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14 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Prof. Julio César Nogueira
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Controle de Constitucionalidade
Mecanismos por meios dos quais se controlam os atos normativos, verificando sua adequação aos preceitos previstos na “lei maior”
Constituição Rígida.
Atribuição de competência a um órgão para controlar a Constitucionalidade.
Caso Marbury contra Madison
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Constituição Rígida
É aquela que possui um processo de alteração mais dificultoso, mais árduo, mais solene do que o processo legislativo de alteração das normas não constitucionais.
A CF/88 é rígida, diante das regras procedimentais solenes de alteração previstas em seu art. 60.
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Escalonamento normativo
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Princípio da Supremacia da Constituição
“significa que a constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que confere validade, e que todos os poderes estatais são legítimos na medida em que ela os reconheça e na proporção por ela distribuídos. É, enfim, a lei suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria estrutura deste e a organização de seus órgãos; é nela que se acham as normas fundamentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em relação às demais normas jurídicas.”
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Anulabilidade versus nulidade
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Mitigação do Princípio da Nulidade
O STF, à luz do princípio da segurança jurídica, do princípio da confiança, da ética jurídica, da boa-fé, todos constitucionalizados, em verdadeira ponderação de valores, vem, casuisticamente, mitigando os efeitos da decisão que reconhece a inconstitucionalidade das leis.
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Análise evolutiva do controle de constitucionalidade brasileiro
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Espécies de Inconstitucionalidade
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Espécies de Inconstitucionalidade
Por ação: quando ensejar a incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do Poder Público) com a Constituição.
Por omissão: pressupõe a violação da lei constitucional pelo silêncio legislativo, pelo não legislar.
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Inconstitucionalidade formal - nomodinâmica
Quando a norma contiver algum vício de forma.
Quando seu processo legislativo de elaboração contiver vício.
Por fim, quando elaborado por autoridade incompetente.
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Inconstitucionalidade
formal orgânica
Decorre da inobservância da competência legislativa para a elaboração do ato.
Ex: a competência para legislar sobre cinto de segurança é da União e não dos Municípios.
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Inconstitucionalidade formal propriamente dita
Decorre da inobservância do devido processo legislativo
Vício formal subjetivo: quando determinada “pessoa” tem a iniciativa exclusiva da proposição.
Vício formal objetivo: verifica-se nas demais fases do processo legislativo, posteriores a iniciativa. Ex: quorum
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Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato normativo
“são pressupostos externos ao procedimento de formação das leis...”
Ex: a edição de medida provisória sem a observância dos requisitos da relevância e da urgência .
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Inconstitucionalidade por vício material (nomoestática)
É aquele ato normativo que trás em seu bojo, o conteúdo do ato em si, determinado dispositivo que afronta os preceitos constitucionais. Não se fala aqui do procedimento de elaboração da espécie normativa.
Ex: lei que verse sobre a pena de morte.
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Vício por falta de decoro parlamentar
Ocorre quando por falta de imparcialidade, autonomia, dos parlamentares, na fase de votação no processo legislativo, que aprovam uma lei se utilizando de um meio ardil.
Ex: mensalão.
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Controle de Constitucionalidade Prévio
Exercido sobre o projeto de lei
O controle preventivo da constitucionalidade das propostas de emendas à Constituição e dos projetos de lei, portanto, têm por finalidade impedir que as regras contrárias à Constituição ingressarem no ordenamento jurídico. 
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Controle prévio realizado pelo legislativo
Controle realizado pelo legislativo nas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Neste momento não se fala em lei, e sim em projeto de lei.
Obs: se houver algum vício parcial poderá ser emendado, se total, será rejeitado e arquivado.
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Controle prévio realizado pelo Executivo
O chefe do Executivo, poderá sancionar, caso concorde ou vetá-lo.
Pode ser: 
 Veto jurídico – por se tratar de projeto de lei inconstitucional.
 Veto Político – quando se tratar de projeto contrário ao interesse público.
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Controle prévio realizado pelo Judiciário
Cuida-se de um “direito-função” do parlamentar de participar de um processo legislativo juridicamente hígido.
Ex: art. 60, § 4º, da CF.
O parlamentar tem direito ao devido processo legislativo.
Obs: o controle, neste caso, é pela via de exceção, em defesa de direito de parlamentar.
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Controle de constitucionalidade posterior
Conhecido como superveniente ou repressivo.
O controle posterior será realizado sobre a lei.
Os órgãos de controle verificarão se a lei, ou ato normativo, possuem vício formal, ou se possuem um vício em seu conteúdo, vício material.
Controle político (Corte Constitucional);
Controle jurisdicional (concentrado, difuso ou misto)
 obs: jurisdicional misto é o adotado no Brasil.
Controle híbrido (político e jurisdicional).
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Controle posterior exercido pelo Legislativo
Ocorre quando o Congresso Nacional susta os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Art. 49, V, CF.
O controle é exercido através de decreto legislativo.
No caso de MP, que deverá ser submetida ao Congresso Nacional. (Relevância e Urgência)
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Controle posterior exercido pelo Executivo
Posicionamento do STF: o controle da lei ou dos atos normativos é de competência exclusiva do Poder Judiciário. Os poderes Executivo e legislativo, podem tão-só determinar a seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais.
O STJ entende que o Poder Executivo deve negar execução a ato normativo que lhe pareça inconstitucional.
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Controle posterior exercido pelo TCU
O TCU auxilia o Congresso Nacional no controle externo.
O TCU poderá, sempre no caso concreto e em controle difuso, apreciar a constitucionalidade de uma lei, se for o caso, deixar de aplicá-la.
Súmula 347/STF: “o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”.
Essa faculdade é exercida no caso concreto, via incidental.
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Sistema e vias de controle judicial
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Considerações
Controle difuso: significa a possibilidade de qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de competência, realizar o controle de constitucionalidade.
Controle concentrado: o controle se concentra em um ou mais de um(porém em um número limitado) de órgão.
 obs: trata-se de competência originária do referido órgão.
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Considerações
Controle pela via incidental: o controle será exercido como questão prejudicial e premissa lógica do pedido principal. (também chamada de via de exceção ou defesa)
Controle pela via principal: a análise da constitucionalidade de lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa. (também chamada de abstrata ou via de ação)
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CONTROLE DIFUSO
Repressivo, posterior, via de exceção, via de defesa ou controle aberto.
Realizado por qualquer juiz ou tribunal do Poder Judiciário, deve ser respeitadas as regras de competência processual, a serem estudadas pelo processo civil.
Ex: desbloqueio dos cruzados durante o governo do Presidente Collor.
Pode haver recurso da matéria para o tribunal ad quem.
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Cláusula de reserva de plenário
Art. 97 da CF.
Estabelece que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Condição de eficácia jurídica da própria
declaração de inconstitucionalidade dos atos do Poder público.
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Efeitos da decisão
Via de regra os efeitos da sentença valem somente para as partes que litigam em juízo.
No momento que a sentença declara a lei inconstitucional, produz-se efeitos pretéritos, tornando-a nula de pleno direito.
No controle difuso os efeitos são:
 inter partes
 ex tunc
O STF já entendeu que, mesmo no controle difuso, poder-se-á dar efeito ex nunc e pro futuro.
 Ex: Mira Estrela
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Efeitos para terceiros no controle difuso
Após a decisão definitiva, deliberada pela maioria absoluta do pleno do tribunal (art. 97 da CF) o art. 178 do RISTF, determina que após o trânsito em julgado será comunicado ao Senado Federal, para os efeitos do art. 52, X, da CF.
Art. 52, X, da CF: estabelece ser competência privativa do Senado Federal, mediante resolução, suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF.
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Considerações
A comunicação será feita: pelo Presidente do Tribunal, Procurador Geral da República, resolução de iniciativa da CCJC.
A comunicação conterá o texto da lei cuja execução se deva suspender, do acórdão do STF, do parecer do Procurador-Geral da República e da versão do registro taquigráfico do julgamento.
O Senado poderá suspender leis federais, estaduais, distritais e municipais.
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Considerações
Se a inconstitucionalidade se tratar de lei estadual ou municipal em face da Constituição Estadual, pode e deve o Tribunal remeter a declaração a Assembléia.
A interpretação do Senado deve ser restritiva, suspendendo apenas o que foi declarado inconstitucional pelo STF.
O decreto 2.346/97 fixa efeitos ex tunc, para a resolução do Senado em relação a Administração Pública Federal direita e indireta.
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Considerações
O Senado Federal não está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
Princípio da Separação dos Poderes.
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REPERCUSSÃO GERAL DAS QUESTÕES CONSTITUCIONAIS DISCUTIDAS NO CASO
Por “repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” deve-se entender somente aquelas que transcendam os interesses meramente particulares e individuais em discussão na causa, e afetem um grande número de pessoas, surtindo efeito sobre o panorama político, jurídico e social da coletividade.
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Controle difuso em sede de ação civil pública
Não há possibilidade do exercício da ação civil pública, quando nela, o autor deduzir pretensão efetivamente destinada a viabilizar o controle abstrato de constitucionalidade.
Se a ação civil pública, objetivar uma específica e concreta relação jurídica, poderá, incidenter tantum, ocorrer o controle difuso de constitucionalidade.
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CONTROLE CONCENTRADO, abstrato ou via de ação
Ocorre por se concentrar o controle de constitucionalidade em um único tribunal.
Pode ser verificado em cinco situações:
ADIn ou ADI (Ação direta de inconstitucionalidade) genérica – art. 102, I, “a”;
ADPF (argüição de descumprimento de preceito fundamental) – art. 102, § 1º;
ADIn por omissão – art. 103, § 2º;
ADIn interventiva – art. 36, III;
ADECON ou ADC – (ação declaratória de constitucionalidade) art. 102, I, “a”. 
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ADIn genérica
A ADIn genérica visa o controle de constitucionalidade de ato normativo em tese, abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração.
O que se busca saber, portanto, é se a lei (lato sensu) é inconstitucional ou não, manifestando-se o judiciário de forma específica sobre o aludido objeto.
O objetivo é expurgar do sistema lei ou ato normativo viciado (material ou formalmente), buscando-se, por conseguinte, a invalidação da lei ou ato normativo.
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Considerações
Objeto da ADIn: lei ou ato normativo que se mostrarem incompatível com o sistema.
Leis: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Atos normativos: resoluções administrativas dos tribunais, atos estatais de conteúdo meramente derrogatório.
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SÚMULAS
OBS: só podem ser objeto de controle perante o STF leis ou atos normativos federais ou estaduais.
Súmula de jurisprudência não possui grau de normatividade qualificada que enseja controle.
Súmula vinculante também não pode ser objeto de controle por não possuir características de generalidade e abstração como nas leis.
O que pode ocorrer é apenas um procedimento de revisão pelo qual poderá se cancelar a súmula.
Nova súmula vincula órgãos do Poder Judiciário, e a administração direta e indireta federal, estadual e municipal.
Aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante está disciplinado na lei 11.417/2006.
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Emendas constitucionais
Mesmo introduzindo normas de caráter constitucional podem ser objeto de controle.
Poder constituinte originário. (ilimitado)
Poder constituinte derivado reformador. (limitado)
Art. 60 da CF.
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Medidas Provisórias
Obs: somente ato estatal de conteúdo normativo, em plena vigência, pode ser objeto do controle de constitucionalidade.
A medida provisória tem força de lei, poderá ser objeto de controle, já que ato estatal, em plena vigência.
Perda do objeto da ADIn se extinta.
Aditamento do pedido se convertida em lei.
Art. 62 da CF.
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Regulamentos subordinados ou de execução e decretos
Regulamentos e decretos regulamentares expedidos pelo executivo (art. 84, IV, da CF) não podem ser objeto de controle de constitucionalidade.
Crise de Legalidade, posicionamento do STF.
Cabe ADIn quando se tratar de decreto autônomo.
Princípio da reserva legal.
Os atos normativos do Executivo, Legislativo e do Judiciário, estão sujeitos ao controle de constitucionalidade concentrado. 
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Tratados Internacionais
Fases para o tratado se incorporar ao ordenamento jurídico interno: 
Celebração do tratado internacional.
Aprovação pelo parlamento através de decreto legislativo.
Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação.
Promulgação do decreto Presidencial, seguida da publicação no DOU. 
obs: neste última fase o tratado adquire executoriedade no plano do direito positivo interno, tendo força de lei ordinária. 
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Considerações
Art. 5º, § 3º, da CF.
“os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
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Controle sobre os Tratados
Devem se submeter a regra do controle de constitucionalidade das leis e atos normativos, mesmo que se considere o tratado como lei, mesmo que se considere o tratado como Emenda Constitucional.
Se o decreto legislativo for inconstitucional, não torna o tratado nulo, apenas exclui o Brasil de seu cumprimento.
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Normas constitucionais originárias
O Poder constituinte originário é ilimitado, autônomo.
As normas constitucionais decorrentes do Poder constituinte originário sempre serão constitucionais.
Obs: apenas o trabalho do Poder constituinte derivado é que pode ser inconstitucional, pois, limitado e condicionado.
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O fenômeno da recepção
Não cabe ADIn para questionar a validade de lei revogada na vigência de regime constitucional anterior.
Verifica-se se o ordenamento anterior foi recepcionado ou não frente ao novo regime constitucional.
Recepção formal e material.
CF/88
___AC____________I____________DC___
Recepção ou não controle de constitucionalidade
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Atos estatais de efeitos concretos
Não existe densidade jurídico-material (densidade normativa), os atos estatais de efeito concreto, os quais, não estão sujeitos ao controle de constitucionalidade. (STF, RTJ 154/432)
Só constitui ato normativo idôneo a submeter-se ao controle abstrato da ação direta aquele dotado de um coeficiente mínimo de abstração, ou pelo menos generalidade.
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Ato normativo
já revogado ou de eficácia exaurida
O STF não admite a interposição de ADIn para atacar lei ou ato normativo revogado ou de eficácia exaurida.
“não deve considerar, para efeito do contraste que lhe é inerente, a existência de paradigma revestido de valor meramente histórico”. 
 (cf. RTJ 95/980, 95/993, 99/544 e 145/339)
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Lei revogada ou que tenha perdido a sua vigência após a proposição da ADIn
Ocorre a prejudicialidade da ação, por perda do objeto.
Revogação total ou parcial da lei.
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Alteração do parâmetro constitucional invocado
Será julgada prejudicada em razão da perda superveniente de seu objeto.
No decorrer da ADIn que foi proposta, a norma constitucional que serve de parâmetro é alterada por emenda constitucional.
Ocorre a perda do objeto tanto na superveniente revogação global, quanto a posterior derrogação, por afetarem o paradigma de confronto invocado.
O STF é pela prejudicialidade da ação em razão da mudança de paradigma.
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Divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo
O STF entendeu não caracterizar situação de controle de constitucionalidade, na medida que a simples divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo não seria suficiente para configurar afronta à Constituição.
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Respostas emitidas pelo Tribunal Superior Eleitoral
O STF entendeu não configurar objeto de ADIn as respostas emitidas pelo TSE às consultas que lhe forem endereçadas, na medida em que referidos atos não possuem “eficácia vinculativa aos demais órgãos do Poder Judiciário”. 
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Leis orçamentárias
O STF entende que as leis orçamentárias, não podem ser objeto de controle, já que se trata de lei com efeito concreto, ato administrativo em sentido material, vale dizer, lei com objeto determinado e destinatário certo. 
 Obs: se conseguir demonstrar que referida lei tem “um certo grau de abstração e generalidade” o STF admite o controle mediante ADIn.
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ADIn versus políticas públicas
Há possibilidade.
Deve-se verificar no caso concreto, a “razoabilidade da pretensão” e a “disponibilidade financeira” do Estado para a implementação da política pública via controle do STF.
A violação dos direitos mínimos tem de ser evidente e arbitrária.
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Elementos essenciais do controle de constitucionalidade: o conceito de “bloco de constitucionalidade” e o elemento temporal
Elementos essenciais: elemento conceitual, elemento temporal.
Elemento temporal: é a constatação se o padrão de confronto, alegadamente desrespeitado, ainda vige.
Elemento conceitual: (bloco de constitucionalidade), busca-se verificar o que irá servir de parâmetro para que se possa realizar a confrontação e aferir a constitucionalidade. (Premissas políticas, jurídicas e ideológicas).
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Transcendência dos motivos determinantes 
O STF vem atribuindo efeito vinculante não somente ao dispositivo da sentença, mas, também, aos fundamentos determinantes da decisão.
Obter dictum: comentários laterais, que não influem na decisão, sendo perfeitamente dispensáveis. “coisa dita de passagem”
Ratio decidendi: fundamentação essencial que ensejou determinado resultado da ação. OBS: O STF entende que a razão da decisão passa a vincular outros julgamentos.
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Inconstitucionalidade conseqüente de preceitos não impugnados 
Conhecida como inconstitucionalidade por “arrastamento” ou “atração”.
Se no controle concentrado, for julgada inconstitucional a norma principal, em futuro processo, que tenha relação de instrumentalidade com a norma anterior, também estará eivada de inconstitucionalidade “conseqüente”.
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Efeito vinculante para o Legislativo
Fenômeno da “fossilização da Constituição”.
O efeito vinculante em ADI e ADC, não atinge o Poder Legislativo, produzindo eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Garante a evolução da Constituição decorrente dos efeitos sociais.
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Inconstitucionalidade “chapada”
Ocorre quando se quer caracterizar uma inconstitucionalidade mais que evidente, clara, flagrante, não restando qualquer dúvida sobre o vício seja formal ou material.
 Min. Sepúlveda Pertence
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Início da eficácia da decisão que reconhece a inconstitucionalidade da lei
O STF entende que a decisão passar a valer a partir da publicação da ata de julgamento no DJU, sendo desnecessário aguardar o trânsito, “exceto nos casos excepcionais a serem examinados pelo Presidente do Tribunal, de maneira a garantir a eficácia da decisão”. 
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Competência para julgar
Lei ou ato normativo federal ou estadual que contrariar a CF: STF (art. 102, I, “a”, da CF)
Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da CE: TJ local (art. 125, § 2º, da CF)
Lei ou ato normativo municipal em face da CF: inexistirá controle concentrado. Haverá controle difuso, pelo STF, o Senado Federal suspende (art. 52, X, da CF). Cabe ADPF. 
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Competência para julgar
Lei ou ato normativo distrital em face da CF:
Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual que contrariar a CF: STF.
Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF: não há controle concentrado através de ADI, só difuso. Há possibilidade de ADPF tendo por objeto lei ou ato normativo distrital, de natureza municipal, perante a CF.
Art. 32, § 1º, da CF
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Lei ou ato normativo distrital em face da Lei Orgânica Distrital
Art. 32, caput, da CF
O Distrito Federal vedada a sua criação em Municípios, reger-se-á por lei orgânica.
Lei 9.868/99 art. 8º, I, “n”: atribui competência ao Tribunal de Justiça local para processar e julgar, originariamente, a ADI de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica.
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Lei municipal em face da Lei Orgânica do Município
Não cabe controle de constitucionalidade.
Cabe controle de legalidade.
As regras cabem as leis orgânicas dos Municípios respectivos.
A CF/88 nada dispõe sobre o assunto.
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LEGITIMIDADE
Art. 103, da CF
Interposição da ADIn genérica.
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PROCEDIMENTO
Art. 103, §§ 1º e 3º da CF e lei 9.868/99.
No caso de partido político e as confederações, que devem se manifestar através de advogado, a petição inicial deve vir acompanhada de instrumento de procuração, com poderes especiais para ajuizar a ADIn indicando a lei ou ato normativo objeto de controle.
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AMICUS CURIAE (amigo da corte)
Art. 7º, § 2º da lei 9.868/99
“o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades”.
Cabe amicus curiae tanto na ADI, ADC quanto na ADPF.
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EFEITOS DA DECISÃO
O efeito da decisão no controle concentrado é “ex tunc” e “erga omnes”, o ato é nulo.
O que se deve observar, por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, que poderá o STF, por maioria qualificada de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia “ex nunc”.
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Art. 102. § 2º da CF
O efeito da decisão na ADIn e ADC é ambivalente ou dúplice. (RE 431.715 e Reclamação 2.256)
Vincula o judiciário e o executivo.
Não vincula o legislativo para não ocorrer o fenômeno da fossilização da Constituição.
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Princípio da Parcelaridade
Significa que o STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade, expurgando do texto apenas uma palavra, uma expressão, diferente do que ocorre com o veto presidencial. (art. 66, § 2º da CF)
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Impossibilidade de convalidação de norma inconstitucional em razão de emenda
Se a norma legislativa for contrária à Constituição, antes de uma revisão, embora não declarada inconstitucional, e agora fica conforme a nova norma constitucional, nem por isso é convalidada ou sanada. (Jorge Miranda)
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Declaração de inconstitucionalidade
sem redução de texto
Ocorre quando o STF, declarar que a inconstitucionalidade reside em uma determinada aplicação da lei, ou em um dado sentido interpretativo.
O STF indica qual seria a interpretação conforme a constituição.
Não cabe essa interpretação quando o sentido da norma é unívoco.
O STF funciona como legislador positivo.
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Efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade
A declaração de inconstitucionalidade reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais.
O STF entende haver efeito repristinatório.
Não há repristinação da norma.(art. 2º, § 3º da Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro. Lei 12.376/10)
“a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido sua eficácia”.
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Argüição de descumprimento de preceito fundamental
Art. 102, § 1º, da CF e lei 9.882/99.
Tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Deve haver nexo de causalidade entre a lesão a preceito fundamental e o ato do Poder Público, de que esfera for, não se restringindo a atos normativos, podendo a lesão resultar de qualquer ato administrativo, inclusive decretos e regulamentos.
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ADPF
Normas fundamentais: normas qualificadas, que veiculam princípios e servem de vetores de interpretação das demais normas constitucionais, por exemplo, os “princípios fundamentais”, “princípios gerais da atividade econômica”. (Cássio Juvenal Faria)
Normas fundamentais: os grandes preceitos que informam o sistema constitucional, que estabelecem comandos basilares e imprescindíveis à defesa dos pilares da manifestação constituinte originária. (Uadi Lammêgo)
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ADPF
Competência para julgamento: STF (art. 102, § 1º, da CF.
Legitimidade: os mesmos da ADIn genérica. (art. 103, I a IX, da CF e no art. 2º, I a IX, da lei 9.868/99).
Procedimento: um dos legitimados propõe a argüição no STF, observa o art. 282 do CPC.
Se houver outro meio capaz de sanar a lesividade não caberá ADPF, princípio da subsidiariedade.
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ADPF
A decisão sobre a argüição será proferida pelo quorum de maioria absoluta. (art 97, CF)
Deve estar presente 2/3 dos ministros, 8 de 11 ministros.
A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ADPF é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória, cabendo reclamação, em caso de descumprimento da decisão.
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Efeitos da decisão
Julgada a ação, comunica-se às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando as condições e o modo de interpretação da aplicação do preceito fundamental.
A decisão é imediatamente auto-aplicavél. O presidente do STF determina o imediato cumprimento da decisão.
Erga omnes
Vinculante aos demais órgãos
Ex tunc
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Pedido de medida liminar na ADPF
O STF por decisão da maioria absoluta de seus membros (6 ministros), poderá deferir pedido de medida liminar na ADPF.
Requisitos: extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, período de recesso.
A liminar poderá consistir na determinação de que juízes ou tribunais suspendam o andamento do processo ou os efeitos da decisões judiciais. 
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ADPF pode ser conhecida como ADI?
Sim, pelo seu caráter subsidiário.
Cabe como questão de ordem conhecer de ADPF como ADI.
Cabe também quando exista outro meio eficaz para impugnar a norma, no caso ADI, em substituição a ADPF.
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ADIn por omissão
Busca combater a “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”.
Art. 103, §2º, da CF.
O objetivo é tornar efetiva norma constitucional, dando ciência ao poder competente para adotar as medidas necessárias.
Se for órgão administrativo o prazo é de trinta dias.
Somente normas constitucionais de eficácia limitada.
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Classificação das normas Constitucionais. (José Afonso da Silva)
De eficácia plena: são as de aplicabilidade imediata, direta e integral, não dependendo da edição de qualquer legislação posterior.
De eficácia contida: são as de aplicabilidade imediata, mas cujos efeitos podem ser limitados pela legislação infraconstitucional. (art 5º, VII e VIII e 37, I da CF)
De eficácia limitada: são as que dependem de complementação do legislador infraconstitucional para que se tornem exeqüíveis. (art. 18, § 2º e 33 da CF)
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ADIn por omissão e Mandado de Injunção (art.5º, LXXI da CF)
Ambos buscam combater a “síndrome da inefetividade das normas constitucionais”.
ADIn por omissão (controle concentrado).
Mandado de Injunção (controle difuso).
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Ação popular contra lei em tese
Art, 5º, LXXIII da CF.
Não cabe ação popular contra lei em tese.
Se fosse possível, ela estaria substituindo a ação própria de controle concentrado de constitucionalidade.
É cabível ação popular, contra ato administrativo que vier a dar concretude à determinação abstratamente inconstitucional. 
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Mandado de Segurança coletivo contra lei em tese
O Mandado de Segurança coletivo não visa a um objetivo abstrato. Art. 5º, LXX, CF
Súmula 266/STF
Não se admite a impetração de mandado de segurança contra lei em tese, mesmo sendo mandado de segurança coletivo.
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Espécies de omissão
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Das omissões
Total: quando não houver o cumprimento constitucional do dever de legislar.
Parcial: há lei integrativa infraconstitucional, porém de forma insuficiente.
 parcial propriamente dita: a lei existe mas regula de forma deficiente o texto.
 Ex: salário mínimo.
 parcial relativa: existe a lei que concede um benefício a uma categoria e não concede a outra, que deveria ter sido beneficiada.
 Súmula 339/STF.
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Objeto da ADIn por omissão
Art. 103, § 2º, da CF.
O objeto é a omissão de cunho normativo.
A normatividade é mais ampla que o cunho legislativo, pois engloba, atos gerais, abstratos e obrigatórios de outros poderes. A omissão pode ser do Poder Legislativo, do Poder Executivo, em atos secundários de caráter geral; regulamentos, instruções, resoluções etc. 
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ADIn por omissão
Competência: STF (art. 103, § 2º, c/c, analogicamente, o art. 102, I, “a” CF).
Legitimidade: art. 103, CF. Pertinência temática.
Natureza jurídica dos legitimados: são advogados da Constituição. Zelam pela defesa da ordem jurídica.
Procedimento: mesmo da ADIn, não cita o AGU. Não cabe liminar.
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Efeitos da decisão na ADIo
Princípio da Tripartição dos Poderes.
A sentença em ADIo, têm caráter mandamental, constituindo em mora o Poder competente.
Poder competente: dá ciência ao poder competente, não fixando prazo para a elaboração da lei.
Órgão administrativo: prazo de 30 dias para fazer a lei, sob pena de responsabilidade.
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ADIn Interventiva
Art. 18, caput, da CF.
A República Federativa do Brasil, se organiza político-administrativamente na União, Estados, Distrito federal e Municípios.
A União tem soberania.
Todos são autônomos.
Regra da não-intervenção.
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Intervenção
União → nos Estados, Distrito Federal (hipóteses do art. 34) e nos Municípios localizados em Território federal (hipótese do art. 35).
Estados → em seus Municípios.
O Judiciário faz um controle da ordem constitucional tendo em vista um caso concreto.
O Judiciário não nulifica o ato, apenas verifica se estão presentes os pressupostos para decretação da intervenção pelo chefe do executivo.
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Considerações
Art. 36, III, e 34, VII, da CF.
Objeto: lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental estaduais, ou do DF, que desrespeitem os princípios sensíveis da CF.
Princípios sensíveis: Forma republicana, sistema representativo, regime democrático, direitos da pessoa humana, autonomia municipal, prestação de contas da administração pública direta e indireta, aplicação do mínimo exigido da receita na saúde e na educação.
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Considerações
Competência: STF
Legitimidade ativa: Procurador-Geral da República.
Procedimento:O PGR propõe a ação no STF; julgada procedente (quorum do art. 97, maioria absoluta), o STF requisita ao Presidente da República que decrete a intervenção; o PR, nos termos do art
36, § 3º, CF, decreta a suspensão do ato impugnado, se não for suficiente o PR nomeia um interventor afastando as autoridades responsáveis de seus cargos.
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OBS:
O § 4º do art. 36, CF, estabelece que, cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
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ADIn interventiva estadual
Art. 35, IV, da CF.
Decretada pelo governador do Estado, dependerá de provimento do TJ, para assegurar a observância de princípios indicados na CE ou prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
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Considerações
Objeto: lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental municipais que desrespeitem os princípios sensíveis indicados na CE.
Competência: Tribunal de Justiça Local.
Legitimidade ativa: Procurador-Geral de Justiça (art. 129, IV, CF).
Procedimento: Princípio da Simetria. Ver peculiaridades na Constituição do Estado respectivo.
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ADECON OU ADC
EC nº 3/93 e regulamentada pela lei 9.868/99
Toda lei tem presunção relativa (juris tantum) de constitucionalidade.
A ação visa transformar a lei ou ato normativo federal, que tem presunção relativa em absoluta (jure et jure).
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Considerações:
Objeto: somente lei ou ato normativo federal.
Competência: STF (art. 102, I, “a”, da CF).
Legitimidade: os mesmos da ADIn genérica.
Procedimento: Mesmo da ADIn, com algumas ressalvas. Não cita o AGU. O PGR emite parecer. Demonstrar a controvérsia sobre a constitucionalidade. Se houver vício de inconstitucionalidade formal, deve-se juntar documentos relativos ao processo legislativo. Observa-se a maioria absoluta.
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Efeitos da Decisão
Art. 102, § 2º, criado pela EC nº 3/93
erga omnes (eficácia contra todos)
ex tunc
Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à administração pública federal, estadual, municipal e distrital.
Obs: cabe medida cautelar para suspender o julgamento dos processo que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo em questão.
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Reclamação perante o STF e o STJ
Trata-se de ação que encontra fundamentos nos arts. 102, I, ‘l’ e 105, I ‘f’ da CF e que visa preservar a competência de um tribunal ou garantir a autoridade de sua decisão.
Natureza jurídica correcional.
Súmula 734 do STF.
Legitimados: o PGR e as partes envolvidas na relação, art. 13 da Lei 8.038/90
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MUITO OBRIGADO.
 FIM
Princípio da compatibilidade vertical: segundo o qual a validade da norma inferior depende de sua compatibilidade com a Constituição da República.
OBS: A idéia de controle está ligada, também, à de rigidez constitucional. ‘Michel Temer’
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: é o exame da adequação das normas à Constituição, do ponto de vista material e formal, de maneira a oferecer harmonia e unidade a todo o sistema.
O controle surge do caso Marbury contra Madison, quando o então Presidente da Suprema Corte Americana, concluiu que todas as leis deveriam adequar-se a Constituição daquele país, compatibilização que deve ser verificada pelo Poder Judiciário.
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Cabe o controle de constitucionalidade de outros atos normativos, a exemplo das normas regimentais editadas pelos tribunais com fundamento no art. 96, I, a da CF/88, bem como, os tratados internacionais devidamente inseridos na ordem jurídica nacional.
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OBS: No sistema constitucional de 1937 o controle jurisdicional da constitucionalidade foi enfraquecido, pois , mediante iniciativa do então Presidente Getúlio Vargas, por 2/3 dos seus membros, o Poder Legislativo podia confirmar lei declarada inconstitucional pelo STF, afastando assim o entendimento do Tribunal.
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OBS: A sanção do Chefe do Executivo não supre vício de iniciativa, estando superada a Súmula 5 do STF conforme já reconheceu o STF na ADIn 1.963. Exemplo de vício de iniciativa é a lei decorrente de projeto de autoria de um parlamentar que, em afronta à iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo prevista no art. 61, § 1º, II da CF, estabelece o aumento da remuneração dos servidores públicos. 
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Controle Político da constitucionalidade é aquele efetivado por uma Corte Constitucional que não integra qualquer dos três Poderes, desfrutando de ampla autonomia em relação a eles e, segundo seus defensores, de maior sensibilidade política.
EX: Conselho Constitucional Francês (art. 56 da Constituição Francesa).
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Há restrições ao controle da constitucionalidade de uma lei ao ato normativo em fase de formação pelo Poder Judiciário.
São órgãos controladores preventivos a Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Câmara e a Comissão de Constituição, Justiça e cidadania do Senado, cujos pareceres negativos em regra são conclusivos, salvo se o plenário os invalidar dando provimento a recurso apresentado por no mínimo, 1/10 do parlamentares da Casa Legislativa a que pertence a comissão. Ademais, o próprio plenário da Casa pode rejeitar proposta incosntitucional.
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Gilmar Mendes sustenta que se o Chefe do Poder Executivo sanciona, por equívoco ou inadvertência, projeto de lei juridicamente viciado não está ele compelido a persistir no erro, sob pena de, em homenagem a uma suposta coerência, agravar o desrespeito à Constituição. 
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A finalidade do controle repressivo é afastar a incidência de uma norma inconstitucional.
De forma típica, o controle repressivo é efetivado pelo Poder Judiciário.
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Art. 23, I da CF/88 segundo o qual é da competência comum da União, dos Estado, do DF e dos Municípios zelar pela guarda da Constituição.
OBS: O Presidente da República, os Governadores e os Prefeitos (mas não os seus subalternos), nos limites de sua competência (prefeito não pode deixar de cumprir Lei Federal ou Lei Estadual), podem negar cumprimento a uma lei ou ato normativo que entendam flagrantemente inconstitucional, até que seja apreciado pelo Poder Judiciário. (STF,RT.J,151/331)
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Controle difuso é típico dos Estados Unidos da America, já o controle concentrado é típico dos países europeus.
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OBS: um juiz pode deixar de aplicar uma lei que entenda inconstitucional, de ofício ou a requerimento das partes.
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v. arts. 480 a 482 do CPC.
OBS: A Constitucionalidade de uma lei pode ser reconhecida pelo órgão fracionário, turma ou câmara, ou dos membros do respectivo órgão especial.
v. Súmula nº 10
Os órgãos recursais de 2º grau dos Juizados Especiais (denominados turmas recursais) não estão equiparados aos tribunais nem sujeitos à Cláusula de Reserva de Plenário para o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma lei pelo sistema difuso.
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Diante do art. 543 – b do Código de Processo Civil e da emenda 21 ao Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, decisão proferida pelo STF em um Recurso Extraordinário pode definir o destino de Recursos Extraordinários de partes diversas, ou seja, pode gerar efeito erga omnes.
O STF ao apreciar a reclamação n. 4.335, sinalizou que decisão anteriormente por aquela corte no Habeas Corpus n.82.959 poderia ser estendida para outros casos concretos.
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OBS: Decisões definitivas de outros tribunais não autorizam o Senado a editar resolução suspendendo a execução da lei com efeito erga omnes.
OBS: a suspensão da lei pode ser federal, estadual, distrital ou municipal.
OBS: A suspensão da execução da lei pelo Senado se dá com efeito ex nunc para aqueles que não foram parte no processo que gerou a declaração incidental.
OBS: Caso a declaração de inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal seja proferida por tribunal estadual, a decisão definitiva será comunicada à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal competente para suspender a execução da norma impugnada.
OBS: Quando a lei é suspensa, permanece vigente mas é ineficaz. Sua revogação depende de uma nova lei.
OBS: O Senado não está obrigado a editar a resolução suspensiva.
OBS: O Senado não pode modificar o sentido ou restringir o alcance das decisões o STF.
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Para se admitir o Recurso Extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão
geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, somente podendo recusá-la pela manifestação de 2/3 de seus membros.
OBS: Pela técnica da repercussão geral, questões constitucionais que no caso concreto são apenas do interesse do recorrente ou de um número reduzido de pessoas poderão ser consideradas insuficientes para o conhecimento do Recurso Extraordinário.
O recorrente deverá demonstrar, em preliminar de recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência de repercussão geral.
Presume-se repercussão geral se o RE for interposto contra decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante no STF.
Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do RISTF.
O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrito por procurador habilitado, nos termos do RISTF.
Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos.
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Reclamação nº 1.733/SP
v. art. 469, III do CPC
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Para fins de controle abstrato não se exige a vigência da lei. Basta somente a promulgação e a publicação do ato, conforme já decidiu o STF na ADIn 466, DJU, 10/05/1991
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O ajuizamento da ADIn Genérica não está sujeita a prazo prescricional ou decadência (Súmula 360 STF). 
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LEI No 11.417, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Regulamenta o art. 103‑A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal
Federal, e dá outras providências.
c Publicada no DOU de 20-12-2006.
Art. 1o Esta Lei disciplina a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo
Tribunal Federal e dá outras providências.
Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante
em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei.
§ 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.
§ 2o O Procurador‑Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar‑se‑a previamente à
edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.
§ 3o A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante dependerão de decisão
tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária.
§ 4o No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com efeito
vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da
União, o enunciado respectivo.
Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador‑Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – o Defensor Público Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
§ 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o
cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.
§ 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá
admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal.
Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3
(dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de
outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
Art. 5o Revogada ou modificada a lei em que se Fundou a edição de enunciado de súmula vinculante, o Supremo
Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso.
Art. 6o A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão
dos processos em que se discuta a mesma questão.
Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar‑lhe vigência
ou aplica‑lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou
outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento
das vias administrativas.
§ 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.
Art. 8o O art. 56 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o:
“Art. 56.....................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................................
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior,
as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.”
Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 64‑A e 64‑B:
“Art. 64‑A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso
explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.”
“Art. 64‑B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante,
dar‑se‑a ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as
futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa
e penal.”
Art. 10. O procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante obedecerá,
subsidiariamente, ao disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor 3 (três) meses após a sua publicação.
Brasília, 19 de dezembro de 2006;
185o da Independência e
118o da República.
Luiz Inácio Lula da Silva
*
Uma norma constitucional do ponto de vista formal (porque inserida no corpo da Constituição), portanto, pode ser inconstitucional, desde que oriunda do Poder Constituinte Derivado e deixe de observar uma
das limitações ao Poder de Emenda (limitação formal, circunstancial, material ou temporal). Nesse sentindo decidiu o STF na ADIn 2.024-2.
*
DECRETO: segundo se extrai dos arts. 49, V e 84, IV da CF, é ato administrativo da natureza regulamentar e competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo (Federal, Estadual ou Municipal) destinado a dar eficácia a situações gerais ou especiais previstas de forma explícita ou implícita na lei.
OBS: A ADIn não é o instrumento correto para impugnar ato administrativo de efeito individual e concreto, destituído de normatividade genérica (RTJ, 119/65). Nessa hipótese geralmente se mostra cabível o mandado de segurança.
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No Brasil, norma editada pelo Poder Constituinte Originário não está sujeita ao controle de constitucionalidade (ADIn 815-3). 
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Com relação ao fenômeno da recepção constitucional atualmente pode ser objeto de argüição de descumprimento de preceito fundamental.
Pelo fenômeno da recepção, a Constituição nova recebe as leis editadas sob o império de Constituições anteriores, se com ela forem compatíveis. Assim, toda a normatividade infraconstitucional terá como parâmetro a nova Constituição, subsistindo no ordenamento somente as normas que forem compatíveis com esta.
 O Brasil não adota a Teoria da Desconstitucionalização segundo a qual é possível a recepção automática de uma norma constitucional anterior compatível (não repetida e não contrariada), através de um processo de queda de hierarquia para lei ordinária.
*
OBS: A revogação superveniente à ação da norma impugnada faz com que a ADIn perca seu objeto.
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A atuação do STF está limitada ao pedido (princípio da congruência), pois não lhe compete deflagrar e ao mesmo tempo decidir nessa forma de controle abstrato de constitucionalidade, o que se verifica se o julgamento fosse além do pedido (ultra petita).
v. ADIn 2.982
*
 Caso uma lei estadual esteja sendo questionada no TJ, por afrontar norma da Constituição Estadual que repete norma da Constituição Federal – norma de repetição e no STF, por ofensa a Constituição Federal, suspende-se a ação proposta no TJ, até o julgamento da questão pelo STF, com efeito erga omnes (ADIn 2.170/SP,j. 1º/06/2000, RTJ, 174/449).
 A decisão do TJ quanto a um norma da Constituição Estadual de repetição obrigatória da Constituição Federal, fica sujeita a recurso extraordinário para o STF (RE 182.576-6).
 v. Súmula 280 do STF
*
v. Súmula 642 do STF
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Não cabe ADIn contra lei municipal que contrarie a Lei Orgânica Municipal (RE 175.087, J. 19/03/2002).
*
Os legitimados ativos são classificados em universais, genéricos, que podem propor ação sobre qualquer matéria e os legitimados temáticos ou específicos, que devem demonstrar que a pretensão por eles deduzidas guarda relação de pertinência direta com os seus objetivos institucionais.
OBS: Quanto às confederações sindicais, há de se observar a prevalência do entendimento segundo o qual as centrais sindicais e de trabalhadores, a exemplo da CUT, FORÇA SINDICAL e CGT, não possuem legitimidade ativa, pois não congregam federações sindicais ou trabalhadores de atividades idênticas, similares ou conexas. ADIn 1.096
CONFEDERAÇÕES SINDICAIS são aquelas integradas por, no mínimo, três federações da mesma categoria profissional e que tenham sede na Capital Federal, conforme estabelece o art. 535 da CLT.
OBS: Os Conselhos Profissionais são espécies do gênero autarquia e por isso não são consideradas entidades de classe de âmbito nacional (RT, 695/228).
*
A petição inicial deve indicar o dispositivo legal impugnado, os fundamentos e o pedido.
Se a petição for indeferida, cabe agravo, no prazo de 5 dias. (art. 39 da Lei 8.038/90 e arts. 4º, parágrafo único e 15, parágrafo único ambos da Lei 9.868/99.
Proposta a ADIn, não se admite desistência. (Princípio da Indisponibilidade)
OBS: Caso a norma apontada como inconstitucional possa causar lesão irreparável, é possível a concessão de medida cautelar suspendendo a incidência com eficácia erga omnes e efeito ex nunc até a decisão final (art. 102, I, p da CF c/c art. 10 da 9.868/99).
O Tribunal, porém, pode afastar a presunção de constitucionalidade e desde logo conferir efeito retroativo.
A defesa da norma impugnada (federal ou estadual) será feita pelo Advogado Geral da União, em quinze dias.
OBS: Conforme entendimento do STF (informativo nº 211 do STF) em ação direta de inconstitucionalidade é inaplicável o prazo em dobro dos representantes da Fazenda Pública, por se tratar de processo objetivo em que não há o interesse subjetivo do Estado.
*
O amicus curiae deve levar ao STF elementos capazes de pluralizar o debate e servir de fator de legitimação social da decisão.
v. art. 482, § 3º do CPC
*
A decisão final somente é tomada se presente ao menos oito Ministros na sessão de julgamento.
OBS: o STF também pode decidir a questão com base em fundamentos diversos daqueles expostos pelas partes, pois atua pelo sistema da cognição aberta. Em caso de dúvida deve prestigiar pela presunção de constitucionalidade.
Efeito vinculante da decisão (art. 102, § 2º da CF)
*
O STF já decidiu que a declaração de inconstitucionalidade de uma lei não impede que o legislador aprove lei nova de conteúdo idêntico, quando então será cabível novo questionamento judicial (RTJ 150/726).
*
Também denominado de divisibilidade.
O controle de constitucionalidade dos atos normativos pelo Poder Judiciário só lhe permite agir como legislador negativo. (RTJ, 159/111)
*
Existe posição, no caso de Rui Medeiros, que admite uma específica intenção convalidatória do legislador constitucional, afim de salvar as normas infraconstitucionais consideradas necessárias ou úteis.
*
(STF, Representação de Inconstitucionalidade nº 1417-7/DF, j. 19-9-1987, JUIS, Saraiva, n. 21)
Art. 28, parágrafo único da Lei nº 9.868/99 e o art. 10 da Lei nº 9.882/99.
*
*
 A ADPF pode ser Preventiva, para evitar, ou Repressiva, para reparar lesão a preceito fundamental decorrente da CF, resultante de ato (omissivo ou comissivo) do Poder Público.
 Por preceito Fundamental deve ser entendidos os princípios constitucionais (inclusive os princípios constitucionais sensíveis arrolados no inciso VII do art. 34 da CF), os objetivos, direitos e garantias fundamentais previstos no arts. 1º a 5º da CF, as cláusulas pétreas, os princípios da Administração Pública e outras disposições constitucionais que se mostrem fundamentais para a preservação dos valores mais relevantes protegidos pela Constituição Federal.
*
 Cabe ADPF em relação a lei federal, estadual e municipal.
 Admite-se ADPF em relação a lei ou ato normativo (federal, estadual ou municipal) anterior à Constituição vigente e cuja a recepção ou não pela nova ordem constitucional seja objeto de polêmica.
*
 A ADPF é de natureza subsidiária (residual), ou seja, não será admitida quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade com força erga omnes (ADIN ADC).
 A decisão que indefere a petição inicial cabe agravo, em cinco dias.
*
OBS: A decisão que julgar procedente ou improcedente a arguição não está sujeita a recurso ao a ação rescisória.
LEI No 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999
Dispõe sobre o processo e julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, nos termos
do § 1o do art. 102 da Constituição Federal.
c Publicada no DOU de 6-12-1999.
Art. 1o A arguição prevista no § 1o do artigo 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal
Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual
ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;
c ADIN no 2.231-8.
II – VETADO.
Art. 2o Podem propor arguição de descumprimento
de preceito fundamental:
c Art. 103 da CF.
I – os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;
II – VETADO.
§ 1o Na hipótese do inciso II, faculta‑se ao interessado, mediante representação, solicitar a propositura de arguição
de descumprimento
de preceito fundamental ao Procurador‑Geral da República, que, examinando os fundamentos
jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo.
§ 2o VETADO.
Art. 3o A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II – a indicação do ato questionado;
III – a prova da violação do preceito fundamental;
IV – o pedido, com suas especificações;
V – se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito
fundamental que se considera violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentada em
duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de descumprimento
de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 1o Não será admitida arguição de descumprimento
de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio
eficaz de sanar a lesividade.
§ 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de
medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator
conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.
§ 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado‑Geral
da União ou o Procurador‑Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
§ 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo
ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
arguição de descumprimento
de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.
c ADIN no 2.231-8.
§ 4o VETADO.
Art. 6o Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática
do ato questionado, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, requisitar
informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda,
fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
§ 2o Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais,
por requerimento dos
interessados no processo.
Art. 7o Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os ministros, e pedirá
dia para julgamento.
Parágrafo único. O Ministério Público, nas arguições que não houver formulado, terá vista do processo, por 5 (cinco)
dias, após o decurso do prazo para informações.
Art. 8o A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes
na sessão pelo menos 2/3 (dois terços) dos Ministros.
§ § 1o e 2o VETADOS.
Art. 9o VETADO.
Art. 10. Julgada a ação, far‑se‑a comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados,
fixando‑se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.
§ 1o O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando‑se o acórdão posteriormente.
§ 2o Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada
em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
§ 3o A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público.
c Art. 102, § 1o, da CF.
Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo, no processo de arguição de descumprimento
de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá
o Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 (dois terços) de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração
ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a
ser fixado.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito
fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
do seu Regimento Interno.
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 3 de dezembro de 1999;
178o da Independência e
111o da República.
Fernando Henrique Cardoso
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OBS: A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento do processo e não só o julgamento, conforme previsto na ADECON.
OBS: A validade da liminar na ADPF, não está sujeita ao prazo máximo de 180 dias, como se verifica na ADECON.
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 Caso o órgão administrativo, na ADIn por OMISSÃO, não adote as providências no prazo de 30 dias, poderá ser responsabilizado.
 Entende – se dispensável a manifestação do Advogado-Geral da União, já que se pressupõe a inexistência da norma.
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A origem do Mandado de Injunção remontam os fins do século XIV, na Inglaterra, onde existia sob a forma de ordem de um tribunal para que alguém fizesse ou se abstivesse de fazer algum ato, sob pena de desobediência à Corte.
OBS: A falta de atos concretos, a exemplo da construção de escolas, ou da contratação de médicos, não dá causa à mandado de injunção, já que esse visa suprir omissões normativas.
OBS: Contra decisão denegatória do mandado de injunção prolatada por qualquer dos Tribunais Superiores cabe recurso ordinário para o STF.
José Afonso da Silva defende que a principal finalidade do mandado de injunção é conferir imediata aplicabilidade a norma constitucional. Já Manoel Gonçalves Ferreira Filho entende apenas que se deve dar ciência ao poder competente da falta de norma sem a qual inviável o exercício do direito fundamental.
O STF, no Mandado de Injunção, entendia apenas que se devia dar ciência ao órgão competente da elaboração da norma. No julgamento do Mandado de Injunção n. 232/RJ, porém, ao apreciar o pedido de um centro de cultura que necessitava da lei prevista no art. 195, § 7º, da CF para gozar dos benefícios tributários (lei até então inexistente), o STF, tendo como relator do processo o Ministro Moreira Alves, deferiu parcialmente o pedido.
Por fim, ao julgar os MI 712 e 721 no ano de 2007, o STF, em nítida interpretação evolutiva, deu aos seus julgados força concreta para viabilizar a fruição de direitos constitucionais que estavam prejudicados pela inépcia excessiva do Poder Legislativa.
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LEI No 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990
Institui normas procedimentais para os processos que especifica, perante o Superior Tribunal de Justiça e o
Supremo Tribunal Federal.
c Publicada no DOU de 29-5-1990.
c Lei no 11.419, de 19-12-2006 (Lei da Informatização do Processo Judicial).
c Res. do STF no 427, de 20-4-2010, regulamenta o processo eletrônico no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
c Res. do STJ no 1, de 10-2-2010, regulamenta o processo judicial eletrônico no âmbito do Superior Tribunal de Justiça.
Título I – Processos de Competência Originária
Capítulo I
Ação Penal Originária
c Conforme o art. 1o da Lei no 8.658, de 26-5-1993, os arts. 1o a 12 da Lei no 8.038, de 28-5-1990, aplicam‑se às ações penais
de competência originária dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e dos Tribunais Regionais Federais.
Art. 1o Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de quinze
dias para oferecer denúncia
ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças informativas.
§ 1o Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, com interrupção do prazo deste artigo.
§ 2o Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de cinco dias;
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator, ao deferi‑las, determinar o relaxamento
da prisão.
Art. 2o O relator, escolhido na forma regimental, será o juiz da instrução, que se realizará segundo o disposto neste
capítulo, no Código de Processo Penal, no que for aplicável, e no Regimento Interno do Tribunal.
Parágrafo único. O relator terá as atribuições que a legislação processual confere aos juízes singulares.
Art. 3o Compete ao relator:
I – determinar o arquivamento do inquérito ou de peças informativas, quando o requerer o Ministério Público, ou
submeter o requerimento à decisão competente do Tribunal;
II – decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei;
III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais,
bem como juízes de varas criminais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses, prorrogável
por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos, para a realização do interrogatório e de outros atos da
instrução, na sede do tribunal ou no local onde se deva produzir o ato.
c Inciso III acrescido pela Lei no 12.019, de 21-8-2009.
Art. 4o Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far‑se‑a a notificação do acusado para oferecer resposta
no prazo de quinze dias.
§ 1o Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos
documentos por este indicados.
§ 2o Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este criar dificuldades para que o oficial cumpra a diligência,
proceder‑se‑a a sua notificação por edital, contendo o teor resumido da acusação, para que compareça ao Tribunal,
em cinco dias, onde terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias, a fim de apresentar a resposta prevista neste
artigo.
Art. 5o Se, com a resposta, forem apresentados novos documentos, será intimada a parte contrária para sobre eles
se manifestar, no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. Na ação de iniciativa privada, será ouvido, em igual prazo, o Ministério Público.
Art. 6o A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição da denúncia ou da
queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas.
§ 1o No julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação oral pelo prazo de quinze minutos, primeiro
à acusação, depois à defesa.
§ 2o Encerrados os debates, o Tribunal passará a deliberar, determinando o Presidente as pessoas que poderão
permanecer no recinto, observado o disposto no inciso II do art. 12 desta lei.
Art. 7o Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando citar o
acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o caso.
Art. 8o O prazo para defesa prévia será de cinco dias, contado do interrogatório ou da intimação do defensor dativo.
Art. 9o A instrução obedecerá, no que couber, ao procedimento comum do Código de Processo Penal.
§ 1o O relator poderá delegar a realização do interrogatório ou de outro ato da instrução ao juiz ou membro de
tribunal com competência territorial no local de cumprimento da carta de ordem.
§ 2o Por expressa determinação do relator, as intimações poderão ser feitas por carta registrada com aviso de
recebimento.
Art. 10. Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas a acusação e a defesa, para requerimento de diligências
no prazo de cinco dias.
Art. 11. Realizadas as diligências, ou não sendo estas requeridas nem determinadas pelo relator, serão intimadas
a acusação e a defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de quinze dias, alegações escritas.
§ 1o Será comum o prazo do acusador e do assistente, bem como o dos corréus.
§ 2o Na ação penal de iniciativa privada, o Ministério Público terá vista, por igual prazo, após as alegações das
partes.
§ 3o O relator poderá, após as alegações escritas, determinar de ofício a realização de provas reputadas imprescindíveis
para o julgamento da causa.
Art. 12. Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma determinada pelo regimento interno,
observando‑se o seguinte:
I – a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de uma hora para sustentação oral, assegurado
ao assistente um quarto do tempo da acusação;
II – encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento, podendo o Presidente limitar a presença no
recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes, se o interesse público exigir.
Capítulo II
Re clamação
Art. 13. Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autoridade das suas decisões, caberá reclamação
da parte interessada ou do Ministério Público.
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instruída com prova documental, será autuada
e distribuída ao relator da causa principal, sempre que possível.
Art. 14. Ao despachar a reclamação, o relator:
I – requisitará informações da autoridade a quem foi imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no
prazo de 10 (dez) dias;
II – ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a suspensão do processo ou do ato impugnado.
Art. 15. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
Art. 16. O Ministério Público, nas reclamações que não houver formulado, terá vista do processo, por cinco dias,
após o decurso
do prazo para informações.
Art. 17. Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará
medida adequada à preservação de sua competência.
Art. 18. O Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando‑se o acórdão posteriormente.
Capítulo III
Intervenção Fede al
Art. 19. A requisição de intervenção federal prevista nos incisos II e IV do artigo 36 da Constituição Federal será
promovida:
I – de ofício, ou mediante pedido de Presidente de Tribunal de Justiça do Estado, ou de Presidente de Tribunal Federal,
quando se tratar de prover a execução de ordem ou decisão judicial, com ressalva, conforme a matéria, da
competência do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
II – de ofício, ou mediante pedido da parte interessada, quando se tratar de prover a execução de ordem ou decisão
do Superior Tribunal de Justiça;
III – mediante representação do Procurador‑Geral da República, quando se tratar de prover a execução de lei
federal.
Art. 20. O Presidente, ao receber o pedido:
I – tomará as providências que lhe parecerem adequadas para remover, administrativamente, a causa do pedido.
II – mandará arquiva‑lo, se for manifestamente infundado, cabendo do seu despacho agravo regimental.
Art. 21. Realizada a gestão prevista no inciso I do artigo anterior, solicitadas informações à autoridade estadual e
ouvido o Procurador‑Geral, o pedido será distribuído a um relator.
Parágrafo único. Tendo em vista o interesse público, poderá ser permitida a presença no recinto às partes e seus
advogados, ou somente a estes.
Art. 22. Julgado procedente o pedido, o Presidente do Superior Tribunal de Justiça comunicará, imediatamente, a
decisão aos órgãos do poder público interessados e requisitará a intervenção ao Presidente da República.
Capítulo IV
HABEAS CORPUS
Art. 23. Aplicam‑se ao Habeas Corpus perante o Superior Tribunal de Justiça as normas do Livro III , Título II , Capítulo
X do Código de Processo Penal.
Capítulo V
Outros Procedimento s
Art. 24. Na ação rescisória, nos conflitos de competência, de jurisdição e de atribuições, na revisão criminal e no
mandado de segurança, será aplicada a legislação processual em vigor.
Parágrafo único.
No mandado de injunção e no habeas data, serão observadas, no que couber, as normas do mandado
de segurança, enquanto não editada legislação específica.
c Art. 5o, LXXI e LXXII, da CF.
c Arts. 485 a 495 e 530 do CPC.
c Lei no 9.507, de 12-11-1997 (Lei do Habeas Data).
c Lei no 12.016, de 7-8-2009 (Lei do Mandado de Segurança Individual e Coletivo).
Art. 25. Salvo quando a causa tiver por fundamento matéria constitucional, compete ao Presidente do Superior
Tribunal de Justiça, a requerimento do Procurador‑Geral da República ou da pessoa jurídica de direito público interessada,
e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, suspender, em despacho
fundamentado, a execução de liminar ou de decisão concessiva de mandado de segurança, proferida, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal.
§ 1o O Presidente pode ouvir o impetrante, em cinco dias, e o Procurador‑Geral quando não for o requerente, em
igual prazo.
§ 2o Do despacho que conceder a suspensão caberá agravo regimental.
§ 3o A suspensão de segurança vigorará enquanto pender o recurso, ficando sem efeito, se a decisão concessiva for
mantida pelo Superior Tribunal de Justiça ou transitar em julgado.
c Súm. no 626 do STF.
Título II – Recursos
Capítulo I
Re curso Extraordinário e Recurso Especial
c Arts. 102, III, e 105, III, da CF.
c Arts. 541 a 546 do CPC.
c Res. do STF no 450, de 3-12-2010, institui o Recurso Extraordinário com Agravo para o processamento de agravo interposto
contra decisão que não admite recurso extraordinário ao STF.
c Res. do STF no 451, de 3-12-2010, dispõe sobre a aplicação da Lei no 12.322/2010 para os recursos extraordinários e
agravos sobre matéria penal e processual penal.
c Res. do STJ no 7, de 9-12-2010, institui o Agravo em Recurso Especial para o processamento de agravo interposto contra
decisão que inadmite Recurso Especial.
c Súmulas nos 5, 7, 83, 86, 126, 203, 207, 211, 256 e 320 do STJ.
Art. 26. Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos no
prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão:
I – exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.
Parágrafo único. Quando o recurso se fundar em dissídio entre a interpretação da lei federal adotada pelo julgado
recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou
indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado de jurisprudência, que o houver
publicado.
Art. 27. Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal e aí protocolada, será intimado o recorrido, abrindo‑se‑lhe
vista pelo prazo de quinze dias para apresentar contrarrazões.
§ 1o Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não do recurso, no prazo de cinco dias.
c Súm. no 123 do STJ.
§ 2o Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo.
§ 3o Admitidos os recursos, os autos serão imediatamente remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 4o Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação
do recurso extraordinário,
se este não estiver prejudicado.
§ 5o Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial daquele em
decisão irrecorrível, sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para julgar o
extraordinário.
§ 6o No caso do parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em despacho irrecorrível, não o considerar
prejudicial, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial.
Art. 28. Denegado o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de cinco
dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.
c Arts. 522 a 529 do CPC.
§ 1o Cada agravo de instrumento será instruído
com as peças que forem indicadas pelo agravante e pelo agravado,
dele constando, obrigatoriamente, além das mencionadas
no parágrafo único do artigo 523 do Código de Processo
Civil, o acórdão recorrido, a petição de interposição do recurso e as contrarrazões, se houver.
§ 2o Distribuído o agravo de instrumento, o relator proferirá decisão.
§ 3o Na hipótese de provimento, se o instrumento contiver os elementos necessários ao julgamento do mérito do
recurso especial, o relator determinará, desde logo, sua inclusão em pauta, observando‑se, daí por diante, o procedimento
relativo àqueles recursos, admitida a sustentação oral.
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica‑se também ao agravo de instrumento contra denegação de recurso
extraordinário, salvo quando, na mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em primeiro
lugar.
§ 5o Da decisão do relator que negar seguimento ou provimento ao agravo de instrumento, caberá agravo para o
órgão julgador no prazo de cinco dias.
c Súm. no 116 do STJ.
Art. 29. É embargável, no prazo de quinze dias, a decisão da turma que, em recurso especial, divergir do julgamento
de outra turma, da seção ou do órgão especial, observando‑se o procedimento estabelecido no regimento interno.
Capítulo II
Re curso Ordin ário em HABEAS CORPUS
Art. 30. O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões denegatórias de Habeas Corpus, proferidas
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será interposto no
prazo de cinco dias, com as razões do pedido de reforma.
Art. 31. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos com vista ao Ministério Público, pelo prazo
de dois dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este submeterá o feito a julgamento independentemente de pauta.
Art. 32. Será aplicado, no que couber, ao processo e julgamento do recurso, o disposto com relação ao pedido
originário de Habeas Corpus.
Capítulo III
Re curso Ordin ário e Mandado de Se guran ça
c Arts. 539 e 540 do CPC.
Art. 33. O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões denegatórias de mandado de segurança,
proferidas em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Estados e do Distrito
Federal, será interposto no prazo de quinze dias, com as razões do pedido de reforma.
Art. 34. Serão aplicadas, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento no Tribunal recorrido, as
regras do Código de Processo Civil relativas à apelação.
Art. 35. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos com vista ao Ministério Público, pelo prazo
de cinco dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este pedirá dia para julgamento.
Capítulo IV
Apela ção Cível e Agravo de Instrumento
Art. 36. Nas causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro,
município ou pessoa domiciliada ou residente no País, caberá:
I – apelação da sentença;
II – agravo de instrumento, das decisões interlocutórias.
Art. 37. Os recursos mencionados no artigo anterior serão interpostos para o Superior Tribunal de Justiça, aplicando‑se‑lhes,
quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, o disposto no Código de Processo Civil.
c Arts. 513 a 529 e 547 a 565 do CPC.
Título III – Disposições Gerais
Art. 38. O Relator, no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça, decidirá o pedido ou o recurso
que haja perdido seu objeto, bem como negará seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo,
incabível
ou, improcedente
ou ainda, que contrariar,
nas questões predominantemente de direito, Súmula do respectivo
Tribunal.
Art. 39. Da decisão do Presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou de Relator que causar

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