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Oxidação e Redução Prof. Marcello Moreira Santos 2015/2 Introdução ao Conceito Redox Já se discutiu a classe de reações químicas quando elétrons são transferidos de uma espécie para outra ocorrendo a oxidação e a redução. Sabe-se que esses dois processos, que juntos são chamados de REDOX, são originários de trabalhos anteriores da obtenção de elementos puros por extração de minérios (na forma natural) de importante tecnológica inegável. . A análise termodinâmica de reações REDOX, importantes industrialmente, está bem estabelecida, e como será visto. Para analisar reações REDOX em solução consideram-se efeitos termodinâmicos e cinéticos. Algumas reações apesar de termodinamicamente viáveis são cineticamente impraticáveis. As reações REDOX em solução podem ser estudadas por técnicas eletroquímicas e por isso dados das reações podem ser avaliados na forma de potenciais de eletrodos. Diagramas resumem as relações termodinâmicas da reação de forma compacta e clara. Uma grande classe de reações ocorre pela perda formal de elétrons associada com um átomo e o ganho de elétron por outro átomo. Esse ganho de elétron é chamado de REDUÇÃO e a perda de elétron é chamada de OXIDAÇÃO, o processo como um todo é chamado de REAÇÀO REDOX. As espécies que fornecem elétrons são chamadas de agentes redutores (ou redutores) e as espécies que removem elétrons são chamadas de agentes oxidantes (ou oxidantes). As reações REDOX são semelhantes as reações de transferência de próton, mas ao invés do próton sendo transferido de um ácido para base de Bronsted, um ou mais elétrons são transferidos (as vezes com o acompanhamento de átomos) do agente redutor para o agente oxidante. Entretanto, a migração de elétrons que acompanha uma reação REDOX de uma espécie covalente é muito menor e completamente diferente da transferência completa de prótons que caracteriza as reações ácido-base. Assim é melhor analisar as reações REDOX em termos de número de oxidação (Nox) e não em termos da transferência de elétrons. EXTRAÇÃO DE ELEMENTOS A definição original de oxidação foi a da reação que um elemento reage com oxigênio e é convertido em seu óxido. Comparativamente, redução originalmente significa a reação inversa quando um óxido metálico era convertido ao metal. Ambos os termos são generalizados e expressam a transferência de elétrons sendo a base da maior parte da química industrial e laboratorial. Elementos Extraídos por Redução O oxigênio é um componente da atmosfera desde que a fotossíntese começou a ser um processo importante a mais de um bilhão de anos e muitos metais são encontrados na forma de óxidos. Depois de aproximadamente 4000 anos antes de Cristo o cobre pode ser extraído de seus minérios à temperaturas alcançáveis em lareiras primitivas e o processo de fundição (metalurgia) foi descoberto, quando minérios são reduzidos por aquecimento com um agente redutor, como o carbono (carvão). Devido à muitos minérios de metais importantes estarem na forma de sulfetos, a fundição é as vezes precedida pela conversão de alguns sulfetos em óxidos pelo “cozimento do minério” ao ar: 2 Cu2S(s) + 3 O2(g) 2 Cu2O(s) + 2 SO2(g) Até aproximadamente 1000 anos A. C., no começo da idade do Ferro, as temperaturas suficientemente necessárias para a redução de elementos era para pouca e metais, tais como, ferro eram obtidos com pureza. O carbono (carvão) era o agente redutor dominante até o final do século 19 e metais que necessitam de temperaturas mais altas não eram obtidos em pureza, apesar de seus minérios existirem em relativa abundância. O salto tecnológico que permitiu a conversão de alumínio foi a introdução da eletrólise. A disponibilidade de fonte elétrica também expandiu a ação da redução por carbono em fornos elétricos que podem alcançar temperaturas muito mais altas do que os fornos à combustão. Assim, o magnésio é um metal do século 20, uma das formas de sua obtenção é o processo Pidgeon, a redução eletrotérmica do óxido de magnésio usando carbono como agente redutor. MgO(s) + C(s) Mg(l) + CO(g) A dependência da temperatura para as reduções com carbono pode ser racionalizada por algumas considerações termodinâmicas simples; TERMODINÂMICA Argumentos termodinâmicos podem ser usados para identificar quais reações são espontâneas (isto é, tem a tendência natural de ocorrer) sob as condições prevalecentes e escolher os agentes redutores mais econômicos e as condições reacionais mais apropriadas. O critério de espontaneidade é aquele, a temperatura e pressão constante, que a energia livre de Gibbs ( G) da reação é negativa, geralmente é suficiente considerar a energia livre padrão de Gibbs ( G°), que está relacionada sua constante de equilíbrio (K); G° = - RTlnK Assim, um valor negativo de G° corresponde a K > 1 e portanto, a uma reação favorável. As velocidades também são relevantes, mas à altas temperaturas, as reações são muitas vezes mais rápidas e favoráveis termodinamicamente ocorrendo facilmente. A fase fluída (tipicamente gás) é geralmente necessária para facilitar que a reação ocorra. O equilíbrio é raramente atingido em processos comerciais e um processo com K < 1 pode ser viável se os produtos forem retirados da câmara de reação. Para G° < 0 a redução de um óxido metálico com carbono segue uma das reações; a) C(s) + ½ O2(s) CO(g) G° (C, CO) b) ½ C(s) + ½ O2(s) ½ CO2(g) G° (C, CO2) c) CO(s) + ½ O2(s) CO2(g) G° (CO, CO2) deve ter uma G° menor do que a da reação de formação do óxido; d) xM + ½ O M O G° (M, sob as mesmas condições de reação, ocorre; a) – d) é igual MxO(s) + C(s) x M(s) + CO(g); então, G°Reação = G° (C, CO) - G° (M, MxO) b) – d) é igual MxO(s) + ½ C(s) x M(s) + CO2(g); então, G°Reação = G° (C, CO2) - G° (M, MxO) c) – d) é igual MxO(s) + CO(g) x M(s) + CO2(g); então, G°Reação = G° (CO, CO2) - G° (M, MxO) A reação será espontânea se G°Reação < 0 e esta informação pode ser resumida no diagrama de ELLINGHAN, que é o gráfico de , G° de cada reação versus temperatura. Pode-se entender a aparência do diagrama de Ellinghan pela relação: G° = H° - TS° pelo fato da entalpia (H°) e da entropia (S°) da reação serem, numa aproximação razoável, independentes da temperatura, assim as linhas do gráfico estão relacionadas a - S° (entropia) da reação em questão. Já que a entropia padrão de gases é muito maior do que a de sólidos a S° da reação d, há consumo de gás, é negativa, então a linha no diagrama deve ter inclinação positiva. O ponto onde a linha muda de inclinação significa que o metal altera de fase, ocorre a fusão e a entropia muda concomitantemente. Na reação a há a formação de gás (1 mol de CO para ½ mol de CO2) e a entropia é positiva e a linha no diagrama será negativa. A entropia da reação b é aproximadamente zero já que não há mudanças na quantidade de gás, então se tem uma linha horizontal no diagrama. E por fim, para a reação c a entropia é negativa (3/2 mol de gás para 1 mol de gás), assim a linha no diagrama é positiva. Na temperatura que a linha de C, CO está acima da linha de M, MxO a diferença G° (C,CO) menos G° (M, MxO) é positiva e a redução não é espontânea. Já para temperaturas que a linha de C,CO está abaixo da linha de M, MxO a redução do óxido metálico por carbono é espontânea (K > 1). A mesma relação é obtida para as reações C, CO2 para M, MxO e CO, CO2 para M, MxO. Resumo: para temperaturas que a linha C, CO está abaixo da linha M, MxO o carbono pode ser usado para reduzir o óxido metálico ao metal e ser oxidado à CO. - para temperaturas que a linha C, CO2 está abaixo da linha M, MxO o carbono pode ser usado para reduzir o óxido metálico ao metal e ser oxidado à CO2. - para temperaturas que a linha CO, CO2 está abaixo da linha M, MxO o monóxido de carbono pode ser usado para reduzir o óxido metálico ao metal e ser oxidado à CO2. A figura a seguir apresenta o diagrama de Ellingham para vários metais. A princípio todos os metais até magnésio e cálcio podem ser reduzidos por pirometalurgia, aquecimento com um agente redutor. Entretanto, há severas limitações práticas. Esforços, para a produção de alumínio por pirometalurgia (mais especificamente no Japão, onde a Energia elétrica é cara) foram preteridos pela volatilidade do Al2O3 a temperaturas muito altas necessárias para a redução. Outra dificuldade de tipo diferente é a redução pirometalúrgica de titânio com carbono, pois há a formação de carbeto de titânio (TiC) ao invés do metal. Na prática as reduções pirometalúrgicas está restrita a Mg, Fe, Co, Ni, Zn e algumas ligas de ferro. Os mesmos princípios são aplicados à redução usando outros agentes redutores. Um diagrama de Ellingham pode ser usado para ver se um metal M’ pode ser usado para reduzir o óxido de outro metal (MxO). Neste caso, na temperatura que a linha do óxido M’ estiver abaixo da linha do óxido MxO permite que M’ substitua o carbono, então quando G° = G° (M’, óxido) - G° (M, MxO) for negativo a reação: MxO(s) + M’(s) x M(s) + M’O(g) será espontânea. Aplicações de Reduções Químicas Os processo industriais para a obtenção de metais por redução apresentam uma maior variedade de situações do que somente a análise termodinâmica sugere. Um fator importante é o que o minério e o carbono são sólidos e a reação entre dois sólidos raramente é rápida. Muitos processos exploram reações gás-sólido e líquido-sólido. Os processos industriais atuais são variados em estratégias para assegurarem boas cinéticas, exploração econômica de materiais e evitar problemas ambientais. Tome-se como exemplo três importantes reduções de baixa, média e alta dificuldade. A redução menos difícil é a do minério de cobre. O cozimento e a fusão ainda são usados para a extração do metal por pirometalurgia com carvão. Entretanto, algumas técnicas mais recentes são empregadas para evitar o problema ambiental causado pela produção em larga escala de SO2. A extração de cobre por hidrometalurgia é promissor, o metal é obtido pela redução de soluções aquosas de cobre (com H2 ou raspas de ferro como agentes redutores). O Cu2+ provenientes de minérios com baixo teor de cobre são reduzidos por H2. Cu2+ (aq) + H2(g) Cu(s) + 2 H + (aq) ou por uma redução equivalente com ferro. Um benéfico ambiental relativo é alcançado, esse processo também permite a exploração econômica de minérios de menor grau de pureza. A extração de ferro por redução é de dificuldade intermediária. Em termos econômicos a redução de minério de ferro é a mais importante aplicação da pirometalurgia com carbono. No forno de explosão, que continua sendo a maior fonte do elemento, uma carga de minério de ferro (Fe2O3 e Fe3O4), coque (C) e calcário (CaCO3) é aquecida com uma rajada de ar quente. A combustão do coque neste ar aumenta a temperatura à 2000C e o carbono queima para CO na parte inferior do forno. O suprimento de Fe2O3 do topo do forno encontra o CO quente de cima para baixo O Fe2O3 é reduzido à magnetita (Fe3O4) e então se reduz a wurzita (FeO) entre 500 e 700 C e o CO é oxidado a CO2. Ao mesmo tempo o calcário (CaCO3) é convertido a cal (CaO), então aumentando a quantidade de CO2 no gás de exaustão. A redução final do ferro ocorre entre 1000 e 1200C na região intermediária do forno. FeO(s) + CO(g) Fe(s) + CO2(g) Uma quantidade de CO suficiente é garantida pela reação CO2(s) + C(s) 2CO(g), que aumenta a quantidade de CO formado na combustão incompleta do carbono. Essa série de reações gás-sólido leva a reação global sólido-sólido entre o minério e o coque. A função da cal (CaO), formado pela decomposição térmica de calcário (CaCO3) é a combinação com os silicatos, presentes no minério, na parte mais quente (mais baixa) do forno formando uma escória fundida. O ferro formando funde a aproximadamente 400C, abaixo do seu ponto de fusão quando puro, já que há carbono dissolvido no meio. O ferro que é a fase mais densa escorre pelo fundo do forno solidificando-se impuro (próximo de 4% em massa de carbono). O fabrico de aço se dá por uma série de reações para diminuir a quantidade de carbono e inserir outros metais ao ferro para formar ligas. Mais difícil que a obtenção de cobre e ferro é a extração de silício a partir de seu óxido. Silício com teor de 96 a 99% é preparado pela reação de quartzita ou areia (SiO2) com carbono altamente puro. O diagrama de Ellingham mostra que a redução é factível a partir de 1500C. Esta alta temperatura é obtida em um forno de arco voltáico na presença de sílica em excesso para evitar a formação de carbeto de silício (SiC). SiO2(s) + 2C(s) Si(l) + 2 CO(g) a 1500C 2SiC(s) + SiO2(g) 3Si(l) + 2CO(g) Silício muito puro (para semicondutores) é obtido pela conversão de silício impuro à compostos voláteis, como, SiCl4, que é purificado exaustivamente por destilação fracionada e então reduzido à silício com hidrogênio puro. O metal obtido é então fundido e cristais únicos e grandes são puxados vagarozamente do meio (processo Czochrlski). O diagrama de Ellingham mostra que a redução direta de Al2O3 com carbono começa a ser factível somente acima de 2000C, sendo assim muito caro e complicado pelas características inerentes à química a altas temperaturas, como a volatilidade do óxido. Entretanto, a redução de óxido de alumínio pode ser alcançada eletroliticamente, o processo Hall-Heroult descoberto em 1886, é usado até hoje para a produção de alumínio. A redução eletrolítica pode ser considerada como uma técnica de redução de acoplamento (através dos eletrodos do circuito externo) para a reação ou processo físico com G mais negativo. A G necessária de uma fonte externa pode ser assegurada pela diferença de potencial que é produzida pelos eletrodos, sendo G = -nFE, sendo n igual a quantidade (em mol) de elétrons transferidos e F é a constate de Faraday (96500 C/mol). Então, já que a G global é dirigida por processos internos e externos tem-se que: G + GExterno = G – nFE e assim se a diferença de potencial aplicado não é menor do que E = G/nF a reação é espontânea. Na prática a bauxita é uma mistura do óxido ácido SiO2 e dos óxidos anfóteros Al2O3 e Fe2O3 (e um pouco de TiO2). O Al2O3 é extraído com NaOH aquoso, que separa os óxidos de Al e Si do óxido de ferro (que precisa de maior concentração de base) Na neutralização da solução com CO2 forma- se Al(OH)3 deixando o silicato em solução. O hidróxido de alumínio é então dissolvido em crisotila (Na3AlF6) fundida e o fundido é reduzido eletroliticamente no catodo de aço com anodo de grafite (que necessita se constantemente trocado), a reação global é: 2 Al2O3(s) + 3 C(s) Al(l) + 3 CO2(g) O processo comercial usa um potencial de 4,5V com uma densidade de corrente de 1 A/cm2. Esta densidade de corrente pode não significar muito, mas quando multiplicada pela área total dos eletrodos é comparativamente grande, já que a potência (em watts) é o produto da corrente e potencial. A potência de consumo de uma planta típica é enorme. Conseqüentemente, o alumínio e normalmente produzido onde a energia elétrica é mais barata e não onde a bauxita é minerada Elementos Extraídos por Oxidação Os halogênios são os elementos mais importantes extraídos por oxidação.A energia livre de Gibbs para a reação de cloreto em água é; 2 Cl1- (aq) + 2 H2O(l) 2 OH 1- (aq) + H2(g) + Cl2(g) G° =+422 kJ altamente positiva, sendo a eletrólise necessária. A diferença de potencial mínimo que leva a oxidação de cloreto é aproximadamente de 2,2 V, já que: Eaplicado = G°/2F, pode haver problemas com a reação competitiva: 2 H2O(l) 2 H2(g) + O2(g) G° =+414 kJ e E = - 1,2V. que pode determinar o avanço da reação pela diferença de potencial de apenas - 1,2 V. Entretanto, a velocidade da oxidação da água é extremamente lenta à potenciais que começa a ser termodinamicamente favorável. Essa lentidão é expressa em termos da necessidade da reação requerer um alto sobrepotencial, que é o potencial que deve ser aplicado em adição ao valor de equilíbrio para a reação ter uma velocidade significativa. Assim, a eletrólise de salmoura, produz Cl2 e H2 e NaOH aquoso, mão não produz O2. Um problema encontrado pela indústria é a tentativa de usar Cl2 e NaOH num balanço de mercado tão próximo possível quanto ao da estequiometria da reação. A necessidade de reduzir o consumo de cloro (por razões ambientais) tem resultado na exploração de fontes alternativas de NaOH; Na2CO3(aq) + Ca(OH)2(aq) CaCO3(s) + 2 NaOH(aq). O Na2CO3 usado nesse processo é minerado e o Ca(OH)2 é formado pelo cozimento de CaCO3 e hidratação do óxido resultante. O oxigênio e não o flúor é produzido se soluções aquosas de fluoretos são eletrolizadas. Por isso, F2 é preparado pela eletrólise de uma mistura anidra de KF e HF num condutor iônico que é fundido acima de 72 C. Os mais prontamente oxidáveis halogênios, Br2 e I2, são obtidos pela oxidação química com cloro de seus íons aquosos. Já que oxigênio molecular pode ser obtido pela destilação fracionada de ar líquido, métodos químicos de produção de oxigênio não são necessários (mas podem começar a ter maior importância quando colonizarmos outros planetas). Enxofre é um caso interessante, é encontrado na forma elementar e minerado ou é produzido pela oxidação de H2S que é removido de gás natural por trapeamento com etanoamida. A oxidação é feita pelo processo Claus, que consiste de duas etapas. Na primeira, algum H2S é oxidado a SO2; 2 H2S + 3 O2 2 SO2 + 2 H2O E numa segunda etapa o SO2 reage na presença de um catalisador com mais H2S; 2 H2S + SO2 3 S + 2 H2O O catalisador é tipicamente óxido de ferro ou de alumínio. O processo Claus é ambientalmente benigno, apesar da queima do tóxico H2S para a produção de SO2. Somente metais raros são obtidos por oxidação, são aqueles que ocorrem de forma nativa (na forma elementar), o ouro é um exemplo devido a dificuldade de separar os grânulos do metal no minério apenas por peneiração. A dissolução de ouro depende da promoção de sua oxidação, que é favorecida pela complexação com cianeto formando [Au(CN)2] 1-. Esse complexo pode ser reduzido ao metal pela reação com zinco metálico. [Au(CN)2] 1- (aq)+ Zn(s) Au(s) + [Zn(CN)4] 2- (aq) Potenciais de Redução Um dos pontos importantes de uma reação ser levada a frente é o fato do G total ser negativo. Num forno à carvão a reação predominante é a oxidação de C para CO e o agente oxidante está em contato direto com o óxido que está sendo reduzido. Na metalurgia eletroquímica, o agente oxidante e a espécie levada a redução estão fisicamente separados. Além disso, a reação diretiva (ou processo físico) para a reação Redox não espontânea, está localizada distante, tal como a fonte de energia elétrica. Potenciais de semi-reação É conveniente pensar numa reação Redox como a soma de duas semi-reações. Na semi- reação de redução a substância ganha elétrons; 2 H1+(aq)+ 2 e H2(g). E numa semi- reação de oxidação a substância perde elétrons; Zn(s) Zn 2+ (aq) + 2 e. Um estado físico não está atribuído aos elétrons na equação de semi-reação devido a divisão das semi-reações ser apenas conceitual e não corresponde a uma separação física em dois processos. As espécies oxidantes e reduzidas nas semi- reações formam o par Redox. Um par é escrito com as espécies oxidadas antes das reduzidas, como H1+/H2 e Zn 2+/Zn e normalmente as fases não são representadas. É desejável adotar esta convenção para escrever todas as semi-reações como reduções (essa convenção é remanescente da discussão de bases e ácidos de Bronsted em termos das propriedades de seus ácidos conjugados, já que todas as espécies eram discutidas como ácidos), assim deve-se escrever a segunda das semi-reações; Zn2+ (aq) + 2 e Zn(s) A reação total é então a diferença de duas semi-reações de redução com o número de elétrons nas duas semi-reações combinados. Esse procedimento é semelhante à discussão do diagrama de ELLINGHAM, onde todas as reações são escritas como oxidação e a reação global é a diferença das reações com a combinação do número de átomos de oxigênio. Potenciais Padrão Uma semi-reação de redução pode ser entendida como contribuindo com certo valor ao Gº global da reação. Como a Gº global da reação é a diferença das Gº de duas semi-reações. A reação será favorável na direção correspondente ao valor mais negativo resultante da energia livre global. Já que as semi-reações de redução tem que ocorrer sempre em pares numa reação, somente a diferença em suas Gº tem algum significado. Assim, escolheu-se uma semi- reação que tenha valor igual a zero (Gº = 0) e tem-se todos as outras em relação a esta. Por convenção, a semi-reação escolhida foi a de íons de hidrogênio; 2 H1+(aq)+ 2 e H2(g). Gº = 0, por definição Com essa escolha, a Gº de Zn2+ é medida experimentalmente; Zn2+(aq)+ H2(g) Zn(s) + 2 H 1+ (aq) é Gº = +147 kJ, então já que a Gº = 0 para H1+, tem-se que: Zn2+(aq)+ 2 e Zn(s). é Gº = +147 kJ, A energia livre de Gibbs de todas as reações pode ser medida numa célula galvânica. A diferença de potencial entre os eletrodos é então medido e se necessário convertido em G, já que tem-se: G = -nFE Valores tabelados, em condições padrão, são geralmente apresentados nas unidades que foram medidos, no caso em volts (V). O potencial que corresponde a Gº da semi- reação é escrito como Eº e é dito potencial padrão (ou potencial padrão de redução enfatizando que a semi-reação é de redução). Tendo em vista que a Gº para a redução de H1+ ser definido como zero o Eº de H1+/H2, também é zero (em todas as temperaturas) 2 H1+(aq)+ 2 e H2(g) Eº (H1+/H2) = 0, por definição Comparativamente para o par Zn2+/Zn, que tem n = 2 e a partir da Gº medida e aplicando a relação G = -nFE tem-se que; Zn2+(aq)+ 2 e Zn(s). Eº (Zn 2+/Zn) = - 0,76V a 25 ºC. O valor de Eº para uma reação global é a diferença dos potenciais padrão de redução na qual a reação está dividida: a) 2 H1+(aq)+ 2 e H2(g). Eº = 0 b) Zn2+(aq)+ 2 e Zn(s). Eº = -0,76 V a diferença entre a) e b) é; Zn(s) + 2 H 1+ (aq)Zn 2+ (aq)+ H2(g) Eº = +0,76 V A conseqüência do sinal negativo na relação G = -nFE é que a regra sobre a espontaneidade da reação é invertida, se G < 0 em relação ao potencial E a reação é favorável quando: E > 0. A série eletroquímica Um valor de Eº < 0 significa um par redox onde a espécie reduzida (Zn em Zn2+/Zn) é o agente redutor para H1+ sob condições padrão em meio aquoso. Sendo, se Eº (ox/red) < 0, então a substância red é um agente redutor mais forte do que H1+. A tabulação dos Eº para várias substâncias é arranjada em ordem da série eletroquímica; de par Ox/Red com Eº > 0 mais positivo para par Ox/Red com Eº < 0 mais negativo. Umaimportante característica da série eletroquímica é que o membro reduzido de um par pode (termodinamicamente) nem sempre (cineticamente) reduzir o membro oxidado de qualquer par que esteja acima dele na série. 1) Espécies oxidáveis com Eº altamente positivos são fortes agentes oxidantes; 2) Espécies reduzíveis com Eº altamente negativos são fortes agentes redutores. A classificação se refere ao aspecto termodinâmico, sua espontaneidade e não sua velocidade. A equação de Nernst Os potenciais padrão são indicadores de mudanças espontâneas sob condições padrão. Para o entendimento da tendência de uma reação ocorrer numa direção particular sob condições não padrão, é necessário saber o sinal e o valor de G sob estas condições; G = Gº + RTlnQ sendo Q o quociente da reação; a OxA + b RedB a’ RedA + b’ OxB Q = ([RedA] a’[OxB] b’)/ ([OxA] a[RedB] b) A reação é espontânea sob as condições se G < 0. Este critério pode ser expresso em termos de potencial, já que: E= -G/nF e Eº= -Gº/nF Equação de Nernst A reação é espontânea se E > 0 (G < 0). No equilíbrio E = 0 e Q = K e pode-se escrever a relação em Eº e sua K e T. Assim como Eº é a diferença de dois potenciais padrão E pode ser entendido como a diferença de dois potencias e o potencial de cada par pode ser escrito como; Na prática a relação é expressa a 25 ºC; Fatores Cinéticos As considerações termodinâmicas podem ser usadas somente para avaliar a espontaneidade de uma reação sob determinadas condições. A termodinâmica pode ser bloqueada pela velocidade que a reação ocorre. Sobrepotencial Um potencial padrão negativo para um metal num par íon/metal indica que o metal pode reduzir, sob condições padrão, H1+ ou qualquer outro íon de um par mais positivo do que ele, isso não assegura que a etapa mecanística exista para que esta redução se realize. Não há regras gerais que prevejam quando reações são rápidas por fatores que tenham controle. Contudo, uma regra útil é aquela em que os pares que tem potencial mais negativo do que -0,6 V fazem a redução de H1+ para H2 a velocidade significativa. Os potenciais mais positivos do que 1,23 V+0,6 V = 1,83 V levam a liberação de O2 com velocidade significativa (O2, H 1+/H2 = 1,23 V). O valor adicional de 0,6 V é um exemplo de sobrepotencial, o potencial além da corrente zero do potencial de redução que deve ser empregado para que a reação ocorra em velocidade apreciável. A existência do sobrepotencial explica o porque de alguns metais reduzem ácidos, mas não a água. Tais metais (Zn, Fe) tem E < 0, mas estes potenciais não são baixos o suficiente sendo necessário o sobrepotencial de - 0,6 V para a redução H1+ em solução neutra (pH = 7, E (H1+/H2)) = - 0,41. Entretanto a diferença de E (H1+/H2) - E (Fe2+/Fe) pode aumentada se E (H1+/H2) for mais positivo, o que pode ser conseguido pelo abaixamento do pH de 7 para valores mais ácidos. Quando a diferença de potencial atinge 0,6 V o metal começa a redução do ácido a um velocidade apreciável. Reações em água A água pode agir como um agente oxidante, quando assim atua sofre redução para H2. Pode, também, agir como agente redutor, sendo oxidado à O2. Espécies que “sobrevivem” em água devem ter potencial de redução entre estes limites. A Estabilidade Redox em água Um íon ou molécula em solução aquosa pode ser destruído por oxidação ou redução por quaisquer uma das outras espécies presentes. Pois, a estabilidade de uma espécie em solução está relacionada com todos os possíveis reagentes, o solvente, outros solutos, o próprio soluto e o oxigênio dissolvido. A discussão principal é quanto a estabilidade termodinâmica de um soluto, mas discutir-se-á, também, suas velocidades, porém, esta tendência é menos sistemática do que a sua estabilidade. Oxidação por água A reação de metais com água ou soluções ácidas é geralmente a oxidação do metal pela água ou pelo H1+, já que a reação é uma das abaixo; M(s) + H2O(l) M 2+ (aq)+ ½ H2(g) + OH 1- M(s) + H 1+ (aq) M + (aq)+ ½ H2(g) Estas reações são termodinamicamente favoráveis quando M é um metal do bloco s, exceto Be, ou da primeira série de transição, do grupo 4 até 7 (Ti, V, Cr, Mn). Vários outros metais têm reações semelhantes, mas com números de elétrons diferentes. 2 Sc(s) + 6 H 1+ (aq) 2 Sc 3+ (aq)+ 3 H2(g) Quando o potencial padrão de redução de um metal é negativo, o metal deve sofrer oxidação em meio ácido (1 mol/L) com a liberação de H2. Contudo, a reação pode ser lenta, em cada caso é apropriado considerar o papel do sobrepotencial. Apesar das reações de Mg e Al com ar serem espontâneas ambos podem ser usados na presença de água e oxigênio. Eles “sobrevivem” porque estão passivados, ou protegidos contra a reação por um filme impermeável de óxido do metal (MgO e Al2O3). Um película protetora é formada na superfície do metal. Processo semelhante ocorre com Fé, Cu e Zn. O processo de anodização de um metal, onde o metal é usado como anodo (sofre oxidação) na célula eletrolítica, leva a uma oxidação parcial que produz um filme liso e duro (passivado) na superfície do metal. A anodização é especialmente efetiva na proteção de alumínio. Redução por água A água pode atuar como um agente redutor via a semi-reação; 2 H2O(l) 4 H 1+ (aq) + O2(g) + 4 e Essa semi-reação de oxidação é o inverso da semi-reação de redução; 4 H1+(aq) + O2(g) + 4 e 2 H2O(l) Eº = +1,23V O potencial de redução altamente positivo demonstra que água acidificada é um agente redutor fraco, exceto contra um agente oxidante mais forte, por exemplo Co3+/Co2+ = 1,92V. 4 Co3+(aq) + 2 H2O(l) 4 Co 2+ (aq) + 4 H 1+ (aq) + O2(g) Eº = +0,69V Esse potencial está muito próximo do sobrepotencial necessário para que a reação tenha uma velocidade apreciável. Já que H1+ são produzida na reação, alterando a solução de ácido para neutra ou básica favorece-se a oxidação desde que o abaixamento da concentração de H1+ favoreça a formação dos produtos. Somente poucos agentes oxidantes (Ag2+, por exemplo) podem oxidar a água com rapidez suficiente para se ver a liberação de oxigênio em velocidade apreciável. O sobrepotencial necessário não é atingido pela maioria dos reagentes que são termodinamicamente capazes de agir. De fato, potenciais padrão de redução maiores do que 1,23V ocorrem para muitos pares redox que são muitas vezes empregados em meio aquoso; Ce4+/Ce3+ = 1,76V, Cr2O7 2-/Cr3+ = 1,38V, MnO4 1-/Mn2+ = 1,51V. A principal barreira para a reação é a necessidade de transferir quatro elétrons para formar a dupla ligação do oxigênio. Dado que as velocidades das reações redox são muitas vezes controladas pela lentidão com que a dupla ligação O-O pode ser formada, permanece um desafio para os químicos Inorgânicos encontrar um bom catalisador para a liberação de O2. Algum progresso tem sido obtido usando complexos de rutênio. Existem catalisadores de difícil compreensão que são usados em algumas células para a eletrólise comercial de água. Também são estudados sistemas enzimáticos como o encontrado no sistema de liberação de O2 por uma planta que faz fotossíntese. Este sistema está baseado no magnésio e quatro níveis de oxidação são identificados. Apesar da natureza ser eficiente, é muito complexa e o processo de fotossíntese está sendo lentamente elucidado por Bioquímicos e Bioquímicos Inorgânicos. Barreira de Estabilidade da água Um agente redutor que reduz a água rapidamente para H2 ou um agente oxidante que oxida rapidamente a água para O2 não pode sobreviver em meioaquoso. O campo de estabilidade da água é a faixa de valores de potencial de redução e pH onde é termodinamicamente estável para a oxidação e redução. As barreiras superiores e inferiores do campo de estabilidade são identificadas encontrando a dependência de E no pH para cada semi-reação, para a semi-reação de O2, H1+/H2; 4 H1+(aq) + O2(g) + 4 e 2 H2O(l) n = 4 e Q = 1/(pO2[H 1+]4, sendo pO2 a pressão parcial de O2. Se pO2 é igual a 1 bar e T é igual a 25 ºC; E = 1,23 – 0,059pH Qualquer espécie com um potencial de redução maior do que esse valor pode ser reduzido pela água com a produção de O2. Este é o limite superior no campo de estabilidade. A redução de H1+ para H2 é 2 H1+(aq) + 2 e H2(g) n = 2 e Q = (pH2/[H 1+]2), sendo pH2 a pressão parcial de H2. Se pH2 é igual a 1 bar e T é igual a 25 ºC; E = – 0,059pH Qualquer espécie com potencial de redução menor do que esse pode reduzir H1+ para H2, é a linha inferior do campo de estabilidade da água. Para simplificar os químicos geralmente se referem a redução do H1+ em água ( a qualquer pH) como a redução da água. Pares que são termodinamicamente estáveis em água estão entre os limites do campo de estabilidade. Um par que esteja fora destes limites é instável em água. O par consiste de um forte agente redutor (abaixo da linha de produção de H2) e um forte agente oxidante (acima da linha de produção de O2). O campo de estabilidade de águas naturais é representado pela adição de duas linhas verticais a pH = 4 e pH = 9, que marcam os limites de pH que comumente são medidos em lagos e rios. Desproporcionamento Devido Eº (Cu1+/Cu) = +0,52V e Eº (Cu2+/Cu1+) = +0,16V terem potencial de redução dentro do campo de estabilidade da água, os íons Cu1+ não devem ser oxidados nem reduzidos. Apesar disso, Cu (I) não é estável em solução aquosa, porque pode sofrer desproporcionamento, uma reação na qual o número de oxidação (Nox) de um elemento é simultaneamente aumentado e diminuído, ou seja, o elemento que sofre desproporcionamento serve como seu próprio agente oxidante e redutor. 2 Cu1+(aq) Cu 2+ (aq) + Cu(s) Essa reação é espontânea porque Eº = 0,52 – 0,16 = 0,36 V. Uma visão mais quantitativa é observada pela constante de equilíbrio da reação; Eº = (T/nF)nK 0,36 = (0,059/n)logK, sendo n=1 logo K = 1,3 x 106. O ácido hipocloroso também sofre desproporcionamento; 5 HClO(aq) 2 Cl2(g) + ClO3 1- (aq) + H 1+ (aq) + 2 H2O(l) As semi-reações são; 4 HClO(aq) + 4 H 1+ (aq) + 4 e 2 Cl2(g) + 4 H2O(l) Eº = 1,63 V ClO3 1- (aq) + 5 H 1+ (aq) + 4 e HClO(aq) + 2 H2O(l) Eº = 1,43 V Então Eº global é 1,63 – 1,42 = 0,20 V e assim K = 3 x 1013 O inverso do desproporcionamento é o comproporcinamento. No comproporcionamento duas espécies do mesmo elementos de Nox diferentes formam um produto que o elemento tenha um estado de oxidação intermediário aos dois iniciais. Ag2+(aq) + Ag(s) 2 Ag 1+ (aq) Eº = 1,18V O potencial altamente positivo indica que Ag(II) e Ag(0) são convertidos completamente em Ag (I) em meio aquoso. K = 9 x1019 Oxidação por oxigênio atmosférico A possibilidade da reação entre os solutos e o oxigênio dissolvido em água deve ser considerada quando a solução está num frasco aberto ou mesmo exposta ao ar. Como exemplo considere uma solução de Fe2+. Os potenciais padrão Fe2+/Fe e Fe3+/Fe são -0,44 V e 0,77 V e estão dentro do campo de estabilidade da água e assim o Fe2+ deve sobreviver em água. Além disso, pode-se inferir que a oxidação de Fé com H1+ não deve ocorrer além de Fe (II) já que uma oxidação para Nox maior do que Fe (II) não é favorável (E = -0,77V) sob condições padrão. Contudo, estes fatos mudam consideravelmente pela presença de O2. De fato, Fe (III) é a forma mais comum de ferro na crosta terrestre e a maioria do ferro em sedimentos está depositada em meio aquoso na forma de Fe (III). O potencial para a reação é; 4 Fe2+(aq) + 4 H 1+ (aq) + O2(g) 4 Fe 3+ (aq) + 2 H2O(l) Eº = 0,46 V Pelo potencial constata-se que a oxidação de Fe2+ por O2 é espontânea. Contudo, 0,46 V não é grande o suficiente para que a reação seja rápida (sobrepotencial), e a oxidação atmosférica de Fe (II) em meio aquoso é lenta na ausência de catalisador. Implicando ser possível usar Fe2+(aq) no laboratório sem precauções elaboradas. Diagrama de Latimer A forma mais simples de graficar as relações termodinâmicas aplicadas a Química Inorgânica de soluções foi introduzida por Wendell Latimer. No diagrama de Latimer para um elemento, o valor do potencial padrão (em volts) é escrito sobre uma linha horizontal que conecta as espécies com diferentes estados de oxidação A forma mais altamente oxidada do elemento está a esquerda e a espécie a direita está no estado de oxidação abaixo. O diagrama de Latimer do cloro em meio ácido é: Como neste exemplo, as vezes, os números de oxidação são escritos sob ou sobre as espécies. A notação: significa a reação; ClO4 1- (aq) + 2 H 1+ (aq) + 2 e ClO3 1- (aq) + H2O(l) Eº = +1,20 V Assim como a notação significa 2 HClO-(aq) + 2 H 1+ (aq) + 2 e Cl2(g) + 2 H2O(l) Eº = +1,67 V Neste exemplo, a conversão de um diagrama de Latimer para uma semi-reação envolve o balanceamento de elementos pela inclusão de espécies predominantes em meio ácido (H1+/H2). A carga elétrica é então balanceada pela inclusão do número apropriado de elétrons. Em maio básico, o diagrama de Latimer para o cloro é; Note que o valor para o par Cl2/Cl 1- é o mesmo que em meio ácido, já que a semi-reação não envolve a transferência de próton. Sob condições básicas as espécies predominantes na solução são OH1- e H2O e são usadas no balanceamento das semi-reações 2 ClO1-(aq) + 2 H2O(l) + 2 e Cl2(g) + 4 OH 1- (aq) Eº = +0,42 V O diagrama de Latimer dado acima inclue o potencial de redução de duas espécies não adjacentes (ClO1-/Cl1-). Essa informação é redundante, mas muitas vezes é incluída por ser comumente usado por conveniência. Um diagrama de Latimer resume com grande detalhe de informações e numa forma compacta as reações entre várias espécies numa maneira particularmente clara. Tais diagramas são compactos e seu arranjo por elementos tornam mais fáceis localizada a informação desejada e as coloca no contexto das tendências periódicas. Um diagrama de Latimer contém informações suficientes para se obter os potenciais de pares não adjacentes. A conexão é obtida pela relação Gº = -nFEº, e o fato que Gº global de duas etapas sucessivas ser a soma dos valores individuais; Gº = Gº’ + Gº” Para encontrar o potencial padrão do processo, se converte os valores individuais de Eº para Gº pela multiplicação pelo fator – nF adicionando-se então os valores obtidos e os reconvertendo a Eº para o para não adjacente pela divisão por –nF da reação global de transferência de elétrons. -nFEº = -nFEº’ + -nFEº” Pode-se cancelar –F e sabendo que n = n’ + n” Um diagrama de Latimer mostra as espécies que sofre desproporcionamento espontâneo; uma espécie tem tendência termodinâmica ao desproporcionamento em seus vizinhos adjacentes se o potencial a direita é maior do que o da espécie a esquerda. Então H2O2 tem a tendência de sofrer desproporcionamento à O2 e H2O sob condições ácidas; A base desta regra geral pode ser verificada considerando as semi-reações; H2O2(aq) + 2 H 1+ (aq) + 2 e 2 H2O(l) Eº = 1,76 V O2(g) + 2 H 1+ (aq) + 2 e 2 H2O2(aq) Eº = 0,70 V A diferença é: 2 H2O2(aq) 2 H2O(l) + O2(g) Eº = 1,06 V Como Eº > 0 o desproporcionamento é espontâneo. Diagrama de Frost Um diagrama de Frost de um elemento X é um gráfico de NEº para o par X(N)/X(0) contra o número de oxidação N do elemento. Já que NEº é proporcional a Gº da reação para a conversão da espécie X (N) para a forma elementar, um diagrama de Frost pode também ser entendido como o gráfico de energia livre de Gibbs padrão versus o Nox. Assim, o estado de oxidação mais estável de um elemento corresponde à espécie que está mais abaixo no diagrama. A inclinação da linha que une dois pontos quaisquer num diagrama de Frost é igual ao potencial do par formado pelas espécies representadas pelos pontos. Na figura do diagrama de Frost para oxigênio o ponto correspondente ao Nox =- 1 (H2O2) tem NEº = - 0,70 V e no ponto com Nox = -2 (H2O) tem- se NEº = -2,46 V, uma diferença de -1,76 V A mudança no Nox do oxigênio de H2O2 para H2O é -1. Assim, a inclinação da linha é (-1,76 V)/-1 = + 1,76 V de acordo com o valor n o para H2O2/H2O no diagrama de Latimer. O aspecto mais útil do diagrama de Frost é a rápida impressão qualitativa que eles dão da tendência das propriedades químicas dos elementos. Para cálculos, entretanto, diagramas de Latimer ou outras tabulações mais explicitas de potencial padrão são mais convenientes. Para a interpretação das informações qualitativas contidas no diagrama de Frost deve-se saber; Primeiro, a linha mais íngreme que une dois pontos no diagrama de Frost corresponde ao par de maior potencial. Infere-se que a espontaneidade de uma reação entre quaisquer dois pares por comparação das inclinações de suas linhas correspondentes. 1. O agente oxidante no par com uma inclinação mais positiva (Eº mais positivo) está sujeito a redução. 2. O agente redutor de um par com uma inclinação menos positiva (Eº menos positivo) está sujeito a oxidação. Por exemplo, a inclinação íngreme unindo HNO3 ao Nox mais baixo demonstra que o ácido é um bom agente oxidante sob condições padrão. Por comparação com a inclinação do Cu2+/Cu. Observa-se uma inclinação mais positiva para o par HNO3/NO do que para o par Cu 2+/Cu, assim HNO3 pode oxidar o cobre ao íon cúprico. 3. Um íon ou molécula num diagrama de Frost é instável com respeito ao desproporcionamento está acima da linha de conexão de duas espécies adjacentes. A origem desta regra está na energia livre de Gibbs da espécie intermediária que está acima do valor médio das espécies terminais, implicando numa forma instável com respeito ao desproporcionamento. Um exemplo é o NH2OH que é instável ao desproporcionamento em NH3 e N2. Entretanto, a química inerente ao nitrogênio leva a lenta formação de N2 e geralmente não permite esta reação. 4. Duas espécies terão tendência ao comproporcionamento numa espécie de Nox intermediário quando a linha reta que une as espécies terminais está abaixo no diagrama de Frost. Um substância que está abaixo da linha que conecta seus vizinhos é mais estável do que eles porque sua energia livre de Gibbs média é maior. Conseqüentemente, o comproporcionamento é termodinamicamente favorável. O nitrogênio em NH4NO3 tem dois íons de Nox = -3 (NH4 1+) 3e Nox = +5 (NO3 1-). Já que N2O tem Nox que é a intermediário entre os dois valores, Nox = + 1 e está abaixo da linha que une os íons amônio e nitrato, seu comproporcionamento é espontâneo. NH4 1+ (aq) + NO3 1- (aq) N2O(g) + 2 H2O(l) A reação é inibida em solução e não ocorre. Contudo, ela ocorre em estado sólido, podendo explodir rapidamente, tanto que nitrato de amônio é usado, as vezes, no lugar de dinamite para explodir rochas. Quando os pontos de três espécies se aproximam na mesma linha reta, nenhuma espécie será o produto exclusivo: NO(g) + NO2(g) + H2O (l) HNO2(aq) etapa rápida 3 HNO2(aq) HNO3(aq) + 2 NO(g) + H2O(l) etapa rápida 2 NO2(g) + 2 H2O(l) HNO3(aq) + HNO2(aq) etapa lenta estes são exemplos deste comportamento. Eles são importantes na síntese industrial de ácido nítrico pela oxidação de amônia. Dependência de pH Os diagramas de Latimer e Frost foram analisados somente em soluções aquosas à pH igual a zero, mas eles podem ser construídos em outras condições; Diagrama de Latimer Condicional Os diagramas de Latimer em meio básico são expressos em termos do potencial de redução a pH = 14 (pOH = 0). Estes potenciais são representados por EBº. A diferença importante de comportamento em relação ao meio ácido é a estabilização de NO2 1- quanto ao o desproporcionamento, seu ponto está acima da linha que conecta seus vizinhos. Na prática, nitritos metálicos são isolados, enquanto HNO2 não podem ser. Em alguns casos, há enormes diferenças entre soluções fortemente ácidas e básicas, como para os oxiânions de fósforo; Meio ácido: Meio básico: Este exemplo ilustra um ponto geral importante sobre oxiânions. Quando sua redução necessita da remoção de oxigênio, a reação consome H1+ e todos os oxiânions são agentes oxidantes mais fortes em meio ácido do que em meio básico. Potenciais de redução em meio neutro (pH = 7) são escritos como EWº. Esses potencias são particularmente úteis em bioquímica, já que fluídos celulares são estudados em pH tamponado e próximo de 7.
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