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1 DISCIPLINA: DIREITO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO. - Fundamentação: art. 150, V, da CF: “(...) é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios: V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. - Objetivo: realizar o princípio federativo. - Significado: os entes tributantes não poderão instituir tributo cuja hipótese de incidência seja a transposição de limites entre Municípios (intermunicipalidade) e entre Estados (interestadualidade). - Generalidades: - A vedação é específica para tributos intermunicipais ou interestaduais, não se aplicando a tributos que onerem a circulação de bens ou serviços entre estados ou municípios. Ex: ICMS. - Também não incide, conforme previsto no próprio texto constitucional (inciso V, in fine), na cobrança de pedágio. Até porque cobra-se o pedágio pelo uso e conservação das rodovias e não pela mera transposição de limites de município ou Estado. - Hugo de Brito Machado faz alusão aos EEUU, onde o princípio federativo é mais forte e a autonomia dos estados-membros é maior, não se admitindo a cobrança de qualquer imposto em operações interestaduais. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA OU UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA. - Fundamentação: art. 151, I, da CF: “É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País”. - Objetivo: fortalecer o princípio da isonomia e o princípio federativo. - Significado: o tributo federal deve ser cobrado de forma uniforme em todo o País. - Generalidades: - Possui 2 fundamentos: na parte em que veda a instituição de tributo federal não uniforme, tem fundamento no princípio da isonomia; na parte em que proíbe que tributos federais impliquem distinção ou preferência em relação a Estado ou Município, o fundamento é o princípio federativo. - Ressalvas: concessão de incentivos fiscais regionais, desde que dirigidos às regiões mais pobres do Brasil. - - Ex: conceder isenção de IPI para indústrias de determinado setor que se instalasse em São Paulo, seria inconstitucional; se concedesse para indústrias que se instalasse nos Estados das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, não seria. Isso, aliás, já aconteceu, na famosa e polêmica lei que facilitou a instalação da fábrica da Ford na Bahia, e que nunca se cogitou ser inconstitucional. PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA. - Fundamentação: art. 152, da CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino”. Está, também, relacionado com o art. 150, V (restrições ao tráfego). - Objetivo: procura evitar a denominada “guerra fiscal” entre os entes federados e, ainda, evita que os entes federados criem, dentro do território nacional, área de circulação favorecida de bens ou serviços, o que afrontaria o princípio federativo. - Generalidades: - Representa um desdobramento do princípio da Uniformidade Geográfica no âmbito dos Estados, DF e Municípios. - Ex: Município que fosse cobrar ISS de conformidade com o local da prestação e estabelecesse alíquotas diferenciadas se o estabelecimento prestador estivesse localizado nos municípios “A”, “B” ou “C”. Prof. Onofre Rosa Alexandre.
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