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CONDIÇOES INUS 1

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ONÉSIMO AFONSO DA SILVA
CONDIÇÃO INUS
Trabalho apresentado ao Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná como requisito parcial para a conclusão da disciplina tópicos especiais de metafisica. Segundo período – noturno.
Docente: Breno Hax
Curitiba
2014
I. INTRODUÇÃO:
Quando alguém nos faz uma pergunta do tipo por que algo ocorreu (Por exemplo: porque tal candidato ganhou as eleições?), o que esta pessoa está querendo saber é quais foram as causas ou qual foi a causa que levou àquele evento (efeito). No caso, o que aconteceu para que tal candidato tenha sido eleito. Do mesmo modo, quando alguém pergunta: “por que fulano foi atropelado?”, o se quer saber é quais foram as causas de tal atropelamento, ou seja, o que ocorreu para que o atropelamento viesse a acontecer. Com isto, podemos perceber que o conceito de causalidade é extremamente recorrente em nosso dia a dia, bem como o é para as investigações cientificas, enfim, para a compreensão do mundo.
Por causalidade compreendemos a relação entre causa e efeito, ou, em outras palavras, causalidade é compreendida como a relação entre dois eventos diferentes onde um (a causa) é a condição para a ocorrência do outro (o efeito). De modo que dizemos: se A ocorre então B ocorre, ou ainda, B aconteceu, porque, A aconteceu. Deste modo, consideramos que certos acontecimentos são necessários para que outros aconteçam, ou melhor, que as causas precedem os efeitos, e assim, analisando um evento X indicamos para um evento anterior K como sendo sua causa, nestes termos de que dizemos que, a ocorrência de K é a causa da ocorrência de X.
Contudo, se tratando de eventos particulares, é observável que para um determinado evento X é possível apontar para várias possíveis causas. Para o atropelamento, por exemplo; poderíamos dizer que sua causa foi (J) o fato de ‘os freios do automóvel estarem ruins,’ ou, que foi (K) ‘a alta velocidade em que o automóvel era conduzido’, ou, poderíamos dizer que, a causa fora (L) ‘a baixa visibilidade’ ou mesmo que fora (M) ‘a chuva que caía no momento’, sem deixar de lado o fato de (A) ‘o atropelado estar presente no local no momento do atropelamento’. Evidentemente estas são apenas algumas das possíveis causas do atropelamento, assim, diante desta diversidade de possíveis causas somos colocados em dificuldade se precisarmos eleger uma determinada causa K para dizer que o atropelamento X ocorreu devido à ocorrência de K. Em vista de tal dificuldade nossa proposta neste trabalho é mostrar como o argumento acerca de condições INUS podem nos ajudar a resolver esta dificuldade nos possibilitando a eleição de um certo K (o automóvel estar em alta velocidade) como causa do evento X (fulano ter sido atropelado).
II. CONDIÇÃO INUS E SEU DESENVOLVIMENTO
	Analisando o caso do atropelamento podemos observar que nenhuma das causas elencadas são condições necessárias para que o evento se concretize, ora, poderia ser o caso em que elas não ocorressem e mesmo assim o evento se concretizasse. Por outro lado, também é observável que nenhuma das ditas causas é uma condição suficiente para a ocorrência do evento, pois, não é suficiente que, por exemplo, se esteja em alta velocidade para que um atropelamento ocorra. No entanto, concordamos que o conjunto das causas apresentadas acima {JKLMA}, ((J) os freios estavam ruins; (K) estava em alta velocidade; (L) a visibilidade era pouca; (M) chovia; (A) a vítima estava no local), é suficiente, porém, não necessário para a ocorrência do evento X o atropelamento. Aqui já se apresenta uma vantagem para a análise causal de um fato por meio do critério de condição INUS. Ora, sob o critério de condição INUS o efeito é analisado de modo particular, assim não permitindo que a análise seja levada à um regresso ao infinito que apontaria para causas anteriores cada vez mais distante do evento examinado. Em outras palavras, o critério de condição INUS limita a análise ao evento, ou melhor, analisa as condições positivas (K por exemplo) e negativas (por ex: J), agrupando-as de forma que cada conjunto de condições seja um conjunto embora não necessário, mas, suficiente para a ocorrência do evento. Vale aqui dizer que, condições positivas são condições de fato presentes no ocorrido domo por exemplo a velocidade. Por sua vez, condições negativas são aquelas que apresentam a falta de algo, como no exemplo acima, a falta de freios.
	Voltando a nosso exemplo: nas condições estabelecidas, possivelmente diríamos que a causa do atropelamento fora (K) (a alta velocidade em que o veículo era conduzido). Mas como poderíamos fazer tal apontamento visto termos afirmado que nenhuma condição fora necessária ou suficiente para a ocorrência do evento? Qual o motivo que teríamos para apontar (K) como como causa de X? Este apontamento só é possível porque usamos a noção de condição INUS. Mas, o que é isso que chamamos condição INUS?
O conceito de condição INUS foi desenvolvido por J. L. Mackie em sua obra cause and conditions (1963), para tratar de casos particulares. Mackie se utiliza das letras INUS, por que estas são as inicias das quatro palavras, em língua inglesa, que definem o que seja uma condição INUS sendo: (I) insufficient; (N) necessary; (U) unnecessary (S) sufficient. Deste modo, diz-se que uma condição INUS é: uma condição insuficiente mas, parte necessária de um conjunto que, por sua vez, é, desnecessário para a ocorrência de um efeito X, todavia, suficiente para que tal evento ocorra, em outras palavras, uma determinada causa K é uma condição INUS se, e somente se, K é uma condição insuficiente mas, necessária de uma condição complexa (conjunto de condições) não necessária porém suficiente do efeito X. Para melhor compreendermos voltemos ao exemplo do atropelamento.[1: J. L. Mackie. Causes and Conditions. Disponivel em <http://www.jstor.org/stable/20009173>. Acesso em 10/09/2013 ][2: J. L. Mackie.__Op. Cit. p.245. Cito: “an insufficient but necessary part of a condition which is itself unnecessary but sufficient for the result.”]
Como visto, o conjunto de {JKLMA} não é um conjunto necessário para a ocorrência de X, pois poderíamos ter outros tantos conjuntos que causariam X. No entanto, concordamos que este conjunto de condições {JKLMA} é suficiente para que X ocorra. Avançando, percebemos que, embora K não seja necessário nem suficiente para a ocorrência de X, K é necessário para que conjunto {JKLMA} seja suficiente para a ocorrência do evento X. Se, por exemplo, tirarmos K do grupo, ao que parece, este deixa de ser uma condição suficiente para X, deste modo, concluímos que K é uma condição INUS. Assim, ao sermos indagados sobre qual seja a causa do (X) ‘o atropelamento’, dizemos que foi causado por (K) ‘alta velocidade em que o veículo era conduzido’.
Talvez seja-nos importante fazer uma pergunta: como condições INUS se relacionam com as leis causais que são gerais, visto que INUS trata de casos particulares?
Como já vimos um evento pode ter muitas possíveis causas, mais ainda, se o tratarmos como ‘o evento’. Por exemplo: ao invés de dizermos aquele atropelamento, dizermos atropelamentos. Como poderíamos dizer que (K) ‘alta velocidade em que o veículo era conduzido’, é a causa de atropelamentos? Na realidade não poderíamos faze-lo categoricamente, o que supomos neste caso é que o conjunto {JKLMA} no qual K é uma condição INUS é uma condição minimamente causal para que atropelamentos ocorram. Assim, condições INUS se relacionam com as leis causais gerais, se apresentando como uma condição minimamente suficiente para que os eventos daquela categoria ocorram.
III. CONCLUSÃO
	Conforme observamos a noção de causalidade embora esteja presente em nosso cotidiano, pode apresentar certos problemas quando temos de apontar para a causa de um certo evento em particular, tais problemas surgem aparentemente por duas questões: primeiro: porque ao analisar um evento, podemos atribuir ao mesmo várias causas,seja em termos de fatos simultâneos como em termos de fatos passados. Em segundo porque, ao que parece, nenhuma causa por si é necessária ou suficiente para a ocorrência de um evento o que nos impossibilitaria apontar para uma determinada causa afirmando ser esta a causa do tal evento.
Todavia, diante dos problemas apresentados, vimos que o emprego dos critérios de condição INUS, é eficaz para os resolvermos. Quanto ao primeiro problema, notamos que sob a noção de condições INUS examinamos um determinado evento em seu tempo, buscando ali as condições positivas e negativas ali observáveis, de modo que não precisamos ir retrocedendo de causa em causa ao infinito. Assim tendo observado as condições presentes, as agrupamos e observamos se este conjunto de condições, naquele momento especifico, foi suficiente para o ocorrido e o elegemos como condição complexa do evento. No que toca o segundo problema, tendo em vista que nenhum caso é condição necessária ou suficiente para a ocorrência do evento analisado, procuramos entre as condições agrupadas no conjunto complexo de condições, uma que embora não seja suficiente, seja uma parte necessária do tal conjunto que, por sua vez, não é necessário mas, na análise, notamos que é suficiente para a concretização do evento, de modo que podemos assim dizer que um determinado K seja a causa de um evento X.
IV. Bibliografia 
J. L. Mackie. Causes and Conditions. Disponivel em <http://www.jstor.org/stable/20009173>. Acesso em 10/09/2013 
 
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