de nível m ais baixos erg g elaboro revistas dois grand secos) e satisfacien eles pode CA PARA T NAS br é divido em entais ent cessidade odem ser s podem regressão ais alto n . ou sua te para inve des bloco os fato tes, são f em causa TRIBUNA m dois na tre as duas s. Vimos, simultân existir de das nece não é ate eoria por estigar d os de ne ores mot fatores ex ar a insat AIS 32 teoria de s teorias. no tópico eas. Para e maneira essidades. endida, o meio de desejos e ecessidade tivacionais xtrínsecos, tisfação e 2 e o a a o e e e s , e CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 33 desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a motivação. Entre estes fatores, estão os seguintes: “segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política e administração da empresa”. Os fatores motivadores, também chamados satisfacientes, são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Entre eles, estão os seguintes: “crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização”. Percebam que a principal sutileza desta teoria refere-se ao fato de que ações organizacionais que contemplem apenas os fatores de higiene não irão causar motivação. Veja que salário está entre os fatores de higiene. Então, se a organização der um salário enorme, isto irá criar uma não-insatisfação, mas não irá criar uma satisfação. Para criar a satisfação e motivação, a organização precisa atribuir ao indivíduo trabalhos estimulantes, possibilidades de ascensão na carreira, de sentimento de desenvolvimento, de responsabilidade etc. Tânia Casado nos mostra uma comparação entre as três teorias que vimos até agora: Maslow Alderfer Herzberg Auto-realização Crescimento Fatores motivacionais Estima Relacionamento Fatores higiênicos Sociais Segurança Existência Fisiológicas Quanto à classificação das teorias da motivação, o sistema classificatório mais famoso agrupa teorias de conteúdo estático e teorias do processo motivacional. Estas três teorias que vimos até agora podem ser ditas teorias da motivação de conteúdo estático. Estas teorias “tratam do conteúdo do que efetivamente motiva as pessoas. Estes modelos também são chamados de estáticos, porque observam apenas um (ou poucos) ponto(s) no tempo, e assim são orientados para o passado ou para o presente”. As teorias que veremos a seguir, por sua vez, são consideradas teorias do processo motivacional, pois envolvem um caminho mental a ser seguido, e não conteúdos dados a priori. Um terceiro grupo de teorias seriam as relativas ao CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 34 ambiente, ou à motivação decorrente da interação entre o indivíduo e seu ambiente externo. d) A Teoria da Determinação de Metas de Edwin Locke Para nos motivarmos, precisamos de objetivos concretos, de metas. Isso se aplica também à realidade organizacional. O trabalhador precisa conhecer objetivos, diretrizes e metas, para agir de forma a alcançá-las. “O papel do gestor, portanto, será o de definir e clarificar metas para seus liderados, o que os fará empregar determinado esforço na sua consecução”. Outro princípio importante desta teoria é a participação do trabalhador na definição das metas. O trabalhador irá ficar mais motivado para alcançar metas que ele ajudou a definir. Elas não podem, portanto, ser impostas: devem ser construídas conjuntamente, entre o líder e os liderados. As metas devem também ter como requisito a clareza. Elas precisam ser compreendidas pelo trabalhador para que ele possa agir no sentido de alcançá-las. Em relação à dificuldade das metas, elas não podem ser muito fáceis, nem muito difíceis. Elas têm que ser desafiadoras,
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