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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 1 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) Chegamos ao nosso 2º encontro neste Curso de Direito Processual Civil! Desejo a todos sucesso em seus estudos! Agora vamos lá! AVISOS: • Para o concurso do TST lançamos os seguintes Cursos: • REGIMENTO INTERNO DO TST – AJAA E TÉCNICO; • REGIMENTO INTERNO DO TST – AJAJ; • DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ O TST - AJAJ; • DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ O TRE/RJ - AJAA; • Ademais, disponibilizamos Cursos para o TRE/RJ e TJDFT. • Confiram também o Curso DIREITO ELEITORAL – REGULAR!! Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 2 seus conhecimentos! QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 1. Das Partes e dos Procuradores: a. Da capacidade processual; b. Dos deveres das partes e dos seus procuradores; c. Dos procuradores. 2. Ministério Público. 1. Das Partes e dos Procuradores. a. Capacidade Processual. Em linguagem simples, o processo judicial tem por finalidade decidir um determinado conflito de interesses entre sujeitos da vida social (sujeitos de direito), isto é, por fim a uma lide, uma “briga”, uma discursão entre dois ou mais sujeitos (composição de litígios, mediante a aplicação do direito ao caso concreto). Além disso, o processo visa à pacificação social e à realização da justiça como fim maior. Em um litígio deverá haver sujeitos litigando, “degladiando-se”, não é verdade? No Processo eles são chamados de PARTES Processuais. Em regra, são o AUTOR e o RÉU, podendo envolver mais de 1 Autor e mais de 1 Réu. Para decidir o conflito mostra-se imprescindível uma “mão-forte”, entre as Partes, que é a figura do MAGISTRADO, o JUIZ, outro Sujeito TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 3 principal do processo. Com isso, o processo desenvolve-se em uma relação processual triangular, pois as 2 Partes mais o Juiz formam um Triângulo no seguinte sentido: Registro três peculiaridades da Relação Jurídica Triangular entre o Juiz e as Partes: O Juiz fica entre as Partes, como autoridade pública competente para dirimir o conflito, demonstrando o distanciamento e como a figura independente que separa os dois polos da relação processual. O Juiz fica equidistante do Autor e do Réu, demonstrando a Imparcialidade do Magistrado (Princípio Processual Constitucional da Imparcialidade), sem o vínculo direto com as partes, em igualdade de distanciamento. Muitos também conceituam esta relação como ANGULAR, pois no Triângulo há um ângulo exatamente na figura do JUIZ. Quem são as PARTES do Processo? As Partes são os sujeitos PARCIAIS do Processo, são os pedem ou os que sofrem os referidos pedidos, sendo os legitimamente interessados no deslinde da questão posta em juízo. As Partes resumem-se ao AUTOR e ao RÉU, que são os legitimamente interessados na relação jurídico-processual. O Autor é o requerente e o Réu é o requerido. As Partes podem assumir diversas TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 4 denominações a depender dos diversos tipos de processos (impetrante e impetrado, credor e devedor, denunciante e denunciado, etc). Por outro lado, no processo existe a figura imparcial que decide o conflito: o JUIZ. Assim, o processo agrega os seguintes sujeitos: Sujeitos PARCIAIS: as PARTES do Processo (Autor e Réu) Sujeito IMPARCIAL: o JUIZ Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais mínimos a seguir listados: 1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser parte no processo todo aquele que for um Sujeito de Direito. O conceito de Sujeito de Direito confunde-se, em regra, com a definição de personalidade civil (ser sujeito de direitos e obrigações na órbita do Direito). Assim, todo Sujeito de Direito em sentido amplo tem capacidade de ser parte em algum processo. Mas quem são, de fato, os Sujeitos de Direito? Resposta: toda pessoa natural (física/humana) ou jurídica, bem como os entes despersonalizados (espólio, herança jacente e vacante, massa falida, condomínio, sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, etc) e o nascituro (embrião pendente de nascimento). Todos esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no Processo Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil. 2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade Processual ou Legitimidade ad processum) – é a capacidade de exercitar os direitos em juízo, isto é, a capacidade de fato de estar em juízo. Só pensar que, apesar de todos os sujeitos de direito ostentarem TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 5 status suficiente para adquirem direitos, nem todos podem pleitear por conta própria seus direitos na esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não pode interpor uma Ação Judicial sem a representação de seus genitores ou responsáveis (representantes legais). A criança possui capacidade ser parte (é sujeito de direito e possui direitos), mas não tem capacidade de estar em juízo por conta própria. Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade Postulatória. O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. CPC Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define quem são cada um: Absolutamente incapazes: 1. os menores de 16 ANOS; 2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 3. os que, mesmopor causa transitória, não puderem exprimir TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 6 sua vontade. Relativamente incapazes: 1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 4. os pródigos. Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado ou assistido. CPC Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. Legitimidade Ad Processum X Legitimidade Ad Causam. Observação: Não confundir Capacidade de Estar em Juízo (Legitimidade ad processum – para o processo) com a Legitimidade Ad Causam, que é uma das Condições da Ação. Enquanto que a ausência de capacidade de estar em juízo (Legitimidade Ad Processum – para o processo) gera a nulidade do processo, posto a parte não ter a capacidade própria para atuar no processo (ex: processo instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos Pais), a falta de Legitimidade Ad Causam (para a causa) gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por carência de ação. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 7 Legitimidade Ad Processum – Pressuposto processual (ausência gera nulidade do processo) Legitimidade Ad Causam – Condição da Ação (ausência gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por carência de ação). A Legitimidade Ad Causam, como uma das condições da ação, é a relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato. O juízo acerca da legitimidade ad processum é realizado em abstrato (basta ter capacidade para estar em juízo para ter preenchido o requisito da legitimação para o processo), a legitimidade ad causam é aferida pelo Juiz quando do exame das condições da ação, se a parte tem real relação com o direito material posto em juízo. Fiquem tranquilos, pois o exame das Condições da Ação não é objeto desta específica aula. Curador Especial. A Lei impõe a necessidade de nomeação de Curador Especial aos seguintes sujeitos, em virtude do interesse público envolvido e pela necessidade de observância do contraditório e da ampla defesa (art. 9º do CPC): o ao INCAPAZ, se não tiver representante legal, ou se os interesses do incapaz colidirem com os do representante; o ao RÉU PRESO e ao RÉU REVEL (que não compareceu em juízo) citado por edital ou com hora certa. A Lei impõe que nas comarcas onde houver Representante Judicial de incapazes ou de ausentes previamente definido, a este competirá a função de curador especial. Capacidade Processual dos Cônjuges (Pessoas Casadas). A regra é que os cônjuges têm independência para TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 8 defenderem-se e atuarem judicialmente no interesse de seus direitos. No entanto, o CPC estabelece algumas restrições, tanto para interporem ações quanto para serem réus em determinados processos. o Limitação para Propor Ação (restrição à Capacidade Processual Ativa/Autor): para propor ação que verse sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS o cônjuge precisa do consentimento do outro. Exemplo: um dos cônjuges deseja entrar com uma Ação Reivindicatória de um determinado bem IMÓVEL, para tanto, necessita do consentimento do outro. Observações: a) esta restrição é apenas para proposição desta ação sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS. Qualquer outra ação que verse sobre outro direito não necessita de autorização ou consentimento. b) Atenção que é direito real Imobiliário (sobre Imóveis) e não Mobiliário (bens móveis). c) Não se trata de Litisconsórcio Necessário Ativo, que não existe, isto é, a Lei não está obrigando ao cônjuge entrar uma Ação/Demanda em juízo necessariamente com o outro. Apenas se exige o seu consentimento/autorização. d) Ações que versam sobre direito real imobiliário: desapropriação indireta; execução de hipoteca; usucapião e divisória de imóvel, etc. e) Se os cônjuges forem casados no regime da Separação Absoluta de Bens não se aplica esta obrigatoriedade de consentimento (art. 1647 do CC- 02); faz sentido, não é verdade? o Limitação para ser RÉU (restrição à Capacidade Processual Passiva/Réu): será necessária a citação de ambos os TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 9 cônjuges (marido e mulher) nas ações que versarem sobre: 1. que versem sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS; 2. resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles. Exemplo: descumprimento de contrato de aluguel (direito pessoal). 3. fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; 4. que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. Caso específico de Ações Possessórias. Regra: no caso de ações possessórias, que envolvam a posse de determinado bem imóvel, o cônjuge não precisa do consentimento do outro. Exceção: será necessária a participação do outro cônjuge na hipótese de composse ou de ato por ambos praticados. É admissível suprimento judicial do consentimento do cônjuge quando a recusa não for devidamente justificada ou não seja possível obtê-la. Se o consentimento do cônjuge não for conferido ou não for suprido por via judicial, o processo será invalidado (causa de nulidade processual). Representação Judicial dos sujeitos de direito. O CPC elenca os representantes judiciais (tanto no polo ativo quanto no passivo) dos seguintes sujeitos de direito: o a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus PROCURADORES; o o MUNICÍPIO, por seu *Prefeito* ou Procurador – os anteriores são representados apenas pelos Procuradores, já o Município pode ser representado pelo próprio Prefeito! TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. RicardoGomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 10 o a Massa falida, pelo SÍNDICO – dica: o Edifício Faliu, chama o Síndico para resolver! rsrs; o a Herança jacente ou vacante, por seu CURADOR – a Herança jacente é aquela em não foram identificados herdeiros, enquanto que a Herança vacante é aquela em nenhum herdeiro existente habilitou-se para receber a herança. Não confundir Herança com Inventariante! Só lembrar que VACA doente precisa de CURADOR, rsrs, então Herança Jacente e VACAnte são representados por CURADOR. o o ESPÓLIO, pelo inventariante – o espólio é conjunto de bens e direitos deixado pelo falecido (de cujos), que precisa de um administrador provisório até o término da sucessão. O CPC determina que se o inventariante for Dativo (designado pelo Juiz temporariamente), todos os herdeiros e sucessores do falecido serão considerados como autores ou réus nas Ações do espólio. o as Pessoas Jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus Diretores; o as Sociedades SEM personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens – há sociedades que não foram devidamente registradas, por isso são sem personalidade jurídica. A sua representação é realizada pelo Administrador dos seus bens. Estas Sociedades sem personalidade jurídica não podem opor perante os possíveis autores sua irregularidade de constituição. Assim, uma sociedade irregular não pode alegar sua irregularidade como fundamento para não responder ao processo e as respectivas obrigações dele decorrentes. o a Pessoa Jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. O gerente da Pessoa Jurídica Estrangeira tem presunção legal de autorização para TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 11 receber citação de qualquer espécie de processo em nome da representada. o o Condomínio, pelo Administrador ou pelo Síndico. Sanação da incapacidade processual. Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade processual exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para sua sanação. Exemplo: se um menor interpõe ação em nome próprio sem o representante legal ou assistente; nesse caso o Juiz suspende o processo e marca prazo para que se apresente com seus pais, tutores ou curadores. Caso não seja sanado a tempo o vício quanto à incapacidade processual, restará ao Juiz adotar as seguintes medidas: o Incapacidade do AUTOR - o juiz decretará a nulidade do processo; o Incapacidade do RÉU - reputar-se-á REVEL; o Incapacidade de TERCEIRO - será excluído do processo. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 12 b. Deveres das Partes e dos Procuradores. Deveres. As Partes têm diversos deveres e ônus quando litigam judicialmente, cujo descumprimento pode acarretar sanções processuais pela litigância de má-fé. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: o expor os fatos em juízo conforme a verdade (ajudar ao Poder Judiciário na busca da Justiça – meio utópico); o proceder com lealdade e boa-fé (Princípio da Lealdade Processual); o não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; o não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito. o cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. A violação deste 5º dever implica em ato atentatório à jurisdição, podendo o Juiz aplicar MULTA de até 20% do valor da causa, que, se não for paga, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado. Consoante o CPC, não se incluem nesta regra os Advogados que se sujeitam exclusivamente ao Estatuto da OAB. O STF decidiu que esta regra aplica-se a todos os Advogados, inclusive aos Advogados públicos, que são regidos também por Estatutos específicos. Proibição. As Partes e seus Advogados não podem utilizar palavras injuriosas nas peças processuais escritas apresentadas no processo e em sua defesa oral. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 13 Caso escrita palavra injuriosa, o Juiz poderá mandar riscá-las, e se proferida oralmente, poderá cassar da palavra após prévia advertência repressora. Litigância de Má-fé. A despeito de cada parte almejar vitória de sua pretensão em juízo, a parcialidade não é motivo para deslealdade no processo. A briga no processo tem regras e princípios éticos que precisam ser observados. É só lembrar que até na Guerra existem regras recíprocas que cada parte beligerante respeita. No processo não é diferente, devendo-se respeitar a boa- fé processual. A Boa-fé é uma regra de conduta, um princípio que impõe aos sujeitos da relação jurídica o dever de comportar-se de acordo com a confiança e a lealdade entre as partes. Os sujeitos têm um dever de se comportar com boa-fé objetiva, com lealdade, respeito. O processo é uma Guerra civilizada, rodeada de regras. Por isso, o Autor, o Réu ou o terceiro interveniente que litigar no processo com má-fé responderá pelos danos processuais causados. A Lei presume como Litigância de má-fé da parte que: o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em juízo autorização judicial para o consumo. o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas furtivas e fraudulentas; o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da Nota Promissória; o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando confundir o magistrado qual medida adotar; TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 14 o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; o provocar incidentes manifestamente infundados – Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente independe desta espécie de produção de provas; o interpor recurso com intuito manifestamente protelatório - apresentar sucessivos embargos declaratórios sem fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da decisão judicial já adotada. Sanções ao Litigante de Má-Fé: MULTA de até 1% do valor da causa dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, que nãopode ser superior a 20% do valor da causa; se o Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a requerimento; honorários advocatícios e despesas que efetuou Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido para lesar a parte contrária. CPC Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. (Redação dada pela Lei nº 9.668, de 1998) § 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 15 causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994) Despesas e Multas Processuais. O serviço de tutela jurisdicional prestado pelo Estado é considerado como serviço público remunerado, ressalvados os casos de concessão de justiça gratuita aos considerados destituídos de recursos financeiros suficientes para “bancar” os custos judiciais sem prejuízo de sua subsistência. Se a Justiça fosse sempre gratuita, muitos demandariam perante o Poder Judiciário de forma irresponsável e inconsequente, inviabilizando o trabalho jurisdicional. Apesar de não haver tanta relevância, a doutrina costuma classificar os gastos ou custas processuais em três subespécies: Custas, Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. As Custas são verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos cofres públicos pela prática do ato processual realizado. Já as Despesas Processuais abarcam os demais gastos realizados pelas partes na prática dos atos processuais, com exclusão dos honorários advocatícios (todos os demais custos dos atos do processo: indenização de viagem, diárias de partes e testemunhas, remuneração do assistente técnico, etc). Os Honorários Advocatícios são verbas devidas à parte vencedora da demanda pelos custos suportados com seu Procurador devidamente habilitado. O pagamento das despesas processuais deve ser realizado pelas partes, em regra, de forma antecipada. É ônus processual da parte o dever de pagamento antecipado das despesas dos atos processuais que realizar ou requerer no processo. Se o autor interpõe uma Ação, em regra tem o dever comprovar o pagamento das custas judiciais juntamente com a Petição Inicial da Ação. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 16 Assim, a prática de cada ato processual implicará no dever de pagamento prévio, antes de sua realização. Registre-se que ao AUTOR cabe antecipar (adiantar) as despesas dos atos que o Juiz ordenar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. É muito comum os alunos confundirem como atribuição do Réu! Cuidado, pois cobram frequentemente este ponto em prova. CPC Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença. § 1o O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião de cada ato processual. § 2o Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. A Parte vencida (sucumbente) terá a obrigação de ressarcir à Parte vencedora todos os gastos que antecipou, isto porque a Parte que logrou êxito com o processo não pode assumir um ônus que, pelo menos em tese, não deve ser seu. A parte vencida, por não observar o direito da vencedora, foi quem deu causa à instauração do processo, portanto ela também deve arcar com as consequencias processuais de seu comportamento. Neste dever de ressarcimento por parte do Sucumbente incluem-se todas as Custas, Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. Há casos em que não necessariamente a Parte perdedora no processo arcará com as despesas processuais. Exceções à regra da Sucumbência: 1. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 17 causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios – esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma deliberada ou culposa, atrasando o término do processo. 2. Quando a parte pratica atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos terá que arcar com as despesas, diante da má-fé processual. Para tanto, a outra parte deverá necessariamente impugnar o ato irregular. 3. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários advocatícios. Se a desistência ou o reconhecimento for apenas parcial, a responsabilidade das despesas e dos honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou que se reconheceu. 4. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as despesas serão divididas igualmente. 5. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor e/ou o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da demanda foi julgada procedente e parte dela improcedente. Nesta situação as despesas e os honorários serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre as partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das custas. Honorários Advocatícios. Ao final do processo o Juiz condenará o perdedor (sucumbente) ao pagamento das despesas que a outra parte antecipou e honorários advocatícios. Interessante notar que os honorários são fixados somente por TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 18 Sentença, nunca por Despachos ou Decisões Interlocutórias. Já as Custas e outras Despesas podem ser fixadas por qualquerdecisão. Inclusive, nas decisões de Incidentes processuais ou de Recursos, o Juiz deve condenar nas respectivas despesas a parte vencida (estas são quase sempre decisões interlocutórias). Importante ressaltar que os Honorários Advocatícios são devidos mesmo na hipótese do Advogado funcionar em causa própria. Ou seja, se a parte (autor ou réu) for também Advogado e atuar sem outro Procurador, terá seu direito aos Honorários plenamente resguardados. Mas qual será o valor dos honorários? O Juiz fixará os honorários advocatícios entre 10% e 20% do valor da condenação sofrida pela parte sucumbente, observando-se os seguintes critérios para definição específica do percentual: o grau de zelo do profissional; o lugar de prestação do serviço; a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. Todos são critérios subjetivos, mas ajudam o Magistrado na fixação dos honorários. Todavia, há casos em que não existe específico valor de condenação do feito que sirva de parâmetro para definição dos honorários. Para tais hipóteses o CPC prevê que o Juiz fixará por mera apreciação equitativa (juízo de equidade Æ razoabilidade + igualdade), também com base nos critérios definidos acima, que são: 1. causas de pequeno valor 2. causas de valor inestimável 3. causas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública (Fazenda Pública representa a União, Estados, DF e Municípios, e respectivas pessoas jurídicas de direito público) TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 19 4. nas Execuções, sejam embargadas ou não Regras gerais acerca das despesas processuais: a) Se houver mais de um autor ou mais de um réu, as partes vencidas responderão de forma proporcional pelas despesas e honorários. Exemplo: 3 réus sucumbentes no Processo devem responder em partes iguais por todas as despesas (rateio entre os 3). b) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. c) Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. Exemplo: Ação de Divisão e Demarcação de Terra; Ação de Inventário, etc. d) As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo VENCIDO. Lembro que o AUTOR adianta as despesas dos atos processuais determinados pelo Juiz de Ofício ou a requerimento do MP. e) Caso o processo seja extinto sem resolução do mérito da causa (sem análise de mérito), por pedido do Réu, o Autor até poderá apresentar nova ação com o mesmo objeto e fundamento, mas terá que antecipadamente pagar ou depositar em cartório as despesas e honorários em que foi condenado. Assim, se o Autor não comprovar o efetivo pagamento das despesas da ação anterior ele ficará impedido de intentar nova ação. f) Se o ato processual tiver que ser repetido ou adiado, as despesas correspondentes ficarão a cargo da parte, do serventuário, do órgão do Ministério Público ou do Juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 20 repetição. Nesse caso até o Juiz pode ser o responsável pelas despesas processuais! g) O servidor que receber custas indevidas ou excessivas é obrigado a restituí-las, incorrendo em MULTA até o DOBRO (2 vezes) do valor das respectivas custas. h) Em caso de Assistência de Parte incapaz, caso este seja vencido ao final do processo, o seu assistente será condenado nas custas em proporção à atividade que houver exercido no processo. Apesar de não ser o titular do direito em questão judicial, o assistente será condenado de forma proporcional a sua atuação no processo. i) Custas de Perito e Assistente Técnico: a. a parte que indicar Assistente Técnico para auxiliar no feito arcará com sua remuneração; b. a remuneração do PERITO também será paga pela parte que houver requerido o exame, salvo se for requerida por ambas as partes ou determinada pelo Juiz de ofício, hipótese em que será o AUTOR o responsável pelo pagamento. j) O Juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O valor será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. k) Aplicam-se estas regras quanto às despesas processuais à reconvenção, à oposição, à ação declaratória incidental e aos procedimentos de jurisdição voluntária, no que couber. l) Sanções processuais por Má-Fé (estudadas acima): a. As sanções impostas às partes em conseqüência de má-fé serão contadas como custas e reverterão em benefício da parte contrária; TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 21 b. as impostas aos serventuários pertencerão ao Estado. c. Procuradores. Como o Direito é um ramo do conhecimento bastante técnico e extenso, faz-se imprescindível a figura de um sujeito habilitado em curso superior com capacidade para postular em juízo. Daí a imprescindibilidade do Advogado para o efetivo acesso à Justiça. O Advogado é o profissional devidamente habilitado para representar a parte no processo, exercendo com técnica as faculdade conferidas à parte pelas leis do processo. Para atuar em juízo, além da capacidade de ser parte e da capacidade de estar em juízo, é necessária a representação por pessoa com Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do Ministério Público). Em regra, o processo no qual a parte se faça representar por quem não possui a habilitação legal para o exercício da Advocacia é considerado nulo. No entanto, nos casos abaixo a Lei faculta às Partes postularem em juízo diretamente, sem a presença de Advogado: 1) em causa própria, quando tiver habilitação legal (quando já for Advogado) 2) mesmo sem ser Advogado (sem habilitação legal), quando faltar Advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver. 3) causas do Juizado Especial Cível, com valores de até 20 Salários-Mínimos (Lei nº 9.099/95) TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 22 Mandato ou Procuração. Para que o Procurador/Advogado possa representar a parte em juízo é necessário que esta outorgue poderes ao seu representante por meio de Procuração, por instrumento público ou particular. Sem a procuração em mãos o Advogado não está autorizado a atuar em nome doseu cliente. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada. Esta previsão adequa-se ao processo eletrônico que está sendo implantado em todo o Poder Judiciário nacional. Para que o Advogado possa praticar atos no processo, basta que a procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. O instrumento de procuração jamais será dispensado, mas a Lei autoriza a prática de medidas de urgência (para evitar prescrição, decadência e em outras hipóteses excepcionais). Nesses casos urgentes o Advogado deve apresentar a procuração no prazo de 15 DIAS, prorrogável por + 15 DIAS. Para tanto o Advogado não precisa prestar caução como garantia da apresentação da Procuração. Se não for apresentada a procuração dentro do prazo dado, os atos praticados pelo Advogado são considerados INEXISTENTES e o Advogado será responsabilizado pelas custas e perdas e danos ocasionados no processo. A parte poderá substituir o seu Advogado a qualquer tempo por meio da revogação do mandato, constituindo automaticamente outro representante judicial por nova procuração. Competência do Advogado. O Advogado, quando da atuação em qualquer feito processual TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 23 deve: 1) declarar, na Petição Inicial (Autor) ou na Contestação (Réu), o endereço em que receberá intimação dos atos processuais praticados no processo – caso seja declarado o endereço, o Juiz determinará, antes mesmo da citação do réu, que seja suprida a lacuna no prazo de 48 HORAS, sob pena de indeferimento da Petição Inicial; 2) comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço – nesse caso, se descumprida esta determinação, serão reputadas válidas as intimações enviadas. Direitos do Advogado. Direitos básicos de todo e qualquer Advogado no Processo Civil: 1) examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, com a ressalva dos processos que tramitam em segredo de justiça (processos que envolvam interesse público, casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão em divórcio, alimentos e guarda de menores) – qualquer processo poderá ser examinado, mas não poderá ser realizada carga do feito (vista dos autos); 2) requerer, como Procurador da Parte (com instrumento de procuração), vista dos autos (carga do feito) de qualquer processo pelo prazo de 5 DIAS; 3) retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar neles por determinação do juiz. Observação: se as partes tiverem prazos em comum para manifestação nos autos (para ambas as partes e simultaneamente), somente poderá ser retirado os autos do processo se for em conjunto ou com acordo das partes, com expressa petição nos autos. Exemplo: prazo para manifestação de ambas as partes acerca de prova produzida. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 24 É possível também que cada Procurador possa retirar os autos do Cartório por até 1 HORA para retirar cópia dos autos. Esta retirada rápida não precisa de ajuste entre a partes. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 25 2. Ministério Público. Considerações Gerais. A Constituição Federal de 1988 abre o Capítulo IV de seu texto prelecionando acerca das Funções Essenciais à Justiça (órgãos e entidades correlatas e paralelas ao Poder Judiciário, que contribuem de forma decisiva para o funcionamento da Justiça). Uma das características do Poder Judiciário é a inércia (Princípio Constitucional Processual da INÉRCIA), isto é, a jurisdição não pode ser exercida de ofício pelo próprio Judiciário, dependendo exclusivamente da provocação das partes. Com isso, não existe Ação na Justiça sem que um AUTOR a interponha, não havendo processo sem partes. Mas muitos pode se perguntar por que o Magistrado não pode agir de ofício? Segundo o art. 5º, LIV, da CF, todos têm direito a um processo justo (Princípio do Devido Processo Legal). Se o juiz der início à causa, estará ele comprometendo sua capacidade subjetiva (imparcialidade), maculando o processo justo. Portanto, a inércia existe para salvaguardar a imparcialidade do Juiz, decorrência natural do Devido Processo Legal. Com isso, dada a inércia do Poder Judiciário, a Constituição atribui capacidade postulatória (capacidade de demandar na Justiça) às seguintes instituições: Ministério Público, a Advocacia Pública, a Advocacia Privada e a Defensoria Pública. Todos, nas suas esferas de competência e atribuições, concorrem para o efetivo funcionamento do sistema judiciário brasileiro. Tais instituições são essenciais à Justiça porque não existe demanda sem autor ou processo sem parte. Ocorre, porém, que tais instituições são essenciais não apenas à Justiça, mas para todo o Estado, pois tais instituições têm outras atribuições que não apenas a promoção da demanda. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 26 Nesse sentido, o Ministério Público, em particular, ressalta como uma das principais instituições estatais da sociedade brasileira. Por expressa definição da CF-88, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbida da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Detalharemos posteriormente todos os elementos de sua definição constitucional. CF-88 Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Na esteira do Direito Comparado (Direito dos outros países), o Ministério Público foi constituído no Brasil desde o período republicano. Por isso que o Ministério Público já foi chamado por muitos de um 4º Poder, ao lado dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. No entanto, para a maioria, não se trata de um novo Poder, mas apenas um órgão a mais com funções estatais especiais, com autonomia e independência diferenciadas. O Constituinte sobrelevou o MP como o órgão de defesa da sociedade, que patrocinaria os seus interesses contra os detentores do poder político e econômico, como também contra atos ilegais do Estado e de seus agentes. Para tamanha responsabilidade, o Ministério Público deveria permear todos os espaçosestatais, em todos os Entes Federados (União, Estados, DF e Municípios) e todas as Justiças Especializadas (Justiça Federal/Eleitoral, do Trabalho, Militar). Desse modo, seguindo a metodologia de alguns países estrangeiros, o Ministério Público brasileiro foi organizado do seguinte modo: a) O Ministério Público da UNIÃO (MPU), que por sua vez compreende os seguintes ramos: 1. Ministério Público Federal (MPF); 2. Ministério Público do Trabalho (MPT); TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 27 3. Ministério Público Militar (MPM); 4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). b) Os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MPE). É isso o que dispõe o art. 128 da CF-88: CF-88 Art. 128. O MINISTÉRIO PÚBLICO (GÊNERO) abrange: I - o Ministério Público da UNIÃO (MPU), que compreende: a) o Ministério Público FEDERAL (MPF); b) o Ministério Público do TRABALHO (MPT); c) o Ministério Público MILITAR (MPM); d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); II - os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MP ESTADUAIS) O Ministério Público no Processo Civil. O MP atua como PARTE ou como FISCAL DA LEI (custos legis). MP como PARTE do Processo. O MP atua como parte de 2 formas diversas: • quando figura como representante do Estado (órgão de representação do Estado, na defesa do interesse público), será considerado a Parte Titular do direito. Exemplo: quando interpõe Ação rescisória, Ação de Nulidade de casamento, requerimento de Jurisdição Voluntária. • quando atua com legitimidade extraordinária (substituto processual) para ajuizar as respectivas ações de sua TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 28 competência previstas em lei (Ex: Ação Civil Pública, Mandado de Segurança, Ação Civil ex delicto, pedido de interdição, ação de investigação de paternidade, etc), defendendo em nome próprio interesse alheio. A despeito desta classificação doutrinária, as 2 hipóteses são de atuação do MP de como Parte. Neste caso de atuação como PARTE, o MP assume os mesmos ônus e poderes das partes originariamente titulares do direito. CPC Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes. Vale frisar que o MP, em regra, atua apenas como AUTOR dos Processos Civis, figurando como RÉU tão somente na hipótese de Ação Rescisória de processo civil por ele deflagrado como Autor. Como a Ação Rescisória terá como réu o autor da ação inicial, o MP, em tese, poderá dela ser réu. MP como Fiscal da Lei (Custus Legis). O MP atua como Fiscal da Lei defendendo a Ordem Jurídica, quando a matéria ou as pessoas envolvidas no processo evidenciarem a presença de interesse público. A sua intervenção é especial, não na qualidade de parte, mas de terceiro juridicamente interessado na preservação da ordem jurídica (correta aplicação da lei e preservação do interesse público). Entre outras hipóteses legais, cabe ao MP intervir como Fiscal da Lei nos seguintes processos: • causas em que há interesses de INCAPAZES – o MP deve intervir diante da hipossuficiência das partes incapazes (absoluta ou relativamente incapazes, na forma do art. 3 e 4 do Código Civil); • causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 29 tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade – estes são interesses especialmente tutelados pelo Estado (questões envolvendo o Estado, capacidade das pessoas e direitos hereditários); • nas ações que envolvam: o litígios coletivos pela posse da terra rural; o demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. Neste caso, o MP intervirá sempre que houver interesse público envolvido (litígios coletivos de posse da terra rural e quaisquer outras matérias em que, pela natureza da lide ou qualidade da parte, seja ressaltado interesse não simplesmente privado, mas público). Em regra, a Lei é quem determina quando há interesse público envolvido, tanto pela natureza da lide quanto pela qualidade da parte. No entanto, quando não previsto, basta ficar caracterizado interesse público a ser velado. Exemplo: a intervenção obrigatória do MP nos Mandados de Segurança foi instituída em virtude da Matéria – natureza da lide (art. 12 da Lei nº 12.016/2009); também nos casos de usucapião, procedimentos de jurisdição voluntária, inventário, conflitos de competência, etc. Exemplo de intervenção pela qualidade da parte: menores incapazes, entre outros. Em todo caso que a Fazenda Pública (o Estado) for envolvido, caberá a intervenção do MP, sob o fundamento de intervenção pela qualidade da parte? Em regra, o MP não deve mais intervir nos processos em que figure como parte a Fazenda Pública, posto existirem as respectivas Procuradorias de Justiça aptas à defesa dos TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 30 interesses dos Estados. O MP não tem mais a função de defesa do Estado (Advogados Público). Somente poderá intervir quando, de fato, houver no processo interesse público relevante que justifique a sua intervenção. Exemplo: processo envolvendo a Fazenda Pública, de reintegração de posse de terreno envolvendo uma comunidade de sem tetos. Prerrogativas e ônus processuais do MP como Custus Legis. O MP na sua atividade como Fiscal da Lei (custus legis) ostentará prerrogativas semelhantes às das partes, entre elas: a. terá vista dos autos depois das Partes, sendo intimado de todos os atos do processo – direito de vista dos autos do processo e de ser intimado; b. poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade – poderes instrutórios similares aos das partes. O Membro do MP, pessoalmente, será responsabilizado civilmente se proceder com dolo ou fraude no exercício de suas funções institucionais. O Estado responderá diretamente e, em regresso, será ressarcido o Membro do MP infrator. CPC Art. 85. O órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. Consequências processuais pela não intervenção do MP. Nas hipóteses em que o MP deve intervir como fiscal da lei por força da presença de interesse público envolvido, a parte deve proceder a sua intimação para participar do processo. Isto é, a parte deve oportunizar ao MP TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOSANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 31 a possibilidade de manifestar-se nos autos. Se assim não o fizer, o processo será considerado NULO (é causa de nulidade processual a não intimação do MP, pela parte, para intervir no processo quando a lei ou o interesse público assim o determinar). Lógico que, na prática, a doutrina e a jurisprudência têm entendido que não é causa de nulidade do processo quando, apesar da não intervenção obrigatória do MP, as partes não tiverem sido prejudicadas por sua não assistência (princípio de que não há nulidade se não houver prejuízo). CPC Art. 84. Quando a lei considerar obrigatória a intervenção do Ministério Público, a parte promover-lhe-á a intimação sob pena de nulidade do processo. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 32 EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 40: TRE - AP - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 05/06/2011. Considere as seguintes assertivas a respeito dos deveres das partes e dos procuradores: I. O réu que, por não arguir na sua resposta fato impeditivo do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, exceto se vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios. II. Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará todos, de forma solidária, ao pagamento de multa de 10 a 20% do valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu. III. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro está correto o que se afirma SOMENTE em a) II. b) III. c) I e II. d) II e III. e) I e III. COMENTÁRIOS: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 33 Item I – errado. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, AINDA que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios – esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma deliberada ou culposa, atrasando o término do processo. Esta foi chata! Item II – errado. Se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido para lesar a parte contrária. Portanto, não é necessariamente condenação solidária. CPC Art. 18 § 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. Item III – correto. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor e/ou o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da demanda foi julgada procedente e parte dela improcedente. Nesta situação as despesas e os honorários serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre as partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das custas. CPC Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 34 honorários. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 41: TRT 23ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados [FCC] - 15/05/2011. A capacidade processual a) é o poder atribuído ao juiz para solucionar o conflito de interesses entre o autor e o réu. b) é causa de nulidade insanável, não podendo o juiz assinar prazo para a sua regularização. c) é a aptidão profissional para atuar em juízo, como representante da parte. d) não é pressuposto de validade do processo. e) é inerente a toda pessoa maior e capaz, com plena capacidade de exercício dos atos da vida civil. COMENTÁRIOS: Item A – errada. Este é o conceito de competência/jurisdição. Item B – errada. Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade processual exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para sua sanação. Item C – errado. Este é o conceito de capacidade postulatória. Item D – errado. É pressuposto processual de validade do processo, gerando nulidade do processo sua ausência. Item E – correto. Observem que a questão pediu o texto da lei. O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 35 estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. CPC Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 42: TRT 14ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados [FCC] - 03/04/2011. No que concerne às despesas e honorários, a) se um litigante decair de parte mínima do pedido, os honorários e as despesas serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles. b) nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados dividirão as despesas igualmente entre si e não na proporção dos respectivos quinhões. c) havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto as despesas, estas serão pagas pelo réu. d) se o processo terminar por desistência, as despesas e os honorários serão rateados entre as partes. e) nos processos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. COMENTÁRIOS: Item A – errado. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma parte mínima do pedido, a outra responderá integralmentepelas despesas e honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 36 sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das custas. CPC Art. 21. Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. Item B – errado. Ao contrário, nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. Item C – errado. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as despesas serão divididas igualmente. Item D – errado. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários advocatícios. Se a desistência ou o reconhecimento for apenas parcial, a responsabilidade das despesas e dos honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou que se reconheceu. Item E – correto. Essa cai direto! Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 43: TRT 14ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 03/04/2011. A condenação por litigância de má-fé a) implicará no pagamento de multa não excedente a 1% do valor da causa, devidamente atualizado. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 37 b) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o juiz decidir de ofício. c) não implicará em indenização à parte contrária, estando os prejuízos que sofreu incluídos na multa fixada pelo juiz ou tribunal. d) não inclui pagamento de honorários advocatícios. e) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o tribunal decidir de ofício. COMENTÁRIOS: Sanções ao Litigante de Má-Fé: MULTA de até 1% do valor da causa dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, que não pode ser superior a 20% do valor da causa; se o Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a requerimento; honorários advocatícios e despesas que efetuou Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido para lesar a parte contrária. O requerimento de condenação pode ser de ofício ou a requerimento da outra parte. CPC Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 38 RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 44: TRT 8ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados [FCC] – 24/10/2010. NÃO se reputa litigante de má-fé a parte que a) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. b) alterar a verdade dos fatos. c) só se manifestar nos autos no último dia dos prazos processuais. d) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo. e) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei. COMENTÁRIOS: A Lei presume como Litigância de má-fé da parte que: o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em juízo autorização judicial para o consumo. o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas furtivas e fraudulentas; o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da Nota Promissória; o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando confundir o magistrado qual medida adotar; o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 39 do processo; o provocar incidentes manifestamente infundados – Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente independe desta espécie de produção de provas; o interpor recurso com intuito manifestamente protelatório - apresentar sucessivos embargos declaratórios sem fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da decisão judicial já adotada. É uma faculdade plenamente regular o fato da parte se manifestar no último dia dos prazos processuais. Isso, por si só, não implica em resistência injustificada ao andamento do processo. Com isso, o item C é o correto. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 45: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa [FCC] – 10/10/2010. Os menores de dezesseis anos, apesar de serem titulares do direito material violado, não podem ajuizar a ação competente sem estarem representados ou assistidos na forma da lei, por a) falta de capacidade para ser parte. b) serem entes despersonalizados. c) falta de capacidade postulatória. d) ausência de interesse de agir. e) falta de capacidade processual. COMENTÁRIOS: Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 40 mínimos a seguir listados: 1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser parte no processo todo aquele que for um Sujeito de Direito. O conceito de Sujeito de Direito confunde-se, em regra, com a definição de personalidade civil (ser sujeito de direitos e obrigações na órbita do Direito). Assim, todo Sujeito de Direito em sentido amplo tem capacidade de ser parte em algum processo. Mas quem são, de fato, os Sujeitos de Direito? Resposta: toda pessoa natural (física/humana) ou jurídica, bem como os entes despersonalizados (espólio, herança jacente e vacante, massa falida, condomínio, sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, etc) e o nascituro (embrião pendente de nascimento). Todos esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no Processo Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil. 2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade Processual ou Legitimidade ad processum) –é a capacidade de exercitar os direitos em juízo, isto é, a capacidade de fato de estar em juízo. Só pensar que, apesar de todos os sujeitos de direito ostentarem status suficiente para adquirem direitos, nem todos podem pleitear por conta própria seus direitos na esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não pode interpor uma Ação Judicial sem a representação de seus genitores ou responsáveis (representantes legais). A criança possui capacidade ser parte (é sujeito de direito e possui direitos), mas não tem capacidade de estar em juízo por conta própria. Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 41 Postulatória. O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. CPC Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define quem são cada um: Absolutamente incapazes: 1. os menores de 16 ANOS; 2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Relativamente incapazes: 1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 4. os pródigos. Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 42 o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado ou assistido. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 46: TRE - RS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 18/07/2010. João, advogado e irmão de Leila, para evitar decadência de determinado direito de sua irmã, intenta a competente ação em nome dela sem o respectivo instrumento de mandato. Neste caso, de acordo com o Código de Processo Civil, João a) não poderia ter intentado a demanda sem a competente procuração, devendo a ação ser extinta sem resolução de mérito. b) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável até outros 15, por despacho do juiz. c) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 10 dias, prorrogável até outros 10, por despacho do juiz. d) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo improrrogável de 15 dias. e) se obrigará, mediante caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo improrrogável de 10 dias. COMENTÁRIOS: O instrumento de procuração jamais será dispensado, mas a Lei autoriza a prática de medidas de urgência (para evitar prescrição, decadência e em outras hipóteses excepcionais). Nesses casos urgentes o Advogado deve apresentar a procuração no prazo de 15 DIAS, prorrogável por + 15 DIAS. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 43 Para tanto o Advogado não precisa prestar caução como garantia da apresentação da Procuração. Como a intenção de João era resguadar um direito de sua irmã Leila (medida de natureza urgente), poderá apresentar a procuração no prazo legal, conforme explicado acima. Por isso o item B está correto. CPC Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 47: TJ - PI - Assessor Jurídico de Gabinete de Juiz de Entrância Final [FCC] – 01/06/2010. A procuração geral para o foro não habilita o advogado para a) receber citação inicial e transigir. b) assinar a petição inicial ou a contestação. c) interpor os recursos especial e extraordinário. d) ajuizar reconvenção e propor a ação declaratória incidental. e) receber intimação da data designada para a audiência e da sentença. COMENTÁRIOS: Para que o Advogado possa praticar atos no processo, basta que a TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 2 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 44 procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. Portanto, receber citação e transigir demanda poderes especiais que não estão abarcados pela Cláusula Ad Judicia. RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 48: TRF 1ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados [FCC] - 27/03/2011. João ajuizou ação de cobrança em face de Tício, ação esta em que foi atribuído à causa o valor de R$ 100.000,00. Na referida ação, João foi considerado litigante de má-fé e condenado a pagar multa, honorários advocatícios, todas as despesas que Tício efetuou, bem como indenizá-lo pelos prejuízos. Neste caso, de acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, a referida multa não poderá exceder o valor de a) R$ 1.000,00. b) R$ 2.000,00. c) R$ 10.000,00. d) R$ 20.000,00. e) R$ 40.000,00. COMENTÁRIOS: Vimos que dentre as sanções ao Litigante
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