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Lei Penal no Tempo e no Espaço Validade e Eficácia (Resumo)

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Centro Universitário Estácio do Ceará MONITORA: Crísley Estrela.
E-mail: estaciomonitoriapenal1@gmail.com DISCIPLINA: Penal I
	
CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Assunto fundamentado no Art. 2º, Código Penal:
 Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso. As exceções se verificam, na hipótese de sucessão de leis penais que disciplinem, total ou parcialmente, a mesma matéria. E, se o fato tiver sido praticado durante a vigência da lei anterior, quatro situações podem ocorrer:
Abolitio Criminis (A lei posterior extingue o crime)
Abolitio criminis é a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Encontra previsão legal no art. 2.°, caput, do Código Penal e tem natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade (art. 107, inc. III).
Alcança a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto da reincidência, também não configurando maus antecedentes. Sobrevivem, entretanto, os efeitos civis de eventual condenação, quais sejam, a obrigação de reparar o dano provocado pela infração penal e constituição de título executivo judicial.
A lei nova retroage até para os casos que já foram julgados.
Novatio Legis in Mellius (A lei nova é mais branda/ melhor)
É a que se verifica quando ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novo instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo-o de qualquer modo.
A lei mais favorável é retroativa (sempre!). Por tanto, somente se pode falar em retroatividade quando a lei posterior for mais benéfica ao agente, em comparação àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado. Alcança, também, os fatos que já foram julgados (trânsito em julgado).
Pode ocorrer, ainda, ultratividade da lei mais benéfica. Tal fato se verifica quando o crime foi praticado durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra mais prejudicial ao agente. Subsistem, no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável, mesmo que ela já tenha sido revogada. Isso porque, a lei penal mais grave jamais retroagirá.
Durante o período de vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu, pois, se a lei já foi publicada mas ainda não entrou em vigor, ela ainda não tem eficácia, sendo impossível sua incidência no caso prático.
Novatio Legis in Pejus (A lei nova é mais rígida/ pior)
Lei penal mais grave é a que de qualquer modo implica tratamento mais rigoroso às condutas já classificadas como infrações penais. Exemplos: aumento de pena, criação de qualificadora, agravante genérica ou causa de aumento da pena, imposição de regime prisional mais rígido, aumento do prazo prescricional, supressão de atenuante genérica ou causa de diminuição da pena etc. 
Se mais grave, a lei terá aplicação apenas a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais retroagirá, conforme expressa determinação constitucional. Essa regra tem incidência sobre todas as leis com conteúdo material, estejam alocadas tanto no Código Penal (Parte Geral ou Parte Especial) ou na legislação penal extravagante, sejam incriminadoras ou reguladoras da imputabilidade, das causas excludentes da ilicitude, da aplicação da pena ou de qualquer outra classe jurídica atentatória do poder punitivo. Por tanto, o agente sempre responde pela lei que seja mais favorável, nesse caso, mesmo que já esteja revogada por outra lei mais rígida e mesmo que o julgamento do réu seja posterior à revogação, ainda assim, a lei melhor será aplicada, desde que o fato tenha sido praticado durante a vigência daquela lei mais branda (ultratividade).
Atenção para os crimes permanente e continuado, crimes estes que se prolongam no tempo. Nesse caso, qual será a lei aplicada? Depende! Ou seja, se o crime se consumar durante a vigência da lei anterior (mais branda) aplica-se a mesma (ultratividade) independente da data do julgamento. Porém, se o crime tiver início durante a lei mais branda e se consumar após sua revogação, ou seja, durante a vigência da lei posterior (mais rígida/pior) aplica-se, então, a “novatio legis in pejus”. Mas, vejam, que aqui a lei “pior” não retroagiu, pois esta não retroage nunca! O que ocorre, é que a consumação do delito se dar durante sua vigência (da lei “pior”), embora tenha se iniciado a execução anteriormente. Por estes crimes se prolongarem no tempo, o que vale é o momento da consumação. No tocante a estes dois crimes, dispõe a Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
Novatio legis incriminadora (A lei cria uma nova figura penal)
É a lei que tipifica como infrações penais comportamentos até então considerados irrelevantes. A neocriminalização somente pode atingir situações consumadas após sua entrada em vigor. Não poderá retroagir, em hipótese alguma, conforme determina o art. 5.°, XL, da Constituição Federal.
Essas foram, então, as quatro situações que podem ocorrer quando há uma sucessão de leis e o fato for praticado durante a vigência da lei anterior. Importante perceber os dois princípios que regem esse conflito de leis penais no tempo, quais sejam:
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL SEVERA, em que a lei mais rígida nunca retroage;
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENIGNA, em que sempre retroagirá a lei mais favorável permitindo, inclusive, a ultratividade da lei mais benéfica.
	
LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL
Assunto fundamentado no Art. 3º, Código Penal:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Então, precisamos primeiro diferenciar lei temporária e lei excepcional:
Lei temporária: Terá seu início e seu término, ou seja, tem data específica para começar a vigorar e data para terminar (cessar sua vigência) Ex.: Lei Geral da Copa do Mundo.
Lei Excepcional: Elaborada para uma situação excepcional e somente terá vigência enquanto perdurar essa situação de excepcionalidade. Ex.: Calamidade Pública.
Ambas são autorrevogáveis, isto é, não há a necessidade de vigorar uma lei mais nova para que as revoguem, pois elas “revogam-se por si só”, bastando apenas chegar a data do término ou cessar a excepcionalidade. 
Atenção para a Ultratividade da Lei, que nada mais é que aplicar a lei depois de cessada sua vigência, pois o artigo 3º é bem claro ao definir que se o agente praticar o fato delituoso durante a vigência da lei, deve terminar de cumprir sua pena mesmo depois de decorrido o prazo ou cessado a excepcionalidade (autorrevogação da lei). Porém, a doutrina diverge sobre este assunto, uma vez que temos duas correntes versando sobre essa celeuma. Ok, eu sei que é bem “chato” quando há essas divergências doutrinárias, no entanto, precisamos conhecê-las para melhor compreender o nosso querido Direito Penal. Então, vamos lá:
A primeira corrente é bem tranquila, pois é pautada na literalidade do artigo 3º. É o professor Damásio quem a defende e diz que devemos aplicar a lei mesmo depois de cessado sua vigência, isso se autor do delito praticou o fato “antes”,ou seja, durante a vigência da lei, até mesmo para que não se cometam injustiças. (Tranquilo não é mesmo?!)
A segunda corrente é defendida pelo nosso Mestre Zaffaroni e, também, pelo Rogério Greco em que afirmam que não se pode aplicar a lei após cessada sua vigência (a chamada ultratividade), mesmo que o fato tenha sido cometido “antes” (durante a vigência da mesma), uma vez que a nossa Constituição veda a ultratividade e retroatividade da lei, salvo para beneficiar o réu. 
Por tanto, temos então, dois posicionamentos contrários, mas de simples intelecção. Você, Doutor da lei, Jurista, Aplicador da lei, Estudante, enfim, pode de acordo com a sua convicção filosófico-jurídica escolher a que lhe é mais favorável. Para fins de provas discursivas, o ideal seria citar as duas correntes e, no caso de provas objetivas, a resposta dar-se-á de acordo com o comando da questão.
	
TEMPO DO CRIME
Assunto fundamentado no Art. 4º, Código Penal:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Temos três teorias que versam sobre o tempo do crime:
Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado. (Adotada pelo nosso CP)
Teoria do resultado ou do evento: reputa praticado o crime no momento em que ocorre a consumação. E irrelevante a ocasião da conduta.
Teoria mista ou da ubiquidade busca conciliar as anteriores. Para ela, momento do crime tanto é o da conduta como também o do resultado.
Como vimos, o art. 4.° do Código Penal acolheu a teoria da atividade: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Dessa forma, a identificação do tempo do crime leva em conta a pratica da conduta. 
Exemplo: "A”, com a idade de 17 anos, 11 meses e 20 dias, efetua disparos de arma de fogo contra “B”, nele provocando diversos ferimentos. A vítima vem a ser socorrida e internada em hospital, falecendo 15 dias depois. Não se aplicará ao autor o Código Penal, em face de sua inimputabilidade ao tempo do crime, mas sim as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/90.
A adoção da teoria da atividade apresenta relevantes consequências, tais como:
a) aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benéfica; 
b) a imputabilidade é apurada ao tempo da conduta;
c) no crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa. Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta criminosa continua a ser praticada depois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa;
d) no crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticada. O crime continuado, em que pese ser constituído de vários delitos parcelares, é considerado crime único para fins de aplicação da pena (teoria da ficção jurídica);
e) no crime habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.
Cuidado: Em matéria de prescrição, o art. 111, I, do Código Penal preferiu a teoria do resultado, uma vez que a causa extintiva da punibilidade tem como termo inicial (data de início da contagem da prescrição) a data da consumação da infração penal.
	
LEI PENAL NO ESPAÇO
Assunto fundamentado nos Art. 5º ao 9°, Código Penal:
Art. 5º -  Territorialidade
Art. 6º - Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 8º - Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9º - Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O Código Penal brasileiro limita o campo de validade da lei penal com observância de dois vetores fundamentais: a territorialidade (art. 5°) e a extraterritorialidade (art. 7°). Com base neles se estabelecem princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no espaço. Então, a territorialidade é a regra, em que se aplica a lei brasileira nos crimes praticados no Brasil - “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional” (art. 5º, CP). 
A partir daí, teremos duas exceções para essa regra:
Quando houver brasileiro que comete o crime no exterior; (Aqui o brasileiro, mesmo cometendo crime no exterior, responde pela lei brasileira, isto é, de seu país de origem); ou
Quando houver estrangeiro que comete crime no Brasil. (Aqui o estrangeiro responde pela lei de seu país de origem).
Obs.: O nosso Código Penal Brasileiro adotou o Princípio da territorialidade temperada ou mitigada (crimes cometidos no Brasil por nacional, estrangeiro ou apátrida, estarão sujeito à lei penal brasileira, salvo quando normas de direito internacional dispuserem em sentido contrário). Isso por que nossa territorialidade não é absoluta admitindo exceções e autorizando, excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do território nacional.
Importante saber o que é considerado território brasileiro: 
O espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade, inclusive rios, lagos, mares interiores e ilhas, bem como o respectivo subsolo;
Mar territorial até a faixa de 12 milhas marítimas de largura e espaço aéreo correspondente (Lei nº 8.617 de 04-01-1993);
A plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro (ou 188 milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona econômica exclusiva, instituída pela Lei 8.617/1993;
Os navios e aeronaves, de natureza particular, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto-mar;
Os navios e aeronaves, de natureza pública, onde quer que se encontrem;
Os rios e lagos internacionais, que são aqueles que atravessam mais de um Estado. Se forem sucessivos, ou seja, passarem por dois ou mais países, mas sem separá-los, considera-se o trecho que atravessa o Brasil. Caso sejam simultâneos ou fronteiriços, isto é, separarem os territórios de dois ou mais países, a delimitação da parte pertencente ao Brasil é fixada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados.
Território material ou jurídico: 
Material - é o espaço geográfico delimitado por fronteiras;
Jurídico – abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania.
Território brasileiro por extensão (art. 5, §1º, CP): 
Entenda “por extensão” no sentido de que a lei brasileira será aplicada em território que não seja o nacional, isto é, que não seja brasileiro, mas mesmo assim, aplicar-se-á a lei brasileira, por isso dizemos “por extensão”, por que há situações em que a lei brasileira se estende a outros territórios:
EMBARCAÇÕES E AERONAVES BRASILEIRAS: 
Públicos – são extensão do território brasileiro onde quer que se encontre (art. 5º, §1º, 1ª parte)
Ex: Navios de guerra, em serviço militar, ou em serviço oficial.
 
Privados – em mar territorial estrangeiro estão sujeitos à lei do país correspondente; quando em alto mar segue a lei da bandeira que ostentam (não há domínio em alto mar); quando em mar territorial brasileiro, a lei brasileira é aplicável (art. 5º, §1º, 2ª parte CP).
Ex. Mercantes ou de propriedade privada. 
Então, vimos que a territorialidade é a regra, porém há exceções (teoria mitigada), isso nada mais é do que hipóteses de Extraterritorialidade prevista no art. 7º. A doutrina define alguns princípios para o caso de extraterritorialidade, que são os:
 
Princípio da personalidade (o agente é punido de acordocom a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido) – art. 7º, I, d e II, b, CP. 
Princípio do domicílio (o autor do crime deve ser julgado em consonância com a lei do país em que for domiciliado, pouco importando sua nacionalidade) – art. 7º, I, d, CP.
 Princípio da defesa (permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito) – art. 7º, I, a, b, e c. 
 Princípio da justiça universal (todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido) – art. 7º, II, a, CP. 
Princípio da representação (deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e aí não sejam julgados) – art. 7º, II, c, CP. 
Atenção! As regras de extraterritorialidade somente serão aplicadas em caso de crimes propriamente ditos, ou seja, não se admite a aplicação da lei penal brasileira às contravenções penais praticadas no estrangeiro, de acordo com a regra estabelecida pelo art. 2° do Decreto-lei. 3.688/1941 - Lei das Contravenções Penais.
O Artigo 7º do Código Penal lista as hipóteses de extraterritorialidade, em que ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro. Esse dispositivo traz dois incisos: no inciso I teremos as hipóteses de Extraterritorialidade Incondicionada, ou seja, o agente será punido independente de qualquer condição, mesmo que já tenha sido condenado ou absolvido no exterior. Quais são esses crimes? Então vamos lá, são eles:
	Contra o Presidente da República;
	Contra patrimônio ou fé pública das entidades da Adm. Direta e Indireta;
Crimes praticados 	Contra a Administração Pública (por quem está a seu serviço);
	Genocídio (por agente brasileiro ou domiciliado no Brasil).
Já no inciso II teremos as hipóteses de Extraterritorialidade Condicionada, em que o agente somente será punido conforme a lei brasileira se houver preenchido algumas condições no momento da prática do crime. Primeiro veremos as condições, depois vamos listar quais são os crimes que se submetem a essas condições ok! As condições são as seguintes: 
O agente entra no território brasileiro (Não precisa permanecer/apenas entrar);
 	+hjghjghj+
O crime seja punível no exterior e no Brasil;
	
O crime esteja no rol de crimes que admitem extradição;
Não ter sido absolvido ou não cumprido pena no exterior;
	
Não ter sido perdoado no estrangeiro / Não estar extinta a punibilidade.
Obs.: Todas essas condições devem ser preenchidas cumulativamente (todas ao mesmo tempo).
Pois bem, agora veremos os crimes que se submetem a essas condições de acordo com inciso II do artigo 7º, CP:
	Por brasileiros no exterior;
	Por Aeronaves/ Embarcações brasileiras (seja mercante ou privada) no exterior que lá não forem julgadas;
Crimes praticados 	Que por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a punir tal crime;
	Por estrangeiro contra brasileiro (Art. 7º, II, § 3º).
Obs.: Nessa última hipótese (de crime praticado por estrangeiro contra brasileiro), além de ter que preencher todas aquelas condições já listadas, só será punido pela lei brasileira (nesse caso), desde que:
- Não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição; ou
- Houver requisição do Ministro da Justiça, isto é, se o Ministro da Justiça requerer/ mandar/ ordenar que seja punido pela lei brasileira.
# IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS E CHEFES DE GOVERNOS ESTRANGEIROS
Diplomatas/ Chefes de Governo/Ministro das Relações Exteriores: Têm imunidade de jurisdição penal, sujeitando-o à jurisdição do Estado que representa. Abrange toda e qualquer espécie de delito. 
A garantia se estende aos agentes diplomáticos e funcionários das organizações internacionais, quando em serviço, incluindo seus familiares. A essas pessoas é assegurada inviolabilidade pessoal, já que não podem ser presas nem submetidas a qualquer procedimento sem autorização de seu país. 
A imunidade é irrenunciável. 
As imunidades não se aplicam aos empregados particulares dos diplomatas, ainda que oriundos do Estado representado.
Cônsules: imunidade penal é limitada aos atos de ofício. 
As sedes das embaixadas não são extensões de territórios estrangeiros no Brasil. De fato, localizam-se em território nacional, e, se alguém que não goza da imunidade praticar algum crime em seu âmbito, inevitavelmente será processado nos termos da legislação penal brasileira.
Imunidades Parlamentares
A Constituição Federal prevê duas espécies de imunidades:
a) imunidade absoluta, material, real, substantiva ou inviolabilidade: art. 53, caput;
b) imunidade processual, formal, adjetiva, ou imunidade propriamente dita: art. 53, §§ 1º ao 5°. A imunidade formal pode referir-se à prisão do parlamentar ou ao ajuizamento da ação penal.
O Supremo Tribunal Federal tem considerado a manifestação parlamentar, nas hipóteses abrangidas pela inviolabilidade, como fato atípico.
As imunidades abrangem senadores e deputados federais. Excluem-se os suplentes. 
Os parlamentares afastados para o exercício de cargo de Ministro da República, Secretário de Estado ou de Município da Capital não mantêm as imunidades.
Não se admite a renúncia a tais prerrogativas (são do cargo).
# LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP)
Para estudar o lugar do crime, os doutrinadores desenvolveram algumas teorias: 
Teoria da atividade, ou da ação: Lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão);
Teoria do resultado, ou do evento: Lugar do crime é aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado, pouco importando o local da prática da conduta;
Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Foi a adotada pelo nosso Código Penal, em seu artigo 6º, vejam:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Obs.: O local do crime é importante quando se trata de crimes cometidos à distância. Crimes à distância – são aqueles praticados em um país e cujo resultado vem a ser produzido em outro. São chamados de crimes de espaço máximo, para que não haja impunidade.
Não se aplica a teoria da ubiquidade nos seguintes casos:
Crimes conexos: São crimes relacionados entre si, mas não é considerado um crime só. Cada crime será processado e julgado no país em que foi cometido. 
Crimes plurilocais: Crime cometido no mesmo país, porém em comarcas diferentes. É diferente de ser cometido à distância (países diferentes), por isso, não é aplicada a teoria da ubiquidade e sim do resultado. Aqui o agente responde, em regra, na comarca onde produziu o resultado. Mas, isso é referente ao CPP, referente ao conflito interno de competência – vários locais dentro do território nacional. São regras de competência/processo penal. Não confundam com o CP/Teoria da Ubiquidade, ou seja, em que local será aplicada a lei brasileira e em que momento será considerado o lugar do crime (Teoria da Ubiquidade).
Crimes dolosos contra a vida: Aplica-se a teoria da atividade, segundo pacífica jurisprudência, em razão da conveniência para a instrução criminal. É mais fácil e seguro produzir provas no local em que o crime se realizou.
Infrações penais de menor potencial ofensivo: O art. 63 da Lei 9.099/1995 adotou a teoria da atividade; “A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal” (Teoria da Atividade).Crimes falimentares: Será competente o foro do local era que foi decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação judicial (art. 183 da Lei 11.101/2005).
Atos infracionais: Para os crimes ou contravenções penais praticados por crianças e adolescentes, será competente a autoridade do lugar da ação ou da omissão (Lei 8.069/1990 - ECA, art. 147, § 1°).
# PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO (Art. 8º)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Quando falamos em pena cumprida NO ESTRANGEIRO, estamos falando, também, de extraterritorialidade. E o artigo 8º visa justamente impedir que se puna uma pessoa duas vezes pelo mesmo fato, ou seja, é a regra do non bis in idem, uma vez que se o agente já cumpriu pena no estrangeiro por determinado fato, o Brasil não se “interessa” mais em punir aquele agente. Então, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando forem diferentes, ou computa-se quando forem iguais. 
Em suma:
 ATENUA (a do Brasil). Se forem diferentes!
A pena cumprida no estrangeiro
É COMPUTADA (na do Brasil). Se forem iguais!
# Art. 9º - EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:  
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;  (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Nenhuma sentença emanada de jurisdição estrangeira tem eficácia num Estado sem o seu consentimento. O Direito Penal é essencialmente territorial. Por isso, a sentença estrangeira deve ser homologada para ter eficácia na execução no território nacional. 
Competência: compete ao Superior Tribunal de Justiça a homologação da sentença estrangeira, nos termos do art. 105, I, “i” CF/88.
Mas vejam, para haver a homologação, são necessárias duas condições:
1º Condição: Que a lei brasileira produza as mesmas consequências da lei estrangeira; (Art. 9º, CP).
2º Condição: Que haja o trânsito em julgado da sentença estrangeira no país de origem (Súmula 420, STF).
Percebam que a homologação é feita para gerar efeitos civis, ou seja, reparação de danos, restituição de coisa apreendida e assim por diante. Ou ainda, para sujeitar o agente à medida de segurança.
Porém, para que ocorra os efeitos civis da sentença estrangeira, precisa haver um pedido da parte interessada. E para que seja aplicada a medida de segurança ou quaisquer outros efeitos, é preciso que haja um tratado de extradição entre o Brasil e o país de origem, ou caso não haja esse tratado, é necessário uma requisição do Ministro da Justiça.
# CONTAGEM DO PRAZO PENAL (Art. 10 CP)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O prazo penal é o que deve ser aplicado para institutos de natureza penal como a Prescrição e a Decadência. No prazo penal o dia do começo é incluído, podendo começar ou acabar em dia que não seja útil.
	
No prazo processual (diferente do penal), exclui-se o 1o dia e conta-se o último, a contagem se dá a partir do 1o dia útil seguinte.
 
Conta-se o primeiro dia, mesmo que seja o acusado preso 23:59, qualquer que seja a fração de dia irá contar como um dia inteiro. Computa-se, também, o dia do início e exclui-se o do término. Solta-se na meia-noite do penúltimo dia.
Exemplo: foi preso no dia 06/03/2011 e foi condenado à pena de: 01 ano, 02 meses e 03 dias. Somam-se primeiros os anos: 1 ano, depois soma-se os meses: 3 meses. Somam-se os dias: – exclui-se o dia do término.
	Dia
	Mês
	Ano
	06
	03
	2011
	+
	+
	+
	03
	02
	01
	
	
	
	09
	05
	2012
Resultado: 08/05/2012. 
Calendário Comum: Calendário Gregoriano utilizado no Brasil.
Dia: Tempo entre a meia noite do primeiro dia até meia noite do dia seguinte.
Mês: Cada mês que se passa, independentemente da quantidade de dias que tenha o mês.
Ano: Cada ano que se passa, independentemente da quantidade de dias que tenha o ano.
Obs.: Os prazos de natureza penal são improrrogáveis, mesmo que terminem em sábados, domingos ou feriados. Assim, se o prazo decadencial para o oferecimento de queixa-crime encerrar em um domingo, o titular do direito de queixa ou de representação deverá exercê-lo até a sexta-feira anterior.
Apesar de improrrogável, pode ser suspenso ou interrompido. Ex.: Oferecimento da denúncia, ao qual zera o prazo de Prescrição.
# FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA (Art. 11)
 	
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Na pena privativa de liberdade, deve-se desprezar as frações de dia (as horas). Assim, se a pena começou a ser cumprida às 22:00 h do dia, considera-se o dia inteiro. Na pena de multa, deve-se desprezar as frações de real, que são os centavos.
# LEGISLAÇÃO ESPECIAL (Art. 12)
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Dispõe sobre o princípio da especialidade: as regras gerais do Código Penal se estende às demais normas penais em leis esparsas, mas a própria Lei, pelo critério de especialidade, poderá dispor de forma diferente para os crimes da parte especial. 
Ex.: o art. 4º da Lei de contravenções penais diz que não há tentativa de contravenção penal.
Bons Estudos!!
MONITORA: Crísley Estrela. DISCIPLINA: Penal I
E-mail: estaciomonitoriapenal1@gmail.com

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