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história da educação da antiguidade de Mario Mamacorda

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Caderno de Resumos - Comunicações Coordenadas 
 118 
Sessão Coordenada - 32 
 
O LIVRO "HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS 
DIAS", DE MARIO ALIGHIERO MANACORDA: DIFUSÃO E INFLUÊNCIAS 
NO CAMPO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
 
Coordenadora: GESTINE CÁSSIA TRINDADE 
Eixo Temático: 8 - Impressos, Intelectuais e História da Educação 
 
 
Este trabalho investigativo situa-se no campo da História da Educação e da temática "Intelectuais e História da 
Educação". Reúne quatro professores-pesquisadores de universidades públicas federais de diferentes regiões do 
Brasil – Sul, Sudeste, Norte e Nordeste – interessados em discutir como tem se constituído a difusão do livro 
"História da educação: da antiguidade aos nossos dias", do historiador da educação Mario Alighiero Manacorda 
(Itália, 1914–2013), entre os professores brasileiros. Na Itália, o livro foi publicado em 1983. No Brasil, sua 
primeira edição data 1988. Hoje, o livro tem 31 anos de existência na Itália e 26 anos de circulação no Brasil, 
estando aqui na 14ª edição. O objetivo geral da pesquisa é dimensionar a perspectiva marxista no campo da 
História da Educação por meio da análise da propagação e da influência deste livro na formação de professores e 
no pensamento pedagógico brasileiro nas últimas três décadas. Para tanto, os pesquisadores delinearam como 
fontes de estudo os planos de ensino dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades públicas 
federais, os acervos das respectivas bibliotecas, as dissertações e teses produzidas pelos programas de pós-
graduação e os depoimentos escritos de professores que se utilizam desse livro. O primeiro pesquisador conta a 
história do livro na Itália e no Brasil, esclarece as intenções do autor e do responsável pela tradução no Brasil, 
registra as diversas edições e analisa o valor cultural da obra para a história da educação em geral. O segundo 
pesquisador avalia a presença do livro nos planos de ensino da disciplina de História da Educação dos cursos de 
formação de professores, em particular do Curso de Pedagogia. O terceiro pesquisador aborda o livro nos planos 
de ensino das disciplinas de História da Educação e Educação Brasileira dos Programas de Pós-Graduação em 
Educação. Ambos os trabalhos – segundo e terceiro – estão acrescidos por um diagnóstico do número de 
exemplares do livro nos acervos das bibliotecas, bem como por alguns depoimentos escritos de professores que 
orientam o trabalho pedagógico pela epistemologia marxista de Manacorda. E o quarto pesquisador enfatiza o 
exame do livro nas dissertações e teses elaboradas nos Programas de Pós-Graduação em Educação nas 
universidades públicas federais das regiões Nordeste e Sudeste, no período de 2009 a 2012. Trata-se, por fim, de 
uma pesquisa de caráter colaborativo, referendada na premissa gramsciana de que uma ação coordenada, no 
caso específico, a ampla socialização do livro "História da educação: da antiguidade aos nossos dias" na formação 
de professores, contribuiu, de algum modo, para significar a crítica e o avanço do pensamento pedagógico no 
limiar das últimas três décadas. 
 
 
O LIVRO "HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS DIAS" DE M. A. MANACORDA NA 
ITÁLIA E NO BRASIL 
 
Paolo Nosella 
 
Em 1987, o Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar organizou o Seminário Comemorativo dos 10 
anos de sua criação. Para proferir a palestra de abertura, foi convidado o historiador Mario Alighieiro Manacorda 
que dissertou sobre: “O humanismo de Marx e o industrialismo de Gramsci”. Na oportunidade, o ilustre visitante 
realizou um ciclo de palestras em várias universidades brasileiras, onde participou de debates, deu entrevistas e 
estabeleceu contatos. Tudo isso motivou traduções e publicações para o mercado brasileiro de algumas de suas 
obras. A mais importante foi: “História da Educação: da antiguidade aos nossos dias”, 1ª edição, Cortez Editora, 
São Paulo, 1988. A primeira edição italiana saíra no ano de 1983, resultado de doze transmissões radiofônicas, 
realizadas pela ERI (Radiotelevisão Italiana), no final do ano de 1980. Portanto, a obra tem hoje 31 anos de 
existência na Itália e 26 no mercado brasileiro. Aqui está na 14ª edição (sem contar inúmeras reimpressões). Sua 
Editora, em 2010, selecionou algumas publicações mais bem sucedidas para colocá-las à disposição do público, 
em novo formato. Este livro foi um dos escolhidos. Todo campo científico nacional, de qualquer área, é 
influenciado por atores, instituições, informações e produtos culturais internacionais. No Brasil, sempre houve 
cientistas realizando cursos e estágios no exterior, estabelecendo relações de trabalho, trazendo para cá 
visitantes especialistas cujas publicações aqui são traduzidas e difundidas. Com Mario Alighiero Manacorda e sua 
obra não foi diferente. Seu livro "História da Educação" é hoje bastante conhecido entre nós, sobretudo entre 
estudantes de história da pedagogia. Pequena, mas significativa prova disso, está a carta que uma professora de 
VIII Congresso Brasileiro de História da Educação 
 119 
História da Educação enviou, em 2006, ao autor: “Sou professora da UFSCar onde, há 13 anos, ensino com o seu 
livro “História da Educação: da antiguidade aos nossos dias” e me sinto muito gratificada quando, no 
encerramento das aulas, na ocasião da confraternização que costumo realizar com meus alunos, ouço deles: 
“vamos sentir saudades de Manacorda” (BITTAR, 2006). É natural se perguntar: qual a razão dessa notável 
circulação entre historiadores e educadores brasileiros? Que influência teve no campo da história da educação? 
Em síntese: o valor principal do livro é apresentar um esplêndido panorama da história da educação ao longo dos 
séculos com base não apenas em fontes produzidas por profissionais da pedagogia, mas, sobretudo, em 
documentos extraídos dos clássicos da literatura, da poesia e das artes em geral, ou seja, não é um texto 
corporativo que conta a história da educação partindo só de fontes relacionadas com o interior da instituição 
escolar; é um livro que fala de educação mas se relaciona com o crescimento geral da sociedade nos aspectos 
culturais, da vida cotidiana e do trabalho. 
 
 
MANACORDA E A EPISTEMOLOGIA MARXISTA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: LIMITES E 
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS 
 
Marco Antônio de Oliveira Gomes 
 
Este trabalho parte do princípio que a disciplina de História da Educação possibilita o entendimento amplo do 
processo educativo e escolar por meio do qual o homem se produz. A compreensão da historicidade do processo 
educativo permite problematizar os objetivos da educação nos diferentes momentos históricos. No entanto, em 
oposição a perspectiva de uma história totalizante, verificou-se no decorrer do último quartel do século XX, 
especialmente com a crise do socialismo real, o fortalecimento do discurso pós-moderno na produção do 
conhecimento. Sinteticamente é possível afirmar que o pós-modernismo no campo da história privilegia como 
objeto de estudo as mentalidades, a vida cotidiana, das mulheres, gays, etc. Os desdobramentos da perspectiva 
pós-moderna implicam na rejeição das concepções de racionalidade, igualdade e da perspectiva marxista de 
emancipação. Movimento análogo foi verificado também no campo da história da educação que abdicou do 
propósito de explicar a totalidade dos fenômenos sociais, restringindo-se ao singular dos objetos estudados. 
Neste contexto, o trabalho busca analisar a importância da literatura marxista, e mais especificamente da obra 
"História da Educação: da antiguidade aos nossos dias" de Manacorda, nos planos de ensino da disciplina de 
História da Educação dos cursos de Pedagogia nas universidades federais do Brasil atual. Sua obra é uma leitura 
obrigatória nos cursos de formação de professores? Mesmo difundida em diferentes regiões do país nos cursosde pedagogia, pode-se afirmar que nem sempre foi devidamente compreendida. Em “História da Educação: da 
antiguidade aos nossos dias”, Manacorda apresenta uma percepção ampla de fonte histórica o que leva ao leitor 
descobrir por meio da produção da existência pelos homens o aspecto educativo. Trata-se de um trabalho de 
síntese de cultura geral, que não aborda a questão pedagógica por meio apenas dos documentos produzidos 
pelos educadores, mas também por outros gêneros de literatura e com a utilização de fontes pouco 
convencionais ao universo de autores marxistas. No entanto, Manacorda não rompe com os pressupostos do 
pensamento marxiano. A pertinência das fontes empregadas pelo autor permite a compreensão do cotidiano 
sem resvalar no em aspectos fragmentários, mas como parte constituinte de uma totalidade. O zelo no trato com 
as fontes e a leitura dos clássicos materializa-se em um livro que abrange um conhecimento necessário à 
formação dos futuros professores e daqueles que trabalham com a história da educação. Para realização do 
trabalho foram analisados os documentos atinentes ao Projeto Pedagógico dos diferentes cursos e a bibliografia 
das disciplinas de História da Educação ofertadas nas instituições. Tendo como princípio norteador o referencial 
teórico marxista foram utilizados os seguintes autores: Al 
 
 
O LIVRO "HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS DIAS", DE MARIO ALIGHIERO 
MANACORDA NAS BIBLIOTECAS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS E NA PÓS-GRADUAÇÃO EM 
EDUCAÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
 
Gestine Cássia Trindade 
 
Mundialmente, o historiador da educação Mario Alighiero Manacorda (Itália, 1914-2013) é reconhecido como um 
dos mais empenhados intelectuais a disseminar o debate da relação entre trabalho e educação no pensamento 
pedagógico no transcurso do século XX para o século XXI. Para ele, o trabalho é a atividade vital do homem e o 
princípio pedagógico das sociedades industriais desde a modernidade (MANACORDA, 1988). Sua premissa 
fundamenta-se no estudo filológico rigoroso das obras de Karl Marx (1818-1883) e Antonio Gramsci (1891-1937). 
A perspectiva marxista assumida por Manacorda explicita a necessidade de superação da dicotomia pedagógica 
na formação humana, ou seja, decidir se as novas gerações serão rousseaunianamente deixadas ao 
Caderno de Resumos - Comunicações Coordenadas 
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espontaneismo do próprio desenvolvimento, em aparente liberdade, ou se serão direcionadas a adequarem-se 
ao movimento característico de sua época (MANACORDA, 1997). No ano de 1987, a Pós-Graduação em 
Educação, por meio do Programa da UFSCar, trouxe Manacorda ao Brasil. A iniciativa desencadeou para a 
continuidade da tradução de sua produção científica para a língua portuguesa. Dentre os trabalhos, um destaque 
particular é atribuído ao livro "História da Educação: da antiguidade aos nossos dias", na qual o autor expressa a 
essência em matéria da educação dos séculos. A partir de 1988, esse livro tornou-se conhecido entre os 
professores brasileiros. Hoje, o livro encontra-se na 14ª edição. Eis o objeto de interesse desta investigação: a 
obra "História da Educação: da antiguidade aos nossos dias". O objetivo é analisar a difusão e a influência do 
pensamento marxista no clássico livro de Manacorda, verificando a sua inserção nas disciplinas de História da 
Educação e Educação Brasileira dos Programas de Pós-Graduação em Educação e nos acervos das bibliotecas no 
âmbito das universidades públicas federais. Nesse sentido, são três as fontes utilizadas para a pesquisa, a saber: 
planos de ensino; acervo das bibliotecas; e depoimentos de professores da pós-graduação. Os dados foram 
compilados de maneira a preservá-los por regiões brasileiras – Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste – e 
por períodos – até 2002 e de 2003 aos dias atuais (anos marcados pela política de Estado de expansão do ensino 
superior). O estudo mostra como uma ação coordenada na formação de professores, tanto na graduação como 
na pós-graduação, no caso, a difusão de uma obra que trata da dimensão histórico-dialética da formação humana 
– “a escola dos séculos” (MANACORDA, 1988) –, poderá resultar numa viva possibilidade para a crítica e para o 
avanço do pensamento pedagógico contemporâneo. 
 
 
O LIVRO "HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS DIAS", DE M. A. MANACORDA, 
NAS DISSERTAÇÕES E TESES PRODUZIDAS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS DAS REGIÕES 
NORDESTE E SUDESTE (2009-2012) 
 
Heulalia Charalo Rafante 
 
O educador e historiador da educação Mario Alighiero Manacorda nasceu na Itália, em 1914, e faleceu em 2013. 
É considerado um dos maiores intelectuais marxistas italianos do século XX. Cursou Literatura e Língua Italiana na 
Universidade de Pisa, lecionou literatura italiana no liceu clássico de Siena e seguiu carreira de professor 
universitário, assumindo a cátedra de História da Pedagogia, passando por quatro universidades: Cagliari, 
Viterbo, Florença e Roma. Dedicou-se em traduzir e comentar, do original para o italiano, os textos mais 
importantes do marxismo para a educação. Na década de 1950, publicou a coleção Clássicos do Marxismo. 
Escreveu sobre diferentes assuntos, sempre mantendo a unidade no método e a coerência teórica. Em 1987, foi 
convidado para participar do evento comemorativo dos 10 anos do Programa de Pós-Graduação da Universidade 
Federal de São Carlos. Nessa ocasião, palestrou em diferentes universidades brasileiras, concedendo entrevistas 
e estabelecendo contatos com diferentes intelectuais, abrindo caminho para tradução e publicação de suas obras 
no país. Até o momento, temos as seguintes obras de Manacorda publicadas em nosso idioma: “Marx e a 
pedagogia moderna”; “O princípio educativo em Gramsci”; “Marx e a liberdade”; “História da Educação: da 
Antiguidade aos nossos dias”. Esta última constitui o foco dessa comunicação por apresentar um panorama da 
História da Educação numa perspectiva marxista. A primeira edição italiana é de 1983, sendo publicada, no Brasil, 
em 1988 e, na atualidade, está na 14ª edição. O objetivo deste trabalho é verificar a difusão e a influência desta 
obra no campo da História da Educação no Brasil, especificamente, na elaboração de teses e dissertações, 
produzidas nas universidades públicas federais das regiões Nordeste e Sudeste, no período de 2009 a 2012. Para 
essa investigação, foram utilizados os dados disponíveis nos Cadernos de Indicadores da CAPES, constituídos a 
partir das informações preenchidas anualmente pelos programas de pós-graduação e enviadas por meio do 
Coleta de Dados. Entre os dados qualitativos está a categoria Teses e Dissertações, que apresenta todos os 
trabalhos defendidos por instituição/ano, contendo: nome do autor; título do trabalho; área de concentração; 
linha de pesquisa; entre outros. Foram selecionados todos os trabalhos inseridos nas linhas de pesquisa 
fundamentos da educação e afins. Em seguida, buscou-se identificar a presença do livro de Manacorda nas 
referências dos trabalhos, destacando aqueles em que a obra se fazia presente. Com esta incursão, procurou-se 
quantificar a presença do autor nestas elaborações e analisar como o livro está sendo utilizado nas nossas 
produções acadêmicas. Trata-se de resultados preliminares de um esforço coletivo de mapear essa produção em 
todas as universidades públicas brasileiras, desde a primeira publicação do livro em questão no Brasil até a 
atualidade desde o período de publicação do livro no Brasil até a atualidade.

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