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RELAÇÕES TRABALHISTAS Prof: Pâmella Carvalho GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Grupo Econômico A figura do grupo econômico e a responsabilidade solidária visam resguardar o próprio patrimônio do empregado, bem como coibir a prática de fraudes. Havendo a dificuldade financeira de uma das empresas, os seus empregados poderão exigir os seus créditos das demais empresas do grupo econômico. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Grupo Econômico - Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17): Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Grupo Econômico - Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17): Pela nova redação, o legislador prevê o grupo econômico por dois prismas distintos: Grupo econômico vertical: Há uma empresa controladora e as controladas, também denominadas de subordinadas. Grupo econômico horizontal: As empresas atuam por coordenação, agindo com interesses integrados e atuação em conjunto. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ ATENÇÃO: - Fraude: art. 9º da CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. - Súmula 129 do TST: SÚMULA Nº 129 - CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. -Súmula 205 do TST (cancelada) e ARE 1.160361 do STF (anexo): SÚMULA Nº 205 - GRUPO ECONÔMICO. EXECUÇÃO. SOLIDARIEDADE (CANCELADA) O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução. Vide: https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verPronunciamento.asp?pronunciamento=10040500 https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verPronunciamento.asp?pronunciamento=10040500 GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Sucessão Trabalhista O termo sucessão de empregadores, em sua concepção mais ampla, refere-se às hipóteses em que ocorre a alteração da titularidade do direito ou da obrigação em razão da modificação do sujeito. Tratando-se de obrigações e direitos previstos em um contrato, é possível afirmar-se que a sucessão refere-se a uma alteração subjetiva na relação jurídica contratual. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Sucessão Trabalhista Art. 10 da CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448 da CLT - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Sucessão Trabalhista – Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17): Efeitos: a) Para o empregado: Art. 468, da CLT: A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. b) Para a empresa Sucessora: Art. 448 – A da CLT: Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. c) Para a empresa Sucedida: Art. 448, Parágrafo único da CLT: A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art10 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art448 GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Sucessão Trabalhista – Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17): Efeitos: d) Sócio retirante: Art. 10 - A, da CLT: O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I - a empresa devedora; II - os sócios atuais; e III - os sócios retirantes. Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Desconsideração da Personalidade Jurídica A desconsideração da autonomia patrimonial da pessoa jurídica (“desconsideração da personalidade jurídica”) é medida extrema e cirúrgica, coibindo a fraude ou o abuso de direito e, de uma forma mais simples e objetiva, pois incluídos nos dois institutos citados, a confusão patrimonial, permitindo que no caso em concreto, respeitado o devido processo legal, o credor alcance os bens particulares dos sócios e administradores. Ela reforça a autonomia patrimonial da pessoa jurídica e a preservação da empresa, não devendo ser utilizada tão somente porque a pessoa jurídica não tenha mais bens para satisfazer aos seus credores. GRUPO ECONÔMICO E SUCESSÃO EMPRESARIAL ❑ Desconsideração da Personalidade Jurídica DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - CPC Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. § 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11