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GRAU A
OBJETO – CONCEITO.
Trata-se de uma relação entre o Estado e o cidadão. O Estado precisa de dinheiro para assegurar a vida em sociedade e os direitos garantidos pela Constituição Federal, e esse dinheiro é recolhido através de tributos.
Nenhum tributo poderá ser cobrado sem que tenha havido representação popular (isso deriva da Carta Magma), que deu luz ao art. 150, I da CF:
Art. 150, I CF - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Muitas revoluções se deram através da cobrança excessiva de tributos, como por exemplo, a Revolução Farroupilha, e as recentes manifestações. 
A constituinte de 1988 é a Constituição Federal com maior número de dispositivos tributários, o que gera uma rigidez no atual direito tributário brasileiro. Atualmente para mudar o direito tributário deve-se mudar a Constituição Federal. 
A disciplina se ocupa das relações jurídicas entre o Estado e as pessoas de direito privado, concernentes à instituição, imposição, escrituração, fiscalização e arrecadação dos impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Hugo de brito Machado define direito tributário como: (...) o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas às imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder.
Tanto o Estado, ao "exigir", como a pessoa sob sua jurisdição, ao "contribuir", deve obedecer a determinadas normas, cujo conjunto constitui o direito tributário. 
TRIBUTO. 
O conceito de tributo está previsto no art. 3º do CTN:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária (pago em dinheiro) compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei (se for decreto, portaria, resolução não é tributo) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Dessa forma, pode-se concluir que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Tributo é a obrigação imposta às pessoas físicas e pessoas jurídicas de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes. É vulgarmente chamado por imposto, embora tecnicamente este seja mera espécie dentre as modalidades de tributos.
Excluídos do conceito de tributo estão todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou sanção (ex: multa de trânsito), os tributos sempre são obrigações que resultam de um fato regular ocorrido.
Os tributos devem ser pagos em dinheiro e devem estar previstos em lei, bem como para ser cobrados exigem uma atividade administrativa vinculada. 
Espécies:
Cada tributo tem que ser autorizado pela Constituição, que em seu art. 145 dispõe acerca das espécies de tributos: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I – impostos: São tributos cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Os impostos se caracterizam por serem de cobrança compulsória e por não darem um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador. Por exemplo, um imposto sobre posse de automóvel não necessariamente será revertido em melhorias das condições das vias urbanas ou rodovias. 
Art. 16 da CTN - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
II – taxas: As taxas são tributos incidentes sobre um fato gerador e que são aplicados em contrapartida a esse fato gerador, ou seja, a taxa é a contrapartida que a contribuinte paga em razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua disposição. Além da contrapartida de um serviço público prestado ou posto à disposição, as taxas também estão relacionadas ao poder de polícia da administração, englobando fiscalizações e licenciamentos em geral.
Uma taxa só pode ser instituída por uma entidade tributante da mesma competência. Por exemplo: taxas de luz pública só podem ser cobradas pelos municípios. Não necessariamente o pagante da taxa vai usar o serviço, apenas terá o serviço à disposição.
As tavas se dão em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial (o serviço estava a disposição), de serviços públicos específicos e divisíveis (tem que ser identificado o serviço utilizado: quanto o João usou? Iluminação pública não é taxa), prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
Art. 77 da CTN - As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia (fiscalização), ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas: As contribuições de melhoria são tributos que têm como fato gerador o benefício decorrente das obras públicas. Cobradas somente na região beneficiada pela obra. Não necessariamente essas contribuições refletem em "melhoria", uma vez que algumas obras públicas em determinadas regiões tendem a desvalorizar os imóveis locais. O fundamental para o fato gerador é o benefício decorrente da obra pública.
Assim, a contribuição de melhoria é instituída para custear obras públicas das quais decorram em valorização de bens imóveis e tem como limite total da cobrança o custo da obra e limite individual, a valorização acrescida a cada imóvel.
Em síntese o estado tem que realizar uma obra pública, essa obra tem que gerar uma valorização imobiliária, e se cobra a valorização com dos beneficiados. O limite é a valorização que o contribuinte percebeu, não podendo ultrapassar o valor total da obra. É muito difícil de encontrar na prática esse tipo de tributo. Se a obra beneficiou 10 contribuintes, tem que ver quanto de valorização teve em cada imóvel. 
Art. 81 CNT - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Há outros tributos ainda, que não estão elencados no art. 145 da Constituição Federal, são eles:
Contribuições Especiais: Também chamadas de Contribuição Social ou Parafiscais, estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição Federal, sendo tributos cuja característica principal é a finalidade para a qual é destinada sua arrecadação. Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse de categorias econômicas ou profissionais e para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
Diferem-se das contribuições de melhoria. As contribuições especiais possuem finalidade e destino certo, definidos na lei que institui cada contribuição. Devem ter ligações com o fato.
Tem que ter fato do contribuinte vinculado a uma atuação estatal – finalidade. Destinação do dinheiro arrecadado do contribuinte para uma finalidade estatal específica.
Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais (art. 6, 7 e 195 da CF – saúde, previdência, amparo ao desempregado) de intervenção no domínio econômico (finalidade de intervir na economia – cide, amortece a gasolina) e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (cre, crau, crm,conselho regional de farmácia – órgão de fiscalização – cobra contribuição dos profissionais – não anuidade), como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Empréstimo compulsório: Segundo o art. 148 da Constituição Federal, a União poderá instituir, mediante lei complementar, empréstimos compulsórios: a) para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Não existem na prática, no entanto, cai muito em concurso. 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Ex.: copa do mundo não é despesa extraordinária, nem tem caráter de urgência e nem relevância social. 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Pedágio: É discutido ainda hoje se é ou não tributo. Previsto no art. 150 da CF que diz:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
As rodovias podem ser conservadas pelo poder público ou pela iniciativa privada.
Na iniciativa privada, cobra-se tarifa de manutenção, e não de pedágio, que é regulada por lei de concessão e contrato de concessão com o poder público e a empresa. Nas vias privadas em que tiver pedágio por iniciativa privada, tem que ter sempre um caminho alternativo para não pagar o pedágio, pois senão viola o direito de ir e vir.
No poder público cobra-se taxa de pedágio – tributo - e mesmo que não tenha caminho alternativo, não viola o direito de ir e vir. 
PÚBLICO = tributo – sem caminho alternativo.
PRIVADO = tarifa – obrigatório caminho alternativo.
O governo do RS prometeu tirar os pedágios. Os contratos privados ele não renovou. E criou uma empresa EGR – empresa de gestão de rodovias – que mistura público e privado e cobra TARIFA. Atualmente todos os pedágios do RS são dessa empresa (privados). 
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL.
	Não existe outro sistema tributário igual ao sistema brasileiro. Está previsto desde o artigo 145 até o 162 da Constituição Federal. 
Trata-se de um sistema rígido, pois as matérias estão praticamente todas na Constituição Federal. Dessa forma, para se alterar o sistema tributário tem que ser emenda constitucional, sendo que algumas são cláusulas pétreas, imutáveis, ou seja, não poderão ser mudadas jamais. Gera segurança à população. 
As matérias sistema tributário e finanças públicas dividem um título completo da Constituição Federal, mais precisamente o título VI. Entre os artigos 145 a 162 encontram-se disposições sobre o sistema tributário nacional, sendo o restante (artigos 163 a 169) reservado às finanças.
A primeira seção da matéria tributária dedica-se aos seus princípios gerais, dispondo, por exemplo, quais as modalidades de tributo, suas características, quais os destinatários dos tributos denominados e quais leis são adequadas para a criação dos mesmos.
A seguir, a Constituição designa as limitações do poder de tributar em seus vários aspectos (material, pessoal, etc.).
As três seções seguintes de matéria tributária na Constituição trazem a regulamentação da competência tributária da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Finalmente, a última seção da Constituição designa a forma de repartição dos tributos arrecadados entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
	É um sistema aberto, pois diz no artigo 150 “sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte.” Garantias implícitas e explícitas. 
	A CF tem regras, princípios e ‘regras de segundo grau” = regras que indicam outras regras a serem seguidas. 
	O CTN tem muitas regras, poucos princípios e algumas regras de segundo grau.
3.1. Competência Tributaria - É quem tem o poder de julgar determinado conflito. A competência tributária é a atribuição dada pela Constituição Federal aos entes políticos do Estado (União, governos estaduais, Municípios e Distrito Federal) da prerrogativa de instituir os tributos.
A competência tributária é privativa; incaducável; de exercício facultativo; inampliável; irrenunciável; indelegável. Se um dos entes políticos não exercer a sua faculdade para instituir os tributos, nenhum outro ente poderá tomar o seu lugar. 
Não se pode confundir Competência com Capacidade. Segundo Carrazza, "A competência tributária esgota-se na lei. Depois que esta for editada, não há falar mais em competência tributária (direito de criar o tributo), mas, somente, em capacidade tributária ativa (direito de arrecadá-lo, após a ocorrência do fato imponível). Temos, pois, que a competência tributária, uma vez exercitada, desaparece, cedendo passo à capacidade tributária ativa. A partir deste momento, não existe mais relação de poder, senão relação jurídica de caráter obrigacional e relações administrativas e processuais, cujo propósito é a reafirmação da vontade da lei nos casos concretos."
COMPETÊNCIA POSITIVA – É o poder que a Constituição deu para o Estado de cobrar tributos, 
a) PRIVATIVA/EXCLUSIVA: somente determinado ente pode exigir um tributo. União: art 153, 149, empréstimo compulsório, 154, II. Estados e Distrito Federal: 155. Municípios: 156. Ao distrito Federal competem os impostos municipais (147). A tributação de território (não existe mais, antigamente – acre, Roraima) (área que é administrada pela união) = se o território for divido em Município, a União fica com os tributos estaduais e federais. Se não for dividido em município, a união fica com todos os impostos. 
b) CONCORRENTE: todos podem exigir um tributo. 145 CF. não significa que pode haver duas tributações sobre o mesmo fato, e sim UM deles, pode instituir.
c) RESIDUAL: brecha que outorga poder para um ente. Art. 154, I
Criação de um tributo: 153, III – tem que ter uma lei. Ex.: imposto sobre grandes fortunas – não existe esse imposto ainda, pois não existe lei, embora a CF delegue a competência para a União. 
A CF não cria tributo. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar;
Prestação de serviço = obrigação de fazer. Locação = obrigação de dar coisa certa por prazo determinado mediante pagamento. = quem conceitua são outros ramos, como direito civil, direito de família, etc. O direito tributário não conceitua o que é família, prestação de serviço, etc...
COMPETÊNCIA NEGATIVA – São as limitações impostas ao poder de tributar. Está prevista no artigo 150 que esclarece:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (Princípio da Legalidade) (porque foi dado ao poder legislativo a tributação? Forma que o cidadão tem de se manifestar por meio de parlamentares elegidos pelo povo – direito de concordar com a tributação)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupaçãoprofissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
§1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
 §2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
 §3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
 §4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
As regras gerais tributárias devem ser regidas por lei complementar (não pode ser decreto, lei ordinária, medida provisória) = Lei 5.172 – Código Tributário Nacional (o CTN foi recebido como Lei Complementar).
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...)
Se alguma lei mudar as regras do CTN, e não for feito por lei complementar é inconstitucional.
Já em relação às normas específicas, tem que ver o que a CF pede. Segundo o STF, quando a Constituição Federal não especificar qual a norme é por lei ordinária ou medida provisória. 
PRINCÍPIOS. 
O direito tributário é regido por alguns princípios, dos quais trata a Constituição Federal. Os princípios tributários norteiam a competência dos entes políticos, e junto com as imunidades, que são regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou fatos, determinam os limites ao poder de tributar destes entes políticos.
Legalidade – Deriva da ideia de que não pode haver cobrança de tributo sem que o povo concorde. É o direito de concordar com a tributação. Assim, para exigir ou aumentar tributo tem que haver lei. 
O texto do art. 150, I da CF estabelece que "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". 
É o princípio da legalidade tributária, que limita a atuação do poder tributante em prol da justiça e da segurança jurídica dos contribuintes. Seria temeroso permitir que a Administração Pública tivesse total liberdade na criação e aumento dos tributos, sem garantia alguma que protegesse os cidadãos contra os excessos cometidos.
O princípio da legalidade tributária nada mais é que uma reverberação do princípio encontrado no art. 5º, II da CF onde lemos que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", o constituinte quis deixar bem claro a total submissão dos entes tributantes ao referido princípio, para que não restasse dúvida de natureza alguma. A lei a que se refere o texto constitucional é lei em sentido estrito, entendida como norma jurídica aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo, ao contrário da lei em sentido amplo que se entende como qualquer norma jurídica emanada do Estado que obriga a coletividade, assim os tributos só podem ser criados ou aumentados através de lei “strictu sensu”.
A doutrina convencionou chamar este mandamento constitucional de princípio da legalidade tributária, e com este nome é cobrado em concursos e exames da ordem. O princípio da legalidade tributária está a impor ao Estado a sua atuação incondicionalmente baseada na lei, é o que damos o nome de reserva legal.
Neste contexto o artigo 97 do Código Tributário Nacional estabelece as matérias sujeitas à reserva legal, quais sejam: 
Art. 97 - Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o Tratado disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3 do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º - Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º - Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
O princípio da legalidade ao impor a exigência de lei para exigir ou aumentar tributo, está a falar da lei ordinária ou lei complementar, pois está a dispor sobre a lei em seu sentido estrito. O leitor está a perguntar qual a diferença da lei complementar para a lei ordinária.
Existem duas diferenças principais entre a lei complementar e a lei ordinária, uma no seu aspecto material e a outra em seu aspecto formal. 
No aspecto materiala lei ordinária se diferencia da lei complementar pelo fato de esta vir taxativamente prevista no texto constitucional, sempre que a Constituição quiser que determinado assunto seja tratado por lei complementar fará menção expressa “lei complementar”, quando assim não o fizer estará tratando da lei ordinária.
a.1) Tipicidade tributária.
O tipo tributário gera obrigação de pagar imposto. O tipo penal tem que esclarecer o que pagar, quando pagar, onde, quanto e para quem pagar. Se não tiver alguma essas informações, é inconstitucional.
 
Exceção do princípio da legalidade: 
A intenção é dar dinamismo porque esses impostos regulam o mercado – então ele altera a alíquota apenas (não pode alterar fato gerador, base de cálculo, etc).
Ex.: começa uma crise nos EUA e para não repercutir na indústria brasileira, diminui-se a alíquota do IOF. 
Ex.: brasileiro está gastado muito dinheiro fora e está desestabilizando a economia. Aumenta-se o IOF do cartão de crédito para estabilizar o Brasil.
Pode então ser feita por decreto. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 150 § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
O Executivo por meio de decreto pode corrigir a Inflação base de cálculo do IPTU e IPVA. Se a inflação é de 7%, e o decreto atualizar para 6.5%, é constitucional, pois respeitos o limite da inflação. Não poderia ser além do índice.
STJ Súmula nº 160 - 12/06/1996 - DJ 19.06.1996
IPTU - Atualização - Índice Oficial de Correção Monetária
É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
IPVA é a mesma coisa, o governo tem uma tabela com o valor dos automóveis (baseada na fipe) e diz qual é a base de cálculo de cada carro. É permitido corrigir a inflação do valor do carro por meio de decreto. 
Os detalhes podem ser tratados pelo poder executivo (nome do sistema que recolhe a tributação), porém os aspectos essenciais não podem ser reguladas pelo poder executivo.
Observação: É inadmissível delegar para o executivo poder que é do legislativo = posicionamento do STF = art. 25 ADCT. O STF, contudo, já admitiu uma delegação ao executivo, desde que haja parâmetros limitando o seu poder.
Ex.: o legislativo institui a lei, e o executivo poderia instituir em qual site o contribuinte entrega a declaração de imposto de renda, por exemplo, pode regulamentar, mas não pode instituir tributo. 
Princípio da isonomia/igualdade - O princípio da isonomia consigna que a lei não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Está expresso no artigo 150, II da CF dizendo que: "É vedado à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por ele exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos."
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
“Todos são iguais perante a lei”= igualdade formal, todos tem que ser tratados da mesma forma. 
“Direito à igualdade” = igualdade material – tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na proporção de sua desigualdade.
Como saber se uma determinação ofende a igualdade? Identificar o critério de acordo com a finalidade. Ex.: concurso que só pode ser feito por mulheres – para ser agente carcerária de penitenciária feminina – a discriminação de sexos não ofende a igualdade, pois atende a uma finalidade específica. 
Ex.: concurso que só pode ser feito por pessoas que tem 32 dentes – não promove a finalidade para o qual foi instituído – discriminatórios – ofende a igualdade.
O princípio da igualdade encontra-se positivado no campo do direito tributário com o disposto no art. 150, II da CF, ao prescrever a vedação de tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibindo qualquer forma de distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. 
Antes da previsão deste princípio no artigo 150, II da Constituição Federal, verificamos a sua presença em várias passagens da Constituição, a começar pelo preâmbulo que aponta a igualdade como valor supremo de nossa sociedade, logo após encontramos o princípio da igualdade no artigo 5°, “caput” da Carta Magna ao dispor que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, o que faz o art. 150, II é reforçar este princípio maior.
Sabemos que os princípios são vetores de direção das demais normas que compõem o nosso sistema jurídico, estes princípios devem coexistir sem que possamos falar em sobreposição de um em relação a outro. Contudo, o princípio da igualdade, independente das menções expressas no texto constitucional a indicar a sua relevância, é um dos maiores princípios a compor e orientar o nosso sistema jurídico, pois está a assegurar uma política democrática.
Ao falar do princípio da igualdade não podemos de deixar de trazer à colação a célebre frase de um dos maiores juristas de todos os tempos, Rui Barbosa: “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.”
O artigo 150, II ao vedar tratamento desigual para contribuintes que se encontrem em situação equivalente, implicitamente também veda tratamento igual para aqueles que se encontrem em situação de desigualdade, de tal forma a contemplar em sua plenitude o princípio da igualdade. Neste ponto o constituinte adverte que esta desigualdade, a ensejar tratamento desigual, não pode ser considerada no campo da ocupação profissional ou função exercida, assim, uma determinada classe profissional não pode ser tratada de forma diferenciada em relação à outra, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Esta preocupação remonta de nossa primeira Constituição de 1824 ao dispor em seu artigo 179, item 15, que “ninguém será isento de contribuir com as despesas do Estado na proporção dos seus haveres”. O presente dispositivo constitucional de nossa Carta Constitucional outorgada tinha como finalidade acabar com os privilégios da nobreza e atender aos preceitos da capacidade contributiva.
Segurança Jurídica - O art. 150, inciso III, da Constituição Federal se subdivide em três alíneas, que podem ser interpretadas como irretroatividade, anterioridade de exercício, e antecedência mínima ou nonagesinal. A interpretação dessas três coisas traz segurança jurídica, garantindo a previsibilidade, calculabilidade, estabilidade, e evitando a surpresa ao direito tributário: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado:
Irretroatividade – editada lei nova, ela não pode retroagir,ela só vai para frente, para o futuro.
EXCEÇÕES: lei interpretativa e lei mais benéfica para contribuinte (somente sobre multa, sanção).
• Lei interpretativa = a lei A instituía imposto sobre frutas. Alguns contribuintes começaram a vender tomate = tomate é fruta ou não? É necessário pagar imposto? O estado para acabar com a dúvida, edita uma lei que esclarece: tomate é fruta (esclarece a interpretação da lei velha). Essa lei nova meramente interpretativa retroage, e todo mundo que comercializou tomate tem que pagar o tributo. Essa lei só explica o que já existe, não gera tributo novo e por isso pode retroagir. 
• Lei mais benéfica para o contribuinte, somente referente a multa = se a lei for mais benéfica ao contribuinte, ela pode retroagir. Ex. Lei A diz que a alíquota é 10%, sujeito a multa de 50% do inadimplemento. Lei nova: a alíquota nova é 15%, sujeito a multa de 25% = retroage. Retroage só a multa, que for mais benéfica, a alíquota não. Ele vai pagar 10% de tributo e multa de 25%. 
Ex.: Lei A= alíquota = 10%, multa = 50%. Lei nova = Lei B = alíquota 5% e multa 100%. Aplica-se sempre a alíquota antiga (alíquota não retroage), a Lei nova não vai retroagir.
A alíquota não retroage. 
 Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
 I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
 II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
 a) quando deixe de defini-lo como infração;
 b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
 c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou:
Anterioridade de exercício - Exercício financeiro no Brasil é igual o ano = começa em janeiro e termina em dezembro. A lei aprovada em um ano passa a valer no ano seguinte (regra geral). Ex.: em 2014, é aprovada lei que altera a tributação do IPVA. Não pode valer em 2014, só vale no exercício financeiro seguinte, no caso em 2015.
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b:
Antecedência temporal mínima/nonagesimal (90) - A lei nova tem que esperar pelo menos 90 dias para valer. A lei deve ser aprovada no exercício anterior e com antecedência de 90 dias. Ex.: se for aprovada lei dia 28/12/2013, somente vai valer em 2015, pois em 2014 não completou 90 dias de antecedência. 
Anualidade não existe no direito tributário brasileiro. Cai muito em concursos, mas é pega ratão. 
EXCEÇÕES:
§1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
• Exceção à irretroatividade e anterioridade de exercício (alínea b): imposto de importação, imposto de exportação, IPI (não precisa esperar o ano seguinte, mas precisa esperar 90 dias), IOF, e Imposto Extraordinário de Guerra. 
• Exceção à anterioridade mínima (alínea c): Imposto de importação, imposto de exportação, Imposto de Renda (precisa esperar o exercício seguinte, mas não precisa esperar 90 dias), IOF, Imposto Extraordinário de Guerra.
Como alguns impostos tem a função de equilíbrio econômico, não tem como esperar o novo exercício ou os 90 dias, por essa razão são justificados as exceções. 
Imposto de Renda tem fato gerador complexo, ou seja, possui uma sucessão de fatos durante o ano, que somente pode ser calculado ao final do exercício. Encerrado o exercício, tem-se um prazo para a entrega da Declaração de Imposto de Renda até o final de Abril do ano seguinte. Assim, esse imposto está em exceção porque é necessário o cálculo da inflação do ano anterior para a alíquota do ano seguinte, e somente se prevê a inflação ao final do ano. Por isso é muito comum à alteração do imposto de renda em dezembro.
Imposto de Importação, Imposto de Exportação, IOF e Imposto E. de Guerra valem imediatamente. IPI precisa esperar imediatamente. Imposto de Renda tem que esperar o ano seguinte, porém não precisa esperar os 90 dias. 
 
STF Súmula nº 584 - Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
Esta súmula do STF é inconstitucional, pois se estamos no exercício de 2014, e em outubro é lançada lei de imposto de renda, teria que ser aplicada essa lei de outubro durante o ano inteiro, o que é evidentemente inconstitucional pelo princípio da anterioridade. Ainda está vigente esta súmula, mas nem a receita federal está aplicando-a.
CASO: É possível fazer consulta à Receita a respeito de dúvidas no pagamento de impostos. A receita responde através de Solução de Consulta. Se a Receita responde determinada consulta e diz que NÃO precisa tributar, e depois se arrepende, ela pode revogar o seu ato, mas ressalva-se o direito adquirido de quem não tributou baseada na Solução de Consulta da Receita Federal:
STF Súmula nº 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
CASO: município edita lei de isenção de impostos durante 10 anos para novas empresas se instalarem na cidade. A empresa se instala, e depois de 2 anos, assume um novo governo e edita uma lei revogando a isenção. Como a isenção e a revogação se deram através de lei, está tudo certo, mas como fica o caso dessa empresa?
Espera-se da administração pública uma conduta de moral e ética (boa fé objetiva) respeitando e honrando os compromissos assumidos com os contribuintes. A jurisprudência tem mantido os benefícios concedidos, protegendo a legítima expectativa criada pelo contribuinte = segurança jurídica, proteção da confiança. 
CASO: a receita federal tem o prazo de 5 anos (decadencial) para verificar os impostos declarados pelo contribuinte. Se há 15 anos eu fiz uma declaração errada, e somente neste ano surtiu efeitos, a receita pode desfazer esse negócio jurídico ocorrido há 15 anos? 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Imunidade tributária é uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada. A imunidade tributária ocorre quando a Constituição impede a incidência de tributação, exigindo que o Estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer a tributação). Ou seja, as entidades ou pessoas contempladas com as imunidades têm o direito de realizarem determinada ação que normalmente configuraria fato gerador de um tributo, mas sem sofrerem a respectiva tributação. Logo, o que é imune não pode ser tributado.
No entanto, a imunidade só atinge a obrigação tributária principal, permanecendo as obrigações acessórias. Trata-se então de uma limitação de poder de tributar. Ex: livros, periódios, entidades filantrópicas, templos, partidos políticos e sindicatos. 
“As imunidades do art. 150, VI protegem certas pessoas e coisas contra a incidência dos impostos, mas não dos tributos contraprestacionais, que são aqueles que não ferem os direitos da liberdade garantidos naquela norma.” (Ricardo Lobo Torres, 2008).
É de se observar três outros conceitos que ocasionam o mesmo fim da imunidade, qual seja o de não pagar o tributo, no entanto não o são, pois não estão previstos na Constituição Federal. São eles:
Não incidência – Quando não há tributos não pelo fato de ser imune, e sim pelo fato de que embora possa existir tributoo legislador não o regulamentou, ou seja, não incidiu o tributo. Trata-se do não enquadramento normativo da conduta, isto é, quando a conduta fática não encontra respaldo ou identificação com nenhuma hipótese normativa, não provocará o nascimento de relação jurídico-tributária. Assim, na “não incidência, o fato não pode ser contemplado legalmente como gerador de determinado tributo, como é o caso de lavagem de roupas que não constitui fato gerador do IPI”.
Isenção – Mesmo os impostos que são incidentes (há tributação) podem vir a ser não pagos, através da isenção. Basicamente a diferença entre a imunidade e a isenção esta em que a imunidade atua no plano da definição da competência e a isenção opera no plano do exercício da competência. Ou seja, a isenção é somente verificada no exercício da competência tributária, e inibe que a tributação recaia sobre os fatos escolhidos pelo detentor da competência impositiva. Neste diapasão, estando o fato abraçado pela norma isentiva, nascerá, assim como na imunidade, a relação jurídico-tributária, mas não provocará o nascimento da obrigação tributária principal e autorizará - se a lei assim prescrever - o dever de cumprir obrigações desprovidas de cunho patrimonial. São os casos, por exemplo, do imposto de renda para quem recebe um salário mínimo. 
Alíquota zero – A alíquota corresponde ao percentual (%) de sobre a base de cálculo, para se determinar o valor de um tributo. Quando este percentual é zero (0%), mesmo que haja base de cálculo, o resultado é que aquela operação não terá valor de tributo devido. Um exemplo de alíquota zero é o da tabela do Imposto de Renda na Fonte, onde a primeira faixa de tributação corresponde à tributação zero.
No IPI e no ICMS, como também no PIS e COFINS, há vários produtos e operações com incidência de alíquota zero. 
A alíquota zero não significa não incidência ou isenção, apenas que o ente tributante (Governo Federal, Estado ou Município) definiu que a tributação daquela operação ou produto seria zerada, visando uma política econômica provisória de incentivo ao consumo (como no caso da redução do IPI para a linha branca de eletrodomésticos) ou com outro objetivo (como o da redução da inflação, no caso dos produtos da cesta básica, que tiveram o PIS e COFINS zerados em 2013). Pode ocorrer a revogação da alíquota zero, estabelecendo-se outra alíquota para a operação.
Observação: Alíquotas são alteradas via decreto. As imunidades só podem ser alteradas por emenda constitucional, no entanto há entendimento de que não podem ser mudadas porque se tratam de clausulas pétreas. 
Imunidades previstas no artigo 150, inciso VI da Constituição Federal: 
	IMUNIDADE
	FIM
	É imune o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, ou seja, os entes da federação não podem instituir tributos uns dos outros. Ex: A prefeitura do Município X não paga imposto de renda para a União. 
 Nesse sentido estão englobadas também as autarquias e as fundações, sendo elas imunes a pagar tributos, pois o §2º do artigo diz: §2º - A vedação do inciso VI, (a), é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
 Exceção: Sociedade de economia mista e empresa pública, conforme §3º do artigo, que diz: §3º - As vedações do inciso VI, (a), e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Os correios ingressaram com uma ação no STF e ganharam imunidade, pois é a única empresa no ramo e embora tenha capital privado, serve como função pública exclusiva. 
	
Tem o fim de exercer o princípio federativo, ou seja, prevalece o entendimento de que já independência entre um ente estatal sobre outro. 
	São imunes os templos de qualquer culto. 
§4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas (b) e (c), compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
	
Tem como finalidade a liberdade de crença prevista na Constituição Federal, preservando o estado laico. 
	São imunes de tributos patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
§4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas (b) e (c), compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
	
Têm como finalidade no caso dos partidos políticos o pluripartidarismo e nos demais casos os direitos sociais. 
	São imunes de tributos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
	Tem por finalidade a garantia da liberdade de expressão, informação e cultura. 
	São imunes fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
 Adicionado pela emenda constitucional número 75 de 2013.
	
Tem a finalidade de promover a diversidade da música brasileira (só a brasileira).

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