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Apostila Poluição Atmosférica

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Fabiano Baroncelli 
Engenheiro Químico, M. Sc. 
Revisão 1: 07/2009
Poluição Atmosférica – Aspectos Gerais
 
 
Curso de Pós‐Graduação em Engenharia Ambiental
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.  INTRODUÇÃO  5 
2.  CONCEITOS GERAIS  7 
2.1  ATMOSFERA  7 
2.2  DEFINIÇÃO DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA  8 
2.3  TRANSPORTE DE POLUENTES NA ATMOSFERA  9 
2.4  FORMAS DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA  10 
2.5  QUANTIFICAÇÃO DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS  10 
2.6  CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES ATMOSFÉRICOS  13 
2.7  PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS  13 
2.8  EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA  18 
2.9  LEGISLAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA  24 
2.10  LISTA DE EXERCÍCIOS  42 
3.  CONTROLE DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS INDUSTRIAIS  43 
3.1  ESTRATÉGIA PRELIMINAR  43 
3.2  ESTRATÉGIA DEFINITIVA  44 
3.3  LISTA DE EXERCÍCIOS  53 
4.  AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA  55 
4.1  EMISSÕES ATMOSFÉRICAS  55 
4.2  QUALIDADE DO AR  59 
5.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  66 
 
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
3 
 
Lista de Figuras 
Figura 1 – Esquema figurativo da atmosfera (Fonte: Elaboração própria) .............................................................. 8 
Figura 2 – Esquema figurativo do transporte de poluentes na atmosfera (Fonte: Caldeira, 1995) ........................ 9 
Figura 3 – Microscopia eletrônica de uma partícula característica da queima de óleo diesel (Fonte: Baroncelli, 
1999) ............................................................................................................................................................... 14 
Figura 4 – Fontes de emissão atmosférica de NOx (Fonte: USEPA, 1999) .............................................................. 16 
Figura 5 – Fontes de emissão atmosférica de VOC (Fonte: USEPA, 1999) ............................................................. 17 
Figura 6 – Sistema respiratório humano (Fonte: Baroncelli, 1999) ....................................................................... 18 
Figura 7 – Desgaste do aço exposto à atmosferas com diferentes níveis de poluição atmosférica ...................... 19 
Figura 8 – Formação do Smog Fotoquímico (Fonte: USEPA, 1999 ) ....................................................................... 20 
Figura 9 – Smog fotoquímico em dias de verão (Fonte: USEPA, 1999 ) ................................................................. 21 
Figura 10 – Esquema ilustrativo das deposições ácidas (Fonte: Macêdo, 2002) ................................................... 21 
Figura 11 – Esquema figurativo do balanço de energia da Terra (Fonte: Baird, 2002) .......................................... 22 
Figura 12 – Evolução do buraco na amada de ozônio na Antártida (Fonte: USEPA, 1999) ................................... 23 
Figura 13 ‐ Padrões de emissão atmosférica para a indústria de fertilizantes (Fonte: CONAMA nº 382, 2006) ... 33 
Figura 14  Padrões de emissão atmosférica para a indústria Siderúrgica (Fonte: CONAMA nº 382, 2006) .......... 34 
Figura 15 ‐ Torre de absorção para remoção de gases (Fonte: Buonicore, 1992) ................................................. 45 
Figura 16 ‐ Sistema de adsorção para retenção de poluentes gasosos (Fonte: Buonicore, 1992) ........................ 46 
Figura 17 ‐ Esquema de um incinerador para destruição de poluentes (Fonte: Buonicore, 1992) ....................... 47 
Figura 18 – Esquema ilustrativo de um filtro manga (Fonte: Macintyre, 1992) .................................................... 49 
Figura 19 ‐ Esquema simplificado de um ciclone para remoção de MP (Fonte: Buonicore, 1992) ....................... 50 
Figura 20 ‐ Precipitador eletrostático para remoção de material particulado (Fonte: Buonicore, 1992) ............. 52 
Figura 21 ‐ Coletor isocinético de poluentes atmosféricos CIPA (Fonte: ABNT NBR 12019:1990, Brasil ) ............ 57 
Figura 22 – Local de amostragem de chaminé ‐ fotografia .................................................................................... 58 
Figura 23 – Local de amostragem de chaminé ‐ ilustração .................................................................................... 58 
Figura 24 – Jarro de sedimentação ‐ ilustração ...................................................................................................... 61 
Figura 25 ‐ Amostrador de grande volume (HI‐VOL) ‐ fotografia ........................................................................... 62 
Figura 26 ‐ Amostrador de grande volume (HI‐VOL) acoplado com a cabeça de separação inercial‐ fotografia .. 63 
Figura 27 ‐ Amostrador Dicotômico – fotografia ................................................................................................... 64 
Figura 28 ‐ Amostrador de gases – fotografia ........................................................................................................ 65 
 
 
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
4 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 1 – Acidentes históricos de poluição atmosférica ........................................................................................ 5 
Tabela 2 – Composição química do ar seco puro ..................................................................................................... 7 
Tabela 3 – Padrões de emissão atmosférica internacionais .................................................................................. 25 
Tabela 4 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 8/90 ............................................................................ 26 
Tabela 5 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 264/99 ....................................................................... 27 
Tabela 6 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 316/02 ....................................................................... 27 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 ....................................................................... 28 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) ................................................ 29 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) ................................................ 30 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) ................................................ 31 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) ................................................ 32 
Tabela 8 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 01/92 ..................................................................... 35 
Tabela 8 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 01/92 (Continuação) ............................................. 36 
Tabela 9 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 26/98 ..................................................................... 37 
Tabela 10 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 49/01 ................................................................... 38 
Tabela 11 – Padrões de qualidade do ar internacionais ........................................................................................ 38 
Tabela 11 – Padrões de qualidade do ar internacionais (continuação) ................................................................. 39 
Tabela 12 – Padrões de qualidade do ar Federal ................................................................................................... 40 
Tabela 13 – Limites de concentração para declaração de episódios críticos ......................................................... 40 
Tabela 14 – Índice de qualidade do ar. .................................................................................................................. 41 
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
5 
 
1.INTRODUÇÃO 
A  importância do ar em nossas vidas é um  fato  inquestionável, porém pouco observado e valorizado. 
Vejamos:  sem  água  o  ser  humano  consegue  ficar  até  7  dias,  sem  comida  alguns outros dias  e  então  vai  a 
pergunta: Quanto  tempo  conseguimos  ficar  sem  respirar?  Alguns minutos  sem  o  oxigênio  presente  no  ar 
ambiente e nossas funções vitais sucumbiriam. 
Após  inspirarmos um volume de ar, expiramos um novo gás, com menos oxigênio acrescido de Dióxido 
de carbono  (CO2) além de aumentadas a sua  temperatura e umidade. Se  inspirarmos um ar puro,  isento de 
qualquer tipo de poluente, este ato já altera significativamente a composição do ar que respiramos e algumas 
de suas características físicas. 
Essa não é a única participação do homem na modificação do ar na atmosfera. A  sua existência,  seu 
processo  evolutivo,  tem  trazido  conseqüências  que  o meio  ambiente não  consegue  assimilar,  e  este  efeito 
cumulativo é o que conhecemos como poluição. 
Poluição  atmosférica  na  verdade  é  uma  conseqüência  de  fenômenos  naturais  (erupções  vulcânicas, 
descargas elétricas, queimadas espontâneas, tempestades de areia e dispersão de gotículas marinhas), e das 
atividades  antrópicas  (causadas pelo homem, por  exemplo,  industrialização,  transporte  veicular, queimadas 
etc.). 
Até chegar nesta sala de aula, muitos dependeram de veículos e conseqüentemente, da combustão de 
alguns  litros de  combustível. Obtiveram  seu  intento e  também  contribuíram  com a adição no ambiente, de 
alguns  quilos  de Monóxido  de  carbono  (CO),  Dióxido  de  carbono  (CO2),  Óxidos  de  nitrogênio  (NOx)  e  de 
enxofre, material particulado e algumas frações de substâncias potencialmente cancerígenas. 
A falta de passarelas e assaltos são terríveis também. Se não podemos eliminar as fontes geradoras de 
poluição, devemos conhecê‐las melhor. Ações mitigadoras, alternativas viáveis, virão através de pessoas que 
buscam  ampliar  seus  conhecimentos,  adoram  desafios  e  enfrentam  as  adversidades.  Ao  longo  da  história 
aconteceram acidentes envolvendo a poluição atmosférica em vários países do mundo os mais significativos 
podem estão apresentados na Tabela 1  
Tabela 1 – Acidentes históricos de poluição atmosférica 
Ano ‐ Acidente – Descrição  Conseqüências 
1930  –  Vale  do  rio  Meuse  (Bélgica)  –  Nevoeiro  intenso 
somado  com  inversão  térmica  impediu  dispersão 
atmosférica, região muito industrializada.  
Dificuldades de  respiração e olhos  irritados no 3° dia e 60 
óbitos  no  4°  e  5°  dia.  Autópsias  revelaram  afeções 
brônquicas  e  lesões  no  tecido,  explicadas  somente  pela 
presença de SOx e vapores de H2SO4. 
1948 – Donora, Pensilvânia  (EUA) – Forte  inversão  térmica 
durante 5 dias em região metalúrgica 
20  óbitos  e  6.000  dos  14.000  habitantes  tiveram  irritação 
nos olhos, náuseas, dificuldades respiratórias 
1976 – Seveso (Itália) – Explosão de um reator ocasionou a 
liberação  de  uma  nuvem  de  partículas  sedimentáveis  e 
grande  quantidade  de  dioxinas  numa  área  de  1.430 
hectares 
187  casos  de  problemas  de  pele  devido  ao  contato  com 
substâncias  cloradas;  32  abortos  oficiais;  15  casos  de 
deformação  fetal;  6  casos  de  nascimento  prematuro; 
diarréia. 
1984 – Bhopal (Índia) – Falha no sistema de purificação dos 
gases liberou 30 t de metil isocianato 
2.500  óbitos  estimados;  vômitos;  conjuntivite;  problemas 
cardíacos 
   
Fonte: Rao, 1991  
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
6 
 
No Brasil foram registrados em 1952 em Bauru – São Paulo, 150 casos de doenças respiratórias agudas 
provocadas  por  alergia  ao  pó  de  semente  de  mamona  usada  numa  fábrica  de  óleo,  na  ocasião  foram 
constatadas 9 mortes associadas ao fato. (Botelho, 1988) 
No  nosso  país, muitas  regiões  urbano‐industriais  encontram‐se  com  suas  atmosferas  comprometidas 
pela poluição. A cidade de Cubatão – São Paulo, em particular  transformou‐se, senão no maior, certamente 
num dentre os mais graves problemas de poluição do ar do Brasil. Este caso de Cubatão teve suas causas: 
• Na  grande  concentração  de  indústrias  proporcionando  uma  significativa  emissão  de  poluentes 
atmosféricos; e 
• Na situação geográfica desfavorece a dispersão de poluentes atmosféricos 
Como conseqüências, graves problemas respiratórios da população e danos à reserva florestal da Serra 
do Mar. 
 
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
7 
 
2.  CONCEITOS GERAIS 
2.1 Atmosfera 
O  meio  ambiente  é  um  conjunto  de  elementos  “abióticos”  (energia  solar,  solo  água,  ar)  e 
“bióticos”(organismos vivos) que integram a chamada “biosfera”, sustentáculo e lar dos seres vivos.  
A atmosfera é a camada de gases que envolvem um planeta ou satélite. A atmosfera terrestre pode ser 
dividida em camadas baseando‐se na variação de altitudes sendo: 
• Troposfera ‐ camada de cerca de 12 km de altitude, cuja temperatura média varia de 20 ºC a –60 ºC nas 
camadas inferiores e superiores respectivamente, é nesta camada que os principais fenômenos associados 
à poluição atmosférica ocorrem: movimentação de correntes de ar, transporte dos poluentes e outros. 
• Estratosfera – camada de 12 km a 50 km de altitude, temperaturas de ‐60 ºC a –5 ºC;  
• Mesosfera ‐ camada de 50 a 80 km,  temperaturas de –5ºC a 1000ºC. 
2.1.1 Formação da atmosfera 
No  primeiro  estágio  de  resfriamento  da  superfície  da  Terra,  originou‐se  uma  crosta  sólida  cheia  de 
rachaduras, por onde eram expelidos materiais  incandescentes. A  intensa atividade vulcânica  resultante  fez 
aumentar a quantidade de gases (como hidrogênio, amônia, metano) e vapor d'água nessa atmosfera recém‐
formada.  
Com o surgimento de organismos vivos e, sobretudo, com a  realização da  fotossíntese  (processo pelo 
qual certas células vegetais produzem oxigênio), houve uma transformação da atmosfera, que aos poucos foi 
se enriquecendo de oxigênio, até atingir o teor atual. Há alguns milhões de anos, ela entrou em equilíbrio, que 
se mantém, embora exista a possibilidade de ocorrerem fenômenos capazes de alterá‐lo. 
2.1.2 Atmosfera atual 
Como  pode  ser  visto  na  Tabela  2,  a  atmosfera  é  composta  basicamente  dos  gases Nitrogênio(N2)  e 
Oxigênio(02) O N2, maior  constituinte, contribui com cerca de 78,09 %v/v enquanto que o O2 contribui com 
aproximadamente  20,95 %v/v. No  restante,  cerca  de  1 %v/v,  encontramos Argônio  (Ar),  CO2, Neônio  (Ne), 
Xenônio (Xe), Hélio (He), Metano (CH4), Kriptônio (Kr), Dióxido de nitrogênio (NO2) e Dióxido de enxofre (SO2), 
Hidrogênio (H2), dentre outros. 
Tabela 2 – Composição química do ar seco puro 
Gás  Composição (%volume/volume) 
Nitrogênio (N2)  78,09% 
Oxigênio (O2)  20,95% 
Argônio (Ar)  0,93% 
Dióxido de carbono (CO2)  0,033% 
Neônio (Ne)  18 ppm 
Hélio (He)  5 ppm 
Kriptônio (Kr)  1 ppm 
Xenônio (Xe)  0,09 ppm 
Metano (CH4)  1,5 ppm 
Monóxido de carbono (CO)  0,1 ppm 
Hidrogênio (H2)  0,5 ppm 
Fonte: Rao, 1991  
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
8 
 
A  Figura 1  apresenta um  esquema  ilustrativo  identificando que na  atmosfera  coexistem duas  fases  a 
contínua  e  a  dispersa.  Na  fase  contínua  estão  presentes  além  dos  componentes  naturais  do  ar,  alguns 
poluentes  na  forma  gasosa  como  contaminantes.  Na  fase  dispersa  pode‐se  identificar  as  partículas  e/ou 
gotículas. Alguns poluentes podem estar presentes nas duas fases devido às suas propriedades físico‐químicas. 
 
Figura 1 – Esquema figurativo da atmosfera (Fonte: Elaboração própria) 
2.2 Definição de poluição atmosférica 
Existem  diversas  definições  à  respeito  da  poluição  atmosférica,  cada  uma  elas  abordando  aspectos 
diferenciados. Segundo a Associação Brasileirade Normas Técnicas, ABNT, Poluição atmosférica é a presença 
de um ou mais poluentes atmosféricos. 
Já  o  Conselho Nacional  de Meio Ambiente,  o  CONAMA,  define  que  poluição  atmosférica  é  qualquer 
alteração das qualidades físicas, químicas ou biológicas que possam: 
• Prejudicar a saúde ou bem‐estar da população; 
• Criar condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
• Ocasionar danos relevantes à flora, à fauna e a qualquer recurso natural; e 
• Ocasionar danos relevantes aos acervos histórico, cultural e paisagístico” 
De acordo com o conselho da europa ‐ 1967, poluição atmosférica pode ser definida como: “Há poluição 
do  ar quando  a presença de uma  substância  estranha ou uma  variação  importante de  seus  constituintes  é 
suscetível  de  provocar  um  efeito  perturbador  ou  de  criar  incômodo  ‐  considerando  os  conhecimentos 
científicos do momento” 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
9 
 
2.3 Transporte de poluentes na atmosfera 
Para poder  abordar o problema da poluição  atmosférica de maneira  simplificada, deve‐se destacar  a 
fonte emissora e o corpo receptor que são respectivamente a emissão e a  imissão. Explicando melhor temos 
que a emissão é o  lançamento do poluente para a atmosfera que pode ser exemplificado por uma chaminé 
emitindo fumaça ou pelo escapamento de veículos automotores. Já a imissão é a recepção deste poluente por 
um corpo receptor que pode ser o homem, um monumento histórico ou uma floresta.  
Na Figura 2 pode‐se observar o que pode acontecer com um poluente ao ser  lançado na atmosfera. O 
poluente  ao  ser  lançado  na  atmosfera  pode  ser  transportado  para  outros  locais,  dependendo  das  suas 
propriedades  físico‐químicas e da sua reatividade na atmosfera. Entre a fonte emissora e o corpo receptor o 
poluente pode ser removido da atmosfera ou ser transformado fisicamente ou quimicamente. 
 
Figura 2 – Esquema figurativo do transporte de poluentes na atmosfera (Fonte: Caldeira, 1995) 
Numa avaliação mais detalhada a contaminação do ar deve ser analisada sob o aspecto quantitativo e 
também  qualitativo.  Os  poluentes  contidos  no  ar  ambiente  deverão  ser  analisados  de  forma  específica 
baseando‐se  na  sua  toxidade,  seus  efeitos  sinérgicos  e  na  área  de  sua  interferência.  A  emissão  de  um 
determinado poluente terá efeitos diferenciados se lançados, num vale ou depressão, numa planície ou numa 
área  urbana.  Ampliando  nossos  conhecimentos,  estaríamos  questionando  o  comportamento  de  um 
determinado poluente diante de uma topografia que dificulta a dispersão (vale) e outra que facilita (planície). 
⎯Seria apenas a topografia a única variável para a solução de um problema tão complexo? Claro que não! 
Quando desejamos obter  informações tecnicamente sustentadas do poluente contido no ar ambiente, 
precisamos  atrelar  ou  vincular  uma  situação  de  referência  cujo  número  de  parâmetros  considerados  nos 
informará  quão  precisos  serão  nossos  resultados.  Dados  meteorológicos  como:,  temperatura,  pressões, 
insolação,  radiação,  umidade  relativa,  direção  e  velocidade  dos  ventos  além  da  topografia  do  terreno.  As 
características da  fonte emissora do poluente  também  são  significativamente  importantes  tais  como: altura 
efetiva de lançamento dos gases, a temperatura da corrente gasosa e também a sua carga de poluentes. 
Esses parâmetros dão subsídios para os cálculos de dispersão de poluentes e também para implantação 
e operação das redes de monitoramento ambiental. 
Tendo em vista que acabamos de discutir,  fica claro que um poluente após  ser  lançado na atmosfera 
possuirá  um  tempo  de  permanência  na massa  gasosa  dependente  de  suas  características  físico‐químicas  e 
também de variações topográficas e climáticas. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
10 
 
2.4 Formas de poluição atmosférica 
A poluição atmosférica se dá após o lançamento do poluente por uma fonte emissora. A fonte emissora 
pode ser classificada como natural ou antropogênica, causada pelo homem. 
São  exemplos  de  fontes  naturais  de  emissão  atmosférica  vulcões,  tempestades  de  areia,  queimadas 
espontâneas, lançamento de pólen de plantas. 
As fontes antropogênicas podem ser dividida em:. 
• Fontes fixas ou estacionárias; 
• Pontuais: chaminés de indústrias 
• Área: Operações  de  detonação,  desmanche  e movimentação  de  equipamentos  e máquinas  em 
minas e encostas, terraplanagem, aterro e desaterro. 
• Linear: Operações de Movimentação e Transporte de Massa sobre vias de circulação. 
• Fungitivas: Cargas e descargas de caminhões basculantes com movimentação de materiais sólidos 
secos, Carga de fornos com combustíveis sólidos e/ou matérias‐primas. 
• Fontes móveis; 
• Veículos, aviões e navios. 
É  de  conhecimento  globalizado  que  a  emissão  atmosférica  de  origem  natural  é  normalmente mais 
significativa  em  relação  à  emissão  atmosférica  antrópica,  porém  as  emissões  naturais  senão  impossível  é 
muitas das vezes de difícil controle além de estarem  localizadas geralmente  longe de grandes concentrações 
urbanas.  Ao  contrário,  a  poluição  atmosférica  antrópica  pode  ser  controlada  uma  vez  que  é  gerada  pela 
atividade humana e geralmente está localizada próximo de centros urbanos. 
No presente curso daremos atenção exclusiva às emissões atmosféricas de origem antrópica de fontes 
pontuais. 
2.5 Quantificação de poluentes atmosféricos 
Pesamos um caminhão numa balança cuja unidade é tonelada (t), e no laboratório pesamos um sal em 
balança  analítica  cuja  resolução  exigida  chega  a  décimo  de miligrama  (0,1 mg). Os  resultados  obtidos  nos 
procedimentos citados são expressos em unidades de massa, (t e mg) ambas corretas para seu específico fim.  
Da  mesma  maneira  para  se  quantificar  e  trabalhar  com  poluição  atmosférica  temos  unidades  que 
auxiliam nesta tarefa. Em poluição atmosférica geralmente trabalha‐se com substâncias gasosas que, portanto 
dependem da temperatura e pressão para se determinar o seu volume. Estas unidades geralmente são do tipo: 
• Proporção em massa (%m/m) 
arp
p
MM
M
ppmm +=  
ex: 0,005% SO2 (%m/m) ou 50 ppmm  
• Proporção em volume (%v/v) 
arp
p
VV
V
ppmv +=  
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
11 
 
ex: 0,1% CO (%v/v) ou 1.000 ppmv 
• Concentração em massa/volume (m/v) 
ar
p
V
M
C =  
ex: 122 μg/m³ PTS ou mg/Nm³ 
Na verdade quando relacionamos uma fração com o total temos uma proporção. A forma de expressar 
essa  proporção  dependerá  da  representatividade  e  da  sensibilidade  da metodologia  de medição  escolhida. 
Quando falamos que a concentração de O2 na atmosfera é aproximadamente 20,95 %v/v, analogamente seria 
o mesmo dizer que é equivalente a 209.500 ppmv. É apenas uma transformação matemática de unidades, sem 
considerar a representatividade do resultado apresentado. O valor de 1 %v/v eqüivale 10.000 ppmv.  
⎯ Um valor 0,005 %v/v atribuído a um poluente poderia  ser desprezível? Transformando as unidades 
esse valor  seria de 50 ppmv. Alguns poluentes  são danosos ao homem,  fauna e  flora em  concentrações de 
ppbv(parte por bilhão volumétrico) 1ppb corresponde a 0,001 ppmv. É importante então expressar resultados 
obtidos através da utilização de métodos específicos para as diversas faixas de concentrações. A confiabilidade 
de um resultado dependerá de uma escolha correta do procedimento analítico a ser utilizado. 
Como  já citamos no tópico anterior, para simplificar o problema da poluição atmosférica destacamos a 
emissão  e  a  imissão.  A  ordem  de  grandeza  das  concentrações  dos  poluentes  em  ambas  as  situações  são 
significativamente  diferentes.  Na  emissão,  os  poluentes  estão  em  grande  quantidade  e  geralmentesão 
expressos na forma de: %m/m ou ppmm, %v/v ou ppmv e mg/Nm³. Já na imissão como os poluentes já foram 
diluídos, removidos ou transformados na atmosfera são encontrados geralmente em pequenas quantidades e 
são expressas na forma de ppbm, ppbv ou �g/m³P.  
Como  já  citamos  anteriormente,  para  o  cálculo  do  volume  de  gases,  necessitamos  de  conhecer  a 
temperatura e pressão nas quais eles  se encontram. Para garantir a qualidade do ar que  respiramos  foram 
adotadas duas formas de policiar a poluição atmosférica a primeira é fixar padrões de emissão atmosférica e a 
segunda é a  fixação de padrões de qualidade do ar ou de  imissão. Admitindo que um padrão hipotético de 
emissão seja 200 mg/m³ para um determinado poluente vamos  imaginar que uma chaminé de uma  indústria 
localizada  em  Poços  de  Caldas  – MG,  os  gases  são  lançados  para  a  atmosfera  com  a  concentração  de  um 
determinado poluente de 100 mg/m³ e a uma temperatura de 250°C e pressão absoluta de 690 mmHg. E outra 
chaminé localizada em Vitória – ES, emitindo o mesmo poluente com uma concentração de 100 mg/m³ a uma 
temperatura de 100°C e pressão absoluta de 755 mmHg  . Aí vêm as perguntas! As concentrações são  iguais? 
Todas as duas situações o padrão de emissão está sendo atendido? 
Vamos analisar com calma! As condições de temperatura e pressão são as mesmas? Não!!! Então para 
poder comparar as concentrações elas devem estar nas mesmas condições de temperatura e pressão. Devido à 
este motivo foram estabelecidas condições conhecidas de temperatura e pressão para que se possa comparar 
as concentrações com os padrões de emissão e qualidade do ar.As situações mais comuns são: 
• Condição normal de temperatura e pressão (CNTP) cuja referência de temperatura é 0°C (273,15 K) e 1 
atm  (760 mmHg).  Esta  é  a  condição mais  utilizada  para  expressar  a  concentração  dos  poluentes  na 
emissão. 
• Condição  padrão  de  temperatura  e  pressão  (CPTP)  cuja  referência  de  temperatura  é  no  Brasil,  25°C 
(298,15  K)  e  1  atm  (760 mmHg).  Esta  é  a  condição mais  utilizada  para  expressar  a  concentração  dos 
poluentes na imissão ou qualidade do ar. Esta condição depende da temperatura média do país e por isso 
é diferente no Brasil e nos EUA. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
12 
 
Para transformar as concentrações nas condições reais para a CNTP ou CPTP, basta aplicar a lei de troca 
de estado para gases ideais e aplicar o conceito de concentração: 
2
22
1
11
P
TC
P
TC =  
No  exemplo  citado  temos  para  a  chaminé  localizada  em  Poços  de  Caldas  vamos  transformar  a 
concentração real para as CNTP: 
C1 – 100 mg/m³ 
T1 – 250°C ou 523,15 K 
P1 – 690 mmHg 
C2 – é a concentração nas CNTP a ser calculada 
T2 – 0°C ou 273,15 K 
P2 – 760 mmHg 
 
C2 = 211,08 mg/Nm³ 
Da mesma maneira para  a  chaminé  localizada em Uberlândia vamos  transformar a  concentração  real 
para as CNTP: 
C1 – 100 mg/m³ 
T1 – 100°C ou 373,15 K 
P1 – 755 mmHg 
C2 – é a concentração nas CNTP a ser calculada 
T2 – 0°C ou 273,15 K 
P2 – 760 mmHg 
 
C2 = 137,60 mg/Nm³ 
Agora sim, podemos afirmar que a concentração do poluente emitida pela chaminé em Poços de Caldas 
é maior do que da chaminé  localizada em Vitória. Ainda mais,  se o padrão de emissão para o poluente em 
questão for de 200 mg/Nm³, somente a concentração do poluente da chaminé localizada em Poços de Caldas 
estará acima do permitido por lei. 
Existem outras formas de quantificar os poluentes: 
• Emissão equivalente em peso de poluente por poder  calorífico  superior do  combustível  ‐ g/106  kcal Ex: 
2.400 g/106 kcal: SO2 ,  600 g/10
6 kcal: NOx 
• Emissão  em  função  do  processo  ‐  Ex:  0,18  kg/t  farinha  ‐ Material  particulado,  0,8  kg  VOC/gal  tinta  ‐ 
Orgânicos Voláteis ou 0,97 kg VOC/m² superfície pintada. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
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2.6 Classificação dos poluentes atmosféricos 
2.6.1 Origem 
Os poluentes podem ser divididos em duas classes: Poluentes Primários e Poluentes Secundários. 
• Primários:  são  aqueles  lançados  diretamente  pelas  fontes  de  emissão.  Ex:  Material  particulado  (MP), 
Dióxido de enxofre (SO2), Dióxido de nitrogênio (NO2) 
• Secundários: são aqueles que são formados na atmosfera, através de reações entre os poluentes primários 
e/ou compostos naturais presentes na atmosfera. Ex: Trióxido de enxofre (SO3)e Ozônio (O3). 
2.6.2 Estado da Matéria  
Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em  função da sua presença na  fase particulada ou 
fase gasosa. 
Pode‐se  dar  destaque  aos  seguintes  poluentes  presentes  na  fase  particulada:  material  particulado, 
metais, compostos orgânicos de alto peso molecular e sais. 
Os principais poluentes gasosos encontrados na atmosfera são o SOx, NOx e suas derivações reativas, CO 
e compostos orgânicos com baixo peso molecular. 
2.7 Principais poluentes atmosféricos 
2.7.1 Material Particulado (MP) 
Pode ser definido como material particulado qualquer material sólido ou  líquido, cujas dimensões são 
menores do que 1.000 µm. 
Normalmente temos uma visão simplista sobre o material particulado. Ele é genericamente conhecido 
como uma poeira contida no ar. Na verdade para se conhecer melhor este tipo de poluição precisamos entrar 
em maiores detalhes, conhecer seu comportamento de acordo com a sua distribuição granulométrica e suas 
particularidades no ambiente. 
O  material  particulado  possui  origens  diversas;  causas  naturais  (vulcões,  ventos),  e  da  atividade 
antrópica  (indústrias  transportes, minerações,  combustão) e devido a este  fato é uma mistura  complexa de 
substâncias inorgânicas e orgânicas. 
O efeito do material particulado no ser humano depende basicamente da concentração, do tempo de 
exposição, do tamanho da partícula e da natureza química dela. 
Como a dimensão, ou tamanho, é um dos fatores mais significativos no efeito do material particulado no 
ser humano; geralmente este é  classificado e  reconhecido através do  tamanho médio do  seu diâmetro. Na 
Figura 3 pode ser observada a característica de uma partícula proveniente da combustão de óleo diesel. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
14 
 
 
Figura 3 – Microscopia eletrônica de uma partícula característica da queima de óleo diesel (Fonte: Baroncelli, 1999) 
As  partículas  presentes  na  atmosfera  podem  ser  classificadas  basicamente  em  duas  frações  sendo: 
partículas  sedimentáveis  e  partículas  em  suspensão.  As  partículas  totais  em  suspensão  por  apresentarem 
maiores efeitos nocivos ao homem também é classificada como: total e inalável. 
A seguir serão abordadas as classificações mais relevantes do material particulado na atmosfera. 
2.7.1.1 Partículas sedimentáveis (PS) 
Como o próprio nome  induz, são partículas que sedimentam naturalmente  influenciada pelo  tamanho 
e/ou  sua  densidade.  Considera‐se  que  as  partículas  sedimentáveis  possuem  diâmetro médio  aerodinâmico 
mássico,  D,  superior  a  50  μm.  São  normalmente  geradas  em  atividades  de  mineração,  terraplanagem  e 
movimentação de veículos em estradas sem pavimentação. 
Se forem quimicamente inertes provocam poucos danos ao homem, resumindo em um desconforto pois 
essas partículas não são inaladas no processo da respiração.  
Na  vegetação  o  efeito  pode  ser  danoso,  pois  estas  partículas  quando  depositadas  podem  alterar,  a 
absorção da  luz  solar e até mesmo,  reagir em presença da umidade, alterando o pH das  folhas nas quais o 
material  fora depositado. Há casos de solos ácidos cuja deposição de partículas com caráter básico promove 
um  efeito benéfico. Neste  caso, o benefício  se  restringe  ao  solo. As principais  fontes que  emitem material 
básico são as indústrias de fabricação de cale as indústrias cimenteiras. 
2.7.1.2 Partículas totais em suspensão (PTS) 
O  diâmetro  (D)  das  partículas  em  suspensão  encontram‐se  na  faixa  de  10  a  50  μm  de  origem 
diversificada, como processos  industriais, partículas não  retidas pelos equipamentos de controle, transporte, 
combustão incompleta etc.  
Sua dispersão na atmosfera é dificultada em áreas urbanas onde a presença de obstáculos  (prédios e 
construções),  cria  zonas  de  estagnação  e  a  intensa  movimentação  de  veículos,  causam  a  turbulência, 
provocando  ressuspensão  de  partículas.  Fenômenos  naturais  como  a  precipitação  pluviométrica  (chuvas) 
minimizam o  impacto de material suspenso na atmosfera (partículas, gases reativos) enquanto que  inversões 
térmicas, calmaria dos ventos agravam esse impacto. 
Em presença do SO2 provocam um efeito sinérgico aumentando os danos ambientais. Dependendo de 
suas características físicas e/ou químicas e seus efeitos podem prejudicar a saúde humana. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
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2.7.1.3 Partículas inaláveis (PI) 
São partículas cujo diâmetro (D) é inferior a 10 μm. As partículas inaláveis podem ser divididas em duas 
frações baseadas na sua faixa granulométrica, sendo elas: 
• partículas inaláveis grossas (PIG), 2,5 μm < D <10 μm, 
• partículas inaláveis finas (PIF) D < 2,5 μm. 
As partículas  inaláveis provocam os maiores danos a saúde humana. Sua  faixa granulométrica propícia 
uma  participação  direta  na  respiração  humana.  Partículas  entre  10  μm  e  4  μm,  ficam  retida  no  trato 
respiratório superior. As partículas abaixo de 4 μm participam da respiração pulmonar e algumas delas D < 2,5 
μm podem ser absorvidas nos alvéolos pulmonares. Quando estas partículas possuem uma toxidade elevada, 
ou possibilita interações de gases tóxicos contidos no ambiente, a conseqüência sobre a saúde humana torna‐
se imensurável.  
2.7.2 Óxidos de enxofre (SOX) 
Compreendem as fórmulas químicas do Dióxido e Trióxido de enxofre (SO2 e SO3 respectivamente). 
O SO2 é um gás incolor e de odor picante. Devido sua característica hidrófila, o SO3 reage com a umidade 
do ar  formando o Ácido sulfúrico  (H2SO4). Devido a sua densidade o H2SO4 precipita‐se provocando grandes 
danos ambientais com seu poder corrosivo.  
No ambiente a  transformação do SO2 para SO3 não acontece  facilmente, pois esta reação depende de 
grande quantidade de energia e de catalisadores. 
Nos  processos  industriais  (combustão)  essa  reação  é  facilitada  pelas  altas  temperaturas,  umidade  e 
presença de catalisadores como o Pentóxido de vanádio (V2O5). 
Basicamente as origens da formação dos óxidos de enxofre são:  
• Queima de combustíveis fósseis; 
• Refino de petróleo e seus derivados; 
• Fabricação de ácido sulfúrico; 
• Indústria de celulose; 
• Indústria açucareira. 
A emissão estimada no planeta é de 100 milhões de toneladas sendo: 
• 60% provenientes da queima de carvão; 
• 30% da queima de petróleo; 
• 10% das indústrias. 
A presença de SOx atmosfera contribui para o aparecimento das deposições ácidas e seu efeito corrosivo 
danifica monumentos, construções, estruturas metálicas, fauna, flora e a saúde do humana. 
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2.7.3 Óxidos de nitrogênio (NOx) 
Os principais compostos são NO, NO2. Desses compostos apenas o NO2 é considerado um poluente. É um 
gás alaranjado com odor irritante. Reage com a água para a formação do ácido nítrico, é corrosivo e com suas 
características  ácidas,  o  NO2  participa  na  formação  de  deposições  ácidas  além  de  ser  um  importante 
componente na formação do Smog fotoquímico.  
Os óxidos de nitrogênio  têm  sua origem em diversos  setores. Na Figura 4 pode  se observar a que os 
veículos  representam quase a metade de  todas as emissões para a atmosfera. E o  restante é  representado 
pelas emissões industriais. 
 
Figura 4 – Fontes de emissão atmosférica de NOx (Fonte: USEPA, 1999) 
A origem da formação do NOx basicamente se deve ao processo de combustão e na fabricação de ácido 
nítrico.  Na  combustão,  necessita‐se  de  oxigênio  presente  no  ar  atmosférico  que  possui  também  N2. 
Normalmente os combustíveis não possuem N na sua composição básica. Sendo assim, a formação do NOx se 
deve  ao  incremento  do  ar  na  combustão.  Grandes  fontes  de  emissão  são  veículos  e  caldeiras  utilizando 
combustíveis fósseis. 
2.7.4 Monóxido de carbono (CO) 
Gás  inodoro,  incolor  e  altamente  asfixiante  competindo  com  o  oxigênio  carreado  pela  hemoglobina 
formando  a  carboxihemoglobina.  É um  subproduto de  combustão  incompleta de processos  industriais. Nos 
alto‐fornos o teor de CO nos gases de podem variar de 18 % a 26 %. É um dos principais poluentes em áreas 
urbanas, devido sua emissão por veículos automotores. Possui peso molecular próximo ao do ar atmosférico, 
pouco reativo proporcionando‐lhe uma estabilidade elevada no ambiente. 
2.7.5 Compostos orgânicos 
Os compostos orgânicos possuem em sua composição básica carbono e hidrogênio. Sua associação ao S, 
Cl, F, e, O; produz um número significativo de derivados. Esses podem ser divididos em duas classes sendo elas: 
compostos  orgânicos  voláteis  (VOC)  e  semivoláteis  (SVOC).  Em  função  das  particularidades  de  cada  classe 
apresentamos as principais características que justificam esta divisão:  
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
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2.7.5.1 Compostos orgânicos voláteis 
• Baixo ponto de ebulição <130ºC 
• Geralmente se apresentam na fase gasosa; 
• Pouco solúveis em água (somente os polares são solúveis); 
• Odor característico; 
Origem ‐ Processos de pintura, de tintas e vernizes utilizando solventes orgânicos combustão incompleta 
incineração e graxarias. 
Nessa classe os mais conhecidos são: Benzeno, Tolueno, Xileno,  (BTX), Metano, Etano, Butano  (gás de 
cozinha), Acetona, Acetatos de etila e butila. 
 
Figura 5 – Fontes de emissão atmosférica de VOC (Fonte: USEPA, 1999) 
2.7.5.2 Compostos orgânicos semivoláteis 
• Alto peso molecular; 
• Alto ponto de ebulição >130 ºC 
• Geralmente encontrado na fase sólida 
• Pouco solúveis em água (somente os polares são solúveis); 
Origem ‐ combustão incompleta, incineração, sinterização, coqueificação. 
Os mais conhecidos são: Fenol, Benzopireno, Dibenzoantraceno, Dioxinas. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
18 
 
2.8 Efeitos da poluição atmosférica 
2.8.1 Sobre a saúde humana  
Os efeitos danosos à saúde humana estão correlacionados com a concentração, a toxicidade e o tempo 
de  exposição  diante  um  determinado  poluente.  Quando  se  trata  de  partículas,  as  inaláveis  provocam  os 
maiores danos a saúde humana. Partículas entre 10  μm e 4  μm,  ficam  retida no  trato  respiratório superior, 
através da Figura 4 pode‐se dizer que elas ficam retidas até na Traquéia. As partículas menores do que 4 μm 
participam da respiração pulmonar e algumas delas D < 2,5 μm podem ser absorvidas nos alvéolos pulmonares.  
Os poluentes podem atingir o trato digestivo após a  inalação e deposição na parte superior do sistema 
respiratório  (Figura  4)  com  conseqüente  ação  ciliar  em  seguida  são  deglutidos.  Depois  de  ingeridos  serão 
metabolizados  no  fígado  e  distribuídos  à  outros  órgãos.  Como  conseqüências  poderão  surgir  doenças 
localizadas como cirroses, hepatites, e até câncer. Existem outras inúmeras reações que vão desde irritação das 
mucosas,  aparecimento  de  processo  alérgico,  aumento  de  incidência  de  doenças  respiratórias,  alterações 
mutagênicas falência de órgãos. 
O sistema respiratório é o principal afetado quando o problema é a poluição atmosférica. É nele podem 
surgir Asma, Bronquite e Câncer de pulmão. 
Alguns poluentes podem nos proporcionar uma  ação defensivafugindo do  local  afetado,  evitando‐se 
uma conseqüência maior. Outros inodoros e/ou de ação rápida não nos permite qualquer ação de salvamento 
Como é o caso do CO e do gás cianídrico (HCN). 
 
Figura 6 – Sistema respiratório humano (Fonte: Baroncelli, 1999) 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
19 
 
2.8.2 Sobre a fauna e flora 
De maneira similar ao que ocorre com a saúde humana a saúde da vegetação estará vinculada ao tempo 
de exposição e a concentração e características dos poluentes.  
A  deposição  ou  absorção  de  um  poluente  na  superfície  da  planta  juntamente  com  as  condições 
climáticas  podem  afetar  o  seu metabolismo. Outras  alterações  como  desidratação, mudança  de  coloração, 
alteração na taxa de crescimento e de produção podem surgir como conseqüência dessa poluição. 
Em  períodos  de  exposição  longos,  algumas  espécies  podem  ser  levadas  a  extinção  mesmo  com 
concentrações  de  poluentes  abaixo  dos  limites  de  tolerância  adotado  pela  legislação  ambiental.  Uma 
preocupação que devemos ter é com a contaminação de poluentes em áreas agrícolas e a probabilidade desses 
poluentes  depositados  e/ou  absorvidos  passarem  a  fazer  parte  da  cadeia  alimentar.  Já  houve  casos  de  se 
constatar gado leiteiro com saturnismo (Pb)e fluoreto em urina de ovino. 
2.8.3 Sobre os materiais 
O material  particulado  associado  à  velocidade  dos  ventos  provocará  um  efeito  abrasivo  danificando 
principalmente monumentos.  Os  gases  ácidos,  SO2  e  NO2  em  condições  de  alta  umidade,  exercerão  seus 
efeitos corrosivos em estruturas metálicas e em construções. 
Um exemplo da influência da atmosfera poluída na corrosão de aço pode ser observada na Figura 5. Nela 
podemos constatar que no primeiro ano de exposição da peça de aço, o resultado da corrosão foi parecido na 
área urbana e na área rural, já na área industrial o resultado foi pelo menos cerca de 2 vezes maior. No terceiro 
ano  a  situação  se  repetiu.  Com  a  exposição  do material  durante  10  anos,  o  resultado  observado  na  área 
industrial ainda  foi  superior aos demais, porém  significativamente próximo do  resultado encontrado para  a 
peça exposta na área urbana. Já na área rural a corrosão foi menor cerca de 60% do que as demais. 
 
Figura 7 – Desgaste do aço exposto à atmosferas com diferentes níveis de poluição atmosférica 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
20 
 
2.8.4 Smog fotoquímico 
Smog é uma mistura de palavras que vem do Smoke (fumaça) + Fog (neblina). O Smog fotoquímico é um 
fenômeno que ocorre devido à presença significativa de poluentes primários tais como: NOx, VOC que reagem 
na  atmosfera  induzidos  pela  intensidade  de  luz  solar,  formando  poluentes  secundários  como  o O3,  HNO3, 
Aldeídos e outros. Na Figura 6 podem ser observados os principais poluentes formadores do Smog fotoquímico 
e as suas origens.  
 
Figura 8 – Formação do Smog Fotoquímico (Fonte: USEPA, 1999 ) 
Caracteriza‐se  pela  formação  de  uma  névoa  seca  amarelada,  abundante  em  O3  e  outros  oxidantes 
fotoquímicos Para que este fenômeno aconteça, várias condições devem ser satisfeitas: 
• Tráfego significativo de veículos  
• Temperaturas elevadas e luminosidade solar abundante 
• Dificuldade de deslocamento de massas de ar, isto é, dispersão do ar prejudicada. 
Grandes metrópoles como Los Angeles, São Paulo, Cidade do México, Tóquio e Roma apresentam todas 
as condições de formação do Smog Fotoquímico. 
A Figura 7 mostra um exemplo de Smog Fotoquímico em uma cidade norte‐americana. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
21 
 
 
Figura 9 – Smog fotoquímico em dias de verão (Fonte: USEPA, 1999 ) 
2.8.5 Deposições ácidas 
O  termo  “chuva  ácida”  significa  a  precipitação  de  componentes  ácidos  geralmente  encontrados  em 
chuvas, neves, neblinas ou partículas secas. O termo mais correto é deposição ou precipitação ácida. 
A água da chuva em regiões de ar puro tem pH em torno de 5 a 6. Qualquer pH abaixo desta faixa pode 
ser considerado como deposição ácida. 
A acidez extra na  chuva  vem da  reação de  contaminantes, principalmente os gases ácidos: óxidos de 
enxofre (SOx),óxidos de nitrogênio (NOx), ácido clorídrico (HCl) e ácido fluorídrico (HF) com a água presente na 
atmosfera. 
Na Figura 8 pode ser visualizado o mecanismo de formação das deposições ácidas. 
 
Figura 10 – Esquema ilustrativo das deposições ácidas (Fonte: Macêdo, 2002) 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
22 
 
Como conseqüências das deposições ácidas temos: 
• Morbidez acelerada da vegetação 
• Ataque a materiais 
• Contaminação de rios e lagos 
• Desaparecimento de espécies de peixes 
• Redução da atividade microbiológica 
• Intoxicação em cascata da cadeia alimentícia 
2.8.6 Efeito estufa 
A  atmosfera  é  constituída  de  gases  que permitem  a  passagem  de  radiação  solar  e  absorvem  grande 
quantidade de calor emitida pela superfície da Terra. Na Figura 9 pode ser observado um balanço de energia da 
Terra. Cerca de 32% da energia que  incide sob a Terra é  refletida pela atmosfera e pela superfície da Terra. 
Somente cerca de 50% da energia incidente é absorvida pela Terra. A Terra por sua vez emite energia na forma 
de  radiação  infravermelha e cerca de 40% desta energia  fica na atmosfera e mantém a Terra aquecida. Esta 
característica da atmosfera é chamada efeito estufa. 
Graças a esta propriedade da atmosfera a temperatura média da Terra é de 15°C. Sem o efeito estufa, a 
temperatura seria de –18°C, ou seja, ele traz conseqüências benéficas para a vida na Terra. 
Quando o mundo alerta para os  riscos do efeito estufa, quer se dizer, o aumento excessivo do efeito 
estufa. 
A intensificação das atividades antropogênicas proporciona como conseqüência um aumento dos gases 
que tem propriedades de absorver a energia emitida pela Terra. Os principais gases responsáveis pelo aumento 
do efeito estufa são: Dióxido de carbono (CO2) – 61%,Metano (CH4) – 15%, Óxidos de nitrogênio (NOx) – 4%, 
Clorofluorcarbonetos (CFC) – 11%, Água (H2O) – 9%. 
 
Figura 11 – Esquema figurativo do balanço de energia da Terra (Fonte: Baird, 2002) 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
23 
 
2.8.7 Diminuição da camada de ozônio 
A camada de ozônio é uma capa protetora contra os raios UV. Ela é  localizada na estratosfera e possui 
significativa concentração de ozônio (O3).  
A partir da década de  80,  cientistas  alertaram para  a  formação  de um buraco na  camada de ozônio 
localizado na Antártida. A  concentração do ozônio nesta  região está diminuindo com o passar dos anos. Na 
Figura 12 pode‐se observar esta diminuição. 
 
Figura 12 – Evolução do buraco na camada de ozônio na Antártida (Fonte: USEPA, 1999) 
Com a diminuição da camada de ozônio, os seres humanos e outras formas de vida na terra estarão mais 
expostos aos raios UV que são extremamente malignos. 
Mas o que o que causa a destruição na camada de ozônio? A  resposta é bastante complexa, envolve 
inúmeras  reações  fotoquímicas, mas de uma maneira  simplificada a  resposta é: a diminuição da camada de 
ozônio é causada pela presença de gases formados principalmente por cloro (Cl), flúor (F) e Bromo (Br). Estes 
gases são significativamente estáveis e chegam à estratosfera onde sofrem reações fotoquímicas, retirando um 
átomo de oxigênio da molécula de ozônio. Cada átomo de cloro tem o poder de destruir 100.000 moléculas de 
ozônio.  
As conseqüências da diminuição da camada de ozônio estão  intrinsecamente  ligadas à exposição mais 
intensa da terra aos raios UV. A diminuição de 1% na camada de ozônio estratosférico pode implicar em até 2% 
de aumento na intensidade de luz UV‐B ao nível da superfície (Baird, 2002). Esse pequeno aumento é que tem 
trazido expectativas críticasem  relação aos efeitos prejudiciais a algumas  formas de vida dentre elas, a vida 
humana. 
A exposição aos raios UV‐B solares podem provocar desde um bronzeamento até queimaduras graves, a 
exposição em excesso pode  levar ao aparecimento de câncer de pele. O aumento adicional de exposição aos 
raios  UV‐B  também  podem  afetar  o  sistema  imunológico  humano  e  o  crescimento  de  alguns  animais  e 
vegetais. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
24 
 
2.9 Legislação sobre poluição atmosférica 
Com o  intuito de garantir a qualidade do ar que respiramos  foram adotadas duas  formas de policiar a 
poluição atmosférica a primeira é fixar padrões de emissão atmosférica e a segunda é a fixação de padrões de 
qualidade do ar ou de imissão. 
Normalmente, antes de se definir números ou padrões a serem seguidos, deve‐se estabelecer um estudo 
criterioso levando em consideração os diversos setores geradores da poluição atmosférica. Este tipo de estudo 
é  denominado  inventário  de  fontes  de  emissão.  Nele  são  levantados  para  cada  tipo  gerador  de  poluição 
atmosférica  valores  médios  de  emissão  que  revelam  a  real  situação  de  evolução  tecnológica  do  tipo  de 
indústria ou serviço. De posse destas  informações é possível  fixar padrões de emissão capazes de garantir a 
qualidade do ar e também passíveis de serem atingidos com a real situação tecnológica do parque  industrial. 
Desta maneira os padrões podem  ser atingidos  sem  inviabilizarem a existência da  indústria. No Brasil ainda 
existem poucos estudos neste sentido. 
Com a crescente  industrialização e como conseqüência  inevitável de poluição atmosférica, o Brasil não 
pode esperar estudos complexos para o estabelecimento de padrões de emissão e também de qualidade do ar. 
A legislação brasileira iniciou seus trabalhos para definição de limites para alguns poluentes na década de 70.  
Sabiamente os primeiros limites surgidos objetivaram a garantia da qualidade do ar. Isto significava dizer 
que,  se uma determinada área,  já estivesse  com a qualidade do ar próxima do  limite máximo  tolerável não 
seria permitido que nenhuma outra empresa fosse montada naquela região. 
A única falha desse passo tão importante, foi não atrelar o monitoramento ambiental ao monitoramento 
dos parâmetros meteorológicos.  Se assim o  fizesse  já  teríamos hoje dados  capazes de  conferir e projetar a 
evolução da poluição atmosférica, em muitas regiões brasileiras. 
Posteriormente  seguindo  exemplo  de  outros  países  (EUA,  países  europeus)  começou‐se  em  alguns 
estados,  a  criação  dos  padrões  de  emissão  para  poluentes  de  fontes  estacionárias.  Com  esta  atitude 
descentralizada  foram criadas  legislações atendendo as particularidades de cada estado. É comum encontrar 
limites diferentes para um mesmo poluente de um estado para outro. 
Na falta de um padrão de emissão ou de qualidade do ar na  legislação brasileira os órgãos de controle 
normalmente recorrem a legislações internacionais. No caso da legislação mineira (FEAM/COPAM) adota como 
referência  os  valores  estipulados  pela  legislação  alemã  (TA  Luft).As  principais  fontes  de  consulta  para 
definições dos  limites para  a  poluição  atmosférica  são  extraídas  do  CONAMA,  das  deliberações  normativas 
COPAM e/ou normas CETESB.  
A seguir serão apresentados alguns padrões de emissão e de qualidade do ar separados por tópicos. Para 
os  padrões  de  emissão  apenas  abordaremos  os  aspectos  relacionados  às  fontes  fixas  pontuais,  ou  seja, 
chaminés. 
2.9.1 Emissão 
Padrões de emissão são caracterizados pelo estabelecimento de quantidades máximas a serem emitidas 
pelas chaminés de processos industriais. Eles podem também incluir especificações adicionais tais como: altura 
da  chaminé,  composição  dos  combustíveis,  etc.  Abordaremos  alguns  exemplos  de  padrões  internacionais, 
federais e estaduais. 
2.9.1.1 Internacional 
Quase todos os países estabelecem padrões de emissão atmosférica para fontes fixas. Na Tabela 3 estão 
apresentados alguns padrões de emissão atmosférica aplicados no mundo. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
25 
 
Tabela 3 – Padrões de emissão atmosférica internacionais 
Poluente  País – Processo  Padrão de emissão 
Material Particulado 
Austrália – Queima de combustível sólido  250 mg/Nm³ à 12% CO2 
Áustria – Queima de combustível sólido   
0,15 ‐ 15 MW  250 mg/Nm³ à 6% O2 
15 – 20 MW  250 – 150 mg/Nm³ 
20 – 300 MW  150 mg/Nm³ 
300 – 600 MW  150 – 75 mg/Nm³ 
Alemanha – Queima de combustível sólido   
Todos  50 mg/Nm³ 
Plantas antigas  125 mg/Nm³ 
Alemanha – Queima de combustível líquido  50 mg/Nm³ 
Alemanha – Queima de combustível gasoso  5 mg/Nm³ 
Estados  Unidos  –  Usinas  Termelétricas  de  combustível 
fóssil 
43 mg/MJ 
Japão – Queima de combustível sólido   
Vazão > 200.000 Nm³/h  50 mg/Nm³ 
40.000 < Vazão < 200.000 Nm³/h  100 mg/Nm³ 
Japão – Queima de combustível líquido  40 mg/Nm³ 
Japão – Queima de combustível gasoso  50 mg/Nm³ 
Óxidos de enxofre (SOx) 
Austrália – Combustão  100 mg/Nm³ como SO3 
Áustria – Queima de combustível sólido   
< 400 MW  1.800 mg/Nm³ 
400 – 600 MW  1.800 – 600 mg/Nm³ 
> 600 MW  850 mg/Nm³ 
Áustria – Queima de combustível líquido   
Óleo extra leve  0,30% S no óleo 
Óleo leve  0,75% no óleo 
Óleo médio  1,5% no óleo 
Óleo pesado  2,0% no óleo 
Alemanha – Queima de combustível sólido (50 – 300 MW)  400 – 2.500 mg/Nm³ 
Alemanha – Queima de combustível líquido  400 mg/Nm³ 
Estados Unidos – Queima de combustível sólido  516 mg/MJ 
Estados Unidos – Queima de combustível líquido  344 mg/MJ 
Estados Unidos – Queima de combustível gasoso  86 mg/MJ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx) 
Austrália – Queima de combustível gasoso  350 mg/Nm³ como NO2 
Alemanha – Queima de combustível sólido  800 mg/Nm³ como NO2 
Alemanha – Queima de combustível líquido  450 mg/Nm³ como NO2 
Alemanha – Queima de combustível gasoso  350 mg/Nm³ como NO2 
Estados Unidos – Queima de combustível sólido  300 mg/MJ 
Estados Unidos – Queima de combustível líquido  130 mg/MJ 
Estados Unidos – Queima de combustível gasoso  86 mg/MJ 
Fonte: Stern, 1986 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
26 
 
Como pode‐se observar na Tabela 3, cada país estabelece os padrões de emissão de acordo com as suas 
necessidades  e/ou  condições  tecnológicas  do  parque  industrial.  Na  tabela  3  apresentamos  apenas  alguns 
exemplos de padrões de emissão para fontes de combustão. Existem  inúmeros padrões de emissão cada um 
aplicado para cada situação por isso antes de aplicá‐los deve‐se tomar o cuidado de estudar suas características 
de aplicabilidade. Outros valores podem ser obtidos em Stern (1986).  
 
2.9.1.2 Federal 
No âmbito  federal existem as  resoluções CONAMA n°8/90, n°264/99 e a n° 316/02. Todas elas  fixam 
padrões de emissão para situações diferentes. 
A  resolução  CONAMA  n°08/90  define  os  padrões  de  emissão  para  fontes  de  combustão  externa. 
Entende‐se por processo de combustão externa em  fontes  fixas  toda a queima de  substâncias combustíveis 
realizada  nos  seguintes  equipamentos:  caldeiras;  geradores  de  vapor;  centrais  para  a  geração  de  energia 
elétrica;  fornos,  fornalhas,  estufas  e  secadores  para  a  geração  e  uso  de  energia  térmica  incineradores  e 
gaseificadores. Nela os poluentes alvos são: o material particulado, o dióxido de enxofre além da densidade 
colorimétrica. Na Tabela 4 é apresentado um resumo dos padrões de emissão da resolução CONAMA n°8/90. 
Tabela 4 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 8/90 
Potência Nominal 
Total 
Poluente (unidade)  Padrão de emissão 
Área classe I  Área classe II e III 
≤ 70 MW 
MP (g/106 kcal)  120  350 
SO2 (g/10
6 kcal)  2.000  5.000 
DC (%)  20 ou Ringelmann n° 120 ou Ringelmann n° 1 
> 70 MW 
MP (g/106 kcal)  Não permitido a instalação  120 – óleo 
800 – carvão 
SO2 (g/10
6 kcal)  Não permitido a instalação  2.000 
DC (%)  Não permitido a instalação  20 ou Ringelmann n° 1 
       
Fonte: Resolução n° 08 do CONAMA ‐ Brasil, 1990 
A  resolução CONAMA n° 264/99 define padrões de emissão atmosférica para o  co‐processamento de 
resíduos sólidos  industriais em fornos de cimento. O co‐processamento é definido como o reaproveitamento 
da energia térmica e matéria‐prima ao se destruir resíduos sólidos industriais. Nela são fixados os padrões de 
emissão  para  uma  série  de  poluentes  atmosféricos. Na  Tabela  5  é  apresentado  o  resumo  dos  padrões  de 
emissão da resolução CONAMA n° 264/99. 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
27 
 
Tabela 5 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 264/99 
Poluente  Padrão de emissão 
HCL  1,8kg/h ou 99% de redução 
HF  5 mg/Nm3, corrigido a 7% de O2 (base seca) 
CO*  100 ppmv , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
MP  70 mg/Nm3 , corrigido a 11% de O2 (base seca) 
THC (C3H8)  20 ppmv, corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Mercúrio (Hg)  0,05 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Chumbo (Pb)  0,35 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Cádmio (Cd)  0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Tálio (TI)  0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
(As+Be+Co+Ni+Se+Te)  1,4 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
(As+Be+Co+Cr+Cu+Mn+Ni+Pb+Sb+Se+Sn+Te+Zn)  7,0 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
   
Fonte: Resolução n° 264 do CONAMA ‐ Brasil, 1999 
Com o  aumento  significativo da destinação  final de  resíduos  sólidos,  especialmente os de origem de 
industrial, foi publicada em 2002 a resolução CONAMA n° 316/02 define padrões de emissão atmosférica para 
incineração  de  resíduos  sólidos  industriais.  Nela  são  fixados  os  padrões  de  emissão  para  uma  série  de 
poluentes atmosféricos. Na Tabela 6 é apresentado o resumo dos padrões de emissão da resolução CONAMA 
n° 316/02. 
Tabela 6 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 316/02 
Poluente  Padrão de emissão 
HCL  1,8kg/h ou 99% de redução 
HF  5 mg/Nm3, corrigido a 7% de O2 (base seca) 
CO*  100 ppmv , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
MP  70 mg/Nm3 , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
THC (C3H8)  20 ppmv, corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Mercúrio (Hg)  0,05 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Chumbo (Pb)  0,35 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Cádmio (Cd)  0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Tálio (TI)  0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Classe I (Cd, Hg, Tl)  0,28 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Classe II (As, Co, Ni, Te, Se)  1,4 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Classe III (Sb, Pb, Cr, CN, Cu, Sn, F, Mn, Pt, Pd, Rh, V)   7,0 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) 
SO2  280 mg/Nm
3 , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
NOx   560 mg/Nm
3 , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
Dioxinas e Furano (TEQ da 2,3,7,8 TCDD)  0,5 ηg/Nm3 , corrigido a 7% de O2 (base seca) 
   
Fonte: Resolução n° 316 do CONAMA ‐ Brasil, 2002 
Em dezembro de 2006 foi publicada a resolução CONAMA nº382 que estabelece os padrões de emissão 
para diversas atividades industriais. Um resumo desta resolução pode ser observado na Tabela 7. 
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
28 
 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 
Atividade  Poluente  Padrão de emissão 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de óleo combustível 
P < 10 MW 
Material Particulado (MP)  1300 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
12700 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
11600 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de óleo combustível 
70 MW > P > 10 MW 
Material Particulado (MP)  1250 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
12700 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
11000 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de óleo combustível 
P > 70 MW 
Material Particulado (MP)  1100 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
11800 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
11000 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de gás natural 
P < 70 MW 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
1320 mg/Nm³ 
   
   
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de gás natural 
P ≥ 70 MW 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
1200 mg/Nm³ 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de bagaço de cana‐de‐açúcar 
P < 10 MW 
Material Particulado (MP)  2280 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de bagaço de cana‐de‐açúcar l 
75 MW > P > 10 MW 
Material Particulado (MP)  2230 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
2350 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de bagaço de cana‐de‐açúcar 
P > 75 MW 
Material Particulado (MP)  2200 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
2350 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de derivados de madeira 
P < 10 MW 
Material Particulado (MP)  2730 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de derivados de madeira 
30 MW > P > 10 MW 
Material Particulado (MP)  2520 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
2650 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de derivados de madeira 
70 MW > P > 30 MW 
Material Particulado (MP)  2260 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
2650 mg/Nm3 
Geração  de  calor  a  partir  da  combustão 
externa de derivados de madeira 
P > 70 MW 
Material Particulado (MP)  2130 mg/Nm³ 
   
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
2650 mg/Nm3 
 
1 Corrigidos a 3% de O2 base seca 
2 Corrigidos a 8% de O2 base seca 
3 Não aplicável 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
29 
 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) 
Atividade  Poluente  Padrão de emissão 
Turbina a gás para geração de energia elétrica 
– Gás natural 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
450 mg/Nm³ 
Monóxido de carbono (CO)  465 mg/Nm³ 
Turbina a gás para geração de energia elétrica 
– Combustível líquido 
Material Particulado (MP)  450 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
4200 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
4135 mg/Nm³ 
Monóxido de carbono (CO)  3NA 
Refinaria de petróleo – Forno e caldeiras – gás 
de refinaria – P < 10 MW 
Material Particulado (MP)  1150 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
170 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
1320 mg/Nm3 
Refinaria de petróleo – Forno e caldeiras – gás 
de refinaria – 10 MW < P < 70 MW 
Material Particulado (MP)  1125 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
170 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
1320 mg/Nm3 
Refinaria de petróleo – Forno e caldeiras – gás 
de refinaria – P > 70 MW 
Material Particulado (MP)  150 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
170 mg/Nm3 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
1200 mg/Nm3 
Refinaria  de  petróleo  –  Unidade  de 
craqueamento catalítico  
Material Particulado (MP)  575 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
61200 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
5600 mg/Nm3 
Fabricação  de  celulose  –  Caldeira  de 
recuperação 
Material Particulado (MP)  7100 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
7100 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
7470 mg/Nm³ 
Enxofre Reduzido Total (ERT c/ SO2)
415 mg/Nm³ 
Fabricação  de  celulose  –  Tanque  de 
dissolução 
Material Particulado (MP)  0,1 kg/8tSS 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Óxidos de Nitrogênio(NOx c/ NO2) 
3NA 
Enxofre Reduzido Total (ERT c/ SO2)
80,008 kg/tSS  
Fabricação de celulose – Forno de Cal  Material Particulado (MP)  7100 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
7470 mg/Nm³ 
Enxofre Reduzido Total (ERT c/ SO2)
430 mg/Nm³ 
 
4 Corrigidos a 15% de O2 base seca 
5 Corrigidos a 8% de O2 base seca 
6 Corrigidos a 3% de O2 base seca 
7 Corrigidos a 15% de O2 base seca 
8 tSS – tonelada de sólido seco 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
30 
 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) 
Atividade  Poluente  Padrão de emissão 
Fusão  secundária de  chumbo – Recuperação 
de chumbo 
Material Particulado (MP)  950 mg/Nm³ 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
9500 mg/Nm³ 
Chumbo (Pb)  9 5mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Refino  de 
chumbo 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 0,2 mg/Nm3 
Fusão secundária de chumbo – Produção   de 
óxido de chumbo 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 5 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Produção    e 
montagem de baterias 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão secundária de chumbo – Produção   de 
grades para baterias 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Preparo  de 
massa 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  – 
Empastamento 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Moinho  de 
óxido 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária de  chumbo – Produção de 
sais 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Solda  de 
chumbo 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 1 mg/Nm3 
Fusão  secundária  de  chumbo  –  Banhos  de 
chumbo 
Material Particulado (MP)  3NA 
Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2) 
3NA 
Chumbo (Pb)  9 0,2 mg/Nm3 
 
9 Base seca e sem diluição 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
31 
 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) 
Atividade  Poluente  Padrão de emissão 
Alumínio Primário – Forno de calcinação  Material Particulado (MP)  2 kg/t alumina 
  Fluoreto Total  3NA 
Alumínio Primário – Sala de cubas  Material Particulado (MP)  4,8 kg/t alumina 
  Fluoreto Total  1,1 kg/t alumina 
Alumínio  Primário  –  Forno  de  cozimento  de 
anodos 
Material Particulado (MP)  0,2 kg/t equivalente de alumínio 
  Fluoreto Total  0,2 kg/t equivalente de alumínio 
Fornos de Fusão de vidro – Receita Soda‐cal  Material Particulado (MP)  0,4 kg/t.v.f10 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Receita 
Borossilicato 
Material Particulado (MP)  0,8 kg/t.v.f 
Fornos de Fusão de vidro – Chumbo e outras  Material Particulado (MP)  0,5 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  claro 
doméstico 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  4,5 kg/t.v.f 
Fornos de Fusão de vidro – Vidro claro plano  Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  4,3 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  claro 
embalagem 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  3,2 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  claro 
especiais 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  4,5 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  colorido 
doméstico 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  7,5 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  colorido 
plano 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  6,7 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  colorido 
embalagem 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  5,4 kg/t.v.f 
Fornos  de  Fusão  de  vidro  –  Vidro  colorido 
especiais 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  6,7 kg/t.v.f 
Fornos de Fusão de vidro – Gás Natural  Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2)  1,4 kg/t.v.f 
Fornos de Fusão de vidro – Óleo combustível  Óxidos de Enxofre (SOx c/ SO2)  5,0 kg/t.v.f 
 
10 Tonelada de vidro fundido 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
32 
 
Tabela 7 – Padrões de emissão da resolução CONAMA n° 382/06 (continuação) 
Atividade  Poluente  Padrão de emissão 
Cimento Portland – Fornos  Material Particulado (MP)  1150 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
12650 mg/Nm³ 
Cimento Portland – Resfriadores  Material Particulado (MP)  50 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Cimento Portland – Moinhos de cimento  Material Particulado (MP)  50 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Cimento Portland – Secador de escória e areia Material Particulado (MP)  1350 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Cimento Portland – Moinhos de cimento  Material Particulado (MP)  50 mg/Nm³ 
Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2) 
3NA 
Produção  de  ácido  sulfúrico  –  Torre  de 
absorção 
Dióxido de Enxofre (SO2)  2,0 kg/t H2SO4
14 
Trióxido de Enxofre (SO3)  0,15 kg/t H2SO4 
Produção de ácido nítrico – Torre de absorção Óxidos de Nitrogênio (NOx c/ NO2)  1,6 kg/t H2SO4
15 
   
Produção  de  ácido  fosfórico  –  Filtragem  e 
concentração 
Fluoreto Total  0,04 kg/t P2O5 alimentado 
Material Particulado (MP)  75 mg/Nm³ 
     
     
     
Fonte: Resolução n° 382 do CONAMA ‐ Brasil, 2006 
 
A produção de fertilizantes e a indústria siderúrgica também têm seus padrões de emissão atmosféricos 
definidos segundo a resolução CONAMA nº382/06 e estão apresentados nas Figuras 13 e 14. 
 
 
11 Corrigidos a 11% de O2 base seca 
12 Corrigidos a 10% de O2 base seca  
13 Corrigidos a 18% de O2 base seca 
14 H2SO4 a 100% 
15 H2SO4 a 100% 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
33 
 
 
Figura 13 ‐ Padrões de emissão atmosférica para a indústria de fertilizantes (Fonte: CONAMA nº 382, 2006)  
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
34 
 
 
Figura 14  Padrões de emissão atmosférica para a indústria Siderúrgica (Fonte: CONAMA nº 382, 2006)  
 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
35 
 
2.9.1.3 Estadual 
Na esfera estadual o órgão competente para a fixação de padrões de emissão é o COPAM/MG, Conselho 
de poluição ambiental de Minas Gerais. Existem três deliberações normativas que  fixam padrões de emissão 
atmosférica no estado de Minas Gerais são elas: a DN n°11/86 a sua atualização a DN n°01/92, a DN n° 26/98 e 
a DN n° 49/01. 
A DN n° 11/86  fixa os padrões de emissão para as principais atividades  industriais predominantes no 
estado. Na Tabela 8 é apresentado um resumo da DN n° 01/92. 
Tabela 8 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 01/92 
Fontes de Poluição  Poluente  Padrão  Observações 
Indústria Siderúrgica 
Gases  de  Alto  forno,  casa  de  corrida  e  manuseio  de 
matéria‐prima 
MP  100 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
 
Chaminés  de  máquina  de  sinterização  e  descarga  do 
sínter 
MP  100 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
 
Conversor de oxigênio (aciaria LD)  MP  50 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
Ciclo completo 
Forno Elétrico a arco ou de indução  MP  50 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
 
Fábrica de Cal 
Forno de Calcinação  MP  150 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4)(exceto  nas  fontes  de 
combustão) 
Fábrica de cimento (1) 
Forno de Calcinação  MP  0,30 kg/t de farinha crua    
0,15 kg/t de farinha crua 
(3A) 
(3B) 
Resfriador do Clinquer   MP  0,15 kg/t de farinha crua    
0,10 kg/t de farinha crua 
(3A) 
(3B) 
  MP  0,10 kg/t de farinha crua    
0,05 kg/t de farinha crua 
(3A) 
(3B) 
  MP  0,20 kg/t de farinha crua    
0,10 kg/t de farinha crua 
(3A) 
(3B) 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
36 
 
Tabela 8 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 01/92 (Continuação) 
Fontes de Poluição  Poluente  Padrão  Observações 
Usina de Asfalto à quente 
Secador Rotativo  MP  90 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade 
 
Fábrica de vidro (2) 
Forno de Fundição  MP  100 mg/Nm³ 
50 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
(3C) 
(3D) 
Manuseio de Matérias‐primas  MP  100 mg/Nm³ 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
20% de opacidade (4) 
 
Fábrica de ácido sulfúrico 
Torre de absorção  SO2        
 
Névoa ácida 
 
2,0 kg/t de H2SO4 produzido 
0,075 kg de H2SO4 produzido 
Emissões  visíveis  inferiores  a 
10% de opacidade (4) 
 
Fábrica de fertilizantes 
Forno  elétrico  de  fusão,  dosador  de  máteria‐prima, 
secador de termofosfato, moinho de termofosfato 
MP  100 mg/Nm³   
Forno elétrico de fusão  Flúor  0,30 kg/t de fosfato   
Fábrica de celulose 
Caldeiras de recuperação  MP 
SO2 
200 mg/Nm³ 
1000 mg/Nm³ 
 
Refinaria de petróleo 
Caldeira de CO da unidade FCC  MP 
SOx 
75 mg/Nm³ 
1800 mg/Nm³ 
FCC  ‐  Fluid  Catalytic 
Cracking 
Diversas 
Caldeiras e fornos a óleo (5)  SO2  5000 gSO2/10
6 kcal 
2000gSO2/10
6kcal 
 
2750 gSO2/10
6 kcal 
PNT <= 70 MW (6) 
Instalações novas com PNT 
> 70 MW (6) 
Instalações existentes com 
PNT > 70 MW (6) 
Caldeiras a óleo  
Caldeiras a lenha 
Caldeiras a biomassa 
MP  100 mg/Nm³ 
200 mg/Nm³ 
600 mg/Nm³ 
 
 
(7) 
Fontes não‐listadas  MP 
SO2 
150 mg/Nm³ 
2500 mg/Nm³ 
 
Fonte: Deliberação Normativa n° 01 do COPAM/FEAM‐MG – Minas Gerais ‐ Brasil, 1992 
 
Observações à respeito da Tabela 8 
(1) A taxa de alimentação do forno, exceto o combustível, deverá ser determinada durante cada período de amostragem, por 
métodos apropriados e expressa em t/h (base seca). 
(2) O teor de oxigênio deverá ser igual a 8% para o forno de combustão ou óleo e 10% para o forno de combustão com 
aquecimento elétrico 
(3A) Instalações existentes até 10/03/81 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
37 
 
(3B) Instalações existentes após 10/03/81 
(3C) Instalações existentes até 1986 
(3D) Instalações novas a partir de 1987 
(4) Corresponde ao padrão n° 2 da Escala Ringelmann 
(5) Padrão expresso em peso de poluente por poder calorífico superior do óleo combustível 
(6) Entende‐se por Potência Nominal Total a soma das potências nominais individuais de todos os fornos e caldeira a óleo do 
empreendimento. 
(7) Caldeiras que utilizam como combustível bagaço de cana, resíduos de beneficiamento de cereais, aglomerados de madeira e 
outros resíduos de matéria orgânica permitidos. 
A DN  n°  26/98  define  padrões de  emissão  atmosférica  para  o  co‐processamento  de  resíduos  sólidos 
industriais  em  fornos  de  cimento.  Nela  são  fixados  os  padrões  de  emissão  para  uma  série  de  poluentes 
atmosféricos. Na Tabela 9 é apresentado o resumo dos padrões de emissão da DN n° 26/98. 
Tabela 9 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 26/98 
Poluente  Padrão de emissão 
HCL  1,8kg/h ou 99% de redução 
HF  5 mg/Nm3, corrigido a 11% de O2 (base seca) 
CO*  100 ppmv , corrigido a 11% de O2 (base seca) 
MP  70 mg/Nm3 , corrigido a 11% de O2 (base seca) 
Classe I (Cd, Hg, Tl)  0,28 mg/Nm3 corrigido a 11% de O2 (base seca) 
Classe II (As, Co, Ni, Te, Se)  1,4 mg/Nm3 corrigido a 11% de O2 (base seca) 
Classe  III (Sb, Pb, Cr, CN, Cu, Sn, F, Mn, Pt, Pd, Rh, 
V)  
7,0 mg/Nm3 corrigido a 11% de O2 (base seca) 
Classe I + Classe II  1,4 mg/Nm3 corrigido a 11% de O2  (base  seca) e a classe  I deve  ser 
menor do que 0,28 mg/Nm³ 
Classe II + Classe III  7,0 mg/Nm3 corrigido a 11% de O2  (base seca) e a classe  II deve ser 
menor do que 1,4 mg/Nm³ 
SO2  280 mg/Nm
3 , corrigido a 11% de O2 (base seca) 
NOx   560 mg/Nm
3 , corrigido a 11% de O2 (base seca) 
Fosfina, Clorocianato e fosfogênio  1 mg/Nm³ para fluxo em massa igual ou maior que 10 g/h 
Ácido Cianídrico, Bromo, Cloro  5 mg/Nm³ para fluxo em massa igual ou maior que 50 g/h 
Compostos inorgânicos de cloro como HCl  30 mg/Nm³ para fluxo em massa igual ou maior que 2.000 g/h 
Amônia  250 mg/Nm³ para fluxo em massa igual ou maior que 2.000 g/h 
Fonte: Deliberação Normativa n° 26 do COPAM/FEAM‐MG – Minas Gerais ‐ Brasil, 1998 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
38 
 
A DN n° 49/01 define padrões de emissão atmosférica para o  setor  industrial de  ferro‐gusa. Nela  são 
fixados os padrões de emissão para o material particulado em  indústrias  localizadas na área urbana, rural ou 
mista. Na Tabela 10 é apresentado o resumo dos padrões de emissão da DN n° 49/01. 
Tabela 10 – Padrões de emissão da Deliberação normativa n° 49/01 
Poluente  Zona  Fonte poluidora  Data instalação  Padrão de emissão 
MP 
Urbana 
Glendon 
Até 02/10/01 
100 mg/Nm³ 
Sistema de manuseio de 
carvão e de matérias‐primas 
100 mg/Nm³ 
Metalurgia em panela  100 mg/Nm³ 
Rural ou mista 
Glendon  200 mg/Nm³ 
Sistema de manuseio de 
carvão e de matérias‐primas 
200 mg/Nm³ 
Metalurgia em panela  200 mg/Nm³ 
MP 
Urbana 
Glendon 
Após 02/10/01 
50 mg/Nm³ 
Sistema de manuseio de 
carvão e de matérias‐primas 
50 mg/Nm³ 
Metalurgia em panela  50 mg/Nm³ 
Rural ou mista 
Glendon  100 mg/Nm³ 
Sistema de manuseio de 
carvão e de matérias‐primas 
100 mg/Nm³ 
Metalurgia em panela  100 mg/Nm³ 
         
Fonte: Deliberação Normativa n° 49 do COPAM/FEAM‐MG – Minas Gerais ‐ Brasil, 2001 
2.9.2 Imissão ou qualidade do ar 
Os padrões de qualidade do ar são  limites  legais  impostos para o nível dos poluentes no ar ambiente 
durante determinado períodos de  tempo  (1/2 hora, 1 hora, 24 horas, mês,  ano, etc.). Este  tipo de  limite é 
diferente dos valores aplicados para saúde ocupacional. Da mesma maneira do que nos padrões de emissão, 
trataremos  os  padrões  de  qualidade  do  ar  aplicados  internacionalmente,  depois  faremos  uma  abordagem 
sobre os padrões estabelecidos no âmbito federal e estadual. 
2.9.2.1 Internacional 
Na Tabela 11 são apresentados alguns valores aplicados mundialmente como padrões da qualidade do 
ar. 
Tabela 11 – Padrões de qualidade do ar internacionais 
Poluente  Padrão de qualidade do ar (µg/m³)  País 
  30 minutos  1 dia  12 meses   
Amônia  100  50  13  Polônia 
Benzeno  200  100  2,5  Polônia 
Monóxido de carbono 
10.000      Iugoslávia 
6.000  2.000    China 
  40.000    Estados Unidos 
30 ppm  10 ppm    Israel 
Poluição Atmosférica ‐ Aspectos Gerais 
 
39 
 
Tabela 11 – Padrões de qualidade do ar internacionais (continuação) 
Poluente  Padrão de qualidade do ar (µg/m³)  País 
  30 minutos  1 dia  12 meses   
 
Cloro 
30  10  1,6  Polônia 
100      Iugoslávia 
300  50    Espanha 
Ácido Sulfídrico 
8  8    Hungria 
10      Iugoslávia 
100  40    Espanha 
Chumbo 
0,7  0,7    Hungria 
  0,5  0,1  Polônia 
  1,5 (3 meses)    Estados Unidos 
Dióxido de Nitrogênio 
85  85    Hungria 
400  200  100  Espanha 
  200    França 
    100  Estados Unidos 
Dióxido de Enxofre 
70  50    Áustria 
250  25  11  Polônia 
Partículas em Suspensão 
150  60  110  Polônia 
  260  75  Estados Unidos 
Fonte: Stern, 1986 
Como pode‐se observar na Tabela 10,  cada país estabelece

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