Buscar

Grau B

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

GRAU B 
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
As fontes do direito tributário são geralmente divididas em duas categorias, materiais e formais:
• Fontes materiais - As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre os quais haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da incidência tributária, como os produtos industrializados, as operações de crédito entre outros.
• Fontes formais - São basicamente os atos normativos que adicionam regras tributárias ao sistema. Podem assim ser consideradas fontes formais de direito tributário as normas constitucionais, emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções.
As fontes formais merecem ainda uma subdivisão em principais (ou primárias ou imediatas) e secundárias:
- As fontes formais principais são aquelas que modificam de maneira real o ordenamento jurídico. Exemplos são: Constituição Federal, emenda constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, resolução e similares. 
- As fontes secundárias por sua vez não modificam de maneira prática o ordenamento jurídico, estas apenas garantem a executividade das fontes primárias como por exemplo decreto regulamentar, regulamento, instruções ministeriais, ordens de serviço, normas complementares entre outras.
As fontes formais podem ser extraídas do exame conjugado dos artigos 96 e 100 do CTN. E envolvem, leis, tratados e convenções, decretos e normas complementares, conforme esclarece o art. 96 do CTN, que elenca as principais fontes do direito tributário:
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Leis - A lei é fonte por excelência do Direito como um todo, e não só em matéria tributária. A questão fiscal, no entanto, exige que a lei contenha os atributos imanentes à criação, modificação e extinção da obrigação tributária, estabelecendo, inclusive, as punições pelo seu não-cumprimento.
Deverá a lei descrever o fato gerador da obrigação principal, determinar a alíquota e a base de cálculo e os sujeitos (ativo e passivo) dos tributos, competindo-lhe instituir e aumentar tributos. 
Ainda, de acordo com o artigo 59 da Constituição Federal, compreende:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
 Tratados e convenções internacionais – Os tratados e as convenções internacionais derivam de atos externos que provocam efeitos na ordem interna, máxime em matéria tributária, tendo em vista que o art. 98 do CTN atribui-lhes, especificamente, o condão revocatório ou modificativo.
O art. 98 do CTN poderia conduzir ao entendimento (equivocado) que sua premissa é autônoma e absoluta.
 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
O artigo, no entanto está incorreto, pois os tratados não revogam a lei interna, apenas prevalecem no momento da aplicação, pois se tornam leis especiais. 
O art. 5§ 3º da CF diz: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
	Dessa forma, conclui-se que os tratados e convenções que tratam de direitos humanos equiparam-se à Constituição. Porém, os tratados e convenções a respeito de direito tributário são encarados como norma especial, não revogando as normas gerais do direito tributário, apenas sendo aplicados no caso concreto por equipar-se à lei especial. 
No conflito de normas, prepondera a lei especial sobre a lei geral, desde que seja sobre norma específica. Norma geral somente é modificada por lei complementar.
Equivale-se então a leis ordinárias os tratados e convenções internacionais. 
 Decretos – Decreto é o ato baixado pelo Poder Executivo aspirando à regulamentação da lei, tendo em vista que esta apenas fixa os pontos primários (básicos) relativos ao assunto sobre o qual trata, cabendo àquele (decreto) a função de tratar de seu detalhamento (complemento). 
O conteúdo e o alcance do decreto encontram-se delineados no art. 99 do CTN, sendo que a vigência da lei que dele depende ocorre somente depois de sua expedição, conforme reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
É diferente de decreto-lei que existiu no passado, pois aquele (ainda existente em algumas leis que não foram derrogadas) se equivale à lei ordinária e tem força de lei. Decreto pode ser editado por Presidente da República, Governador e Prefeito, desde que estes o façam dentro dos limites da C.F. e da lei. Decreto serve para regulamentares coisas específicas. 
O decreto não pode extrapolar a zona de competência definida na CF. (poder executivo editando norma).
Ex.: o decreto pode instituir qual sistema será utilizado para entregar imposto de renda, etc. 
Obs: Decreto jamais poderá criar tributo	. 
	
 Normas complementares – Estão previstas no artigo 100 do CNT, que diz:
 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
 I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (poder executivo editando norma – delegado da receita federal, superintendente) (competência ainda mais restrita que o decreto. Ex.: Instrução Normativa, Resolução, Portaria, Ato declaratório... não pode mudar questões gerais do direito tributário ex.: incidência, não incidência, base de cálculo, alíquota, etc..
 II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (através de processo administrativo – jurisprudência administrativa - tem a função de orientar, mas não é vinculante - Pode escolher se quer entrar na administrativa ou judiciário, não precisa esgotar o administrativo para dai ingressar no judiciário.)
 III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; (similar aos costumes – boa-fé proteção à confiança).
 Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
 
 IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Ex: Um município pode ficar com 100% do IPI em um convenio com a União. 
- CONFAZ – convenio pode ser oposto no STJ.
- ITR – município e união recolhem o ITR e dividem. Se a união não quer, pode fazer um convenio e passar tudo ao município.
 
 Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
 
INTERPRETAÇÃO E DIREITO TRIBUTÁRIO
O artigo 108 do Código Tributário Nacional dispõe acerca da integração da legislação tributária e elenca quatro métodos de integração das leis tributárias, com a seguinte redação:
“Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios geraisde direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.”
A começar pelo próprio caput do artigo 108, o mesmo é alvo de críticas pois na sua leitura há uma afronta ao princípio da legalidade, amplamente utilizado no direito tributário, que garante: se não tem lei, não pode tributar.
Ainda, diz que o poder executivo é quem irá resolver nos casos de lacuna. 
Segundo o autor Ricardo Lobo Torres os mecanismos de integração das leis tributárias são apenas a analogia, a equidade e os princípios gerais de direito (incluindo nestes os princípios gerais de direito tributário e os princípios gerais de direito público), apesar de o CTN fazer uma separação expressa entre os princípios gerais de Direito Tributário e os de Direito Público.
Sendo assim, faz-se necessária uma análise mais minuciosa dos instrumentos de integração do Direito Tributário. São eles:
Analogia - É o chamado argumento da similitude, segundo o qual por meio da analogia aplica-se a um determinado caso uma norma legal que tenha sido utilizada em uma situação semelhante, quando não houver um preceito expressamente cabível ao caso em questão.
A analogia aparece no artigo 108 do CTN no sentido restrito às normas secundárias, processuais e administrativas; e, pelo princípio da reserva de lei, não é permitido exigir tributos (art. 108 § 1°), reconhecer isenção (art.111, I ou II), aplicar a anistia (art. 111, I) ou ainda dispensar o cumprimento de obrigações acessórias (art.111, III) utilizando-se da analogia.
No Brasil, a tese que proíbe analogia desfavorável ao contribuinte sempre vigorou. A maioria da doutrina costuma assumir posição a favor dos princípios da legalidade (art.150, I da CF), da reserva de lei (art. 97 do CTN) e ao princípio adotado pelo próprio artigo 108, §1° do CTN ao determinar que “o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei”.
Princípios Gerais de Direito - Estes princípios além de serem importantes para a temática da interpretação, também o são no que se refere à integração do Direito Tributário. Para preencher as lacunas existentes, o Código prevê a possibilidade de se recorrer aos princípios gerais do direito, tais como os da capacidade contributiva, da boa-fé, da tipicidade, da legalidade, etc.
Além disso, o autor Luciano Amaro inclui “o princípio federativo, o princípio republicano, o princípio da relação de administração, o princípio da lealdade do Estado, o princípio da previsibilidade da ação estatal, o princípio da indisponibilidade do interesse público, etc. são postulados do direito público que devem informar o trabalho exegético no campo dos tributos”.
É notório, ainda, que o Código Tributário Nacional tenha divido em vertentes o conjunto de princípios aos quais deve-se recorrer para promover a integração das leis tributárias, partindo de um ramo mais específico como o direito tributário, para depois considerar um geral, o do direito público. 
Por coerência, o CTN deveria abranger posteriormente o ramo mais geral de todos: o dos princípios gerais de direito. Contudo, é perceptível que o Código não faz menção a estes princípios, o que para o entendimento de Ricardo Lobo Torres seria considerado uma lacuna ao omiti-los. 
Por esse mesmo motivo, o autor prefere reunir os Princípios Gerais de Direito Tributário e os Princípios Gerais de Direito Público no tópico denominado Princípios Gerais de Direito; e afirma ser infundada a separação hierárquica realizada pelo Código:
“A hierarquia que o CTN pretende estabelecer entre os princípios gerais de Direito Tributário e os princípios gerais de Direito Público (art. 108, II e III) é inteiramente destituída de fundamento”.
Equidade - A equidade é um conceito complexo, atuando como um instrumento garantidor de que a aplicação da lei seja, além de certa, também justa. Sendo assim, o objetivo de tal mecanismo de integração será o de preencher vácuos axiológicos onde possa haver uma aplicação rígida e inflexível da norma legal, que não considera o sentimento de justiça da coletividade, e cuja implementação caberia ao aplicador da lei.
A importância da equidade é percebida no momento de elaboração das leis tributárias, tendo em vista que tais normas de Direito Tributário devem ser casuística e detalhadamente elaboras, sendo preciso analisar e separar as diversas situações possíveis da capacidade contributiva, por exemplo.
Pode-se perceber a presença da equidade em vários momentos no CTN, como no artigo 108 IV (onde ela é citada), além dos artigos 112 (que prevê a equidade na interpretação, como no princípio in dubio pro reo do Direito Penal) e 172 (que dispõe sobre a equidade na correção do direito legislado). Porém, o parágrafo 2° do artigo 108 do CTN veda expressamente a equidade como um meio utilizado para se eximir de pagar tributo devido, ao afirmar que “o emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido”.
Contudo, Ricardo Lobo Torres considera diminuto o emprego da equidade enquanto um instrumento de integração, uma vez que “o Direito Tributário pouco se utiliza de conceitos indeterminados, uma cláusulas gerais, discricionariedade administrativa ou judicial, (que são) campos propícios as argumento fundado na equidade”.
Críticas - De acordo com o autor com Luciano Amaro, o dispositivo do artigo 108 do CTN propõe uma hierarquização dos instrumentos de integração que não é aceitável, uma vez que pode ocorrer que em uma determinada situação os princípios sejam mais adequados de se aplicar do que a analogia, ou ainda a analogia pode ser até inaplicável em determinado caso.
O autor assim explicita a sua teoria: “Parece indiscutível que, se o emprego da analogia não se adequar à inteligência que resulta da aplicação de um princípio, a prevalência há de ser deste, e não da analogia (embora esta encabece o rol do artigo 108).”
Além disso, haverão situações nas quais mais de um dos instrumentos de integração elencados pelo Código poderão ser invocados.
O autor Ricardo Lobo Torres também entende que “o problema do preenchimento de lacunas e do processo de integração no Direito Tributário brasileiro foi mal resolvido pelas normas do Código Tributário Nacional”. 
Além disso, o autor também concorda com Luciano Amaro ao considerar inconsistente a previsão do artigo 108 em criar uma hierarquia de raciocínios para para o preenchimento de lacunas, afirmando que tal fenômeno decorre de uma extrema preocupação positivista, baseada no modelo italiano, em restringir o aplicador da lei e o juiz submetendo-os à regras.
Se não há como se resolver as lacunas pelo artigo 108 do CTN, como se faz? A resposta é o artigo 110 do CTN, que diz:
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Assim, tem-se que deve-se verificar (nessa ordem): 
Competência: tem que analisar se o órgão é competente, segundo a Constituição Federal. 
Regra Matriz/hipótese de incidência: ver se tem lei regulamentando o imposto. Ex.: imposto sobre grandes fortunas – não tem norma regulamentando. Se não houver, deve-se legislar. 
Conceito: Por fim, aplica-se o art. 110 CTN, ou seja, ver se a legislação se encaixa dentro do conceito em que foi tributado.
EX.: Em 1988 o constituinte colocou na CF a disciplina do ICMS – quando houver circulação de mercadoria, deveria pagar ICMS. Pergunta: vale para comércio eletrônico? (compra de filme, vídeo, arquivo de pc, de forma virtual – bens intangíveis) não, o ICMS não vale para bens intangíveis porque não consta na CF.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
É uma atividade lícita que consiste basicamente no exercício que qualquer contribuinte pode fazer em analisar o ordenamento jurídico e analisar qual a forma economicamente mais vantajosa. Dentre asopções que o ordenamento jurídico oferece de negócios que eu posso realizar, posso escolher aquele mais vantajoso, entre outros fatores, pelo fator tributário.
Há uma tênue linha que separa o campo lícito e ilícito, porque quantos certos contribuintes fazem o planejamento, usa de forma exagerada – abuso de direito. 
Constata-se a licitude ou ilicitude analisando o propósito comercial, a finalidade da empresa. Se caracterizar simulação ou dissimulação, a administração poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos.
Ex.: Art. 156, §2º (imunidade do ITBI) – quando uma empresa fizer uma operação societária e ocorrer à transferência de imóvel, não precisa pagar ITBI (imposto de transmissão de bem imóvel). João quer vender uma casa para João, porém, para evitar pagar ITBI, eles criam uma empresa, e formam o patrimônio social da empresa com a casa e o dinheiro. Depois extinguem a empresa, e o João sai com o dinheiro e Pedro sai com a casa, isso é ilícito. No entanto, se eles constituíssem a empresa com o fim de possuir sociedade, e viessem a extinguir a mesma somente anos após, seria licito. 
Há uma tênue linha entre o licito e o ilícito: 
Lícito 
Art. 116, Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
	Simulação – Quando fala que existe algo, mas na verdade não existe nada. Ex.: venda de fachada. 
Ilícito
	Dissimulação – Quando há algo de verdade, mais esse algo não é bem aquilo que se vê. Ex.: doação ao invés de compra e venda, para evitar tributação.
			
A nova regra do art. 116, parágrafo único, do CTN, na redação da LC 104/01, é autêntica norma antielisiva e não padece de qualquer vício de inconstitucionalidade, desde que respeitados os limites constitucionais ao poder de tributar. Nada tem que ver com a norma anti-simulação, que já existia no direito brasileiro (art. 149, VII, do CTN) e que tem outra estrutura. 
A recente regra antielisiva tem as seguintes características: permite à autoridade administrativa requalificar os atos ou negócios praticados, que subsistem para efeitos jurídicos não-tributários; atinge a dissimulação do fato gerador abstrato, para proceder à adequação entre a intentio facti e a intentio juris, o que é característica da elisão, na qual o fingimento se refere à hipótese de incidência, e não ao fato concreto.
Ressaltamos que, diante da hipótese de incidência, sendo possível licitamente, em havendo alternativas viáveis, a prática de fato gerador pelo contribuinte que resulte em menor oneração, sem a prática de qualquer espécie de simulação ou abuso de direito, o ato será plenamente válido perante o Direito Tributário. 
Logo, a solução para a adoção da regra antielisiva deve ocorrer diante do caso concreto, cabendo o ônus probatório ao Fisco da prática de qualquer ato que não guarde uma relação de compatibilidade entre a vontade e o realmente praticado.
Ademais, a regra do art. 116, §único do CTN é meramente declaratória (e não auto-executável) e por isso necessita de complementação na via ordinária nos casos em que o Estado-membro ou município não possua legislação segura sobre o processo administrativo tributário.
Tem-se simulação se os fatos relatados:
(i) aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às
quais realmente se conferem ou transmitem;
(ii) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; ou
(iii) estiverem suportados por instrumentos particulares antedatados ou pós datados.
Já na dissimulação, há dois fatos vertidos em linguagem: o simulado, construído por aqueles que intentaram o ato ou negócio jurídico e o fato que se pretendeu ocultar, a ser construído por aquele que deseja comprovar a simulação. Tal comprovação haverá de evidenciar a ocorrência deste segundo fato (que se buscou ocultar) e a inocorrência do primeiro (meramente aparente).
	A diferença semântica que se verifica entre a simulação e a dissimulação é que justifica a inserção do parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional. Na dissimulação, há dois fatos: o construído pelo contribuinte e o que se pretendeu ocultar. Há duas manifestações de linguagem possíveis para reportar um único acontecimento. Cabe ao fisco provar a ocorrência do fato jurídico tributário que alega ter sido ocultado. 
Compete ao contribuinte demonstrar que nada foi dissimulado. Há que se estabelecer um procedimento para a verificação da verdade lógica: que relato lingüístico prevalecerá após o cotejo das provas de sua ocorrência.
	Não há enunciado prescritivo que proíba, direta ou indiretamente, a estruturação, por meios lícitos, de operação tributária com o único propósito de reduzir ou mesmo não pagar tributos. Não há regra específica que vede tal procedimento, nem qualquer princípio que possa servir de fundamento para impedir esse comportamento. O ordenamento jurídico brasileiro não positivou a regra do propósito negocial (business purpose).
	Enquanto lei ordinária não disciplinar o procedimento de desconsideração dos negócios jurídicos realizados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador, será inaplicável o parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional. Há ineficácia técnica, de natureza sintática.
	A simulação relativa ou dissimulação é ilícito meramente civil, não se enquadrando no conceito de sonegação fiscal. Esta última caracteriza ilícito penal contra a ordem tributária. Em face de sua matriz diferenciada, as penalidades correspectivas devem também ser distintas. A multa agravada só é aplicável às hipóteses de sonegação fiscal.
	Casos previstos no CTN:
Obrigação propter rem: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
 Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
 Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: (Assume)
 I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
 II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
 §1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Não assume)
 I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
§2º Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Assume quando houver dissimulação/simulação. 
 I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
 II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
 III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
 §3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposiçãodo juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: (Mesma lógica do 130). 
 I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos com inobservância do disposto no artigo 191;
 I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
 II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;
 III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
 Art. 132 (operações societárias). A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
 Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
INCORPORAÇÃO: A( maior) + B (menor) = A (B deixa de existir);
FUSÃO: A + B = C (sadia + perdigão = BR FOODs);
TRANSFORMAÇÃO: A LTDA -> A S/A
E, embora o código não fale, há também: 
CISÃO: A = A1 + A2
Ex.: A1 =comércio, A2 = transporte. Dívida de A será assim dividida = dívida de IPVA vai para A2 e dívida de IPTU vai para A1. Ambos irão responder solidariamente. 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Obrigação tributária é toda obrigação surgida quando se consuma um fato imponível previsto na legislação tributária. É considerado como um vínculo que une o credor (ativo) e o devedor (passivo) para o pagamento de alguma dívida. Também pode ser considerada como obrigação tributária a própria prestação que o devedor tem que cumprir. Sendo assim, ocorrido o fato gerador, sempre decorrente de lei, nasce a obrigação tributária (nascimento compulsório). O artigo 113 prevê que:
 
 Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
 	 §1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
 	 §2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
 	§3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
As obrigações tributárias são de dois tipos:
• Obrigação tributária principal: é a obrigação de pagar o tributo devido (pecuniária). A principal relaciona-se com o DAR (pagar) valor.
• Obrigação tributária acessória: consiste em ação ou omissão que propicia ou facilita a ação do fisco, como por exemplo a obrigação de emitir nota fiscal (ação), e a de não rasurar os livros fiscais da empresa (omissão). São chamadas também de prestações Negativas ou Positivas). A obrigação acessória consiste em FAZER algo. Ex.: IPVA, obrigação principal é pagar o tributo, obrigação acessória é emplacar o carro.
Constitui-se por quatro elementos:
• Lei: ato que cria ou institui o tributo, determina aumento de alíquotas, outorga isenções, vedações, não incidência, define o fato gerador e tudo mais que for desta obrigação e estrutura-se pela hipótese, o mandamento e a sanção;
• Fato Gerador: elemento nuclear da obrigação tributária ou sua própria natureza juridica, sem o qual não há que se falar em obrigação;
• Sujeito Ativo: é o lado credor da obrigação fiscal;
• Sujeito Passivo: é lado devedor da relação obrigacional tributária;
A obrigação tributária difere da obrigação civil em muitos aspectos, alguns deles, pois não se pode deixar de pagar o tributo em razão de descumprimento da contra prestação. 
Diferentemente do civil, a obrigação acessória pode existir, mesmo que a principal seja extinta. Ex.: mesmo que não precise pagar imposto sobre livro, é necessário que as livrarias emitam nota fiscal.
O credor (estado) não pode obrigar o contribuinte a cumprir a obrigação. Desta forma, recai multa e se transforma em obrigação por quantia certa.
• CREDOR = sempre estado – mas por lei, o Estado pode obrigar alguém a fazer o trabalho dele. Ex.: para fiscalizar imposto de renda, ao invés de analisar contribuinte por contribuinte, pega a empresa, e pede para a empresa entregar o contracheque de todos funcionários.
Apesar de o Estado ser credor, ele pode denegar a cobrança do imposto para outro órgão. Ex.: ITR é federal, mas a união pode celebrar um convenio com o município para este receber o imposto, cobrar, fiscalizar, etc.
• DEVEDOR = contribuinte, pessoa física ou jurídica;
• RESPONSÁVEL = auxilia na arrecadação (é o papel do terceiro), ex.: as empresas que recolhem o imposto de renda direto do contracheque dos funcionários.
DEVEDOR E RESPONSÁVEL são devedores solidários e o CREDOR pode cobrar qualquer um deles. Ex.: quando faz empréstimo no banco tem que pagar IOF, mas não se gera uma guia de IOF, é o banco quem repassa ao Estado. Ou seja, o banco é responsável pelo recolhimento deste imposto. 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
O Código Tributário Nacional trata da responsabilidade tributária nos artigos 128 a 138, dividindo-a em “responsabilidade dos sucessores”, “responsabilidade de terceiros” e, finalmente, “responsabilidade por infrações”. No primeiro dos artigos supramencionados, o referido diploma normativo esclarece que: 
"A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação" (art. 128, CTN).
Como se depreende do texto legal acima transcrito, faz-se necessária uma lei – mais especificamente, uma lei ordinária – para estabelecer a responsabilização tributária de terceiros, já que, de acordo com o princípio da legalidade, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II, CF). Nesse sentido, explica Hugo de Brito Machado que: “denomina-se responsável o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem revestir a condição de contribuinte, tem seu vínculo com a obrigação decorrente de dispositivo expresso da lei”. O mesmo autor esclarece que a referida vinculação não é pessoal e direta – pois tal configuraria a condição de contribuinte, e não de mero sujeito passivo indireto. 
Assim, pode a lei nomear um terceiro, vinculado ao fato gerador da obrigação, para atribuir-lhe a responsabilidade de maneira exclusiva – caso em que aquele atuará como substituto tributário – ou meramente supletiva (solidária ou subsidiária).
Tipos de responsabilidade tributária: 
Responsabilidade da pessoa jurídica.
A figura da pessoa jurídica surgiu nas grandes navegações, quando surgiram as primeiras companhias marítimas, originou-se como uma ideia para não envolver o patrimônio pessoal dos comerciantes com o da sociedade. Surgiu então para não confundir o patrimônio pessoal com o do sócio, no entanto hoje é utilizado também para diminuir a carga tributária. 
A pessoa jurídica (sociedade) tem autonomia patrimonial. 
O nascimento da pessoa jurídica pressupõe a existência de contrato/estatuto registrado no órgão competente – que se faz na junta comercial ou no caso de sociedade de pessoas no registro de pessoa jurídica. 
Na sociedade de pessoas a figura do sócio é muito importante. Ex: médicos, advogados, etc. O tipo societário nesses casos é o S.S. (sociedade simples),ou seja, torna ilimitada a responsabilidade dos sócios. É o caso do art. 134 do CTN. 
Na sociedade de capital a figura dos sócios não é importante, e sim o investimento feito por eles. Ex: Supermercado. O tipo societário nesses casos pode ser S.A., Ltda., etc. Aqui o que importa é se a sociedade é sólida para honrar suas obrigações. A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social. É o caso do art. 135 do CTN. 
Desconsideração da pessoa jurídica - A desconsideração da personalidade jurídica é uma prática de, em certos casos, desconsiderar a separação patrimonial existente entre o capital de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano causado ao consumidor.
O art. 50 do código civil dá dois requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica: abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou a confusão patrimonial, assim, somente estas situações justificariam a desconsideração, que deve ser reconhecida por decisão judicial. Ainda há um requisito para a desconsideração da personalidade jurídica, mediante a execuções fiscais em todos os ambitos. A desconsideração é limitada aquela causa a que foi pedida, sendo que a pessoa jurídica continua funcionando e respondendo, e para outras situações, ela continua tendo autonomia patrimonial, ou seja, ela é pontual, não engloba tudo. 
No direito tributário há o instituto do redimensionamento, que se opera através da execução fiscal. Para haver o redimensionamento (que é parecido com a desconsideração) tem que haver: infração a lei, contrato ou estatuto. 
	O atraso no pagamento não é infração a lei, conforme súmula 430 do STJ, que diz: 
“STJ Súmula nº 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.”
 
Se o oficial de justiça vai lá citar e não encontra a empresa, e é informado que a empresa fechou irregularmente = o STJ consolidou entendimento na sumula 435, legitimando o redirecionamento da execução fiscal aos sócios = presunção relativa mas quase absoluta. 
“STJ Súmula nº 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.”
Se for feita extinção/dissolução da sociedade de forma regular (fazer um distrato sobre os créditos e os débitos, pagar as dívidas e registrar o distrato na junta comercial), em regra não haverá o redimensionamento (art. 135). 
Responsabilidade solidária - A responsabilidade solidária fundamenta-se na culpa in vigilando e está prevista no artigo 134 do CTN, que dispõe, in verbis:
 Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
 I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
 II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
 III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
 IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
 V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
 VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
 VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
 Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. 
Antes de quaisquer considerações, é mister ressaltar que, embora o próprio artigo do CTN faça menção à responsabilidade solidária, a doutrina entende que se trata, na realidade, de responsabilidade subsidiária, tendo em vista que, de acordo com o texto legal, os supostos devedores solidários só responderão em caso de impossibilidade de ser exigido o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
Ademais, “entende-se que os terceiros só responderão pelos tributos devidos pelos contribuintes nos casos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis”. Em outras palavras, é necessário que haja um liame entre o comportamento do terceiro responsável e a obrigação tributária, não se aplicando a regra nos demais casos. 
O parágrafo único do artigo acima transcrito contém mandamento um tanto controverso, prevendo unicamente a transferência da multa moratória, enquanto se mantém silente a respeito da punitiva ou isolada. Neste caso, porém, não é cabível uma interpretação extensiva, devendo-se entender, de fato, que apenas a multa pelo inadimplemento do tributo (multa moratória) é transferida, e não a multa pelo descumprimento da obrigação de fazer (multa isolada).
Responsabilidade pessoal – A responsabilidade pessoal é comumente conhecida como “transferência por substituição” ou “responsabilidade substitutiva”. Ela encontra embasamento legal no controverso artigo 135 do CTN, que reza: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (responsabilidade subsidiária- a própria dívida não configura infração a lei)
 I - as pessoas referidas no artigo anterior;
 II - os mandatários, prepostos e empregados;
 III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Existem consideráveis divergências doutrinárias no tocante à interpretação do dispositivo ora em comento. Há quem entenda que a responsabilidade, nestes casos, é exclusiva do terceiro; outros defendem que ela é solidária entre o responsável e o contribuinte. 
De qualquer forma, cumpre explicitar que as pessoas mencionadas no artigo devem possuir algum poder de decisão, não se aplicando a regra aos simples empregados subordinados. Estariam abrangidos, dentre outros, profissionais como advogados e contadores, além, é claro, daqueles expressamente listados no dispositivo. 
Importante destacar que a referida responsabilidade alcança apenas o período em que a gerência da sociedade foi exercida pelo sócio, de modo que eventuais dívidas relativas a períodos anteriores não podem afetá-lo, em vista da inexistência de qualquer liame entre a sua pessoa e os respectivos fatos geradores. 
Por fim, todos os devedores, inclusive contribuintes e eventuais responsáveis, devem ser indicados pela Fazenda Pública na certidão de dívida ativa. Tal responsabilização pode, também, ser buscada no decorrer da ação de execução fiscal, através de um redirecionamento desta.
Dica do professor: 1º - Pessoa jurídica responde sozinha.
2º Se incorrer em algum dos problemas do art. 135, se faz a reconsideração.
3º Súmula 435 do STJ.
Obs: Não ter dinheiro não é caso de redimensionar, só de fechar.
O STJ tem entendido no caso da súmula 435 que os sócios respondem ilimitadamente (todos respondem por tudo de forma solidária, até quem tiver apenas 1%) quando a empresa estiver fechada.
Em regra, então, não há responsabilidade solidária, exceto quando verificado o caso da súmula supra referida. 
Responsabilidade por infração - A responsabilidade tributária por infrações é, em regra, objetiva, tendo em vista que o Código Tributário Nacional dispõe, em seu artigo 136, que: “salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. 
Tal responsabilidade alcança apenas as infrações de natureza administrativa, culminando na aplicação de sanções fiscais (multas) pelo descumprimento de obrigações tributárias. Convémressaltar que, em casos excepcionais, é possível o cancelamento da multa, nas ocasiões em que reste configurada a boa-fé do contribuinte. 
O artigo 137, CTN, porém, trata de um tipo diverso de responsabilidade, conforme se percebe, abaixo: 
 Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
 I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
 II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
 III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
 a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
 b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
 c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
A redação do artigo acima transcrito dá especial relevo à intenção do agente, traduzindo, nitidamente, casos de responsabilidade subjetiva que constituem, desta forma, exceções à regra geral previamente exposta. O inciso I aborda infrações penais, fazendo menção ao exercício regular que “está relacionado com o elemento subjetivo e com a consciência de antijuridicidade do ato” . Esse caráter subjetivo fica ainda mais evidente nos demais incisos, que aludem ao dolo específico – afastando, desta forma, o princípio geral contido no artigo 136 do CTN. 
Anotações do caderno: Quem responde é quem fez a multa (pessoa física ou jurídica). 
A multa acompanha a dívida e se responde solidariamente por ela.
A multa qualificada, como exceção, não se transmite. Ex: alterar a matrícula do apê, a multa é aplicada a pessoa, então não acompanha o apê caso ele seja vendido. Nesse caso ainda haverá uma investigação criminal. 
Perder prazo para pagamento constitui infração e acarreta a aplicação de multa. 
O artigo 137 se dá de duas formas:
- MORA: se transmite a todos os casos que estudamos até hoje. Ex.: IPTU é propter rem, o novo comprador passa a ser devedor da multa.
- PESSOAL: é na pessoa, então não acompanha a coisa. 
Ainda na temática da responsabilidade por infrações, cumpre discorrer acerca da denúncia espontânea, que está prevista no artigo 138 do CTN: 
“Artigo 138 - A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único - Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.”
Trata-se, assim, de situação em que o próprio sujeito passivo decide reconhecer e confessar a infração por ele cometida. Esta confissão, como estabelece o artigo, deve ser espontânea e, evidentemente, anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização nesse sentido. 
O infrator que confessar espontaneamente será beneficiado com a exclusão das multas administrativas, devendo, porém, pagar o tributo devido, de maneira integral e imediata, acrescido de juros e correção monetária.
	Anotações do caderno: Nesses casos não tem multa, pois se reconhece a dívida antes.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
No direito civil, o crédito se constitui ao mesmo tempo em que a obrigação. Contudo, no direito tributário, nasce a obrigação com a implementação do fato gerador do tributo e o crédito tributário somente nasce com o lançamento (art. 3 CTN).
Crédito tributário representa o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado por procedimento administrativo denominado lançamento e, portanto, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade, estabelecendo um vínculo jurídico que obriga o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) a pagar o tributo ao sujeito ativo (Estado ou ente parafiscal).
O crédito tributário decorre da ocorrência da obrigação tributária principal. Para que o Estado possa exigir o crédito tributário, é necessário que ocorra o fato gerador, e que o Estado individualize e quantifique o valor a ser pago, com o lançamento.
O credito tributário não participa do concurso de credores (ex: inventários e outros), ressaltando ainda que ele possui privilégios e preferências. Como por exemplo, se a Fazenda Pública estiver defendendo um crédito qualquer que posteriormente é colocada pelo magistrado a participar do concurso de credores, percebe-se que a situação será procedente, pois todos poderão participar do concurso de credores uma vez que todos são iguais perante a lei; pois afinal o privilégio é apenas do crédito e não da pessoa jurídica.
LANÇAMENTO – De acordo com o artigo 142 do CNT, compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Dessa forma, deve-se:
1 - Verificar a ocorrência do fato gerador;
2 - Determinar a matéria tributável;
3 - Calcular o montante do tributo devido;
4 - Identificar o sujeito passivo;
5 - Ver se tem penalidade cabível;
O lançamento é a ciência ou notificação da existência do crédito, que a partir do lançamento passa a ser exigível. O lançamento é ato administrativo, que independe da coadjuvação do contribuinte e deve ser feito pela autoridade administrativa, por isso não se pode caracterizá-lo como "processo" administrativo, uma vez que não há duas partes e é uma sistemática estanque. Ao judiciário, cabe anular lançamentos errôneos, não podendo, substituí-lo. Toda essa atividade é vinculada, ou seja, inteiramente determinada em lei, e a não execução enseja responsabilidade funcional.
A notificação do contribuinte é obrigatória; só a partir dela o crédito passa a ser exigível. Pela notificação se completa o processo, podendo ser feita de diferentes formas: pessoalmente, via postal, telegráfica, em endereço-eletrônico ou por qualquer meio com prova de recebimento.
• Há três modalidades de lançamento: o lançamento direto ou de ofício, o lançamento misto ou por declaração e o lançamento por homologação. A escolha da modalidade é feita pela lei que institui o tributo.
a) De Ofício (mais antiga): Nessa modalidade a administração faz tudo sozinha, é a modalidade menos comum. Hoje na prática ocorre quando o contribuinte não declarou, ou quando ele declarou, mas fez errado. É prevista no artigo 149, que diz: 
 Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
 I - quando a lei assim o determine;
 II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
 III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
 IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
 V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
 VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidadepecuniária;
 VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
 VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
 IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
b) Declaração: Essa modalidade tem uma parte feita pelo contribuinte e uma parte feita pela administração. Pressupõe participação do contribuinte, mas quem faz e constitui o documento é a administração. EX.: IPTU – pressupõe que o contribuinte informe que ocorreu compra e venda, que informe que houve obra no imóvel, etc, e daí a autoridade lavra o lançamento e manda para casa do cidadão. IPVA – precisa comprovar a compra do veículo, ir ao DETRAN, passar para o seu nome – é a parcela do contribuinte, que é completada com o lançamento pela administração. Está prevista no artigo 148 do CTN, que diz: 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
c) Homologação/autolançamento: É a mais comum, começa a passar ao cidadão toda a atividade de lançamento. O contribuinte tem que se cadastrar, tem que ter inscrição no CPF, CGC, tem que baixar o programa, emitir nota fiscal, tudo a cargo do contribuinte. Ele apura o fato gerador, apura o cálculo e se for o caso ele mesmo aplica uma sanção. Ex.: declaração de imposto de renda – a pessoa baixa o programa, preenche, declara os bens, imprime o recibo para pagar, e paga – se a pessoa fizer fora do prazo, o programa já vai gerar uma multa, que vai ser paga pelo contribuinte espontaneamente. 
O sujeito faz tudo, mas não é um ato administrativo, então depende da homologação da administração. Durante 5 anos, a administração tem a possibilidade de rever o que o contribuinte fez sozinho. Se ela rever, ela vai fazer um lançamento de ofício. Está prevista no artigo 150 do CTN, que diz:
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
 § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
 § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
 § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Observações: • IPTU – vem através de carnê para a casa do contribuinte. O contribuinte dizia que o carnê não correspondia ao lançamento, pois não continha a matéria tributada, o montante, etc. e no começo o contribuinte ganhava na justiça, porém hoje o STJ assentou que o carnê de IPTU serve como auto de lançamento (notificação). 
• Não confundir LANÇAMENTO (DCTF, DIRPF, GIA) com o DOC DE PAGAMENTO (Código de barras, DARF) – Doc de pagamento é aquele que se leva no banco – o Doc prova a quitação do tributo, enquanto o lançamento é a constituição do crédito tributário.
• Depois de feito o lançamento o contribuinte tem até 30 dias para pagar. ‘
Artigos:
 Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
 Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
 § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
 § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
 Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
 I - impugnação do sujeito passivo;
 II - recurso de ofício;
 III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
 Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
SUSPENSÃO DO CRÉDITO - É a paralisação temporária da exigibilidade do crédito tributário, por meio de norma tributária. 
No direito brasileiro, de acordo com o Art.151 do CTN, as modalidades de suspensão admitidas são:
• moratória;
• o depósito do montante integral;
• as reclamações e os recursos administrativos de medida liminar em mandado de segurança;
• a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
• o parcelamento
a) Moratória: é a postergação do prazo para pagamento do tributo devido, pode ser concedido de modo geral ou individual. Ela sempre dependerá de lei para a sua concessão. Esse benefício somente pode ser concedido se o crédito já fora constituído ou se o lançamento foi iniciado. A competência para concedê-la, em regra, é da pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo. Para alguns doutrinadores a União poderá conceder moratória sobre qualquer tributo em caso de guerra externa.
O artigo 152 classifica a moratória em:
• Geral: aquela concedida por lei, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa.
• Individual: benefício cujo direito ao favor será reconhecido por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
A administração dá um prazo (definido em lei) para poder pagar o tributo. Ex.: governo deu moratória para os municípios que sofreram enchente. Dessa forma, durante 6 meses, os contribuintes desse município não precisarão pagar durante 6 meses, embora tenha que pagar após os 6 meses.
b) Depósito do montante integral: Visa interromper atos de cobrança do Fisco, enquanto o crédito ainda está em discussão. O depósito pode ser anterior ou posterior à constituição do crédito tributário. É uma faculdade (e não uma obrigação) concedida ao contribuinte, e não é condição para recurso na esfera administrativa e nem requisito para ingresso de ação judicial.
Se a pessoa vai no banco e paga = quitação. Depósito quetrata aqui é o depósito em juízo.
c) Reclamações e recursos administrativos: impede a formação definitiva do crédito tributário. Importante lembrar que o STF julgou inconstitucional a exigência de depósito prévio nos recursos administrativos.
Nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo. Depois da notificação do lançamento, abre prazo para defesa administrativa – enquanto não transitar em julgado administrativamente, fica suspenso o crédito tributário.
d) Concessão de medida liminar em mandado de segurança: pode ser repressivo ou suspensivo. A suspensão ocorre com a liminar, não com a sentença transitada em julgado. Com a liminar a fazenda pública fica impedida de ajuizar a execução.
Mandado de Segurança = violação de direito líquido e certo. Tem que provar o perigo na demora e a verossimilhança das alegações.
e) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada: não importa a modalidade de ação ajuizada, com a concessão da liminar ou mesmo da antecipação de tutela, evita que o sujeito passivo arque com o ônus tributário antes que seja apreciado o mérito a sentença tenha transitado em julgado.
f) Parcelamento: a Lei Complementar nº 104/2001 incluiu o parcelamento entre as hipóteses de suspensão. Será concedido na forma e condições previstas em lei específica, aplicando subsidiariamente as regras da moratória.
Os parcelamentos tem nome: PAES, REFIS, REFIS I, REFIS II, REFIS CRISE. Geralmente as pessoas que entram no parcelamento confessam a dívida e tem que desistir das demandas judiciais e administrativas. O parcelamento é definido em lei, as parcelas e condições de parcelamento são definidas em lei, não se faz condições especiais para cada um.
 
Observação: Estando com crédito tributário em aberto, não se consegue retirar Certidão Negativa de Débito – enquanto estiver suspenso a exigibilidade do crédito tributário, é possível retirar Certidão Negativa de Débito.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - Extinção do crédito tributário é qualquer ato jurídico ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva. A extinção ocorre nas seguintes modalidades:
• pagamento do crédito tributário;
• compensação;
• transação;
• remissão;
• decadência;
• prescrição;
• pela conversão do depósito em renda;
• com a homologação do pagamento antecipado;
• com a consignação em pagamento;
• com a decisão administrativa favorável ao sujeito passivo de caráter irreformável;
• com a decisão judicial transitada em julgado;
• dação em pagamento em bens imóveis.
Pagamento: é a entrega do valor devido ao sujeito ativo da obrigação tributária.
Compensação: ocorre quando duas pessoas por serem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra podem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contas. O CTN (art. 170) prevê que a compensação deve estar prevista em lei; além disso, os créditos devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
Quando o credor e devedor são mutuamente credores e devedores, compensando o que um deve ao outro, desde que seja referente ao mesmo tributo. Ex.: se o contribuinte for devedor de ICMS e credor de IR, não pode haver a compensação. Não pode haver compensação com precatório também.
Transação: Ocorrem concessões recíprocas entre o sujeito ativo (FISCO) e do sujeito passivo (contribuinte) da obrigação tributária para por fim a uma demanda. Também deve ser autorizada por lei.
Remissão: perdão total ou parcial do principal vencido. A remissão não é aplicada às penalidades por falta de pagamento desse crédito tributário.Logo, o contribuinte (sujeito passivo ou devedor) será dispensado de pagar o tributo vencido porém será obrigado a pagar a multa devida pela ausência de recolhimento do mesmo.
Perdão - o estado perdoa a dívida. Requisito para remissão: tem que ser concedida por lei e o contribuinte tem que se encaixar nos requisitos da lei. Não confundir com anistia. Remissão é perdão da dívida.
Prescrição: Perda do direito da pretensão de exigibilidade. Prazo de 5 anos. Prazo em que a Fazenda Pública tem o direito de cobrar judicialmente o contribuinte. 
Decadência: Perda do próprio direito. A Fazenda Pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo de 5 anos.
Observação: Extinção do crédito pela ação do tempo. Prescrição é quando extingue o direito de cobrar – direito processual. A decadência é quando extingue o direito material. Conta-se do momento da ocorrência do fato gerador 5 anos até o lançamento (ocorre a decadência do direito de lançar). Do lançamento até a cobrança (execução fiscal) tem o prazo de 5 anos (ocorre a prescrição). Se for lançado, não se fala mais em decadência. Uma vez iniciada a decadência, não se suspende o prazo, enquanto a prescrição admite interrupção e suspensão. A contagem do prazo se dá da ciência do auto de lançamento pelo contribuinte, ou seja, se for feito auto de lançamento, mas o contribuinte não foi notificado, ocorre a decadência. Somente não ocorre quando o contribuinte muda de endereço e não informa o Estado e daí presume-se notificado.
Prescrição intercorrente: processo de execução fiscal fica parado por 1 ano de arquivamento e mais 5 anos sem movimentação útil (ex.: carga do processo não é movimentação útil) pode ser declarado prescrição intercorrente de ofício.
Conversão do Depósito em Renda: Quando o contribuinte perde a ação o valor do depósito é convertido em favor da Fazenda Pública, independentemente de execução fiscal (pegar o depósito judicial e utilizar para pagar a dívida).
Pagamento Antecipado: Quando a fazenda homologa expressa ou tacitamente o pagamento antecipado pelo contribuinte. Ocorre nos lançamentos por homologação.
Consignação em pagamento: quando o sujeito da obrigação tributária se propõe a pagar e não está conseguindo. Ocorre sempre na esfera judicial, quando a Fazenda pública se recusa a receber o valor que o contribuinte propõe a pagar ou há dúvida a quem seria devido o tributo.
Decisão Administrativa irreformável: decisão proferida no âmbito dos processos administrativos fiscais (Decreto 70.235/1972). Faz coisa julgada contra o fisco. Assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória (o contribuinte tem que ter sido vencedor).
Decisão Judicial Transitada em Julgado: O Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido, não há recurso pela fazenda pública no prazo de lei e a sentença transita em julgado.
Dação em pagamento de Bens Imóveis: forma de extinção do crédito tributário criada pela LC 104/01. O Contribuinte pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários.
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - A exclusão ocorre exclusivamente em caso de promulgação de lei que determina a não exigibilidade do crédito tributário por parte do sujeito ativo (Estado). As modalidades de exclusão previstas são:
• isenção: é a dispensa do tributo devido. Ex.: isenção de imposto de renda.
• anistia: exclusão das penalidades e não do crédito tributário. Ex.: exclusão de juros e multas.
• imunidade: proibição constitucional de tributar. Ex: igrejas, partidos políticos, etc.
A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
De acordo com o artigo 175, excluem-se o crédito tributário com:
I - a isenção - Isenção vem disciplinada no CTN dos artigos 176 ao 179 e consiste basicamente em um ato ainda que determinado por contrato que é, via de regra, sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração, não é extensiva, salvo lei em contrario. Ou seja, para melhor compreender, uma das funções da isenção é fomentar determinada área em suas relações mercantis de modo a possibilitar maiores recursos para que o desenvolvimento ocorra. Imagine que a cidade X precise de mais empresasem seu território, entretanto os impostos recolhidos sobre qualquer natureza (ISSQN) são altos, então para solucionar este problema a Fazenda Municipal estipula a isenção destes impostos especificando tudo que é pertinente para que, a principio, as empresas possam encontrar naquela cidade condições de se instalarem e desenvolverem suas atividades visando o lucro.
É o caso em que a lei criou uma hipótese de incidência e a própria lei faz com que algumas situações/pessoas sejam excluídas de pagar o tributo – diferença de imunidade = na isenção é a Lei que prevê. Ex.: isenção por doença grave). A isenção pode ser concedida em caráter individual (por doença grave) ou geral (todos que ganham até 1500,00). A isenção pode ser revogada individualmente ou em caráter geral – é necessária mudança de lei. (imunidade não pode ser revogada).
CASO: A faz lei de isenção para empresa por 10 anos. Antes de acabar os 10 anos, vem B e edita lei revogando – nesse caso a empresa pode arguir art. 178, que diz que a isenção pode ser revogada exceto se houve investimento e se houve prazo certo. + boa fé objetiva + proteção à confiança.
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
§1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção.
§2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
II - a anistia - Já a anistia vem regulamentada dos artigos 180 ao 182 do CTN. Por sua vez, abranger exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede e não se confunde com a remissão - (remissão abrange todo o credito tributário já constituído, ou seja, abrange o tributo e as penalidades é modalidade de extinção (art. 156)) - pois somente se aplica às penalidades e, poderá ser concedida em caráter geral ou limitadamente e, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão sendo que o despacho supracitado não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Veja o que preleciona Hugo de Brito sobre o tema: "anistia é perdão da falta, da infração, que impede o surgimento do credito tributário correspondente à multa respectiva". 
Não confundir com remissão (na remissão se perdoa a dívida). A anistia perdoa a MULTA (apenas a multa). A exclusão da multa pode ser parcial ou total. A anistia pode ser em caráter geral ou individual.
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
Observações: A imunidade está na Constituição Federal e não pode ser mudada, por ser clausula pétreas. As isenções podem ser revogadas mediante lei, está na legislação ordinária. 
SUSPENSÃO ≠ EXTINÇÃO ≠ EXCLUSÃO
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Garantias: A Garantia é o modo de assegurar o direito, de dar eficácia ao cumprimento de uma obrigação. Confere segurança e estabilidade ao crédito tributário, ou regularidade ou comodidade ao recebimento do tributo. Segundo alguns doutrinadores, somente a Lei Complementar Federal pode instituir garantias e privilégios do crédito tributário. Outros entendem que, com base em sua competência complementar, os Estados e Municípios podem legislar sobre a matéria. Todos os bens e as rendas do sujeito passivo servem de garantia para o Fisco, ou seja, respondem pelo crédito tributário. As garantias reais mais comuns são a hipoteca e o penhor. Somente prevalecem sobre o crédito tributário os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
São absolutamente impenhoráveis (art. 649 do CPC): a) os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; b) as provisões de alimentos e combustíveis necessários à manutenção do devedor e de sua família durante um mês; c) o anel nupcial e os retratos de família; d) os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários públicos, o soldo e os salários, salvo para pagamento de pensão alimentícia; e) os equipamentos militares; f) os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários ou úteis para o exercício de qualquer profissão; g) as pensões, as tenças, ou os montepios, percebidos dos cofres públicos, ou de institutos de previdência, bem como os provenientes de liberdade de terceiros, quando destinados ao sustento do devedor ou da sua família; h) os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas; i) o seguro de vida. Também é impenhorável o bem de família (Lei 8009/90).
As garantias podem ser pessoais ou reais, quanto à sua natureza. Constituem o reforço que o credor tem, juridicamente, de fazer-se valer, de forma acessória, para o cumprimento, pelo devedor, do negócio principal.
A Fazenda Pública têm, em decorrência de expressa disposição legal, os meios assecuratórios do cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes, elencadas nos artigos 183 a 185-A, do Código Tributário Nacional.
O artigo 185 do Código Tributário Nacional presume fraudulenta a oneração ou alienação de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, desde que esse débito esteja inscrito na dívida ativa.
Por alienação, entende-se a transferência de titularidade dos bens, seja a título gratuito ou oneroso. A oneração,por sua vez, é a gravação de garantia sobre um determinado bem, como a hipoteca e o penhor.
No entanto, a presunção guarda relatividade, uma vez que não é aplicada no caso em que disponha o devedor-contribuinte de bens ou rendas para o pagamento da dívida. A contrário sensu, entende-se que o devedor insolvente que transfira a titularidade ou agrave bens de seu patrimônio terá a seu desfavor a presunção iuris et de iure de fraude à execução.
Há que se observar a segunda parte do referido artigo 185, caput: “por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa”. Como regularmente inscrito entende-se o devedor citado, a que especificamente reporta-se o artigo 185-A, acrescido pela Lei Complementar número 118, de 9 de fevereiro de 2005. 
Por outro lado, o artigo 184 do Código Tributário Nacional determina:
“Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.”
A segunda parte do dispositivo legal torna ineficazes as garantias reais ofertadas anteriores ao estado de insolvência, colocando o terceiro, credor do devedor inscrito, em situação equiparada ao do quirografário, ainda que previna-se com as medidas assecuratórias para a preservação dos seus direitos.
A fraude à execução, assim decretada, torna ineficazes os atos praticados, por oneração ou alienação.
Artigos: 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. está sujeito a desconstituição do negócio jurídico. A presunção de fraude conta a partir da inscrição da dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
Exceção: se o resto do patrimônio da pessoa cobre o débito. Ex.: dívida de 1000, o devedor vende um imóvel de 30.000, mas tem outros bens capazes de quitar a dívida.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
PENHORA ELETRÔNICA/ON LINE – feita pelo juiz do processo de execução fiscal. Ordem = tem que ser citada, não pagar, não indicar bens a penhora, não localizar bens, aí sim autoriza a penhora on line x art. 655 do CPC (penhora preferencialmente eletrônica). STJ disse que pode aplicar o 655 do CPC. Qualquer cobrança que não seja através de execução fiscal é considerado sanção política e é vedado pelo STF.
§1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.
§2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. 
Privilégios: O privilégio deve ser entendido como regalia que a lei concede a determinado crédito de ser pago com preferência dos outros. A preferência é o pagamento prioritário de um crédito em desfavor daqueles que com eles concorrem. O crédito tributário prevalece sobre os demais créditos, com exceção dos créditos trabalhistas. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Após a Lei Complementar 118/2005, as multas fiscais, moratórias ou punitivas, poderão ser incluídas no crédito habilitado em falência ou concordata. Ordem de preferência para recebimento de créditos tributários pelas pessoas jurídicas de direito público: 1º) em primeiro lugar – créditos da União e INSS conjuntamente e “pro rata”, e depois as demais autarquias federais; 2º) em segundo lugar – créditos dos Estados e DF e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”; 3º) em terceiro lugar – os créditos dos municípios e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”.
Caderno: Quando o devedor deve para diversos credores – o mais famoso é a falência – instaurando-se uma ordem preferencial de pagamentos sobre os credores. 
Ex.: GERDAU tem dívida de 5 mil com consumidor, 50 mil com consumidor, 100 mil com empregado, 50 mil de dívida tributária. Se é uma empresa saudável, que não está falindo, receberá primeiro quem cobrar primeiro. Em caso de falência, o concurso de credores é estipulado na lei de falência.
Em empresa solvente, não há de se falar em concurso de credores.
Artigos:
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
Parágrafo único. Na falência:
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (não precisa deslocar a demanda ao juízo falimentar, como em regra acontece. Não se sujeita ao juízo, mas se sujeita a ordem de pagamento) 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
Art. 188. São extraconcursais (fora da ordem de concurso do crédito, recebe primeiramente. Ex. honorários do perito da falência e honorários do administrador da massa falida) os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Ex.; crédito tributário decorrente após a decretação de falência – são pagos primeiro – extraconcursais. 
§1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada.
§2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos,

Outros materiais