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Ácidos e Bases Prof. Marcello Moreira Santos 2015/2 Ácidos e Bases � Propriedades do Solvente � Propriedades do solvente � Faixa de temperatura na qual ele é líquido � Constante dielétrica � Propriedades como doadores e aceptores (ácido - base de Lewis) � Acidez ou basicidade protônica � Natureza e extensão de auto-dissociação. � Faixa de temperatura na qual o solvente é líquido; � ⇒ solventes que são líquidos à temperatura ambiente e 1 atm são mais úteis porque são facilmente manuseados; entretanto é necessário que seja possível fazer reações ou qualquer medida tanto acima como abaixo da temperatura ambiente. � Constante dielétrica; � ⇒ a capacidade de um líquido dissolver um sólido iônico depende fortemente, embora não exclusivamente, de sua constante dielétrica � Sendo F a força de atração cátion-ânion, e conclui- se que solventes com baixa constante dielétrica são menos capazes de reduzir as forças atrativas entre os cátions e ânions dissolvidos e então são menos capazes de dissolver substâncias iônicas F= q + q − 4 πε0r 2 � Polaridade de solvente; � ⇒ a capacidade de um solvente manter um soluto em solução depende principalmente de seu poder de solvatar as partículas dissolvidas, isto é, interagir com elas de forma quase química. Para solutos iônicos, ambos, cátions e ânions, serão solvatados. � Normalmente, os cátions são menores [Ca(NO3)2; FeCl3] e, portanto, sua solvatação émais importante � Propriedade doadora – solvatação de cátions simples Þ formação de complexos nos quais os ligantes são as moléculas de solvente. � Ordem de capacidade de complexação � ⇒DMS>DMF » H2O > acetona MX H2O M(H2O)+ + X-n M +OH2 OH2 H2O H2O � Propriedade aceptora ⇒menos manifestada. � � O lado positivo do solvente se orienta aos ânions. + X 1- 1-X � A constante dielétrica e a capacidade de solvatação são propriedades relacionadas qualitativamente. Quanto mais polar a molécula de solvente maior sua constante dielétrica e, ao mesmo tempo, é maior a capacidade de se usar suas regiões positiva e negativa para solvatar cátions e ânions, respectivamente � Solventes Protogênicos Þ contém prótons ionizáveis mais oumenos ácidos. � Ex.: H2O; HCl; HF; H2SO4 e HNC; NH3 � Autodissociação⇒ importância: o soluto não encontra somente as moléculas de solvente, mas os cátions e ânions formados na autodissociação � Exemplos: � � 2 H2O ↔H3O 1+ + OH1- � 2 HCl ↔H2Cl 1+ + Cl1- � 2 HF ↔H2F 1+ + F1- � 2 H2SO4 ↔H3SO4 1+ + HSO4 1- � 2 NH3 ↔NH4 1+ + NH2 1- � Água: H2O H(H2O)n HO(H2O)m(n+m+1) + 1+ 1- forte associação H3O+ isoeletrônico com NH3 é observ ado em alguns compostos cristalinos dissolv ido em água O H HH 118o + � [H2O] = 55,6 mol/L constante omitida � NH3 líquida⇒ líquido incolor que é útil como solvente na faixa de –78ºC a –33ºC. Sua autodissociação émenor do que a da H2O. � K-50ºC = 10 -30 K 25∘C= [ H+ ][OH− ] [ H 2O ] = 10− 14 55,6 ⇒ KW=10 − 14 � Solventes Apróticos � � 1) Não polar ou pouco polar Þ não solvatam fortemente. � Ex.: CCl4 e hidrocarbonetos � � baixa polaridade � baixa constante dielétrica � baixo poder doador � são bons solventes para substâncias apolares. � 2) solventes não ionizáveis, mas fortes solvatadores. � Ex.: CH3CN; DMF; DMSO;THF; SO2 � � DMSO⇒ alto P.E.⇒ alta constante dielétrica (45) ⇒ utilizam a carga no O para solvatar cátions. � � SO2 ⇒ baixo P.E. ⇒ habilidade aceptora; solvata ânions e outras bases de Lewis eficientemente. � THF⇒ baixa polaridade. � Solventes muito polares, auto-ionizáveis ⇒ altamente reativos e sensíveis à umidade. � BrF3, IF5. � 2 BrF3↔ BrF2 1+ + BrF4 1- � 2 IF5↔ IF4 1+ + IF6 1- � 2Cl3PO4↔Cl2PO4 1+ +Cl4PO4 1- � Altamente reativos e sensíveis à umidade. � Sais Fundidos � ⇒ representam um tipo extremo de solventes apróticos e auto-ionizáveis, são principalmente haletos de metais alcalinos e nitratos de metais alcalinos. � � Ex.: CdCl2, Ru3Cl9 � � Ex.: preparação de sais de metais de baixa valência. � Solventes para Reações Eletroquímicas � constante dielétrica igual ou maior que 10, pois as reações envolvem substâncias iônicas. � Faixa de oxirredução alta para as reações nos eletrodos não preceda a reação de interesse. � H2O ⇒ larga faixa de oxidação; altas constante dielétrica ; capacidade de solvatação; condução intrínseca baixa. � � O2 + 4 H 1+ (10-7 mol/L) + 4 e →→→→ 2 H2O Eº = + 0,82V � � H1+ (10-7mol/L) + e→→→→½H2 Eº = - 0,41V � Pureza dos Solventes � ⇒ tem que ser puro para que os resultados sejam reprodutíveis. � o oxigênio é solúvel em todos os solventes; � a água se dissolve nos solventes do ambiente, por exemplo, acetonitrila (solução 0,04 mol/L de H2O) Definições de ácidos e bases � 1) Arrhenius – baseada na autoprotólise da água � - ácidos, são substâncias que aumentam a concentração de H1+. � - bases, são substâncias que aumentam a concentração de OH1-. � 2) Bronstred-Lowry – acidez e basicidade relacionada ao próton. � - ácido, são substâncias doadoras de prótons. � - bases, são substâncias aceptoras de prótons. � HCl + NH3→NH4 1+ + Cl1- � Sistema de Solvente � � Definição pode ser aplicada em casos que o solvente sofre uma autoionização significativa (prótico ou aprótico). � soluto que aumenta a concentração da espécie catiônica do solvente é um ácido. � � BrF3 + BrF3↔ BrF2 1+ + BrF4 1- � Ex.: BrF2AsF6 em BrF3 � BrF2AsF6 (ácido) + BrF3(solvente) → BrF2 1+ + AsF6 1- � KBrF4 (base) + BrF3(solvente) → K 1+ + BrF4 1- � [BrF2 1+ + AsF6 1- (ácido)] + [K1+ + BrF4 1- (base)] → 2 BrF3(solvente) + K 1+AsF6 1- (sal) � O caráter ácido ou básico não é uma propriedade absoluta do soluto, depende do solvente. � Ex.: ácido acético (H3CCOOH) � � H3CCOOH (ácido) + H2O→H3O 1+ + H3CCOO 1- � � H3CCOOH (base) + H2SO4→H3CCOOH2 1+ + HSO4 1- � � Ex.: uréia (H2NCONH2) � Em água é neutra e em amônia líquida é ácida. � � NH3(l) (solvente)+ H2NCONH2↔NH4 1+ + H2NCONH 1- � Lux-Flood – acidez e basicidade de óxidos. � - ácidos, são substâncias aceptoras de íons óxidos. � - bases, são substâncias doadoras de íons óxidos. � � Ex.: CaO (base) + H2O →Ca(OH)2 � CaO é doador de íon óxido � CO2 (anidrido ácido) + H2O → H2CO3 � Reação ácido-base: � CO2 (ácido) + CaO (base) →CaCO3 ou � H2CO3 + Ca(OH)2→CaCO3 + H2O � A definição de acidez e basicidade de Lux- Flood é útil para sistemas anidros (metalurgia por exemplo) e há uma relação direta com a química em sistemas aquosos de ácidos e bases, já que; � Na2O (base) + H2O (solvente) → 2 Na 1+ + OH1- � P2O5 (ácido) + H2O (solvente) → 2 H3PO4 � Lewis – baseada no par de elétrons. � - ácidos, são substâncias aceptoras de par de elétrons. � - bases, são substâncias doadoras de par de elétrons. � H1+ (ácido) + :OH1- (base)→ H:OH (complexo ou aduto de Lewis) � BF3 (ácido) + :NH3 (base) → 3HN:BF3 (complexo ou aduto de Lewis) � todos os ligantes podem ser considerados como base de Lewis e todos os íons metálicos como ácidos de Lewis. � - o grau de afinidade de um íon metálico com o ligante é igual a acidez de Lewis. � - a tendência da ligação entre o ligante e o íon metálico é a basicidade de Lewis. � A basicidade de um átomo é fortemente influenciada por seus substituintes, por sua distribuição eletrônica e sua geometria. � Efeito eletrônico. � Eletronegatividade � - força da base: (CH3)3N > H3N > F3N � - força do ácido: (CH3)3B < H3B < F3B � A maior eletronegatividade dos substituintes aumenta o caráter ácido. � Ex.: � Esperado:BF3 > BCl3 > BBr3 e observado é BF3 < BCl3 < BBr3 � O átomo de halogênio pode formar ligações pi com o orbital 2p vazio do átomo de boro e esta ligação pi deve ser rompida para que o orbital aceptor do boro esteja disponível para este “funcionar” como ácido e ocorrer a ligação com a base de Lewis. � Neste caso o flúor faz uma ligação pi mais efetiva com o orbital do boro, assim a molécula BF3 tem uma interação pimais forte do que nos casos de cloro e bromo, sendo mais difícil de ser rompida quando da aproximação da base de Lewis para formação do aduto. � Conseqüentemente na série o tribrometo de boro é o ácido mais forte, seguido do tricloreto e sendo o ácido mais fraco o trifluoreto de boro. � Efeito estérico (geométrico). � Relacionada acidez e basicidade das espécies com a posição dos substituintes. � Ordem de basicidade = piridina ≈ para metilpiridina >>ortometilpiridina � (quando comparados com B(CH3)3 N N CH3 N CH3 aproximadamente igual >>> Ácidos e Bases “duros” e “macios” � No conceito de ácidos e bases “duros” e “macios” de Basolo-Pearson – HSAB, a força de acidez e basicidade estão baseadas em fatores empíricos. � � - o grupo de ácidos e bases duros é formado por substâncias não ou pouco polarizáveis e; � - o grupo de ácidos e bases macios é formado por substâncias polarizáveis. � Lewis propôs que uma base mais forte deve ser capaz de ser trocada por uma base mais fraca ( da mesma forma ocorre para força ácida). � � :Bforte +Aácido:Bfraca→Aácido:Bforte + :Bfraca � Aforte +Afraco:Bbase→Aforte:Bbase +Afraco � � Ex.: NH3 + HF→NH4 1+ + F1- � (amônia é uma base mais forte do que fluoreto) � Em um íon metálico combinado a um ligante (ácido e base de Lewis) a constante de equilíbrio é chamada de constante de formação ou de estabilidade. Esta constante pode ter a ordem da força básica para uma série de ligantes ou a força ácida para vários metais mantendo o ligante fixo. � Lewis notou que a força ácida não é a mesma com a mesma referência básica, por exemplo H1+, Ag1+ e Ca2+; � - para NH3 = H 1+ > Ag1+ > Ca2+; � - para F1- = H1+ > Ca2+ > Ag1+; � - para I1- = Ag1+ > Ca2+ >H1+, � Esta diferença de comportamento foi explicada usando os conceitos de ácidos e bases “duros” e “macios”. � H1+, Na1+, Mg2+, ácidos duros (Ti4+, Fe3+, Co2+, Al3+) preferem ligantes pequenos e menos polarizáveis. � F1-, OH1-, NH3, bases duras. � � Ag1+, Hg2+, ácidos macios (Pt2+, Pt4+, Cu1+) � � I1-, S2-, bases macias. � Relação empírica: � - ácido duro interage com base dura, com o envolvimento de interações eletrostáticas. � - ácido macio interage com base macio, com o envolvimento de interações covalentes com polarização. Duro Intermediário Macio Ácido H1+, Li1+, Na1+, K1+, Be2+, Mg2+, Ca2+, Cr3+, BF3. Fe2+, Co2+, Ni2+, Cu2+, Zr2+, Pb2+, SO2, BBr3. Cu1+, Ag1+, Au1+, Tl1+, Hg1+, Pd2+, Cd2+, Pt2+, Hg2+, BH3. Base F1-, OH1-, H2O, NH3, CO3 2-, NO3 1-, O2-, SO4 2-, PO4 3-, ClO4 -1. NO2 1-, SO3 2-, Br1-, N3 1-, N2, C6H5N, SCN. H1-, R1-, CN1-, CO, I1-, R3P, C6H6, R2S. Componentes Covalentes e Iônicos das interações ácido-base � Equação de Drago-Wayland � Estima quantitativamente as forças das interações ácido-base de Lewis. � � - ∆HAB = EA x EB +CAXCB +W � sendo DHAB a entalpia da combinação ácido-base de Lewis (exotérmica), EA x EB igual a contribuição eletrostática, CA X CB igual a contribuição covalente e W é uma constante, normalmente igual a zero. � 1) (CH3)3Al + :N(CH3)3→ (CH3)3Al:N(CH3)3 (aduto mais estável) � 2) (CH3)3Al + :P(CH3)3→ (CH3)3Al:P(CH3)3 (aduto menos estável) � 1) - ∆HAB = 17,32x1,19 + 0,94x11,20 = 31,14 kJ/mol � 2) - ∆HAB = 17,32x1,11 + 0,94x6,51 = 25,35 kJ/mol � Alguns ácidos aquosos comuns � Os ácidos aquosos mais comuns são o ácido sulfúrico (H2SO4), ácido nítrico (HNO3), água régia, uma mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico (HCl:HNO3) na razão de 3 volumes de ácido clorídrico para 1 volume de ácido nítrico, ácido preclórico (HClO4), ácidos hidro de haletos (HF, HCl, HBr e HI). � Regras Relativas às forças dos oxiácidos � � Os oxiácidos são ácidos constituídos por um átomo central rodeado por átomos de oxigênio e grupos hidroxila (XOn(OH)m). � Ex.: H2SO4, H3PO4, HNO3 � Existem duas regras importantes para estes ácidos; � 1º) A razão de sucessivas constantes de dissociação (Kn/Kn-1) é da ordem de 10 -4– 10-5. � 2º) A magnitude de K depende de n, número der átomos de oxigênio adicionais, além dos oxigênios da hidroxila. Quanto maior n, maior a força ácida. � � Casos onde não há oxigênios, fora a hidroxila, não há, praticamente, deslocalização da carga negativa, então a dissociação não é favorecida � A tendência decresce nos valores de K1, K2, K3 porque após cada dissociação há um aumento na carga positiva que diminui a tendência do próximo próton sair. � � Exceções à Regra 2: � � H3PO4 : K1 ≈ 10 -8 (esperado se estivesse como P(OH)3). � K1 ≈ 10 -2 (observado, tem n = 1, HPO(OH)2). � H2CO3 : K1 ≈ 10 -2 (esperado). � K1 ≈ 10 -6 (observado). � Há uma grande quantidade do soluto na solução de ácido carbônico na forma de CO2 hidratado e não comoCO(OH)2. � K1 ≈ 2x10 -4 (real). � Superácidos � � Os superácidos são normalmente líquidos de 106 - 1010 vezes mais ácidos do que ácido nítrico ou sulfúrico, estão em sistemas não aquosos. � � Acidez de Hammett � � H0 = pKBH+ - log[BH 1+]/[B] � � A razão [BH1+]/[B] pode ser medida espectrofotometricamente. � O primeiro sistema estudado foi o de ácido sulfúrico muito concentrado: � H0 = - 12 (10 12 vezes mais ácido do que uma solução de H2SO4), quando SO3 á adicionado para produzir oleum, H0 é igual a –15. � sistema HF – H0 = - 11 (pode ter a acidez aumentada pela adição de SbF5) � AsF5 ou SbF5 + HSO3F , H0 = - 15 � 2 HSO3F ® H2SO3F 1+ + SO3F 1- � adição de 7%SbF3 - H0 = - 19,4 � 2 HSO3F + SbF5→ H2SO3F 1+ + SbF5(SO3F) 1- � Aplicação de superácidos: � Protonação de moléculas que normalmente não são protonáveis. F F H H superácido (H3C)3COH (H3C)C+ H3O+ superácido +
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