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Direito das Obrigações Direito Civil Prof. Msc. Michel Ernesto Flumian Conceito Conceito Em outras palavras: É o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação; corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível. Responsabilidade e patrimônio É o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Constitui, pois, a garantia do adimplemento com que pode contar o credor; a obrigação nasce de diversas fontes e deve ser cumprida livre e espontaneamente. Quando tal não ocorre e sobrevém o inadimplemento, surge a responsabilidade, que é a conseqüência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional. Existe obrigação sem responsabilidade? E responsabilidade sem obrigação? Distinção entre os Direitos Reais e obrigacionais Quanto ao objeto: porque incidem sobre uma coisa, enquanto os dtos. pessoais exigem o cumprimento de determinada prestação; Quanto ao sujeito: porque o suj. passivo é indeterminado (são todas as pessoas do universo, que devem abster-se de molestar o titular), enquanto nos direitos pessoais é determinado ou determinável; Quanto à duração: por que são perpétuos , enquanto os pessoais são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios; Distinção entre os Direitos Reais e Pessoais Quanto à formação: só podem ser criados pela lei, com nº limitado e regulado por esta (numerus clausus), os últimos podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos (numerus apertus); Quanto ao exercício: diretamente sobre a coisa, nos direitos pessoais é exigida uma figura intermediária, o devedor; Quanto à ação: pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa, ao passo que na ação pessoal é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo. Elementos constitutivos Vínculo jurídico: é jurídico porque é disciplinado pela lei, vem acompanhado de sanção. "O devedor que descumpre a obrigação se sujeita a ressarcir o prejuízo causado; e, se espontaneamente se recusa a colaborar, vê o credor recorrer ao Poder Judiciário, que ordenará a penhora de seus bens para, com o produto por eles alcançado em praça, satisfazer o seu débito.” Elementos constitutivos Partes: sujeito ativo (credor) e sujeito passivo (devedor). Em toda relação obrigacional existem duas partes determinadas ou determináveis. O sujeito ativo tem a expectativa de obter do devedor o desempenho da obrigação, isto é, o fornecimento da prestação, enquanto ao sujeito passivo cumpre o dever de colaborar com o credor, fornecendo-lhe a prestação devida. (Sílvio Rodrigues) Prestação: consiste em dar, fazer, ou não fazer alguma coisa. Classificação das Obrigações Quanto ao objeto: dar (coisa certa ou incerta), fazer ou não fazer. Quanto aos seus elementos: Simples: um sujeito ativo, um passivo e um objeto; Composta ou Complexa: basta um dos elementos anteriores no plural; Cumulativas (conjuntivas): objetos ligados pela conjunção “e”; Alternativas: os objetos estão ligados pela disjuntiva “ou”. O devedor libera-se da obrigação entregando um ou outro objeto; Classificação das Obrigações Quanto aos seus elementos: Divisíveis: quando o objeto pode ser dividido entre os sujeitos. Nesta modalidade, cada credor tem direito a sua parte, podendo reclamá-la independentemente do outro, e, cada devedor responde exclusivamente por sua quota. (ex. sacas de soja); Indivisíveis: cada devedor só deve sua quota-parte. Mas, em razão da indivisibilidade física do objeto (um cavalo, por ex.), a prestação deve ser cumprida por inteiro. Se dois são os credores, um pode exigir a entrega do animal, devendo prestar contas ao outro credor (arts. 259 e 261, CC). Classificação das Obrigações Obrigações de Meio e de Resultado É de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se por ele. Será de resultado quando o devedor somente dela se exonera quando o fim prometido é alcançado. Não o sendo, é considerado inadimplente. Classificação das Obrigações Obrigações Civis e Naturais Civis – quando prevista no ordenamento jurídico, podendo seu cumprimento ser exigido pelo credor, por meio de ação; Naturais – quando o credor não tem o direito de exigir a prestação e tampouco está o devedor obrigado a pagar. Exemplos CC/02, arts. 814 e 882. Classificação das Obrigações Obrigações Puras e Simples, Condicionais, A Termo e Modais Puras e Simples: não sujeitas a condição, termo ou encargo; Condicionais: dependem de evento futuro e incerto (arts. 121 a 130, CC); A Termo: a eficácia está subordinada a um evento futuro e certo, a determinada data. O termo pode ser inicial (dies a quo) ou final (dies ad quem); Modais ou com Encargo: dizem daquelas que são oneradas com algum gravame; Classificação das Obrigações Obrigações de Execução Instantânea, Diferida e Periódica: Momentâneas (ex. instantânea): que se consumam num só ato, sendo cumpridas imediatamente após a sua celebração (compra e venda à vista); De Execução Diferida: cumprimento em um só ato, mas em data futura; Periódicas, Continuadas ou de Trato Sucessivo: cumprimento por meio de atos reiterados (prestação de serviços, compra e venda a prazo ou em prestações periódicas). Classificação das Obrigações Obrigações Líquidas e Ilíquidas Líquida: é a obrigação certa quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto. Expressa por uma cifra, algarismo. Ilíquida: depende de prévia apuração, pois o seu valor, o montante da prestação apresenta-se incerto. Obrigações Principais e Acessórias A primeira subsiste por si, sem dependência da existência de nenhuma outra (entregar coisa no contrato de compra e venda). As acessórias têm sua existência subordinadas a outra relação jurídica (fiança, cláusula penal, juros). Na legislação brasileira, o acessório segue o principal. Assim, a nulidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, o contrário não.
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