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Teóricos Brasileiros da Geopolítica

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TEÓRICOS BRASILEIROS DA GEOPOLÍTICA
 
Nesse trabalho trataremos dos principais teóricos como Mario Travassos, Therezinha de Castro, Golbery do Couto e Silva e Carlos de Meira Mattos. Além de destacar suas contribuições para o cenário geopolítico brasileiro, as medidas adotadas pelo Estado e estabelecer uma crítica aos pontos que não foram adotados.
Destarte, este trabalho tem como finalidade apresentar sugestões geopolíticas para reduzir o lado negativo causado pelos grandes aglomerados urbanos na qualidade de vida da população.
MARIO TRAVASSOS
O geopolítico faleceu em Julho de 1973 no Rio de Janeiro. Deixou como legado, importantes análises acerca da condição geográfica dos países sul-americanos e sua influencia na balança de poder entre os estudos que compõe tal continente. Suas obras tiveram forte influência na política interna brasileira no período Vargista e Militar, direcionando políticas que fortalecessem a defesa territorial do país.
O livro "Projeção continental do Brasil", deu a Travassos o título de ˜Pai da geopolítica brasileira". Travassos observa que as bacias hidrográficas do Amazonas "sob controle do Brasil" e do Prata "sob o controle da Argentina", essenciais para a penetração na América do Sul, chegam até o plano boliviano, conferindo-lhe o caráter de pivô geográfico. Assim, pode-se observar o porquê de o autor considerar a Bolívia "o centro geográfico do continente". O levando a sugerir que o Estado brasileiro implante uma infraestrutura de transportes, por meio de navegação fluvial no Amazonas e da estrada de ferro no Mato Grosso. Possibilitando quebrar o controle Argentino exercido sobre a economia boliviana. Além disso, realça também a importância do triângulo geopolítico boliviano como polo de convergência das influências Atlântico-Pacífico. O poder sul-americano que conseguir controlar esse triângulo-chave, dominará a política continentalista regional.
Deste modo, Travassos propõe uma política de transportes que neutralize, a nosso favor, desequilíbrios potenciais oferecidos pelos antagonismos fisiográficos existentes. Estas políticas ainda beneficiariam a comunicação com as diversas regiões do país, contribuindo para o povoamento das regiões do interior isoladas entre si, através de ampla conjugação das redes ferroviária, hidroviária e aérea. Essa rede de transporte deveria ser completada com uma rede ferroviária para os portos brasileiros do Atlântico.
Por conseguinte, o Estado Novo colocou em prática uma verdadeira política territorial, promovendo a "marcha para o oeste" brasileiro. Logo depois, a Fundação Brasil Central, começa a implantar uma infraestrutura de transportes no Centro-oeste do território.
Contudo, a partir de 1985, a crise do estado brasileiro forçou o abandono relativo dos projetos de desenvolvimento nacional. Isto se acentuou ainda mais no fim Guerra Fria. Agora não haveria mais porque pensar em estratégia e sim no mercado.
THEREZINHA DE CASTRO
	Rumo à Antártica (1976), foi uma das suas principais obras, enfatiza a importância de o Brasil reivindicar seu espaço no continente Antártico, visto que essa região agrega relevantes objetivos geopolíticos e geoestratégicos. Após assinar o Tratado da Antártica em 1975, o país passou a oficializar seu posicionamento na Antártica.
	Therezinha de Castro também faz abordagens sobre a África Subsaariana e a sua caracterização como “ilha do mundo” – parafraseando Mackinder, além de destacar seu valor geopolítico no que diz respeito a jazidas de petróleo e disponibilidade de recursos minerias. Falou também sobre geoestratégia do Atlântico Sul, integração do Cone Sul, bacia do Caribe e problemas amazônicos.
	No que diz respeito á América do Sul, Therezinha atribui à vocação geopolítica à geografia do continente. Destaca as bacias de Orenco, Platina e Amazônica como constituintes da área de atuação geopolítica e geoestratégica.
	Em suma, Therezinha de Castro possui grande repercussão ao tratar de temas tão variados com maestria. Relacionado ao Brasil na Antártica, podemos destacar o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) que mantém uma estação de pesquisa na região Antártica. Seu objetivo político foi preservar o direito do Brasil de participar das reuniões consultivas periódicas sobre o continente Antártico. Ali desenvolve-se expedições científicas além de atividades de pesquisa científica.
GOLBERY DO COUTO E SILVA
	Golbery acreditava na utilização das Forças Armadas nos serviços do Estado sempre como um instrumento de valor acrescido na defesa e na segurança de um país. Assim como Viana, acreditava que o autoritarismo era apenas uma passagem para o desenvolvimento de uma sociedade democrática. O general direciona suas luzes sobre o projeto desenvolvimentista brasileiro, faz radiografia do brasil contemporâneo e sugere ações políticas.
	O autor de “Conjuntura Política Nacional”, acredita que o Brasil apresenta as condições necessárias para dividir com os Estados Unidos o papel de “gendarme das Américas” e com isso se tornar uma “grande potência”. Para Golbery, Maximizar o poder nacional é uma exigência imposta pela sensação onipresente da guerra e portanto se torna um dever das nações preocupadas ao futuro da “vizinhança”.
	Se preocupa fundamentalmente com a Segurança nacional, que para ele, se realiza apenas pelo desenvolvimento econômico. Se posiciona de maneira verdadeiramente pró-americana, e postula que o Brasil deve projetar sua influência para fora de suas fronteiras. Para o General o Brasil deveria assumir sua posição de defensor do Atlântico Sul, como fundamenta na Teoria dos Hemicírculos.
	Atualmente, muito se discute sobre as ideias de Golbery, principalmente no que diz respeito a hegemonia do Brasil na defesa do Atlântico Sul, destituindo dos EUA a pax que os mesmos impuseram pelas aguas. O domínio do Atlântico Sul para o brasil, traria benefícios econômicos de grande valor. Quando pensamos nas possibilidades de comércio com os países Africanos e trocas com as potencias do Oceano Índico. Além disso, ainda há a possibilidade de encontrar grandes poços de petróleo e gás. O nosso protagonismo no Atlântico Sul deve ser imposto de imediato para alavancar o crescimento econômico e representação mundial do Brasil frente ao mundo.
CARLOS DE MEIRA MATTOS
	Em sua obra “Brasil – Geopolítica e Destino”, o autor defendeu a integração do interior brasileiro por intermédio de um projeto de desenvolvimento econômico que privilegiasse a ocupação. Propõe um sistema vial terrestre que atraísse para os nossos portos atlânticos do Sul o interesse das regiões platinas brasileiras, assim visando uma correção geopolítica que neutralizasse a força carreadora sobre o nosso território da rede fluvial platina, algo que hoje chamamos de “corredores de exportação”, algo que Travassos já havia apresentado em 1931. Propôs uma geopolítica Pan-Amazônica, um plano de ocupação humana integrada às características geográficas da região.
	Cita três frente históricas de abordagem da Pan-Amazônia: a vertente andina, a frente do Planalto Central, e o do litoral Atlântico. Para ele, era fundamental dinamizar a frente andina. Apesar das diversas tentativas de integração regional com a região amazônica, nenhuma delas obteve o sucesso desejado. O General Meira Mattos, entende que deve-se buscar o equilíbrio entre visões endógenas e exógenas em relação à Amazônia.
	Meira Mattos sintetizou e atualizou muitos dos pensamentos de seus antecessores, especialmente de Travassos e Golbery; como apresenta em seu livro “Geopolítica e Modernidade”. Ainda, Mattos tenta estabelecer conceitos básicos de poder, potencia mundial e papel do Estado para se alcançar o desenvolvimento.
	Atualmente as obras de Meira Mattos é utilizada para manter em discussão as obras de seus antecessores. Pensando na Amazônia, defendeu a criação da Zona Franca de Manaus e sua integração com o resto do país. Priorizou as Forças Armadas nessas incursões para o norte e foi um dos contestadores do determinismo geográfico alemão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Combase nas asserções acima, podemos entender que a procura por uma integração nacional, através de políticas governamentais de desenvolvimento e o uso do aparato estatal para elevar o Brasil ao nível de soberano, com ampla participação nas decisões geopolíticas do continente Sul-Americano e hegemonia no Atlântico Sul, são buscadas pelos geopolíticos acima citados.
	Além disso um alinhamento com a frente norte americana, mais precisamente com o capitalismo estadunidense para o desenvolvimento nacional, são perspectivas propostas pelos geopolíticos Golbery do Couto e Silva e Carlos de Meira Mattos. Ambos tiveram grande influência nas decisões governamentais, porém apenas Meira Mattos obteve maior destaque frente as suas elaborações. Inclusive servindo como estudo para as Forças Armadas e resgate dos geopolíticos anteriores.
SUGESTÕES GEOPOLÍTICAS
	A partir dos expostos acima e da leitura complementar dos livros propostos, as sugestões geopolíticas para reduzir o lado negativo causado pelos grandes aglomerados urbanos na qualidade de vida da população são:
Melhoria significativa na rede de transportes, sendo ela integrada e condicionada a geografia do lugar. Contribuindo para um espaço urbano menos poluidor e viabilizando a diminuição dos adensados populacionais, possibilitando também a maior interiorização populacional.
Isto posto, sua viabilização dar-se-á através de estudos sobre a geografia física e mapeamento do relevo do lugar, fazendo o meio de transporte adaptar-se ao ambiente. Onde fosse concentrado grandes porções de lagos e rios, seria viável a implantação de barcos como meios de transportes, assim como visto em aglomerados urbanos que possuem em seu relevo rios e grandes lagos. Estes barcos fariam integração com os outros meios de transporte vigente. Os meios de transporte sempre aproveitariam a geografia do lugar e otimizariam o encurtamento de distâncias.
Visando propriamente a preservação do meio ambiente, como meios de transporte de massas, e implementados de forma massiva, tenderiam a diminuir a emissão de poluentes e criariam uma malha de transportes capaz de atender os extremos do aglomerado urbano. Aumentando a construção de fixos e demandando o uso em massa dos fluxos.
Esta medida, no que se refere as consequências sócias, trariam maior tempo de lazer para o cidadão, e menos estresse no transporte. Por conseguinte, as doenças causadas pelo estresse tenderiam a diminuir e os cuidados dos pais com seus filhos tenderiam a aumentar; já que seria verificável um maior tempo para eles. No que concerne a vida noturna, é possível prever um aumento nos gastos individuais, já que o indivíduo terá mais tempo e disposição para frequentar boates e bares. Movimentando ainda mais a economia do meio urbano.
Outra sugestão geopolítica está na oferta por parte do governo de estimular a ida de indústrias e pequenas manufaturas para o interior do território, a partir da implantação de uma política de incentivos fiscais como vemos atualmente. Entretanto, essas bases materiais, deveriam estar interligadas, de forma a não criar ilhas de desenvolvimento. Tendo como base de ligação a rede de transportes. Permitindo aos trabalhadores e população em geral, circular por essas regiões, descentralizando a concentração populacional e permitindo uma livre escolha de espaço para estabelecer moradias.
Este processo aumentará a liberdade de movimento individual, e segurança do território, principalmente nas regiões de fronteira. A partir disso o indivíduo que mora no aglomerado urbano terá a opção de visitar e até mesmo morar nesses espaços, entrando em contato com o bucolismo do lugar, permitindo um aumento significativo da qualidade de vida da população. Ainda, esta política pública permitiria a criação de bases de agriculturas familiares ao redor desses espaços, contribuindo para a distribuição de alimentos frescos e saudáveis disponibilizados à população.

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