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FUNÇÕES DA LINGUAGEM - lista de exercícos com gabarito

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Colégio Lúcia Vasconcelos® - Concursos Públicos e Vestibulares – Fone: (62) 3093-1415 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 1 Acesse os materiais extras no site: 
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
01 - (PUC SP) Vidas Secas, apesar da objetividade de lingua-
gem e secura de estilo, reveste-se, com frequência, de fina poesia 
e revela sensível lirismo. Assim, indique, dos trechos abaixo, o 
que apresenta a função dominantemente poética, como resultado 
do processo de seleção e de combinação das palavras e gerador 
de efeito estético. 
a) Fabiano, meu filho, tem coragem. Tem vergonha, Fabi-
ano. Mata o soldado amarelo. Os soldados amarelos são uns des-
graçados que precisam morrer. Mata o soldado amarelo e os que 
mandam nele. 
b) As contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e 
contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e 
o patrão queria enganá-lo. Enganava. Que remédio? 
c) Como era que sinhá Vitória tinha dito? A frase dela tor-
nou ao espírito de Fabiano e logo a significação apareceu. As ar-
ribações bebiam a água. Bem. O gado curtia sede e morria. Mui-
to bem. As arribações matavam o gado. Estava certo. Matutando, 
a gente via que era assim, mas sinhá Vitória largava tiradas em-
baraçosas. Agora Fabiano percebia o que ela queria dizer. 
d) De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de 
riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar des-
truição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes mingua-
rem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs e a verme-
lhidão sinistra das tardes. 
e) Os três pares de alpercatas batiam na lama rachada, seca 
e branca por cima, preta e mole por baixo. A lama da beira do ri-
o, calçada pelas alpercatas, balançava. 
 
02 - (UNIFOR CE) 
 
 
No quadrinho acima, observamos um problema de comunicação 
entre os personagens. Assinale a alternativa que apresenta o ele-
mento da comunicação que levou a esse problema. 
a) Canal. 
b) Código. 
c) Referente. 
d) Mensagem. 
e) Emissor. 
 
03 - (ENEM) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se 
desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores 
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto 
e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que 
regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua 
reprodução, crescimento e migrações. 
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
 
Predomina no texto a função da linguagem 
 
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em re-
lação à ecologia. 
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de 
comunicação. 
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recur-
sos de linguagem. 
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamen-
tos do leitor. 
e) referencial, porque o texto trata de noções e informa-
ções conceituais. 
 
04 - (UFOP MG) A metalinguagem está presente nestes ver-
sos de A Educação pela Pedra, de João Cabral de Melo Neto, 
exceto em: 
a) Certo poema imaginou que a daria a ver 
(sua pessoa, fora da dança) com o fogo. 
Porém o fogo, prisioneiro da fogueira, 
tem de esgotar o incêndio, o fogo todo; 
e o dela, ela o apaga (se e quando quer) 
ou o mete vivo no corpo: então, ao dobro. 
(MELO NETO, J. C. de. Dois P.S. a um poema. 
 In: A educação pela pedra. Rio de 
Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 218) 
b) Catar feijão se limita com escrever: 
jogam-se os grãos na água do alguidar 
e as palavras na da folha de papel; 
e depois joga-se fora o que boiar. 
Certo, toda palavra boiará no papel, 
água congelada, por chumbo seu verbo: 
pois, para catar esse feijão, soprar nele, 
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 
(MELO NETO, J. C. de. Catar feijão. In: A 
 educação pela pedra. Rio de Janeiro: 
Alfaguara, 2008, p. 222) 
c) Durante as secas do Sertão, o urubu, 
de urubu livre, passa a funcionário. 
O urubu não retira, pois prevendo cedo 
que lhe mobilizarão a técnica e o tacto, 
cala os serviços prestados e diplomas, 
que o enquadrariam num melhor salário, 
e vai acolitar os empreiteiros da seca, 
veterano, mas ainda com zelos de novato: 
aviando com eutanásia o morto incerto, 
ele, que no civil quer o morto claro. 
(MELO NETO, J. C. de. O urubu mobilizado. 
In: A educação pela pedra. Rio 
de Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 209) 
d) Quando um rio corta, corta-se de vez 
o discurso-rio de água que ele fazia; 
cortado, a água se quebra em pedaços, 
em poços de água, em água paralítica. 
Em situação de poço, a água equivale 
a uma palavra em situação dicionária: 
isolada, estanque no poço dela mesma; 
e porque assim estanque, estancada; 
e mais: porque assim estancada, muda, 
e muda porque com nenhuma comunica, 
porque cortou-se a sintaxe desse rio, 
o fio de água por que ele discorria. 
(MELO NETO, J. C. de. Rios sem discurso. 
In: A educação pela pedra. Rio de 
Janeiro: Alfaguara, 2008, p. 229-230) 
 
05 - (ESPM SP) Leia: 
 
Sim, mas não esquecer que para escrever não-importa-o-quê o 
meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será 
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 2 Acesse os materiais extras no site: 
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feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um 
sentido secreto que ultrapassa palavras e frases. 
(Clarice Lispector) 
 
Nesse trecho o texto se volta para o próprio texto, incluindo-se aí 
o questionamento sobre a criação literária, por isso pode-se afir-
mar que está presente a função da linguagem: 
a) emotiva 
b) conativa 
c) fática 
d) referencial 
e) metalingüística 
 
06 - (UEMG) A utilização da função metalingüística da lin-
guagem é um recurso comum às obras Auto da Compadecida, de 
Ariano Suassuna e Meus poemas preferidos, de Manuel Bandei-
ra, sabendo-se que tal recurso ocorre dentro dos respectivos gê-
neros literários. Marque, a seguir, a alternativa cujo fragmento 
textual NÃO comprova a afirmação acima: 
a) “O comentário musical da paisagem só podia ser o sus-
surro sinfônico da vida civil. 
No entanto o que ouço neste momento é um silvo agudo sagüim 
: (...) 
b) “ PALHAÇO 
É preciso mudar o cenário, para a cena do julgamento de vocês. 
Tragam o trono de Nosso Senhor! Agora a igreja vai servir de 
entrada para o céu e para o purgatório.(...)” 
c) “Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no di-
cionário 
[ o cunho vernáculo de um vocábulo 
Abaixo os puristas 
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais (...)” 
d) “Vede como primo 
Em comer hiatos! 
Que arte! E nunca rimo 
Os termos cognatos.” 
 
07 - (ENEM Simulado) 
Sentimental 
 
1 Ponho-me a escrever teu nome 
Com letras de macarrão. 
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 
4 e debruçados na mesa todos contemplam 
esse romântico trabalho. 
 
Desgraçadamente falta uma letra, 
7 uma letra somente 
para acabar teu nome! 
— Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! 
 
10 Eu estava sonhando... 
E há em todas as consciências este cartaz amarelo: 
“Neste país é proibido sonhar.” 
ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995. 
 
Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predomi-
nância das funções da linguagem no texto de Drummond, pode-
se afirmar que 
a) por meio dos versos “Ponho-me a escrever teu nome” 
(v. 1) e “esse romântico trabalho” (v. 5), o poeta faz referências 
ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos. 
b) a linguagem essencialmente poética que constitui os 
versos “No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados 
na mesa todos contemplam” (v. 3 e 4) confere ao poema uma 
atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados 
constitutivos de uma cena realista. 
c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagemcentrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, 
ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente. 
d) em “Eu estava sonhando...” (v. 10), o poeta demonstra 
que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteri-
ormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlo-
cutores do que em expressar algo sobre si mesmo. 
e) no verso “Neste país é proibido sonhar.” (v. 12), o poeta 
abandona a linguagem poética para fazer uso da função referen-
cial, informando sobre o conteúdo do “cartaz amarelo” (v. 11) 
presente no local. 
 
08 - (ENEM Simulado) Em uma famosa discussão entre pro-
fissionais das ciências biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou 
uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do cloro-
fórmio”. De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabe-
mos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais pos-
sível visualizar um biólogo em atividade com apenas um mi-
croscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio de compu-
tadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem com-
putador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não ti-
vesse sido inventado. 
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? 
OceanAir em Revista, nº- 1, 2007 (adaptado). 
 
Neste texto, a função da linguagem predominante é 
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do 
plural. 
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológicas, 
em que elementos como o clorofórmio e o computador impulsi-
onaram o fazer científico. 
c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois 
mundos distintos: o das ciências biológicas e o da tecnologia. 
d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu lei-
tor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências médi-
cas quanto o computador para as exatas. 
e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o 
redator está tentando convencer o leitor de que é impossível tra-
balhar sem computador, atualmente. 
 
09 - (UFLA MG) No livro “Nove Noites”, de Bernardo Carva-
lho, observa-se uma forma peculiar da escrita, denunciada pelos 
recursos estilísticos empregados, em que a função emotiva da 
linguagem “mistura-se” à função referencial, pois 
a) busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um 
apelo, o que revela uma realidade nem sempre compreendida pe-
lo leitor. 
b) tem em vista produzir um efeito estético, mediante des-
vios da norma e de inovações da linguagem. 
c) junta habilmente realidade e ficção – combinação de 
memória e imaginação. 
d) visa à exploração do discurso, já que vários mistérios 
são interligados, com o objetivo de descrever “os altos e baixos” 
da integração cultural. 
 
10 - (UEMS) As funções de linguagem que predominam nos 
períodos abaixo são, respectivamente: 
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médi-
co. 
Seu médico sabe o momento ideal para suspender o tratamento. 
a) referencial e poética 
b) metalingüística e referencial 
c) emotiva e fática 
d) conativa e referencial 
e) referencial e conativa 
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 3 Acesse os materiais extras no site: 
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11 - (UEPB) 
“A professora do Bocão está corrigindo o dever de casa. 
Aí, balança a cabeça, olha para o Bocão e diz: 
– Não sei como uma pessoa só, consegue cometer tantos erros. 
E o Bocão explica: 
– Não foi uma pessoa só, professora. Papai me ajudou.” 
(ZIRALDO, Alves Pinto. Rolando de rir. O livro das gargalhadas do Menino 
Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2001. p. 20) 
 
Em relação ao texto acima, pode-se concluir que 
 
I. há predominância da função metalingüística. 
II. as falas dos interlocutores se sucedem sem a presença 
do narrador. 
III. a comicidade do texto se dá em razão da interpretação 
literal de “Bocão”. 
 
Analise as proposições e marque a alternativa conveniente. 
a) Apenas II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas III está correta. 
e) I, II e III estão corretas. 
 
12 - (UFRRJ) Texto IV 
 
Procura da Poesia (fragmento) 
 
[...] 
Penetra surdamente no reino das palavras. 
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. 
Estão paralisados, mas não há desespero, 
há calma e frescura na superfície intata. 
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. 
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. 
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. 
Espera que cada um se realize e consume 
com seu poder de palavra 
e seu poder de silêncio. 
[...] 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. 2.ª 
ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.) 
 
Nesse fragmento, Drummond dá ênfase a que componente da 
comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal ou re-
ferente? Considerando o elemento em destaque, informe qual 
das seis funções da linguagem predomina no texto? 
 
13 - (UFGD MS) Leia o poema de Mário Quintana e responda 
à questão 
 
O poema 
 
Um poema como um gole d´água bebido no escuro. 
Como um pobre animal palpitando ferido. 
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta 
noturna. 
Um poema sejm outra angústia que a sua misteriosa condição de 
poema. 
Triste. 
Solitário. 
Único. 
Ferido de mortal beleza. 
 
É curioso que o texto tem por título “O poema”, revelando a pre-
sença de um das funções da linguagem predominante na inten-
ção do poeta, a saber: 
a) função emotiva; 
b) função referencial; 
c) função metalinguística; 
d) função fática; 
e) função conativa. 
 
14 - (UFG GO) Uma propaganda a respeito das facilidades o-
ferecidas por um estabelecimento bancário traz a seguinte reco-
mendação: 
 
Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça: vírgulas signi-
ficam pausas. 
VEJA. n. 1918. São Paulo, 17 ago. 2005, p. 17. 
 
Nesse texto, observa-se um exercício de natureza metalingüísti-
ca. Explique como esse recurso auxilia a construção do sentido 
pretendido para persuadir o leitor. 
 
15 - (UCS RS) Leia O poema, de Mário Quintana 
 
Um poema como um gole d’água bebido no escuro. 
Como um pobre animal palpitando ferido. 
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta 
noturna. 
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de 
poema. 
Triste. 
Solitário. 
Único. 
Ferido de mortal beleza. 
(QUINTANA, Mário. 80 anos de poesia. São Paulo: Globo, 2003, p. 84.) 
 
Em relação ao poema transcrito, é correto afirmar que 
a) o sujeito poético descreve sua angústia diante da impos-
sibilidade de escrever um poema. 
b) foi construído a partir de imagens as quais, gradativa-
mente, indicam um processo de autoconsciência do eu-lírico. 
c) se evidencia o conflito do eu-lírico, através do emprego 
de imagens caricaturais. 
d) o eu-lírico define poema, pela comparação e pelo uso de 
uma linguagem simbólica. 
e) tem um tom irônico, o qual resulta numa crítica a de-
terminado modo de escrever. 
 
16 - (UFMS) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 
01. A predominância de verbos no presente do indicativo 
mostra um locutor engajado, que se compromete com aquilo que 
enuncia. 
02. O uso de “você” para se dirigir ao cliente é uma estraté-
gia utilizada pelo banco para indicar proximidade, intimidade. 
04. Apesar de se tratar de um diálogo, o Sudameris aparece 
como 3a pessoa (ele) e não como 1a (eu), como seria de esperar. 
08. O “nós”, que aparece no final do anúncio, refere-se tan-
to ao locutor (equipe de profissionais do banco) quanto ao inter-
locutor (cliente). 
16. O uso do imperativo (“sinta-se”, “ligue”) confere ao 
texto um “tom” de obrigatoriedade que destoa da linguagem se-
dutora, própria de anúncios publicitários. 
 
17 - (UNAERP SP) Assinale a opção cuja função de lingua-
gem não está corretamente analisada. 
a) "O poema que segue é omais popular de Alphonsus de 
Guimarães. O texto situa-se na parte de sua obra que se inclina a 
buscar algumas sugestões de forma e conteúdo na tradição poéti-
ca medieval." (poética) 
b) "Anda em mim, soturnamente, Uma tristeza ociosa, 
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Sem objetivo, latente, 
Vaga, indecisa, medrosa" (emotiva) 
c) "Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio, 
guarde-o na mochila. Dá pra escutá-lo do mesmo jeito." (conati-
va) 
d) "Ah! Jamais ter necessidade de pronunciar essa interjei-
ção…" (metalingüística) 
e) "Neandertais comiam neandertais." As referências são 
fortes. Os nossos primos neandertais extintos há uns 30.000 a-
nos, comiam seus semelhantes. (referencial) 
 
18 - (UNIMES SP) “A americana não entendia. 'Pois sim' que-
ria dizer não e 'Pois não' queria dizer sim? Tentaram lhe expli-
car. 'Pois sim' tinha o sentido de 'imagine se alguém diria sim pa-
ra isso', e 'pois não' o sentido contrário. Então o que queria dizer 
a palavra 'pois'? Era complicado. E a americana ficou ainda mais 
impaciente quando, em vez de lhe darem uma resposta, disseram 
'Pois é... ' Até que também perderam a paciência com a america-
na e alguém sugeriu: 'Perguntem a ela sobre a guerra no Iraque.' 
Luís Fernando Veríssimo. O Estado de S.Paulo. 14/08/2005, p. D14. 
 
Nos trechos em que se tenta explicar para a americana os senti-
dos de construções típicas da língua portuguesa, predomina a 
função 
a) referencial da linguagem. 
b) conativa da linguagem. 
c) fática da linguagem. 
d) metalingüística da linguagem. 
e) emotiva da linguagem. 
 
19 - (PUC MG) Leia atentamente o poema a seguir. 
 
XIII 
Estou atravessando um período de árvore. 
O chão tem gula de meu olho por motivo que 
[meu olho tem escórias de árvore. 
(...) 
O chão deseja meu olho por motivo que meu olho 
[possui um coisário de nadeiras 
O chão tem gula de meu olho pelo mesmo motivo 
 [que ele tem gula por pregos por latas por folhas 
A gula do chão vai comer meu olho. 
No meu morrer tem uma dor de árvore. 
 
Sobre ele, é INCORRETO afirmar que: 
a) privilegia as coisa ínfimas, os restos, o lixo como ima-
gens recorrentes. 
b) utiliza a repetição como recurso construtivo. 
c) faz uso de metalinguagem e intertextualidade. 
d) afirma a identificação do sujeito poético com as coisas. 
 
20 - (UFAL) Graciliano Ramos, em São Bernardo, fala várias 
vezes, por meio da personagem Paulo Honório, sobre a arte de 
escrever romance _ o que se pode observar na seguinte passa-
gem: 
 
_ Vá para o inferno, Gondim. Está pernóstico, está safado, está 
idiota. Há lá ninguém que fala dessa forma. 
 
(...) Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu 
Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios, naturalmente, 
mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escre-
ver como falo, ninguém me lia. 
Identifique a função predominante da linguagem exemplificada 
no texto. Justifique sua resposta. 
 
21 - (UFAL) 
 
 
 
 
a) Explique os recursos persuasivos da mensagem publici-
tária acima, identificando a função predominante da linguagem. 
b) Ocorre no cartaz um caso de desrespeito à norma culta 
da língua. 
 
I. Identifique-o. 
II. Reescreva o texto, de acordo com essa norma. 
 
22 - (MACK SP) 
I 
Como são belos os dias 
Do despontar da existência! 
— Respira a alma inocência 
Como perfumes a flor; 
O mundo – um sonho dourado, 
A vida – um hino d’amor! 
 Casimiro de Abreu 
 
II 
 Lembramo-nos (...), com saudade hipócrita, dos felizes 
tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, 
não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de muito lon-
ge a enfiada de decepções que nos ultrajam. 
 Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual 
aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que correram 
como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em 
todas as datas. 
Raul Pompéia 
 
Com relação ao texto I, é correto afirmar que: 
a) a métrica regular, as rimas alternadas e a temática bucó-
lica são traços típicos do lirismo setecentista do autor. 
b) o tom exclamativo, associado ao tema do mito do pri-
meiro amor, comprova seu estilo parnasiano. 
c) o predomínio de orações subordinadas na recriação da 
infância perdida revela que o texto é renascentista. 
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d) o tom irreverente dos dois primeiros versos e a lingua-
gem formal comprovam seu estilo modernista. 
e) a idealização do passado e a linguagem emotiva são ín-
dices do estilo romântico. 
 
23 - (PUC SP) Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: 
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já 
não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto ser-
vindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à fun-
ção da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. 
Indique a alternativa que explicita essa função. 
a) Função emotiva 
b) Função referencial 
c) Função fática 
d) Função conativa 
e) Função poética 
 
24 - (PUC MG) Todas as afirmações, sobre o enredo do ro-
mance Jorge, um brasileiro, estão corretas, EXCETO: 
a) As idas de Jorge à casa de D. Olga ocorrem quando da 
construção da estrada Brasília-Acre. 
b) O conserto dos caminhões concreteiros, trabalho reali-
zado a duras penas por Jorge, ocorre depois que seu patrão, o Sr. 
Mário, se desfaz da oficina de Volkswagen. 
c) O encontro com dona Helena ocorre depois que Jorge 
volta da viagem a Caratinga. 
d) Logo no início da viagem de retorno para Belo Hori-
zonte, Jorge enfrenta um contratempo: a carreta que era dirigida 
por ele atropela um homem. 
e) Na viagem de ida para Caratinga, o ônibus em que Jor-
ge estava choca- se com um caminhão-tanque, e Jorge dá teste-
munho favorável ao caminhoneiro na delegacia local. 
 
25 - (ITA SP) Assinale a opção que apresenta a função da lin-
guagem predominante nos fragmentos abaixo: 
 
 ( I ) 
 Mana Rosa quase que aceitava, de uma vez, 
 para resolver a situação, tal o embaraço em que 
 se achavam. Estiveram um momento calados. 
 − Gosta de versos? 
 − Gosto... 
 − Ah! 
 Pousou os olhos numa oleografia. 
 − É brinde de farmácia? 
 − É. 
 − Bonita... 
 − Acha? 
 − Acho... Boa reprodução... 
(Orígenes Lessa, O feijão e o sonho) 
 
 (II) 
 Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública. 
 E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Pa-
ra 
 a grande glória de Deus. 
 Ele: - Pois é. 
 Ela: - Pois é o quê? 
 Ele: - Eu só disse “pois é”! 
 Ela: - Mas “pois é” o quê? 
 Ele: - melhor mudar de conversa porque você não me en-
tende. 
 Ela: - Entender o quê? 
 Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto 
já. 
(Clarice Lispector, A hora da estrela) 
a) Poética. 
b) Fática. 
c) Referencial. 
d) Emotiva. 
e) Conativa. 
 
26 - (UNIRIO RJ) INTERROGAÇÕES 
 
1 "Certa vez estranhei a ausência de espelhos nos sonhos. 
2 Talvez porque neles não nos podemos ver, como no ve-
lho conto do homem que perdeu a sombra. 
3 Pelo contrário, seremos tão nós mesmos a ponto de dis-
pensar o testemunho dos reflexos? 
4 Ou será tão outra a nossa verdadeira imagem - e aqui 
começa um arrepio de medo - que seríamos incapazes de a reco-
nhecer naquilo que de repente nos olhasse do fundo de um espe-
lho? 
5 Emtodo caso, lá deve ter suas razões o misterioso cena-
rista dos sonhos..." 
 (Mario Quintana) 
 
"... seremos tão nós mesmos a ponto de dispensar o testemunho 
dos reflexos?" (par.3) 
A passagem anterior apresenta, predominantemente, as funções: 
a) conativa e emotiva. 
b) emotiva e poética. 
c) referencial e apelativa. 
d) fática e metalingüística. 
e) metalingüística e conativa. 
 
27 - (UFRJ) Terra em chamas 
 
Com seu privilégio territorial, o Brasil jamais deveria ter o cam-
po conflagrado. Existem 371 milhões de hectares prontos para a 
agricultura no país, uma área enorme, que equivale aos territó-
rios de Argentina, França, Alemanha e Uruguai somados. Mas 
apenas 14% dessa terra, igual à Alemanha, tem algum tipo de 
plantação. Outros 48%, área quase igual à do México, destinam-
se à criação de gado. O que sobra, uma África do Sul inteira, é o 
que os especialistas chamam de terra ociosa. Nela não se produz 
1 litro de leite, uma saca de soja, 1 quilo de batata ou um cacho 
de uva. Por trás de tanta terra à-toa esconde-se outro problema 
agrário brasileiro. Quase metade da terra cultivável está nas 
mãos de 1 % dos fazendeiros, enquanto uma parcela ínfima, me-
nos de 3%, pertence a 3,1 milhões de produtores rurais. É como 
se a população da cidade de Resende, no interior do Estado do 
Rio de Janeiro, fosse dona de três Franças, enquanto a população 
da Nova Zelândia tivesse apenas um Estado de Santa Catarina. 
(...) 
Juntando tanta terra na mão de poucos e vastas extensões impro-
dutivas, o Brasil montou o cenário próprio para atear fogo ao 
campo. É aí que nascem os conflitos, que nos últimos quinze a-
nos, só em chacinas, fizeram 11 5 mortos. Daí surge a massa de 
sem-terra, formada tanto por quem perdeu seu pedaço para plan-
tar como pela multidão de excluídos, desempregados ou biscatei-
ros da periferia das grandes cidades, que são, de uma forma ou 
de outra, gente também ligada à questão da terra - porque perdeu 
a propriedade, porque não choveu, porque o pai vendeu a fazen-
da, porque ela foi inundada por uma represa. 
(VEJA. "Sangue em Eldorado". SP Editora Abril, Edição 1441/Ano29/N 
17.24/04/96. p.40.) 
 
Atenção - vocabulário: 
conflagrado (1° período) - em agitação, em convulsão 
 
Um dos aspectos do problema tematizado em "Terra em chamas" 
está discutido no seguinte trecho: 
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"O que sobra, uma África do Sul inteira, é o que os especialistas 
chamam de TERRA OCIOSA. Nela não se produz 1 litro de lei-
te, uma saca de soja, 1 quilo de batata ou um cacho de uva. Por 
trás de tanta TERRA À-TOA esconde-se outro problema agrário 
brasileiro." 
a) Aponte a diferença de sentido entre "terra OCIOSA" e 
"terra À-TOA", no trecho destacado. 
b) O emprego da expressão "terra À-TOA", em confronto 
com a expressão "terra ociosa", manifesta a função emotiva (ou 
expressiva) da linguagem. 
Explique por quê. 
 
28 - (MACK SP) Assinale a alternativa em que se evidencia a 
presença de metalinguagem. 
 
a) Meus amigos foram às ilhas. 
Ilhas perdem o homem. 
Entretanto alguns se salvaram e 
trouxeram a notícia 
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos 
os dias, 
entre o fogo e o amor. 
 
b) Gastei uma hora pensando num verso 
que a pena não quer escrever. 
No entanto ele está cá dentro 
inquieto, vivo. 
Ele está cá dentro 
e não quer sair. 
Mas a poesia deste momento 
inunda minha vida inteira. 
 
c) Este pintor 
sabe o corpo feminino e seus possíveis 
de linha e de volume reinventados. 
Sabe a melodia do corpo em variações entrecruzadas. 
Lê o código do corpo, de A ao infinito 
dos signos e das curvas que dão vontade de morrer 
de santo orgasmo e de beleza. 
 
d) E não gostavas de festa... 
Ó velho, que festa grande 
hoje te faria a gente. 
E teus filhos que não bebem 
e o que gosta de beber, 
em torno da mesa larga, 
largavam as tristes dietas, 
esqueciam seus fricotes, 
e tudo era farra honesta 
acabando em confidência. 
 
e) Um grito pula no ar como foguete. 
Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaime hir-
tos. 
O sol cai sobre as coisas em placa fervendo. 
O sorveteiro corta a rua. 
E o vento brinca nos bigodes do construtor 
 
29 - (UNIRIO RJ) “APELO 
 
 Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. 
Primeiros dias, pra dizer a verdade, não senti falta, bom chegar 
tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por 
uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por enga-
no, a imagem de relance no espelho. 
 Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A no-
tícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, 
ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um cor-
redor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de 
fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite 
e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a to-
das as aflições do dia, com a última luz na varanda. 
 E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do 
tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade. 
Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas 
murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que 
fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, 
conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para 
casa, Senhora, por favor.” 
DALTON TREVISAN, “Apelo”, em “O Conto Brasileiro Contemporâneo” 
(seleção de textos, introdução e notas bibliográficas por Alfredo Bosi) 2ª ed., São 
Paulo, Cultrix, 1977, p.190. 
 
A eclosão do apelo, no terceiro parágrafo, vai-se construindo por 
meio de uma função da linguagem nele predominante e que se 
denomina função: 
a) poética. 
b) fática. 
c) apelativa. 
d) emotiva. 
e) referencial. 
 
30 - (UNIFICADO RJ) Texto 
 
Dolores era um desses tipos que o Brasil importa a mãi e o pai 
pra bancar que também dá moça linda. Direitinho certas indús-
trias de São Paulo... Da terra e da nossa raça não tinha nada, po-
rém se pode afirmar que tinha o demais porque não havia nin-
guém mais brasileiro que ela. Falassem mal do Brasil perto dela 
pra ver o que sucedia! Desbaratava logo com o amaldiçoado que 
vem comer o pão da gente, agora! Praquê não ficou lá na sua ter-
ra morrendo de fome! Vá saindo...! Ah! Perto de mim você não 
fala do Brasil não porque eu dou pra trás, sabe! Eu sei bem que a 
Itália é mais bonita, mais bonita o quê... Uma porcariada de ca-
sas velhas, isso sim, e gente ruim, só calabrês é que se vê!... A-
qui tem cada amor de bangalôzinho... e a estação da Luz, então! 
Você nunca, aposto, que já entrou no Teatro Municipal! Si en-
trou, foi pro galinheiro, não viu o fuaier Itália... A nossa cate-
dral... Aquilo é gótico, sabe! Não está acabada mas falaram pra 
mim que vai ter as torres mais compridas do mundo! 
E Dolores ficava muito bonita na irritação, com cada olho enor-
me lá no fundo relumeando que nem esmeralda. Era uma belezi-
nha. 
(ANDRADE, Mário de. "menina de olho fundo", in Os Contos de Belezarte.) 
 
Sobre o trecho de Mário de Andrade, só NÃO podemos dizer 
que: 
a) O narrador onisciente, através de um processo compra-
tivo, faz crítica irônica ao sistema econômico então vigente. 
b) O dinamismo na narração é fundamentado em um entre-
laçamento entre as falas do narrador e do personagem. 
c) A presença de tipos de estrutura metomínica e hiperbó-
lica é percebida como um recurso estilístico utilizado pelo autor. 
d) A caracterização de Dolores na narrativa é feita em um 
tom de afetividade. 
e) As funções referencial e conativa predominam no texto 
como forma de enfocar o contexto e provocar o leitor. 
 
31 - (GAMA FILHO RJ)Texto 
 
 Sempre existem novas formas de chegar a um mesmo 
resultado. Muitas vezes, melhor. A comunicação eficaz consis-
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 7 Acesse os materiais extras no site: 
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tem sempre numa forma original de dizer mais ou menos as 
mesmas coisas. 
 Porque no fundo, vamos ser honestos, o que tem de ser dito 
varia pouco. 
 Qual é a pasta de dentes que não deixa os dentes mais bran-
cos? 
 A margarina que não é mais gostosa? 
 O seguro que não protege sua família? 
 O perfume que não provoca romances? 
 Giuseppe Glacosa, que escreveu o libreto da ópera La Bo-
hême para Puccini, afirmou certa vez que em toda a literatura 
produzida pela humanidade desde os gregos só existiam 148 si-
tuações dramáticas possíveis. Em "marketing" é igual. As situa-
ções que um produto enfrenta num mercado não são infinitas. 
Elas se repetem. 
 O que varia é a forma como se abordam essas situações. 
 As pessoas em geral não estão interessadas nos produtos em 
si. Estão interessadas no benefício que podem tirar desses produ-
tos. 
 Um Rolex torna a pessoa distinta. 
 Um carro esporte torna o dono mais jovem. 
 Um creme de beleza engana a morte. 
 Quais as chances de você ser percebido? Tem de usar talen-
to. Mais um tipo específico de talento: o talento de comunicar. 
Júlio Ribeiro In Revista Exame, 14/09/94), pp. 110-111 (adaptação) 
 
As funções da linguagem predominantes no primeiro e no último 
parágrafos do texto são, respectivamente: 
a) emotiva e fática. 
b) conativa e metalinguística. 
c) emotiva e referencial. 
d) referencial e conativa. 
e) fática e metalinguística. 
 
TEXTO: 1 - Comum à questão: 32 
 
CIDADE DE DEUS 
Barracos de caixas de tomate, madeiras de lei, carnaúba, pinho-
de-riga, caibros cobertos, em geral, por telhas de zinco ou folhas 
de compensados. Fogueiras servindo de fogão para fazer o mo-
cotó, a feijoada, o cozido, o vatapá, mas, na maioria das vezes, 
para fazer aquele arroz de terceira grudado, angu duro ou muito 
ralo, aqueles carurus catados no mato, mal lavados, ou simples-
mente nada. Apenas olhares carcomidos pela fome, em frente 
aos barracos, num desespero absoluto e que por ser absoluto é 
calado. Sem fogueira para esquentar ou iluminar como o sol, que 
se estendia por caminhos muitas vezes sem sentido algum para 
os que não soltavam pipas, não brincavam de pique-pega e não 
se escondiam num pique-esconde. 
Os abismos têm várias faces e encantam, atraem para o seu seio 
como as histórias em quadrinhos que chegavam ao morro com-
pradas nas feiras da Maia Lacerda e do Rio Comprido, baratas 
como a tripa de porco que sobrava na casa do compadre maneiro 
que nem sempre era compadre de batismo. Era apenas o adjeti-
vo, usado como substantivo, sinônimo de uma boa amizade, de 
um relacionamento que era tecido por favores, empréstimos im-
pagáveis e consideração até na hora da morte. 
São as pessoas nesse desespero absoluto que a polícia procura, 
espanca com seus cassetetes possíveis e sua razão impossível, 
fazendo com que elas, com seus olhares carcomidos pela fome, 
achem plausíveis os feitos e os passos de Pequeno e de sua qua-
drilha pelos becos que, por terem só uma entrada, se tornam be-
cos sem saídas, e achem, também, corriqueira essa visão de meia 
cara na quina do último barraco de cada beco de crianças negras 
ou filhas de nordestinos, de peito sem proteção, pé no chão, 
shorts rasgados e olhar já cabreiro até para o próprio amigo, que, 
por sua vez, se tornava inimigo na disputa de um pedaço de sebo 
de boi achado no lixo e que aumentaria o volume da sopa, de um 
sanduíche quase perfeito nas imediações de uma lanchonete, de 
uma pipa voada, ou de um ganso dado numa partida de bola de 
gude. 
Lá ia Pequeno, senhor de seu desejo, tratando bem a quem o tra-
tava bem, tratando mal a quem o tratava mal e tratar mal era dar 
tiros de oitão na cabeça para estuporar os miolos. 
Os exterminadores pararam na tendinha do Zé Gordo para tomar 
uma Antarctica bem gelada, porque esta era a cerveja de malan-
dro beber. Pequeno aproveitou para perguntar pelos amigos que 
fizera no morro, pelas tias que faziam um mocotó saboroso nos 
sábados à tarde, pelos compositores da escola. 
- Qualé, Zé Gordo, se eu te der um dinheiro, tua mulher faz um 
mocotó aí pra gente? 
- Então, meu cumpádi! 
Pequeno deu a quantia determinada pela esposa de Zé Gordo, em 
seguida retornaram à patrulha que faziam. 
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.) 
 
32 - (UERJ) No segundo parágrafo do texto Cidade de Deus, 
há um comentário sobre os sentidos e as possíveis classificações 
gramaticais da palavra compadre. 
Nesse trecho, o narrador recorreu à função da linguagem deno-
minada: 
a) poética 
b) conativa 
c) referencial 
d) metalingüística 
 
TEXTO: 2 - Comum à questão: 33 
 
Para responder às questões adiante, leia os textos a seguir. 
 
"Psicografia", de Ana Cristina Cesar. 
 
Também eu saio à revelia 
e procuro uma síntese nas demoras 
cato obsessões com fria têmpera e digo 
do coração: não soube e digo 
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar 
na vida) e demito o verso como quem acena 
e vivo como quem despede a raiva de ter visto 
 
"Autopsicografia", de Fernando Pessoa. 
 
O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 
 
E os que lêem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só as que eles não têm. 
 
E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama o coração. 
 
Vocabulário: 
comboio: trem de ferro. 
calhas de roda: trilhos sobre os quais corre o trem de ferro. 
 
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33 - (UFSCar SP) Compare os poemas de Fernando Pessoa e 
de Ana Cristina Cesar e responda: 
a) Por que se pode dizer que em ambos os poemas está 
presente a função metalingüística? 
b) Explique a ambigüidade presente no poema de Fernan-
do Pessoa, revelada pelo título e pelo adjetivo "fingidor", em 
contraste com o poema de Ana Cristina Cesar. 
 
TEXTO: 3 - Comum à questão: 34 
 
L. F. Veríssimo 
 
 Importados 
 
1 - Nunca entendi por que, com a abertura da nossa eco-
nomia, não aproveitaram para importar outro povo. 
2 - Outro povo, Mirtes? 
3 - Para substituir o nacional. O estrangeiro é muito mais 
bem-feito do que o que se encontra por aqui. 
4 - Ouvi dizer que há um problema para conseguir pe-
ças... 
5 - Bobagem. Hoje, pela Internet, se compra de tudo. 
6 - Sabe que você pode ter razão, Mirtes? O material do 
povo que se vê no estrangeiro é muito melhor, o acabamento é 
superior... 
7 - E o desempenho nem se fala. Vai ver se nos Estados 
Unidos tem gente parada. 
8 - Eles são mais higiênicos, têm mais e melhores den-
tes... 
9 - E quase não precisam de manutenção. Ao contrário do 
brasileiro, que está sempre na fila do SUS para consertos e por 
qualquer coisinha empaca. 
10 - Além do mais, os estrangeiros têm como equipamento 
standard o que aqui é opcional, ou inexistente. Calorias, boa e-
ducação primária... 
11 - E duram muito mais. 
12 - Haveria, claro, um problema de adaptação... 
13 - Mínimo! Língua, corrente elétrica, nada que não se 
pudesse resolver em pouco tempo. E trazer povo de fora ajudaria 
a produção nacional, pois seria um incentivo para melhorar a 
qualidade de gente feita aqui. Nada como a competição, querida. 
14 - E os preços não assustam? 
15 - Nada. Vi um catálogona Amazon com uns dinamar-
queses bem acessíveis. 
 
34 - (UFSM RS) Se o diálogo do texto simulasse a fala in-
formal, algumas palavras teriam sua grafia alterada para repro-
duzir, o mais fielmente possível, a pronúncia dos falantes: 
 
"opcional" (par. 10) é opicionau 
"pouco" (par. 13) é poco 
"melhorar" (par. 13) é melhorá 
 
A única alteração que NÃO se encontra nas transformações é 
a) queda de fonema consonantal no final do vocábulo. 
b) acréscimo de vogal para separar um encontro consonan-
tal. 
c) acréscimo de vogal provocando a formação de um di-
tongo crescente. 
d) substituição de consoante final por semivogal, provo-
cando a formação de um ditongo decrescente. 
e) simplificação de ditongo decrescente em vogal simples. 
 
TEXTO: 4 - Comum à questão: 35 
 
 O marinheiro sueco, um loiro de quase dois metros, entrou no 
bar, soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib e apontou 
com o dedo as garrafas de "Cana de Ilhéus". Um olhar suplican-
te, umas palavras em língua impossível. Já cumprira Nacib, na 
véspera, seu dever de cidadão, servira cachaça de graça aos ma-
rinheiros. Passou o dedo indicador no polegar, a perguntar pelo 
dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro sueco, nem sinal de dinhei-
ro. Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia dourada. No 
balcão colocou a nórdica mãe-d'água, Yemanjá de Estocolmo. 
Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina por detrás 
da Igreja. Mirou a sereia, seu rabo de peixe. Assim era a anca de 
Gabriela. Mulher tão de fogo no mundo não havia, com aquele 
calor, aquela ternura, aqueles suspiros, aquele langor. Quanto 
mais dormia com ela, mais tinha vontade. Parecia feita de canto 
e dança, de sol e luar, era de cravo e canela. Nunca mais lhe dera 
um presente, uma tolice de feira. Tomou da garrafa de cachaça, 
encheu um copo grosso de vidro, o marinheiro suspendeu o bra-
ço, saudou em sueco, emborcou em dois tragos, cuspiu. Nacib 
guardou no bolso a sereia dourada, sorrindo. Gabriela riria con-
tente, diria a gemer: "precisava não, moço bonito ..." E aqui ter-
mina a história de Nacib e Gabriela, quando renasce a chama do 
amor de uma brasa dormida nas cinzas do peito. 
 
35 - (UFSCar SP) Assinale a alternativa que contém um tre-
cho em que o autor apresenta as informações numa linguagem 
altamente conotativa. 
a) ... soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib... 
b) Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina... 
c) Já cumprira Nacib, na véspera, seu dever de cidadão... 
d) Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia doura-
da. 
e) Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cra-
vo e canela. 
 
TEXTO: 5 - Comum à questão: 36 
 
 Observe a tira da personagem Mafalda, publicada por Quino 
em 1965. 
 
 
 
 
36 - (MACK SP) No primeiro quadrinho, a forma verbal Sabe 
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a) tem a oração A semana que vem vou viajar de férias 
como complemento do tipo objeto direto. 
b) é ocorrência típica do português culto e formal, verifi-
cado, por exemplo, no início de documentos oficiais escritos. 
c) é empregada para estabelecer o contato inicial com o in-
terlocutor, como “alô” em uma conversa telefônica. 
d) destaca que o interlocutor possui conhecimento prévio 
do assunto. 
e) introduz conselho dirigido ao interlocutor. 
 
TEXTO: 6 - Comum à questão: 37 
 
CARTA A UM JOVEM QUE FOI ASSALTADO 
 
“Foste assaltado. Bem, a primeira coisa a dizer é que isso não 
chega a ser um fato excepcional. Excepcional é ganhar um bom 
salário, acertar a loto: mas ser 3assaltado é uma experiência que 
faz parte do cotidiano de qualquer cidadão brasileiro. Os assal-
tantes são democráticos: não discriminam idade, nem sexo, nem 
cor, nem mesmo classe social - grande parte das vítimas é das vi-
las 6populares. 
É claro que na hora não pensaste nisso. Ficaste chocado com a 
fria brutalidade com que o delinqüente te ordenou que lhe entre-
gasse a bicicleta (podia ser o 9tênis, a mochila, qualquer coisa). 
Entregaste e fizeste bem: outros pagaram com a vida a impaci-
ência, a coragem ou até mesmo o medo - não poucos foram ba-
leados pelas costas. 
12Indignação foi o sentimento que te assaltou depois. Afinal, era 
o fruto do trabalho que o homem estava levando. Não fruto do 
teu trabalho - até poderia ser - mas o fruto do trabalho do teu pai, 
o que talvez te doeu mais. 
15Ficaste imaginando o homem passando a bicicleta para o re-
ceptador, os dois satisfeitos com o bom negócio realizado. É 
possível que o assaltante tenha dito, nunca ganhei dinheiro tão 
fácil. E, pensando nisso, a amargura te invade o 18coração. Onde 
está o exército? Por que não prendem essa gente? 
Deixa-me dizer-te, antes de mais nada, que a tua indignação é 
absolutamente justa. Não há nada que justifique o crime, nem 
mesmo a pobreza. 
21Há muito pobre que trabalha, que luta por salários maiores, que 
faz o que pode para melhorar a sua vida e a vida de sua família - 
sem recorrer ao roubo ou ao assalto. Mas tudo que eles levam, os 
ladrões e assaltantes, são coisas materiais. 24E enquanto estive-
rem levando coisas materiais, o prejuízo, ainda que grande, será 
só material. 
Mas não deves deixar que te levem o mais importante. E o mais 
importante é a 27tua capacidade de pensar, de entender, de racio-
cinar. Sim, é preciso se proteger contra os criminosos, mas não é 
preciso viver sob a égide do medo. 
Deve-se botar trancas e alarmes nas portas, não em nossa mente. 
Deve-se 30repudiar o que fazem os bandidos, mas deve-se evitar 
o banditismo. 
Eles te roubaram. É muito ruim, isso. Mas que te roubem só a-
quilo que podes substituir. Que não te roubem o coração." 
SCLIAR, Moacyr. Moacyr Scliar (seleção e prefácio de Luís Augusto Fischer). 
São Paulo: Global, 2004. p. 267-268. (Coleção Melhores Crônicas) 
Glossário: 
égide: escudo. 
 
37 - (UFRN) Predominam, na crônica, as seguintes funções 
da linguagem: 
a) emotiva e referencial, uma vez que o remetente da carta, 
além de externar um ponto de vista particular sobre o assunto 
tratado, sustenta esse ponto de vista em dados consistentes sobre 
a realidade. 
b) emotiva e metalingüística, uma vez que o remetente da 
carta, além de externar um ponto de vista particular sobre o as-
sunto tratado, estabelece diferenciações semânticas entre os tipos 
de roubo. 
c) conativa e referencial, uma vez que o remetente da car-
ta, além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário, 
expõe, de forma imparcial, informações verdadeiras sobre a rea-
lidade. 
d) conativa e emotiva, uma vez que o remetente da carta, 
além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário, ex-
terna um ponto de vista particular sobre o assunto tratado. 
 
TEXTO: 7 - Comum à questão: 38 
 
Este inferno de amar 
 
Este inferno de amar – como eu amo! 
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi? 
Esta chama que alenta e consome, 
Que é a vida – e que a vida destrói – 
Como é que se veio a atear, 
Quando – ai quando se há-de ela apagar? 
Almeida Garrett 
 
38 - (UNIFESP SP) Nos versos de Garrett, predomina a função 
a) metalingüística da linguagem, com extrema valorização 
da subjetividade no jogo entre o espiritual e o profano. 
b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual 
o poeta transmite uma forma idealizada de amor. 
c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expressão 
de forma racional. 
d) emotiva da linguagem, marcada pela não contenção dos 
sentimentos, dando vazão ao subjetivismo. 
e) fática da linguagem, utilizada para expressar as idéias 
de forma evasiva, como sugestões. 
 
TEXTO: 8 - Comum à questão: 39 
 
TEXTO 2 
 
Fragmento A 
 
MAJOR CHICO MANGA 
(Discursando). Foi um herói, minha gente. Um heróide verdade. 
Graças a ele, as tropas brasileiras na Itália conquistaram seu tri-
unfo. Graças a seu gesto magnífico, lançando-se de peito aberto 
contra a metralha, aquele batalhão, encorajado pelo seu exemplo, 
levou de roldão as terríveis hordas nazistas. Esta glória, que há 
de ficar para sempre gravada nas páginas da História, é também 
nossa, porque foi este o solo que lhe serviu de berço. 
 
PREFEITO 
Isso mesmo. 
 
MAJOR 
Mas foi preciso que se derramasse o sangue de um herói — e es-
se sangue era quase meu, como todos sabem, casado que sou 
com a tia dele — para que as autoridades federais tomassem co-
nhecimento deste lugar, até então esquecido de Deus e dos ho-
mens. O feito heróico de Cabo Jorge atraiu para esta cidade jor-
nalistas, cinegrafistas e turista de toda parte. No entanto, é preci-
so que se saiba também, meus patrícios, meu povo, que nada dis-
so teria acontecido se este amigo de vocês não tivesse, na Câma-
ra Federal, lutado como lutou para trazer até aqui o progresso, as 
conquistas da civilização cristã. 
 
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PREFEITO 
Muito bem. 
 
Aplausos. Dois populares levantam uma faixa: 
PELO PROGRESSO DE CABO JORGE, 
VOTE NO MAJOR CHICO MANGA. 
(p.22-23) 
 
Fragmento B 
 
CORO 
Sai do meio do placo, avança até o proscênio e canta. 
 
Não são os heróis que fazem a História, 
É a História 
Quem faz os heróis, 
Porém no caso do nosso cabo Jorge, 
Foi a História 
Ou fomos nós? 
 
Este ponto ficará esclarecido 
No decorrer 
de nossa história; 
o que importa no momento esclarecer 
é que sem ele, 
sem sua glória, 
este lugar não teria conhecido 
as maravilhas 
e as conquistas 
da civilização cristã e ocidental 
e ocidental 
e ocidental. 
(p. 25) 
 
Fragmento C 
 
CABO JORGE 
 
Sabem o que eu acho? Que o tempo dos heróis já passou. Hoje o 
mundo é outro. Tudo está suspenso por um botão. O botão que 
vai disparar o primeiro foguete atômico. Este é que é o verdadei-
ro herói. O verdadeiro Deus. O deus-botão. Pensem bem: o fim 
do mundo depende do fígado de um homem. (Ri) E vocês ficam 
aqui cultuando a memória de um herói absurdo. Absurdo sim, 
porque imaginam com qualidades que não pode ter. Coragem, 
caráter, dignidade humana... não vêem que tudo isso é absurdo? 
Quando o mundo pode acabar neste minuto. E isso não depende 
de mim, nem dos senhores, nem de nenhum herói. (Pausa. Son-
da os rostos impassíveis do General e do Prefeito.) A glória da 
cidade precisa ser mantida. A honra do Exército precisa ser man-
tida. A honra do Exército precisa ser mantida. 
Entra Major, seguido de Matilde. 
GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 153 
 
39 - (UCG GO) Tomando por base a teoria das funções da 
linguagem e relacionando-as com os fragmentos de O berço do 
herói, podemos esquematizá-las, efetuando a correspondência: 
. Função fática: Foi um herói, minha gente. Um herói de verda-
de. Graças a ele, as tropas brasileiras na Itália conquistaram 
seu triunfo. 
. Função poética: Não são os heróis que fazem a história, é a 
história quem faz os heróis. 
. Função conativa: Pelo progresso de cabo Jorge, vote no major 
Chico Manga. ... é preciso que se saiba também, meus patrícios, 
meu povo, que nada disso teria acontecido. ... 
 
TEXTO: 9 - Comum à questão: 40 
 
DEIXEM JESON EM PAZ 
André Petry 
 
Sou a favor da legislação da eutanásia. É uma louvável alternati-
va que o homem encontrou para morrer com dignidade, para evi-
tar o suplício das dores vãs. Mesmo assim, mesmo defendendo 
que a eutanásia seja um direito disciplinado na lei brasileira, eu 
precisaria ser louco para apontar o dedo, atirar uma pedra ou es-
crever uma linha que fosse contra a atitude de Rosemara dos 
Santos Souza, a mãe de Jhéck Breener de Oliveira, que luta para 
impedir que seu filho seja submetido à eutanásia. O pequeno 
Jhéck, 4 anos, está num leito de UTI, vítima de uma doença de-
generativa irreversível. Já perdeu a fala, a visão, o movimento 
dos braços e pernas, alimenta−se por meio de sonda e respira 
com ajuda de aparelhos. A luta de Rosemara merece respeito e, 
onde quer que ela apareça, assim tem sido. A luta de Jeson de 
Oliveira, o pai de Jhéck, também deveria ser respeitada. Mas é 
nesse ponto que a história se complica. 
Jeson queria pedir à Justiça que seu filho fosse submetido à eu-
tanásia. Ele não suporta ver o seu filho preso a uma cama, iner-
te, morto para a vida, sem andar de bicicleta, tomar um sorvete, 
apontar pra Lua, desenhar um elefante, bater palmas, sorrir. E o 
que se fez com esse pobre homem? Não lhe deram uma lasca de 
respeito. Jeson foi hostilizado, xingado, difamado. Foi acusado 
de assassino, de querer matar o próprio filho! Jeson pensou até 
em se mudar de Franca, a cidade paulista onde mora e onde seu 
filho está internado, porque já não podia caminhar na rua em 
paz. Ceifaram−lhe o direito de ir à Justiça. Questionaram−lhe 
até a sanidade mental, sugerindo que procurasse tratamento psi-
quiátrico − forma maliciosa de sugerir que a eutanásia é coisa de 
gente mentalmente perturbada. Jeson, afinal, desistiu de tentar a 
eutanásia do filho. 
“Desisto oficial e definitivamente. Quero dar chances à mãe e 
estou entregando meu filho a Deus”, disse ele, numa entrevista, 
na véspera do feriado de 7 de setembro. O pai de Jhéck, claro, 
tem todo o direito de mudar de idéia (e, pessoalmente, saúdo que 
tenha conseguido dominar seu sofrimento para ceder à vontade 
da mãe de Jhéck). 
O dado repugnante é a intolerância da qual foi vítima. Jeson vi-
rou a Geni da Franca, só faltou ser apedrejado nas ruas. Os ad-
versários da eutanásia − religiosos dogmáticos, em geral − não 
lhe deram o direito sequer de pensar em voz alta. É coisa pró-
pria das mentalidades entrevadas, dos que se sentem ungidos por 
forças superiores, dos que cevam suas idéias como se fossem 
bens supremos, perfeitos, inatacáveis. 
Aos religiosos dogmáticos e intolerantes em geral, aos que sacra-
lizam suas idéias e acham que sabem tudo na vida e do sofrimen-
to, aqui vai um apelo: deixem o Jeson em paz! Ele já sofre o bas-
tante com um filho que perdeu a liberdade de viver para tor-
nar−se um prisioneiro da vida. A eutanásia, caros intolerantes, 
pode ser, sim, um ato de amor. 
Revista Veja, 14−09−05 
 
40 - (UNIMONTES MG) É um exemplo da função metalin-
güística no texto: 
a) ”Desisto oficial e definitivamente.” 
b) ”...saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimen-
to...” 
c) ”Jeson queria pedir à justiça que seu filho fosse subme-
tido à eutanásia.” 
d) ”É uma louvável alternativa que o homem encontrou 
para morrer com dignidade...” 
 
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TEXTO: 10 - Comum às questões: 41, 42 
 
Texto 2 
 
CARTILHA DO HIPERTENSO 
O que É ? 
O que é pressão alta? 
§1 A hipertensão, ou pressão alta, existe quando a pressão, me-
dida várias vezes em consultório médico, é igual a 14 por 9 ou 
maior. Isso acontece porque os vasos nos quais o sangue circula 
se contraem e fazem com que a pressão do sangue se eleve. Para 
entendermos melhor, podemos comparar o coração e os vasos a 
uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Ao fecharmos a 
ponta dos esguichos, a pressão irá subir. Da mesma maneira, 
quando o coração bombeia o sangue e os vasos estão estreitados, 
a pressão dentro dos vasos aumenta. 
 
Quais são as conseqüências da pressão alta? 
§2 A pressão alta ataca os vasos. Todos eles são recobertos in-
ternamente por uma camada muito fina e delicada, que é machu-
cada quandoo sangue está circulando com pressão muito alta. 
Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados e podem, 
com o passar dos anos, entupir ou romper-se. Quando isso acon-
tece no coração, o entupimento de um vaso leva à angina e pode 
ocasionar infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de 
um vaso leva ao "derrame cerebral" ou AVC. Nos rins também 
pode ocorrer entupimento, levando à paralisação dos rins. Todas 
essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o 
controle da pressão alta. 
 
Quem tem pressão alta? 
§3 A pressão alta, ou hipertensão, é uma doença muito comum, 
que acomete uma em cada cinco pessoas. Entre os idosos, ela 
chega a atacar uma em cada duas pessoas. Também as crianças 
podem ter pressão alta. Costumamos dizer que a pressão alta é 
uma doença "democrática", porque ataca homens e mulheres, 
brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e ma-
gros, pessoas calmas e nervosas. 
 
Que cuidados devo ter com meus filhos se tenho pressão al-
ta? 
§4 Quem tem pressão alta deve orientar seus filhos a medir a 
pressão a cada seis meses ou no máximo a cada ano, para que o 
diagnóstico da doença seja feito pouco tempo depois do seu apa-
recimento. 
 
Por que as pessoas têm pressão alta? 
§5 Na maioria das pessoas que têm pressão alta, esta aparece 
porque é herdada dos pais. Sabe−se que os que têm o pai, a mãe 
ou ambos com pressão alta têm maior chance de adquirir a doen-
ça. Hábitos de vida inadequados também são importantes: a o-
besidade, a ingestão excessiva de sal ou de bebida alcoólica e a 
inatividade física podem contribuir para o aparecimento da pres-
são alta. 
 
Pressão alta tem cura? 
§6 A pressão alta é uma doença crônica e dura a vida toda. Ela 
pode ser controlada, mas não curada. Na maioria das vezes, não 
se conhece o que causa a pressão alta nem como curá-la, mas é 
possível controlar a doença, evitando que a pessoa tenha a vida 
encurtada. O tratamento para pressão alta também evita o infarto 
do coração, o derrame cerebral e a paralisação dos rins. 
 
Como tratar a pressão alta? 
§7 O tratamento para pressão alta dura a vida toda. Deve ser fei-
to com remédios que ajudam a controlar a pressão e com hábitos 
de vida saudáveis, como diminuir a ingestão de sal e bebidas al-
coólicas, controlar o peso, fazer exercícios físicos, evitar o fumo 
e controlar o estresse. 
 
Importância do exercício físico 
 
Como o exercício físico ajuda no controle da pressão alta? 
§8 O exercício físico ajuda a baixar a pressão. Muitas vezes, 
quem tem pressão alta e começa a fazer exercícios pode diminuir 
a dose dos medicamentos, ou mesmo ter a pressão arterial con-
trolada sem o uso de remédios. O exercício físico adequado não 
apresenta efeitos colaterais e traz vários benefícios para a saúde, 
tais como ajudar a controlar o peso e a pressão arterial, diminuir 
as taxas de gordura e açúcar no sangue, elevar o “bom coleste-
rol”, diminuir a tensão emocional e aumentar a auto-estima. Para 
realizar exercícios físicos adequadamente, siga as seguintes di-
cas. 
 
Dicas para realizar atividades físicas 
§9 Não obrigue o corpo a grandes e insuportáveis esforços. 
Quem não está acostumado a fazer exercícios e resolve “ficar em 
forma” de uma hora para outra prejudica a saúde. Vá com calma. 
 
§10 Pergunte ao médico se sua pressão está controlada e se você 
pode começar a se exercitar. §11 Faça um teste ergométrico 
(caminhar na esteira ou pedalar bicicleta, medindo a pressão ar-
terial e a freqüência cardíaca). O médico ou um professor de e-
ducação física pode orientar sobre a melhor forma de fazer exer-
cício. 
 
§12 Os exercícios dinâmicos, como andar, pedalar, nadar e dan-
çar, são os mais indicados para quem tem pressão alta. Devem 
ser feitos de forma constante, sob supervisão periódica e com 
aumento gradual das atividades. 
 
§13 A intensidade dos exercícios deve ser de leve a moderada, 
pelo menos 30 minutos por dia, três vezes por semana. Se puder, 
caminhe diariamente. Se não puder cumprir todo o tempo do e-
xercício em um só turno, faça-o em dois turnos. 
 
§14 Os exercícios estáticos, como levantamento de peso ou mus-
culação, devem ser evitados, porque provocam aumento muito 
grande e repentino da pressão. 
 
§15 Ao realizar exercícios, contente-se com um progresso físico 
lento, sem precipitações e com acompanhamento médico. Procu-
re realizá-los com prazer. 
 
(Disponível em: <http://www.sbh.org.br/publico/informacoes/cartilhas/>. 
Acesso em: 20 jun. 2006. Adaptado.) 
 
41 - (EFOA MG) Assinale a alternativa que NÃO apresenta 
características do gênero do texto em questão: 
a) Utilização principalmente de verbos no imperativo, 
contendo ordens, conselhos e instruções. 
b) Incitação do leitor a agir diante do que está sendo in-
formado. 
c) Emprego com freqüência dos verbos auxiliares “poder” 
e “dever”, conferindo aos verbos principais idéias de possibili-
dade e ordem. 
d) Uso muitas vezes de verbos no presente para dar um 
sentido afirmativo e categórico às instruções. 
e) Emprego com freqüência de expressões circunstanciais 
de tempo e espaço para descrever os relatos dos pacientes. 
 
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42 - (EFOA MG) Assinale a alternativa que NÃO apresenta 
características do gênero do texto em questão: 
a) Prescrições ao público. 
b) Descrição das características da doença. 
c) Depoimentos de pacientes narrando sobre a situação da doen-
ça. 
d) Instruções sobre a importância do exercício físico no controle 
da pressão alta. 
e) Informações sobre as causas e conseqüências da doença. 
 
TEXTO: 11 - Comum à questão: 43 
 
Ribeirão Preto, SP – Uma quadrilha assaltou o Banco Nossa 
Caixa de São Simão, na região de Ribeirão Preto, 314 quilôme-
tros ao norte de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. [...] 
Funcionários e seguranças foram rendidos e trancados, e dois 
assaltantes pegaram o dinheiro do cofre, valor não divulgado. A 
PM foi avisada às 10h30. Não há pistas do bando. 
(O Estado de S. Paulo, 23 jan. 2003.) 
 
43 - (UFAC) Identifique a função da linguagem que predomi-
na no seguinte texto: 
a) emotiva 
b) poética 
c) conativa 
d) referencial 
e) metalingüística 
 
TEXTO: 12 - Comum à questão: 44 
 
Olho as minhas mãos 
 
Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas 
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las 
Assim, lentamente, como essas anêmonas do 
 fundo do mar... 
Fechá-las, de repente, 
5Os dedos como pétalas carnívoras! 
Só apanho, porém, com elas, esse alimento 
 impalpável do tempo, 
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando 
 o pensamento 
Como tecem as teias as aranhas. 
A que mundo 
10Pertenço? 
No mundo há pedras, baobás1 , panteras, 
Águas cantarolantes, o vento ventando 
E no alto as nuvens improvisando sem cessar. 
Mas nada, disso tudo, diz: “existo”. 
15Porque apenas existem... 
Enquanto isto, 
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses 
E, cheios de esperança e medo, 
Oficiamos rituais, inventamos 
20Palavras mágicas, 
Fazemos 
Poemas, pobres poemas 
Que o vento 
Mistura, confunde e dispersa no ar... 
25Nem na estrela do céu nem na estrela do mar 
Foi este o fim da Criação! 
Mas, então, 
Quem urde eternamente a trama de tão velhos 
 sonhos? 
Quem faz – em mim – esta interrogação? 
(QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: 
Globo, 1984.) 
44 - (UERJ) A metalinguagem pode ser percebida quando, 
em uma mensagem, a linguagem passa a ser opróprio objeto do 
discurso. 
A metalinguagem não está presente na seguinte alternativa: 
a) “A que mundo / Pertenço?” (v. 9 - 10) 
b) “Fazemos / Poemas, pobres poemas” (v. 21 - 22) 
c) “Foi este o fim da Criação!” (v. 26) 
d) “Quem faz – em mim – esta interrogação?” (v. 29) 
 
TEXTO: 13 - Comum à questão: 45 
 
TEXTO 2 
 
BALADA DAS TRÊS MULHERES 
DO SABONETE ARAXÁ 
 Manuel Bandeira 
 
As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me 
bouleversam, me hipnotizam. 
Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da 
tarde! 
O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá. 
 
Que outros, não eu, a pedra cortem 
Para brutais vos adorarem, 
Ó brancaranas azedas, 
Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata 
Ou celestes africanas: 
Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres 
do sabonete Araxá! 
São amigas, são irmãs, são amantes as três mulheres 
do sabonete Araxá? 
São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas? 
São as três Marias? 
 
Meu Deus, serão as três Marias? 
 
A mais nua é doirada borboleta. 
Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida, dava 
pra beber e nunca mais telefonava. 
Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca mais a 
minha vida outrora teria sido um festim! 
Se me perguntassem: Queres ser estrela? Queres ser 
rei? Queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em 
Copacabana? 
Eu responderia: Não quero nada disso tetrarca. Eu 
só quero as três mulheres do sabonete Araxá: 
 
O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá! 
 
45 - (FEPECS DF) A função de linguagem, além da função 
poética, que predomina no poema é: 
a) emotiva; 
b) fática; 
c) metalingüística; 
d) conativa; 
e) referencial. 
 
TEXTO: 14 - Comum à questão: 46 
 
TEXTO II 
 
O NAVIO NEGREIRO 
Castro Alves 
(fragmento) 
 
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Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra, 
E após fitando o céu que se desdobra, 
Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!..." 
 
46 - (IBMEC) Além da função poética, qual outra função da 
linguagem prevalece no poema de Castro Alves? 
a) metalingüística 
b) referencial 
c) apelativa 
d) fática 
e) emotiva 
 
TEXTO: 15 - Comum à questão: 47 
 
TEXTO II 
 
Os sonhos também envelhecem 
 
Os sonhos! Esses companheiros que movem a vida, que vêm de 
mãos dadas à existência! 
Sonhos que se realizam, sonhos possíveis, impossíveis sonhos, 
fáceis e difíceis, alavanca de cada dia. 5Sonhos dormidos, sonhos 
bem acordados. 
Li em algum lugar que os “sonhos são os primeiros passos para 
as realizações”. Verdade, porque se realiza o que se pensa, se 
pensa o que se sonha. Engatinhamos em pensamento, damos os 
primeiros passos, andamos 10rumo à vitória, pelo menos deveria 
ser assim. 
Estava pensando que os sonhos, assim como tudo, ficam velhos. 
Feio isso, não é? 
Sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de sonhar, que 
enrugaram a cara, a esperança, a vontade. 15Pergunto-me se os 
sonhos ficam velhos ou se erramos nas projeções de realização. 
Seguimos com tantos sonhos e vejo que alguns passam do sonho 
ao desafio a si mesmo. 
Muitas vezes, quando se chega ao pé do sonho, 20quando o temos 
nas mãos, não é mais importante, apenas vencemos um desafio, 
não alcançamos o sonho bonito, digladiamos com a força de fa-
zer, quer se queira ainda ou não. 
A dialética da vida, essa pressa de mudar tudo, faz 25as óticas 
mudarem também. Muitas vezes não percebemos e continuamos 
a trilhar na mesma estrada, como se as árvores que a enfeitam 
não fossem outras, à medida que se evolui... Como se o tempo 
não passasse pela metamorfose de dia e noite, de chuva e sol. 
30Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os mesmos so-
nhos. 
Os sonhos também envelhecem, mas podem passar pela plástica 
da visão ampla e serem novos, novos sonhos, com cara de meni-
no, com cara de vida, na nossa 35cara de vencedor... 
Importante se faz tirar o véu que cobre a jovialidade do sonho, 
identificar sua velhice, vê-lo deitado e cansado de ser sonhado, 
interromper o desafio, fazer renascer, melhor, moderno e possí-
vel... 
LAGARES, Jane (adaptado). 
Disponível em: http://prosaepoesia.com.br/cronicas/ 
sonhos_envelhecem.asp. 
Acesso em: 12 nov. 2006. 
 
47 - (UNIFICADO RJ) Em “Feio isso, não é?” (l. 12), a fun-
ção da linguagem existente no segmento destacado é: 
a) emotiva. 
b) conativa. 
c) metalingüística. 
d) poética. 
e) fática. 
 
TEXTO: 16 - Comum à questão: 48 
 
 
 
 
48 - (MACK SP) Considere as seguintes afirmações: 
 
I. Encontra-se na tira expressão que representa a função 
fática da linguagem, aquela que põe em evidência o contato lin-
güístico. 
II. Os sinais de exclamação (1º quadrinho) expressam es-
tados emotivos distintos. 
III. As respostas da garota (2º e 3º quadrinhos) podem ser 
consideradas exemplos de orações classificadas pela gramática 
como reduzidas. 
 
Assinale: 
a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas. 
b) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. 
c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas. 
d) se apenas a afirmação III estiver correta. 
e) se todas as afirmações estiverem corretas. 
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TEXTO: 17 - Comum à questão: 49 
 
No romance A caverna, narra-se a história de um artesão que 
passa a ter sua produção rejeitada pelo megacentro econômico 
que monopoliza o comércio da cidade. A anulação do trabalho 
manual pela tecnologia, bem como a exploração destrutiva do 
homem e da natureza pelo capitalismo, são temas que permeiam 
a narrativa. Neste fragmento, você vai acompanhar a cena em 
que o protagonista volta para casa, no campo, depois de viver na 
cidade, em busca de trabalho. 
 
TEXTO I 
 
A caverna 
 
Enfim, a cidade ficou para trás, os bairros da periferia já lá vão, 
daqui a pouco aparecerão as barracas, em três semanas terão 
chegado à estrada, não, ainda lhes faltam uns trinta metros, e lo-
go está a Cintura Industrial, quase tudo parado, só umas poucas 
fábricas que parecem fazer da laboração contínua a sua religião, 
e agora a triste Cintura Verde, as estufas pardas, cinzentas, lívi-
das, por isso é que os morangos 05devem ter perdido a cor, não 
falta muito para que sejam brancos por fora como já o vão sendo 
por dentro e tenham o sabor de qualquer coisa que não saiba a 
nada. Viremos agora à esquerda, lá ao longe, onde se vêem aque-
las árvores, sim, aquelas que estão juntas como se fossem um 
ramalhete, há uma importante estação arqueológica ainda por 
explorar, sei-o de fonte limpa, não é todos os dias que se tem a 
sorte de receber directamente1 uma informação destas da boca do 
próprio fabricante. Cipriano Algor já perguntou 10a si mesmo 
como foi possível que se tivesse deixado encerrar durante três 
semanas sem ver o sol e as estrelas, a não ser, torcendo o pesco-
ço, de um trigésimoquarto andar com janelas que não se podiam 
abrir, quando tinha aqui este rio, é certo que malcheiroso e min-
guado, esta ponte, é certo que velha e mal amanhada2, e estas ru-
ínas que foram casas de gente, e a aldeia onde tinha nascido, 
crescido e trabalhado, com a sua estrada ao meio e a praça à des-
banda3 (...) A praça ficou para trás, de repente, sem avisar, 
15apertou-se-lhe o coração a Cipriano Algor, ele sabe da vida, 
ambos o sabem, que nenhuma doçura de hoje será capaz de mi-
norar o amargor de amanhã, que a água desta fonte não poderá 
matar-te a sede naquele deserto, Não tenho trabalho, não tenho 
trabalho, murmurou, e essa era a resposta que deveria ter dado, 
sem mais adornos nem subterfúgios, quando Marta lhe pergun-
tou de que iria viver, Não tenho trabalho. Nesta mesma estrada, 
neste mesmo lugar, como no dia em que vinha do Centro com a 
notícia 20de que não lhe comprariam mais louça (...). O motor da 
furgoneta4 cantou a canção do regresso ao lar, o condutor já via 
as frondes5 mais altas da amoreira, e de repente, como um re-
lâmpago negro, o Achado veio lá de cima, a ladrar, a correr pela 
ladeira abaixo como se estivesse enlouquecido (...). Abriu a por-
ta da furgoneta, de um salto o cão subia-lhe aos braços, sempre 
era certo que seria ele o primeiro, e lambia-lhe a cara e não o 
deixava ver o caminho (...). 
(SARAMAGO, J. A caverna. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.) 
 
Vocabulário: 
1 directamente – grafia portuguesa para “diretamente” 
2 amanhada – arranjada, adornada 
3 à desbanda – ao lado 
4 furgoneta – veículo de passageiros e pequena carga 
5 frondes – copas das árvores 
 
49 - (UERJ) No texto, o modo de organização discursiva se al-
tera para expressar diferentes intenções comunicativas do narra-
dor: informar, descrever ou narrar; expressar emoções, julga-
mentos ou opiniões pessoais; aconselhar, ordenar ou interrogar, 
etc. 
Transcreva duas passagens nas quais se faça referência à degra-
dação do meio ambiente: uma que apresente a função referencial 
− própria das descrições − e outra que apresente a função expres-
siva − por meio da qual se emitem opiniões pessoais. 
 
TEXTO: 18 - Comum à questão: 50 
 
Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina e o 
que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou 
nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem, fora do 
alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaço de 
fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme popularizou a cantiga, é a 
solteirona, a moça-velha que se enfeita − bota pó e tira pó − 
mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó 
é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, 
guardada intacta. 
As cidades grandes já hoje quase desconhecem essa relíquia da 
civilização cristã, que é a solteirona, a donzela profissional. 
Porque se hoje, como sempre, continuam a existir as mulheres 
que não casam, elas agora vão para toda parte, menos para o 
caritó. Para as repartições e os escritórios e os balcões de loja, 
para as bancas de professora e, até mesmo, Deus que me perdo-
e, para esses amores melancólicos e irregulares com um homem 
que tem outros compromissos, e que não lhes pode dar senão al-
gumas poucas horas, de espaço a espaço, e assim mesmo fugiti-
vas e escondidas. 
De qualquer forma, elas já não se sentem nem são consideradas 
um refugo, uma excrescência, aquelas a quem ninguém quis e 
que não têm um lugar seu em parte nenhuma. 
Pela província, contudo, é diferente. Na província os preconcei-
tos ainda são poderosos, ainda mantêm presa a mulher que não 
tem homem de seu (o “homem do uso”, como se chama às vezes 
ao marido...) e assim, na província, a instituição da titia ainda 
funciona com bastante esplendor. E o curioso é que raramente 
são as moças feias, as imprestáveis, as geniosas, que ficam no 
caritó. 
Às vezes elas são bonitas e prendadas, e até mesmo arranjadas, 
com alguma renda ou propriedade, e contudo o elusivo marido 
não apareceu. Talvez porque elas se revelaram menos agressi-
vas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas da família na caçada 
matrimonial? [...] 
Falta de homem? Bem, é um dos motivos. Na província, os ho-
mens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois, 
também contribui para a existência das solteironas a reclusão 
mourisca que muito pai ainda costuma impor às filhas moças. 
Cobra que não anda não engole sapo. Ai, por estas províncias 
além ainda existe muito pai carrança que só deixa a filha sair 
para ver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bem a-
companhada. 
Reclusas, as meninas vão ficando tímidas e dentro em pouco já 
são elas próprias que se escondem com cerimônia dos estra-
nhos. 
Depois - parece incrível − mas o egoísmo das mães também con-
tribui. Uma filha moça, no interior, não é, como na China, uma 
praga dos deuses. É, ao contrário, uma auxiliar barata e precio-
sa, a ama-seca dos irmãos menores, a professora, a costureira, 
o “descanso” da mãe. E então as mães, para não perderem a 
ajudante insubstituível, se associam aos pais no zelo exagerado, 
traindo a solidariedade do sexo por outra mais imperiosa, a so-
lidariedade na exploração. [...] 
(Rachel de Queiroz. Obra Reunida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, v. 4. 
p.23-25) 
 
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 15 Acesse os materiais extras no site: 
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50 - (UNIFOR CE) A linguagem utilizada no parágrafo tem 
função, predominantemente, 
a) estética e conativa. 
b) conativa e referencial. 
c) referencial e metalingüística. 
d) metalingüística e emotiva. 
e) fática e estética. 
 
TEXTO: 19 - Comum à questão: 51 
 
AS TRÊS TELAS 
 
“Jogado num universo habitado por computadores, celulares e 
TVs, o homem contemporâneo, de acordo com reflexão do ro-
mancista italiano Ítalo Calvino, autor da obra ‘Se um viajante 
numa noite de inverno.’, tem muito a aprender com o livro.” 
 
O futuro passa pela interligação das três telas, já quase onipre-
sentes na vida do homem contemporâneo. Juntos, o celular, a 
TV e o computador dominam o espetáculo do cotidiano e mono-
polizam o olhar. Nas suas telas, em cenários de duas ou três di-
mensões, desenvolvem–se as histórias, as conversações e as e-
moções de nosso tempo. Tudo isso ocorre em mundos reais ou 
virtuais, nos quais os limites entre um e outro já não interessam 
tanto. Nesse panorama, surgem adjetivos que tentam exprimir o 
sentido dos novos engenhos e suas complexas relações: imateri-
al, intemporal, instantâneo, ubíquo, móbil, excessivo, não–linear 
e múltiplo. Todos buscam circunscrever o desconhecido, cujos 
impactos sobre o homem são ainda uma neblina. A literatura 
cria tramas e personagens que podem perscrutar o desconheci-
do, oferecendo pistas para a compreensão da simbiose entre o 
homem e as redes de comunicação e informação. 
As três telas da modernidade tecnológica formam uma rede glo-
bal, na qual o homem vive o seu tempo em fragmentos: olhar a 
TV, conversar pelo celular, ouvir rádio pela Internet; telefonar 
pelo computador; ver um clipe no celular; acompanhar na TV o 
episódio da novela previamente gravado pelo computador; ver 
no celular cenas ao vivo do futebol; assistir na TV em tempo re-
al ao cotidiano do planeta, enviar e–mails pelo celular e ver fil-
mes no computador. Nesse cenário articulado pela tecnologia 
digital, informações fluem invisivelmente entre as três telas, sob 
a forma de vídeo, foto, voz, texto ou dados. 
O tempo moderno, além de fugidiço, tornou–se também frag-
mentado. “Hoje em dia, escrever romances longos é contrasen-
so: a dimensão do tempo foi estilhaçada, não conseguimos viver 
nem pensar, senão em fragmentos de tempo que se afastam, se-
guindo cada qual sua própria trajetória, e logo desaparecem. A 
continuidade do tempo só

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