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1 DISCIPLINA: DIREITO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. - Fundamento: art. 145, § 1º, da CF: - art. 145: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado á administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”. - Objetivo: reforçar o princípio da isonomia tributária. - Significado: no dispositivo constitucional há dois comandos: 1º) Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal: - Há que se levar em conta a classificação doutrinária: impostos pessoais e impostos reais. - Imposto Pessoal: leva em conta condições pessoais do contribuinte. Ex: IRPF – permite deduções com saúde, educação, dependentes e outros. - Imposto Real: incide sobre algum elemento econômico de maneira objetiva: a propriedade de um bem, a realização de uma operação financeira, etc. - A tributação será idêntica sempre que os valores do bem ou da operação forem iguais. Não há qualquer consideração sobre a situação pessoal do contribuinte. Ex: IPI, ICMS, IOF, IPVA, IPTU. - No caso do IPTU, p.e., se 2 imóveis tiverem o mesmo valor venal, o IPTU será o mesmo, independentemente do proprietário de um deles ser da classe média, com problemas com saúde, diversos filhos, pagar pensão alimentícia para a ex-esposa, enquanto o proprietário ou outro seja um rico empresário, que só utilize o imóvel esporadicamente para festas nos finais de semana; 2º) Os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte: - Deve pagar mais quem pode pagar mais. - Técnicas utilizadas para a graduação: - Impostos Pessoais: a) exclusão (dedução) da base de cálculo, de gastos essenciais, buscando-se tributar apenas a renda disponível. b) a progressividade de alíquotas, permitindo que se tribute com alíquotas mais elevadas as rendas mais elevadas. - A ideia por trás é que a disponibilidade financeira de alguém com remuneração, p. e., de R$ 4.500,00 é MUITO MAIOR (mais que proporcional) do que a capacidade de contribuir para os gastos coletivos de uma pessoa que tenha quase todo o seu salário de R$ 1.500,00 absorvido pelas despesas essenciais à subsistência. Assim: imaginemos um “mínimo vital” de R$ 1.000,00. Se fosse usada uma alíquota única de 10%, o 1º contribuinte pagaria R$ 450,00 e o 2º R$ 150,00. Como a renda gasta com o “mínimo” não é disponível, o 1º teria R$ 3.500,00 e o 2º R$ 500,00 de renda disponível. Dessa forma, o 1º com 7 vezes mais renda disponível que o 2º, estaria pagando apenas o triplo de IR. Isso contraria a noção de justiça fiscal; - Impostos Reais: - o STF entende que nesses impostos o princípio da capacidade contributiva é atendido pela simples proporcionalidade. - Na proporcionalidade, a alíquota é constante, só variando a base de cálculo. Assim, se se estabelecer uma alíquota de 3% de IPVA, o contribuinte proprietário de um carro de R$ 10.000,00 pagará R$ 300,00 e o de um carro de R$ 30.000,00 pagará R$ 900,00, o que é proporcional ao valor. O IPTU progressivo (EC 29/2000) só é possível porque a CF expressamente o admite. - Generalidades: não obstante o dispositivo se referir a impostos, há entendimentos do STF aplicando-o a taxas de polícia e taxa judiciária, pelo que é possível concluir que este Princípio se aplica a tributos não vinculados (que não tenham caráter contraprestacional específico). Ex: PROPORCIONALIDADE PROGRESSIVIDADE BASE DE CÁLCULO R$ ALÍQUOTA (%) IMPOSTO R$ BASE DE CÁLCULO R$ ALÍQUOTA (%) IMPOSTO R$ 10,00 10% 1,00 10,00 10% 1,00 100,00 10% 10,00 100,00 25% 25,00 A riqueza tributária aumentou numa proporção de 10 e o pagamento na mesma proporção A progressividade realiza a chamada justiça fiscal. 2 TABELA (MENSAL) DO IRPF RENDIMENTOS EXERCÍCIO 2014 BASE DE CÁLCULO MENSAL (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR (R$) Até 1.787,77 Isento - De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 De 2.679,30 até 3.572,43 15,0 335,03 De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 Acima de 4.463,81 27,5 826,15 Deduções (mensais): - R$ 179,71 por dependente. - Pensão alimentícia integral. - Valor da contribuição ao INSS ou ao RPPS. - Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.787,77 no benefício recebido da previdência (INSS ou RPPS). Prof. Onofre Rosa Alexandre.
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