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Cirurgia I – João Batista Aula 1: Princípios da Cirurgia 09/08/2012 Desenvolvendo um diagnostico Cirúrgico Principal: conhecer o paciente, indicação da cirurgia e quais condições saber se a cirurgia é indicada, se não tem outra forma de resolver sem a anestesia. Avaliação pré-clínica – Coleta de dados: Entrevista com o paciente - anamnese Exame físico – intra e extra oral Exames laboratoriais (quando preciso, ex: hemograma) Exame de imagens (tem que ser ótima, extremamente importante, importante saber a anatomia radiográfica) Consulta com outros especialistas – se por exemplo possui outra doença Necessidades básicas para cirurgia: Boa visibilidade – acesso adequado - luz adequada - campo livre de secreções – bom aspirador sanguineo Auxiliar adequado (o auxiliar é muito importante, é a base para o sucesso da cirurgia). Manobras cirúrgicas fundamentais Diérese (incisão e divulsão) Exérese (retirada de órgão ou parte dele, extração) Hemostasia (controle da hemorragia) Síntese (sutura) Incisões – princípios básicos: Usar lâminas afiadas – lâminas cegas podem dilacerar o tecido Corte firme e contínuo – evitam aumento de lesão tecidual Evitar lesar estruturas vitais – conhecer anatomia Corte perpendicular à superfície – menos susceptível a necrose Planejar o local das incisões Obs. Osteotomia = cortar o osso. Deve-se irrigar com soro para não esquentar causando necrose ou sequestro ósseo. Caso o tecido seja lesado faz-se o debridamento (remoção do tecido lesado/necrosado/traumatizado) para não interferir na cicatrização) Deiscência: quando faz a sutura e depois abre, ou seja, a sutura não foi bem feita e o retalho sai, o ponto abre. Um bom planejamento evita complicações tais como: Necrose do retalho Deiscência do retalho – expõe osso subjacente, causando dor, perda óssea e aumento do tecido cicatricial. Dilaceração do retalho Prevenção da necrose do retalho: Ápice < que a base (convergente para oclusal) - exceção: a. calibrosa. Comprimento maior que altura Suprimento sanguíneo axial na base do retalho Evitar torcer ou distender a base do retalho. Levantar um retalho muco periósteo e achar o osso embaixo Prevenção da deiscência do retalho: Margem sobre osso sadio Manipular o retalho suavemente Evitar tensão exagerada nas suturas. Prevenção da dilaceração do retalho Acesso suficiente Retalhos em envelope: criados por incisões únicas e continuas para evitar dilaceração. Incisão vertical de alivio: deve ser feita no nível do dente anterior à área onde haverá remoção do osso. Espaço morto Área descoberta de tecido após o fechamento da ferida Meios de eliminação: sutura por planos, curativos compressivos, curativo dentro do espaço ate o fim do sangramento, uso de drenos (isolados ou com curativo). Hemostasia Preservar a capacidade de transportar oxigênio Melhorar a visibilidade no campo operatório Evitar formação de hematomas (diminui vascularização, atua como meio de cultura favorece infecções). Eles aumentam a tensão nas bordas da ferida. Métodos de hemostasia Tamponamento (estase (gaze) do sangue provoca coagulação) Termocoagulação (fio-terra em contato com o paciente para entrada da corrente, queimaduras adjacentes apenas nos pontos dos vasos, campo seco para a energia não ser dissipada pelo fluido atrapalhando a hemostasia) Ligaduras com sutura Curativos compressivos (algodão com vaselina, anestésico tópico, pressão favorece a coagulação) Hemostáticos tópicos (adrenalina, colágeno, trombina) Sutura = fechamento da ferida Sutura direta (a mucosa) Sutura por planos > o músculo e depois a mucosa Principais funções da sutura: Coaptar margens da ferida (os bordos tem que unir normalmente) Hemostasia Manter o retalho sobre o osso Manter o coágulo no alvéolo Manter hemostático no alveolo Objetivo do nó das suturas ‘’reaproximar os tecidos’’ suturas muito apertadas causam isquemia e assim ocorre a necrose. Suturas reabsorvíveis São reabsorvidas por digestão enzimática (macrófagos) ou por hidrólise Não requerem remoção Categute (intestino de carneiro) Permanência da sutura de 5 a 7 dias. Edema Quanto maior a quantidade de tecido lesado ou tecido frouxo na lesão maior a quantidade de edema. Obs.: pacientes mal nutridos, deve-se melhorar o estado nutricional ate que esteja em equilíbrio de nitrogênio e estado anabólico de metabolismo. Gelo diminui a vascularização, cabeça elevada do resto do corpo nos primeiros dias do pós operatório. Aula 2: Indicações de Exodontia 16/08/2012 Indicações para exodontia: Carie grave -> indicação mais forte para que ocorra exodontia Necrose pulpar Doença periodontal grave Razões ortodônticas -> os pedidos devem ser anotados Dentes mal posicionados Dentes fraturados -> se é vertical ou horizontal, normalmente vertical é melhor extrair, quando é horizontal as vezes dá pra arrumar. Extrações com pacientes com indicação pré-protética. Ex: pacientes com 2 dentes. Dentes impactados ou inclusos (por volta dos 23 anos pra frente) Dentes supranumerários Dentes associados com lesões patológicas Terapia pré-radiação Dentes envolvidos com fraturas dos maxilares Finalidade estética Motivos econômicos Diagnostico biológico você dá e ele vai ter um tratamento automaticamente. Aula 3: 23/08/2012 Tumor ao redor do dente -> caso o tratamento seja com radioterapia é necessário extrair o dente pois o raio-x é absorvido pelo dente, impedindo que vá de maneira adequada para o tumor. Exodontia de dentes inclusos, impactados e supranumerário, estético, motivo econômico (motivos mais comuns) Contra-indicações para exodontia Sistêmicas Doenças metabólicas graves não controláveis (diabete instável, doença renal com urenia grave) Leucemia não controlada e linfomas Cardiopatias graves não controladas Angina instável e infarto do miocárdio recente Hipertensão grave não controlada Arritmia cardíaca não controlada Primeiro e ultimo trimestre de gestação Diátese sanguínea grave (hemofilia, desordens plaquetárias graves) Uso crônico de certos medicamentos (corticoides, imunossupressivos, agentes quimioterápicos) Locais Terapêutica pós-radiação para tratamento de câncer (risco de osteorradionecrose) Tratamento biosfanato Dentes envolvidos em tumor maligno Pericoronarite grave Abscesso dento alveolar agudo (avaliar acesso e anestesia) Aula X: 13/09 Exodontia via alveolar Avaliação clinica para exodontia - acesso ao dente - mobilidade do dente - condição da coroa Avaliação radiográfica para exodontia - periapical (configuração das raízes – fusionadas, reabsorção interna) - panorâmica (relação com estruturas vitais associadas) – condição do osso circunvizinho (bruxismo, paciente idoso, patologias periapicais. Preparo do cirurgião Preparo do paciente - antissepsia da face - bochecho com clorexidina 0,12% - colocação dos campos estéreis Princípios mecânicos envolvidos na exodontia - alavanca - cunha - roda e eixo Princípios para o uso do fórceps - pressão apical - pressão vestíbulo-lingual - rotação - tração Indicações especifica dos fórceps 17 – molares inferiores 18R – molares superiores direito 18L – molares superiores esquerda 150 – pré molares, caninos e incisivos superiores 151 – pré molares, caninos e incisivos inferiores 1 – incisivos superiores 69 – remanescentes radiculares 101 – decíduos. Procedimento usado na exodontia via alveolar Desinserção dos tecidos moles de ligação do dente Luxação do dente com uma alavanca dental Adaptação do fórceps ao dente Luxação do dente com o fórceps Remoção do dente do alvéolo Obs.: incisão, sindesmotomia Cuidados pos-extração do alvéolo dentário: - curetagem (estimula o sangramento dos alvéolos que estimula o reparo) - alveoloplastia Exodontia via não alveolar Retalhos de tecido mole - base mais ampla que a margem livre - tamanho adequado - muco periósteo da espessura total - incisão sobre osso sadio Indicações para extração cirúrgica:Falhas nas tentativas iniciais com o uso de fórceps ou alavanca Osso vestibular denso e/ou espesso (pacientes idosos) Bruxismo Hipercementose Raízes divergentes ou dilaceradas Pneumatização do seio maxilar Coroas destruídas por caries Técnicas para extração aberta de dentes unirradiculares Rebatimento de um retalho amplo Adaptação do fórceps Uso de alavanca reta Osteostomia Irrigação com soro fisiológico Suturas Técnica para extração aberta de dentes multirradiculares: Odontosecção: Transforma um dente multirradicular em vários dentes unirradiculares. Remoção de pequenos fragmentos de raízes e ápices radiculares: retirar com um instrumento fino, broca ou lima Critérios para se deixar fragmentos radiculares: Fragmento < 4 a 5 mm Raiz profundamente embutida no osso Raiz livre de infecção Extrações múltiplas Dentes posteriores da maxila Dentes anteriores da maxila Primeiro molar maxilar Canino maxilar Dentes posteriores da mandíbula Dentes anteriores da mandíbula Primeiro molar da mandíbula Canino mandibular Perto de um nervo, próximo ao seio maxilar, fazer acompanhamento radiográfico, pode ter problemas como infecção. Reparação alveolar Fases do processo de cicatrização - fase inflamatória - fase fibroblástica - fase de remodelação Fase inflamatória - 3 a 5 dias - vascular x celular - vascular: eritema, edema, dor, calor, perda de função - celular: complemento, neutrófilos, macrófagos e linfócitos T e B - Fase de intervalo. Fase fibroblástica - 2 a 3 semanas - rede de fibrina: trocolágeno e substancia fundamental; neoangiogenese - fibroblastos – fibronectina - novos capilares - plasmina – fibrinólise - colágeno: excessivo e aleatório Fase de remodelação - maturação da ferida - colágeno orientado - diminuição do colágeno - diminuição do metabolismo - contração da ferida Cicatrização por primeira intenção - as feridas cirúrgicas se encontram (bordas) Cicatrização por segunda intenção - não há união das bordas da ferida Fatores que prejudicam a cicatrização das feridas - corpos estranhos - tecido necrótico - isquemia - tensão na ferida Estruturas remanescentes após exodontias - mucosa bucal na periferia do alvéolo - cortical óssea alveolar - restos do ligamento periodontal Mecanismos de coagulação via intrínseca -> Xa -> trombina -> (fribrinogenio – fibrina) via extrinseca -> Xa idem. Pós-operatório imediato - formação do coágulo sanguíneo - alteração nos vasos sanguíneos do ligamento periodontal Feridas de 1 semana - proliferação do epitélio da mucosa bucal - inicio da reabsorção da crista óssea alveolar - inicio da substituição do coagulo sanguíneo por tecido de granulação Ferida de 2 semanas - proliferação de epitélio da mucosa bucal - reabsorção da crista óssea alveolar - inicio de reabsorção da cortical óssea alveolar - degeneração dos restos do ligamento periodontal - substituição de coagulo sanguíneo por tecido de granulação - inicio da maturação do tecido de granulação Ferida de 3 semanas - superfície da ferida epitelizado - Crista óssea alveolar arredondada - remodelação da cortical óssea alveolar - maturação do tecido de granulação - inicio da formação de trabéculas ósseas imaturas Ferida de 4 semanas - inicio da fase final da reparação - reabsorção e aposição óssea - maturação óssea Pós-operatório de 6 meses - alvéolo completamente preenchido por tecido ósseo maduro Alveolite (alvéolo seco, osteito alveolar) - definição: complicação pós-operatório decorrente do deslocamento total ou parcial de coágulo sanguíneo, levando a exposição da tabula óssea alveolar ao meio bucal Etiopatogenia - aumento da atividade fibrinolítica - traumatismo local - estrogênio - enzimas bacterianas - quinases teciduais Fatores de risco - história previa de alveolíte - cirurgião inexperiente - pericoronarite previa - mulheres em uso de anticoncepcional - tabagismo - falta de cuidados no pós-operatório - pacientes entre 40 e 50 anos de idade Incidência - exodontias em geral . 3,2 % (mac gregor) - 95% eram exodontias de dentes mandibulares posteriores . 1 a 3 % (Neville, 1998) - 25 a 30% eram exodontia em 3º molares . 2% (Peterson, 2000) Características clinicas - dor inicia-se no 3 ou 4º dia após exodontia - dor varia de moderada a intensa - halitose, enfartamento ganglionar - aspectos do alvéolo - inicialmente preenchido por coágulo cinza - exposição da cortical alveolar - gengiva eritematosa em volta do alvéolo - sinais e sintomas podem durar de 10 a 40 dias Tratamento - objetivo: alivio da dor - irrigação com soro fisiológico, ou peróxido de hidrogênio ou solução antisséptica ou antimicrobiana. - inspeção: aspirar, soro e debridamento - curativo - capaz de aliviar a dor de forma fácil e efetiva - não irritante aos tecidos - absorvível ou incorporável do organismo - permite contato intimo com osso - antisséptico - estável aos fluidos bucais - fácil aplicação - estabilidade dimensional em contato com fluidos - necessitar de uma clinica consulta - baixo custo Curativos (todos tem eugenol) - oxido de zinco e eugenol - alveolosan (AAS, balsamo do peru, eugenol, ?? ou lanaline?) - alveoliten - gaze com omcilon – A orabase (único que não tem eugenol) - esponja de gelfoam com eugenol, anestésico tópico - gaze com eugenol, anestésico tópico e vaselina (Peterson, 2000) -obs.: eugenol é caustico e vai cauterizar as terminações nervosas
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