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Sondagem do solo e locação de obra

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UNIFOR - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA 
CCT- CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS 
ENGENHARIA CIVIL 
CONSTRUÇÃO CIVIL I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO Nº 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUPLA: Amanda Sobral Uchoa – 1310891 
 Ana Carolina Melo de Sousa – 1310893 
 
HORÁRIO/TURMA: M24AB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 de março de 2016, Fortaleza – CE 
PRIMEIRA PARTE 
1. A QUALIDADE DE VIDA NO CANTEIRO DE OBRAS 
Atualmente ouve-se muito falar em qualidade de vida no trabalho, o que 
está relacionado à saúde do trabalhador, bem estar físico e mental, seus 
hábitos de vida, relacionamentos sociais, isto é, obter um equilíbrio entre a vida 
pessoal e a profissional. 
O setor da construção civil é uma atividade que usa mão de obra 
intensamente e apresenta altos índices de acidentes de trabalho. O canteiro de 
obras oferece sempre muito perigo para seus operários justamente por estar 
em construção, sempre apresenta maior risco. Pensando nisso, procura-se 
reduzir esses riscos e possíveis acidentes através de um gerenciamento mais 
eficiente e consciente. Por exemplo, a distribuição de equipamentos de 
proteção individual, sinalização, organização, etc. 
Para cuidar da qualidade de vida dos trabalhadores são realizados exames 
periódicos e acompanhamento dos trabalhadores, com exames específicos 
para a função de cada um, por exemplo: 
Exame visual; 
Exame de audição; 
Exame de coração; 
Exame de pressão; 
Teste de diabetes; 
Exame de sangue; 
Dentista; 
Avaliação psicológica. 
Exames médicos tem o intuito de prevenir e zelar pela vida dos 
trabalhadores. É importante que sejam feitos os exames e que sejam 
realizadas palestras e campanhas de conscientização sobre os acidentes de 
trabalho. 
Outro ponto importante são as condições de trabalho na empresa. É de 
fundamental importância ter um bom ambiente, limpeza, iluminação, 
equipamentos adequados. Ter remuneração adequada, emprego seguro, carga 
horário de trabalho adequada, possibilidade de inovar, perspectiva de carreira, 
tudo isso influencia no desempenho do operário. 
Quando não existe QVT (Qualidade devida no trabalho) a empresa só tem a 
perder, com o aumento do absentismo e dos acidentes, diminuição da eficácia, 
da eficiência, da produtividade, deterioração da imagem da empresa, despesas 
com os afastamentos, entre outros. 
Para o trabalhador esses danos podem ter proporções maiores. Podem, por 
exemplo, desenvolver problemas psicológicos ou mesmo físicos, como uma 
doença causada pela condição de trabalho dele. 
Portanto, faz-se necessário um bom programa de qualidade de vida no 
canteiro de obras, afim de evitar acidentes e prejuízos para ambas as partes. 
 
2. A IMPORTÂNCIA DO PRÊMIO SECONCI 
A segurança do trabalho tem papel fundamental no desempenho dos 
funcionários e principalmente, para assegurar a qualidade de vida do mesmo, 
preservando sua integridade física e mental. A segurança do trabalho viabiliza a 
realização de um trabalho mais organizado, de forma a maximizar a 
produtividade dentro de canteiro de obra. 
O Prêmio SECONCI tem como objetivo dar visibilidade às melhores práticas 
em Saúde e Segurança do Trabalho em Canteiros de Obras de construtoras, 
instaladoras, subcontratadas e subempreiteiras, valorizando as boas práticas 
implantadas nos canteiros de obras. 
O Prêmio SECONCI é dirigido às empresas da construção civil, visando 
obras de edificações (residenciais, comerciais, industriais, esportivas, 
portuárias, aeroportuárias, educacionais e hospitalares) e obras de arte (pontes 
e viadutos) 
 
3. PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO CANTEIRO DE OBRAS 
O sistema de gestão da qualidade pode ser definido com um conjunto de 
recursos e regras mínimas que tem como objetivo sinalizar para a empresa 
como executar de forma correta no e no tempo necessário. O sistema tem a 
função de planejar e coordenar as estratégias correspondentes aos 
objetivos e valores da empresa, motivar os funcionários e controlar os 
trabalhos e serviços. A implantação de um sistema de gestão da 
qualidade é importante, uma vez que a falta de uma sistematização de 
procedimentos e regras nas empresas da construção civil pode causar 
acidentes e comprometer as metas da organização. 
OBJETIVO: É objetivo constante do sistema de gestão da qualidade a 
melhoria contínua do desempenho integral da empresa, algumas vantagens 
devem motivar o trabalhador para que haja o envolvimento deste mesmo na 
melhoria dos processos contínuos, otimizando os resultados e atendendo aos 
requisitos do cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Pirâmide de necessidades humanas 
 
AÇÕES: 
 Áreas de Vicência e lazer no canteiro: 
1. Melhoria das instalações, higiene e limpeza das áreas de 
vivência e promoção de atividades de lazer. 
 Ergonomia: 
1. Ginástica laboral em campo; 
2. Realização de exames periódicos. 
 Participação e integração do trabalhador no dia a dia da obra: 
1. Diálogo mais aberto com a gerência; 
2. Definição de etapas do trabalho a ser feito; 
3. Apresentação e informações sobre a empresa. 
 Valorização Humana: 
1. Aniversário do mês; 
2. Homenagem aos pais 
3. Funcionário destaque do mês; 
4. Disponibilização de um psicólogo na obra. 
 Educação e treinamento: 
1. Formação de funcionários polivalentes e alfabetização no 
canteiro. 
2. Palestras informativas sobre: doenças, drogas, alcoolismo e 
tabagismo. 
 Incentivo à criação: 
1. Criação de concursos e prêmios aos talentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGUNDA PARTE 
1. SONDAGEM DO SOLO 
 Sondagem é um processo de exploração e reconhecimento do 
subsolo. 
 É utilizada para se obter informações para definir o tipo e a dimensão 
das fundações que servirão de base para as edificações. 
 Para conhecer o material do subsolo usamos um amostrador para 
trazer esse material até a superfície. 
 Para levar o amostrador até a profundidade desejada usamos a 
cravação por golpes. Aproveitamos essa cravação para medir a 
resistência do solo a essa penetração. 
 As informações do subsolo são importantes para o engenheiro 
projetista geotécnico e para o construtor. 
 Quando o projetista tem informações insuficientes ele super-
dimensiona o projeto para cobrir possíveis erros. 
OBJETIVOS: 
1. Definir a estratigrafia do solo; 
2. Identificar a natureza do solo em cada camada; 
3. Medir a resistência a penetração do maciço; 
4. Determinar o nível do lençol freático. 
NORMAS: 
NBR 8036 – Programação de sondagens de simples reconhecimento dos 
solos 
NBR 7250 – Identificação e descrição de amostras de solo obtidas em 
sondagem de reconhecimento dos solos 
NBR 6484 – Sondagens de simples reconhecimento com SPT 
NBR 6502 – Rochas e solos 
TIPOS DE SONDAGEM: 
 Sondagem a trado 
 Sondagem a percussão 
 Sondagem rotativa 
1. Sondagem a trado 
Sondagem a trado é um método de investigação geológico-geotécnica que 
utiliza como instrumento o trado; um tipo de amostrador de solo constituído por 
lâminas cortantes, que podem ser espiraladas (trado helicoidal ou espiralado) 
ou convexas (trado concha). Tem por finalidade a coleta de amostra 
deformada, determinação do nível d’água e identificação dos horizontes do 
terreno. Mas utilizada para coleta de amostras rasas. 
O processo consiste em perfurar o solo, já demarcado pelos piquetes 
cravados, com o trado concha até onde for possível. Quando o avanço com o 
trado concha se tornar difícil deverá ser utilizado o trado helicoidal, se tratando 
de solos argilosos. No caso de camadas de cascalho, deverá ser feita tentativa 
de avanço comuma ponteira. 
Se atingir o lençol freático, a sua profundidade deverá ser anotada. A 
sondagem a trado será dada por encerrada quando atingir a profundidade 
especificada no programa dos serviços; quando ocorrerem desmoronamentos 
sucessivos da parede do furo; quando o avanço do trado for inferior a 5 cm em 
10 minutos de operação continua de perfuração. 
Os testemunhos obtidos deverão ser agrupados em montes dispostos 
segundo a profundidade de coleta, e então, encaminhados para o laboratório 
para serem analisados. 
 
 
 
 
 
Figuras 1 e 2. Exemplos de sondagem a trado 
 
2. Sondagem a percussão 
Sondagem a percussão é um método para investigação de solos em que a 
perfuração é obtida através do golpeamento do fundo do furo por peças de aço 
cortantes. É utilizada tanto para a obtenção de amostras de solo, como dos 
índices de sua resistência à penetração. 
De acordo com as características do terreno e tipo de obra é determinada a 
quantidade e a posição dos pontos a serem sondados. Em cada ponto monta-
se um tripé com um conjunto de roldanas e cordas, sendo a amostra à zero 
metro coletada. Na base do furo apoia-se o amostrador padrão acoplado a 
hastes de perfuração. Marca-se na haste, com giz, um segmento de 45 cm 
dividido em trechos iguais de 15 cm. Ergue-se o peso batente de 65 kg até a 
altura de 75 cm e deixa-se cair em queda livre sobre a haste. 
Tal procedimento é repetido até que o amostrador penetre 45 cm do solo. A 
soma do número de golpes necessários para a penetração do amostrador nos 
últimos 30 cm é o que dará o índice de resistência do solo na profundidade 
ensaiada. 
Nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às operações de 
amostragem, deve-se utilizar o trado cavadeira ou o helicoidal até se atingir o 
nível d’água ou até que o avanço seja inferior a 5 cm após 10 minutos de 
operação. Nestes casos e passa-se ao método de perfuração por circulação de 
água (lavagem). Na perfuração por lavagem utiliza-se um trépano como 
ferramenta de escavação e a remoção do material é feita pela bomba d’água 
motorizada. 
O ensaio será interrompido quando já tiver atingido o critério técnico 
adequado para aquela obra ou atingir o impenetrável. 
As amostras coletadas a cada metro são acondicionadas, etiquetadas e 
enviadas ao laboratório para análise táctil-visual do material por geólogo 
especializado. 
As amostras extraídas recebem classificação quanto às granulometrias 
dominantes, cor, presença de minerais especiais, restos vegetais e outras 
informações relevantes encontradas. A indicação da consistência ou 
compacidade e da origem geológica da formação, complementa a 
caracterização do solo. 
No relatório final constará a planta do local da obra com a posição 
das sondagens e o perfil individual de cada sondagem e/ou seções do 
subsolo; indicando a resistência do solo a cada metro perfurado, o tipo e a 
espessura do material e as posições dos níveis d’água, quando encontrados 
durante a perfuração. 
 
 
 
Figura 3. Esquema simplificado da sondagem a percussão 
 
 
 
 
 
Figuras 4 e 5. Exemplos de sondagem a percussão. 
 
3. Sondagem rotativa 
Sondagem rotativa é um método de investigação que consiste no uso de 
um conjunto motomecanizado, projetado para a obtenção de amostras de 
materiais rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através de ação 
perfurante dada basicamente por forças de penetração e rotação que, 
conjugadas, atuam com poder cortante. Usada para a perfuração de maciços 
rochosos com obtenção e preservação de amostras de rochas. Este método de 
sondagem é feito por meio de equipamento motomecanizado pesado, que 
consiste na rotação de uma coroa cortante com aplicação simultânea de 
pressão para avanço vertical, podendo atingir grandes profundidades. 
Utilizada quando há uma cobertura de material terroso (solo) sobre o 
maciço rochoso no local onde será executada a sondagem rotativa. 
Neste caso, a perfuração inicia-se com a sondagem a percussão e quando a 
resistência do material atinge 50 golpes para 30 cm no ensaio SPT, inicia-se 
então a perfuração com a sondagem rotativa. 
 
 
Figura 6. Exemplo de sondagem rotativa 
 
 
Figura 7. Equipamento usado na sondagem rotativa 
 
 
2. FLUXO DE PROCESSO – SONDAGEM 
 
1) Realizar limpeza da área a ser feita a sondagem retirando todos os 
obstáculos. Deverá também ser aberto um sulco ao seu redor para desviar a 
agua, no caso de chuvas. 
2) Fazer a marcação dos pontos a serem perfurados com piquetes 
contendo a identificação da sondagem. 
3) Iniciar a sondagem com trado concha até onde possível. 
4) Avançar a escavação com trado helicoidal, retirar o testemunho e separá-
lo de acordo com as profundidades de coleta. 
5) Se atingir o nível freático ou o avanço do trado for inferior a 5 cm em 10 
minutos, continuar a perfuração com o método de percussão com circulação de 
água. 
6) Executar a cada metro o ensaio de penetração. Este ensaio consiste na 
cravação do barrilete amostrador, através do impacto de um martelo de 65 kg 
caindo livremente de uma altura de 75 cm. 
7) Fazer o procedimento até a penetração do amostrador atingir 45 cm, não 
atingindo 50 golpes, se ultrapassar o terreno é impenetrável ao SPT. Anotar a 
quantidade de golpes e retirar o testemunho. 
8) Se desejar atingir maiores profundidades e terrenos de difícil acesso, 
como rochas, utilizar a sondagem rotativa. 
 
3. Locação de obra 
Processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o 
terreno, ou seja: 
 Recuos; 
 Afastamento; 
 Alicerces; 
 Paredes; 
 Aberturas, etc. 
Locar significa transpor para o terreno, em verdadeira grandeza, os 
desenhos da edificação elaborados na fase de projeto, com todos os seus 
elementos planejados, como paredes, fundação, pilares, desníveis, etc. 
Inicialmente, todos os serviços de movimentação de terra, contenção e 
drenagem do terreno devem ter sido concluídos. 
Em seguida, é necessário definir o ponto de referência, que pode ser: 
 Alinhamento da rua; 
 Um poste no alinhamento do passeio; 
 Lateral do terreno. 
Tipos de locação: 
01. Locação por cavaletes 
Os alinhamentos são fixados por pregos cravados em cavaletes. Estes são 
constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre 
elas. 
Indicada para obras de pequeno porte e com poucos elementos a serem 
locados. Utiliza menor quantidade de material, por isso se torna vantajoso. 
 
 
Figura 1. Locação de obra por cavaletes 
 
Figura 2. Exemplo de locação por cavalete 
 
02. Locação por tábua corrida 
Também conhecida por tabela ou tabeira. Consiste em contornar toda a 
futura edificação com um cavalete continuo constituído de estaca e tábuas 
niveladas e em esquadro. Circunda todo o entorno do edifício afastada cerca 
de 1,2 m da futura construção e com intervalos de 1,5m a 3m entre as estacas. 
É indicada para obras com muitos elementos a serem locados. Para uma 
maior garantia (obras grandes) convém concretar a base das estacas, 
aguardando, pelo menos, 24 horas para dar continuidade à locação. 
 
 
Figura 3. Locação de obra por tábua corrida 
 
 
Figura 4. Exemplo de locação por tábua corrida 
Para evitar erros e sua propagação: 
- Marcar coordenadas sempre a partir da mesma origem; 
- Marcação com cotas acumuladas; 
- Marcação dos eixos primeiro, a partir da origem; 
- Marcação das faces a partir dos eixos; 
- Identificação dos eixos e faces com algum código. 
 
FLUXO DE PROCESSO - LOCAÇÃO 
1) Realizar limpeza do terreno; 
2) Definir um ponto de referência; 
3) Marcar os limites do terreno;4) Marcar uma das faces a 1,2m da construção; 
5) Cravar os pontaletes e estacas com intervalos de 1,5m a 3m, alinhando 
e nivelando; 
6) Marcar e confeccionar as demais faces usando triangulo retângulo a 90°; 
7) Demarcar no topo da tabua interna os eixos, faces, laterais de paredes, 
com pregos; 
8) Marcar todos os pontos de referência na tabua para facilitar a 
localização de elementos a serem executados. 
 
TERCEIRA PARTE 
QUESTIONÁRIO 
 
01. Qual a função da sondagem? 
Conhecer o material do subsolo para obter informações para definir o tipo e 
a dimensão das fundações que serão a base da edificação. 
 
02. O que é o SPT? 
É um ensaio executado durante uma sondagem a percussão com o 
propósito de se obter índices de resistência a penetração do solo. 
 
03. Onde é usada a sondagem rotativa? 
É usada em obras de grande porte, para penetrar solos alterados e rochas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Locação de Obra. Disponível em: 
www.ebah.com.br/content/ABAAAA68MAG/locacao-obra 
 
Guia completo sobre locação de obras. Disponível em:construfacilrj.com.br › 
Manual da Construção Civil 
 
Locação de Obras. Disponível em: 
contru12010ajamilacandido.blogspot.com/2010/.../locacao-de-obras

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