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CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA AULA 3

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CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA
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Depreciação na Agropecuária
Conforme o que já foi visto, toda a cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. A árvore produtora não é extraída do solo; seu produto final é o fruto e não a própria árvore.
Um cafeeiro produz grãos de café (frutos), com uma vida útil estimada, mas mantendo-se a árvore intacta. Assim, cafeeiro, laranjeiras, pereiras, videiras, castanheiras, macieiras, jabuticabeiras, abacateiros, jaqueiras, mamoeiros etc. serão alvos de depreciação.
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Depreciação na Agropecuária
Na cultura de chá, o desbastamento das folhas é considerado depreciação, pois a folha é o produto final e não a árvore, o caule.
No caso da bananeira, após o cacho de bananas ser colhido, a bananeira tem seu caule cortado, mas como o produto final é o cacho de bananas, temos a mesma situação de depreciação.
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Depreciação na Agropecuária
Uma pergunta natural que pode surgir neste momento é quanto à taxa de depreciação. 
E ela só pode ser respondida por agrônomos, técnicos em agronomia ou pelos próprios agricultores que conhecem a vida útil ou o número de anos de produção da árvore, que varia não só em função do tipo de solo, clima, manutenção etc., mas também em virtude da qualidade ou tipo de árvore. 
Em outras palavras, não é, portanto, apenas função do contador estimar os critérios de depreciação, haja vista que muitas vezes não tem os conhecimentos necessários para isso.
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Depreciação na Agropecuária
A depreciação pode ser estimada considerando a vida útil esperada da árvore ou de acordo com a produção estimada da cultura permanente. 
Exemplificando, se uma macieira tem vida útil estimada de 16 anos, a taxa média anual de depreciação será de 6,25%, considerando taxas constantes. Por outro lado, admitindo-se colher 300 t/ha durante a vida útil do pomar, se no primeiro ano a produção for de 21 t/ha, a depreciação será de 7% e variará anualmente, dependendo da colheita de cada período.
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Depreciação na Agropecuária
O uso desse último método oferece por um lado a vantagem de se ter menos custo de depreciação nos anos de safras ruins (já que a taxa é calculada proporcionalmente à produção), de não haver redução excessiva de lucro (ou prejuízo) e de evitar grandes oscilações nos resultados no decorrer de vários anos.
Por outro lado, no ano de maior produção a depreciação será maior. Todavia, fique bem definido que a depreciação passa a incidir sobre a cultura depois de formada (nunca em formação), a partir da primeira colheita.
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Implementos Agrícolas
Em virtude da mecanização agrícola ocorrida nos últimos tempos, com a intenção de aumentar a produtividade na agricultura, uma mensuração adequada do custo dos equipamentos agrícolas utilizados na lavoura é essencial para a tomada de decisão dos gestores das entidades agrícolas. 
Alguns erros não deveriam ser cometidos no cálculo do custo desses equipamentos, entre eles atribuir o custo da reposição de peças ou o custo por dias em que o equipamento fica parado. A grande dificuldade na prática é definir como será realizado o cálculo da depreciação desses implementos agrícolas.
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Implementos Agrícolas
A alternativa mais apropriada para esses implementos, como tratores, colheitadeiras, aparelhos agrícolas de forma geral, seria calcular a depreciação por horas de trabalho, estimando-se um número de horas de trabalho por equipamento, em vez da quantidade de anos de vida útil. Essa metodologia é a mais adequada, pois esses implementos não são utilizados de forma ininterrupta durante o ano, em virtude de entressafra, chuvas, ociosidades etc.
Para se encontrar a vida útil em horas desses implementos, pode-se consultar o fabricante do equipamento, ou consultar as estimativas de especialistas na utilização dos implementos.
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Depreciação na Pecuária
Animais constantes do Ativo Imobilizado, como é o caso dos animais de trabalho e de gados reprodutores, também sofrem depreciação.
Na medida em que esses animais envelhecem, há uma perda de capacidade normal de trabalho que deve ser considerada para efeitos de resultado.
No caso do gado destinado à reprodução, há de lembrar que não haverá depreciação durante o período de crescimento dos mesmos, sendo contada apenas a partir do momento em que estiver em condição de reprodução. Outro aspecto relevante é que o animal reprodutor, principalmente o touro, tende a atingir um estágio de máxima eficiência para, a seguir, iniciar o processo de declínio de capacidade reprodutiva, até perder sua utilidade para tal fim.
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Depreciação na Pecuária
Para que a demonstração contábil apresente a informação mais adequada, não há dúvidas que o ideal seria detectar esse estágio, para daí então iniciar a depreciação. 
Por outro lado, não é fácil detectar esse ponto na prática e, considerando que existiriam outros reprodutores em fases distintas, normalmente a depreciação é iniciada juntamente com a fase reprodutora.
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Depreciação na Pecuária
Para a estimação da vida útil do plantel reprodutor ou de qual será a política contábil para a depreciação, a consulta ao veterinário seria o mais indicado. 
Os dados históricos da entidade rural ou mesmo estimativas de cooperativas ou frigoríficos, com base na média regional, podem ser utilizados. 
Alguns estudos mostram uma variação dessa vida útil, dependendo da região e da qualidade do rebanho, entre quatro a dez anos após o início da atividade de reprodução.
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Depreciação na Pecuária
Um aspecto relevante que deve ser considerado é o valor residual do gado reprodutor no fim de sua vida útil, multiplicando o seu peso pelo preço por arroba que se conseguiria no frigorífico, por ocasião de sua venda.
Vejamos o exemplo levantado por Marion (2010, p. 47):
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Depreciação na Pecuária
O touro avaliado em R$ 55.000 tem vida útil estimada de oito anos para permanecer junto às vacas para procriação (monta) e de mais dois anos para coleta de sêmen para inseminação artificial, totalizando dez anos (taxa de depreciação: 10% a.a.). 
Esse touro pesa aproximadamente 800 kg e, se fosse vendido hoje para corte (frigorífico), valeria R$ 2.000. Supondo-se que seu peso deverá ser mantido após o término da vida útil, o valor a ser depreciado será de R$ 53.000. Assim teremos:
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Ativo não circulante
Imobilizado
Touro 55.000
(-) Depreciação acumulada (5.300)
Valor líquido 49.700
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Depreciação na Pecuária
Para efeito de depreciação, o valor residual também poderá ser corrigido durante o período de vida útil do animal, fazendo com que o valor líquido contábil dele se aproxime do seu preço de mercado ao final dos 10 anos.
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Exaustão
A exaustão é aplicada somente aos recursos naturais exauríveis, no caso da agricultura àqueles que, de alguma forma, são extirpados do solo, como florestas, espécies vegetais de menor porte, cana-de-açúcar e pastagens. 
Nesses casos, a extração não se dá por meio de frutos, e sim a própria árvore é ceifada, cortada ou extraída do solo. Ressalta-se que os aspectos discutidos anteriormente acerca da depreciação também são válidos para a exaustão.
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Redução ao Valor Recuperável de Ativos
Impairment Test
Periodicamente as entidades deverão analisar a recuperação dos valores registrados no Imobilizado e no Intangível, revisando e ajustando os critérios utilizados para determinação dos percentuais estimados para a depreciação, exaustão e amortização.
É importante ressaltar que o teste de recuperabilidade de ativos, o impairment test, é exigido pelo CPC 29 apenas para os ativos biológicos que estão mensurados pelo custo, isto é, nos casos em que o valor justo não pode ser estimado em bases confiáveis. Isso porque, quando o ativo estiver mensurado pelo valor justo, essa própria base de mensuração irá refletir as possíveis perdas por desvalorização.
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Redução ao Valor Recuperável de Ativos
Impairment Test
Portanto,
os ativos biológicos mensurados pelo custo, além da depreciação, estarão sujeitos à perda por impairment. 
Nesses casos, quando houver evidências de que o ativo biológico esteja desvalorizado, a entidade deve proceder a avaliação do valor recuperável do referido ativo, que será o maior entre o valor de mercado e o valor em uso (valor recuperável).
Caso a empresa comprove que o ativo está registrado contabilmente por um valor maior do que será recuperado pela venda ou pela utilização desse ativo, ela deverá registrar a perda por desvalorização no resultado.
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21/300 = 0,07 x 100 = 7%
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