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1
Contabilidade Básica - FAESO
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE OURINHOS
CONTABILIDADE BÁSICA
Notas de Aula
Professor: Dirceu Marques Lopes
dirceumarqueslopes@gmail.com
2
Contabilidade Básica - FAESO
1.1. Ementa
Nesta disciplina o aluno será capaz de desenvolver as noções preliminares sobre a
contabilidade e se familiarizar com a estática patrimonial a fim de realizar os procedimentos
contábeis básicos. Será capaz de efetuar registros contábeis e levantar as demonstrações
contábeis obrigatórias. Obterá conhecimentos teóricos e práticos relacionados a
contabilização de operações com mercadorias aplicando os princípios fundamentais da
contabilidade geralmente aceitos. As aulas serão de forma expositiva, com resolução de
exercícios práticos e a avaliação será de forma continua de acordo com o desenvolvimento da
aprendizagem.
1.2. Competências
? Utilizar a contabilidade como fonte de informação nas organizações.
? Compreender a dinâmica dos demonstrativos e relatórios contábeis.
? Compreender o ciclo contábil e seu funcionamento para utilização na tomada de
decisão.
1.3. Conteúdo Programático – bases tecnológicas
Unidade I:
1.1 Visão Geral dos Sistemas Contábeis
Contextualização (O mercado e suas relações com a Contabilidade – necessidade de
informações para a decisão); Usuários; Instrumentos de Decisão (Demonstrativos
padronizados e não padronizados); Principais Demonstrativos (Balanço Patrimonial, DRE,
DOAR, DFC, DMPL, DLPA, - Balanço Social e Notas Explicativas) – Conceito e Funções;
Sistemas de Informações Contábeis e seus subsistemas principais (Patrimonial e de
Resultados); Atos e Fatos Contábeis - Registro contábil por partidas – Livros Contábeis;
Contas: conceito, aspectos qualitativos e quantitativos, funções e natureza; Periodicidade;
Regulamentação (legislação societária e comercial pertinente);
1.2 Subsistema Patrimonial
Aplicação de Recursos – Investimentos (Bens e Direitos) – Curto e Longo Prazos;
Natureza das Aplicações de Recursos; Origens de Recursos – Capitais de Terceiros e Próprios
– Curto e Longo Prazos; Natureza das Origens de Recursos; Equação fundamental do
patrimônio e suas variantes; Situação Líquida e suas variantes; Registro em partidas dobradas;
Elementos do Balanço Patrimonial Padronizado; Ativo Circulante; Ativo Realizável; Ativo
Permanente – Permanente, Imobilizado e Diferido; Passivo Circulante; Passivo Exigível;
Patrimônio Líquido e sua formação (Capitais, Lucros e Reservas); Contas Retificadoras –
Despesas Antecipadas, Depreciação, Amortização e Exaustão; Fluxos de Natureza
Patrimonial; Elaboração do Balanço Patrimonial – Formas de Apresentação (Razão e
Balancete);
Unidade II:
3
Contabilidade Básica - FAESO
2.1 Subsistema de Resultados
Elementos de Resultado; Receitas de Vendas de Bens e Serviços; Deduções das Receitas;
Custos de Obtenção de Bens de Venda; Despesas de Período – Administrativas, Financeiras e
Comerciais; Apuração do Resultado e suas implicações gerenciais; Resultado Bruto;
Resultado Operacional; Resultado Não Operacional; LAIR (Lucro Antes do IR e CSSL); LAP
(Lucro antes das Participações); Lucro Líquido;
2.2 Dinâmica dos Resultados
Regime de Caixa e de Competência; Inventários Periódico e Permanente; Critérios de
Avaliação de Estoques (PEPS, UEPS e CMPM); Apuração do Resultado com Mercadorias;
Depreciação, Amortização e Exaustão; Principais operações financeiras (aplicações e
empréstimos); Apuração do Resultado Operacional e Balanço Patrimonial.
1.4. Bibliografia:
Básica:
IUDÍCIBUS, Sérgio de (Coord.). Contabilidade introdutória. São Paulo: Atlas, 2007. 303 p.
il.
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez. Contabilidade básica. São
Paulo: Frase, 2006. 538 p.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2004.
Complementar:
FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2007. v.
Contabilidade
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade: resumo da teoria, atendendo as
novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com respostas. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2003. 348 p
IUDÍCIBUS, Sérgio. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto R. Manual de Contabilidade
das Sociedades por Ações (Aplicável às demais Sociedades). 6 ed. São Paulo: Ed. Atlas,
2003.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade: resumo e teoria. São Paulo:
Atlas, 1995. 362 p. il
4
Contabilidade Básica - FAESO
2. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
2.1. CONCEITO:
Classificada como uma ciência social aplicada assim como a Administração, a
Contabilidade tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades. É a principal
ferramenta de gestão das organizações, proporcionando a seus usuários uma gama enorme de
dados sobre a situação patrimonial destas. Franco (1997) entende que a função da
Contabilidade passa pelas atividades de registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar as
mutações ocorridas no patrimônio a fim de entendê-las e proporcionar informações úteis para
o processo decisório pelo qual os administradores estão sujeitos no dia-a-dia de suas
atividades. Já Marion (1998) escreve que a Contabilidade tem como característica fornecer o
máximo de informações úteis para a tomada de decisões internas ou externas ao ambiente da
organização. A Contabilidade preocupa-se em estudar todas as movimentações financeiras da
organização fornecendo um instrumental de análise ao gestor e a seus demais usuários.
2.2. O TERMO ENTIDADE EM CONTABILIDADE:
A Contabilidade é realizada para as entidades, que aqui, recebem uma conotação
muito mais ampla do que tão somente as empresas. Entendam como entidade, qualquer
organização constituída com ou sem fins lucrativos, de ordem pública ou privada, composta
por pessoas físicas ou jurídicas, de forma que uma única pessoa física pode ser considerada
uma entidade para fins de realização de sua Contabilidade. Diga-se que esta é uma prática
muito utilizada pelas pessoas cujo patrimônio apresenta certo volume financeiro.
2.3. BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE
A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo
período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Praticada inicialmente de forma
rudimentar e não sistematizada evoluiu com a criação de técnicas específicas que foram
aperfeiçoadas, sendo algumas delas aplicadas até os dias atuais.
O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e
preservar os seus bens. Aí se inicia a história da contabilidade, que segundo historiadores e
estudiosos, se divide em quatro períodos:
CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com a civilização do
homem e vai até 1202 da Era Cristã.
A Contabilidade era empírica, praticada pelo homem primitivo, e já tinha como objeto o
Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. Os
registros combinavam o figurativo com o numérico e as contribuições mais significativas
surgiram com os súmerios-babilonenses, assírios e egípcios, sendo estes últimos responsáveis
pela criação de um modelo de escrituração que mais tarde foi aperfeiçoado pelos gregos.
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até
1494.
5
Contabilidade Básica - FAESO
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da
Contabilidade, denominado a "Era Técnica", devido as grandes invenções, como moinho de
vento, aperfeiçoamento da bússola, etc.
Na Itália surgiram as primeiras corporações, transformando e fortalecendo a sociedade
burguesa. Deram-se início os estudos sobre os custos comerciais e industriais.
Se os súmerios-babilonenses plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a
regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita, destacando-se na sua utilização.CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o
aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche",
da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história
da Contabilidade.
O período moderno foi a fase da pré-ciência. A Contabilidade tornou-se uma
necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo
representava.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci,
que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua
até os dias de hoje.
O período científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados:
Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità
Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta,
escritor veneziano.
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse
inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da
Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.
Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A contabilidade
começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. Foi o inicio da fase
científica da Contabilidade.
2.4. A ESCOLA ITALIANA versus A ESCOLA AMERICANA:
Particularmente na Itália, mas também em toda Europa, o desenvolvimento econômico
ocorrido entre os séculos XII e XVII impulsionou um grande crescimento da Contabilidade. A
evolução da atividade comercial fez nascer a necessidade de um outro meio mais flexível para
a troca do que o escambo. Surgiu a moeda e a contabilidade passou a ter avaliações
monetárias substituindo os inventários.
Neste tempo o surgimento, na Itália, do método de partidas dobradas, utilizado para
registro dos fatos contábeis, deu início à “escola italiana” que se espalhou por toda a Europa.
A Itália dominou o cenário contábil até os primeiro anos do século XX, quando, de
1920 em diante, a ascensão econômica e cultural dos Estados Unidos, aliado ao excessivo uso
da teoria sem aplicação prática, fez com que a “escola italiana” entrasse em decadência.
Começou então o domínio da “escola americana”.
6
Contabilidade Básica - FAESO
Favorecido pelo crescimento econômico e político, os Estados Unidos, passaram a
ocupar lugar de destaque na doutrina contábil, realizando maciços investimentos em pesquisa
e com o trabalho sério de órgãos associativos como a American Accounting Association
(AAA), o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) e o Financial
Accounting Standards Board (FASB), que muito contribuíram para a aplicação prática dos
estudos teóricos desenvolvidos pela “escola italiana”.
Marion (1998) explica que a escola italiana parte da escrituração comercial para as
demonstrações contábeis, enquanto a escola americana parte de uma visão conjunta das
demonstrações contábeis para o estudo da escrituração comercial que deu origem a estes
relatórios.
2.5. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Com a consolidação do processo de integração econômica mundial não só os gestores
das entidades usufruem os dados oriundos da Contabilidade, existe um rol de interessados de
abrange diversos seguimentos da sociedade:
Administradores / Gerentes: são os grandes usuários da Contabilidade, pois cabe a estes a
tarefa de tomada de decisão. Nestes casos é imprescindível ao administrador tomar
conhecimento de informações sobre o endividamento, nível dos estoques, duplicatas a
receber, saldo do caixa, etc.
Sócios ou Acionistas (Investidores): São os grandes aportadores de recursos nas entidades,
portanto, são também os grandes interessados sobre questões como a rentabilidade do capital
investido, taxas de retorno dos negócios, o nível de endividamento e as perspectivas de
continuidade da entidade.
Instituições financeiras: mesmo com a grande dificuldade de captação de recursos de
terceiros, as instituições financeiras, constituem fonte legítima de captação destes recursos e
aliás é característica destas a captação de recursos dos agentes superavitários e o oferecimento
destes recursos aos agentes deficitários, cobrando o spread. É imprescindível para estas
organizações financeiras conhecer a verdadeira situação patrimonial das entidades garantindo
a preservação e as condições de recebimento do capital ofertado a estas.
Governo: Além de ser usuário de sua própria Contabilidade enquanto entidade, utiliza a
Contabilidade das demais entidades para promover informações e adotar a política
macroeconômica do Estado. Ao longo dos anos tornou obrigatória a Contabilidade para todas
as demais entidades (entendam pessoas jurídicas) a fim de buscar subsídios para auditar as
empresas e controlar a fiel arrecadação dos tributos. Este instrumento vem sendo cada vez
mais utilizado principalmente com o dinamismo tecnológico oferecido pela informática, a
ponto de hoje, os órgãos competentes possuírem grandes bancos de dados contendo diversas
informações sobre os contribuintes.
Fornecedores: Visando resguardar o recebimento de suas vendas, os fornecedores, são
usuários da Contabilidade de seus clientes na medida que realizam a análise das
demonstrações contábeis para verificar as condições financeiras de seus parceiros comerciais.
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Contabilidade Básica - FAESO
Clientes: A análise da Contabilidade dos fornecedores é muito utilizada pelos Clientes,
principalmente nas negociações que envolvam risco na entrega dos bens, assim como ocorrem
nos grandes contratos para a construção de embarcações, aeronaves e outros bens, ou nas
negociações de fornecimento de matéria-prima ou bens que podem afetar a produção do
Cliente caso o fornecedor, por exemplo, sofra um processo falimentar.
Empregados / Funcionários: Os colaboradores diretos da entidade também são usuários da
Contabilidade, sua utilização passa pela identificação das melhores alternativas para a tomada
de decisão nos diversos níveis hierárquicos da entidade até mesmo para verificação dos lucros
a serem distribuídos (participação nos resultados).
Sociedade (consumidores, ambientalistas, ONGs): Cada vez mais consciente do papel que as
organizações exercem sobre ela, a sociedade passa a utilizar a Contabilidade para selecionar
até mesmo os produtos que irá consumir. Utilizando o Balanço Social, é possível identificar
as políticas de ação sociais desempenhadas por cada entidade, bem como indicadores de
geração de valor na macroeconomia e os níveis de utilização de recursos naturais (meio
ambiente).
2.6. A CONTABILIDADE APLICADA AOS DIVERSOS SEGMENTOS ECONÔMICOS:
Embora o objetivo desta disciplina seja o estudo da Contabilidade Geral, também
conhecida por alguns como Contabilidade Financeira e ainda num sentido mais restrito como
Contabilidade Básica, é preciso acrescentar que a Contabilidade pode ser aplicada
especificamente a diversos segmentos econômicos. Temos então, a aplicação dos conceitos
contábeis de forma dirigida a cada nicho econômico, formando a Contabilidade Comercial –
para as entidades com fins comercias, a Contabilidade Financeira ou Bancária – para as
entidades financeiras, a Contabilidade Industrial ou de Custos – para as entidades industriais,
a Contabilidade Agropecuária – para as entidades agropecuárias, a Contabilidade Pública –
para as entidades públicas, etc.
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Contabilidade Básica - FAESO
3. O PATRIMÔNIO
3.1. O OBJETO DE ESTUDO DA CONTABILIDADE:
Para que a Contabilidade possa ser praticada é necessário um elemento fundamental, o
patrimônio, objeto de estudo desta, que compreende o conjunto de bens, direitos e obrigações
de uma entidade.
Ao definir patrimônio, Franco (1997) explica que o patrimônioé um meio
indispensável para que as entidades possam alcançar os seus objetivos e para isto é que estas
realizam atos de caráter econômico-financeiro que produzem mutações patrimoniais.
Bens: são objetos ou coisas úteis que possam satisfazer as necessidades das entidades, tais
como mercadorias, veículos, dinheiro, móveis.
Direitos: constitui a faculdade de poder exigir algo de outra entidade (pessoa física ou
jurídica). Nas relações comerciais é muito comum o aparecimento do “direito” que em grande
parte resulta no poder que uma entidade detém sobre a outra para receber (financeiro) por uma
mercadoria negociada, um valor emprestado, etc...
Obrigação: fonte das dívidas ou dos compromissos financeiros da entidade. Constitui os
compromissos financeiros assumidos pela entidade nas operações do dia-a-dia. São as
duplicatas a pagar, tributos a recolher, salários a pagar, contas diversas a pagar, empréstimos a
saldar, etc..
3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS BENS:
Os bens distinguem-se da coisa e de riqueza, pois enquanto a coisa é algo
simplesmente existente na natureza e independente da vontade ou ação do homem (terra nua,
florestas), a riqueza é compreendida por alguns bens que não são facilmente encontrados na
natureza (limitados) e por isto mesmo, a limitação, lhe dá um valor maior para efeito de troca
(ouro, pedras preciosas, metais raros) e os bens surgem para satisfazer a necessidade dos
homens.
O Homem utiliza as coisas transformando-as em bens recebendo destinação útil que
satisfaça alguma necessidade.
Se o bem possui massa corpórea é denominado bem tangível, assim como um móvel,
computador, dinheiro (moeda espécie), quando não apresenta massa é denominado bem
intangível, assim como as marcas e patentes (valor registrado), capital intelectual, fundo de
comércio (goodwill).
O Código Civil Brasileiro (Lei 10.406 de 10/01/02, arts. 79 a 84) classifica os bens em
Imóveis e Móveis:
Bens Imóveis: são o solo e aqueles comumente ligados a este, tais como: terrenos, residências,
instalações fabris (galpões, armazéns, fábricas), etc.
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Contabilidade Básica - FAESO
Bem Móveis: são todos os demais bens com movimentos próprios ou passíveis de remoção
por força alheia, tais como: móveis, dinheiro (moeda espécie), veículos, computadores, etc.
Assim Bens Tangíveis ou Intangíveis e Bens Imóveis ou Móveis são formas de se
classificar um bem e é perfeitamente aceitável que um bem se enquadre em uma categoria de
tangível ou intangível e ao mesmo tempo ser móvel ou imóvel.
Representação Gráfica do Patrimônio:
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES
Bens Obrigações
Dinheiro Salários a pagar
Veículos Tributos a recolher
Móveis e utensílios Alugueis a pagar
Marcas e Patentes Encargos Sociais a recolher
Duplicatas a pagar
Direitos Outras contas a pagar
Saldo de conta corrente
Duplicatas a receber
Alugueis a receber
A Contabilidade preocupa-se não só com a qualificação do patrimônio, conforme
demonstrado no quadro anterior, mas também com a quantificação do mesmo, conforme pode
ser observado no quadro seguinte:
Representação Gráfica do Patrimônio:
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES
Bens Obrigações
Dinheiro 10,00 Salários a pagar 50,00
Veículos 100,00 Tributos a recolher 80,00
Móveis e utensílios 50,00 Alugueis a pagar 110,00
Marcas e Patentes 300,00 Encargos Sociais a recolher 200,00
Duplicatas a pagar 100,00
Direitos Outras contas a pagar 250,00
Saldo de conta corrente 1.000,00
Duplicatas a receber 500,00
Alugueis a receber 150,00
TOTAL DOS BENS E DIREITOS 2.110,00 TOTAL DAS OBRIGAÇÕES 790,00
Desta forma é possível discorrer diversas considerações sobre o patrimônio e a
situação patrimonial da entidade e em muitos casos realizar até mesmo projeções sobre o
futuro da mesma.
Claramente se identifica a condição ou não de pagamento das obrigações, nível do
endividamento da entidade, condição imediata de pagamento, volume de recursos disponíveis
para futuros investimentos, bens que poderão ser utilizados em garantia de operações
comerciais e financeiras (empréstimos ou financiamentos), entre outros pontos que podem ser
interpretados.
10
Contabilidade Básica - FAESO
3.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
O patrimônio Líquido de uma entidade representa sua riqueza líquida, ou seja, o
somatório de todos os bens e direitos, subtraídas as obrigações. É representado pela fórmula:
Onde: PL = Patrimônio Líquido
B = Bens
D = Direitos
O = Obrigações
Representa o efetivo valor da entidade, a verdadeira riqueza da entidade. Se todos os
bens e direitos forem realizados em moeda e todas as obrigações financeiras forem cumpridas
(saldadas), a parcela excedente de recursos constitui o patrimônio líquido desta entidade.
Representação Gráfica do Patrimônio:
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES
Bens Obrigações
Dinheiro 10,00 Salários a pagar 50,00
Veículos 100,00 Tributos a recolher 80,00
Móveis e utensílios 50,00 Alugueis a pagar 110,00
Marcas e Patentes 300,00 Encargos Sociais a recolher 200,00
Duplicatas a pagar 100,00
Direitos Outras contas a pagar 250,00
Saldo de conta corrente 1.000,00
Duplicatas a receber 500,00 Patrimônio Líquido 1.320,00
Alugueis a receber 150,00
TOTAL DOS BENS E DIREITOS 2.110,00 TOTAL DAS OBRIGAÇÕES E PL 2.110,00
Quando se compara as diversas posições do PL de uma entidade ao longo do tempo é
possível identificar se a forma como este patrimônio está sendo administrado tem levado a um
ganho patrimonial ou se na realidade está ocorrendo justamente a perda da riqueza do detentor
do patrimônio.
PL = B + D - O
11
Contabilidade Básica - FAESO
3.4. Exercício de Classificação
Descrição Valor Obrigações Direitos
 Bens
 Tangíveis Intangíveis Móveis Imóveis
Caixa R$ 1.000,00
Móveis e Utensílios R$ 2.860,00
Aplicações Financeiras R$ 120.000,00
Software R$ 7.560,00
Bancos (c/c) R$ 7.100,00
Financiamentos a Pagar R$ 68.900,00
Marcas e Patentes R$ 4.560,00
Encargos a Recolher R$ 4.780,00
Energia Elétrica a Pagar R$ 3.450,00
ICMS a Recolher R$ 39.870,00
Duplicatas a Receber R$ 11.000,00
Veículos R$ 52.300,00
Títulos a pagar R$ 14.320,00
Terrenos R$ 24.000,00
Máquinas / Equipamentos R$ 67.000,00
Salários á Pagar R$ 23.450,00
Edificações R$ 118.500,00
IRPJ a recolher R$ 17.560,00
Telefone a pagar R$ 2.410,00
Materiais em Estoque R$ 9.870,00
Duplicatas a Pagar R$ 123.890,00
ISS a recolher R$ 1.990,00
TOTAIS
Total dos Bens +
Total dos Direitos +
Total das Obrigações -
Patrimônio Líquido =
12
Contabilidade Básica - FAESO
4. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Todo o processo de registro dos fatos contábeis culmina na apresentação de relatórios
periódicos denominados Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras. Estas
demonstrações apresentam de forma sintética a situação patrimonial e os resultados
econômico-financeiros da entidade e são exigidas por força de lei.
Estes demonstrativos não são confeccionados com o intuito de atender somente as
imposições legais, sejam elas quais forem. O objetivo principal para elaboração desses
demonstrativos é para auxiliar o processo de tomada de decisões das organizações.
Todavia, antes de iniciarmos a apresentação dessas demonstrações, faz-se necessário a
apresentação de alguns conceitos básicos, dentre eles:
4.1. EXERCÍCIO SOCIAL
O exercício social das entidades para elaboração das demonstrações contábeis tem
duração de um ano, conforme preceitua o artigo 175 da Lei 6.404/1976, e a data do término
deste exercício será fixada no estatuto ou contrato social. Na constituição da entidade, e aqui
esta se falando de pessoas jurídicas em geral, é definida a data que os proprietários desejam
que seja levantando os demonstrativos contábeis, com base na escrituração mercantil da
companhia. Existeuma diferença entre o exercício social e exercício civil:
Exercício Social: É período definido pelas entidades para o encerramento dos seus
demonstrativos contábeis. Exemplo: Uma empresa do ramo de fabricação de brinquedos
decidiu que será melhor encerrar seus demonstrativos contábeis em data de 31/03 de cada ano,
pois nesta data a empresa tem condições de exprimir com clareza a sua situação patrimonial,
pois passou por dois períodos de relevância em suas vendas, ou seja, o mês de Outubro e
Dezembro do ano anterior, e praticamente já recebeu toda sua comercialização, apropriou
todos os custos e despesas e reconheceu as perdas com as vendas concedidas a prazo a seus
clientes, sendo possível apresentar um demonstrativo aos proprietários evidenciando o
verdadeiro resultado destas operações. O exercício social poderá ou não, coincidir com o
calendário civil.
Exercício Civil: É o calendário Civil, ou seja, o período de 01/01 à 31/12 de cada ano. Por
imposição do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999), as pessoas jurídicas
estão obrigadas a encerrar seus demonstrativos contábeis na data de 31/12 de cada ano
(exercício civil), para efetuarem o recolhimento do imposto de renda e apresentar a
Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIPJ). Devido a esta imposição, grande
parte das empresas coincide o encerramento de seus demonstrativos contábeis na mesma data,
ou seja, 31/12 de cada ano, mas isto não significa que exercício social e exercício civil
possuem o mesmo significado, nesta situação houve apenas uma coincidência de datas.
4.2. CONCEITO DE CURTO E LONGO PRAZO
Considera-se curto prazo em Contabilidade os direitos e obrigações vencíveis no prazo
máximo de um ano, após a data de encerramento do exercício social. Caso os vencimentos
destes direitos e obrigações sejam superiores a um ano serão considerados de longo prazo.
Desta forma uma empresa cujo encerramento de seu exercício social foi em
31/12/20X0 e que possua uma duplicata a receber com vencimento em 30/05/20X1 e um
financiamento a pagar em 30/06/20X2 deverá classificar como de curto prazo a duplicata a
13
Contabilidade Básica - FAESO
receber em data de 30/05/20X1, pois este direito esta entre 01/01/20X1 e 31/12/20X1, ou seja,
o prazo de 12 meses após o encerramento do exercício social que foi em 31/12/20X0, e
financiamento a pagar será considerado uma obrigação a longo prazo, pois excedeu ao
período de 01/01/20X1 à 31/12/20X1.
Deverá ser observado para classificação das contas patrimoniais como curto ou longo
prazo o Ciclo Operacional da organização, de acordo com o parágrafo único do artigo 179 da
Lei 6.404/1976.
4.3. CICLO OPERACIONAL:
Entende-se como ciclo operacional o período entre a compra da matéria-prima, sua
fabricação e transformação em um produto acabado pronto para ser comercializado e o
recebimento das duplicatas oriundas das vendas a prazo deste produto.
Este ciclo operacional poderá variar de empresa para empresa. Uma empresa cujo ramo de
atividade seja um comércio varejista de tintas, o ciclo operacional poderá ser de 90 dias, que é
o período entre a compra da mercadoria e o recebimento das respectivas vendas. Em uma
indústria naval o ciclo operacional é mais demorado podendo levar mais de 01 ano entre a
fabricação do navio e o respectivo recebimento pela venda deste produto.
Como já foi informado, na lei das sociedades anônimas o ciclo operacional das empresas deve
ser observado para classificação das contas no balanço patrimonial em curto e longo prazo.
Caso o ciclo operacional de uma determinada empresa seja de 02 anos, a classificação das
contas a curto prazo obedecerá ao período de 02 anos. Se o ciclo operacional for de 10 meses,
a classificação em curto prazo será de um ano, pois este ciclo não ultrapassou 12 meses. Via
de regra, deve ser considerado como curto prazo o período de 12 meses ou o ciclo
operacional, prevalecendo o maior.
14
Contabilidade Básica - FAESO
4.4. BALANÇO PATRIMONIAL:
É o mais importante relatório contábil. Mediante disposição ordenada apresenta o
conjunto patrimonial, onde reflete as posições financeira e econômica de uma entidade em um
dado momento. Nesta demonstração estão claramente evidenciados o Ativo, o Passivo e o
Patrimônio Líquido.
O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas: do lado esquerdo encontra-se o
Ativo e do lado direito o Passivo e Patrimônio Líquido.
Representação Gráfica:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Equação fundamental do Balanço Patrimonial:
ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo: São todos os bens e direitos da entidade, expressos em dinheiro, que representam
benefícios presentes ou futuros para a mesma, como: Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber,
Estoque de Mercadorias, Imóveis, Veículos, Máquinas, Terrenos, Equipamentos, etc.
Para ser considerado um Ativo, deve ainda ser observado quatro requisitos
fundamentais:
? Ser um Bem ou Direito;
? Ser de propriedade da entidade: Para ser um ativo a entidade precisa ter a propriedade
de seus bens, ou seja, tendo apenas a posse não pode ser considerado um ativo. Como
exemplo destaca-se o pagamento de aluguel de um armazém, embora este objeto esteja
sob a posse da entidade, o mesmo não poderá ser considerado um ativo, pois a
propriedade pertence ao locador, portanto é importante não confundir posse com
propriedade.
? Ser mensurável monetariamente: Todos os bens e direitos devem possuir um valor
monetário, caso contrário não podem ser considerados um ativo. É o que ocorre em
muitos casos com o fundo de comércio (goodwill), que é o valor atribuído a entidade
após o longo período de atividade, através dos bons serviços prestados a sua clientela,
o ponto de localização, a imagem que esta transmite a seu público, que somente
poderá ser mensurado em uma eventual negociação da entidade, valor este que pode
em alguns casos ser superior ao ativo tangível da mesma. Caso não exista a
possibilidade de efetuar uma avaliação destes bens intangíveis, através de laudos
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Contabilidade Básica - FAESO
preparados por profissionais legalmente habilitados, não poderá ser registrado como
um ativo.
? Proporcionar benefícios presentes ou futuros: Se a entidade tiver registrado em seu
ativo alguns bens ou direitos em que já tenha esgotado a possibilidade de proporcionar
benefícios a mesma, estes devem ser “baixados” (retirados) do patrimônio. Como por
exemplo, as duplicatas a receber de um cliente falido, a entidade não poderá ficar com
este título registrado em seu ativo, pois o mesmo não tem condições de convertê-lo em
dinheiro ou qualquer outra espécie de bem ou direito, portanto não trará benefício
algum.
Passivo: São as obrigações (dívidas) que a entidade possui que serão cobradas por aqueles que
concederam o crédito à mesma a partir da data de seus vencimentos. Estas obrigações são
também conhecidas como passivo exigível, onde se encontram as duplicatas a pagar
(fornecedores), impostos a recolher, encargos sociais a recolher, salários a pagar, empréstimos
bancários a pagar, financiamentos a pagar, entre outros. No mercado financeiro este tipo de
obrigação é conhecido como dívidas com terceiros, ou seja, são recursos empregados na
entidade que tem origem através de pessoas que não fazem parte do quadro societário ou de
acionistas da entidade.
Patrimônio Líquido: Toda a entidade para iniciar suas atividades, necessita de um
investimento inicial para dar condições de operacionalização (trabalho), como por exemplo,
comprar estoques para serem comercializados, adquirir móveis, computadores, telefone,
impressos, para dar condições de trabalho aos seus gestores, adquirir veículos para entrega de
mercadorias, adquirir máquinas para utilização no processo industrial, etc. Os interessados em
constituir uma organização, empregam seus recursos particulares(normalmente dinheiro),
com o objetivo de proporcionar a organização os meios necessários para iniciar suas
atividades. Esses recursos empregados pelos sócios ou acionistas são denominados de capital
social. O capital social investido pelos sócios na entidade representa o valo da dívida que esta
tem para com os primeiros (sócios ou acionistas). No entanto, está divida não pode ser
cobrada, pelo menos enquanto a entidade estiver em existente, ou até que exista uma
transformação societária. Por este motivo o mercado financeiro convencionou determinar que
o patrimônio líquido, onde figura o capital social, representa o capital próprio da entidade.
Tem-se ainda como parte integrante do patrimônio líquido além do capital social, as
contas de reservas (que são constituídas com parte dos lucros ou por reavaliação de ativos), as
contas de ajustes de avaliação patrimonial e os lucros ou prejuízos acumulados.
O Patrimônio Líquido é a diferença aritmética entre o Ativo e Passivo. Se uma
determinada organização possui um Ativo no valor de R$ 20.000,00, um Passivo no valor de
R$ 12.000,00, o valor de seu Patrimônio Liquido será de R$ 8.000,00 (R$ 20.000,00 – R$
12.000,00 = R$ 8.000,00).
Representação Gráfica:
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Contabilidade Básica - FAESO
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo:
Caixa
Bancos
Aplicações Financeiras
Duplicatas a Receber
Estoque de Mercadorias
Terrenos
Veículos
Maquinas
Equipamentos
Passivo:
Duplicatas a pagar
Salário a pagar
Impostos a recolher
Encargos Sociais a recolher
Financiamentos a pagar
Patrimônio Líquido:
Capital Social
Reservas
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Lucros/Prejuízos Acumulados
4.5. ORIGENS E APLICAÇÕES
O passivo e o patrimônio líquido representam as origens de recursos na entidade. É através do
passivo que origina toda a entrada de capital na entidade. Nenhum recurso entra na entidade
se não for pelo Passivo (recursos de terceiros) ou Patrimônio Líquido (recursos próprios).
O ativo é caracterizado pelas aplicações de todos os recursos da entidade, recursos estes que
foram originados no passivo e no patrimônio líquido.
Exemplo: imaginemos a constituição de uma empresa com um capital social no valor de R$
10.000,00 integralizados em caixa (moeda em espécie). Durante este mesmo período a
empresa consegue um empréstimo de R$ 1.000,00 junto a uma instituição financeira, que foi
depositado em uma conta corrente da empresa. Nesta situação observam-se duas origens de
recursos, uma através de capital próprio (investimento dos sócios) e outra através de capital de
terceiro (empréstimo do Banco), e todo este montante de recursos foi aplicado no ativo, nas
contas caixa e bancos (saldo de c/c). Assim é bastante razoável entender porque o valor total
do Ativo corresponde sempre ao mesmo valor da somatória entre o Passivo e o Patrimônio
Líquido que, aliás, no Balanço Patrimonial apresenta-se somente como “total do passivo”.
Representação Gráfica:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo:
Caixa R$ 10.000,00
Bancos R$ 1.000,00
Passivo:
Empréstimo R$ 1.000,00
Patrimônio Líquido:
Capital Social R$ 10.000,00
Total do Ativo R$ 11.000,00 Total do Passivo R$ 11.000,00
4.6. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E DO PASSIVO:
Ativo: Os elementos do ativo devem ser classificados por ordem decrescente de grau de
liquidez (que se converte mais facilmente em dinheiro), ou seja, partindo do ativo de maior
liquidez para o ativo de menor liquidez.
Exemplificando:
Se o Ativo no Balanço Patrimonial estiver classificado conforme o exemplo abaixo, estará
errado, pois o item de maior liquidez é o caixa que está classificado como a última conta do
Ativo. Nesta situação entre Equipamentos e Caixa, este último é o que possui maior liquidez,
17
Contabilidade Básica - FAESO
ou seja, o dinheiro já esta em propriedade da entidade e no caso do equipamento haverá a
necessidade de vendê-lo primeiro para depois se transformar em dinheiro.
Passivo: Deverão ser classificados de acordo com a necessidade de operacionalização da
entidade. Na ordem de classificação do passivo, deverá ser observado qual a obrigação que
deve ter prioridade na liquidação. Não confundido com o prazo para pagamento desta.
Exemplificando:
Se uma organização possui as seguintes obrigações: tributos a recolher, empréstimos a pagar,
fornecedores a pagar e salários a pagar, levando-se em consideração a necessidade de
operacionalização, a primeira obrigação que deverá ser classificada no passivo será a dos
fornecedores, pois a organização necessita dar prioridade ao pagamento desta, caso contrário,
poderá ficar impedida de adquirir novas mercadorias a prazo e perder sua capacidade de gerar
novos recursos através das vendas. Em seguida deverá ser classificada a obrigação salários a
pagar, pois necessita dos empregados/funcionários trabalhando, logo depois os empréstimos
bancários e por último os tributos a recolher.
4.7. GRUPO DE CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL
Para facilitar a leitura, interpretação e análise das demonstrações contábeis o Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido devem estar dispostos de modo a permitir estas análises. Nada
mais racional do que agrupar as contas patrimoniais de mesma natureza. Por exemplo, os
ativos com maior liquidez, os passivos com exigibilidade mais rápida, etc.
Tendo em vista as mudanças atuais na legislação que preceitua uma padronização nos
demonstrativos contábeis em consonância com os novos padrões internacionais, necessitamos
entender essas mudanças, haja vista que esse processo ainda está em andamento e muitas
empresas ainda não se enquadraram nessas novas normas.
De acordo com a lei 6.404/76, a estrutura do Balanço Patrimonial era:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Exigível a longo Prazo
Resultados de exercícios futuros
Ativo Permanente
? Investimento
? Imobilizado
? Diferido
Patrimônio Líquido
? Capital Social
? Reservas de reavaliação
? Reservas de lucros
? Lucros ou prejuízos
A partir da lei 11.638/07, temos uma nova estrutura:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Exigível a longo Prazo
Resultados de exercícios futuros
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Ativo Permanente
? Investimento
? Imobilizado
? Intangível
? Diferido
Patrimônio Líquido
? Capital Social
? Reservas de Capital
? Ajustes de avaliação
Patrimonial
? Reservas de lucros
? Ações em tesouraria
? Prejuízos Acumulados
Por fim, através da MP 449/08, publicada no Diário Oficial da União em 04/12/2008,
em seus diversos artigos alterou novamente a legislação anterior que trata da estrutura e dos
grupos de contas das demonstrações contábeis, culminando assim na seguinte nova estrutura:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Circulante
Ativo Não-Circulante
 Ativo Realizável a longo prazo
 Investimento
 Imobilizado
 Intangível
Passivo Circulante
Passivo Não-Circulante
 Exigível a Longo Prazo
Patrimônio Líquido
 Capital Social
 Reservas de Capital
 Ajustes de Avaliação Patrimonial
 Reservas de Lucros
 Ações em Tesouraria
 Prejuízos Acumulados
ATIVO CIRCULANTE
Este grupo de contas representa os bens e direitos de alta liquidez, realizáveis em até
um ano (curto prazo) ou de acordo do com o ciclo operacional. Este grupo é representado
pelos ativos caixa, bancos (saldo de c/c), caderneta de poupança, aplicações financeiras,
duplicatas a receber, estoques de mercadorias. O caixa (dinheiro) que é o item mais líquido é
agrupado com outras contas que se convertem em dinheiro rapidamente, assim temos no ativo
circulante contas que são capazes de pagar as obrigações da organização no curto prazo, e este
grupo também é conhecido como capital de giro, pois estes itens estãose renovando
constantemente. Destaca-se dentro do próprio grupo de conta do Ativo Circulante, alguns sub-
grupos que têm como intuito facilitar a leitura e interpretação do Balanço Patrimonial:
Disponível: Neste subgrupo são classificadas as contas que possuem o maior grau de
liquidez dentre as demais contas do Ativo Circulante. Elas representam as
disponibilidades imediatas e quase imediatas. As disponibilidades imediatas
correspondem ao dinheiro que a entidade tem no Caixa ou depositado em conta
corrente bancária, que poderão ser utilizados imediatamente, além das aplicações de
liquidez imediata.
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Contabilidade Básica - FAESO
Direitos Realizáveis a curto prazo: Compreendem os direitos provenientes de vendas
de mercadorias ou de serviços, a prazo, que normalmente são contabilizados na conta
do Cliente ou na conta Duplicata a Receber
Estoques: Compreendem todas as contas que representam estoques existentes na data
do Balanço. Compõem-se de mercadorias e produtos acabados (bens destinatários à
venda), produtos em elaboração, matéria-prima, materiais de embalagem e materiais
secundários (bens a serem utilizados na fabricação do produto).
ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Neste grupo se apresentam os direitos de menor liquidez e aqueles bens que
dificilmente se transformarão em dinheiro, pois a aplicação de recursos nestes itens tem a
finalidade de dar condições à entidade de produzir ou obter rendas. O Ativo Não-Circulante se
divide em:
Realizável a Longo Prazo: Nesse grupo encontram-se os direitos e as despesas
pagas antecipadamente, com prazo de realização acima de 12 meses.
Investimento: Neste grupo são classificadas as aplicações de recursos que não
tem ligação com a atividade operacional da entidade. Por exemplo, uma
indústria de fabricação de veículos que adquiriu um imóvel comercial com o
propósito de obter rendas com aluguel, ou efetuou a compra de ações de outras
empresas com a finalidade de especulação, caso a empresa não fizesse esta
aplicação, não afetaria em nada a atividade principal da entidade que é a
fabricação de veículos, pois a mesma continuaria operando (trabalhado)
normalmente, com ou sem imóvel comercial para renda ou aquisição de ações
para especulação.
Imobilizado: É caracterizado por aplicações que tem por objetivo atender as
necessidades operacionais da entidade. Utilizando ainda o exemplo da empresa
de fabricação de veículos, é fundamental para consecução das atividades a
compra de um imóvel, instalações, móveis, computadores, máquinas,
ferramentas, equipamentos, para dar condições de fabricação dos veículos, caso
contrário não haverá a possibilidade de desenvolver suas atividades.
Intangível: São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
à manutenção das atividades da companhia ou exercidos com essa finalidade,
inclusive fundo de comércio adquirido a titulo oneroso.
PASSIVO CIRCULANTE
São obrigações que possuem vencimento no prazo máximo de um ano (curto prazo) ou
de acordo do com o ciclo operacional. São exemplos, duplicatas a pagar, salários a pagar,
impostos a recolher, encargos sociais a recolher, empréstimos a pagar, energia elétrica a
pagar, telefone a pagar.
PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
Exigível a Longo Prazo: São obrigações que possuem prazo de pagamento
superior a um ano (longo prazo), dessa forma as obrigações cujo o vencimento
ultrapassem o período de classificação no passivo circulante serão classificados
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Contabilidade Básica - FAESO
como passivo exigível a longo prazo, a exemplo das duplicatas a pagar e
financiamento a pagar.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Representa os recursos dos sócios ou acionistas da entidade investidos na mesma, as
reservas que foram constituídas com parte do resultado do exercício e os prejuízos
acumulados. O Patrimônio Líquido se divide em:
Capital Social: Nesse grupo será discriminado o montante de capital subscrito
e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
Reservas de Capital: Neste grupo teremos as contribuições do subscritor de
ações que ultrapassarem o valor nominal; o produto de alienação de partes
beneficiárias, desde que não estipulada a sua utilização para resgate ou
conversão e dos bônus de subscrição.
Ajustes de Avaliação Patrimonial: utilizado para registro das contrapartidas de
aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do
passivo referentes às operações de incorporações, fusão e cisão.
Reservas de Lucros: De acordo com material extraído do site
www.conjural.com.br, Nesta conta são registradas reservas pela apropriação de
lucros da empresa. Também cabe nela registrar os valores futuros na forma de
dividendos, capitalização ou mesmo para outras destinações. As reservas de
lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa, retidos com
finalidade específica. Os lucros retidos com finalidade específica e
classificados nesta conta são transferidos da conta de "Lucros ou Prejuízos
Acumulados".
Na conta "Reservas de Lucros" poderemos agrupar as seguintes subcontas:
a) Reserva Legal;
b) Reserva Estatutária;
c) Reserva para Contingências;
d) Reserva de Lucros a Realizar;
e) Reserva de Incentivos Fiscais;
f) Reserva de Lucros para Expansão.
RESERVA LEGAL: Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão
aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal,
que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. A companhia
poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa
reserva, acrescido do montante das reservas de capital, exceder de 30% (trinta
por cento) do capital social. A reserva legal tem por fim assegurar a integridade
do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou
aumentar o capital.
Exemplo: Dados da empresa A:
Capital Social: R$ 1.000,00
Lucro Líquido do Exercício apurado: R$ 3.600,00
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Contabilidade Básica - FAESO
Reserva Legal: 5% de R$ 3.600,00 = R$ 180,00
Como R$ 180,00 é menor que 20% do capital social (R$200,00), a empresa
deverá constituir todo os 5% do lucro líquido para a Reserva Legal.
RESERVAS ESTATUTÁRIAS: O estatuto poderá criar reservas desde que,
para cada uma:
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição; e
III - estabeleça o limite máximo da reserva.
Exemplo: Dados da empresa A:
Capital Social: R$ 1.000,00
Lucro Líquido do Exercício apurado: R$ 3.600,00
Considerando que no estatuto de uma companhia constem 10% sobre o lucro
liquido apurado para renovação de equipamentos, teremos:
Reserva Estatutária: 10% de R$ 3.600,00 = R$ 360,00.
RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS: A assembléia-geral poderá, por
proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à
formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser
estimado. A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da
perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a
constituição da reserva. A reserva será revertida no exercício em que deixarem
de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a
perda. Esta reserva tem como objetivo principal disciplinar a distribuição de
dividendos. Como exemplo de uma situação onde mostra a necessidade de tal
reserva, temos a seguinte situação:
Sendo o lucro líquido do exercício considerável, porém no exercício seguinte
estima-se uma redução, distribui-se dividendos satisfatórios, e no exercício
seguinte não haverá distribuição. Para não ocorrer tanta oscilação, sugere-se a
distribuição de dividendos, porém parte seria destinada a reserva para
contingência, reduzida do lucro (base para dividendos), garantindo assim uma
média entre os exercícios.Para o próximo exercício, se fará a reversão de
reserva para contingência que será adicionada ao lucro que será servirá de base
para cálculo dos dividendos a distribuir. Assim, diminui-se a distribuição de
dividendos na época das "vacas gordas" para complementar a distribuição em
épocas de "vacas magras", havendo um maior equilíbrio. As reservas para
contingência poderão ser constituídas, ainda, nos casos de paralisação
temporária por motivos previsíveis (reforma, troca de equipamentos) quando
há perspectiva de greves de funcionários e de falta de matéria-prima, por
exemplo.
RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS: A assembléia geral poderá, por
proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos
fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções
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Contabilidade Básica - FAESO
governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo
do dividendo obrigatório.
RESERVA DE LUCROS PARA EXPANSÃO (RETENÇÃO DE LUCROS):
Caso a intenção da sociedade seja investir, então poderá reter parte dos lucros o
exercício e desviá-lo para a reserva de Lucros para Expansão. A assembléia-
geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela
do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela
previamente aprovado. O orçamento, submetido pelos órgãos da administração
com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as
fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a
duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo
maior, de projeto de investimento. O orçamento poderá ser aprovado na
assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício. O
orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar
sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração
superior a um exercício social.
Exemplo: Dados da empresa A:
Capital Social: R$ 1.000,00
Lucro Líquido do Exercício apurado: R$ 3.600,00
Deliberação da assembléia geral sobre o lucro liquido para execução de
projeto: de 8%
Reserva para Expansão: 8% de R$ 3.600,00 = R$ 288,00
RESERVA DE LUCROS A REALIZAR: Esta reserva é facultativa, e
evidencia a parcela de lucro não realizada financeiramente. O objetivo desta
reserva é evitar a distribuição de dividendos sobre esta parcela e efetuar o
pagamento do Imposto de Renda. No exercício em que os lucros a realizar
ultrapassarem o total deduzido pelas Reservas Legal, Estatutária, para
Contingência, de Incentivos Fiscais e de Lucros pra Expansão, a assembléia-
geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à
constituição de reserva de lucros a realizar. Com isto, são lucros a realizar:
* o saldo credor da conta de registro das contrapartidas dos ajustes de correção
monetária;
* o aumento do valor do investimento em coligadas e controladas;
* o lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte.
Considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da
soma dos seguintes valores:
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial
II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo de realização
financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.
III - o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de
ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira
ocorra após o término do exercício social seguinte.
A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do
dividendo obrigatório e, serão considerados como integrantes da reserva os
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Contabilidade Básica - FAESO
lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados
em dinheiro.
Exemplo: Empresa A adquire 30% das ações da Empresa B por R$ 120.000,00
Equivalência Patrimonial na Empresa A: R$ 120.000,00 x 30% = R$ 36.000,00
Considerando um Lucro a Realizar sobre as vendas a prazo de: R$ 854.000,00,
temos:
Lucro a Realizar oriundos de vendas a prazo: R$ 854.000,00
Lucros a realizar oriundos de Equivalência Patrimonial: R$ 36.000,00
Total de Lucros a Realizar: R$ 890.000,00
Lucros a Realizar: R$ 890.000,00
Reserva Legal: (R$ 150.000,00)
Reserva Estatutária: (R$ 260.000,00)
Reserva Contingência: (R$ 208.000,00)
Reserva de Lucro a Realizar: R$ 272.000,00
LIMITE DA CONSTITUIÇÃO DE RESERVAS E RETENÇÃO DE
LUCROS: A destinação dos lucros para constituição das reservas estatutárias e
da retenção de lucros não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em
prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório.
LIMITE DO SALDO DAS RESERVAS DE LUCROS: O saldo das reservas
de lucros, exceto as para contingências e de lucros a realizar, não poderá
ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assembléia deliberará sobre a
aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social, ou na
distribuição de dividendos. O saldo das reservas de lucros, exceto as para
contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá
ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre
aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na
distribuição de dividendos.
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Contabilidade Básica - FAESO
4.8. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE
Pela ordem de importância, após o Balanço Patrimonial, a segunda principal demonstração
contábil é a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), que é um relatório elaborado
pela entidade no final de cada exercício social (12 meses) com a finalidade de apuração do
resultado do período, que poderá ser:
Lucro: quando as receitas são superiores aos custos e despesas do período;
Prejuízo: quando as receitas são inferiores aos custos e despesas do período;
Resultado Nulo: quando as receitas são iguais aos custos e despesas do período.
A legislação societária (Lei 6.404/1976, art.187) determina a estrutura mínima para
preparação deste relatório. Seguindo estas orientações verifica-se que esse demonstrativo é
apresentado de maneira dedutiva (sentido vertical), onde são subtraídas das receitas, os custos
e despesas do período para então encontrar um resultado, como a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
( + ) Vendas
( - ) Custos
( - ) Despesas
( = ) Resultado
De acordo com o porte e a necessidade de informações que as entidades gostariam de
obter, este demonstrativo poderá ser simples, onde são atendidas simplesmente as exigências
legais, apresentando apenas o confronto entre receita, custo e despesas evidenciando o
resultado, como é o caso da maioria dos demonstrativos das pequenas empresas, ou
demonstrativos mais complexos, que fornecem maiores dados para a entidade, compostos por
diversos grupos de receitas, custos e despesas, com o propósito de fornecer o maior número
de informações possíveis para a tomada de decisões.
A entidade poderá elaborar, e é aconselhável que o faça, demonstrativos de resultados
em períodos parciais (semanais, mensais, trimestrais, semestrais) com o intuito de promover
um melhor acompanhamento dos resultados obtidos, com isto, a entidade terá condições de
comparar os resultados obtidos nestes períodos com os orçamentos e previsões que foram
preparados pelos gestores.
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Contabilidade Básica - FAESO
A demonstração do resultado do exercício é composta por diversos grupos de contas,
conforme segue:
Receita Bruta de Vendas e Serviços: É formada por todas as comercializações (vendas)
referente à atividade principal da entidade. Neste grupo estão incluídos todos os tributos
incidentes sobre as vendas e não foram deduzidos as devoluções (vendas canceladas) os
descontos e abatimentos proporcionados aos clientes neste período.
Deduções das Vendas: A função deste grupo é de efetuar os ajustes necessáriosda Receita
Bruta de Vendas. Para Marion (1998), ajuste significa que não houve sacrifício financeiro ou
esforço para obter renda.
São consideradas dedutíveis as devoluções de vendas em virtude dos produtos
comercializados estarem em desacordo com o pedido efetuado pelo cliente, os descontos ou
abatimentos concedidos muito utilizado em situações onde a entidade concede o desconto ao
cliente a fim de antecipar recebimentos, ou ainda evitar o não recebimento de clientes que
passam por dificuldades financeiras, e por último os tributos incidentes sobre as vendas, tais
como:
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
ISS – Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza;
PIS – Programa de Integração Social;
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.
Os tributos são gerados no momento em que ocorre a venda de mercadorias ou
serviços, e estes devem ser repassados para o governo, por isso deve ser efetuado este ajuste
(dedução) para ser encontrada a verdadeira receita de vendas e serviços que pertence à
entidade.
Receita Liquida de Vendas: É o resultado encontrado entre a Receita Bruta de Vendas e as
Deduções das Vendas. O que interessa para entidade é a Receita Líquida de Vendas, pois é o
que sobra em termos de receita, sendo esta considerada a receita real.
Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos: Representa o quanto a entidade gastou para
produzir um bem (indústria), adquirir um mercadoria (comércio) ou para prestar um serviço
(empresas prestadoras de serviço).
Depois de efetuado a produção ou aquisição dos produtos necessários para
desenvolver sua atividade operacional, as entidades necessitam comercializa-las (vende-las), e
o valor do quanto “custou” os produtos que foram vendidos em um determinado período é
representado por este grupo, ou seja, está demonstrando o quanto a entidade sacrificou de
investimentos em mercadorias para se obter as receitas deste mesmo período.
Para entidades que utilizam o método de inventário permanente, onde é efetuado o
controle de estoque constantemente, ou seja, a cada entrada e saída de produtos na entidade é
registrada a movimentação, fica fácil identificar o custo da mercadoria vendida, basta
verificar os relatórios de controle de estoque e localizar no seu campo específico os valores de
baixa (saída) de mercadoria.
No caso de entidades que utilizam o método de inventário período, onde não são
efetuados controles permanentes dos estoques, existe a necessidade de se aplicar uma fórmula
matemática ao final de cada período em que esteja elaborando a demonstração do resultado do
exercício, conforme segue:
CMV EI COMPRAS EF
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Contabilidade Básica - FAESO
Custo da
Mercadoria
Vendida
= Estoque Inicial + Compras - Estoque Final
Lucro Bruto: É a diferença apurada entre a receita líquida de vendas e o custo das mercadorias
e serviços vendidos. Outra nomenclatura utilizada é a de Resultado Bruto, pois na realidade, o
que se obtém é um resultado que pode constituir um lucro ou prejuízo.
Despesas Operacionais: São as despesas incorridas (geradas / consumidas) para realizar as
vendas dos produtos fabricados ou adquiridos e administrar a entidade. Elas ocorrem no
desenvolvimento da atividade operacional da entidade, e para facilitar a análise deste grupo,
são divididas em:
? Despesas com Vendas ou Despesas Comerciais: São despesas relacionadas a atividade
de vender mercadorias e serviços, são registrados todos os gastos referente aos
esforços que a entidade tem em colocar seus produtos no mercado, através de
propaganda, pagamento de salário de vendedores, comissões de vendedores, despesas
com viagens dos vendedores, despesas com entregas, bem como os riscos assumidos
pelas vendas, classificada como despesas de provisão para créditos de liquidação
duvidosa, etc.
? Despesas Administrativas: Os gastos efetuados para administrar são registrados neste
grupo, que se constitui de diversas atividades desempenhadas pelos gestores e seus
subordinados para gerir (dirigir) a entidade. Destaca-se como exemplo, pagamento de
aluguel da sede da entidade, honorários dos administradores, material de escritório,
salários dos empregados envolvidos no processo administrativo, assinaturas de jornais
e revistas, etc.
? Despesas Financeiras: Por imposição legal (Lei 6.404/1976, artigo 187, parágrafo II),
as despesas financeiras deverão ser deduzidas das receitas financeiras. As despesas
financeiras são oriundas da utilização de capital de terceiros, como juros pagos sobre
empréstimos e financiamentos bancários, descontos de duplicatas, juros referentes ao
atraso de pagamento de duplicatas aos fornecedores. Por outro lado, as receitas
financeiras são provenientes de juros recebidos sobre aplicações financeiras, descontos
obtidos pelo pagamento antecipado de duplicatas aos fornecedores e juros cobrados
pela entidade de seus clientes pelo atraso de pagamento das duplicatas. Se o montante
das receitas financeiras for superior as despesas financeiras, a receita financeira deverá
ser deduzida das demais despesas operacionais.
Lucro Operacional: É a diferença entre o Lucro Bruto (Resultado Bruto) e as Despesas
Operacionais. Este grupo representa o resultado decorrente da atividade operacional da
entidade. E, a exemplo do resultado bruto, também pode assumir a nomenclatura de Resultado
Operacional. É importante ressaltar que existem pesquisadores na área contábil, que
consideram como lucro operacional a diferença entre o lucro bruto deduzido das despesas de
vendas e administrativas. Para Iudícibus (1995) seria melhor classificar as despesas
financeiras após o lucro operacional (resultado operacional), pois se apuraria o resultado
operacional total da entidade e depois deduziria o custo de capital de terceiros (despesas
financeiras), apurando-se assim o lucro operacional líquido atribuível ao capital próprio.
Outras Receitas e Despesas: É o resultado proveniente de operações não resultantes da
atividade operacional da entidade (atividade fim), assim como as alienações de bens e direitos
constantes no Ativo Permanente.
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Contabilidade Básica - FAESO
Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social: É a diferença entre o lucro
operacional (ou prejuízo) e o resultado das receitas e despesas não operacionais. Este
resultado considerado como contábil, será transferido para o Livro de Apuração do Lucro
Real (LALUR) para que possa ser calculada a base de cálculo do imposto de renda e
contribuição social pelas entidades tributadas com base no lucro real.
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social: Após ter efetuado a transferência do
lucro contábil para o livro LALUR, serão realizadas as adições e exclusões impostas pela
legislação do imposto de renda (RIR, Lei 3000/1999) para se obter a base de cálculo
tributável para fins de recolhimento do imposto de renda e contribuição social. Atualmente a
legislação determina para fins de recolhimento de imposto de renda a alíquota de 15% sobre a
base de cálculo ajustado e mais 10% a título de adicional de imposto de renda quando a base
de cálculo tributável for superior a R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais) ao mês, R$ 60.000,00
(Sessenta Mil Reais) no trimestre ou R$ 240.000,00 (Duzentos e Quarenta Mil) no ano.Para
efeito de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido a legislação determina a alíquota
de 9% sobre a base de cálculo tributável, também já ajustada.
Lucro (ou Prejuízo) Líquido do exercício: É o resultado da diferença encontrada entre o lucro
antes do imposto de renda e contribuição social e a provisão para imposto de renda e
contribuição social. É a parcela pertencente aos proprietários da entidade, ou seja, o resultado
final do confronto de todas as receitas, custos e despesas incorridas na entidade. Depois de
efetuado a distribuição de partedeste lucro aos proprietários o saldo remanescente será
transferido para o Patrimônio Liquido da entidade na conta Lucro/Prejuízo do exercício.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA
ACADEMICOS DA ESTACIO S/A DO EXERCÍCIO SOCIAL FINDO EM 31/12/20X9
D.R.E. R$
+ Receita Bruta de Vendas 1.150.000,00
- Descontos / Abatimentos (25.000,00)
- Devoluções (50.000,00)
- Impostos Incidentes s/ Vendas (322.500,00)
= Receita Líquida de Vendas 752.500,00
- Custo das Vendas (380.000,00)
= Lucro Bruto 372.500,00
- Despesas Operacionais
- Despesas Comerciais (25.000,00)
- Despesas Administrativas (65.000,00)
- Despesas Financeiras (15.000,00)
+ Receitas Financeiras 10.000,00 (95.000,00)
= Lucro Operacional 277.500,00
+ - Outras Receitas e Despesas 22.500,00
= Lucro Antes do Imposto Renda 300.000,00
- Provisão p/ Imposto de Renda (78.000,00)
= Lucro Líquido 222.000,00
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Contabilidade Básica - FAESO
5. REGIMES DE APURAÇÃO DE RESULTADOS
A necessidade em obter informações sobre os resultados em períodos cada vez
menores (anuais, semestrais, trimestrais, mensais, semanas), faz com que as entidades
busquem mecanismos que proporcionem o verdadeiro resultado econômico, podendo com
isto dar respostas às diversas perguntas no cotidiano das entidades. Existem dois tipos de
regimes de apuração de resultados econômicos periódicos, o regime de caixa e o regime de
competência, que serão discutidos separadamente, procurando evidenciar suas vantagens de
desvantagens.
5.1. REGIME DE CAIXA
Neste regime a receita é reconhecida contabilmente somente quando há entrada de caixa
(dinheiro) e as despesas quando há efetivamente a saída de caixa. Atualmente este regime não
tem muita utilidade prática, o que poderá ser percebido a partir do exemplo seguinte, e que
ajudará posteriormente a compreender melhor o regime de competência.
Imagine a constituição da empresa Modelo S/A, entidade que presta assessoria na área
administrativa, com um capital social de R$ 10.000,00. Para desenvolver as atividades
operacionais se torna necessário as instalações físicas da entidade, e para isto foi locado um
imóvel comercial, cujo valor do aluguel é de R$ 5.000,00 por ano. Foram adquiridos também
móveis, utensílios, computadores e telefone no valor total de R$ 9.000,00 pagos a vista,
portanto o demonstrativo contábil no início das atividades ficará assim demonstrado:
BALANÇO PATRIMONIAL - MODELO S/A
Ativo Circulante:
Caixa R$ 1.000,00
Ativo Não-Circulante:
Imobilizado R$ 9.000,00
Passivo:
Patrimônio Líquido:
Capital Social R$ 10.000,00
Total do Ativo R$.10.000,00 Total do Passivo R$ 10.000,00
Depois de constituída, a entidade realizou dois trabalhos a uma empresa de grande porte na
região e recebeu o valor de R$ 3.000,00 à vista pelo primeiro trabalho, sendo que o segundo,
no valor de R$ 6.000,00, será pago a prazo no próximo exercício social. A empresa Modelo
S/A, percebendo que não conseguiria honrar o pagamento de aluguel no valor de R$ 5.000,00,
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Contabilidade Básica - FAESO
correspondente ao primeiro ano de aluguel, já que seu caixa apresentava saldo de apenas de
R$ 4.000,00 (R$ 1.000,00 referente ao saldo anterior e mais os R$ 3.000,00, referentes a
receita recebida a vista), solicitou ao proprietário do imóvel que postergasse o pagamento do
aluguel para o próximo exercício social que seria liquidado junto com o segundo pagamento.
Com base nos dados apresentados acima e considerando os regimes de caixa para a apuração
dos resultados da empresa, estes ficarão assim compostos:
Serão omitidos alguns grupos de contas do Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício, pois o objetivo desta nota de aula é apresentar os conceitos e as
diferenças existentes sobre os regimes de apuração de resultados.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA MODELO S/A
D.R.E. R$
+ Receita Bruta de Vendas 3.000,00
= Lucro Líquido do Exercício 3.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL - MODELO S/A
Ativo Circulante:
Caixa R$ 4.000,00
Ativo Não-Circulante
Imobilizado R$ 9.000,00
Passivo:
Patrimônio Líquido:
Capital Social R$ 10.000,00
Lucro do Exercício R$ 3.000,00
Total do Ativo R$.13.000,00 Total do Passivo R$ 13.000,00
Através dos relatórios contábeis observa-se que a empresa Modelo S/A, apresenta um lucro de
R$ 3.000,00, um resultado bastante satisfatório dependendo do ramo de atividade, mas será
que este lucro é real?
Com base nas demonstrações contábeis que foram elaboradas pelo regime de caixa, é possível
perceber que estes relatórios não traduzem o seu verdadeiro objetivo que é evidenciar a
verdadeira situação patrimonial da entidade. O balanço patrimonial não informa aos seus
usuários que a entidade possui uma duplicata a receber no valor de R$ 6.000,00 e uma
obrigação com pagamento de aluguel no valor de R$ 5.000,00, porque pelo regime de caixa,
somente serão reconhecidas as receitas quando recebidas e as despesas quando efetivamente
pagas, não demonstrando, portanto a verdadeira realidade da entidade.
Por ocasião do não reconhecimento da obrigação do aluguel a pagar no valor de R$ 5.000,00
no passivo e o direito (duplicata a receber) que a entidade possui no valor de R$ 6.000,00,
conseqüentemente as mesmas não foram reconhecidas como receita e despesa no resultado do
período, devido a este fator é que o lucro da entidade foi de R$ 3.000,00, sendo considerada
apenas a receita a vista, única conta que houve a entrada de caixa (dinheiro) na entidade e no
mesmo período não houve nenhuma saída de caixa, por isso a inexistência da conta de
despesa na demonstração do resultado do exercício. Portanto, estas incorreções apresentadas
pelo regime de caixa inviabilizam a sua utilização para a elaboração das demonstrações
contábeis. É importante informar que a Secretaria da Receita Federal permite as entidades
tributadas com base no lucro presumido e aquelas enquadradas na lei 9.317/1.996 (Lei do
Simples/SRF), a efetuarem os recolhimentos tributários com base no regime de caixa,
somente sendo tributados os faturamentos que foram recebidos.
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Contabilidade Básica - FAESO
5.2. REGIME DE COMPETÊNCIA
Como o regime de caixa não consegue captar a realidade do que acontece dentro das
operações empresariais, a contabilidade precisou adotar outro regime de apuração de
resultado, que é denominado de regime de competência. Este regime praticamente é o oposto
do regime de caixa, em relação às receitas e as despesas, onde o produto ou serviço vendido e
entregue, deve ser contabilizado como receita independente do seu recebimento ou não. Da
mesma forma são tratadas as despesas, que são consideradas quando incorridas (consumidas)
independente do seu pagamento ou não.Utilizando os mesmos dados da empresa Modelo S/A,
o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício elaborados com base nos
conceitos do regime de competência, apresentam-se assim:
BALANÇO PATRIMONIAL - MODELO S/A
Ativo Circulante:
Caixa R$ 4.000,00
Duplicatas a Receber R$ 6.000,00
Ativo Não-Circulante
Imobilizado R$ 9.000,00
Passivo:
Aluguel a pagar R$ 5.000,00
Patrimônio Líquido:
Capital Social R$ 10.000,00
Lucro do Exercício R$ 4.000,00
Total do Ativo R$ 19.000,00 Total do Passivo R$ 19.000,00
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA MODELO S/A
D.R.E. R$
+ Receita Bruta de Vendas 9.000,00
- Descontos / Abatimentos 0,00
- Devoluções 0,00
- Impostos Incidentes s/ Vendas 0,00
= Receita Líquida de Vendas 9.000,00
- Custo das Vendas 0,00
= Lucro Bruto 9.000,00
- Despesas Operacionais (5.000,00)
- Despesas Comerciais
- Despesas Administrativas (5.000,00)
-Despesas Financeiras
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Contabilidade Básica - FAESO
+ Receitas Financeiras
= Lucro Operacional 4.000,00
-/+ Outras receitas e despesas 0,00
= Lucro Antes do Imposto Renda 4.000,00
No regime de competência as receitas são consideradas independente de seu
recebimento ou não, devido a isto é que a Receita Bruta de Vendas é apresentada com o valor
de R$ 9.000,00 (R$ 3.000,00 referente a venda a vista e R$ 6.000,00 referente a venda a
prazo) e as despesas são registradas quando incorridas, neste caso a entidade utilizou das
instalações que foram locadas durante o período, por isso foi considerada como despesas
administrativas o valor de R$ 5.000,00 de aluguel, independente se este foi pago ou não.
Percebe-se que a apresentação das demonstrações contábeis com base no regime de
competência, é mais completa, espelhando a verdadeira realidade do patrimônio da entidade.
Informações estas que os usuários da contabilidade não conseguiriam visualizar pelo regime
de caixa.
6. PLANO DE CONTAS
Assim como na administração, onde cada atividade exige um planejamento, na Contabilidade,
o registro dos fatos contábeis requer um plano de registro. Na gestão de uma entidade o plano
é muito útil, haja vista a necessidade de se estabelecer normas de conduta e de se criarem
métodos eficazes que possibilitem informações corretas. Essas informações têm como
matéria-prima a Contabilidade, daí a necessidade de uma planificação das contas que
receberão os registros contábeis. Entenda como “conta” o instrumento de agrupamento de
itens de mesma natureza. Assim, todos os móveis de uma entidade terão seu registro em uma
“conta” que guardará a memória de todos os eventos ocorridos com este tipo de bem. A conta
caixa guardará a memória de todos os acontecimentos ocorridos com o bem moeda em
espécie da entidade (todas as entradas e saídas de recursos em espécie), já a conta duplicatas a
pagar, servirá para o registro de todas as operações de compra a prazo da entidade e servirá
para apurar o saldo das dívidas desta espécie, etc. O Plano de Contas de uma entidade destina-
se a orientar o registro das operações, oferecendo a vantagem de uniformizar as contas
utilizadas para cada registro, e consiste de um elenco (relação) de todas as contas que se prevê
serem necessárias aos registros contábeis de uma entidade. Portanto, ele não pode ser rígido e
inflexível, devendo permitir alterações que se mostrarem necessárias por ocasião de sua
utilização.
Alguns pontos são fundamentais no planejamento do Plano de Contas Contábil:
? Deve haver um estudo preparatório sobre as características da entidade: cada entidade
possui suas necessidades de informação, de modo que um plano de contas dificilmente
é igual a outro plano de contas dadas às necessidades e especificidades de cada
entidade. Um plano de contas de uma empresa comercial é diferente de um plano de
contas de uma empresa industrial, pois existem elementos que fazem parte de uma e
não da outra.
? O plano de contas deve ser o mais completo possível: para atender às necessidades de
informação de cada entidade.
? Os títulos utilizados em cada conta devem refletir com objetividade e clareza o que
irão representar: a nomenclatura adotada deve permitir a fácil interpretação do que a
conta registra.
? A classificação deve partir das contas sintéticas para as contas analíticas:
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Contabilidade Básica - FAESO
o Contas Sintéticas: são contas que não recebem lançamentos diretos, mas sim,
saldo de outras contas.
o Contas Analíticas: são contas onde o registro contábil será feito de forma direta
através dos lançamentos contábeis.
? O plano deve ser flexível: permitir inserções e ajustes necessários no futuro.
? Manual de orientações: o plano de contas deve possuir um manual de orientações
detalhando as funções de cada conta e de que forma estas devem ser utilizadas.
6.1. GRUPO DE CONTAS
Existem diversas classificações das contas mas as principais são:
Contas Patrimoniais: registram os fatos ocorridos com o patrimônio da entidade. Contas do
Ativo e do Passivo, que servirão para a elaboração do Balanço Patrimonial.
Contas de Resultado: registram os fatos que contribuem para a composição do resultado
auferido pela entidade. Contas de Receita, Custos e Despesas, que servirão para a elaboração
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

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