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00\ ,L{2 l' ~~~,0 CONSULTA VEDADOEMPRÉSTIMO Como fqzerteses em sqúdepúblicq conselhose idéiasparaformular projetos e redigir tesese informes de pesquisas 2i!Reimpressão FedericoTobar MargotRomanoYalour Tradução MariaÂngelaCançado EDITORA f]i ~ Sum~rio PrefácioàEdiçãoBrasileira""'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 9 Prólogo """""""""""""""'''''''''''''''''''''''''''''''''''' 11 ParteI - O Projeto 1.DaArteà Ciência ""''''''''''''''''''''''''''''''19 2.DaDúvidaaoProblema 33 3.DoProblemaaoProjeto 47 Parte 11- APesquisa 4. Do ProjetoàAção ""'''''''''''''''''''''''''''''''''' 85 5.ACaixadeFerramentasdoPesquisador'"'''''''''''''''''' 95 6. HipóteseseVariáveis"'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 111 ParteIII - O Informe 7. DaAçãoàRedação 131 Anexo - Como Continuar? ""'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 157 Pref~cio~ Ediç~o Br(15iIeir(1 Em muitoboahoraa EditoraFiocruzresolveupublicarempor- tuguêsComoFàzerTesesemSaúdePúhlica,deFedericoTobare MargotRomanoYalour.Osestudantesbrasileirosdesaúdepública careciamdeummaterialcomoesteque,antesdetudo,desmÍstifica asdificuldadesdedesenvolverumtrabalhocientíficodequalidade. Comoapontamosautores,asdisciplinasdemetodologiadapes- quisanoscursosdepós-graduaçãosão,emgeral,umapanhadode múltiplasquestõesoriundasdaepistemologia,dalógica,daestatísti- ca etc.- muitoimportantesparaa formaçãoglobaldo pós-gra- duando-, semdúvida,masqueraramentecumpremcomoobjetivode serumguiapráticoqueacompanheo estudanteemtodasasfases derealizaçãodeumapesquisaatéa produçãodotrabalhofinal. Em umalinguagemsimples,coloquial,estelivroinduzo estu- dantea iniciar-senestalindaarte,maisdo queciência,queé o processodesecolocara indagaçãoinicialdeumproblema,passan- dopelaformulaçãodamaneiradevê-Ioe resolvê-Ioe, finalmente, transmitiraosseusparestodososachadosidentificadosnotranscur- sodapesquisacientíficadequalidade. Organizadoemtrêspartesesetecapítuloslogicamenteencadea- dos,estáricamenteilustrado,paracadafase,comexemplosdees- tudosepesquisaslevadasa cabo,emanosrecentes,porestudantes brasileiroseargentinoseminstituiçõesdosdoispaíses.Porissomes- mo,cresceseuvalor,enraizadoqueestánasnossascondiçõesreais dedesenvolvimentodapesquisaemsaúdepública.No anexoofere- ceumainteressanterelaçãodefontesmetodológieasparaváriosra- 9 mosdo complexocampoda saúdepública,reunindoreferências nacionaise internacionais,como cuidadodeselecionartextosem português,espanhole inglês,numamélangedeexperiênciase idio- masquesófazenriquecera publicação. FedericoTobarjá ébemconhecidodo leitorbrasileirodocam- po dasaúdepública,porsuaspublicaçõesnasáreasdeeconomia dasaúdeesistemasdesaúde.Na suapassagempelaEscolaNacio- naldeSaúdePública,mostrou-seuminquietoeorganizadoinves- tigador.Só amadureceuemsuatrajetóriaacadêmicapor institui- çõesargentinas. Saúdocommuitasatisfaçãoo lançamentodestelivro,quecerta- mentepreencheumalacunaimportantena- paraorgulhodetodos nós,militantesdaárea- já extensaemuitoqualificadabibliografia de saúdepúblicaqueestepaís acumuloudesde1975, como surgimentodo CEBES,e quefoimagnificamentecontinuadacomo surgimentodaÁBRi\SCOesualinhaeditorial,a partirde1979e,mais recentemente,daeditoradestaCasa,quesurgiuem1994. Paulo MaI"chioáBuss PresidentedaFundaçãoOswaldoCruz 10 Prólogo Um livro é umacoisaentreas coisas,um volume perdidoentreosvolumesquepovoamoindiferente universo,atéqueencontraseuleitor,ohomemdesti- nadoaseussúnholos.Ocorreentãoumaemoçãosin- gularchamadaheleza,esselindomistérioquenema psicologianema retóricadecifram...Oxalásejaso leitorqueestelivroaguardava. JorgeLuisBorges Prólogoderivadepro (para)e logos(conhecimento),éjustifica- tivadoquevemdepois.Esteéumlivrosobrepesquisacientífica,eo quevemdepoisdeveriaseraquiloquenós(osautores)sabemos sobreossegredosdapesquisacientífica. Alguémnossugeriuumavezquefizéssemosumlivrocomo título "Ossegredosda pesquisa".Masdesistimos,aoverificarmosque,na realidade,carecíamosdequalquersegredometodológicoquemere- cesseserdivulgado.Dispomos,sim,deumconjuntode'dicas'esuges- tõesquepodemfacilitara vidaou,melhordizendo,o trabalhode quemsedisponhaa iniciarumapesquisacientíficapelaprimeiravez. A idéiaoriginalerachamarestelivro"Comopesquisar",o que nospareceuumtítuloeficiente,maspoucooriginal.O quemantive- mosdestaprimeiraidéiade títuloé queseo 'como'é o logos,o pro-Iogosdeveriaser:'o quê?','porquê?'e 'paraquê?'.Entãoo prólogodestelivrodeveriaexplicaremqueconsisteo livro,porquee paraquefoi escrito.De fato,a ciênciasepreocupacomo 'como' dascoisas,e sea pesquisaé a formadefazerciência,então,como pesquisarsepoderiatraduzirem'comofazercomo'. 11 Custou-nosdesistirdoprimeirotítulo,já queeracurtoegráfico. Alémdomais,umadascaracterísticasdalinguagemcientíficaéque elaprivilegiaa exatidãoemdetrimentodaoriginalidade.Chegamos a pensarqueerapoucocientíficoconsiderarinadequadoum título pelosimplesfatodesermuitorepetido.Entãonossurpreendemos comduascoisas.Primeiro,semnosdarmosconta,já estávamos pesquisandode novo,postoque estávamosproblematizando, tematizandoou dissertandosobreestelivroc seutítulo.Segundo, estávamosfazendoum livrosobreciência,masnãoestávamosfa- zendoumlivrocientífico. Queparadoxo!Fazerumlivronãocientíficoqueversesobrecomo fazerciência.É queacreditamosque,no campoda atividadeda produçãocientífica,o conhecimentoé o produto,e o métodoé o caminhooua formaparasechegara esseproduto.O métododeve sercientífico,masa formadeensinar,detransmitiro métodonão temporqueo ser. Nãoháumcaminhoúnicoqueconduzaaoconhecimento.Cada pesquisaadmiteum conjuntodealternativasparachegara bom termo.Nãoháumasóalternativaenãohásequerumaformaindis- cutivelmentemelhorde pesquisar.Entretanto,quemcomeçaa pesquisarcomfreqüênciasentequeenfrentao enormedesafiode encontrar'o' método,o 'único'caminho,queo levea desenvolver 12 corretamenteseusprojetos. Osdesafiosquevãosurgindoatuamsobreo investigador,trans- formando-o.Assim,um esbeltoe onipotenteHércules,quevaloro- samenteenfrentaastarefasqueosdeuseslheencomendaram,con- verte-seemumlânguidoQuixote,quesedebateinternamentecon- traosmoinhosdevento.A solidãoéumdosmaioresdesafiosenfren- tadospelopesquisador,e, umavezembarcadono p~ojeto,poucos serãoosquepoderãoaconselhá-lo'''sigaporestecaminho","nãose preocupe".Astentações,asconfusões,podemlevá-loa desistir.Ou, parafraseandoOctavioPaz,ficadifícilsustentaruma"versão"entre tanta"di-versão"e tanta"per-versão". O conhecimentocientíficoéobradoshumanose,entretanto,ad- quiriuvidae relevânciaalémdoshomens.No transcursodevários séculos,o conhecimentocientíficofoi seerguendocomoummonu- ~ -, ~ '-o " / mentocujaimagemnoscausa,aomesmotempo,admiraçãoe sen- saçãodeesmagamento.Masestemonumentoconstruídopelosho- mensnãoéumatorre,massimumlabirinto,eaindanãosedesco- briuumverdadeirométodocientíficoparasairdele. Em outraspalavras,acredi~amosquenãoháummétodocientí- ficoparaencontraro métodocientífico.Nossapropostaconsiste, então,emtiraro pó daciência,emtirá-Ia desuacaixa.Queremos proporaosleitoresquedesenvolvamprojetosmenosrigorososemais passionais.Queremospensara produçãodo conhecimentocomo umaarte,aindaquesetratedeconhecimentocientífico.Nãoenun- ciamosregras,nemsequernormas,limitamo-nosa sugerir'dicas' Comoumaobradearte,umapesquisasealimentadepaixão,não fazdelaseuinsumoprincipal,maséporelaqueselevanta,seani- ma,quetomavidae sentido. Osautoresdestelivrosãopesquisadoresdeofício.Comoocorria nosgrêmiosmedievais,herdamosde nossospaisestavocaçãoe, durantegerações,trabalhamosnelacomoumadeliciosacondena- ção,sema ambiçãonema tentaçãodemudardeofício.No trans- correrdenossastarefas,fomosprotagonistasdemuitosprojetosde pesquisa.Algunschegarama bomportoe outrosnaufragaramem diferentespontosdocaminho.Mas,comoemtodoofíciomedieval,apartirdeumdeterminadomomento,exigiu-nosquededicássemosuma partecadavezmaiordenossosesforçosa 'professar'.Ou seja,a ex- pandirnossacapacidadedetrabalhoatravésdaprédicaedainstrução aoutrossobrecomoprocederemcadasituação.Destemodo,alémde sermosprotagonistasdenossaspesquisas,passamosa serespectado- resdeumnumerosoconjuntodepesquisasdeterceiros. Nessaatividade,coletamosexperiências,elaboramosparecerese adquirimosmanhasepreconceitos.Estelivrosurgemaisdosúltimos doquedosprimeiros.Nelederramamosmaisnossasmanhasepre- conceitos,emformadesaberprático,doquenossosconhecimentos, emformadedoutrina. Iniciamosa redaçãodolivrocomo mesmoespíritodaqueleque, havendovisitadorepetidasvezesumaregião,confeccionaum guia doviajanteparafacilitaro caminhodosquesepredisponhama se- guirosseuspassos.Nossastarefascomopesquisadorese comopro- 13 14 fessoresnosmostramàsvezesa necessidadedenosconvertermos emterapeutasdospesquisadoresmaisnovos.Descobrimosque,para conquistarresultados,devemosinvestirpartedenossotempoeenergia. emajudarosalunos,orientandoseassistentesa superaro bloqueio, osmedosea ansiedade.Provavelmente,hápoucosobjetosouativi- dadescomtantopoderdenosmobilizarcomoumatese,que,em instantes,écapazdefazerseuautorpassardaonipotênciaabsoluta à impotênciatotal. Quandoumalunodepós-graduaçãosevêanteo desafiodere- digirsuatese,experimentaumagrandeconfusão.Atualmente,a maioriadascarreirasuniversitáriasdedicaumapartereduzidados currículosa formarseusalunosemmetodologiadapesquisa.Como a formaçãodepós-graduaçãostritosensu(mestradosedoutorados) requerqueo alunoelaboremonografias,dissertaçõese teses,a falta deconhecimentosmetodológicossetomaangustiante.O problema aumentaquandoo pós-graduandoverificaque,sobo títulode "Metodologiadapesquisa"seformulaumaamplasériedequestões queincluemelementosdeepistemologia,estatística,lógica,mate- mática,lingüística,às quaisseagregaum conjuntodetécnicase instrumentosqualitativoselaboradospelasciênciassociais. A pesquisarseaprendepesquisando,e elaborarumatesenão exigequeoalunoseconvertaemumespecialistaemmetodologia.O importanteé queo pesquisadorconheçaasopçõespossíveise se aprofundeatéondesejanecessárionaquelastécnicasquesemos- tremmaisadequadasaoproblemaselecionado.Por exemplo,não fazsentidoparaquempensaemfazerumestudodalegislaçãocom- paradadedicarboa partede seutempoa estudartécnicasde processamentoestatístico,da mesmaformaquenãovalea pena paraquempropõeum experimentotradicionalpreocupar-seem conhecertécnicasdeanálisedodiscurso. Osalunosdepós-graduaçãosãoprofissionaisformados,especi- almentenaAméricaLatina,ondea idademédiadessesalunosé muitosuperiora deoutrospaísescommaiortradiçãoacadêmica. Em geral,nãosãofrágeis,sãoárvoresmadurasquesequeremcon- solidarnoterreno.Algunsbuscamessaconsolidaçãoatravésdasua copa,elevando-separacaptarmaisluzsolar.Outros,aocontrário, buscamessecrescimentoabaixo,aprofundandosobo terreno,crian- doraizes.Osprimeirosbuscamaqualificação;ossegundos,a especi- alização.Têmmuitascoisasemcomum,entreelasosrequisitosaca- dêmicosquedeverãocumprir,mastêmcaracterísticasmuitodiferen- tesquederivamdesuaatitudediantedoconhecimento.Estaatitude diferencialserevelamaisdoquenuncanahoradeformularuma pesquisa,porquepesquisaréjustamenteproduzirconhecimento. Como lei" este I iVi"O Estelivronãotema intençãodeserummanual,masumguia, nãoapresentanormas,masumconjuntodesugestõese recomenda- ções.Comcerteza;nãoserásuficienteparaelaborarumapesquisa, masconfiamosqueajudaráaquemempreendaestaaventuraa sen- tir menosmedode seperder.O leitorencontraráum conjunto deidéiaseorientaçõessobreo quesignificarealizarumtrabalhode tese,comoorganizá-Io,planejá~loe redigi-lo.O livrofoi redigido tendocomoobjetivosconseguirajudarosleitoresa: 1. desenvolverumprojetodepesquisa; 2. formularcomprecisãoo problemadeestudo; 3. identificarasestratégiasmetodológicasadequadasparaa re- soluçãodoproblema; 4. formularhipótesestestáveisempiricamente; 5. incorporarformascriativase inovadorasdeoperacionalização e medição; 6. integraro conhecimentoteórico-conceitualcoma estruturados dadosutilizados,sejamestesnuméricosou lingüísticos. A primeiraparteapresentaum h'1liaparaa estruturaçãodeum projetodepesquisa.O projetoéoprincípio,agênese.Sugeriu-seque o princípioé a metadedotodo,demodoquea formulaçãodopro- jetotemumcaráterestratégicoparaodesenvolvimentofinaldapes- quisa.Entretanto,cremosqueé maisdo queisso,o projetoé a concepção;a gestação,a gravidezdapesquisa.Estaparteapresen- 15 ta umconjuntodeorientaçõessobrecomointerpretarcadaumdos componentesdopr~jetoe assimcomeçara estruturá-lo. A segundaparteabordaa questãodoplanejamentodasativida- des.Temcomoobjetivoapresentarao leitorum menudeopções técnicasemetodológicasparapromoveracaptaçãoeoprocessamento dosdados,convertendo-oseminformaçõesúteis. A terceiraparteapresentaumconjuntodeidéiaseesquemasde redaçãocientíficaquepodemserúteisparaaconfecçãodeinformes, monografiase teses.Por último,anexa-seumabrevebibliografia comentadasobremetodologiadapesquisa,quepretendeorientaro leitorsobreondebuscarparaaprofundarasleiturassobretécnicas, métodose tiposdedesenhos. Algunsdosexemplosutilizadosforamextraídosdeteseseproje- tos.OutrosforaminspiradosnosresumosincluídosnoLUAcs(Lite- raturaLatino-AmericanadeCiênciasda Saúde)e no Catálogode TesesemAndamentoqaEscolaNacionaldeSaúdePública/Fiocruz. Porém,osexemplosdepesquisasaquiincorporadospodemnãorefletir a verdadeiraintençãodeseusautores.Foramincluídosparafor- necerexemplosconcretossobretesespossíveisno Brasil,e pedi- mosdesculpasse,porventura,distorcemoso sentidooriginalde seustrabalhos. 16 o Projeto ParteI D~Arte ~ Ciênci~ Aindaquepareçacontraditório,apesquisacientíficaconstituium empreendimentoartesanal.Nãohá um caminhoúnicoparatoda pesquisa,existemmúltiploscaminhos,existemmúltiplospontosde chegada.Pesquisaré viajar,partirembuscadoconhecimento.Ge- ralmente,quandoseiniciaaviagem,nãosesabecomexatidãoaon- desechegará.Por issonãosepodenormatizara pesquisa.Assim comonosofíciosartesanais,existemtécnicas,existemmétodose existeminsumos.Cadaum delesapresentavantagense desvanta- gensqueo artesãodainformaçãodeveráavaliar,tentandoescolher o maisadequado. Arte e ciênciq A ciênciaassumecomomissãoalcançaro conhecimentooumor- rerno intentodeaIcançá-1o.Astentativasfracassadasdedescober- tascientíficasnãooutorgamfama,glórianemdinheiroa seusartífi- ces,mastambémcontribuemparaa buscado conhecimento.Os quevieremdepoissaberão,pelaexperiênciaalheia,seconvémse- guirporaquelecaminhoounão.Porisso,emciência,costumamser tãoimportantesosprocessosquantoosresultados.Tão importante quantochegarà verdadeé encontrarformasdemedi-Ia. Na arte,nãohá a pretensãodereplicação.A obradeumartista nãosejustificapelastécnicasempregadas,maspeloresultadoalcan- çado.Mas o importantenãoé que- no casode existirem- asregras Capítulo1 o métodoé o caminhoparao conhecimento 19 da criaçãoartísticasejammenosexplícitas,menosrigorosase mais subjetivas.A principaldiferençaentreasformasdeproduçãodaartee daciênciaéapreocupaçãodestaúltimacomacontinuidadedabusca. Essapreocupaçãopelacontinuidadelevaforçosamentea uma sensibilidadeplural.ComoafirmavaClaudeBernard:"a artesou eu,aciênciasomosnós".A comunidadeacadêmicadificilmentetole- raráumtrabalhodepesquisaquecomecee telmineemsi mesmo, quenãosepreocupeemrevisaro queosoutrosfizeramantessobre o tema,nemseesforceemfacilitarocaminhodequemvenhadepois a continuara investigação. Teot".iêle método Afunçãodo projetoédar garantiasdeque sechegaráao destino 20 . f---- L Métodosignificacaminho,métodoseramosmarcosdasestradas naCréciaantiga.FerraterMoradizquemétodosignificaliteralmen- teperseguição:"O métodoé,então,umprograma,masumprogra- madirigidoà obtençãodosaber,atravésdo qualo métododeve distinguir-sedequalqueroutroprocedimentoeujafinalidadenãoseja a obtençãodosaber".!A questãodométodoéumaquestãodepro- cedimentos,nãodeatéondeavançar,masde comofazê-Io,de quaissãoasformasquepermitemaopesquisadordesviar-semenos, perdermenostempoc energia.O métodonãogaranteosresultados, massimo acessoaosmesmos. Na pesquisacientífica,o métodoéumcaminhoiluminadopor uma teoria.Teoriasignificaver.Não há trânsitopossívelsem integrarteoriae dadose vice-versa,e istoé conseguidoatravés deum método. Pesquisaré perguntar,incorporar-seaodesconhecido,é buscar domesticara ignorância.Nãoéencontrarasrespostas,masmelho- rarasperguntas.A maioriadosgrandesdescobrimentosforamres- postasà perguntaqueosmotivou.A ciêncianãoavançacomres- postas,mascomperguntas.Colombodescobriua Américabuscan- doumnovocaminhoparaoOriente.O mesmoaconteceucomgrande 1 Ferrater Mora, J. Diccionario de Fílosofía. 2.ed. México, D.F: Editorial Atlante, 19+t partedosdescobrimentoscientíficos.Os epistemólogoschamama issoserendÍpÍtyouconseqüênciasimprevistasdepesquisa. Quandocomeçamosumapesquisa,temosumaleveidéiadeaonde queremoschegaremuitopoucasgarantiasdequeo conseguiremos. Aí estáa importânciadoprojeto:é eleo guia,o mapaquenosdá garantiasdechegara um lugarqueserá,pelomenos,próximoou similarao quebuscávamos.Masessemapa,esseguia,nãofoiútil apenasparaColombo,mastambémparaIsabeldeCastela,a qual, compartedassuasjóias,financioua expedição. O pesquisadorqueiniciaumprojetonãonecessitaconhecer todososmétodospossíveis,assimcomoo exploradorquepartede um lugarnãoprecisaconhecertodososcaminhos.Precisaapenas dispordealgunssinais,dealgumasferramentasquelhepermitam avançare seorientar.Em muitoscasos,ospesquisadores,comoos caminhantes,"fazemo caminhoaocaminhar...". o queé umqtese? Tesesignificaposição,éumatomadadepartidoparasolucionar um problema,o problemadapesquisa.Fazerumateseé sustentar umaposiçãoa respeitodeumadeterminadaquestãoemumadeter- minadaáreado conhecimento.Daí derivaseucaráterderequisito máximoparaalcançarumaposiçãoacadêmica.Sustentarcientifi- camenteumaposiçãoimplicademonstrarumadeterminadahabili- dadequeécaracterísticados'mestres':a habilidadededissertar. Umateseacadêmicaé,emsíntese,aabordagemcientíficadeum problemadeconhecimento,queenvolvenecessariamenteumapes- quisa,ainda que amesmasejaexclusivamenteteórica.A formação acadêmicaé talveza únicaáreadeatividadequeconservaquase 2 "Estesúbitobrotardepercepções,e!>1ruturasinteleduaisevisõesdaronsciênciasquesem dúvidanãoseteriamreveladonamenteronscientc,seestanãoestivesseocupada,masde <:ujagestãonãotivemosnotícias.Apalavrasen~ndJÍ1ityfoiinventadaem1724,porHorace Walpole,quesebaseounocontoorientaldaprincesade'serenidade',quetinhatrêspreten- dentesetlueacadaumdelesdeuumatarefaquaseimpossível.Ostrêsfracassaram,mas, nodecorrerdeseusesforçosheróicos,cadaumdelesrealizoualgoaindamaismaravilhoso" (White,L. MaehineexDeo:latecnologíay Iaeultura.Méxiro:Ed. Asociados,1973,p.32). Tesesignifica posição 21 intactoomodelodeproduçãomedieval.Parapassardacondiçãode aprendizà demestre,o únicocaminhopossívela serpercorridoé confeccionarumaobra-mestra.Em outraspalavras,o alunopreci- sadesenvolverumprodutopeloqualosmestreso reconheçamcomo par.Porestemotivo,natradiçãoacadêmicamaisestrita,a tesedeve sérdefendidadiantedeumabancadenotáveis. o queé um'1monogr'1fi'1? Uma monografia é umaabordagem sistemáticade um temaque não precisa necessaria- mentemarcar umaposição r otermomonografiaderivadogrego1110110(um)e8Tapho(es- crever).O trabalhomonográficoé um textoquev~rsasobreum temaparticular- umaabordagempontual.A monografiaé apenas umacontribuição,nãopretendeesgotara discussão.Aindaqueo termoadquirano usocotidianomúltiplasacepções,o utilizaremos aquiemsentidorestrito. Umamonografiatematiza,maso fazatravésdepostulados,de silogismos,ouseja,nãoapenasrequerquesesaibao quesequer dizer,mastambémo quenãosevaidizer.JeanJacquesRousseau diziaquesepredispunhadeformamuitodiferenteparaescrever umacartaouparaescreverumlivro.Antesdecomeçarumtrata- do, dedicavamuitotempoa meditarsobreo queeraimportante dizer.Ao mesmotempo,esteautorironizavaquecomeçavauma cartasemsabero queia dizere terminava-asemsabero que haviadito. Umamonografiapodecoincidircomum experimentoou asse- melhar-sea ele.Por exemplo,pode-sefazeruma monografia sobrefatorescondicionantesda mortalidadeinfantilna Baixada Fluminense,em quea principalfontede informaçãoseriaum conjuntode registrosde mortalidade.A partir dessesregistros, poder-se-ia,talvez,controlaroutrasvariáveis,tais comonível nutricionalda criança,lugarde residênciada família,nívelde instruçãodamãe,empregodochefedefamíliaetc.Se,combase na análisedeumaamostraconsistentee representativa,severi- ficaqueexisteumacorrelaçãomensurávelentrea mortalidade infantildeumaregiãoeessastrêsvariáveis,seestáaplicandoum desenhode pesquisaquaseexperimental.Entretanto,o informe quegeraestetrabalhocientíficosomentese converteem uma monografiaquandoele: 1. incluiantecedentesdetrabalhossimilaresanterioresouo estadodaartedotemaabordado; 2. descrevecomprecisãoosconceitosouvariáveisutilizados eanalisa,ouaomenosenuncia,categoriasanalíticas,variá- veis,dimensõesou indicadoresalternativos; 3. explicitaashipótesesdetrabalho. o queé um ensqio! As fronteirasentremonografiae ensaiopodemchegara ser muitosutis.Uma monografiapodecoincidirou assemelhar-sea um ensaio.Entretanto,esteúltimoé umaformade redaçãopró- priadafilosofia,daliteraturaedacríticadearte.Ou seja,daquelas formasdeculturanasquais,aindaqueexistamtécnicase métodos detrabalho,autilizaçãodosmesmoscontinuasendopredominante- menteartesanal.Todavia,o queé importantedistinguiraquié a distânciaentrea monografiacientíficae o ensaiojornalístico.As monografiastêma pretensãodeseconstituiremensaioscientíficos, istoé,deapresentara informaçãodeformasistemáticaepossívelde serverificada.Um componentefundamentaldeumamonografiaéa sualógica.O fundamentalnãoé a pessoaqueescreve,masqueo resultadosejacoerentee respondaa umauniformidadedecritério. JoséOrtegay Gasset;um dosgrandesensaístasdo séculoXX, defineo gênerocomo "a ciênciamenosa prova explícita", enfatizandoquenãosetratadeumaconcessãoa um públicoin- cultooudesinteressadoa quemsedeveatraircomrecursossedu- tores.O ensaio.éumaexigênciada própriaíndoleda meditação filosófica.Lembre-sequesetratado meiodeexpressãocaracte- rísticodamodernidade. 23 Umensaio implicauma tomadadeposição sobreumtema masnãoexige suacomprovação segundoo métodocientífico o ensaioenvolveumatomadadeposiçãoc!iantedo temaou objetodemeditação.Explicitaasubjetividadedeseuautoreocom- promete.É umexercícioClíticodeprocura,eo queseprocurasão maneirasnovasdeolharascoisas., Porestemotivo,o ensaioé sempreexploratório.Ensinaa vere ,convidaa olhardeoutraforma.Masape?a.~conseguevera paisa- gemquemtransitapelocaminhoou o percorre.:!Destaforma,o ensaiovaiseaproximandodoexperimento. Concluindo:serámaisfácilparaquemtransitoupeloscaminhos doensaioavançaratéumamonografiadoqueo contrário.Poreste motivo,tentarescreverum ensaio,experimentarnovasformasde . abordarumtemapodeconstituirumexcelenteexercícioparainiciar umapesquisaqueconcluaemumateseoumonografia. o quec\iferenciêlumêltese de umêlmonogrêlfiêl? Um conjunto articuladode monografiaspode chegara constituir umatese 24 Freqüentementedistinguimosumamonografiadeumatesepor- quea primeiradevecumpriro requisitodaoriginalidade,derepre- sentarum avançono estadodo conhecimentocomrelaçãoa um tema.A monografiapodeconsistirapenasnarevisãoe sistematiza- çãodesseestadodeconhecimento.Umatesenãosepodelimitara um conjuntoderesenhasbibliográficassemo aportedenenhuma hipóteseoumétododetratamentoouanáliseda informação.Uma monografia,sim,podelimitar-seaisso. Umatesepodeincluirumconjuntodemonografias,masissonão implicaquequalquerconjuntodemonografiasconstituaumatese, nemmesmonoscasosemqueo temasejasempreo mesmo. Em termosestritos,a distinçãoestánoâmbitodosobjetivoS'for- mulados;asmonografiasemgeralpropõemobjetivosdemenoral- cance.Comfreqüênciaosprofessoresresponsáveispordisciplinasde pós-graduaçãopedemaosalunos,comorequisitoparaaprovação, 3 Cerezo GaIan, P. Meditaciones dei Quijote o eI estilo dei heroe. In: Molinuevo, J. L. et a\. (Coord.) Ortega.v IaArgentina. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1997. a elaboraçãodemonografiasemqueestabeleçamumarelaçãoen- treosconteúdoseabibliografiaestudadoseoseutemadepesquisa. Em algunscasos,osalunosconseguemavançar,destamaneira,até a tese.Em outros,corre-seo riscodequea monografiaelaborada sedesviedotemadeinteresseou,aindaqueo seudesenvolvimento sejaexcelente,termineporavançaremumsentidodiferentedoque exigiriaa soluçãodoproblema.. Então,quandoum conjuntodemonografiaspoderáconstituir umatese?Somentenoscasosemqueopesquisadorformuleumobje- tivogeral,paraoqualavancepormeiodocumprimentodeobjetivos específicos(dosquaisdãocontaasmonografias).Quandosecum- preestacondição,umconjuntodeartigosoumonografiassetrans- formaemumatese. Que seespeJ-qde umq 'tese'de mestJ-qdo? Noscursosdemestrado,nãoseexigedosalunosquedesenvol- vamuma'tese"masumamonografiaoudissertação.Estadistinção provémdeuni usomuitoespecíficodovocábuloqueconsideraque tese.é somenteo requisitofinalparaa aprovaçãodeum cursode doutoradoou PhD - Phi/osophica/DoctOl:Em contraposição,o requisitofinalparaa conclusãodeummestradodeveriaserumes- tudonoqualseapliqueo métodocientífico,massempretensõesde constituirumacontribuiçãosignificativaaoconhecimento.A disser- taçãodemestradoé destinadaa demonstrarqueo estudanteé ca- pazdeaplicaro queaprendeu.Em geral,deveriarespondera algu- maperguntadeinvestigação(problema)simplese limitada.~ Espera-sedeumdoutorquedomineamplamenteo temaso- breoqualcentrouseuestudo.Deummestreespera-sequedemons- trehabilidadeparaenfrentarumestudo,parasistematizareproces- . Para lUTIaexcelenteanálise dessasaflJ'maçóes,ver: Pantelides, E. A. De cómo garantizar eI fracaso (o cómo lograr que nadie escriba Ia tesis). Boletín dei Consejo de Profeslonales en Soclologí8,abril de 1999. o rigorda proposiçãoé maisimportante do quea originalidadedo tema,a profundi- dadeoua extensão 25 A dissertaçãode mestradonão precisatrazer umacontribuição teórica 26 sarinformações,paraencontrare consultarbibliografiae parapo- derextrairconclusõesrelevantes. Nãoérequisitodeumadissertaçãodemestradoapresentarumnovo enfoqueteórico,constituirumparadigmaouformularaúltimapalavra sobreumtemaespecífico.O mestretemdepoderestudarumtema, masnãonecessitalevaresteestudoatéa fronteiradoconhecimento. Apesquisaquedáorigemaumadissertaçãopodeterdiversasabor- dagensmetodológicas(qualitativa,quantitativaouambas)e valer-se dequalquertipodefontedeinformação(primáriasousecundárias).5 Porúltimo,há controvérsiascomrespeitoà extensãoadequada paraumadissertaçãodemestrado.Contrariamentea nossoscole- gasdasciênciasexatas,parecequeoscientistassociaisnosconven- cemosdequeumargumentodepesoéumargumento'pesado'.Os trabalhos,artigos,papel"Se informestendema cresceremespessura (provavelmentemaisdoqueemqualidade).Entretanto,muitasuni- versidadesdospaísesdesenvolvidose algumasdaAméricaLatina começaramadelimitarosrequisitosparaasdissertaçõesdemestrado. Entreosnovoslimites,destaca-seo daextensão.Enquantona re- giãoalgunscursosaindaestabelecememseusregulamentosdeteses edissertaçõeslimitesdenúmeromínimodepáginas,nospaísescom sistemasdepós-graduaçãoconsolidados,tende-sea estabelecerli- mitesde quantidademáximadepáginas.Aindaqueo excessode páginasdificilmenteseconvertaemmotivoderecusadeumatese, emgeralseconsideraqueumatesedemestradonãodeveexcederas setentapáginas(tamanhoA4,espaçosimplese oitentaespaços),ao passoqueumadedoutoradonãodeveexcederastrezentaspáginas. Os requisitosde inov'1ç~oe orig ~ n'1lid'1den'1Steses Inovarsignificafazerdeformanova;fazeralgooriginalimplica dar origema algo.A contribuiçãooriginaldeumadissertaçãode mestradopoderesidirnasformasdeapresentaresistematizarumtema, deaplicaralguminstrumentoexplicativojá conhecidoa umâmbito " Pantelides,op.dt. específico,desintetizardefonnaconcisae rigorosao estadodaarte sobreo tema.Pode-seinovarnométodo,naproposição,naapresenta- çãodeumtema,semfazê-Ionecessariamentenosresultados. Tentandoexplicara inovação,JosephSchumpeterdistinguetrês momentosdamudança:a invenção,a inovaçãoeadifusão.6A primei- ra seoriginadapesquisabásica,geralmenteé a menosprodutivaea maisfrustranteparaumpesquisadoriniciante,já quesenecessitademil tentativasparasechegarauminvento.A inovaçãovincula-seàpesqui- saaplicadaeaodesenvolvimento,buscaresolverproblemastendocomo baseoquejá estáinventado- geralmenteporoutros.A difusãoéa fase maisgratificante,vistoqueéomomentoemqueamudançacomeçaa seconsolidar,emqueo conhecimentocausaumverdadeiroimpacto. Paraseroriginalinventando,sãonecessáriosdedicaçãoe talento, mas,alémdisso,éprecisoterumpoucodesorte.Serinovadoréalgo maisfácil,é precisodedicação,éprecisoanimar-sea revero queà primeiravistapareceóbvio.Emoutraspalavras,énecessárioumpouco depaixão.Serumdivulgadordedescobrimentosalheioséumatarefa modesta,mastemseumérito.Quemconseguedivulgarumaidéia facilitao caminhoparaos-demaise,portanto,multiplicaabusca. Comfreqüência,osalunosdocursodemestradoatÍnnamsesenti- remobrigadosa desenvolververdadeirosparadigmassobreo temaem estudo.Àsvezes,empreendemaredaçãodecompêndioslonguíssimose muitocompletos,semqueporissoconstituamumaverdadeiratese,isto é,umatomadadeposiçãosobreotemapropostocomrigormetodológico. Riscostlqescolhqdo temq o fatode queboapartedosalunosbusqueconcentrar-seem temaseáreasdiferentesdaquelaqueconstituisuaformaçãooriginal poderiaserconsideradocomoumindicadordequalidadee eficácia acadêmica,já quegarantetantoa construçãode conhecimento " JosephSchumpeterfoiumeconomistaaustríacoquecnsinouemHarvardUniversity.Esta trilogiadainovação,hojeclásica,foimuitodcbatidaefoiapresentadanoconhecidolivro G.c1pJi,7lism.SocÚJismmldDemocracy,publicadoem1943. o principal compromissode qualquer dissertaçãoé como rigorenão comainvenção 27 Não pretenda trocarsuavida pela tese. É melhorconcluir sua tesee, em seguida,mudá-Ia ao longo de sua vida. 28 interdisciplinarquantoa incorporaçãodosprofissionaisqueparti- cipamdoprograma.Entretanto,estatransgressãodosmarcosdis- ciplinaresoriginaistambém-acrescentanovosdesafiosà elabora- çãoda tese.Umapessoaquededicoutrintaanosde suavidaà atividadehospitalarprovavelmenteincorporoumuitosconhecimen- tosempíricossobreessasinstituições.Ao elaborarumatesesobre gestãohospitalar,essapessoa,comcerteza,necessitaráconsultar menosmaterialbibliográfico,fazermenosentrevistasa informan- tes-chave'coletare processarmenosinformaçãodo quesesua pesquisaseconcentrasseemoutrasáreas,como,por exemplo,le- gislaçãocomparada. Na pesquisatambémimperao sensocomum,portanto,cabe repetiro velhoditadoqueafirmaserrecomendávelunir o útil aoagradável.Em temposdeturbulênciasocialeeconômica,de contextostrabalhistasinstáveis,freqüentementeéo própriomer- cadoqueestimulaos alunosa buscarsuainserçãoprofissional. Maspodeparecerdemasiadoambiciosoproporessainserçãopor meioda tese.Especialmentequandose trata de pessoasque, alémdeingressarememumnovomarcodisciplinar,sãoneófitas empesqUisa. Na direçãoopostaencontram-seaquelesalunosdepós-gradu- açãoque,emlugardebuscarampliarfronteiras,procurama es- pecialização,paradominarmaisferramentasemseuâmbitode trabalho.Nestecaso,o alunopoderessentir-sedetodosaqueles conhecimentosquenãotêmumaaplicaçãoimediataequeeviden- tementelhepareceminúteisefazemperdertempo.A dificuldade característicadestescasosestána perdada relaçãofigura-fundo. Melhordizendo,a árvorenãoosdeixavero bosque.O riscocon- sisteemformulartrabalhosnosquaissedá tudopor conhecido semmaioresesclarecimentos.Istogeramonografiasquecomeçam porconclusões,projetosquenãosãodepesquisamasdedesenvolvi- mento(vejaa diferençaentreprojetosdepesquisaededesenvol- vimentonocapítulo3). (omo qproveitqrseutempo e experiênciqpqrqfqzerSUqtese Aspessoaspensamqueumpesquisadoréalguémquepraticaum ofíciocomoqualqueroutro,sejaum bombeiro,um carpinteiro, umindustrial,umengenheiroouummédico.A diferençaentrees- tesofíciose o de pesquisadoré que nenhumdosprofissionais mencionadospublicasobresuamaneiradetrabalhareque,talvez,a maioriadelesesqueceo ofício,quandoseretiradeseulugarhabi- tualdc trabalho. O pesquisador(cientista,jornalistaouliterato),aocontrário,"não separaseutrabalhodesuavidaprivada".Seelepodelevara sério ambasascoisase nãodissociá-las,poderáenriquecersuaimagina- çãoparaacrescentartodososdiasidéiasà suapesquisa. Escolhero caminhodapesquisaéescolherumestilodevida,eé suaexperiência,emmuitoscasos,a fontedeseleçãodeseutema, suamaiorfortalezaparadesenvolverumbomprojetodepesquisa. Aproveitesuaexperiênciavividaeporviverparaformularhipó- teses,indodovividoaopensamentoedopensamentoaovivido,em umarelaçãoconstante. Conselhos 1. Definacom precisãosuaáreade interesse.Aindaquevocê tenhaintençãoderealizarumaabordageminterdisciplinar,severá obrigadoa partirdeumpontodeapoio.Pergunte-se:quematé- rias,módulosouáreasdeconcentraçãodocursolheserãomais úteis?Pergunte-setambém:a quaisdocentesdo cursopoderão interessarmaisosresultadosdeseuestudo? 2. Selecioneo temaquemaiso apaixone.Osalunosqueobtêm melhorese maisrápidosresultadoscomsuastesessãoaqueles queconseguemarticulara motivaçãocoma facilidadedeacesso à informação.Aindaquetenhagrandeprn1edotrabalhoconclu- ída,nãobaseiesuateseneleseo temanãolheagrada.Umavez escolhidoo tema,a pergunta-chavequelherecomendamosfa- 29 zer-seé: estariadispostoa sacrificarum belodomingodesol paraficarfechadoemca.<=;atrabalhandonessetema? 3. Nãosejademasiadoambicioso.Os alunosquetêmmaiores expectativasemrelaçãoàs suastesescostumamseros mais propensosa experimentarbloqueiosedesilusões.Vocêpodedar umagrandecontribuiçãoparao conhecimentoaolongodesua vida,masnãoprecisadá-Iatodadeumavez.O professorMa- rioHamilton- daEscolaNacionaldeSaúdePública/FibCruz- costumacomentarque,quandoorientaumalunoemumatese, nãoesperaqueestatesechegueatéa fronteiradoconhecimen- to,masatéoslimitesqueo alunopodechegara prodúzirna- quelemomento. - 4. Busqueorientadoresapropriados.Quandovocêelaborauma tese,nãoénecessárioquesaibatudoa respeito.dotemaescolhi- do.Apenasdevedispordeummétodoedevontadedetrabalhar. Tratedeidentificarreferentes,tantonotemaquantonosmétodos e técnicasdepesquisaadequados. A assessoriadeum pesquisadorcomexperiênciapodefazê-Io economizarmuitotempoeesforço.Umapessoaquesabemuito sobreumdeterminadotema,masnuncapesquisou,somentepode lheproporcionarumaorientaçãoparcial.Recorde-sequea tare- fa deorientaçãoexigedoorientadorváriashorasdededicação, deleitura,dediscussãoe deconsultas.Na maioriadasinstitui- çõesacadêmicas,estabelece-seumlimitemáximodealunosque cadaprofessorpodechegara orientarsimultaneamente.Desta maneiraseevitamosorientadoresfantasmas. 30 5. Vincule-sea outraspessoasinteressadaspelotema.O inter- câmbioéfundamentalparaelaborarumtrabalhocientífico.Não espereobterresultadosfinaisparacomeçara mostrarseutraba- lho.Busquevincular-sea gruposdepessoasquetrabalhemcom o temaou estejaminteressadosnele.Vocêpodetrocarbiblio- grafia,dados,contatos,opiniõese fichasbibliográficascomou- trosalunos,comdocentesoucomgestoreseoutrosatoressociais aosquaissuapesquisapossainteressar. Lembre-sequeo mododeproduçãocientíficaaspiraa serco- munitário.Sempredevehaverpessoase instituiçõesinteressadas emseuobjetodetrabalho.Senãohá,pergunte-seentãosevale a penafazeressatese. 6. Leveumarquivodiárioondepossaanotarsuasexperiênciase suasidéiassobreessasexperiências.Nãotenhamcdodeempre- gara experiênciae relacioná-Iadiretamentecomo trabalhoem marcha.Muitasvezes,o quejá sabemosparecetãoóbvioque julgamosserinsignificante.Entretanto,outrospodemnãosabero queaprendemosaolongodeváriosanosdeprática.A sistematiza- çãodessaexperiênciapoderesultaremumacontribuiçãoválida. 7. Tentepensardiferente.Estimuleidéiasmarginais,diversase aparentementecontraditóriasquepossamserprodutoda vida cotidiana.Como,por exemplo,conversasentreaspessoasque trabalhememumainstituição,fatosocorridosna mesma,e até sonhosousuaprópriaopiniãosobreessesfatos. 8. Formalizesuasidéiase experiências.Sistematizeessepensa- mentoparavalorizara experiênciadireta.Armeconjecturase formulehipótesescomdadosda vidacotidiana.Permita-seser óbvioe trivial;àsvezessabemostantosobreum temaquenão percebemosquantossegredosdomesmodominamos.Enunciare sistematizaressessegredospodeserumaexcelentecontribuição à comunidadeacadêmica. 31 D'1 Dúviq'1 '10 Problem'1 A dúvidaéa mãedaiÍlVenção. GaJileu Pesquisaréresolverproblemas.Aindaquepareçacontraditório,já quepassamospartedenossasvidasfugindodosproblemas,o primei- ropassodeumapesquisaénecessariamente'terumproblema'. 'Pescar'umbomproblemanãoémuitofácil.A maioriadospro- blemasé escorregadiça,nãogostadeserresolvida,por issoseca- muflaou apontaparaoutrosprobl~masna esperançade quese tentepescarexemplaresmaiores.Porisso,assimcomoumpescador, quandosentequesualinhacomeçaa puxar,o pesquisadordeve armar-sedemanhaepaciênciaeassegurar-sedehavercompreen- didorealmenteseuproblema. A pt"ocut"êido pt"oblemêi Comoencontrarumproblemadepesquisa?Paradetectarproblemas, énecessárioserevera realidade.Vocêsolucionadezenasdeproblemas todososdias.Penseemtodososproblemasqueresolveuontem,por exemplo.A resoluçãodosproblemaséinevitávelnamaioriadasocupa- ções,desdeastarefasdomésticasatéo comandodastropasdaOtan. Claroque,na maioriadasvezes,taisproblemasnãorequerem umaabordagemsistemática.Somenteusamosmétodosderesolu- çãodeproblemasquandoprocuramosalcançarcertoobjetivoque Capítulo2 Paracomeçara pesquisaé necessárioterum problema 33 -- Um problema envolveuma situaçãode partida,uma situaçãode chegadae regras ou restriçõesque devem ser obedecidaspara passarda primeiraparaa segundasituação t 34 nãoestáfacilmentedisponível.Enfrentamo-noscomumproblema quandoexisteumvácuoentreondeestamosagoraeondequeremos estar,e nãosabemoscomoatravessarestevácuo. Componentesqo problemq Em todoproblemapodemseridentificadostrêscomponentes:"7 1.a situaçãodepartidaoua situaçãooriginal- descreveas condiçõesnaorigemdoproblema; 2. a situaçãodechegadaousituação-objetivo- descreveas condiçõesemqueo problemaéresolvido; --. 3.asregras- descrevemasrestJiçõeseosprocedimentosque devemserseguidosnatransiçãoentrea situaçãodeparti- dae a dechegada. Um aspectodasoluçãodeproblemasaoqualnãoseprestasufi- cienteatençãoéaprocuradoprohlema.Umexemplodeprocurafoi apresentadorecentementepelosdiretoresdeumaempresablitânica, aodescobriremqueestavamexigindodeseusempregadosumcon- sumomuitograndedepapelemsuastarefas.Atéentãoninguém havianotadoquetalusopudesseconsistirumproblema.Um ano depoisde identificadoe solucionadoo problema,a empresahavia reduzidoo consumodepapelem26milhõesdefolhas. As criançastendemespontaneamentea verproblemasonde osadultosnãoosvêem.Alh'1lnseducadores,inclusive,argumentam quea educaçãoformalnãoosincentivaa aprenderaprocurarpro- blemas.8làlvezninguémtenhacaptadomelhoressacapacidadeinata dascriançasdoqueOscarWtlde,quandoironizava:"nãoentendo por quemeuspaisdecidiraminterromperminhaeducaçãopara mandar-meà escola". Quandoresolvemosproblemas,raramenteo fazemosporacaso,tentandoporensaioeerroatéquealgumasoluçãoapareça.Aocon- trário,planejamosa abordagem,identificandoos componentese 7 BaseadoeadaptadodeMatlin,M. Cogmiioll. HardcourytBracc,1994(cap.1O- Problem solvingand creativity). n Ver: Brown & Waltel; apudMaitlin, op. cit. fonnulandoospassospararesolvercadaumdoscomponentes.Istoé utilizarumaestratégia,esabemosqueépossívelidentificarestratégias quepermÍtan1chegarmaisrapidamenteaosresultadosdesejados. Começaremospordiscutiro quesignificaentendero problema.A seguirapresentaremosumavariedadedeenfoquespararesolvê-Io, assimcomoosfatoresqueinfluenciamsuaresolução.O passofinal serámmaroquebra-cabeçadaresoluçãodeproblemas:acriatividade. Entender o problemé1 Há algunsanosempresasquetinhamescritóriosemumantigo arranha-céudeNovaYorkenfrentaramum grandeproblema.As pessoassequeixavamda lentidãodoselevadores.Váriosconsultores foramconvocados,masasqueixassóaumentavam.A únicasolução pareciasera substituiçãodoselevadoresexistentesporequip~entos novos,o querequereriaamplasreformase custososinvestimen- tos.Poucoantesdeiniciarasreformas,alguémsugeriucolocargran- desespelhosno lohhydoedifício.Asqueixascessaramimediatamen- te. Na verdade,a situaçãonãotinhasidobemcompreendida.O problemanãoestavarelacionadoà lentidãodoselevadores,masao aborrecimentodaespera. Quandodizemosqueentendemoso problema,a quenosrefe- rimos?Compreendersignificaconstruiruma representaçãoin- terna.Por exemplo,se vocêentendeum parágrafo,cria uma representaçãointernaoupadrãoemsuamente,demodoqueos conceitosserelacionamcomosoutrosnomesmosentidoemque elesse relacionamcomos outrosno parágrafooriginal.Para criar essespadrõesem nossamente,recorremosa nossosco- nhecimentosprévios,assimcomoao significadodaspalavrasin- cluídasno parágrafo. A compreensãodoproblemaexigeo cumprimentodetrêsrequi- sitos:coerência,correspondênciae vinculaçãocomosconhecimen- tosprévios- eminglês,hackground(referente). 35 otemaéo terrenoonde brotamos problemas 36 1. Coerênciaé um padrãoqueconectae dá sentidoa todasas partes(emconseqüência,quandonãohá coerência,aspartes nãoseconectamnemadquiremsentido).Uma representação coerenteéo padrãoaoqualestáconectadaa situaçãoe fazcom quetodasassuaspeçasfaçamsentido. 2. Correspondênciaé a relaçãoentrea informaçãodequedispo- mossobreo problemae a representaçãointernaquedelefaze- mos.Porexemplo,quandoutilizamosmetáforaslingüísticasou visuaisparapensarum problema:a pirâmidedemográfica,a espiralinflacionária,a escalahierárquicaetc.,estamosincorpo- randoe utilizandonoçõesabstratas(demografia,inflação,po- der)atravésdesuavinculaçãocomnoçõesconcretSl5(pirâmide, espiral,escada).BertrandRusselsustentavaqueboapartedoque consideramosparadoxos,na verdade,sãopostuladosaosquais faltacoerência.lrata-sedesituaçõesnasquaisbuscamosmetáfo- rasoufigurasquenãorepresentamadequadamenteo problema. 3. Backgroundou referente- o materialdo problemadevere- lacionar-se com conhecimentosprévios de quem busca compreendê-lo.Obtemosum claroexemplodecomofunciona o hackf]TOundquandonosinscrevemosemumadisciplina- na qualsomosleigos- deum cursodepós-graduação.A maior partedo tempo,sertimosqueos conceitosno;;escapamcomo águaentreos dedos. Paracomeçara compreendero problema,deveremossepararo joiodotrigo.Istoimplicadecidirquaissãoasinformaçõescruciaise quaissãoasirrelevantesparaoproblema.O passoseguinteconsiste emdecidircomoenunciarourepresentaro problema. Primeiro Pqsso:seleç~o-do temq O primeirorecortedarealidadequefazemosao formularum problemaéa seleçãodotemadapesquisaa realizar,e istomere- ceumaadvertência:na medIdadopossível,nãoescolhertemas tãogeraisquese torneminahordáveis.Ex.: A saúdeno mundo ou a legislaçãoemsaúde(principalmentequandonãoseé um especialistaemleis).É preferívelescolherumatemáticamenos abrangentecomo,por exemplo,a saúdematerno-infantilemum determinadodistritosanitário.Istoporque,ao setentarabarcar muitacoisa,háumriscomaiordeseomitiremaspectosjá conhe- cidospelosgeneralistasou enciclopedistasquejá vêmestudando a problemáticahá anos,e, assim,se tornarvulnerávelà crítica da comunidadecientífica.9 Quandouma pesquisarefere-seà saúdedosjovens,deverá especificara quejovensserefere,s_eurbanos,rurais,decapitais, de cidadesintermediárias,a quegruposocioeconômicopérten- cem.O mesmoseaplicaa trabalhossobremulheres,é conveni- enteespecificaros diferentestiposde mulherescomrelaçãoàs variáveiscitadas. Estessãoalgunsdo,sexemplosaosquaissepodeagregaro estu- dodepopulaçõesindígenas,mães,deficientes,populaçõe~marginais' e pacientes. Tema:Saúdedasmulheresemsetorespopulares. fônnuJaçâodoprohJema:Quaissãoasrepresentações,no quese refereàsaúdeeenfermidade,quepredominamnossetorespopu- laresde(nomedacidadé,estado,município,país)? Tema:Saúdedepopulaçõesindígenasargentinas. FormuJaçlíodoprohJema:Comosãoasconcepçõesancestraissobre. saúdeeenfermidade(entreosíndiosTobas,habitantesdaSmar- gensQORio 2, na provínciaArgentinado Chaco)?Comointe- gramos indígenas(habitantesdo Chaco,Rio Bermejito)suas crençasancestraissobresaúdee enfermidade? <)"Bastaqueabancaobservetrêsomissõesfolhetmdoo índice,paraqueoestudantercceba umarajadadeacusaçõesquefarãocomqueatesepareçaumasériededisparates.Entre- tanto,sco alunotrabalhouseriamenteemum temabempreciso,controlaum material desconhecidoparaamaiorpaltedabanca.Nãoestousugerindoum'truquezinho'barato, é um truque,masnãobarato,já que envolvetrabalho.Acontecesimplesmenteque o aspinmteseapresentacomoumespecialistafrenteaumpúblicomenosespecialistaqueelee, vistoqueteveotrabalhodesetornarumespecialista,é.justoqucgozedasvantagensdesua situação~(Eco,U. Gí'ifllOse/J.1ceII/WTesis:tÚ11l(~ISr procedimientosdeill vestig<7cÚ'in, estudiorescnium.BuenosAires:EditorialGcdisa,1977). Quantomais próximoestejao problemade pesquisadeum problemade gestão,mais aplicadaseráa pesquisa 38 Diferençqenhe temq e pt"Oblemq o tema é o assuntodo qual provém o problema a ser pesquisado.Um temapodesuscitarváriosproblemas.O tema possui,portanto,um carátermaisgeral,maisabrangentedoque o problema. É precisonãoconfundiro temacomoproblema.Comfreqüên- cia,osiniciantes,diantedapergunta'qualé o seuproblemaa ser pesquisado?',respondem:AtençãoDomiciliar.Istocorrespondea umsubtemadentrodeumtemageralModelosdeAtençãoMédica enãoconstituiumproblemaa pesquisa!: Deve-seformularclaramente,comoporexemplo:quaissãoos custosebenefíciosdecadamodelodeatençãomédica?Quaissão asexperiênciasemnívelmundialsobreatençãodomiciliar?Quais sãoas vantagensparaos pacientes?Comovariamessasvanta- genssegundoo tipodepacienteeo tipodepatologiaa atender? Exemplosc\etem<Jse problem<Jsem s<Jú0e/ 1Qtema:Saúdematerno-infantil Problema:Queimpactoprovocao desempregona saúde materno-infantil?(medidaatravésdeindicadorestaiscomo morbi-mortalidadematernae infantil) 2Qtema:Acidentesdetrânsito Problema:ComovariaIllosacidentesdetrânsitoemrela- çãoaotaIllanhodascidades?Em quegruposetáriosocor- remaiormortalidadeporacidentesdetrânsito? 3Qtema:Capacitáçãoemaltagerênciapública Problema:Oscursosdepós-graduaçãoemadministnu,:ão públicaexistentesnopaísrespondem,qualitativamente,às necessidadesdeseusagentes?Qualé a relaçãoentrefor- maçãoemadministraçãopúblicae eficáciana prática gerencialdosagentespúblicos? ~tema:MortalidadeperinatalnoestadodoRio deJaneiro Problema:Comoinfluema idade,o níveleducacionale o controlepré-natalnataxademortalidadeperinatal?Qual éa influênciadosistemadesaúdeedaqualidadedaaten- çãomédicasobrea mortalidadeperinatal? 5~tema:Papeldo farmacêuticono Brasil Problema:Comoinfluíramasreformasdossistemasde saúdesobrea estruturaçãodopapeldo farmacêutico? 62tema:Formaçãodo médicono estadode Pernambuco, Brasil Problema:Quaissãoasrelaçõesentreo graudeforma- çãodosmédicosdePernambucoeseuposteriorexercícioprofissional? Quaissãoasnovasdemandase expectativasdecumpri- mentodopapeldomédico? Qualé,no imagináriosocial,a funçãodomédico? SegundoPqSSO:ÇOl"mulqç~odo pl"oblemq Chamamosdeproblemaà perguntaqueo pesquisadorfOllliula paraserrespondidapor meiode seutrabalhode pesquisa.Toda pesquisaenvolvepelomenosumproblema.AI€,'llnspr~jetosformu- larãomaisdeumproblema,mas,à medidaqueo númerodepro- blemasaumenta,a hierarquiadosmesmosdiminui. Freqüentemente,o alunoescolheumtemadeteseporqueconta comexperiêncianomesmo.Istoé recomendável,entretanto,aquele quejá teveumaformaçãoprática- empírica- emumtemacorreo riscodenãopoderequilibrarsuaaprendizagemcoma reflexãosis- temáticaeo conhecimentoteóricoquebuscaincorporara educação formale tendea formularmaisrespostasqueperguntas.O sensoco- mumformulamaisrespostasqueperguntas;o cientista,ao con- trário,formulamaisperguntasdo querespostas.Fazerciênciaé procurara perguntaadequada. Nessescasos,aprimeiraperguntaquesedevefazerqueminicia umprojetodepesquisasobreumtemaquedominarelativamenteé comqueproblemadavidacotidianaestárelacionadoesseproble- madepesquisa.Um modelooutipodepesquisasãoosestudosde 39 Lembre-sede queasconclusões desuatese deverãodar respostaao problemaque vocêformulouno projeto 40 casos,que,comosevecámaisadiante,buscamrespondera pro- blemasdegestão,ouseja,à tomadaconcretadedecisõesnocon- textodeumaorganizaçãoespecífica. Na vidacotidiana,aspessoasenfrentamproblemasconcretosque envolvemtomadasdedecisão.O gerenteteráproblemasdegestão,o políticoteráproblemasdepolítica.No casodeumsanitarista,estes problemasdepolíticaestarãorelacionadoscomproblemasdesaúde dapopulaçãoouproblemasdegestãodosserviçosouambos.Sem- preexistea possibilidadedeformularproblemasdepesquisaque envolvama tomadadedecisões.Quantomaispróximosestiverem osproblemasdepesquisae osdegestão,maisaplicadaseráa pes- quisa.Masapesquisatemsuasregras,quesãoasquedãogarantias dequeseavançarána produçãodeconhecimento,e ess.~s-regras exigemqueo problemadegestãosejatraduzidoemum{Íinguagem científica.Traduzirouadaptaroproblemaésuperaroparticularismo, égarantirqueosresultadosaseremobtidosserãoúteisàcomunidade científica,enãoapenas.aogerentedeumadeterminadaempresa. FormulêlçâoC\Oproblemêlem estuc\os c\e pesquisêlêlplicêlc\êI O gerentepodeperguntar-se:"comovoualimentarmeusemprega- dos?",masaperguntafOlmuladadestamaneiranãoconstituiumpro- blemadepesquisa.Pode-sebuscarumafOlmamaisadequada,dotipo: "quaissãoasalternativasexistentesparaa alimentaçãodosemprega- dosemumaorganizaçãodeX características?"ou"quaissãoasvanta- genseasdesvantagensdasdiferentesestratégiasparaproveralimenta- çãoaosempregadosdeumaorganizaçãocomessascaracterísticas?". Na áreadasaúde,umproblemapodesera altamortalidade,o longotempodepermanênciaeminternação,a baixaqualidadedos serviços.Masnenhumdessespontosrepresentapor si mesmoum problemadepesquisa.Entretanto,sepoderiamformularproblemasde pesquisaassociadosa essesproblemasdesaúdeou dosserviços desaúdeatravésdeperguntascomo: .QuaissãoosdeterminantesecondicionantesdemOlialida- deinfantilnomunicípioY? .Quealternativasexistemparareduziro tempomédiode permanênciaeminternaçãodospacientesqueprocuramo serviçoZ dohospitalX? .Qualé o níveldequalidadedosserviçosprestadospela instituiçãoW? Aindaquevoltemosmaisadiantea estetema,convémadiantar que,ao formularum problema,o pesquisadorsedeparacomum conjuntodeinterrogaçõestaiscomo: .Quedadosvairecolher?Quemétodosvaiutilizar?Como os analisará? .Qualé exatamentea questão? .Quaissãoosconceitosevariáveisa estudar? .O quesepodeobterporsimplesobservaçãodireta?E o queéposs~velporobservaçãoindireta?.Teráestapesquisaumacontribuiçãoimportanteediferente paraalguémeporquê?.Imaginatodasasfontespossíveisde"dificuldadesa serem enfrentadas? A maioriadaspessoasqueelaboraprojetosdepesquisae teses encontradificuldadesparafonnularoproblemacientíficodoqualde- penderáo seutrabalhoacadêmico.Estaafilmaçãosih1J1ificaque: . asdissertaçõesoutesessurgema partirda existênciados problemascientíficos,porqueelassãoasrespostasa esses problemas;.a fonnulaçãodeproblemascientíficosconstituiumaques- tãoestratégicanodesenhodeumatesee,pOltanto,éuma dastarefasmaisdifíceis;.problemasmalformuladosconduzema respostasquenão atingemosobjetivos,quefazemfracassartodoo trabalho. Aindaqueadefiniçãodeumproblema,porsisó,nãogaran- taoêxitodeumaproduçãocientífica,asuadefiniçãoinade- quada,certamente,garantiráo seufracasso.A fonnulação corretadoproblemaé umacondiçãonecessária,masnão suficiente,paraasseguraraqualidadeciotrabalhocientífico. 41 A formulaçãodeumproblemasupõeintelTogaçõescujasrespos- tasopesquisadorpretendeencontraraolongodainvestigação.Uma questãonãoresolvidapodeestarrelacionadacomumalamna epistemológicaoumetodológicapercebida,comalgumadúvidaquan- to à sustentaçãodeumaafirmaçãogeralmenteaceita,comuma necessidadedecomprovar.umasuposição,oupodeestarrelaciona- dacominteressespráticosrelacionadoscoma tomadadedecisões, oucomo desejodetestarumahipóteseteórica. Masumproblemacientíficonãoé umaperguntaqualquer.Por exemplo,umapessoaleiga,principalmentenosdiasdehoje,pode perguntar-se:"comosereternamentejovem?".Um cientistaprova- velmenteindagaria:"queregrasdecondutaseassociamcomuma maiorqualidadedevidahumana?".Quasesempreosproblemas apresentamrelaçãoentreasvariáveis,ouseja,'implicamconjecturas ouhipóteses(quepodemestaraindadesordenadas).A definiçãono- minal(teórica)e operacional(buscade indicadores),assimcomo exemplosdehipótesesserãoexaminadosmaisadiante. Terceiro Pq550:re50luç~odo problemq Resolveré darresposta.Dizemosquea conclusãoda pesquisa assumea funçãodedarrespostaconcisae,sepossível,sintéticaao problema.Masa resoluçãodo mesmonãoé funçãoexclusivadas conclusões,é a missãodateseoudapesquisaemseuconjunto,sua razãodeser. Podem-sesintetizarosrequisitosparaa resoluçãodeWllproblema: 1. Entendero problema- istosignificaresponderàsseguin- tesquestões: .Qualé (são)o(s)meu(s)tema(s)? .Qualé (são)o(s)meu(s)problema(~)? .Estousegurodequeéesseenãopodeseroutro? .Qualéminhasituaçãoinicial? .Qualé minhasituação-objetivo? 42 I l ~ 2. Selecionara informação .Queinformaçãoenvolveo problema? .Há coerênciaentretemae problema? .Qualéa informaçãocentralparaa resoluçãodoproblema e qualnãoé?Quetipodeinformaçõespermitefazerum recortemaisespecíficodoproblema? .Comopossoobteressasinformações? .Possosubdividiro problemaemsubproblemasmenores? .Em casoafirmativo,possoestabelecera diferençaentrea situaçãoinicialeasituação-objetivoemcadasubproblema? .Em casoafirmativo:consigoinformaçãorelevanteseana- lisoo problemasimulandoqueavançodasituaçãoinicial atéa situação-objetivo?.Em casonegativo,consigoinfOlmaçãorelevanteseanaliso o problemasimulandoqueretrocedodasituação-objetivo atéa situaçãoinicial? 3. Definir um enfoquepara resolvero problema .Quãoestruturadoestáo problema? .Quepossibilidadestenhodechegara um algoritmo?Que recursosimplica? .Pode-seresolverporensaioe erro? .Quetipoe variedadedesoluçõcsserãopossíveis? .Haverásomenteumarespostapossívelouhaverámaisde uma? Recomet1c1qçõesp,nq q ~edqç~odo pwblemq É possíveldeterminaralgumasregraspráticasparaa formula- çãodoproblpma: 1. O problemadeveser formuladosob a formade pergunta. Logo seperceberácomoesterecursoaclaraparao autordo projetoe,naturalmente,parao leitoraquiloquesepretendesa- ber.Comfreqüênciasecorreo risco- emumprimeiromomento 43 - deconfundirtemacomprohlema.Masa formulaçãodopro- blemaemformadeperguntaajudaa distinguirumdooutro. 2. A perguntadeveser formuladade maneiraclarae concisa. \ Palavrasdemaisoudemenospodemconfundiro pesquisadore o leitor.É útilqueseencontreoequilíbriodesejado. 3. O problemadeveserdefinidodetalformaquea suasolução sejapossível.No casodoexemploanterior,nãoépossívelres- p9nderseriamenteà pergunta:comosereternamentejovem? Um pesquisadorcompetente,ao contrário,cedooutarde,for- mulaproblemascujasoluçãosejapossívelparaeleeparaoutras pessoas.Há problemascujassoluçõesnãosãotão difíceis.As dificuldades,empesquisacientífica,sefundamentamnasdeci- sõesquesetomamnoqueserefereaoscaminhosa seguir. Exemplo:comoohteros d8dosnecessários?comodominar<'I tecnologÚladequad8p8raseuprocess8mento?como8n81isá-los eintelpretâ-los?A partirdomomentoemqueseformulaopro- blema,épertinenteperguntarsobrea relaçãoentreoproblemaa pesquisarea metodologiaa utiliz31: 4. O problemadeveser propostode formatal que contribua paratornarfactívelsuasolução.Ditodeoutraforma,épreciso selecionarvariáveis,definira perspectivatempo-espaçoe outros elementoscomosquaissepossaoperarpropondoa tarefade modoacessível.No exemplojá citado- "quenormasdeconduta seassociamcomumamelhorqualidadedevida?"- avança-se sobrea respostana medidaemquea mesmaestácontidana pergunta.Istopressupõequeasnormasdecondutaserelacio- nemcoma qualidadedevida. 5. Ao formular o problema,é útil considerarque o mesmo deveser respondidonas conclusõesfinais do informeou tese.Istocondicionaostermosempregadosna pergunta.Por exemplo: 44 .problemasdotipo:emquemedlda?levamnecessariamen- teaconclusõesquantificadas,ous~ja,sãorespondidoscom números; .problemasdotipo:quaissãoascondicionantesdaeficácia da desccntralizaçãobospitalarnaprovínciadeMissões? levama formularconclusõesemtermosdeumaclassifica- ção,umalistaouumquadrodecondicionantes; .problemadotipo:podeobospitaldePlumas~niesincor- porara autogestão?conduzema conclusõesdo tipo de umamatrizDOfi\.10 10 Asiglaoumatriz[)(JI'A- ou,emsuaversãoinglesa,Swu"- éuminstrumentodeplanejamen- toestratégicoque aponta para a avaliaç.'i.odos 8C,,"UintesfÍltOl'es:debilidades, oportunidades, fortalezase ameaças. Por seu caráter sintético, torna-se muito adequada para resumir os resultadosde várias modalidades de estudosdescritivos,já que podt' seraplicada a projetos (por exemplo,em estudosde viabilidade), à análise institucional c a diferentesníveis que vão desdeosenfoques micm atéàqueles macm, 45 Do Problem'1'10 Proieto ) Nãoexisteummodeloúnicoparaestrutural'umprojetodepesqui- sa,a escolhadependeda/Jatl/reZlldoproblema,dométodoutilizado parao desenvolvimentodotrabalho,do tipodepcsqlJJsa,dasprefe- rências,expeIiênciasevaloresdopesquisador,doestilodo8l/tOl:En- tretanto,hácertosaspectosourequisitosquenãopodemseromitidos emnenhumprojeto.Sãoessesrequisitosquemotivamestetrabalho. Estecapítuloapresentaumguiametodológicoparaaestruturaçãode umprojetodepesquisa.O objetivoéfacilitara formulaçãodeumproje- to,nãopretendeserumreceituárioparaseraplicadomecanicamente, semimaginação,nempossuircaráteruniversal.Tampoucoapontapara a discussãodequestõesontológicase epistemológicas,nemparadeci- sõesmetodológicasquedelasdeIivem.Suanaturezaédeordemprática, propondoumcaminhoa perCOlTerdesdeomarcoteóIicoatéosdados, caminhoquenãoélinearequeincluiacIiatividadedopesquisador. queé um pt'ojeto? Projetarquerdizeravançar.II Umprojetoéuminstrumentopara avançaratéumobjetivo,atéumresultado.Projetarenvolvedefinir doispontos:o depaltida(ondeestamos?)e o dechegada(aonde 11Prqjct. jX'nséc.s/esc,progetto. design,scheme,do latim pmjccllIs. "Disposição que se forma para um tratado ou para a exccu~:ãode uma coisa imp0l1ante,anotando e ampliando todas ascirmnstâncias principais que devem concorrer para a sua consccução~.Projetar si/,'Ililica arremessar,lançar adiante ou à distância.. Capítulo3 Emboranão existaummodelo únicopara formularum projeto,hácertos componentes quenãopodem seromitidos o projetoé fundamentalmente uminstrumento decontrole 47 queremoschegar?).O projetoé o mapada estrada,a trajetória escolhida,quepodeserlinearou sinuosa.No projeto,secombi- nam,seequacionam,osdiferentesfatoresqueinfluemna viagem (a pesquisa): .a motivaçãopelaqualempreendemosa viagem(problema); .o lugardeondepartimos(estadodoconhecimento); .a escolhado caminhoa seguirparanãonosperdermos, parachegarmosaondequeremos(método); .a luzqueiluminaránossocaminho(teoria); .asferramentasquelevaremosparaabrirocaminho(técnicas); .a velocidadecom,queavançaremosdeacordocomosre- cursosdisponíveis(aspectosoperativos); .o lugaraondequeremoschegar(objetivose resultados). Tipos~eproietos Quantomais próximoestejao problemade pesquisadeum problemade gestão,mais aplicadaseráa pesquisa 48 Em primeirolugar,cabeumadistinção,segundosuanatureza, entredoistiposdeprojeto: 1. depesquisa; 2. dedesenvolvimento. Os primeirosrespondema perguntas,ossegundosconcretizam realizações.Ambosproduzemresultados,masunssãoemtermosde conhecimentoeosoutrossãomateriais:obras,sistemasdeinforma- ção,tecnologias,mudançasnascondiçõesdesaúdeda população. Há aindaumaterceiracategoriahíbrida- osPr~jetosdePesquisa eDesenvolvimento(PPD).Sãoaquelesqueintervêmnarealidadepara transformá-Ia,a partirdosconhecimentosadquiridosouproduzidos. Exemplosde Pt"oietosde pesquis21 1.Título:EstratégiasdeparticipaçãosocialemsaúdenoBrasil. Oi!ietivocentral:IdentificareanalisaràSdiferentesestraté- -- giasdeparticipaçãosocialquesedesenvolveramnoâmbi- todasaçõesdesaúdenoBrasil. 2. Título: Modelosdegestãodescentralizadaemhospitais públicosdaRepúblicaArgentina. Ohjetivocentral:Identificareanalisarasdiferentesestraté- giasdedescentralizaçãoquesedesenvolveramemhospi- taispúblicosdaRepúblicaArgentina. Exemplosde proietosde desenvolvimento 3. Título: Construçãodeum CentrodeAssistênciaà Saúde noDistritoX. OhjetÍvocentral:Expandir a capacidadede atenção emAPS atravésde um aumentoda ofertapúblicade serviço. 4. Título: Aumentoda arrecadaçãoatravésde cobrançaa terceirospagadoresemumhospitalpúblico. Ol{jetivocentral:Aumentarosrecursosdisponíveisnohos- pitalpormeiodemecanismosqueotimizema arrecadação atravésdecobrançaa obrassociaisea empresasprivadas desegurodesaúde. Exemplosde proietosde pesquis'Je desenvolvimento 5. Título: ParticipaçãocomunitáriaemsaúdenodistritoX. Ohjetivocentral:Identificarc promovermodelosdeparti- cipaçãocomunitáriaapropriadosparao desenvolvimento daAPSnodistritoX. 6. Título: Desenvolvimentodecontratosdegestãoparaos hospitaispúblicosdomunicípioX. ONetivocentral:Fortalecera autonomiadegestãoatra- vésdecontratosdegestãoemhospitaispúblicosdomuni- cípioX. Asteseseostrabalhosacadêmicosenvolvemprojetosdepesquisa.As instituiçõesempreendemgastosepolíticasatravésdeprojetosdedesen- Afunção principaldetodo projetoé permitiro controlesobreas atividadese garantirquese chegueaos resultados esperados 49 r- I volvimento.Quandoasaçõesdedesenvolvimentoexigemum com- ponentedepesquisa,serecorreaosPPD. Esteéo casodoslabora- tóriosouinstitutosquedesenvolvempatel)tesdeprodutosouproce- dimentosnovos. é)ré)que serve um proieto? A funçãodo projetoé dargarantiasdequesevai chegaraos resultadosesperados.Quandoumpareceristaouumacomissãoexa- minadorajulgaumpedidodefinanciamentoouexaminaumproje- to, buscaavaliarseaquelesqueo formularamtêmcondiçõesde chegaraosresultadosesperados. Nestesentido,oprojetoéo instrumentodecontroletantoparaos avaliadores,financiadoresoudiretores,quantoparaosrealizadores domesmo.Em queconsisteo controle? 1.Os resultadospropostoscorrespondemaosinteressesou preocupaçõesdo financiador,da instituiçãoacadêmica oudaautoridadediantedaqualseapresentaráoinfOlmeou a tese? 2. O pesquisadorourealizadortematitudeprofissionalpara chegara obteressesresultados? 3. O pesquisadorconheceo instrumental,a tecnologiaou a metodologiamaisadequadaparaalcançarosresulta- dosesperadoscomeficiência(emtermosde custoe de tempo)? 4. O pesquisadorsabeondeobterosdadose comotrabalhá- losparaconvertê-Iosnainformaçãoquepermitiráchegar aosresultadosesperados? .omponentesdo proietodepesquisq 50 Umpr~jetodepesquisaconstadequatrocomponentesprinci- paisqueseapresentamemordemseqüencialnoseguintediagrama. Princip<1iscomponentesc\eum projeto c\epesquis<1 COMPONENTE SIGNifiCADO 1.Formulaçãodoproblema 2.Marcoteórico-conceitual Perguntaqueoriginaapesquisa Luzqueiluminaabusca Caminhoparachegaràpesquisa Organiza~ãodosrecursosdisponíveis 3. Metodologia '*.Aspectosoperacionais Estelivropartedeumapropostaparamodelara formulaçãode pr~jetosquesupõequecadaumdost,'Tandescomponentesdopr~je- to representaumaperguntaouum conjuntodeperguntasa queo pesquisadordeveresponder.Na medidaemqueconsigaavançar comasdefiniçõesqueessasperh'lmtaslhepropõem,seaproximará dosresultadosesperadosdapesquisa. 1. Formulaçãodo problema .Qualé a ~inhaintelTogação?.A queperguntaqueroresponder? .A queperguntasdevereiresponderparachegara resolver o problemaemestúdo? 2. Marcoteórico .O quesabemosatéhojesobreo problema?.Quemosestudou?Comoosestudaram? .Há maisdeumaposiçãosobreo problema? .Comovoulere interpretarosdadosqueobtiveremmeu estudo? 3. Metodologia .Quetipodepesquisa(desenho)meproponhoa fazer? .Comquedadosvoutrabalhar?Meusdadosserãonúmeros ou palavras?.Comovouobterosdados? .Quequantidadededadosserásuficienteparaalcançaros resultadosa quemeproponho? 51 Quantomenos tempose disponhapara desenvolvero estudo,mais tempoconvém investirna formulaçãodo projeto 52 .Quevoufazerquandoconseguirosdados?Vouprocessá- losdealgumamaneira?Vouinterpretá-Iossebrundoo mar- codeumateoria? 4. Aspectosoperacionais .Quais sãoos recursoshumanos,físicostecnológicose eco- nômicosdisponíveis? .Quaissãoos recursoshumanos,físicos,tecnológicose eco- nômicosnecessáriospara concretizarmeu estudo? .Comovouorganizarmeusrecursosno tempoe espaço? Dequeformavoudividiro trabalho? .Quefasesouetapasteráminhapesquisa?Queresultados parciaispoderáoferecer? .Quantotempovai levartodaa pesquisa?Quantotempo vai levarcadafase? Emboraaquiseapresentemasinterrogaçõesemumaordem seqüencial,ébemprovávelqueopesquisadornãoconsigarespondê- Iasna mesmaordem.Porisso,emalgunscasos,é convenienteco- meçara responderaquelespontossobreosquaissetemmaisclare- za, istopermitiráir avançandosobreosaspectosmaisobscurose difusos.É bempossívelqueopesquisadorvolteatrásereformuleum ouvárioscomponentesdeseuprojeto,atémesmoasfasesfinaisde suapesquIsa. Um projetoadequadamenteestruturadopermiteaopesqui- sadorempregarcomeficiênciatempoe esforços.Quemdispuser deapenaspoucashorassemanaisparasededicarà suatese,deve- rácontarcomumesquemadetrabalhomuitoorganizado.Docon- trário,cadavezquecorileçara trabalhar,levaráa maiorpartedo temponospreparativos. ---- PqSSOSPqrq q form uIqç~o do proieto de pesquisq Como objetivodesistematizara formulaçãodoprojetodepes- quisa,sedescreverá,emseguida,um conjuntodepassosqueinte- gramcadaumdosquatrocomponentes. shutul"qdo pl"oietode pesquisq 1. Formulaçãodo problema 1.1.lntrodução 1.2.0bjetivos(finaise intermediários) 1.3.Formulaçãodeperguntasa seremrespondidas 1.4.Delimitaçãodoproblema 1.5.Relevânciadotemae doproblemaa pesquisar 2. Marcoteórico-conceitual 2.1.Definiçãodosconceitose sua traduçãoem termos empíricos(variáveis) 2.2.Hipótesesou supo~ições 3. Metodologia 3.1.Tipodepesquisa 3.2.Universoe amostra 3.3.Seleçãodosassuntose/ouunidadesdeanálise 3.4.Coletadedados 3.5.Processamentodosdados 3.6.Limitaçõesdométodo 4. Aspectosoperacionais 4.1.Cronograma 5. Bibliografia 6. Anexos 53 Apresentam-se títulos,introdu- zem-se~conceitos ehipóteses Econveniente queaintrodução sejacurtae concluacomo problemaem formade pergunta 54 lntroduçâo É o iníciodo primeirocapítulo"O problema",emquesefaz umadescriçãoda situaçãoinicial,antesde começara investiga- ção.Tambéménessapartedotrabalhoqueseestimulaa curiosi- dadedoleitor,parademonstrara relevânCiadoproblema.A intro- duçãodevesercurta,proporcionalaonúmerodepáginasdopro- jeto. É adequadoterminarcoma formulaçãodo problema,na formadeumapergunta. Umaintroduçãoé diferentedeumasimplesapresentaçãooude umresumo,ahstractousíntese.A introduçãoéumaprimeiraaproxi- mação- introduz- àshipóteses,aosconceitose ao problemaem estudo.Logoapósseapresentaocontextoemqueserealizaapesqui- sa,a instituiçãoe/ouaspessoasenvolvidas,o tipodeapoiofinanceiro, quandoserárealizada,a articulaçãocomoutrostrabà1hosetc. A apresentaçãopode,alémdisso,incluirumadescriçãodaestru- turadotrabalho- capítulose temasabordadosemcadaum deles. Uma síntesepodeounãoapresentara estruturado trabalhoe se limitaa descrevercompoucaspalavraso quesefeznotrabalho. A formulaçãodoproblemaéopontovitalnaconstruçãodoproje- to.Porestemotivo,éconvenienteressaltaroproblemanaintrodução. Obietivo hnqle obíetivosintermedi~rios Seoproblemaéumaquestãoapesquisa/;oobjetivofinal,também chamadoobjetivogeralouprincipal,indicaumresultadoa alcança/'. O objetivofinalcorrespondeà respostaaoproblemaproposto.É im- portantemantera coerênciaentreproblemae objetivofinal. Osobjetivosseformulamcomo verbonoinfinitivo. Exemplosde obietivosfin<lise específicos 1<>problema:A escassacontrataçãodesegurosdesaúdepriva- dos,porpartedaspessoasnaArgentina,é conseqüênciada oferta inadequadaoudobaixoníveldeconsumodossetoresmajoritários dapopulação,emcomparaçãocoma realidadeinternacional? Ohjetivofinal:Identificarosdeterminantesdoníveldeassociação aossegurosdesaúdeprivadosnaArgentina. Ohjetivosespecíficos: a)Mediro níveldefiliação- oucoberturapopulacional- aos segurosdesaúdeprivadosnaArgentina. b)Analisara morfologiadomercadodeempresasdeseguros desaúdeprivados. c) Descreveraofeltadeserviçosdesegurosdesaúdeprivados. d)Comparara ofertadeserviçosdesegurosdesaúdepriva- doscoma deoutrospaíses. e)Analisaro poderaquisitivoda populaçãobeneficiáriade segurosdesaúdeprivados. /) Estimaropotencialdefiliaçãodasempresasdesegurosde saúdeprivados. 2"problema:Qualo níveldeintoxicaçãoporvapordemercúrio dostrabalhadoresemumaindústriadecloro-soda? Ohjetivofinal:Prognosticarsobrea associaçãoentre.exposiçãoa vaporesdaindústriadecloro-sodaea cronicidadenaintoxicação. Ohjetivosespecíficos: a)Analisaros quadrosclínicosencontradose suaassociação como níveldc mercúriona urinadostrabalhadoresda indústriadecloro-sodanomunicípiodoRiodeJaneiro. b)Determinara relaçãoexistenteentreexposiçãoa vapores na indústriadecloro-sodae cronicidadedeintoxicação. 3"problema:Quaissãoascausasdaobesidadeemmulheresde baixarendadeY. Ohjetivofinal:Determinarasprincipaisvariáveiscausaisdaobe- sidadeemmulheresdebaixarenda. Ohjetivosespecíficos: a)Analisara percepçãodahistóriadeum corpoobeso. b)Analisara atuaçãodoprofissionaldesaúdena atençãoa mulheresobesas. Um projeto bem formulado traça uma linha reta entre o problema e as conclusões 55 56 (continua) J (amo formulqros ob>ietivos? o verboutilizadonaformulaçãodoobjetivoestarápredeterminando aspossíveisrespostas.Porestemotivo,é importanteescolherosver- bosadequadamente. Todapalavra,ao seremitida,sejapor formaoralou escrita, apresentaumsentidodenotativo,masseussignificadosdiversos,seus conteúdoslatentes,envolvemumaconotação. Apresentaremos,noquadroa seguil;exemplosdosverbosmais utilizadose suascorrespondentesdenotaçõese conotações. Verbo Denotação T'1xionomi'1dos objetivos d'1pesquis'1 Conotação Asvariáveisforammedidasousão mensuráveis,háindicadoresclarosque podemsercombinadosatravésde fórmulas. Desenrolar.Desenvol-É umtemaquenãofoisuficientemente verumtema,doponto analisadoequenecessitaserdesen- devistaintelectual. volvido. PrognosticarPredizer,projetar: Modelar Darforma,desenvol- verumconjuntode equações. Desenvolver AvaliarDar valoresnuméricos e/ounominaisaum fatoocorrido. Medir Atribuirgrandezasa umavariável. DeterminarEstabeleceruma relaçãocausal,sele- cionaropções. Analisar Decompor,dissecar. Já sãoconhecidasemedidasascone- xõescausaisentreasvariáveis.Exis- temmodelos. Supõeumsistemadevalorese/oucri- tériosapartirdosquaisatribuodiferen- tesgrandezasadimensõesoupartesde umavariável. Supõequetenhodefinidaoperacio- nalmentea variávelepossoatribuir- lhegrandezas,quaissejamdeinter- valos(quepartemde°, 11)ounomi- naisoudequalidade(alto,médio,baixo). Precisão.É maisimportantequeafle- xibilidade.Dispõedecritériosexplíci- toseo maisprecisospossíveisparaa seleçãodealternativas. Aprofundarsobreoconhecido.Oscri- tériosdeseleçãoouavaliaçãosãore- sultadodotrabalhodepesquisa. Verbo Denotação Conotação Listarummentideopções.Explicitar critériosdeanálise. Identificar Encontrar,relacionar, assocIar. DescTever Delinear,desenhru; representarpessoas oucoisasrelacionando assuasdiferentes partes,caracterizar. Descobrir,indagar. Supõehaverselecionadoasvariáveis atravésdasquaissetraçaráumperfil decadapopulação,decadaindivíduo oudecadaregião,bairrooucidade. Explorar Fazerpelaprimeiravezessabusca,ao nãoconhecerquasenadasobreotema nemsobreasunidadesdeanálise.Che- gara hipótesescomoprodutofinal. Delimitqç~odo estudo A delimitaçãodoestudorefere-seaoenfoqueoumolduraque o autorcolocaemseuestudo.É o momentoemqueseexplicita parao leitoraquiloqueépartedoestudoeaquiloquepermanece foradele.Emboraa realidadesejacomplexae histórica,eembo- ra tudoestejarelacionado,é impossívelestudar'tudo'.Para isso é precisorecortar,delimitaro objetode estudo,paraseutrata- mentoe análise. A delimitaçãoaludeàsfronteirasconcernentesàsvariáveis,ao tempoe aoespaço.Paraavançarna delimitaçãodo estudo,é útil fazer-sea perguntainversaaoproblema:o quenãomeinteressa conhecer?o quenãovouestudar?Em outraspalavras,quecami- nhosnãovouseguireparaondenãoqueroir? Porexemplo,duranteo anode1997,váriosalunosdepós-gra- duaçãodo InstitutoUniversitarioIsalud12escolherama temática lntemaçãoDomiciliarparadesenvolversuasteses.Estetemainse- re-sedentrodaproblemáticadosmodelosdeatençãoà saúde.En- tretanto,algunspr~jetosestavamrelacionadoscomaspectosdeges- tãoeoutrosnão.Em conseqüência,omarcoteóricodaquelesquenão sefizeramperguntasrelacionadasà gestãonãotinhamporquein- cluirdefiniçõessobremodelose instrumentosdegestão. 12Instituiçãodepós-graduaçãoemsaúdepúblicanaArgentina. A delimitaçãodo estudoé comoa letrapequenadas apólicesde seguro:diz aquiloqueo nossoestudonão cobre 57 ~Paralelamente,algunssepreocuparamemverificarseessemo- delodeatençãopoderiaseradequadoparao tratamentodedeter- minadotipodepacientesportadoresde determinadaspatologias. Nessecaso,adquiriamrelevânciaasdimensõeséticase a perdiam, as econômicas. A delimitaçãodoestudotambémcumprea funçãodegarantir queo caminhopercorridoparaa soluçãodoproblemaseráo mais curtopossível.Quantomaisprecisaa pergunta,melhorseráa deli- mitaçãodoestudoemenoresaspossibilidadesdequeo pesquisador sedisperseouvá poroutroscaminhos.Umaestratégiaparaverifi- carseseconseguiudelimitarbemo estudoconsisteemidentificara bibliografiaadequada.Aquelesquenãoo fazemacreditamquepre- cisamlermuitascoisasouacreditamqueninguémnomundojamais sepreocupoucomo temaqueIhescompete,e, por isso,nãohá, nenhumtextonomundocapazdeajudá-Iosa resolvero problema. Nenhumdestesdoisúltimoscasosrepresentaumcaminhoemlinha retaatéa resoluçãodoproblema. Mqrcoteórico-conceituql o marcoteórico é nosso libreto de inscriçãona comunidade científica 58 Temosmuitosconceitos,maspoucasteoriasconfirma- d1S;muitospontosdeVÍsltc4maspoucostroremas;mui- tosexpcnÍ11entos,maspoucosresultados.7àlvezlima variaçãonaIÍltcnsidl1defossebenéfica. RobertT. Merton Denomina-semarcoteóricoaquelecapítulodoprojetoquetem por objetivoapresentaros estudossobreo tema,ou especifica- mentesobreo problema,já realizadospor outrosautores.Tem umafunçãocontextualizadora,inclusivedo.pontodevistahistóri- co.Serveparaqueo autordopr~jetoe o leitor- cadaum a seu tempo- tomemconhecimentodequeo temajá foi abordadoou discutidoantes,queháumahistoricidade,emseutratamentoesua análise.Istodá consistênciaà pesquisae constituio 'estadoda arte'.Permitetambémqueo autortenhamaiorclarezana formu- laçãodoproblemadepesquisa.Facilitaa formulaçãodehipóteses oudesuposições.Permiteidentificarqualé o procedimentomais adequadoparaa coletae o tratamentodosdados,e comoestes sãointerpretadospor diversosautores. Marcoéamoldura,étambémumadelimitação.Emoutrosidiomas seutilizamtermoscomoest11ltura,esqueleto,suporteouquadroconceitual. A estruturapodeserrepresentadacomoumcaminho,umaorganiza- çãodoselementos(físicos,espaciais,temporais,depoder)queprefigura determinadostrajetos.Estarepresentaçãodométodocomocaminhoe domarcoteóricoreferencialcomorecortequeobrigaapercorrerdeter- minadostrajetosilustraa relaçãoentreteoriaemétodo. O marcopodeserabordadodeduasmaneiras. a) MarcoTeórico Quandoexisteemrelaçãoaoproblemaemestudosuficienteco- nhecimentoacumulado,podem-seencontrarumafundamentaçãoe umrecorteteórico.Dissemosqueteoriasignificaluz; assumirum marcoteóricoé incorporarumalanternaà nossabusca.Facilitaa pesquisa,porquenosdágarantiasdecomovamoslerosdadosque encontraremosnarealidade. Tododadoadquiresentidoà luzdeumateoriae todateoriain- terpretao dado.Issopressupõeumprocessointerpretativoporparte dopesquisador.O marcoteóricofuncionacomoumamemóriaes- critaqueproporcionaumagamainteressantedeconceitos,de vmiá- veisedehipóteses,aosquaiso pesquisadorpodee deverárecorrer paradarumsentidoaosfatosquepretendeestudar.A perguntaque sedevefazeré: contocomo respaldodealgumateoria? Definiro marcoteóricoétomarpartidonalutaparadigmática,é recrutaremumexércitodepensadoresquecombatemporumade- terminadafacção,sejaestaa psicanálise,o materialismohistórico,o funcionalismoestrutural,a microfísicadopoder,a atençãoprimária à saúde,a teoriaeconômicaneoclássica,a sociologiacríticadaes- coladeFrankfurt,a teoriafenomenológica,a escolabehavioristaou asistêmicanaTeoriadasOrganizações,oenfoquedosSistemasLocais deSaúdeouo dosMunicípiosSaudáveisetc. Somente dispomosdeum autênticomarco teóricoquando nosenquadramos emum paradigma A perguntaque sedevefazero pesquisadoré: contocomo respaldode algumateoria? 59 Quandonosfalta umrespaldo teórico,o marco selimitaaum 'estadodaarte' 60 \ b) MarcoReferencial Utiliza-sea expressãomarcoreferencialemvezdemarcoteórico quandoo pesquisadornãodispõedeumateoriaqueo respalde.Isto podeOCOlTerporquenãohá, emrelaçãoao problema,um corpo organizadodeconhecimento(teoria),ouporque,havendoum,re- vela-seinsuficienteou inadequadoparaa abordagemproposta,é maisestabelecerlinlltesdoqueiluminaro caminho.Nessecaso,o autorseesforçaráporselecionare resenhar,da formamaisorgani- zadae sistemáticapossível,todasasabordagensteóricasrelaciona- y . dasaotema;ouaomenosasprincipais. EsseéoconceItode'estadodaarte'.Todopesquisador,quando iniciaseuestudo,tema obrigação,'deve"fazerumestudodas'ar- tes'dotema,paranãoduplicarestudose/ouparacontinuaroutros quenãochegaramaumfinalsatisfatório.Destaforma,incrementa- sea memóriahistóricainvesâgativae testam-sehipóteses,talvez geradasemoutroscontextoshistóricose/ouespaciais,cott:jando-as, contextualizando-as,agregando-lhesoutrasvariáveisintervenientes, emsuma,enriquecendoosmarcosteóricosexistentese proporcio- nando-lhesrealidadesempíricas. Nestecaso,asperguntasqueopesquisadorsedevefazersão: .o quesabemosatéhojesobreo problema? .quemo estudou?.comoo estudaram? .hámaisdeumaposição? .e,mcasoafirmativo,em quediferemasposiçõesexistentes? o marcoreferencialnãotemporquesernecessariamenteteóri- co.Quandosetratadeumestudototalmenteempírico,como,por
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