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IUS RESUMOS Administração Pública – Parte I Organizado por: Elaine Cristina Ferreira Gomes IUS RESUMOS I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................... 3 1. Administração Pública e sua organização .................................................................................. 3 1.1 Centralização e descentralização ............................................................................................ 5 2. Referências ............................................................................................................................................. 9 SUMÁRIO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE I [3] O tema "Administração Pública" está entre os conteúdos mais cobrados em provas de concursos públicos bem como nos exames da OAB, demonstrando com isso a importância de um estudo aprofundado dos institutos relacionados ao tema e a necessidade de fazer revisões acerca do mesmo regularmente. A necessidade que o estudante tem de revisitar esse tema, fez a equipe IUS RESUMOS trazer para vocês o presente resumo. Segundo Hely Lopes Meirelles1, a Administração "é o instrumental de que dispõe o Estado para colocar em prática as opções do Governo". Disso podemos depreender que a Administração nada mais é que a ferramenta que o Estado utiliza para alcançar a satisfação dos interesses da coletividade, quer sejam eles essenciais, quer sejam secundários. Nesse Ius Resumo vamos estudar a estrutura da Administração Pública brasileira, a divisão entre Administração Pública direta e indireta e entidades paraestatais, noções de centralização, descentralização e desconcentração, dentre outros temas que formam o estudo da organização administrativa. Elaine Cristina Ferreira Gomes Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Administração Pública e sua organização A Administração Pública pode ser entendida por duas vertentes, conforme esquema a seguir: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA IUS RESUMOS Administração Pública Em sentido amplo Refere-se aos órgãos do governo, que exercem função política e aos órgãos e pessoas jurídicas que exercem funções administrativas Aqui se inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem apenas funções administrativas, ou seja, de execução dos programas de governo Em sentido estrito No sentido estrito, excluem-se os órgãos políticos e as funções políticas, que cuidam da elaboração de políticas públicas Função política Função administrativa Estabelecer diretrizes e programas de ação governamental e políticas públicas Cuida da execução das políticas públicas que são formuladas no exercício da atividade política No estudo da nossa matéria, é preferível adotar o sentido estrito. Portanto, nos referimos à Administração Pública relacionando-a às funções meramente administrativas e aos órgãos e entidades que as desempenham. Conheçamos no esquema a seguir, que é um desdobramento do esquema anterior, mais profundamente o que são as Entidades Políticas e as Entidades Administrativas: Conceito de entidade São unidades de atuação detentoras de personalidade jurídica, podendo assim, adquirir direitos e obrigações em nome próprio Têm personalidade jurídica de direito público Entidades Suas atribuições são determinadas pela Constituição A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são entidades políticas Entidades políticas ou primárias ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE I [5] Possuem capacidade de: autogoverno, auto-organização e autoadministração Principais distinções Gozam de capacidade genérica, conforme prevê a Constituição; Possuem autonomia política, que emana da sua capacidade de legislar; A CF determina a competência para essas entidades legislarem e administrarem Gozam de capacidade específica - criadas pelos entes políticos para atuarem em áreas específicas, para especializar a Administração; Diferentemente das entidades políticas, não têm autonomia política; A lei é que determina as competências da entidade administrativa Entidades Administrativas Têm personalidade de direito público ou privado Autogoverno Auto-organização Autoadministração Os Estados-membros podem organizar seus Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário - arts. 27, 28 e 125 da CF Em suma, é a capacidade de legislar - pode se organizar na forma de sua constituição ou lei orgânica e das leis que elaborar A entidade política é capaz de prestar serviços (saúde, segurança, educação etc), conforme a CF estabelece São criadas pelas entidades políticas Exercem parte da capacidade de autoadministração das entidades políticas São entidades administrativas: autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista Entidades políticas ou primárias Entidades Administrativas 1.1 Centralização e descentralização Tendo conhecimento das distinções feitas anteriormente é possível aprofundarmos mais um pouco o conteúdo. Sabemos que o Estado exerce a função administrativa através de órgãos, de pessoas jurídicas e de seus agentes administrativos. Para que as suas funções sejam executadas de maneira eficiente, o IUS RESUMOS Estado adota duas maneiras para que isso seja possível: a centralização e a descentralização: Centralização Descentralização Ocorre quando o Estado presta os serviços através dos próprios entes políticos da Administração, ou seja... Ocorre quando o Estado cria pessoas especializadas e transfere a elas a competência para determinada atividade administrativa, ou seja... O Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e dos seus agentes - Administração Direta O Estado desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas - Administração Indireta Na centralização pode-se perceber que estamos tratando de uma só pessoa, o Estado, que, de maneira centralizada controla a prestação dos serviços, mesmo que estes sejam executados por seus órgãos e agentes. Na descentralização, é perceptível uma certa complexidade, senão vejamos no esquema abaixo: Entendendo a descentralização O Estado não executa o serviço por meio de sua Administração Direta A descentralização pode ocorrer por outorga ou por delegação Envolve duas pessoas diferentes: O Estado (União, Estados, DF e Municípios) A pessoa a quem o Estado atribuiu a execução do serviço + ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE I [7] Por outorga (descentralização por serviços) Por delegação (descentralização por colaboração) O Estado cria uma entidade como personalidade jurídica própria e transfere a ela a titularidade e a execução de certo serviço público; É necessário a elaboração de lei para que a entidade seja instituída ou para que a sua criação seja autorizada; Assim como a sua criação e autorização, a retirada ou modificação da outorga só pode ocorrer mediante lei; Vemos esse tipo na criação de entidades da Administração Indireta, situação em que o Estado cria pessoas jurídicas e lhes outorga a prestação dos serviços (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista); Tem presunção de definitividade, ou seja, será exercida por tempo indeterminado O Estado, por meio de contrato ou por ato unilateral, transfere a outra pessoa apenas a execução do serviço; A pessoadelegada executa o serviço oferecido à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, contudo, sob a fiscalização do Estado; Essa categoria de descentralização origina os delegatários de serviços públicos por meio de permissão, concessão ou autorização; A delegação por contrato (concessão ou permissão) deve ser sempre por prazo determinado Quando ocorre por ato unilateral (autorização), em regra, não há prazo determinado É importante atentar-se para: Não há hierarquia em nenhuma forma de descentralização Entre a Administração direta e a indireta (outorga) o que há é vinculação, e não subordinação, onde a primeira exerce sobre a segunda o controle finalístico, ou supervisão, ou tutela administrativa No caso de delegação, apesar de o controle exercido pelo delegante ser mais amplo, mesmo assim não há hierarquia IUS RESUMOS É importante destacar que há doutrina que trata de uma terceira modalidade de delegação, que é a descentralização territorial ou geográfica. Esta não é tão difundida quanto as que tratamos anteriormente, mas merece a nossa atenção: Descentralização territorial ou geográfica A CF/88 prevê a criação de territórios federais (art. 18, §2º) A União cria uma pessoa jurídica de direito público, tendo esta limites territoriais determinados e com competências administrativas genéricas As entidades que compõem a Administração Indireta apresentam capacidade administrativa específica para desempenhar a atividade para a qual foram criadas Os territórios possuem capacidade administrativa genérica para atuar em diversas áreas dentro do limite geográfico que os compõem Capacidade administrativa específica Capacidade administrativa genérica Sobre essas capacidades administrativas, tem-se que... Após conhecermos essa parte mais introdutória sobre a Administração Pública brasileira, nas partes seguintes deste Ius Resumo iremos abordar outras peculiaridades que são de suma importância para o completo entendimento desse conteúdo, como conhecer as diferenças entre desconcentração e descentralização e também teremos a oportunidade de estudar a Administração Indireta e entendermos sobre como se estruturam as autarquias, as empresas públicas, dentre outros entes da Administração Indireta. Até o próximo Ius Resumo! Veja esse e outros resumos de direito, além de notícias e atualidades do mundo jurídico Acesse www.iusresumos.com.br --- ♠ --- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE I [9] 2. Referências ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 20. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012. BALTAZAR NETO, Leonardo de. LOPES DE TORRES, Ronny Charles. Org.: Leonardo Medeiros de Garcia. Coleção sinopses para concursos - direito administrativo. 4. ed. rev. e atual. Salvador: Jus Podivm, 2014. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 26. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2013. CARVALHO, Matheus. Direito administrativo - teoria e prática. 3. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Jus Podivm, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direiro administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. MEIRELES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. NOTAS: 1 Meirelles (2003).
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