Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

ERGONOMIA VISUAL 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ana Leocadia de Souza Brum 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos entender os principais fatores ambientais que 
influenciam no desempenho do trabalho humano em relação à iluminação. Serão 
abordados os efeitos fisiológicos da luz e estratégias para o melhor planejamento 
da iluminação. Também iniciaremos os estudos sobre as cores, tanto a sua 
percepção quanto a sua interferência nos objetos. 
Segundo Begelmann e Beld (1997), muitos problemas de saúde possuem 
sua origem na permanência das pessoas por tempo prolongado em espaços 
pouco iluminados ou com falta de luz. Estresse, fadiga, cefaleia, visão turva, 
entre outros problemas, podem ser amenizados com o entendimento de 
conceitos luminotécnicos básicos que são importantes para o bem-estar do 
corpo e da mente. 
Com base nesses conhecimentos, será possível fazer uma imersão nos 
aspectos da luz e das cores e sua relação e interferência no ambiente. O objetivo 
é desmistificar a teoria para poder exercitar a ergonomia no design de forma 
efetiva e com ótimos resultados projetuais. 
CONTEXTUALIZANDO 
Como objeto de estudo, a iluminação traz fundamentos para análises 
ergonômicas na melhor construção de um ambiente favorável para o trabalho 
humano. Acredita-se que um ambiente com iluminação correta incentiva a 
concentração e melhora a produtividade pretendida com o trabalho, além de 
promover melhores condições criativas e de atenção para o trabalhador. 
A luz tem papel importante no ambiente e poderemos perceber essa 
constatação no decorrer desta aula. 
A luz não tem apenas intensidade, mas também vibração que é capaz 
de tornar áspero um material suave e macio, dando uma qualidade 
tridimensional para superfícies planas. (Renzo Piano) 
TEMA 1 – FOTOMETRIA 
Fotometria é o ato de medir a quantidade de luz no ambiente. A eficiência 
luminosa de uma fonte de luz depende da quantidade de radiação que emite 
dentro de uma faixa visível, que está atrelada à energia gasta durante a emissão 
 
 
3 
das ondas. A eficiência luminosa de uma fonte é expressa em número de 
unidade de luz emitida por uma unidade de energia gasta. 
1.1 Fotômetro 
Fotômetro é o aparelho que mede a intensidade da luz. Atualmente, 
também podem ser utilizados aplicativos no celular para fazer essa medição. 
Figura 1 – Exemplo de fotômetro 
 
Créditos: Rodrigo C/Shutterstock. 
Saiba mais 
Atualmente, pode-se fotometrar com a utilização de um aparelho celular 
e um aplicativo (app) instalado. Para entender melhor quais os benefícios, 
facilidades e dicas para utilização de um fotômetro a partir do celular, assista ao 
vídeo disponível em: e 
perceba que é possível iniciar o uso da fotometria. 
1.2 Lâmpadas 
A unidade de luz chama-se lúmen, e a eficiência luminosa de uma 
lâmpada elétrica é expressa em lumens por Watt, ou lm/W. A tecnologia evoluiu 
 
 
4 
bastante desde a invenção da lâmpada incandescente em 1879 por Thomas 
Edison. Vamos conhecer um pouco sobre lâmpadas e as melhores indicações 
de usos. 
• Lâmpada incandescente: nós a incluímos na lista, mas esse tipo de 
lâmpada não pode ser encontrado no mercado. A lâmpada incandescente 
converte energia elétrica em calor e energia luminosa por meio de um 
pequeno fio de tungstênio interno que quando energizado aquece e emite 
luz. 
• Lâmpada fluorescente: esse tipo de lâmpada tornou-se o mais utilizado 
por trazer maior satisfação aos consumidores. Essas lâmpadas são as 
mais comuns e são encontradas em ambientes residenciais e comerciais 
por consumir menos energia. Podem ser encontradas em formato 
compacto ou tubular. 
• Lâmpada halógena: tipo de lâmpada incandescente que pode ser 
encontrada no mercado brasileiro, pois não oferece risco devido à sua 
faixa de potência estar entre 41 e 60w. Esse tipo de lâmpada é muito 
utilizado na decoração por permitir uma associação mais rústica. Seu 
funcionamento pode durar por até 5.000 horas. 
• Lâmpada de filamento: esse tipo de lâmpada permite que o filamento 
fique em destaque dentro do bulbo, tornando-se um elemento decorativo 
muito utilizado. Uma importante característica dessa lâmpada é sua 
tonalidade amarelada, que precisa ser completada quando se deseja 
maior luminosidade. 
• Lâmpada de LED: lâmpadas mais eficientes que permitem redução no 
consumo de energia em torno de 80%. Além disso, apresentam vida útil 
prolongada, fazendo uma relação muito positiva com a sustentabilidade 
por sua durabilidade. 
 
 
 
5 
Figura 2 – Tipos de lâmpadas 
 
Créditos: Trifonenkoivan/Shutterstock. 
TEMA 2 – EFEITOS FISIOLÓGICOS DA LUZ 
A visão e os movimentos dos olhos dependem do nível de iluminação de 
um ambiente. Este é um exemplo de efeito fisiológico da luz. 
2.1 Fatores que influem na discriminação visual 
São muitos os fatores que influem na discriminação visual, porém, neste 
tema, vamos abordar aqueles mais relevantes para o ambiente de trabalho em 
relação aos estudos de ergonomia para o design. São eles: 
• Quantidade de luz: antigamente, os ambientes de trabalho eram 
projetados para economizar o máximo possível a energia elétrica. Os 
valores recomendados na década de 1950 variavam em torno de 10 a 50 
lux. Atualmente, com a utilização de lâmpadas mais eficientes e 
direcionadas ao trabalho, as recomendações são de aumento de 10 vezes 
dos números citados. Importante entender que o rendimento visual tende 
 
 
6 
a crescer com o aumento de lux, no entanto, seu excesso pode provocar 
fadiga visual. 
Há tabelas de orientação quanto à quantidade de iluminação 
recomendada para cada ambiente, como podemos ver a seguir: 
Tabela 1 – Nível de iluminação recomendado por ambiente 
TIPO ILUMINAÇÃO 
RECOMENDADA (lux) EXEMPLO DE APLICAÇÃO 
Iluminação geral para 
locais de pouco uso 20 – 50 
Iluminação mínima de 
corredores e almoxarifados e 
zonas de estacionamento. 
100 – 150 
Escadas, corredores, 
banheiros, zonas de 
circulação, depósitos e 
almoxarifados. 
Iluminação geral em 
locais de trabalho 
200 – 300 
Iluminação mínima de 
serviço. Fábricas com 
maquinários pesados. 
Iluminação geral de 
escritórios, hospitais e 
restaurantes. 
400 – 600 
Trabalhos manuais médios. 
Oficinas em geral. Montagem 
de automóveis. Indústria de 
confecções. Leitura ocasional 
e arquivo. Sala de primeiros 
socorros. 
1.000 – 1.500 
Trabalhos manuais precisos. 
Montagem de pequenas 
peças, instrumentos de 
precisão e componentes 
eletrônicos. Trabalhos com 
revisão e desenhos 
detalhados. 
Iluminação localizada 
1.500 – 2.000 
Trabalhos minuciosos e muito 
detalhados. Manipulação de 
peças pequenas e 
complicadas. Trabalhos de 
relojoaria. 
Fonte: Iida, 2016. 
• Tempo de exposição: para calcular o tempo de exposição para que um 
objeto possa ser percebido, alguns fatores são importantes, como 
tamanho do objeto, contraste e nível de iluminação. Considera-se o tempo 
de 1 segundo para que haja uma boa discriminação. Caso os objetos a 
serem observados forem muito pequenos e o contraste baixo, o tempo 
deve crescer. 
 
 
7 
• Contraste entre figura e fundo: o contraste é a diferença de brilho entre 
a figura e fundo. Quando não há contraste, a figura torna-se camuflada no 
fundo e torna-se invisível. 
2.2 Ofuscamento 
Acontece quando o brilho do fundo é maior que o brilho do objeto. O 
ofuscamento acontece quando há a presença de luz, principalmente com janelas 
ou áreas excessivamente brilhantes em relação ao ambiente ao qual o olho 
estava acostumado. 
Há dois tipos de ofuscamento, a saber: 
• Ofuscamento que causa “cegueira”: quando há uma fonte de luz muito 
forte no campo visual. Um bom exemplo desse tipo de ofuscamento é 
quando estamos dirigindo à noite e em sentido contrário aparecem faróis 
de um carro. Neste momento, a luz forte atinge o olho e dispersa-se 
interiormente, causando um bloqueio, interferindo navisão. Assim que a 
fonte de brilho é removida, o olho volta a se recuperar e acontece um 
ajuste. 
Ofuscamento com desconforto, irritação e distração visual – esse 
ofuscamento é mais brando que o anterior, no entanto, o desconforto acontece 
pela atividade do músculo que controla a abertura da íris. Um exemplo desse 
ofuscamento é quando um objeto brilhante se destaca num fundo escuro, 
ocorrendo ações contraditórias entre os músculos enquanto uns tendem a fechar 
outros tendem à dilatar a íris, causando fadiga visual, irritação e distração. 
A forma mais eficiente de se evitar o ofuscamento é eliminar a fonte de 
brilho no campo visual. Quando essa ação não for possível, por exemplo, 
eliminar uma janela, tende-se a alterar a posição do trabalhador deixando a 
janela nas suas costas ou em sua lateral. 
Outras formas de se reduzir o ofuscamento: 
• reduzir a fonte de brilho; 
• atuação no ambiente, aumentando a luminosidade; 
• redução do brilho refletido. 
 
 
 
8 
2.3 Fadiga visual 
Algumas atividades como a do designer, digitadores, revisores, entre 
outras profissões que fazem uso intenso da visão, estão sujeitas à fadiga visual. 
A fadiga visual ocorre pelo esgotamento de pequenos músculos ligados 
ao globo ocular que são responsáveis pela movimentação, fixação e focalização 
dos olhos. 
Como resultado, a fadiga visual causa tensão e desconforto. Os olhos 
ficam avermelhados, tendem a lacrimejar e a frequência do piscar aumenta. 
Pode-se perder a nitidez do que se está olhando ou pode até haver sua 
duplicação. Em graus mais avançados, a fadiga visual provoca dores de cabeça, 
náuseas, depressão e irritabilidade emocional. 
Fadiga visual acontece em decorrência de alguns fatores: 
• Fixação de detalhes quando os objetos exigem grande esforço do 
músculo dos olhos para acomodação e convergência. 
• Iluminação insuficiente ou errada pode provocar brilhos e ofuscamentos. 
• Quando há pouca diferença entre figura e fundo (contraste). 
• Quando há pouca definição de objetos e figuras com traços muito finos ou 
contornos confusos. 
• Objetos pequenos, com baixo contraste, mal iluminados e em movimento. 
• Postura incorreta que dificulte a leitura. 
A fadiga visual é um importante tema a ser considerado pelos designers 
gráficos e, para evitar esse problema, é necessário um rigoroso planejamento da 
iluminação, assunto que abordaremos na sequência. 
TEMA 3 – PLANEJAMENTO DA ILUMINAÇÃO 
O planejamento visual é a correta forma da luz ser utilizada sem a 
propagação de sombras, ofuscamento ou reflexos. Esse trabalho deve ser 
iniciado no projeto do edifício, levando-se em conta o aproveitamento de luz 
natural e quando esta não for suficiente, deve propor a utilização de luz artificial. 
Um bom planejamento da iluminação além de permitir a claridade correta, 
prevê a intensidade da luz e também as distâncias e reflexões da luz nas 
paredes, tetos, pisos, máquinas e móveis. As cores também podem ser 
importantes aliados na combinação de contrastes, transformando ambientes de 
 
 
9 
trabalho em espaços agradáveis e confortáveis, evitando fadiga, monotonia e 
acidentes. O planejamento da iluminação também contribui com a maior 
eficiência dos trabalhadores. 
3.1 Sistemas de iluminação 
O sistema de iluminação é uma combinação de fatores como tipos de 
lâmpadas, luminárias e o processo de distribuição destes elementos no espaço. 
Existem três tipos de sistemas de iluminação: 
• Iluminação geral: caracteriza-se pela colocação regular de luminárias em 
toda a área, garantindo uma uniformidade de iluminação sobre o plano 
horizontal. Algumas características: 
o Distribuição aproximadamente regular das luminárias pelo teto. 
o Iluminação horizontal em certo nível médio. 
o Uniformidade da iluminação. 
o Possui maior flexibilidade de layouts. 
o Não atende necessidades específicas de locais que exigem maiores 
níveis de iluminância. 
o Em alguns casos, podem gerar ofuscamento em função da fonte de 
luz direta. 
Figura 3 – Exemplo de iluminação geral 
 
Créditos: Gorodenkoff/Shutterstock. 
 
 
10 
• Iluminação localizada: caracteriza-se pela concentração maior de 
iluminação em determinada área de trabalho onde a tarefa está sendo 
realizada. Esse sistema de iluminação é possível com a colocação de 
luminárias próximas aos locais onde o trabalho está sendo realizado. 
Algumas características: 
o Luminárias próximas à atividade. 
o Iluminação em áreas restritas. 
o A iluminação geral é suficiente para eliminar fortes contrastes. 
o Há maior economia de energia. 
o Consideram as necessidades individuais. 
o Dificultam alterações de layout. 
o Normalmente exige complementação via iluminação geral. 
Figura 4 – Exemplo de iluminação localizada 
 
Créditos: Bbernard/Shutterstock. 
• Iluminação combinada: caracteriza-se pela complementação de 
iluminação com foco onde a tarefa está sendo realizada e também 
iluminação geral. 
 
 
 
 
11 
Figura 5 – Exemplo de iluminação localizada 
 
Créditos: Artazum/Shutterstock. 
3.2 Benefícios da boa iluminação no ambiente laboral 
o Melhora a acuidade visual. 
o Contribui para a concentração. 
o Reduz a fadiga ocular. 
o Diminui a sonolência. 
o Promove o aumento da produtividade. 
TEMA 4 – PERCEPÇÃO DAS CORES 
A cor é um estímulo luminoso que penetra nos olhos, e o olho acaba 
sendo um instrumento integrador desses estímulos. A transmissão de 
informações se dá quando a luz e a cor estão associadas às formas do que se 
está visualizando. 
A percepção sobre as cores vai depender do olhar que damos a este e 
como será feita esta análise. Os psicólogos vão analisar os efeitos das cores 
sobre os indivíduos; enquanto na publicidade serão analisadas as aceitações de 
produtos e as cores utilizadas. Os arquitetos vão analisar a percepção das cores 
 
 
12 
nos ambientes e, para os designers, a percepção das cores se dá por meio das 
sensações ativadas no consumidor perante o objeto ou a peça gráfica 
desenvolvida. 
Para Lacy (1989), “A cor está muito ligada aos nossos sentimentos, 
ajudando-nos em nossas atividades e influenciando em nossa sociabilidade, 
introversão e extroversão”. 
4.1 Significados atribuídos às cores 
São atribuídos às cores alguns significados mais relevantes e naturais, 
nas cores primárias (amarelo, vermelho e azul) e nas secundárias (laranja, 
violeta, verde e rosa), sendo eles: 
• Amarelo: cor quente, estimulante, de vivacidade e luminosidade. Tem 
elevado índice de reflexão e tende a sugerir proximidade. Quando 
utilizado em excesso, pode tornar-se monótono e cansativo. Muito 
utilizada e indicada para ambientes onde é exigida muita concentração, 
pois atua no sistema nervoso central. Terapeuticamente, o amarelo é 
utilizado para evitar depressão e estados de angústia. 
• Vermelho: cor extremamente estimulante, desperta entusiasmo, 
dinamismo, ação e até violência. Também promove a sensação de calor 
e força, estimulando os instintos naturais. Sugere proximidade, porém, 
quando utilizada em excesso, pode irritar, desenvolver sentimentos de 
intranquilidade e pode despertar violência. 
• Azul: muito associado à cultura ocidental e à fé. Transmite confiança, 
integridade, delicadeza, pureza e paz. Na tonalidade mais escura, 
transmite a sensação de frieza e formalismo. 
• Laranja: é uma cor estimulante que transmite vitalidade. Normalmente, 
relaciona-se com ação, entusiasmo e força. Chama a atenção quando 
utilizada em pontos que devem ser destacados, promovendo visibilidade. 
• Violeta: sugere proximidade e promove o contato com sentimentos mais 
elevados e espiritualidade. Seu uso em excesso pode tornar o ambiente 
desestimulante e agressivo. Não se recomenda o uso em grandes áreas, 
assim como o vermelho, o azul escuro e o verde escuro. 
 
 
13 
• Verde: transmite paz e bem-estar quando utilizada na tonalidade mais 
clara. Sugere tranquilidade e também a sensação de frescor. Quandoutilizada em tons mais escuros, é uma cor que tende à depressão. 
• Rosa: sensação de aquecimento, calma e relaxamento. Também está 
relacionada à fragilidade, à feminilidade e à delicadeza. 
Figura 6 – Cores diversas 
 
Créditos: Sashkin/Shutterstock. 
TEMA 5 – CORES DA LUZ E DO OBJETO 
A cor de um objeto é caracterizada pela absorção e reflexão seletiva das 
ondas luminosas que incidem na superfície. A cor percebida por nós é aquela 
que foi refletida pelo objeto. Então, um objeto negro é aquele que absorve todos 
os comprimentos de onda e não reflete nada. Objetos brancos são aqueles que 
refletem todos os comprimentos e não absorve nenhum. 
Quando analisamos as cores dos objetos, entendemos que esse olhar 
acontece sob a luz branca ou solar. Quando são utilizadas outras luzes, ou 
lâmpadas comerciais, as cores percebidas podem ser diferentes. 
 
 
14 
• Cores primárias: são aquelas que não podem ser produzidas a partir da 
mistura de outras cores. Essas cores podem ser de dois tipos: primárias 
da luz e de corantes. 
o Cores primárias da luz: são o vermelho, o verde e o azul. As outras 
cores são obtidas por meio de adições. A mistura dessas três luzes 
coloridas produz a luz branca, acontecendo um fenômeno chamado 
síntese aditiva. 
o Cores primárias de corantes: são o amarelo, o magenta e o verde-
azul. Outras cores são formadas pela subtração. A união dessas cores 
corantes produz o preto, pelo fenômeno chamado síntese subtrativa. 
• Cores complementares: além das cores primárias, cujas misturas 
produzem outras cores, as complementares (de luzes) podem se anular 
mutuamente e sua mistura produz a cor branca. Essas cores são 
representadas pelos seguintes pares: 
o Vermelha/Verde-azul; 
o Amarela/Azul; 
o Verde/Magenta. 
Albert H. Munsell criou, em 1912, um sistema de padrões de cores, 
utilizando três variáveis: a matiz, a claridade e a saturação. 
• Matiz, gama ou tonalidade: é a qualidade da nossa definição de 
“colorido”. É exatamente a posição da cor no espectro eletromagnético. É 
o que identifica se uma cor é azul ou laranja. 
• Claridade, luminosidade, valor ou brilho: é a qualidade da cor pela 
nossa definição quando estabelecemos o claro ou o escuro. Essa 
definição vem de encontro à quantidade de branco ou preto contido na 
cor. 
• Saturação, croma, pureza ou intensidade: é a qualidade da cor que 
descrevemos como pureza. Depende da quantidade de branco, preto ou 
cinza que nela interfere. A cor é menos pura ou mais pura conforme se 
aproxima (dessaturação) ou se afasta (saturação) do cinza. 
É interessante perceber que a cor não é uma característica própria dos 
objetos, mas depende da luz que os ilumina. 
 
 
15 
Saiba mais 
Com o intuito de ilustrar o processo de entendimento da sobre os objetos, 
o vídeo indicado a seguir apresenta alguns exemplos de visualização de diversas 
fontes de luz sobre o mesmo objeto. Assista ao vídeo disponível em: 
 e perceba esse fenômeno. 
TROCANDO IDEIAS 
Nesta aula, foram abordados os conceitos de luz, desde o que é fotometria 
passando pelos efeitos fisiológicos da luz e a importância de se planejar a 
iluminação. Ainda iniciamos estudo sobre a percepção das cores e as cores da 
luz e do objeto como importantes conteúdos para o campo do design gráfico. 
Com base no contexto teórico sobre o planejamento da iluminação no 
ambiente, vamos agora trocar ideias com os colegas (via fórum on-line) para 
expandir os conhecimentos sobre a aplicação da ergonomia e da iluminação. 
O ambiente que você está agora possui qual sistema de iluminação? Está 
correto esse sistema de iluminação para a atividade que você está 
desenvolvendo? Caso não esteja correto, que alterações você poderia propor 
para melhorar a iluminação deste ambiente? Quais as vantagens em propor 
essas melhorias? Cite um ponto positivo e um ponto negativo sobre esse sistema 
de iluminação. Por fim, indique qual o melhor sistema de iluminação para a 
prática de design gráfico. 
NA PRÁTICA 
Com base na aula apresentada e nos exemplos citados sobre as 
percepções das cores, vamos fazer um exercício de levantamento de requisitos 
ergonômicos. 
Escolha uma marca que você tenha desenvolvido. Resgate um trabalho 
de design gráfico de marca desenvolvido por você e analise essa criação com o 
olhar mais atento aos requisitos ergonômicos apresentados no tema percepção 
das cores. 
Caso você não tenha facilmente acesso a uma marca desenvolvida por 
você, busque uma marca/logo/identidade visual qualquer ao seu redor. Observe 
a marca com atenção. Faça um texto que defenda o uso das cores utilizadas. 
Argumente a escolha e a relação das cores com a percepção obtida pelas 
 
 
16 
pessoas, como o azul utilizado em uma marca de tecnologia e que transmite a 
confiança que os clientes procuram nesse segmento. 
Essa atividade tem caráter crítico com base em uma teoria apresentada e 
seu conteúdo será melhor fixado se o aluno recorrer à sua realidade 
exemplificando os conceitos. 
FINALIZANDO 
A luz e todas as suas aplicações possuem relação direta com as cores e 
com a prática do design gráfico. Acima de tudo, em relação à ergonomia visual, 
esses conteúdos teóricos geram proximidade com a prática principalmente sobre 
os requisitos ergonômicos em projetos de design gráfico. 
Com base nesses conhecimentos, será possível argumentar e embasar 
tecnicamente o trabalho no que tange os aspectos relacionados à profissão de 
designer e aprofundar os conhecimentos sobre as cores, que serão melhor 
discriminados nas próximas aulas. Importante salientar que essa teoria deve 
fazer parte do processo projetual no design gráfico e, com isso, antecipar 
importantes resultados nos projetos desenvolvidos com importante foco no 
usuário. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
IIDA, I.; CORRÊA, M. B. Ergonomia do manejo. São Paulo: Universidade de 
São Paulo, 1971. 
IIDA, I. Ergonomia Projeto e Produção. São Paulo: Blucher, 2016. 
	Conversa inicial
	Contextualizando
	tema 1 – FOTOMETRIA
	Trocando ideias
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

Mais conteúdos dessa disciplina