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Resumo sobre o Crime de Peculato O crime de peculato é um dos delitos previstos no Título 11 do Código Penal Brasileiro, que trata dos crimes contra a administração pública. Este crime é caracterizado como funcional, ou seja, é tipicamente praticado por funcionários públicos que se aproveitam de suas funções para cometer atos ilícitos. Para que o crime de peculato ocorra, é necessário que o agente tenha um vínculo funcional, ou seja, que utilize o cargo que ocupa para a prática do delito. Um exemplo claro seria um policial militar que, durante seu tempo de folga, subtrai bens de uma escola pública, o que não se configura como peculato, pois não há relação com sua função pública. A doutrina classifica o crime de peculato em várias modalidades, sendo as mais relevantes: peculato apropriação, peculato desvio, peculato furto, peculato culposo e peculato mediante erro de outrem. O peculato apropriação , conforme o artigo 312 do Código Penal, ocorre quando um funcionário público se apropria de bens que estão sob sua posse em razão do cargo. A consumação do crime se dá no momento em que o agente realiza qualquer ato de disposição sobre o bem, como, por exemplo, quando um oficial de justiça leva bens penhorados para casa e os utiliza indevidamente. O peculato desvio , por sua vez, refere-se ao ato de desviar bens públicos ou particulares para proveito próprio ou de terceiros, sem a devida autorização. A diferença entre o peculato apropriação e o desvio é sutil, mas importante: enquanto no primeiro o agente se apropria do bem, no segundo ele o desvia de sua destinação legal. O peculato furto é uma modalidade em que o funcionário público subtrai bens que não estão sob sua posse legal, mas que ele tem acesso em razão de sua função. Já o peculato culposo ocorre quando o agente, por imprudência, negligência ou imperícia, contribui para a subtração de bens públicos, sendo a pena significativamente menor. Por fim, o peculato mediante erro de outrem é caracterizado quando o funcionário público se apropria de bens que foram entregues a ele por engano, sem que tenha havido qualquer induzimento por parte do agente. A diferença crucial aqui é que a posse do bem não é ilícita, mas sim indevida, pois o funcionário se aproveita de um erro alheio. É importante destacar que, no caso do peculato culposo, a reparação do dano pode levar à extinção da punibilidade ou à redução da pena, dependendo do momento em que a reparação é feita. Destaques O crime de peculato é um delito funcional, praticado por funcionários públicos que se aproveitam de suas funções. As principais modalidades de peculato incluem: apropriação, desvio, furto, culposo e mediante erro de outrem. O peculato apropriação ocorre quando o agente se apropria de bens sob sua posse em razão do cargo. O peculato desvio refere-se ao desvio de bens para proveito próprio ou de terceiros. O peculato culposo permite a reparação do dano, podendo levar à extinção da punibilidade ou redução da pena.