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Aula 02

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA 2 
PROF: RICARDO GOMES 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
1 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) 
Chegamos ao nosso 2º encontro neste Curso de Direito 
Processual Civil! 
Desejo a todos sucesso em seus estudos! 
Agora vamos lá! 
AVISOS: 
• Para o concurso do TST lançamos os seguintes Cursos: 
• REGIMENTO INTERNO DO TST – AJAA E TÉCNICO; 
• REGIMENTO INTERNO DO TST – AJAJ; 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ O TST - AJAJ; 
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• Ademais, disponibilizamos Cursos para o TRE/RJ e TJDFT. 
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Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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seus conhecimentos! 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
1. Das Partes e dos Procuradores: 
a. Da capacidade processual; 
b. Dos deveres das partes e dos seus 
procuradores; 
c. Dos procuradores. 
2. Ministério Público. 
1. Das Partes e dos Procuradores. 
a. Capacidade Processual. 
Em linguagem simples, o processo judicial tem por finalidade 
decidir um determinado conflito de interesses entre sujeitos da vida social
(sujeitos de direito), isto é, por fim a uma lide, uma “briga”, uma discursão 
entre dois ou mais sujeitos (composição de litígios, mediante a aplicação do 
direito ao caso concreto). Além disso, o processo visa à pacificação social e à 
realização da justiça como fim maior. 
Em um litígio deverá haver sujeitos litigando, “degladiando-se”, 
não é verdade? No Processo eles são chamados de PARTES Processuais. Em 
regra, são o AUTOR e o RÉU, podendo envolver mais de 1 Autor e mais de 1 
Réu. 
Para decidir o conflito mostra-se imprescindível uma “mão-forte”, 
entre as Partes, que é a figura do MAGISTRADO, o JUIZ, outro Sujeito 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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principal do processo. Com isso, o processo desenvolve-se em uma relação 
processual triangular, pois as 2 Partes mais o Juiz formam um Triângulo 
no seguinte sentido: 
Registro três peculiaridades da Relação Jurídica Triangular entre o 
Juiz e as Partes: 
ƒ O Juiz fica entre as Partes, como autoridade pública 
competente para dirimir o conflito, demonstrando o 
distanciamento e como a figura independente que separa os 
dois polos da relação processual. 
ƒ O Juiz fica equidistante do Autor e do Réu, demonstrando 
a Imparcialidade do Magistrado (Princípio Processual 
Constitucional da Imparcialidade), sem o vínculo direto com 
as partes, em igualdade de distanciamento. 
ƒ Muitos também conceituam esta relação como ANGULAR, 
pois no Triângulo há um ângulo exatamente na figura do 
JUIZ. 
Quem são as PARTES do Processo? 
As Partes são os sujeitos PARCIAIS do Processo, são os pedem
ou os que sofrem os referidos pedidos, sendo os legitimamente interessados 
no deslinde da questão posta em juízo. As Partes resumem-se ao AUTOR e ao 
RÉU, que são os legitimamente interessados na relação jurídico-processual. O 
Autor é o requerente e o Réu é o requerido. As Partes podem assumir diversas 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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denominações a depender dos diversos tipos de processos (impetrante e 
impetrado, credor e devedor, denunciante e denunciado, etc). 
Por outro lado, no processo existe a figura imparcial que decide o 
conflito: o JUIZ. 
Assim, o processo agrega os seguintes sujeitos: 
ƒ Sujeitos PARCIAIS: as PARTES do Processo (Autor e Réu) 
ƒ Sujeito IMPARCIAL: o JUIZ
Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito 
processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais mínimos 
a seguir listados: 
1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser 
parte no processo todo aquele que for um Sujeito de 
Direito. O conceito de Sujeito de Direito confunde-se, 
em regra, com a definição de personalidade civil (ser 
sujeito de direitos e obrigações na órbita do Direito). 
Assim, todo Sujeito de Direito em sentido amplo tem 
capacidade de ser parte em algum processo. Mas quem 
são, de fato, os Sujeitos de Direito? Resposta: toda 
pessoa natural (física/humana) ou jurídica, bem 
como os entes despersonalizados (espólio, herança 
jacente e vacante, massa falida, condomínio, 
sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, 
etc) e o nascituro (embrião pendente de nascimento). 
Todos esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no 
Processo Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e 
contrair obrigações na vida civil. 
2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade 
Processual ou Legitimidade ad processum) – é a 
capacidade de exercitar os direitos em juízo, isto é, a 
capacidade de fato de estar em juízo. Só pensar que, 
apesar de todos os sujeitos de direito ostentarem 
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status suficiente para adquirem direitos, nem todos 
podem pleitear por conta própria seus direitos na 
esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não 
pode interpor uma Ação Judicial sem a representação 
de seus genitores ou responsáveis (representantes 
legais). A criança possui capacidade ser parte (é sujeito 
de direito e possui direitos), mas não tem capacidade 
de estar em juízo por conta própria. 
Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade 
Postulatória. 
O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação 
pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus 
direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de 
direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem 
todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são 
classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do 
Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define 
quem são cada um: 
Absolutamente incapazes: 
1. os menores de 16 ANOS; 
2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
3. os que, mesmopor causa transitória, não puderem exprimir 
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sua vontade. 
Relativamente incapazes: 
1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
4. os pródigos. 
Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em 
juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência 
dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são 
Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. 
Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já 
o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. 
O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no 
processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado 
ou assistido. 
CPC 
Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus 
pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
Legitimidade Ad Processum X Legitimidade Ad Causam. 
Observação: Não confundir Capacidade de Estar em Juízo 
(Legitimidade ad processum – para o processo) com a Legitimidade Ad 
Causam, que é uma das Condições da Ação. 
Enquanto que a ausência de capacidade de estar em juízo
(Legitimidade Ad Processum – para o processo) gera a nulidade do processo, 
posto a parte não ter a capacidade própria para atuar no processo (ex: 
processo instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos Pais), a 
falta de Legitimidade Ad Causam (para a causa) gera a extinção do processo 
sem resolução de mérito, por carência de ação. 
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ƒ Legitimidade Ad Processum – Pressuposto processual 
(ausência gera nulidade do processo) 
ƒ Legitimidade Ad Causam – Condição da Ação (ausência 
gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por 
carência de ação). 
A Legitimidade Ad Causam, como uma das condições da ação, é a 
relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só 
poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato. O juízo 
acerca da legitimidade ad processum é realizado em abstrato (basta ter 
capacidade para estar em juízo para ter preenchido o requisito da legitimação 
para o processo), a legitimidade ad causam é aferida pelo Juiz quando do 
exame das condições da ação, se a parte tem real relação com o direito 
material posto em juízo. 
Fiquem tranquilos, pois o exame das Condições da Ação não é 
objeto desta específica aula. 
Curador Especial. 
A Lei impõe a necessidade de nomeação de Curador Especial aos 
seguintes sujeitos, em virtude do interesse público envolvido e pela 
necessidade de observância do contraditório e da ampla defesa (art. 9º do 
CPC): 
o ao INCAPAZ, se não tiver representante legal, ou se os 
interesses do incapaz colidirem com os do representante; 
o ao RÉU PRESO e ao RÉU REVEL (que não compareceu em 
juízo) citado por edital ou com hora certa. 
A Lei impõe que nas comarcas onde houver Representante Judicial 
de incapazes ou de ausentes previamente definido, a este competirá a função 
de curador especial. 
Capacidade Processual dos Cônjuges (Pessoas Casadas). 
A regra é que os cônjuges têm independência para 
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defenderem-se e atuarem judicialmente no interesse de seus direitos. No 
entanto, o CPC estabelece algumas restrições, tanto para interporem ações 
quanto para serem réus em determinados processos. 
o Limitação para Propor Ação (restrição à Capacidade 
Processual Ativa/Autor): para propor ação que verse sobre 
direitos reais IMOBILIÁRIOS o cônjuge precisa do 
consentimento do outro. Exemplo: um dos cônjuges deseja 
entrar com uma Ação Reivindicatória de um determinado 
bem IMÓVEL, para tanto, necessita do consentimento do 
outro. 
Observações: 
a) esta restrição é apenas para proposição desta ação 
sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS. Qualquer outra 
ação que verse sobre outro direito não necessita de 
autorização ou consentimento. 
b) Atenção que é direito real Imobiliário (sobre Imóveis) 
e não Mobiliário (bens móveis). 
c) Não se trata de Litisconsórcio Necessário Ativo, que não 
existe, isto é, a Lei não está obrigando ao cônjuge 
entrar uma Ação/Demanda em juízo necessariamente 
com o outro. Apenas se exige o seu 
consentimento/autorização. 
d) Ações que versam sobre direito real imobiliário: 
desapropriação indireta; execução de hipoteca; 
usucapião e divisória de imóvel, etc. 
e) Se os cônjuges forem casados no regime da 
Separação Absoluta de Bens não se aplica esta 
obrigatoriedade de consentimento (art. 1647 do CC-
02); faz sentido, não é verdade? 
o Limitação para ser RÉU (restrição à Capacidade Processual 
Passiva/Réu): será necessária a citação de ambos os 
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cônjuges (marido e mulher) nas ações que versarem sobre: 
1. que versem sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS; 
2. resultantes de fatos que digam respeito a ambos os 
cônjuges ou de atos praticados por eles. Exemplo: 
descumprimento de contrato de aluguel (direito 
pessoal). 
3. fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da 
família, mas cuja execução tenha de recair sobre o 
produto do trabalho da mulher ou os seus bens 
reservados; 
4. que tenham por objeto o reconhecimento, a 
constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de 
um ou de ambos os cônjuges. 
Caso específico de Ações Possessórias. Regra: no caso de ações 
possessórias, que envolvam a posse de determinado bem imóvel, o cônjuge 
não precisa do consentimento do outro. Exceção: será necessária a 
participação do outro cônjuge na hipótese de composse ou de ato por 
ambos praticados. 
É admissível suprimento judicial do consentimento do cônjuge
quando a recusa não for devidamente justificada ou não seja possível 
obtê-la. Se o consentimento do cônjuge não for conferido ou não for suprido 
por via judicial, o processo será invalidado (causa de nulidade processual). 
Representação Judicial dos sujeitos de direito. 
O CPC elenca os representantes judiciais (tanto no polo ativo 
quanto no passivo) dos seguintes sujeitos de direito: 
o a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, 
por seus PROCURADORES; 
o o MUNICÍPIO, por seu *Prefeito* ou Procurador – os 
anteriores são representados apenas pelos Procuradores, já o 
Município pode ser representado pelo próprio Prefeito! 
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o a Massa falida, pelo SÍNDICO – dica: o Edifício Faliu, 
chama o Síndico para resolver! rsrs; 
o a Herança jacente ou vacante, por seu CURADOR – a 
Herança jacente é aquela em não foram identificados 
herdeiros, enquanto que a Herança vacante é aquela em 
nenhum herdeiro existente habilitou-se para receber a 
herança. Não confundir Herança com Inventariante! Só 
lembrar que VACA doente precisa de CURADOR, rsrs, então 
Herança Jacente e VACAnte são representados por 
CURADOR. 
o o ESPÓLIO, pelo inventariante – o espólio é conjunto de 
bens e direitos deixado pelo falecido (de cujos), que precisa 
de um administrador provisório até o término da sucessão. O 
CPC determina que se o inventariante for Dativo
(designado pelo Juiz temporariamente), todos os herdeiros e 
sucessores do falecido serão considerados como autores ou 
réus nas Ações do espólio. 
o as Pessoas Jurídicas, por quem os respectivos estatutos 
designarem, ou, não os designando, por seus Diretores; 
o as Sociedades SEM personalidade jurídica, pela pessoa a 
quem couber a administração dos seus bens – há 
sociedades que não foram devidamente registradas, por isso 
são sem personalidade jurídica. A sua representação é 
realizada pelo Administrador dos seus bens. Estas 
Sociedades sem personalidade jurídica não podem opor 
perante os possíveis autores sua irregularidade de 
constituição. Assim, uma sociedade irregular não pode alegar 
sua irregularidade como fundamento para não responder ao 
processo e as respectivas obrigações dele decorrentes. 
o a Pessoa Jurídica estrangeira, pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência ou 
sucursal aberta ou instalada no Brasil. O gerente da Pessoa 
Jurídica Estrangeira tem presunção legal de autorização para 
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receber citação de qualquer espécie de processo em nome da 
representada. 
o o Condomínio, pelo Administrador ou pelo Síndico. 
Sanação da incapacidade processual. 
Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade processual 
exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para sua sanação. 
Exemplo: se um menor interpõe ação em nome próprio sem o representante 
legal ou assistente; nesse caso o Juiz suspende o processo e marca prazo para 
que se apresente com seus pais, tutores ou curadores. 
Caso não seja sanado a tempo o vício quanto à incapacidade 
processual, restará ao Juiz adotar as seguintes medidas: 
o Incapacidade do AUTOR - o juiz decretará a nulidade do 
processo; 
o Incapacidade do RÉU - reputar-se-á REVEL; 
o Incapacidade de TERCEIRO - será excluído do processo. 
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b. Deveres das Partes e dos Procuradores. 
Deveres. 
As Partes têm diversos deveres e ônus quando litigam 
judicialmente, cujo descumprimento pode acarretar sanções processuais pela 
litigância de má-fé. São deveres das partes e de todos aqueles que de 
qualquer forma participam do processo: 
o expor os fatos em juízo conforme a verdade (ajudar ao 
Poder Judiciário na busca da Justiça – meio utópico); 
o proceder com lealdade e boa-fé (Princípio da Lealdade 
Processual); 
o não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
o não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou 
desnecessários à declaração ou defesa do direito. 
o cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não 
criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de 
natureza antecipatória ou final. 
A violação deste 5º dever implica em ato atentatório à jurisdição, 
podendo o Juiz aplicar MULTA de até 20% do valor da causa, que, se não 
for paga, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado. Consoante o 
CPC, não se incluem nesta regra os Advogados que se sujeitam 
exclusivamente ao Estatuto da OAB. O STF decidiu que esta regra aplica-se a 
todos os Advogados, inclusive aos Advogados públicos, que são regidos 
também por Estatutos específicos. 
Proibição. 
As Partes e seus Advogados não podem utilizar palavras injuriosas
nas peças processuais escritas apresentadas no processo e em sua defesa oral. 
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Caso escrita palavra injuriosa, o Juiz poderá mandar riscá-las, e se proferida 
oralmente, poderá cassar da palavra após prévia advertência repressora. 
Litigância de Má-fé. 
A despeito de cada parte almejar vitória de sua pretensão em 
juízo, a parcialidade não é motivo para deslealdade no processo. A briga no 
processo tem regras e princípios éticos que precisam ser observados. É só 
lembrar que até na Guerra existem regras recíprocas que cada parte 
beligerante respeita. No processo não é diferente, devendo-se respeitar a boa-
fé processual. 
A Boa-fé é uma regra de conduta, um princípio que impõe aos 
sujeitos da relação jurídica o dever de comportar-se de acordo com a confiança 
e a lealdade entre as partes. Os sujeitos têm um dever de se comportar com 
boa-fé objetiva, com lealdade, respeito. O processo é uma Guerra civilizada, 
rodeada de regras. 
Por isso, o Autor, o Réu ou o terceiro interveniente que litigar 
no processo com má-fé responderá pelos danos processuais causados. A Lei 
presume como Litigância de má-fé da parte que: 
o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe 
o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em 
juízo autorização judicial para o consumo. 
o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta 
ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas 
furtivas e fraudulentas; 
o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: 
autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da 
Nota Promissória; 
o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – 
Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando 
confundir o magistrado qual medida adotar; 
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o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
do processo; 
o provocar incidentes manifestamente infundados – 
Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente 
independe desta espécie de produção de provas; 
o interpor recurso com intuito manifestamente protelatório - 
apresentar sucessivos embargos declaratórios sem 
fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da decisão 
judicial já adotada. 
Sanções ao Litigante de Má-Fé: 
ƒ MULTA de até 1% do valor da causa
ƒ dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, 
que nãopode ser superior a 20% do valor da causa; se o 
Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, 
mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a 
requerimento; 
ƒ honorários advocatícios e despesas que efetuou 
Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz 
condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará 
de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido 
para lesar a parte contrária. 
CPC 
Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará 
o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por 
cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos 
prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas 
as despesas que efetuou. (Redação dada pela Lei nº 9.668, de 
1998) 
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz 
condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na 
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causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
parte contrária. 
§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em 
quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da 
causa, ou liquidado por arbitramento. (Redação dada pela Lei nº 
8.952, de 1994) 
Despesas e Multas Processuais. 
O serviço de tutela jurisdicional prestado pelo Estado é considerado 
como serviço público remunerado, ressalvados os casos de concessão de 
justiça gratuita aos considerados destituídos de recursos financeiros suficientes 
para “bancar” os custos judiciais sem prejuízo de sua subsistência. 
Se a Justiça fosse sempre gratuita, muitos demandariam perante o 
Poder Judiciário de forma irresponsável e inconsequente, inviabilizando o 
trabalho jurisdicional. 
Apesar de não haver tanta relevância, a doutrina costuma 
classificar os gastos ou custas processuais em três subespécies: Custas, 
Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. 
As Custas são verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos 
cofres públicos pela prática do ato processual realizado. Já as Despesas 
Processuais abarcam os demais gastos realizados pelas partes na prática dos 
atos processuais, com exclusão dos honorários advocatícios (todos os demais 
custos dos atos do processo: indenização de viagem, diárias de partes e 
testemunhas, remuneração do assistente técnico, etc). Os Honorários 
Advocatícios são verbas devidas à parte vencedora da demanda pelos custos 
suportados com seu Procurador devidamente habilitado. 
O pagamento das despesas processuais deve ser realizado pelas 
partes, em regra, de forma antecipada. É ônus processual da parte o dever 
de pagamento antecipado das despesas dos atos processuais que realizar ou 
requerer no processo. Se o autor interpõe uma Ação, em regra tem o dever 
comprovar o pagamento das custas judiciais juntamente com a Petição Inicial 
da Ação. 
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16 
Assim, a prática de cada ato processual implicará no dever de 
pagamento prévio, antes de sua realização. Registre-se que ao AUTOR cabe 
antecipar (adiantar) as despesas dos atos que o Juiz ordenar de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público. É muito comum os alunos confundirem 
como atribuição do Réu! Cuidado, pois cobram frequentemente este ponto em 
prova. 
CPC 
Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe 
às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem 
no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até 
sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do 
direito declarado pela sentença.
§ 1o O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião 
de cada ato processual. 
§ 2o Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja 
realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do 
Ministério Público. 
A Parte vencida (sucumbente) terá a obrigação de ressarcir à 
Parte vencedora todos os gastos que antecipou, isto porque a Parte que logrou 
êxito com o processo não pode assumir um ônus que, pelo menos em tese, 
não deve ser seu. A parte vencida, por não observar o direito da vencedora, foi 
quem deu causa à instauração do processo, portanto ela também deve arcar 
com as consequencias processuais de seu comportamento. 
Neste dever de ressarcimento por parte do Sucumbente incluem-se 
todas as Custas, Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. 
Há casos em que não necessariamente a Parte perdedora no 
processo arcará com as despesas processuais. Exceções à regra da 
Sucumbência: 
1. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o 
julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do 
saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na 
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causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios – 
esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir 
fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma 
deliberada ou culposa, atrasando o término do processo. 
2. Quando a parte pratica atos manifestamente protelatórios, 
impertinentes ou supérfluos terá que arcar com as despesas, 
diante da má-fé processual. Para tanto, a outra parte deverá 
necessariamente impugnar o ato irregular. 
3. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer 
o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários 
advocatícios. Se a desistência ou o reconhecimento for 
apenas parcial, a responsabilidade das despesas e dos 
honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou 
que se reconheceu. 
4. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as 
despesas serão divididas igualmente. 
5. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor e/ou 
o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da 
demanda foi julgada procedente e parte dela improcedente. 
Nesta situação as despesas e os honorários serão recíproca e 
proporcionalmente distribuídos e compensados entre as 
partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de 
uma parte mínima do pedido, a outra responderá
integralmente pelas despesas e honorários. Esta é uma 
medida razoável, pois se não há uma efetiva sucumbência da 
parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
Honorários Advocatícios. 
Ao final do processo o Juiz condenará o perdedor (sucumbente) ao 
pagamento das despesas que a outra parte antecipou e honorários 
advocatícios. Interessante notar que os honorários são fixados somente por 
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Sentença, nunca por Despachos ou Decisões Interlocutórias. Já as Custas e 
outras Despesas podem ser fixadas por qualquerdecisão. Inclusive, nas 
decisões de Incidentes processuais ou de Recursos, o Juiz deve condenar 
nas respectivas despesas a parte vencida (estas são quase sempre decisões 
interlocutórias). 
Importante ressaltar que os Honorários Advocatícios são devidos
mesmo na hipótese do Advogado funcionar em causa própria. Ou seja, se a 
parte (autor ou réu) for também Advogado e atuar sem outro Procurador, terá 
seu direito aos Honorários plenamente resguardados. 
Mas qual será o valor dos honorários? 
O Juiz fixará os honorários advocatícios entre 10% e 20% do 
valor da condenação sofrida pela parte sucumbente, observando-se os 
seguintes critérios para definição específica do percentual: 
ƒ o grau de zelo do profissional; 
ƒ o lugar de prestação do serviço; 
ƒ a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo 
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
Todos são critérios subjetivos, mas ajudam o Magistrado na fixação 
dos honorários. 
Todavia, há casos em que não existe específico valor de 
condenação do feito que sirva de parâmetro para definição dos honorários. 
Para tais hipóteses o CPC prevê que o Juiz fixará por mera apreciação 
equitativa (juízo de equidade Æ razoabilidade + igualdade), também com 
base nos critérios definidos acima, que são: 
1. causas de pequeno valor 
2. causas de valor inestimável 
3. causas em que não houver condenação ou for vencida a 
Fazenda Pública (Fazenda Pública representa a União, 
Estados, DF e Municípios, e respectivas pessoas jurídicas de 
direito público) 
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4. nas Execuções, sejam embargadas ou não 
Regras gerais acerca das despesas processuais: 
a) Se houver mais de um autor ou mais de um réu, as partes 
vencidas responderão de forma proporcional pelas despesas 
e honorários. Exemplo: 3 réus sucumbentes no Processo 
devem responder em partes iguais por todas as despesas 
(rateio entre os 3). 
b) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas 
serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os 
interessados. 
c) Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados 
pagarão as despesas proporcionalmente aos seus 
quinhões. Exemplo: Ação de Divisão e Demarcação de Terra; 
Ação de Inventário, etc. 
d) As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento 
do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas 
a final pelo VENCIDO. Lembro que o AUTOR adianta as 
despesas dos atos processuais determinados pelo Juiz de 
Ofício ou a requerimento do MP. 
e) Caso o processo seja extinto sem resolução do mérito da 
causa (sem análise de mérito), por pedido do Réu, o Autor 
até poderá apresentar nova ação com o mesmo objeto e 
fundamento, mas terá que antecipadamente pagar ou 
depositar em cartório as despesas e honorários em que foi 
condenado. Assim, se o Autor não comprovar o efetivo 
pagamento das despesas da ação anterior ele ficará impedido 
de intentar nova ação. 
f) Se o ato processual tiver que ser repetido ou adiado, as 
despesas correspondentes ficarão a cargo da parte, do 
serventuário, do órgão do Ministério Público ou do Juiz que, 
sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à 
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repetição. Nesse caso até o Juiz pode ser o responsável 
pelas despesas processuais! 
g) O servidor que receber custas indevidas ou excessivas é 
obrigado a restituí-las, incorrendo em MULTA até o 
DOBRO (2 vezes) do valor das respectivas custas. 
h) Em caso de Assistência de Parte incapaz, caso este seja 
vencido ao final do processo, o seu assistente será 
condenado nas custas em proporção à atividade que houver 
exercido no processo. Apesar de não ser o titular do direito 
em questão judicial, o assistente será condenado de forma 
proporcional a sua atuação no processo. 
i) Custas de Perito e Assistente Técnico: 
a. a parte que indicar Assistente Técnico para auxiliar 
no feito arcará com sua remuneração; 
b. a remuneração do PERITO também será paga pela 
parte que houver requerido o exame, salvo se for 
requerida por ambas as partes ou determinada pelo 
Juiz de ofício, hipótese em que será o AUTOR o 
responsável pelo pagamento. 
j) O Juiz poderá determinar que a parte responsável pelo 
pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o 
valor correspondente a essa remuneração. O valor será 
entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a 
sua liberação parcial, quando necessária. 
k) Aplicam-se estas regras quanto às despesas processuais à 
reconvenção, à oposição, à ação declaratória incidental e aos 
procedimentos de jurisdição voluntária, no que couber. 
l) Sanções processuais por Má-Fé (estudadas acima): 
a. As sanções impostas às partes em conseqüência de 
má-fé serão contadas como custas e reverterão em 
benefício da parte contrária; 
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b. as impostas aos serventuários pertencerão ao Estado. 
c. Procuradores. 
Como o Direito é um ramo do conhecimento bastante técnico e 
extenso, faz-se imprescindível a figura de um sujeito habilitado em curso 
superior com capacidade para postular em juízo. Daí a imprescindibilidade do 
Advogado para o efetivo acesso à Justiça. O Advogado é o profissional 
devidamente habilitado para representar a parte no processo, exercendo com 
técnica as faculdade conferidas à parte pelas leis do processo. 
Para atuar em juízo, além da capacidade de ser parte e da 
capacidade de estar em juízo, é necessária a representação por pessoa com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). 
Em regra, o processo no qual a parte se faça representar por quem 
não possui a habilitação legal para o exercício da Advocacia é considerado 
nulo. No entanto, nos casos abaixo a Lei faculta às Partes postularem em juízo 
diretamente, sem a presença de Advogado: 
1) em causa própria, quando tiver habilitação legal (quando já 
for Advogado) 
2) mesmo sem ser Advogado (sem habilitação legal), quando 
faltar Advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que 
houver. 
3) causas do Juizado Especial Cível, com valores de até 20 
Salários-Mínimos (Lei nº 9.099/95) 
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Mandato ou Procuração. 
Para que o Procurador/Advogado possa representar a parte em 
juízo é necessário que esta outorgue poderes ao seu representante por meio 
de Procuração, por instrumento público ou particular. Sem a procuração em 
mãos o Advogado não está autorizado a atuar em nome doseu cliente. 
A procuração pode ser assinada digitalmente com base em 
certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada. Esta previsão 
adequa-se ao processo eletrônico que está sendo implantado em todo o Poder 
Judiciário nacional. 
Para que o Advogado possa praticar atos no processo, basta que a 
procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o 
Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de 
autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e 
firmar compromisso. 
O instrumento de procuração jamais será dispensado, mas a Lei 
autoriza a prática de medidas de urgência (para evitar prescrição, decadência 
e em outras hipóteses excepcionais). Nesses casos urgentes o Advogado deve 
apresentar a procuração no prazo de 15 DIAS, prorrogável por + 15 DIAS. 
Para tanto o Advogado não precisa prestar caução como garantia da 
apresentação da Procuração. 
Se não for apresentada a procuração dentro do prazo dado, os atos
praticados pelo Advogado são considerados INEXISTENTES e o Advogado 
será responsabilizado pelas custas e perdas e danos ocasionados no processo. 
A parte poderá substituir o seu Advogado a qualquer tempo por 
meio da revogação do mandato, constituindo automaticamente outro 
representante judicial por nova procuração. 
Competência do Advogado. 
O Advogado, quando da atuação em qualquer feito processual 
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deve: 
1) declarar, na Petição Inicial (Autor) ou na Contestação (Réu), 
o endereço em que receberá intimação dos atos processuais 
praticados no processo – caso seja declarado o endereço, o 
Juiz determinará, antes mesmo da citação do réu, que seja 
suprida a lacuna no prazo de 48 HORAS, sob pena de 
indeferimento da Petição Inicial; 
2) comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de 
endereço – nesse caso, se descumprida esta determinação, 
serão reputadas válidas as intimações enviadas. 
Direitos do Advogado. 
Direitos básicos de todo e qualquer Advogado no Processo Civil: 
1) examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, 
autos de qualquer processo, com a ressalva dos processos 
que tramitam em segredo de justiça (processos que 
envolvam interesse público, casamento, filiação, separação 
dos cônjuges, conversão em divórcio, alimentos e guarda de 
menores) – qualquer processo poderá ser examinado, mas 
não poderá ser realizada carga do feito (vista dos autos); 
2) requerer, como Procurador da Parte (com instrumento de 
procuração), vista dos autos (carga do feito) de qualquer 
processo pelo prazo de 5 DIAS; 
3) retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo 
legal, sempre que lhe competir falar neles por determinação 
do juiz. 
Observação: se as partes tiverem prazos em comum para 
manifestação nos autos (para ambas as partes e simultaneamente), somente 
poderá ser retirado os autos do processo se for em conjunto ou com acordo 
das partes, com expressa petição nos autos. Exemplo: prazo para 
manifestação de ambas as partes acerca de prova produzida. 
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É possível também que cada Procurador possa retirar os autos do 
Cartório por até 1 HORA para retirar cópia dos autos. Esta retirada rápida não 
precisa de ajuste entre a partes. 
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2. Ministério Público. 
Considerações Gerais. 
A Constituição Federal de 1988 abre o Capítulo IV de seu texto 
prelecionando acerca das Funções Essenciais à Justiça (órgãos e entidades 
correlatas e paralelas ao Poder Judiciário, que contribuem de forma decisiva 
para o funcionamento da Justiça). 
Uma das características do Poder Judiciário é a inércia (Princípio 
Constitucional Processual da INÉRCIA), isto é, a jurisdição não pode ser 
exercida de ofício pelo próprio Judiciário, dependendo exclusivamente da 
provocação das partes. Com isso, não existe Ação na Justiça sem que um 
AUTOR a interponha, não havendo processo sem partes. 
Mas muitos pode se perguntar por que o Magistrado não pode agir 
de ofício? Segundo o art. 5º, LIV, da CF, todos têm direito a um processo justo 
(Princípio do Devido Processo Legal). Se o juiz der início à causa, estará ele 
comprometendo sua capacidade subjetiva (imparcialidade), maculando o 
processo justo. Portanto, a inércia existe para salvaguardar a imparcialidade
do Juiz, decorrência natural do Devido Processo Legal. 
Com isso, dada a inércia do Poder Judiciário, a Constituição atribui 
capacidade postulatória (capacidade de demandar na Justiça) às seguintes 
instituições: Ministério Público, a Advocacia Pública, a Advocacia 
Privada e a Defensoria Pública. Todos, nas suas esferas de competência e 
atribuições, concorrem para o efetivo funcionamento do sistema judiciário 
brasileiro. 
Tais instituições são essenciais à Justiça porque não existe 
demanda sem autor ou processo sem parte. Ocorre, porém, que tais 
instituições são essenciais não apenas à Justiça, mas para todo o Estado, pois 
tais instituições têm outras atribuições que não apenas a promoção da 
demanda. 
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Nesse sentido, o Ministério Público, em particular, ressalta como 
uma das principais instituições estatais da sociedade brasileira. Por expressa 
definição da CF-88, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbida da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e 
dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Detalharemos posteriormente 
todos os elementos de sua definição constitucional. 
CF-88 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis. 
Na esteira do Direito Comparado (Direito dos outros países), o 
Ministério Público foi constituído no Brasil desde o período republicano. Por isso 
que o Ministério Público já foi chamado por muitos de um 4º Poder, ao lado 
dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. 
No entanto, para a maioria, não se trata de um novo Poder, mas 
apenas um órgão a mais com funções estatais especiais, com autonomia e 
independência diferenciadas. O Constituinte sobrelevou o MP como o órgão de 
defesa da sociedade, que patrocinaria os seus interesses contra os detentores 
do poder político e econômico, como também contra atos ilegais do Estado e 
de seus agentes. 
Para tamanha responsabilidade, o Ministério Público deveria 
permear todos os espaçosestatais, em todos os Entes Federados (União, 
Estados, DF e Municípios) e todas as Justiças Especializadas (Justiça 
Federal/Eleitoral, do Trabalho, Militar). Desse modo, seguindo a metodologia 
de alguns países estrangeiros, o Ministério Público brasileiro foi organizado 
do seguinte modo: 
a) O Ministério Público da UNIÃO (MPU), que por sua vez 
compreende os seguintes ramos: 
1. Ministério Público Federal (MPF); 
2. Ministério Público do Trabalho (MPT); 
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3. Ministério Público Militar (MPM); 
4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios 
(MPDFT). 
b) Os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MPE). 
É isso o que dispõe o art. 128 da CF-88: 
CF-88 
Art. 128. O MINISTÉRIO PÚBLICO (GÊNERO) abrange: 
I - o Ministério Público da UNIÃO (MPU), que compreende: 
a) o Ministério Público FEDERAL (MPF); 
b) o Ministério Público do TRABALHO (MPT); 
c) o Ministério Público MILITAR (MPM); 
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios 
(MPDFT); 
II - os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MP ESTADUAIS)
O Ministério Público no Processo Civil. 
O MP atua como PARTE ou como FISCAL DA LEI (custos legis). 
MP como PARTE do Processo. 
O MP atua como parte de 2 formas diversas: 
• quando figura como representante do Estado (órgão de 
representação do Estado, na defesa do interesse público), 
será considerado a Parte Titular do direito. Exemplo: 
quando interpõe Ação rescisória, Ação de Nulidade de 
casamento, requerimento de Jurisdição Voluntária. 
• quando atua com legitimidade extraordinária (substituto 
processual) para ajuizar as respectivas ações de sua 
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competência previstas em lei (Ex: Ação Civil Pública, 
Mandado de Segurança, Ação Civil ex delicto, pedido de 
interdição, ação de investigação de paternidade, etc), 
defendendo em nome próprio interesse alheio. 
A despeito desta classificação doutrinária, as 2 hipóteses são de 
atuação do MP de como Parte. Neste caso de atuação como PARTE, o MP 
assume os mesmos ônus e poderes das partes originariamente titulares do 
direito. 
CPC 
Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos 
casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos 
poderes e ônus que às partes. 
Vale frisar que o MP, em regra, atua apenas como AUTOR dos 
Processos Civis, figurando como RÉU tão somente na hipótese de Ação 
Rescisória de processo civil por ele deflagrado como Autor. Como a Ação 
Rescisória terá como réu o autor da ação inicial, o MP, em tese, poderá dela 
ser réu. 
MP como Fiscal da Lei (Custus Legis). 
O MP atua como Fiscal da Lei defendendo a Ordem Jurídica, 
quando a matéria ou as pessoas envolvidas no processo evidenciarem a 
presença de interesse público. A sua intervenção é especial, não na 
qualidade de parte, mas de terceiro juridicamente interessado na preservação 
da ordem jurídica (correta aplicação da lei e preservação do interesse público). 
Entre outras hipóteses legais, cabe ao MP intervir como Fiscal da 
Lei nos seguintes processos: 
• causas em que há interesses de INCAPAZES – o MP deve 
intervir diante da hipossuficiência das partes incapazes
(absoluta ou relativamente incapazes, na forma do art. 3 e 4 
do Código Civil); 
• causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, 
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tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de 
ausência e disposições de última vontade – estes são 
interesses especialmente tutelados pelo Estado (questões 
envolvendo o Estado, capacidade das pessoas e direitos 
hereditários); 
• nas ações que envolvam: 
o litígios coletivos pela posse da terra rural; 
o demais causas em que há interesse público 
evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da 
parte. 
Neste caso, o MP intervirá sempre que houver interesse 
público envolvido (litígios coletivos de posse da terra rural e 
quaisquer outras matérias em que, pela natureza da lide ou 
qualidade da parte, seja ressaltado interesse não 
simplesmente privado, mas público). 
Em regra, a Lei é quem determina quando há interesse 
público envolvido, tanto pela natureza da lide quanto pela 
qualidade da parte. No entanto, quando não previsto, basta 
ficar caracterizado interesse público a ser velado. 
Exemplo: a intervenção obrigatória do MP nos Mandados de 
Segurança foi instituída em virtude da Matéria – natureza 
da lide (art. 12 da Lei nº 12.016/2009); também nos casos 
de usucapião, procedimentos de jurisdição voluntária, 
inventário, conflitos de competência, etc. 
Exemplo de intervenção pela qualidade da parte: menores 
incapazes, entre outros. 
Em todo caso que a Fazenda Pública (o Estado) for 
envolvido, caberá a intervenção do MP, sob o fundamento de 
intervenção pela qualidade da parte? 
Em regra, o MP não deve mais intervir nos processos em que 
figure como parte a Fazenda Pública, posto existirem as 
respectivas Procuradorias de Justiça aptas à defesa dos 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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interesses dos Estados. O MP não tem mais a função de 
defesa do Estado (Advogados Público). Somente poderá 
intervir quando, de fato, houver no processo interesse 
público relevante que justifique a sua intervenção. Exemplo: 
processo envolvendo a Fazenda Pública, de reintegração de 
posse de terreno envolvendo uma comunidade de sem tetos. 
Prerrogativas e ônus processuais do MP como Custus Legis. 
O MP na sua atividade como Fiscal da Lei (custus legis)
ostentará prerrogativas semelhantes às das partes, entre elas: 
a. terá vista dos autos depois das Partes, sendo 
intimado de todos os atos do processo – direito de 
vista dos autos do processo e de ser intimado; 
b. poderá juntar documentos e certidões, produzir prova 
em audiência e requerer medidas ou diligências 
necessárias ao descobrimento da verdade – poderes
instrutórios similares aos das partes. 
O Membro do MP, pessoalmente, será responsabilizado 
civilmente se proceder com dolo ou fraude no exercício de suas funções 
institucionais. O Estado responderá diretamente e, em regresso, será 
ressarcido o Membro do MP infrator. 
CPC 
Art. 85. O órgão do Ministério Público será civilmente responsável
quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou 
fraude. 
Consequências processuais pela não intervenção do MP. 
Nas hipóteses em que o MP deve intervir como fiscal da lei por 
força da presença de interesse público envolvido, a parte deve proceder a sua 
intimação para participar do processo. Isto é, a parte deve oportunizar ao MP 
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a possibilidade de manifestar-se nos autos. 
Se assim não o fizer, o processo será considerado NULO (é causa 
de nulidade processual a não intimação do MP, pela parte, para intervir no 
processo quando a lei ou o interesse público assim o determinar). 
Lógico que, na prática, a doutrina e a jurisprudência têm entendido 
que não é causa de nulidade do processo quando, apesar da não intervenção 
obrigatória do MP, as partes não tiverem sido prejudicadas por sua não 
assistência (princípio de que não há nulidade se não houver prejuízo). 
CPC 
Art. 84. Quando a lei considerar obrigatória a intervenção do 
Ministério Público, a parte promover-lhe-á a intimação sob 
pena de nulidade do processo. 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
QUESTÃO 40: TRE - AP - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
05/06/2011. 
Considere as seguintes assertivas a respeito dos deveres das partes e dos 
procuradores: 
I. O réu que, por não arguir na sua resposta fato impeditivo do direito do 
autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do 
saneamento do processo e perderá, exceto se vencedor na causa, o direito a 
haver do vencido honorários advocatícios. 
II. Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará todos, 
de forma solidária, ao pagamento de multa de 10 a 20% do valor da causa e a 
indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu. 
III. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e 
proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as 
despesas. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro 
responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. 
De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro está correto o que se 
afirma SOMENTE em 
a) II. 
b) III. 
c) I e II. 
d) II e III. 
e) I e III. 
COMENTÁRIOS: 
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Item I – errado. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o julgamento da lide, 
será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, 
AINDA que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários 
advocatícios – esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir 
fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma deliberada ou 
culposa, atrasando o término do processo. Esta foi chata! 
Item II – errado. Se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz condenará 
cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará de forma 
solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido para lesar a 
parte contrária. Portanto, não é necessariamente condenação solidária. 
CPC 
Art. 18 
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz 
condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na 
causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
parte contrária. 
Item III – correto. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor 
e/ou o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da demanda foi 
julgada procedente e parte dela improcedente. Nesta situação as despesas e 
os honorários serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
entre as partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma 
parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e 
honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva 
sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
CPC 
Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão 
recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre 
eles os honorários e as despesas. 
Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do 
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e 
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honorários. 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 41: TRT 23ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 15/05/2011. 
A capacidade processual 
a) é o poder atribuído ao juiz para solucionar o conflito de interesses entre o 
autor e o réu. 
b) é causa de nulidade insanável, não podendo o juiz assinar prazo para a sua 
regularização. 
c) é a aptidão profissional para atuar em juízo, como representante da parte. 
d) não é pressuposto de validade do processo. 
e) é inerente a toda pessoa maior e capaz, com plena capacidade de exercício 
dos atos da vida civil. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errada. Este é o conceito de competência/jurisdição. 
Item B – errada. Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade 
processual exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para 
sua sanação. 
Item C – errado. Este é o conceito de capacidade postulatória. 
Item D – errado. É pressuposto processual de validade do processo, gerando 
nulidade do processo sua ausência. 
Item E – correto. Observem que a questão pediu o texto da lei. O art. 7º do 
Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação pouco técnica, ao prevê que 
toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de 
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estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de direito (mais amplo que 
“toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem todas têm capacidade 
de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 42: TRT 14ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 03/04/2011. 
No que concerne às despesas e honorários, 
a) se um litigante decair de parte mínima do pedido, os honorários e as 
despesas serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
entre eles. 
b) nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados dividirão as 
despesas igualmente entre si e não na proporção dos respectivos quinhões. 
c) havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto as despesas, 
estas serão pagas pelo réu. 
d) se o processo terminar por desistência, as despesas e os honorários serão 
rateados entre as partes. 
e) nos processos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo 
requerente, mas rateadas entre os interessados. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma 
parte mínima do pedido, a outra responderá integralmentepelas despesas e 
honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva 
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sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
CPC 
Art. 21. 
Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do 
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e 
honorários. 
Item B – errado. Ao contrário, nos juízos divisórios, não havendo litígio, os 
interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. 
Item C – errado. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as 
despesas serão divididas igualmente. 
Item D – errado. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer 
o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários advocatícios. Se a 
desistência ou o reconhecimento for apenas parcial, a responsabilidade das 
despesas e dos honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou que 
se reconheceu. 
Item E – correto. Essa cai direto! Nos procedimentos de jurisdição 
voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas 
entre os interessados. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 43: TRT 14ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
03/04/2011. 
A condenação por litigância de má-fé 
a) implicará no pagamento de multa não excedente a 1% do valor da causa, 
devidamente atualizado. 
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b) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o juiz decidir de 
ofício. 
c) não implicará em indenização à parte contrária, estando os prejuízos que 
sofreu incluídos na multa fixada pelo juiz ou tribunal. 
d) não inclui pagamento de honorários advocatícios. 
e) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o tribunal decidir 
de ofício. 
COMENTÁRIOS: 
Sanções ao Litigante de Má-Fé: 
ƒ MULTA de até 1% do valor da causa
ƒ dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, 
que não pode ser superior a 20% do valor da causa; se o 
Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, 
mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a 
requerimento; 
ƒ honorários advocatícios e despesas que efetuou 
Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz 
condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará 
de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido 
para lesar a parte contrária. 
O requerimento de condenação pode ser de ofício ou a 
requerimento da outra parte. 
CPC 
Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, 
condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a 
um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária 
dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e 
todas as despesas que efetuou. 
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RESPOSTA CERTA: A
QUESTÃO 44: TRT 8ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] – 24/10/2010. 
NÃO se reputa litigante de má-fé a parte que 
a) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
b) alterar a verdade dos fatos. 
c) só se manifestar nos autos no último dia dos prazos processuais. 
d) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo. 
e) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei. 
COMENTÁRIOS: 
A Lei presume como Litigância de má-fé da parte que: 
o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe 
o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em 
juízo autorização judicial para o consumo. 
o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta 
ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas 
furtivas e fraudulentas; 
o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: 
autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da 
Nota Promissória; 
o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – 
Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando 
confundir o magistrado qual medida adotar; 
o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
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do processo; 
o provocar incidentes manifestamente infundados – 
Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente 
independe desta espécie de produção de provas; 
o interpor recurso com intuito manifestamente 
protelatório - apresentar sucessivos embargos declaratórios 
sem fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da 
decisão judicial já adotada. 
É uma faculdade plenamente regular o fato da parte se manifestar 
no último dia dos prazos processuais. Isso, por si só, não implica em 
resistência injustificada ao andamento do processo. Com isso, o item C é o 
correto. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 45: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa [FCC] – 
10/10/2010. 
Os menores de dezesseis anos, apesar de serem titulares do direito material 
violado, não podem ajuizar a ação competente sem estarem representados ou 
assistidos na forma da lei, por 
a) falta de capacidade para ser parte. 
b) serem entes despersonalizados. 
c) falta de capacidade postulatória. 
d) ausência de interesse de agir. 
e) falta de capacidade processual. 
COMENTÁRIOS: 
Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito 
processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais 
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mínimos a seguir listados: 
1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser parte 
no processo todo aquele que for um Sujeito de Direito. O 
conceito de Sujeito de Direito confunde-se, em regra, com a 
definição de personalidade civil (ser sujeito de direitos e 
obrigações na órbita do Direito). Assim, todo Sujeito de 
Direito em sentido amplo tem capacidade de ser parte em 
algum processo. Mas quem são, de fato, os Sujeitos de 
Direito? Resposta: toda pessoa natural (física/humana) ou 
jurídica, bem como os entes despersonalizados (espólio, 
herança jacente e vacante, massa falida, condomínio, 
sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, etc) 
e o nascituro (embrião pendente de nascimento). Todos 
esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no Processo 
Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e contrair 
obrigações na vida civil. 
2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade Processual 
ou Legitimidade ad processum) –é a capacidade de 
exercitar os direitos em juízo, isto é, a capacidade de fato de 
estar em juízo. Só pensar que, apesar de todos os sujeitos de 
direito ostentarem status suficiente para adquirem direitos, 
nem todos podem pleitear por conta própria seus direitos na 
esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não pode 
interpor uma Ação Judicial sem a representação de seus 
genitores ou responsáveis (representantes legais). A criança 
possui capacidade ser parte (é sujeito de direito e possui 
direitos), mas não tem capacidade de estar em juízo por 
conta própria. 
Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade 
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Postulatória. 
O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação 
pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus 
direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de 
direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem 
todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são 
classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do 
Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define 
quem são cada um: 
Absolutamente incapazes: 
1. os menores de 16 ANOS; 
2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Relativamente incapazes: 
1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
4. os pródigos. 
Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em 
juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência 
dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são 
Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. 
Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já 
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o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. 
O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no 
processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado 
ou assistido. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 46: TRE - RS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 
18/07/2010. 
João, advogado e irmão de Leila, para evitar decadência de determinado 
direito de sua irmã, intenta a competente ação em nome dela sem o respectivo 
instrumento de mandato. Neste caso, de acordo com o Código de Processo 
Civil, João 
a) não poderia ter intentado a demanda sem a competente procuração, 
devendo a ação ser extinta sem resolução de mérito. 
b) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 dias, prorrogável até outros 15, por despacho do juiz. 
c) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 10 dias, prorrogável até outros 10, por despacho do juiz. 
d) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo improrrogável de 15 dias. 
e) se obrigará, mediante caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo 
improrrogável de 10 dias. 
COMENTÁRIOS: 
O instrumento de procuração jamais será dispensado, mas a Lei 
autoriza a prática de medidas de urgência (para evitar prescrição, decadência 
e em outras hipóteses excepcionais). Nesses casos urgentes o Advogado deve 
apresentar a procuração no prazo de 15 DIAS, prorrogável por + 15 DIAS. 
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Para tanto o Advogado não precisa prestar caução como garantia da 
apresentação da Procuração. 
Como a intenção de João era resguadar um direito de sua irmã 
Leila (medida de natureza urgente), poderá apresentar a procuração no prazo 
legal, conforme explicado acima. Por isso o item B está correto. 
CPC 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será 
admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, 
intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como 
intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. 
Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente 
de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 
15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por 
despacho do juiz. 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 47: TJ - PI - Assessor Jurídico de Gabinete de Juiz de 
Entrância Final [FCC] – 01/06/2010. 
A procuração geral para o foro não habilita o advogado para 
a) receber citação inicial e transigir. 
b) assinar a petição inicial ou a contestação. 
c) interpor os recursos especial e extraordinário. 
d) ajuizar reconvenção e propor a ação declaratória incidental. 
e) receber intimação da data designada para a audiência e da sentença. 
COMENTÁRIOS: 
Para que o Advogado possa praticar atos no processo, basta que a 
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procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o 
Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de 
autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e 
firmar compromisso. 
Portanto, receber citação e transigir demanda poderes especiais 
que não estão abarcados pela Cláusula Ad Judicia. 
RESPOSTA CERTA: A
QUESTÃO 48: TRF 1ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 27/03/2011. 
João ajuizou ação de cobrança em face de Tício, ação esta em que foi atribuído 
à causa o valor de R$ 100.000,00. Na referida ação, João foi considerado 
litigante de má-fé e condenado a pagar multa, honorários advocatícios, todas 
as despesas que Tício efetuou, bem como indenizá-lo pelos prejuízos. Neste 
caso, de acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, a referida multa não 
poderá exceder o valor de 
a) R$ 1.000,00. 
b) R$ 2.000,00. 
c) R$ 10.000,00. 
d) R$ 20.000,00. 
e) R$ 40.000,00. 
COMENTÁRIOS: 
Vimos que dentre as sanções ao Litigante

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