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HOMICÍDIO, INFANTICIO, INSTIGAÇÃO E AUXILIO AO SUICIDIO E ABORTO

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DIREITO PENAL III
HOMICÍDIO- Art. 121
Homicídio Simples, Privilegiado e Qualificado
Reclusão: 6 a 20 anos- Homicídio Simples: tirar a vida de um homem por outro.
§1° do art. 121: Homicídio privilegiado: causa especial de redução de pena, terceiro momento da aplicação da pena. 
Homicídio qualificado: pena de 12 a 30 anos. Casos: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; VI- contra a mulher por razões da condição de sexo feminino; VII – contra autoridade ou agente descrito nos art. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
Classificação doutrinária: crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa); simples (protege apenas um bem jurídico, a vida; forma livre (quanto a suas modalidades qualificadas que indicam os meios e modos para prática do delito, pode ser dolosa, culposa, comissiva ou omissiva); de dano (alteração prejudicial ao bem jurídico); material (tem uma ação e um resultado para se consumir o delito, no caso, deve acontecer o resultado morte para o delito de homicídio); instantâneos de efeitos permanentes (consumação em um só momento sem continuidade temporal, e de forma irreversível); nao transeunte (aquele que deixa vestígios); monossubjetivo (aquele que pode ser praticado por um sujeito mas admite coautoria e participação); plurissubsistente (tipo penal dos mais graves, podendo ser de forma repetina, a partir de emoção, é possível fracionar o inter criminis, na modalidade tentada).
Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: pode ser qualquer pessoa.
Só haverá homicídio e no tempo da ação ou omissão a vítima estava viva.
Crime praticado contra o Presidente da República está configurado o crime contra a Segurança Nacional. (pena de 15 a 30 anos).
Homicídio por grupo de extermínio, ainda que por um sujeito, é considerado qualificado e é crime hediondo.
Objeto Material e Bem juridicamente protegido:
Objeto material: pessoa contra qual recai a conduta do agente ativo.
Bem jurídico: a vida, e mais amplo a pessoa. Começa com o início do parto e encerra com a morte. 
Exame de corpo de delito. 
Homicídio infração penal que deixa vestígios. Para ser atribuído a alguém, deve ser feito o exame de corpo de delito direto ou indireto, não suprindo pela confissão do acusado. (art. 158 do CPP). E o art. 167 do CPP diz que não sendo possível o exame de corpo de delito, desaparecido os vestígios, a prova testemunhal pode suprir. 
Exame de corpo de delito direto: extensão de suas conseqüências deverão ser objeto de prova pericial realizada no objeto do crime, o corpo. 
Exame de corpo de delito indireto: quando há o desaparecimento do objeto material, o exame será feito a partir informações prestadas pelas testemunhas ou documentos relativos aos fatos, provando por concluir pela morte e os motivos que levaram a ocorrência.
Elemento Subjetivo:
É o dolo, a vontade livre e consciente de matar alguém. Por dolo direto, quando o sujeito quer o resultado do delito. Ou por dolo eventual, quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, ele não se preocupa com a ocorrência do resultado previsto e o aceita. 
Diferente de culpa consciente: o agente não quer e nem assume o risco de produzir o resultado porque se importa com a ocorrência dele. (os acidentes de trânsito envolvidos bebida e direção não será dolo eventual, e sim um delito culposo, devendo ser dosada de acordo com a culpabilidade do acusado, in dubio pro reo). 
STJ: posição no sentido de levar ao júri sobre a culpa consciente ou dolo eventual de motorista que causa a morte de alguém.
Modalidades comissiva e omissiva
Comissivo: quando o agente dirige sua ação a fim matar outra.
Omissivo: deixa de fazer o que estava obrigado em virtude de sua função de garantidor (omissão imprópria).
Meios de execução
Praticados por diversos meios: diretos (disparo de arma, esganadura p. ex.); indiretos (ataque de animais tentados pelo dono); materiais (mecânicos, químicos, patológicos); morais (susto, medo, emoção violenta).
Consumação e tentativa
Consumação: morte do sujeito passivo, com a prova da morte através de exame de necropsia (cessação da atividade respiratória, cerebral e circulatória, ou pode ser pela Lei de Doação de Órgãos que reconhece a morte encefálica como causa de cessação da vida) 
Admissível a tentativa, pois é crime material e plurissubsistente, fraciona o iter criminis. 
O resultado morte pode ser realizado em dias ou meses depois da conduta, e para fins da aplicação da lei penal, o crime foi praticado no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o momento do resultado.
A consumação da forma tentada acontece no dia em que cessou a atividade criminosa.
Homicídio Privilegiado
Causa especial de diminuição de pena.
1ª minorante: o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral. (não necessita ser impelido por injusta provocação da vítima). 
2ª minorante (situação): o agente age sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
Redução de 1/6 a 1/3 no 3° momento da aplicação da pena.
Não é uma faculdade do juiz, é um direito subjetivo do agente para ver diminuída sua pena nessas situações. Assim, sendo reconhecida a causa de diminuição pelo Tribunal do Júri, o juiz terá que reduzir a pena. Se existir uma qualificadora também, vota-se primeiro o privilégio, depois a qualificadora que é de natureza objetiva.
Motivo de relevante valor social ou moral:
Motivo para prática do crime tem que ser relevante. Comprovação da relevância, se não goza de importância coletiva ou individual mesmo que tenha valor social ou moral, não é causa de diminuição da pena.
Relevante valor social: motivo que atende aos interesses da coletividade, beneficio do corpo social ou determinada comunidade. 
Relevante valor moral: praticado em prol do agente ou da vítima, é importante aos interesses do agente. Motivo egoisticamente considerado (pai mata estuprador da filha, e o homicídio piedoso – eutanásia).
Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima
Sob o domínio: o agente está completamente dominado pela situação. Pela injusta provocação feita pela vítima, o agente perdeu o autocontrole, praticando o ato. Sentimento de cólera, indignação, repulsa.
Violenta emoção: não se exclui a imputabilidade penal a emoção ou a paixão. Deve está impelido de violenta emoção.
Logo em seguida: relação de imediaticidade com a provocação injusta que submetido o agente. Não se permita um logo espaço de tempo, seria um momento logo após da injusta provocação que pode durar alguns minutos e não horas ou dias, utiliza-se o critério da razoabilidade.
Injusta provocação: diferente da injusta agressão que afasta a infração penal, em virtude da existência de uma causa de justificação ou a legítima defesa (Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem (art. 25, CP)). Já a injusta provocação é uma provocação com cunho de agressão a personalidade da pessoa, o que lhe causa uma violenta emoção, e causa a morte do provocador, ele pratica uma conduta típica, antijurídica e culpável, responderá por seu dolo.
A injusta provocação deve ser de opinião geral, que provoque indignação de uma pessoa normal e de boa-fé. Não há necessidade de defesa pelo agente, senão configuraria em legítima defesa.
Homicídio Qualificado
Pena de reclusão de 12 a 30anos.
Motivos; meios; modos; fins
As modalidades qualificadoras é tipo derivado da infração penal do art. 121, e todas as qualificadoras são circunstâncias e não elementares do tipo. (Art. 30 CP).
São elementos acessórios do crime, aumentam a pena. Não interferem na qualidade do crime, mas na gravidade.
Circunstância objetiva: materiais ou reais, relação com meios e modos de realização do crime.
Circunstâncias subjetivas: caráter pessoal, pessoa do participante, sem relação com materialidade do crime.
Quando os tipos penais estiverem com parágrafos configura-se tipos derivados e não autônomos.
Motivos: Meditante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; motivo fútil.
Analogicamente na interpretação analógica, a paga quanto a promessa de recompensa é considerada motivo torpe.
Torpe: motivo que causa repugnância, nojo, sensação de repulsa pelo fato praticado.
A paga é o valor ou vantagem patrimonial ou não, recebida antes da prática do crime. 
Promessa de recompensa: o agente não recebe antecipadamente, e tem uma promessa de pagamento no futuro. Mesmo que o agente não receba a recompensa após o delito, mas esse foi seu motivo, cometer o crime em busca de uma recompensa. 
Existem nessas modalidades duas pessoas: mandante e executor.
O mandante será punido por homicídio simples, como partícipe e o executor por homicídio qualificado.
O motivo fútil: motivo insignificante, banal, irrelevante, o comportamento do agente foi desproporcional. Quando se mata por um troco errado, matar um devedor de uma dívida de um real.
Não se confunde com a ausência de motivo, se o sujeito mata sem saber o motivo, não incide esta qualificadora. Tem que haver um minus, algum motivo sem significância pra ser fútil. Quem comete crime sem motivo, responde como homicídio simples. 
Homicídio com duas ou mais qualificadoras, alguma delas servirá como qualificadora, e as demais como circunstancias agravantes para o segundo momento de aplicação da pena.
Meios: com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum.
Meio insidioso ou cruel: o primeiro é meio dissimulado na sua eficiência maléfica, meio utilizado pelo agente sem que a vítima tome conhecimento, e segundo é que aumenta inutilmente o sofrimento da vítima ou revela sua brutalidade fora do comum e oposição com sentimento de piedade. A crueldade praticada depois da morte da vítima não qualifica o delito. Perigo comum: é meio utilizado pelo agente para causa dano à vítima e perigo a outras pessoas.
O veneno para que se qualifique delito deverá ser ministrado insidiosamente, sem que a vítima perceba que ingeriu. Se a vítima ingere o veneno sob coação, a insídia será emprego de crueldade como qualificadora.
Utilização de fogo trata-se de meio extremamente cruel. 
Explosivo: meio utilizado pelo agente que traz perigo a um número indeterminado de pessoas. Atirar uma granada em uma pessoa para matá-la.
Asfixia: não se distingue de asfixia mecânica ou tóxica. 
Tortura: não se confunde com aquela configurada na lei de tortura. A tortura do art. 121 é um meio para o cometimento do homicídio, um meio cruel para matar a vítima. A tortura da Lei de Tortura é um fim em si mesma, se vier ocorrer a morte, esta poderá qualificar-se a tortura a título de culpa, será agravada pela morte e será um delito preterdoloso. Neste delito, o agente não pretende a morte da vítima, ao contrário do homicídio. 
Modos: à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. 
Agente que colhe a vítima pelas costas, desprevenida, sem visualizar ataque. Há confiança na pessoa que trai. 
Pelas costas configura-se traição, ataque por trás. Nas costas é a região do corpo onde aconteceu o golpe, não é traição.
Emboscada é espécie de traição, o agente se coloca escondido, tocaia, esperando a vítima para atacar.
Dissimular: ocultar a intenção homicida, passar por amigo para facilitar a prática do delito.
Dificultar: a vítima ainda tem alguma possibilidade de defesa mesmo que dificultada pelo agente. Já o tornar impossível: elimina completamente a possibilidade de defesa pela vítima. (morta enquanto dorme).
Fins: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime.
Toda vez que aplicar essa qualificadora, o homicídio deverá ser ligada a outro crime, havendo a conexão teleológica, quando se considera o fim em virtude da qual o homicídio foi praticado para assegurar a execução de outro crime.
Conexão conseqüencial: conexão em que o homicídio é cometido com o fim de assegurar a ocultação ou vantagem ou impunidade de outro crime. 
Quando se busca a ocultação, se pretende manter desconhecida a infração penal. (matar alguém que viu o agente matando outra pessoa, ou roubando) Quando visa a impunidade, a infração penal é conhecida, mas a autoria é ainda ignorada. (alguém mata a única testemunha do crime). 
Quanto à vantagem de outro crime, o agente visa garantir a fruição de qualquer vantagem, patrimonial ou não, direta ou indireta, resultante de outro crime. (agente que mata companheiro de roubo para ficar com tudo para si.)
Agente que comete o crime para assegurar execução de outro crime que não vem a ocorrer responde por esta qualificadora.
Agente que mata para assegurar ocultação ou impunidade de crime prescrito responde também por esta qualificadora.
Agente que mata para assegurar impunidade de crime impossível, em que testemunha viu apunhalar a vítima, responde pela qualificadora, uma vez que o Código pune a maior culpabilidade do sujeito.
Agente que mata para assegurar a execução, ocultação ou impunidade de uma contravenção penal, não se amplia a qualificadora, o agente responde pelo homicídio qualificado por motivo torpe.
Feminicídio:
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino; 
 contra autoridade ou agente descrito nos art. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: violência doméstica e familiar; menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
São mortes intencionais e violentas de mulheres em decorrência de seu sexo;
Não são eventos isolados na vida das mulheres, porque são resultado das diferenças de poder entre homens e mulheres nos diferentes contextos socioeconômicos em que se apresentam e, ao mesmo tempo, condição para a manutenção dessas diferenças.
A distinção entre os femicídios e os crimes passionais e a demonstração de que as mortes de mulheres são diferentes das mortes que decorrem da criminalidade comum, em particular das mortes provocadas por gangues e quadrilhas.
Femicídios ou feminicídios devem ser distinguidos dos crimes de gênero que são praticados contra a mulher em ambientes privados, por abusadores conhecidos de suas vítimas. A exploração das causas e dos contextos em que são cometidos esses crimes e a identificação das relações de poder que levam ao seu acontecimento. Tipos - >
Femicídio íntimo: aqueles crimes cometidos por homens com os quais a vítima tem ou teve uma relação íntima, familiar, de convivência ou afins. Incluem os crimes cometidos por parceiros sexuais ou homens com quem tiveram outras relações interpessoais tais como maridos, companheiros, namorados, sejam em relações atuais ou passadas.
Femicídio não íntimo: são aqueles cometidos por homens com os quais a vítima não tinha relações íntimas, familiares ou de convivência, mas com os quais havia uma relação de confiança, hierarquia ou amizade, tais como amigos ou colegas de trabalho, trabalhadores da saúde, empregadores. Os crimes classificados nesse grupo podem ser desagregados em dois subgrupos, segundo tenha ocorrido a prática de violência sexual ou não.
Femicídios por conexão: são aqueles em que as mulheresforam assassinadas porque se encontravam na “linha de fogo” de um homem que tentava matar outra mulher, ou seja, são casos em que as mulheres adultas ou meninas tentam intervir para impedir a prática de um crime contra outra mulher e acabam morrendo. Independem do tipo de vínculo entre a vítima e o agressor, que podem inclusive ser desconhecidos.
Críticas: Com a lei do feminicídio sancionada em março de 2015, que torna o assassinato de mulheres um crime hediondo, surgiram algumas críticas em razão da lei privilegiar o sexo feminino. Agora, um homem que matar mulher por razões de gênero terá tratamento, em tese, mais drástico do que o dado à mulher que matar homem pelas mesmas razões. A aprovação da lei foi chamada de ação "populista e eleitoreira" por advogados, tendo em vista o fato de que o governo passa por um momento de crise atualmente.
Aumento de pena: a pena do femicídio é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado: durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou deficiente; na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
Competência para julgamento do homicídio doloso
Inciso XXXVIII do art. 5° da CF/1988, alínea d, o Tribunal do Júri é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida. Homicídio simples, privilegiado e qualificado. 
Latrocínio não é julgado pelo Tribunal do Júri (Súmula 603 do STF). Se o agente queria roubar e acabou matando a vítima, a finalidade era subtração. Crime contra o patrimônio. Se o agente queria matar para depois roubar, ai é homicídio doloso seguido de furto. 
Homicídio Culposo
Para se configurar o agente tenha deixado de observar seu dever de cuidado, e daí advier um resultado lesivo.
É fundamental a previsibilidade do agente, o fato se escapar a previsibilidade, o resultado não pode ser atribuído ao agente, sendo caso fortuito ou força maior.
Existe a previsibilidade quando o agente na situação que se encontrava, podia, pela experiência geral, prever como situação prevista como conseqüência de seu ato. 
A previsibilidade condiciona o dever de cuidado. Quem não prever não tem o dever de cuidado.
Previsibilidade objetiva: o agente, no caso concreto, deve ser substituído por um homem médio, prudência normal, se o resultado ainda persistir, sinal que escapou a previsão. 
Previsibilidade subjetiva: não existe substituição hipotética, não há troca pelo homem médio, para saber a previsibilidade do fato, aqui é levado em consideração as condições pessoais do agente, limitações e experiências daquela pessoa, afere-se a previsibilidade no caso concreto. O que era exigido daquele sujeito nas circunstancias.
Após a verificação das circunstancias que envolvem o agente e suas condições pessoais, chega a conclusão não era exigível outra conduta, embora o fato seja típico, não será culpável, não terá reprovação penal.
Homicídio culposo configura com a causa da morte diante da desobediência do dever de cuidado objetivo. O agente mediante negligencia, imprudência ou imperícia, causa um resultado previsto, mas não desejado.
Pena: detenção de um a três anos.
Aumento de pena:
§ 4° do art. 121: aumento de 1/3 da pena se o homicídio culposo quando o crime: resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício (o agente tendo conhecimentos técnicos de sua profissão, não os utiliza por leviandade, não agiu com habilidades necessárias, assim sendo maior o juízo de reprovação); se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante (o agente demonstra insensibilidade para com o sofrimento alheio, ele devia ter feito o possível para evitar o resultado mais gravoso, assim a negação do socorro demonstra a maior reprovabilidade).
Se outras pessoas já estiverem fazendo o socorro da vítima, não poderá ser aplicado o aumento de pena ao agente, o que se pretende com a majorante é não deixar a vítima ao desamparo. Se não houve recusa da parte do agente em levar efeito ao socorro que foi realizado por outros, não pode ser aplicado o aumento de pena.
Não se fala em omissão de socorro quando a vítima tiver morte instantânea. 
Aumenta-se a pena também quando o agente não procura diminuir as conseqüências de seu ato, não busca atenuar o dano ocasionado, p ex. não levar a vítima ao hospital.
No caso do agente que foge para evitar prisão em flagrante, deve ser destacado o fato de quando a vida do agente corre perigo de linchamento por exemplo, não pode exigir que permaneça no local dos fatos.
O CTB determina que ao condutor de veículo, nos casos de acidente de transito de que resulta vitima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro à vítima, se o motorista ali permanecer não será levado preso. Por analogia também devemos afastar, nessas situações, a prisão em flagrante do delito para o homicídio culposo. 
Homicídio doloso: se o crime é cometido contra pessoa menor de 14 anos ou maior de sessenta anos. Podem ser aplicados em todas as modalidades de homicídio, simples, privilegiado e qualificado, sendo demonstrada a idade das vítimas por documento hábil. 
§6° do art. 121: a pena é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
Perdão Judicial
Não se dirige a toda e qualquer infração penal, mas só aquelas previstas em lei.
O STJ na Súmula 18, afirma que a sentença concessiva de perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
A forma prevista na lei deixa dúvida se ele é uma faculdade do juiz ou um direito subjetivo do agente. O §5° do art. 121 diz: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Pode ser interpretado de dois modos, como um direito subjetivo do acusado ou como uma faculdade do juiz. O que dependerá das pessoas envolvidas. Quando o crime for cometido por ascendente, descendente, cônjuge, companheiro, irmão, o perdão judicial deve ser um direito subjetivo do agente, nesses casos a própria infração penal atinge o agente de forma tão grave que a sanção penal será desnecessária. Deverá se verificar aplicação do perdão judicial caso a caso.
Pena, Ação Penal e Suspensão Condicional do Processo
Homicídio simples: pena de reclusão de 6 a 20 anos.
Qualificado: reclusão de 12 a 30 anos.
Culposo: detenção de 1 a 3 anos.
Seja Homicídio doloso ou culposo é ação penal de iniciativa incondicionada.
A suspensão condicional: nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidos ou não por lei, o MP, ao oferecer denúncia poderá propor a suspensão do processo, por dois a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos a suspensão condicional. É uma medida de natureza despersonalizadora, tem finalidade de evitar, presentes requisitos, em infrações penais cuja a pena mínima for igual ou inferior a um ano. O MP formula proposta ao réu, visando obter dele determinados comportamentos positivos ou negativos ao logo de um tempo preciso, para se ver declarada a extinção da punibilidade. Para essa extinção se concretize é necessário que o acusado, aceite a proposta e o juiz a homologue. O acordo só será válido depois de recebida a denúncia, com a constatação da existência de justa causa para a ação penal. Só é cabível para determinado grupo de infrações penais. 
A pena mínima cominada ao homicídio culposo não é superior a 1 ano, assim, é possível a proposta de suspensão condicional do processo pelo MP. 
Exceção: Súmula 243 do STF: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada,seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (1) ano; Súmula 723: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
Homicídio simples considerado como hediondo: 
Quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, mesmo cometido por uma só pessoa. (art. 1°, I, da Lei 8.072/90. Considerado também pela jurisprudência como crime cometido por motivo torpe, razão pela qual se torna impossível a ocorrência de homicídio simples com essa motivação. 
É sustentável a hipótese de homicídio qualificado privilegiado?
Impossibilidade de um homicídio qualificado privilegiado, pois as qualificadoras são de natureza objetiva , é inviável uma qualificadora de natureza subjetiva, com o chamado privilégio, visto serem incompatíveis, a exemplo do agente que mata seu desafeto por motivo fútil ao mesmo de relevante valor moral, são situações excludentes entre si.
O homicídio por ser qualificado, deverá assim ser reconhecido para momento posterior o privilégio, não podendo ser reconhecidos ao mesmo tempo. Mas tecnicamente se chama homicídio qualificado privilegiado e não privilegiado qualificado.
Julgamento pelo júri sem a presença do réu 
Não mais se exige a presença do réu em plenário do júri para realizar o julgamento.
Art. 457 do CPP: Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor.
Essa regra não absoluta: em situações que o juiz pode obrigar a presença do réu solto no plenário contra sua vontade, sendo levado coercitivamente, quando há a necessidade reconhecimento pessoal do acusado, especialmente quando há dúvidas quanto a autoria delitiva. Os jurados ficarão impossibilitados de conhecer a verdade dos fatos. 
No caso de réu preso, a regra é de comparecimento, devendo a autoridade providenciar a apresentação, senão for conduzido será adiado o julgamento para o primeiro dia desimpedido. Pode haver pedido de dispensa da presença do acusado, assinado por ele e pelo advogado.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Não se pune quem tentou contra a própria vida e escapou da morte, mas só aquele que o induziu, instigou ou auxiliou materialmente para o fim. O direito penal só proíbe comportamentos realizados fora do âmbito do próprio agente, vindo a atingir bens jurídicos de terceiros. 
Fundamentos para não punir o suicídio: falta de lógica da punição, tirar a própria vida enquanto em liberdade imagina quando estiver preso no cárcere, e eliminar a própria vida não se amolda nas exigências do principio da lesividade. 
Suicídio é a autodestruição da vida pelo próprio detentor do bem jurídico indisponível. 
Classificação doutrinária: 
Crime comum, simples, de forma livre, doloso (não tem modalidade culposa), comissivo (também tendo a modalidade de omissão própria), de dano, material, instantâneo de efeitos permanentes, não transeunte, monossubjetivo, plurissubsistente, de conteúdo variado (crimes de ação múltipla, podendo o agente levar efeito os vários comportamentos previstos no tipo, induzir, instigar e auxiliar, devendo responder por uma infração penal).
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo qualquer pessoa. Desde que a vítima tenha capacidade de induzimento, autodeterminação, pois o caso contrário, estaremos diante do delito de homicídio. Assim aquele que induz um doente mental a se matar, ele não responde pelo delito do art. 122 e sim de homicídio. Do mesmo jeito acontece com alguém hipnotizada. Este agente que auxilia, induz ou instiga alguém que não tem discernimento será autor mediato do delito de homicídio. A vítima aqui é um meio, um instrumento contra si próprio.
A vítima deve, efetivamente, querer se matar e sua vontade não pode está viciada. 
Participação moral e participação material.
São meios de execução da infração penal.
Participação moral: em induzimento ou instigação do suicídio. Induzir fazer nascer a idéia do suicídio na vitima. Instigar, a idéia de suicídio já existia na vítima, e o agente a reforça e estimula. 
Participação material: o agente auxilia materialmente a vitima a conseguir o seu intento, fornecendo instrumento para a autoexecução. 
Mas pode ser um crime de conteúdo múltiplo, o agente faz nascer a idéia suicida na vitima, depois a instiga e também auxilia materialmente, só responde por um único delito.
Objeto material: a pessoa contra quem é dirigida a conduta o agente, a vítima. 
Bem juridicamente protegido: a vida.
Elemento subjetivo: 
Esse delito só pode ser praticado dolosamente, dolo direto ou eventual. Afasta-se a modalidade culposa.
O agente dirige finalisticamente seu ato no sentido de criar a idéia suicida na vítima, ou estimulando-a ou auxiliando-a materialmente para esse fim. 
A conduta do agente deve ter influencia direta na vontade da vítima suicidar-se.
Modalidades comissiva e omissiva 
O agente pratica algum comportamento dirigido a influenciar diretamente o animo da vitima para praticar o suicídio.
A única omissão cabível neste tipo penal é a omissão imprópria, a qual o agente goza do status de garantidor, de cuidado. O agente no status de garantidor, não será a vontade expressa da vítima em se matar que afastará a responsabilidade penal do agente, e se no caso, podia agir para evitar o resultado. Devendo agir e na hora encontrava-se impossibilitado fisicamente será eliminada a sua responsabilidade penal. 
A maior parte da doutrina entende ser admissível a prestação de auxílio por omissão, desde o agente seja garantidor, quando ele podia agir para evitar o resultado. Pode acontecer que com sua omissão dolosa contribuiu para a ocorrência do resultado morte da vítima. 
Consumação e tentativa
Pena de reclusão de 2 a 6 anos se o suicídio se consuma, e de reclusão de 1 a 3 anos se da tentativa resultar em lesão corporal de natureza grave.
Se da tentativa de suicídio não resultar em qualquer dano a saúde da vítima, ou resultar em lesão corporal leve, o agente não será responsabilizado penalmente, afasta a tipicidade do crime.
Aqui existe a tentativa de suicídio praticada pela vítima e não a tentativa da infração penal, pois não se lhe reduzirá a pena constante do art. 14 do CP.
Causas de aumento de pena
A pena será duplicada se: o crime é praticado por motivo egoístico; ou se a vítima é menor ou tem diminuída, a sua capacidade de resistência. 
São majorantes e não qualificadoras.
Será aplicado no terceiro momento da aplicação da pena, ai sendo considerada a duplicação nessa fase.
Motivo egoístico: motivo mesquinho, torpe. Irmão que convence o outro irmão se matar para herdar a herança sozinho. 
Vítima menor: aquele ainda não completado os 18 anos e maior de 14 anos. Caso não tenha completado os 14 anos, a presunção será incapacidade de discernimento da vítima, a qual o agente responderá pelo delito de homicídio, afastando a tipicidade do art. 122.
A vítima tem diminuída sua capacidade de resistência. Falaaqui da diminuição de capacidade de resistência e não de eliminação, se a vítima tiver sua capacidade de resistência eliminada, o delito será de homicídio. Se a capacidade for diminuída será tipificado no art. 122.
Ação penal e suspensão condicional do processo. 
A ação penal é de iniciativa incondicionada.
Havendo a lesão corporal de natureza grave, permite-se pela lei 9.009/95, art. 89, que seja proposta pelo MP a suspensão condicional do processo, sendo afastada essa proposta quando acontece o tipo penal em virtude de motivo egoístico, a vitima é menor ou tem sua capacidade de discernimento diminuída. 
Caso de testemunhas de Jeová
No caso de imprescindível transfusão de sangue, a vítima maior e capaz, a negativa por esta de transfusão de sangue em caso de máxima urgência, ocorrendo risco de morte, tal comportamento será encarado como tentativa de suicídio, podendo o médico intervir sem seu consentimento. No caso de pais que tem a função de garantidores, na recusa na transfusão, e sendo o filho de menor, responderão pelo delito de homicídio, pela omissão imprópria. Assim, como o médico também, se aceitar a recusa pela transfusão de sangue pela vítima. 
Julgamento do Tribunal do Júri sem a presença do réu
Mesmo caso abordado em homicídio. Art. 457 do CPP
INFANTICÍDIO
Art. 123. Matar, sob a influencia do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de 2 a 6 anos.
Modalidade especial de homicídio cometido levando em considerações condições particulares do sujeito ativo, que atua sob influencia de estado puerperal, em certo espaço de tempo, o delito deve ser praticado durante ou após o parto. 
Características: delito cometido sob influencia de estado puerperal; tenha como objeto do crime o próprio filho da parturiente; seja cometido durante o parto ou logo após. 
Crime cometido pela mãe do nascente ou nascituro. Disposição legal reconhecer a semi-imputabilidade temporária da mãe, durante o puerpério, evitando punição demasiada.
Classificação doutrinária. 
Crime próprio (somente pode ser cometido pela mãe influenciada pelo estado puerperal); simples; de forma livre; doloso; comissivo ou omissivo impróprio (sujeito goza de status de garantidor); de dano; material; plurissubsistente; monossubjetivo; nao transeunte; instantâneo de efeitos permanentes.
Sob a influência do estado puerperal
Estado puerperal: aquele que se desenvolve após o parto, incluindo aqui o parto e o sobreparto. São abalos psicológicos que a mãe sofre que influenciam na decisão de causar a morte do próprio filho.
O código penal requer de forma clara que a agente esteja sob influencia do estado puerperal para praticar o delito.
A parturiente que matar seu próprio filho, exceto nem que seja com grau mínimo de influencia de estado puerperal, aquela que não estiver na influencia de estado puerperal responderá pelo delito de homicídio. 
Também se a mãe totalmente perturbada psicologicamente e pela intensidade de seu estado puerperal no nível máximo, matar seu filho logo após o parto, será considerada inimputável, afastando a culpabilidade e a infração penal. A gente atuou sem qualquer sentido de autodeterminação. 
Aquela que atua influenciada pelo estado puerperal em nível médio, será responsabilizada pelo infanticídio. 
Sujeito Ativo: A mãe do parturiente, sob o estado puerperal.
Sujeito Passivo: o nascente ou neonato. 
Admite duas espécies de concurso de pessoas: a coautoria e a participação. Quando estes auxiliam a mãe a matar a criança, atrelados a normas do art. 30, de que o concurso se aplica ao crime efetivamente praticado. 
Limite temporal:
Durante o parto: momento em que deixa de ser aborto e passa a ser infanticídio. Marco inicial é o início do parto, que se dá com as primeiras contrações uterinas e a dilatação do colo do útero com o rompimento da membrana amniotica,, esse é o início do parto normal. Em parto cesariana é levado a efeito as primeiras incisões nas camadas abdominais. 
Logo após implica uma realização imediata, se a parturiente ingressar no estado de inquietação não mais se tipifica o infanticídio. 
Devemos levar a efeito, o princípio da razoabilidade para apontar o período do estado puerperal. A medicina aponta o período de seis a oito semanas, estado normal do puerpério. 
Deve ter reconhecimento de prova pericial, avaliado por profissionalda psiquiatria para que fique evidenciado no tempo da ação ou omissão que a mãe estava influenciada pelo estado puerperal e que esta alteração a influenciou na pratica do crime, se caso contrario não estiver influenciada por este estado, será responsabilizada pelo art. 121. 
Elemento Subjetivo
Só pode ser cometido de forma dolosa, dolo direto ou eventual. 
A parturiente deverá agir, sob influencia do estado puerperal, finalisticamente no sentido de produzir a morte de seu filho, com vontade livre e consciente.
Se o neonato ou nascente morrer decorrente da inobservância do dever de cuidado da parturiente, deverá ser responsabilizada pelo delito de homicídio culposo. 
Consumação e tentativa
Como crime material, o infanticídio se consuma com a morte do nascente ou do neonato. Prescindível prova pericial para verificar se nos atos da execução estava vivo o objeto material, caso contrário, será um crime impossível. 
O iter criminis pode ser fracionado, e a mãe estado influenciada sob estado puerperal agiu finalisticamente para causar a morte de seu filho, só não produzindo o resultado por circunstancias alheias à sua vontade, daí a possibilidade da sua forma tentada. 
Modalidades comissiva e omissiva
O núcleo do tipo é o verbo matar que pressupõe um ato comissivo para o resultado morte. 
Embora não prevista na lei a modalidade omissiva, a parturiente na condição de garantidora, pode sob influencia do estado puerperal causar a morte de seu próprio filho deixando de fazer o que é necessário para a sobrevivência dele, p. ex. deixando de alimentar seu filho, sendo considerado omissão imprópria. 
Objeto Material e bem juridicamente protegido.
Bem juridicamente protegido: a vida do nascente ou neonato.
Objeto material: nascente ou neonato.
Prova da Vida:
Para que a parturiente responda pelo delito de infanticídio é necessário a prova de que o nascente ou neonato esteja vivo na hora do ato executivo. 
Duas provas dizem respeito ao nascente: tumor do parto, momento das primeiras compressões do feto no organismo genital da parturiente, aqui a prova é que deve haver circulação sanguinea no organismo fetal. Ou a reação fetal, e na hora do nascimento o feto estava vivo, haverá o exame do cadáver do feto, para analisar as reações vitais pelas técnicas usuais. 
Quanto as provas a respeito do neonato: procuram ver se houve respiração, sendo chamada de docimasias respiratórias. As diretas seriam a) radiografica; ti) diafragmatica; c) visual; d) hidrostatica; e e) epimicroscopia.
As provas indiretas sao duas: gastrointestinal e auricular.
Quando qualquer desses exame não puder ser feito, embora exija-se a prova pericial, sua ausência não implica a descaracterização do delito de infanticídio. Nesses casos pode-se socorrer a prova testemunhal conforme o art. 167 do CPP.
Pena e Ação Penal:
Como a pena é de detenção de 2 a 6 anos, é incabível a proposta de suspensão do processo.
O crime é de iniciativa pública incondicionada.
Erro sobre pessoa do art. 20 aplicado ao infanticídio
A mãe sai sob influencia de estado puerperal vai até o berçário e pensando que irá matar seu próprio filho, acaba matando o filho de outra pessoa pensando ser seu. Sobre a regra do artigo 20, a parturiente responderá pelo crime de infanticídio, pois seu dolo era dirigido a ceifar a vida de seu próprio filho.
Concurso de pessoas no infanticídio:
O terceiro que acompanha a parturiente e concorre para a morte do neonato ou nascente, deve ser conhecedor da influencia do estado puerperal da mãe, assim responderá como partícipe do delito de infanticídio. Caso contrario o terceiro que concorreu ao crime, não tinha conhecimento da influencia doestado puerperal da mãe, ele responderá com o delito de homicídio. 
Hipóteses: parturiente e terceiros ambos praticam a conduta do art. 123 para causar a morte do recém nascido; somente a parturiente executa a conduta com participação de terceiro; o terceiro executa a conduta com a participação da parturiente. 
De acordo com o art. 29 e 30, quem de qlqr modo concorre para o crime incide nas penas cominadas de acordo com sua culpabilidade, e no art. 30 diz, não se comunicam as circunstancias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
A influencia do estado puerperal não é considerada mera circunstancia, mas, sim, elementar do tipo do art. 123, que tem vida autonoma comparativamente ao delito do art. 121.
Se o infanticídio fosse previsto como um parágrafo do art. 121, seria considerado circunstancias e não comunicaria aos coparticipantes. Mas como é tipo penal autônomo, aquele que junto com a parturiente produzir a morte do recém nascido ou do nascente, sabendo o terceiro que a mãe está sob influencia de estado puerperal deverão ser beneficiados pelos infanticídio. 
ABORTO
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 . Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusao, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Paragrafo unico . Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante nao e maior de 1 4 (quatorze) anos, ou e alienada ou debil mental, ou se o consentimento e obtido mediante fraude, grave ameaça ou violencia.
Forma Qualificada: art. 127: As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Classificação doutrinária:
Crime de mão própria (quando realizado pela gestante – autoaborto); comum (nas demais hipóteses pelo sujeito ativo); quanto ao sujeito passivo, é crime próprio, pois somente o feto e a mulher grávida figuram como crime próprio; comissivo ou omissivo (omissão imprópria); doloso; de dano; material; instantâneo de efeitos permanentes (caso consuma o aborto); não transeunte; monossubjetivo; plurissubsistente; de forma livre.
Início e término da proteção pelo tipo penal do aborto.
Para fins penais a proteção do tipo penal, a vida aqui só tem relevância a partir da nidação, implantação do óvulo já fecundado no útero materno, 14 dias de gestação.
Aborto é a interrupção do período de gravidez que se segue a nidação até o início do parto. É a extinção da expectativa de vida do nascituro, deve ser praticado contra o feto antes do parto. Interrupção violenta do processo biológico de maturação do feto. O direito penal pune somente o abortamento do embrião e feto.
Espécies de aborto:
Natural ou espontâneo: próprio organismo materno expulsa o produto da concepção.
Provocado (dolosa ou culposamente): as dolosas são: arts. 124, 125, 126. A forma culposa não foi prevista no tipo penal, se houver situação da expulsão do feto de forma culposa será um indiferente penal (conhecida também como acidental), assim como se dá por caso fortuito ou força maior.
Legal: terapêutico, necessário, para evitar riscos a saúde e vida da gestante, se inclui também o aborto sentimental. (estupro).
Eugênico: situação de grave risco para o feto, razoes de doença ou má formação do embrião que impossibilite o nascimento com vida.
Social: decorrente de necessidade econômica ou por não aceitação social.
Aborto criminoso: não permitido por lei.
Sujeito ativo e sujeito passivo
art. 124: aborto provocado pela gestante ou provocado com seu consentimento. No autoaborto é um crime de mão própria, a gestante é o sujeito ativo, sujeito passivo é o produto é o embrião ou feto. 
No art. 125. Aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante; qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo, e o sujeito passivo é o embrião ou feto, e secundariamente a gestante (dupla subjetividade passiva). 
Art. 126. Aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante. Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo, e quanto ao passivo somente o feto ou embrião, a gestante não pois ela permitiu que o façam. Mas se do aborto resultar graves lesões ou até a morte da gestante, ela figura como sujeito passivo secundariamente. 
Bem juridicamente protegido
É a vida humana em desenvolvimento. Tutela-se secundariamente a vida e a incolumidade física e psíquica da mulher grávida. E a liberdade ou a integridade física da gestante só protegida secundariamente quando o aborto não é consentido. 
Objeto material: o embrião ou feto.
Elemento subjetivo:
Somente podem ser praticados com dolo, direto ou eventual.
Exemplo: alguém bate em uma mulher querendo causar lesão na gestante, e esta vier a abortar pela lesão, o agente será responsabilizado pela lesão corporal qualificada pelo resultado aborto, pois era previsível que batendo na gestante ela viesse a abortar. 
Quando o agente atua com dolo dirigido a produzir o aborto sem consentimento da gestante, responderá por aborto.
No caso de dolo eventual, o agente agrediu a mulher que sabia que estava grávida, e não se importou que viesse a abortar, como aconteceu, nesse caso responderá por concurso formal impróprio, por lesões corporais e pelo aborto, pois agia com desígnios autônomos, cumulo material de penas. 
Consumação e tentativa:
Como crime material, o delito se consuma com a morte do feto ou embrião. Não há necessidade de expulsão do produto. 
Deve ser provado que o feto estava vivo no momento da ação ou omissão do agente. Já estando morto será crime impossível. No caso de gravidez extrauterina não é considerado delito de aborto, produto patológico. 
Não exige a doutrina para que seja aborto, o feto seja viável com capacidade de desenvolvimento. 
Pode fracionar o iter criminis, admite a forma tentada. Agente deu início aos atos de execução e por circunstancias alheias a sua vontade não conseguiu consumar o delito, responde pelo aborto tentado. Ou tendo feito os atos de execução, expulsão do feto e mesmo assim ele sobrevive, será aborto tentado.
Modalidades comissiva e omissiva
Condutas do art. 124, 125 e 126 são comissivas.
Prática do crime por omissão imprópria, o agente goza do status de garantidor. A gestante percebe que pode está sofrendo aborto e não faz nada para poder evitar, e almejando o aborto não faz nada, não vai um hospital para ser medicada. O médico também pode ser garantidor, percebe uma gestante com muitas dores e sangramento, negligencia o atendimento, fazendo que o aborto aconteça. 
Causas de aumento de pena
Há erro na rubrica do art. 127, não existe forma qualificada e sim causas especiais de aumento de pena ou majorantes. 
No terceiro momento da aplicação da pena, são verificadas as lesões corporais graves ou morte da gestante, para aumentar em um terço ou duplicar em caso de morte. 
Só incide nas hipóteses do art. 125 e 127, no art. 124 a autolesão de natureza grave não se aplica o aumento de pena. 
Os resultados de lesão corporal grave e morte só podem ser produzidas se culposamente, como crime preterdoloso, o dolo era só de agir para com o aborto. Mas se o agente queria realizar o aborto e assim com dolo de produzir a lesão ou a morte, responderá pelos dois delitos, aborto + lesão corporal grave ou homicídio, concurso formal impróprio. 
Prova da vida
Crime de deixa vestígios, quando acontece é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não pode suprir com confissãodo acusado. Mas pelo art. 167 do CPP, não sendo possível o exame, por desaparecer os vestígios, a prova testemunhal suprirá. 
Meios de realização do aborto
Pode ser feito por diversos meios: químicos, orgânicos, físicos ou psíquicos.
Pena, Ação penal e suspensão condicional do processo
A pena do art. 124 é cominada de detenção de 1 a 3 anos. Casos do art. 125, pena de reclusão de 3 a 10 anos; e art. 126, pena de reclusão de 1 a 4 anos. 
Nos casos do art. 124 e 126 e virtude da pena mínima cominada poderá ser proposta a suspensão condicional do processo. 
A ação pena é de iniciativa pública incondicionada. 
Aborto legal: 
Art. 128 prevê modalidades de aborto legal, realizado com autorização legal penal. O aborto terapêutico (curativo) ou profilático (preventivo), inciso I; e o aborto sentimental, humanitário ou ético, inciso II.
O aborto terapêutico ou profilático considera-se como causa de justificação, corresponde ao estado de necessidade. A lei penal escolheu salvar a vida da gestante ao invés da vida do feto. Confronto de bens protegidos pela lei penal, diante do estado de necessidade. 
Aborto resultante de estupro não será considerado antijurídico, é fato típico mas penalmente licito, afasta a antijuridicidade da ação. Aqui não podemos falar em estado de necessidade, pois no confronto de bens jurídicos, a vida do feto e a honra da mulher, não tinha como se escolher a honra da mulher em detrimento da vida do feto, o bem da vida é superior ao da honra. Aqui amolda-se em sede de ilicitude, na culpabilidade, afastando a reprovabilidade da conduta do aborto. O fato aqui será típico, ilícito mas não culpável. 
Não é punível o aborto realizado por médico nas duas situações, mas se acontece na situação a qual a presença de um médico é muito difícil e a vida da gestante corre risco de vida, há a possibilidade de analogia in bonam partem, a qual uma parteira poderá fazer o procedimento. No caso de aborto em gestação originada por estupro só o médico pode provocar o aborto, e que ele tenha elementos seguros da existência do estupro, e que a gestante a consinta por escrito, não importando a incapacidade da gestante. 
Gestante que perde o filho em acidente de transito: não deverá ser responsabilizada por não haver na lei previsão da modalidade culposa.
Morte de fetos gêmeos: aplica-se concurso formal impróprio de crimes, haja vista uma única conduta mas foi produzido dois resultados que faziam parte do dolo, com desígnios autônomos, somada a pena de dois abortos. Mas se não conhecia a gravidez gemelar não responderá pelos dois resultados e sim por um único aborto. 
Gestante que tenta o suicídio: almejando eliminar sua própria vida, produziria em conseqüência a morte do feto, mas se ela sobreviver e não ocorrendo a morte do feto, responde pela tentativa de aborto, e se houver a morte do feto, responde pelo aborto consumado. 
Desistencia voluntaria e arrependimento eficaz: no crime de autoaborto, a gestante quando iniciado os atos executivos, desiste, sendo atípicos os atos por ela realizados. Ou se ela faz os atos executivos e logo após se arrepende e procura neutralizar os atos realizados. Se nas duas hipóteses não acontecer a morte do feto não será responsabilizada por delito nenhum. No caso de terceiro com consentimento da gestante dps de iniciado os atos de execução se arrepende ou desiste, impedindo o resultado, não será responsabilizado por qlqr crime se os atos praticados resultou em lesão corporal leve, sendo afastado com o consentimento do ofendido. No caso de terceiro sem consentimento da gestante, se ocorre a desistência ou arrependimento, responderá pelos atos já praticados, e se produziu lesões corporais graves ou morte, responderá pelo aborto. 
Ordem judicial
Em caso de aborto legal, a decisão se faz ou não o aborto será do médico. No caso de a vida da gestante corre risco de vida, o medico pratica o aborto documentado pelos prontuários, exames. No caso de gravidez de estupro, não exigida uma autorização judicial, nem que a gestante tenha feito representação da ação penal, ou MP oferecido denuncia, mas somente a palavra da gestante não é válida para autorizar o aborto legal. Um simples BO, um exame de corpo de delito ou uma inicial da ação penal autorizam o médico a decidir pelo aborto humanitário. Se comprovada a falsidade das declarações, a gestante terá que responder pelo crime de aborto, e ao medico a exclusão da culpabilidade correspondente ao erro de proibição indireto. 
Concurso de crimes no delito de aborto
Se a gestante induzida por seu namorado praticar aborto e vier a ocorrer, ele será participe no crime do art. 124. O induzimento também é considerado partícipe. Mas no caso aquele que é participe no art. 124, se por acaso vier ocorrer lesões corporais graves ou morte, o agente que induziu não responde pela participação com sua pena agravada, pois a majorante se dá com os dois artigos 125 e 126.
Gestante que morre ao realizar aborto e o feto sobrevive: será uma tentativa de aborto, sendo agravada pela morte da gestante.

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