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* Avaliação Respiratória Prof. Gustavo Martins Ladeira * Avaliação Respiratória Uma avaliação nunca deve ser tão rápida que não permita a exploração suficiente para embasar um programa de tratamento. Uma avaliação nunca deve ser tão demorada que cause desconforto ao paciente. Uma avaliação nem sempre termina no primeiro contato com o paciente. * Anamnese Deve girar em torno da queixa principal. * Anamnese Susruta - Médico Hindu - 1500 a .C. “Pelo sentido da audição podemos dizer se o conteúdo de um abscesso é espumoso e aerado; pelo tato podemos dizer se a pele está quente ou fria, se é lisa ou áspera, fina ou espessa; pela visão podemos avaliar se o paciente está emaciado ou se é corpulento; pelo sentido do gosto podemos dizer se a urina do paciente é doce; pelo olfato podemos reconhecer os odores peculiares às doenças.” * Anamnese Cornelius Celsus (53 a .C. - 7 d.C.) “O médico experiente não toca de imediato o paciente; senta-se ao lado deste, mira-o com atenção e, se o doente está com medo, acalma-o com palavras gentis antes de proceder ao exame físico.” * Anamnese Tempo de existência do problema que envolve a queixa principal. Freqüência com que ocorre. Forma de manifestação. Em que hora do dia ou da noite piora ou melhora. * Anamnese Fatores hereditários. Tipo de atividade atual e anterior. Condições de moradia e tipo de habitação. Hábitos e vícios, atuais e anteriores. * Anamnese Tipos de cuidados até então tomados em relação à doença. Outras informações que o paciente queira prestar. * Sinais e Sintomas das Doenças Respiratórias * Padrões Respiratórios Apnéia - Ausência de ventilação. Boca de peixe - Apnéia com abertura e fechamento concomitante da boca; ritmo regular. Eupnéia - Freqüência normal,profundidade normal, ritmo regular. * Padrões Respiratórios Bradipnéia - Freqüência baixa profundidade superficial ou normal, ritmo regular; associada com overdose de drogas. Taquipnéia - Freqüência alta, profundidade superficial, ritmo regular; associada com doença pulmonar restritiva. Hiperpnéia - Freqüência normal, profundidade aumentada, ritmo regular. * Padrões Respiratórios Cheyne-Stockes( periódico) - Profundidade aumentada e depois diminuída intercalada com períodos de apnéia; ritmo de certa forma regular; associada com pacientes criticamente doentes. Biot - Freqüência baixa, profundidade superficial, períodos de apnéia, ritmo irregular; associada com distúrbio do sistema nervoso central como meningite. Apnêustico - Freqüência baixa, inspiração profunda seguida de apnéia, ritmo irregular; associada com distúrbios do tronco cerebral. * Padrões Respiratórios Expiração prolongada - Inspiração rápida, expiração lenta e prolongada, mas com freqüência e profundidades normais, ritmo regular; associada com doença pulmonar obstrutiva. Ortopnéia - Dificuldade de respirar em posturas que não a ereta. Hiperventilação - Freqüência alta, profundidade aumentada, ritmo resultar; resulta em diminuição da tensão arterial do dióxido de carbono; chamada respiração de KUSSMAUL na acidose metabólica; também associada com distúrbios do SNC com encefalite. * Padrões Respiratórios Dispnéia psicogênica - Freqüência normal intervalos regulares, associada com ansiedade. Dispnéia - Freqüência alta, profundidade superficial, ritmo regular; associada com atividade da musculatura acessória. Batente - Freqüência e ritmo normais; caracterizada por cessação abrupta da inspiração ao encontro de restrição; associada com pleurisia. * Tosse Ação reflexa de defesa do organismo. Fluxo expiratório brusco e violento com forte contração abdominal. Importante sinal clínico de certas disfunções ou doenças respiratórias. * Tosse Constitui-se de 3 fases: (1) fase inspiratória, (2) fase compressiva, (3) fase expiratória (Irwin, 1977). Receptores irritantes na mucosa da laringe, faringe, brônquio, pleura e canal auditivo externo. Pode ser classificada quanto ao timbre e eficácia. * Tosse Quanto ao timbre: - bitonal; - metálica ou seca; - rouca ou afônica. Quanto à eficácia: - produtiva ou úmida; - improdutiva ou seca. * Expectoração Ato de expelir a secreção proveniente da árvore brônquica. Secreção também é conhecida por catarro, escarro e esputo. A secreção pulmonar é expelida pela boca ou é deglutida. * Expectoração É de fundamental importância no diagnóstico e acompanhamento da doença. Deve-se analisar: - quantidade; - viscosidade; - cor; - odor; - densidade; - aspecto. * Expectoração - Quantidade Produção diária normal em torno de 100cm3 ou 100ml por dia. Aumento da quantidade pode ser indicativo de anormalidade nas glândulas mucosas, inflamação ou infecção. Pode chegar a 1 litro/dia. * Expectoração - Viscosidade Associada à quantidade de muco e albumina da secreção. O estado de desidratação e o desequilíbrio eletrolítico alteram a viscosidade. Pode ser viscosa ou fluídica. * Expectoração - Cor Esbranquiçada – muco denso. Amarelada – muco + fragmentos de células. Esverdeada – muco denso + exsudato + transudato. Marrom (escura) - muco denso + exsudato + transudato + parênquima pulmonar. Rósea – muco + hemácias destruídas. * Expectoração - Odor Pode ser: Inodora – maioria dos tipos. Fétida – necrose ou putrefação, determinadas infecções. * Expectoração - Densidade Pode ser: Flutuante n’água – muco, transudato. Não flutuante n’água – pus, tecidos, células do sangue. * Expectoração - Aspecto Pode ser: mucosa, purulenta, serosa, mucopurulenta, fibrinosa, hemorrágica ou sanguinolenta. * Dor É subjetiva e deve ser identificada em uma anamnese atenta. Pode ser: pleural, mediastínica, de parede torácica, retroesternal e psicossomática. * Dor - Pleural Súbita, forte e geralmente referida como pontada. Origina-se na pleura parietal. Piora com a tosse, fletindo-se a cabeça ou o tórax lateralmente ou ao abduzir-se o braço. * Dor - Mediastínica Referida como “aperto” ou “sufoco”. Relacionada a problemas cardíacos ou bolhas gasosas no intestino grosso. * Dor – Parede Torácica Difusa e genericamente interpretada; referida como “dor no peito”. Pode ser de origem muscular (mais freqüente) ou nervosa. É comum em pneumonias e estado gripal. * Dor - Retroesternal Referida como “dor que queima ou arde”. Relacionada com traqueítes e inflamações das VA. Ferimento da traquéia por tosse em excesso. * Dor - Psicossomática Relacionadas com componente emocional. * Hemoptise Eliminação de sangue infra glótico. Pode ser causada por infecção, neoplasias, traumatismos torácicos, bronquiectasias, TB, etc. * Cianose Caracterizada pela coloração azulada da pele, observada na mucosa bucal ou extremidade digital. Indica redução da oxigenação no sangue arterial. * Cianose Pode ser central ou periférica: Central = troca gasosa insuficiente; saturação menor que 80%. Periférica = aumento da extração de O2 na periferia; baixo débito cardíaco; ocorre nas partes mais frias. * Cianose * Sinais Vitais São os dados mais importantes em uma avaliação. A alteração desses sinais implicam relação com uma disfunção cardiorrespiratória. * Sinais Vitais Deve-se avaliar: Freqüência cardíaca (FC); Freqüência respiratória (FR); Pressão arterial (PA); Temperatura. * Sinais Vitais * Sinais Vitais * Sinais Vitais * Exame Físico Deve-se levar em consideração o paciente como um todo. Deve-se avaliar: tipo de respiração, tipo de tórax, curvaturas anormais da coluna vertebral,mobilidade toracoabdominal, avaliação dos mm respiratórios e ausculta pulmonar. * Exame Físico – Tipos de Respiração Respiração normal: Costal; Diafragmática; Mista. * Exame Físico – Tipos de Respiração Respiração patológica: Respiração Paradoxal; Respiração Apical ou Torácica Alta. * Exame Físico – Tipos de Tórax Pode ser classificado quanto ao biótipo do indivíduo em: Normolíneo; Longilíneo; Brevelíneo. * Exame Físico – Tipos de Tórax normolíneo * Exame Físico – Tipos de Tórax longilíneo * Exame Físico – Tipos de Tórax brevelíneo * Exame Físico – Tipos de Tórax Pode ser patológico: Tonel ou Barril; Excavatum ou em “funil”; Carinatum ou “ peito de pombo”. * Exame Físico – Tipos de Tórax excavatum * Exame Físico – Tipos de Tórax excavatum * Exame Físico – Tipos de Tórax excavatum * Exame Físico – Tipos de Tórax excavatum * Exame Físico – Tipos de Tórax carinatum * Exame Físico – Tipos de Tórax * Exame Físico – Deformidades da Coluna Vertebral Interferem, quando na região torácica, na expansibilidade do tórax e conseqüentemente na mecânica respiratória. * Exame Físico – Deformidades da Coluna Vertebral gibosidade * Exame Físico – Deformidades da Coluna Vertebral hipercifose * Exame Físico – Deformidades da Coluna Vertebral escoliose * Exame Físico – Deformidades do Tórax Fratura de esterno * Exame Físico – Mobilidade Toracoabdominal É medida pela toracometria ou cirtometria dinâmica. Realizada nas regiões: axilar, xifoidiana ou abdominal. * Exame Físico – Mobilidade Toracoabdominal toracometria ou cirtometria * Exame Físico – Avaliação Muscular Respiratória Avaliação do Diafragma * Exame Físico – Avaliação Muscular Respiratória Avaliação do Diafragma * Exame Físico – Avaliação Muscular Respiratória Bom - Quando o abdome do paciente expulsa a mão do examinador. Regular - Quando ocorre uma tentativa de expulsão da mão do examinador e o paciente passa a expandir o tórax em vez do abdome. Ruim - Quando se percebe a contração, mas não há expulsão da mão do examinador. Zero - Quando não há expulsão da mão do examinador nem se sente contração alguma. * Exame Físico – Avaliação Muscular Respiratória Avaliação dos Intercostais * Exame Físico – Avaliação Muscular Respiratória Bom - Quando há perceptível aumento dos espaços intercostais, abaulamento muscular com expulsão da mão ou dedos do examinador e horizontalização das costelas na inspiração e verticalização na expiração. Regular - Quando há discreto aumento dos espaços intercostais e abaulamento muscular e as costelas permanecem verticalizadas. Ruim - Quando as costelas permanecem verticalizadas, os espaços intercostais permanecem imóveis e quase não se percebe abaulamento muscular. Zero - Idem ao ruim, porém totalmente sem percepção de contração muscular. * Exame Físico – Percussão Digital Consiste em bater com os dedos a superfície do tórax do paciente, de modo que se possa identificar o timbre do som produzido (timpanismo). * Exame Físico – Percussão Digital * Exame Físico – Percussão Digital * Exame Físico – Percussão Digital * Exame Físico – Percussão Digital Pode estar: normal; aumentada; diminuída. * Exame Físico – Frêmito Torácico * Exame Físico – Frêmito Torácico Avaliado através da transmissão do som produzido na laringe e transmitido para periferia dos pulmões. * Exame Físico – Frêmito Torácico Deve-se pronunciar as palavras “trinta e três” ou “um, dois, três”. Pode estar: normal; aumentado; diminuído. * Ausculta Pulmonar É um recurso utilizado para detectar os sons normais e patológicos produzidos nos pulmões e nas vias aéreas. * Ausculta Pulmonar Deve ser realizada preferencialmente com o tórax desnudo. Deve ser realizada com a boca entreaberta. Deve ser realizada no maior número de pontos possível. * Ausculta Pulmonar Deve-se evitar a ausculta sobre estruturas ósseas e regiões com muita adiposidade. Deve ser realizada em locais silenciosos. Deve ser realizada em um tempo adequado. * Ausculta Pulmonar Pode ser realizada diretamente ou indiretamente. Antigamente utilizava-se o fonendoscópio e hoje o estetoscópio. * Estetoscópio 1761 – Awenbeugger: invensão do estetoscópio. 1819 – Laennec: explorou a ausculta pelo estetoscópio. * Estetoscópio * Estetoscópio Essencial para fisioterapia respiratória * Estetoscópio Deve-se colocá-lo corretamente nos ouvidos; Acoplá-lo corretamente no tórax; Deixar o tubo condutor livre. * Sons Pulmonares Podem ser normais ou patológicos. * Sons Pulmonares - Normais São aqueles que aparecem em todas as respirações e em condições de normalidade do sistema respiratório. São eles: laringotraqueal e murmúrio vesicular. * Sons Pulmonares - Normais Laringotraqueal – é o som gerado pela passagem do ar por estreitamento das VAS, epiglote e cordas vocais, atingindo em seguida condutos aéreos mais largos, que são a própria cavidade interna da laringe e traquéia. * Sons Pulmonares - Normais Murmúrio vesicular – é o som produzido pela passagem do ar dos bronquíolos respiratórios para os alvéolos e vice-versa. Mais audível e prolongado na inspiração. * Sons Pulmonares - Patológicos Pode ser gerado na árvore brônquica ou entre os folhetos pleurais. São divididos em agregados e não agregados (sopros). * Sons Pulmonares - Patológicos Agregados: São aqueles que não modificam o MV. São: estertores, estertores secos, estertores úmidos e frotes. * Sons Pulmonares - Patológicos Estertores – ocorrem nos brônquios pela passagem do ar por um líquido ou por um estreitamento da luz bronquial. Podem ser secos e úmidos. * Sons Pulmonares - Patológicos Estertores Secos – sons raspantes e contínuos. Roncos ou Sibilos. Roncos – som grave, secreção aderida. Sibilos – som agudo, secreção ou broncoespasmo. * Sons Pulmonares - Patológicos Estertores Úmidos – indicam a presença de secreção úmida e fluida na luz da árvore brônquica. Aparecem na fase inspiratória e expiratória e são descontínuos. Crepitantes, Borbulhantes ou Bolhosos e Subcrepitantes. * Sons Pulmonares - Patológicos Crepitantes – ruídos finos e baixos, ocorre por líquido intersticial nos alvéolos. Bolhosos – podem ser de finas,médias e grossas bolhas. Subcrepitante – mais audível que o crepitante e menos ressonante que os estertores bolhosos. * Sons Pulmonares - Patológicos Frote Pleural – surge devido à presença de cicatriz ou enrugamento dos folhetos pleurais. É mais audível na região infra-axilar. Não se modifica com a tosse ou inspirações forçadas. * Sons Pulmonares - Patológicos Não Agregados “encobrem”, modificam o MV. São eles: sopro broncovesicular, tubário, de compressão e anfórico. * Sons Pulmonares - Patológicos Sopro Broncovesicular – MV “raspante” um pouco aumentado,ocorrem em infiltrações parciais. Sopro Tubário – som mais alto que o MV e o sopro broncovesicular e mais baixo que o LT, ocorrem em infiltrações completas. * Sons Pulmonares - Patológicos Sopro de Compressão – som de “respiração ofegante”, semelhante à dos bebês; ocorre devido a uma compressão (DP, atelectasia, etc). Sopro Anfórico – som alto, metálico e “raspante”, de tonalidade grave; ocorre em “câmaras” aéreas patológicas. * * Bom descanso!
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