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Direito Penal I – Parte Geral PRINCÍPOS DO DIREITO PENAL 1. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Cuida-se de um princípio que envolve o Direito como um todo, produzindo reflexos no Direito Penal. Está previsto no Art. 1º, III, CRFB, e é a base, e meta, do Estado Democrático de Direito, focalizando dois pontos, objetivo e subjetivo. Objetivo: tem por finalidade garantir o mínimo de subsistência do ser humano; Subjetivo: para assegurar o bem-estar individual, baseado na autoestima e na respeitabilidade perante a sociedade. Tem por finalidade evitar e limitar os excessos punitivos do Estado. 2. DEVIDO PROCESSO LEGAL Trata-se de princípio cujas raízes estendem-se pelo princípio da legalidade, voltado tanto ao Direito Penal como ao Direito Processual Penal, presente no Art. 5º, LIV, CRFB, sendo a apoteose dos princípios penais e processuais penais. Quando todos os princípios são cumpridos, garante-se a justa punição ao acusado, assegurando a eficácia do Princípio da Dignidade Humana. 3. LEGALIDADE Para que exista o crime, faz-se necessário que a conduta seja tipificada, ou seja, que esteja prevista em lei, conforme Art. 5º, XXXIX, CRFB, e Art. 1º CP. É o mais relevante princípio penal. Assegura que não há crime, ou contravenção penal, sem prévia definição legal. Igualmente inexiste pena sem a prévia cominação legal (sem a pena estabelecida para o tipo). Nullum crimen nulla poena sine praevia lege 4. ANTERIORIDADE Denota a obrigação de se haver prévia estipulação de lei definidora do crime, assim como a pena para esse crime deve estar estabelecida (Art. 1º, CP). Nullum crimen nulla poena sine praevia lege 5. PERSONALIDADE OU RESPONSABILIDADE PESSOAL OU INTRANSCENDÊNCIA Exprime que a pena permanecerá com a pessoa até que a mesma seja extinta (a pena), ou a pessoa termine sua execução, ou ainda, venha a falecer. Previsto no Art. 5º, XLV, o princípio veicula proibição absoluta de que a pena, abstratamente cominada, dirija-se a terceiros, frisando que ninguém poderá ser punido por fato alheio. 6. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Correspondendo a precisa ideia de dignidade humana, garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida. Encontra fulcro no Art. 5º, XLVI, CRFB, e Art. 34, CP. 7. INTERVENÇÃO MÍNIMA Consiste, segundo Capez, que o Direito Penal somente deverá ser aplicado em havendo extrema necessidade, mantendo-se como subsidiário e fragmentário. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal, vol. 1, 2012). O princípio da intervenção mínima tem um papel fundamental em um Estado Democrático de Direito, pois evita que os autores dos denominados “crimes de bagatela” sejam enviados aos presídios tão somente porque sua conduta estava descrita em um tipo penal. 8. CULPABILIDADE O princípio da culpabilidade rege que não há crime sem dolo, e que não há crime sem culpabilidade (nullun crimen sine culpa). Deve-se considerar o nexo causal entre a conduta e o resultado. 9. TAXATIVIDADE Totalmente associado ao princípio da legalidade, rege que a conduta deve estar prevista em lei. 10. PROPORCIONALIDADE É o princípio que zela pelo equilíbrio e justa adequação entre o delito cometido e a pena aplicada. A gravidade do delito deve corresponder à severidade da sanção. George F Richardson 2016
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