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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * DIREITO CONSTITUCIONAL II Juiz Federal Narciso Leandro Xavier Baez PODER EXECUTIVO O QUE É? Órgão Constitucional que tem por função a prática de atos de Chefia de Estado, de Governo e de Administração. QUEM EXERCE ESSE PODER? Em nosso sistema presidencialista, o chefe do executivo, acumula a chefia de Estado com a chefia de Governo e ainda a chefia da administração pública federal. Entre outras atribuições, compete privativamente ao Presidente da Republica (art. 84): a) sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; b) manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; c) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso; d) decretar o estado de defesa e o estado de sítio; e) decretar e executar a intervenção federal; PODER EXECUTIVO Competência do Presidente da República (continuação ...) f) nomear, após aprovação pelo Senado, os Ministros do STF e dos Tribunais Superiores, o Procurador-Geral da Republica, o presidente e os diretores do BACEN e outros servidores, quando determinado em lei; g) nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; h) declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso ou referendado por ele, e nas mesmas condições de decretar a mobilização nacional; i) celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso; j) prestar, anualmente, ao Congresso, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior. Presidente e Vice Presidente (Substituições): Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente (art. 79). Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara, o do Senado e o do Supremo Tribunal Federal (art. 80). PODER EXECUTIVO Crimes de Responsabilidade do Presidente da República São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra (art. 85, CRFB): a) a existência da União; b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes constitucionais das unidades da Federação; c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; d) a segurança interna do País; e) a probidade na administração; f) a lei orçamentária; g) o cumprimento das leis e das decisões judiciais. O processo é composto por duas fases. A primeira consiste na denúncia e sua admissibilidade. Qualquer cidadão, no gozo de seus direitos políticos, pode oferecer a denúncia perante a Câmara do Deputados. A Câmara dos Deputados irá se pronunciar admitindo ou não a acusação por maioria de 2/3. Admitida a acusação o Presidente ficará suspenso de suas funções (art. 86 §1º, II). Decorridos 180 dias cessa o afastamento, se não ficar concluído o processo (art. 86,§2º) PODER EXECUTIVO Processamento dos Crimes de Responsabilidade do Presidente da República: Instaurado o processo (art. 52 § único) o Presidente do julgamento será o do STF, limitando-se à condenação, que deverá ser por maioria de 2/3 dos votos do Senado Federal. As penas são a perda do cargo e a inabilitação por oito anos para qualquer função pública. Nas infrações comuns, a Câmara irá se pronunciar admitindo ou não a acusação por maioria de 2/3. Nesses casos o Presidente da República será julgado pelo STF. Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente não estará sujeito a prisão (art. 86, §3). O Presidente, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º. da CF). Perda do mandato do Presidente da República e do Vice: O Presidente e o Vice-Presidente perdem os respectivos mandatos nos seguintes casos (Afonso, Curso 469): a) cassação, em virtude de decisão do Senado nos processos de crime de responsabilidade, ou de decisão judicial como pena acessória aplicada em processo de crime comum (arts 52, § único; e 86 da CF); b) extinção, nos casos de morte, renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade brasileira; c) declaração de vacância do cargo pelo Congresso, daquele que não comparecer para tomar posse dentro de dez dias da data para isso fixada (arts 78 e 82 da CF); d) ausência do País, por mais de 15 dias, sem licença do Congresso (art. 83 do CF). PODER EXECUTIVO SANÇÃO, VETO E PROMULGAÇÃO A Casa Legislativa na qual tenha sido concluída a votação, enviará o projeto de lei ao Presidente da Republica, que, aquiescendo, o sancionará. A Sanção é a adesão do Chefe do Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo. Sanção tácita: quando, recebido o projeto de lei, não for assinado durante os 15 dias úteis subsequentes ao recebimento. Mas se considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse publico (art. 66, § 1º, CRFB), veta-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 dias, e comunicará ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto, em 48 horas. O veto é o modo de o Chefe do Executivo exprimir sua discordância com o projeto aprovado. Pode ser total ou parcial (art. 66, § 2º, CRFB) O veto será apreciado em sessão conjunta do Congresso Nacional (art. 57, §3, IV), só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado para promulgação ao Presidente da Republica (art. 66). O Presidente da República deve promulgar lei dentro de 48 horas. Senão caberá ao Presidente do Senado em igual prazo fazê-lo. Se não o fizer caberá ao Vice Presidente do Senado fazê-lo. PODER EXECUTIVO MEDIDAS PROVISÓRIAS: (art. 62) CONCEITO: em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submete-las de imediato ao Congresso Nacional. VIGÊNCIA: Imediata, a partir de sua publicação, mas perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, uma vez por igual período. LIMITAÇÕES: Não cabe MP sobre matéria relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; reservada a lei complementar; já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. PODER EXECUTIVO MEDIDAS PROVISÓRIAS: (art. 62) LIMITAÇÕES: A MP que implique instituição ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. EXCEÇÃO: pode haver majoração por MP dos seguintes impostos: Importação de produtos estrangeiros (153, I) Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; (153, II) Produtos industrializados; (153, IV) Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a titulos ou valores mobiliários; (153, V) Na iminência ou caso de guerra externa, impostos extraordinários (art. 154, II) PODER EXECUTIVO DELEGAÇÕES LEGISLATIVAS (ART. 68, CRFB) Lei delegada é ato normativo elaborado e editado por comissão especial do Congresso Nacional, por comissão da Câmara dos Deputados,por comissão do Senado Federal ou pelo Presidente da República em virtude de autorização concedida pelo Poder Legislativo, e dentro dos limites por ele impostos A delegação é sempre autorizada por meio de Resolução, que conteúdo e os termos de seu exercício e deve ter origem: A) no Congresso Nacional, quando a delegação é ao Presidente da República ou à Comissão Especial do Congresso, podendo a Resolução ser elaborada em sessão conjunta ou em separado, em cada uma das Casas; e B) na Câmara Federal ou no Senado, quando a delegação for à Comissão de uma Casa ou de outra, respectivarnente. MATÉRIAS QUE NÃO PODEM SER DELEGADAS (ART. 68, §1º, I, II e III) Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reserva da à lei complementar, nem a legislação sobre: a) organização do Poder Judiciário e do MP, carreira e garantia de seus membros; b) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; c) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos PODER EXECUTIVO ÓRGÃOS PÚBLICOS: CONCEITO: são as parcelas, sem personalidade jurídica própria, em que se divide a administração pública direta e através das quais esta expressa sua vontade. FORMAÇÃO: A lei, o instrumento próprio para a criação de órgãos públicos, seja em virtude do principio da legalidade (art. 5§, II, CF/88), seja por força de regra especifica (art. 48, I, CF/88). O Chefe do Poder Executivo detém também competência para editar normas na matéria (decreto regulamentar), nos termos do art. 84, VI, da CF/88: "dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei". É uma competência que só pode ser exercida "na forma da lei", concluindo-se que a polemica sobre os regulamentos organizativos autônomos não tem mais lugar na vigência da CF/88. Em caso de abuso do poder regulamentar quando da edição de decretos voltados à implementação de reforma administrativa, pode o Legislativo sustá-los (art. 49, V, CF/88). (CARLOS ARI SUNDFELD. RDP 97/43-52) PODER EXECUTIVO CONSELHO DA REPÚBLICA: (art. 89, CF; Lei 8041/90 regula sua organização e funcionamento) CONCEITO: É Órgão Superior de consulta do Presidente, e dele participam: o Vice-Presidente; o Presidente da Câmara dos Deputados; o Presidente do Senado Federal; os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado; o Ministro da Justiça; seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade (dois nomeados pelo Presidente, dois eleitos pelo Senado e dois eleitos pela Câmara, todos com mandato de três anos. (art. 89 da CF). COMPETÊNCIA: pronunciar-se sobre: a) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; b) as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. PODER EXECUTIVO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL: (art. 91, CF) CONCEITO É Órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: o Vice-Presidente; o Presidente da Câmara; o Presidente do Senado; o Ministro da Justiça; os Ministros Militares; o Ministro das Relações Exteriores; o Ministro do Planejamento (art. 91 da CF). COMPETÊNCIA a) opinar nas hipótese de declaração de guerra e de celebração da paz; b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; c) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso; d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE CONTEÚDO 1) O princípio da independência e harmonia entre os poderes, como previsto e consagrado na Constituição de 1988, caracteriza ? 2) É correto afirmar que o poder político do Estado é uno e indivisível e Independentes e harmônicos entre si são os órgãos que exercitam as funções estatais ? 3) Da distribuição constitucional de competência legislativa decorre, como regra geral, a supremacia hierárquica da lei federal sobre a estadual e desta sobre a lei municipal ? 4) Na competência legislativa concorrente não há hierarquia entre as normas federais e estaduais ? 5) A República Federativa do Brasil tem como forma de Governo, a Federação; como forma de Estado, a República; como Poderes, a União, os Estados e o Distrito Federal e os Municípios ? 6) No Estado Federal brasileiro, o Município tem as suas competências delimitadas na Lei Orgânica Municipal ou na Constituição Estadual? 7) Quais são os substitutos do Governador? Se todos falecerem quem ocupará o cargo?
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