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DIREITO REFORMA POLITICA

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REFORMA POLÍTICA
Construindo a plataforma dos
movimentos sociais para a 
Reforma do Sistema Político no Brasil
Reflexões para o Debate
REFORMA POLÍTICA
Construindo a plataforma dos
movimentos sociais para a 
Reforma do Sistema Político no Brasil
Reflexões para o Debate
Sumário
ABERTURA.............................................................................................................................................................05
PLATAFORMA DA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO .....................................................................07
I - APRESENTAÇÃO E HISTÓRICO DO PROCESSO .................................................................................................09
II - INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................11
A Constituição de 1988 e o Sistema Político ............................................................................................................11
Interesses e concepções diferentes ...........................................................................................................................11
Concepção e Objetivos ................................................................................................................................................12
Princípios .....................................................................................................................................................................13
O Estado e o sistema político ......................................................................................................................................14
III - EIXOS E PROPOSTAS .......................................................................................................................................15
1 - FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA DIRETA................................................................................................15
PROPOSTAS: ..........................................................................................................................................................15
1.1 - Regulamentação e ampliação dos mecanismos de democracia direta previstos na Constituição Federal: plebiscitos, 
referendos e iniciativa popular....................................................................................................................................15
1.2 - Instituir a obrigatoriedade nos estados e municípios do plebiscito, referendos e iniciativa popular ...............16
1.3 - Plesbicitos e referendos para os acordos internacionais ....................................................................................16
1.4 - Criação de política de financiamento público e de controle das doações privadas para as campanhas de formação 
de opinião nos processos de referendos e plebiscitos ...............................................................................................16
1.5 - Construção de uma política pública de educação para a cidadania ..................................................................16
1.6 - Revogação popular de mandatos eletivos ..........................................................................................................16
1.7 - Fazer referendo sobre a Reforma Política aprovada pelo Congresso Nacional .................................................16
2 - FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA ...................................................................................17
PROPOSTAS: ..........................................................................................................................................................17
2.1 - Participação na definição das prioridades de pauta do Congresso Nacional e demais Câmaras legislativas ...17
2.2 - Criar mecanismos de participação, deliberação e controle social das políticas econômicas e de 
desenvolvimento .........................................................................................................................................................17
2.3 - Criação de mecanismos de participação e de controle social do ciclo orçamentário (formulação/definição, 
execução, avaliação/monitoramento e revisão) na União, estados e municípios .....................................................17
2.4 - Reforma das Regras de Tramitação do Orçamento no Poder Legislativo: fim das emendas individuais ..........17
2.5 - Acesso universal às informações orçamentárias na União, estados e municípios .............................................17
2.6 - Continuidade de planos e programas das políticas públicas .............................................................................18
2.7 - Criar mecanismos de diálogo e de interlocução dos diferentes espaços de participação e controle social .....18
3 - APRIMORANDO A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA: SISTEMA ELEITORAL E PARTIDOS POLÍTICOS ...........18
PROPOSTAS ...........................................................................................................................................................18
3.1 - Financiamento público exclusivo de campanhas ...............................................................................................18
3.2 - Manutenção dos partidos políticos exclusivamente através de contribuições de filiados definidos em convenções 
partidárias e dos fundos partidários ..........................................................................................................................19
3.3 - Destinação do tempo de propaganda partidária para ações afirmativa ...........................................................19
3.4 - Uso de recursos do fundo partidário para a educação política e ações afirmativas .......................................19
3.5 - Implantação da Fidelidade Partidária .................................................................................................................19
3.6 - Voto de legenda em listas partidárias preordenadas .........................................................................................19
3.7 - Possibilidade de criação de federações partidárias ............................................................................................20
3.8 - Fim da cláusula de barreira .................................................................................................................................20
3.9 - Prazo de filiação ..................................................................................................................................................20
3.10 - Fim da reeleição para todos os cargos executivos ............................................................................................20
3.11 - Limites de mandatos .........................................................................................................................................20
3.12 - Proibição de disputar novas eleições ...............................................................................................................20
3.13 - Suplente de Senador/a .....................................................................................................................................20
3.14 - Fim da votações secretas nos legislativos ........................................................................................................20
3.15 - Imunidade parlamentar ....................................................................................................................................20
3.16 - Foro privilegiado ...............................................................................................................................................21
3.17 - Pesquisas eleitorais ............................................................................................................................................213.18 - Gravação de propaganda para rádio e TV ........................................................................................................21
3.19 - Cabos eleitorais .................................................................................................................................................21
3.20 - Fim do Nepotismo ...........................................................................................................................................21
3.21 - Fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal ......................................................................................................21
3.22 - Relação com empresas que prestam serviços ao Estado .................................................................................21
3.23 - Exigência de concursos públicos para preenchimento de cargos públicos nos três poderes .........................21
3.24 - Tribunais de Contas ..........................................................................................................................................21
3.25 - Reforma da Justiça Eleitoral ..............................................................................................................................21
4 - DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO ......................................................................22
PROPOSTAS: ...............................................................................................................................................................22
4.1 - Sistema público de comunicação .......................................................................................................................22
4.2 - Controle de propriedade ....................................................................................................................................23
4.3 - Controle público .................................................................................................................................................23
4.4 - Propagandas oficiais .........................................................................................................................................23
4.5 - Software livre ......................................................................................................................................................23
4.6 - Horário gratuito .................................................................................................................................................23
5 - TRANSPARÊNCIA NO PODER JUDICIÁRIO .....................................................................................................23
PROPOSTAS: ................................................................................................................................................................23
5.1 - Concurso Público .................................................................................................................................................23
5.2 - Fim do STF ...........................................................................................................................................................23
5.3 - Defensorias públicas municipais .........................................................................................................................24
5.4 - Fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal ........................................................................................................24
5.5 - Corregedorias Populares .....................................................................................................................................24
5.6 - Demissão de Juízes/as e promotores/as .............................................................................................................24
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................................25
ANEXO 01 - REGULAMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E DIRETA .............26
ANEXO 02 - O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ........................................................................................................27
ANEXO 03 - QUADRO DOS CONSELHOS NACIONAIS E CONFERÊNCIAS ...........................................................29
ANEXO 04 - REFORMA DA JUSTIÇA ELEITORAL ..................................................................................................35
ANEXO 05 - A REFORMA POLÍTICA NO CONGRESSO NACIONAL .......................................................................36
ANEXO 06 - DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO ......................................................41
EXPEDIENTE ..........................................................................................................................................................44
5
ABErTurA
Construindo a plataforma dos movimentos sociais 
para a Reforma do Sistema Político no Brasil
 Os debates sobre a reforma política, em que pese os distintos momentos de ascenso e descenso 
do debate no Congresso, governo federal e mídia, têm tido um marco comum: a ênfase, quando não 
a redução exclusiva do debate, a uma reforma da legislação eleitoral e dos partidos.
 A construção de uma sociedade democrática exige, entretanto, uma reforma política ampla, 
que expanda a democracia nas suas distintas possibilidades: direta, representativa e participativa. 
Entendemos como essencial a questão da democratização da informação e da comunicação, assim 
como a transparência no Poder Judiciário. É com este escopo que, movimentos sociais, redes, fóruns 
e ONGs, vêm construindo, desde 2005, uma proposta de Reforma Política.
 Esta proposta está agora, em sua primeira sistematização, pós-seminários no Fórum Social 
Brasileiro, colocada, para ampla consulta e debate nacional nos espaços de participação das redes, 
fóruns, movimentos sociais, populares e sindical.
 Os resultados deste ciclo de debates, a serem sistematizados ao final do ano, dependerão, 
entretanto, da adesão alcançada pela proposta e de sua ampla difusão. Convocamos, por isto, ao 
engajamento nesta iniciativa: promovendo espaços de debates da proposta e difundindo a iniciativa 
nos mais diversos meios de comunicação a nosso alcance.
 No final de novembro , na cidade de Salvador, realizaremos um seminário com o objetivo de 
sintetizar em uma plataforma política todas as propostas apresentadas, assim como definir novas 
estratégias de atuação. Por enquanto, nossa intenção é, no início de 2007, fazer uma grande pressão 
sobre o novo Congresso Nacional e o Poder Executivo Federal, para que os itens desta plataforma 
sejam considerados no processo de reforma política.
 
AGENDA DE DEBATES E SEMINÁRIOS
* Agosto, setembro, outubro: debates regionais/estaduais/por entidades, com escolha de representantes 
(até 3) para o encontro nacional.
* Até 6 de novembro: enviar relatórios dos debates, para moroni@inesc.org.br
* De 6 de novembro a 22 de novembro: preparação da síntese dos debates.
* Fim de novembro: encontro nacional (local a confirmar)
 
ROTEIRO PARA DISCUSSÃO
 Cada Estado/região debate o texto da melhor forma possível, em um ou mais encontros.
Sugerimos que o documento seja lido e debatido e que seja feito um relatório da discussão, procurando 
destacar: 
1) dúvidas e questionamentos;
2) complementações e supressões de propostas, dentro de cada eixo.
RECURSOS PARA O ENCONTRO
Informamos também que estamos procurando recursos para o encontro nacional (para custear 
representantes dos debates nos Estados). Mas não teremos recursos para os encontros regionais/
estaduais. Contamos que cada entidade ou articulação possa se envolver, da melhor forma possível, 
neste processo, mobilizando seus próprios recursos.
 
6
MAIS INFORMAÇÕES E CONTATOS
 Mais informações e textos suplementares se encontram no sitewww.participacaopopular.org.br
Contatos: José Antonio Moroni (moroni@inesc.org.br), Ana Claudia Teixeira (anaclaudia@polis.org.
br), Michelle Prazeres (michelleprazeresc@yahoo.com), Cassio França (cassio@fes.org.br).
Saudações democráticas,
• ABONG - Associação Brasileira de ONGs
• AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras
• AMNB - Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
• Campanha Nacional pelo Direito à Educação
• Comitê da Escola de Governo de São Paulo da Campanha em Defesa da República e da 
Democracia
• CEAAL - Conselho Latino Americano de Educação
• FAOR - Fórum da Amazônia Oriental
• FBO - Fórum Brasil do Orçamento
• FES - Fundação Friedrich Ebert
• FNRU - Fórum Nacional de Reforma Urbana
• FNPP - Fórum Nacional de Participação Popular 
• Fórum de Reflexão Política
• Inter-redes Direitos e Política
• Intervozes 
• Movimento Nacional Pró-Reforma Política com Participação Popular
• Observatório da Cidadania
• PAD - Processo de Diálogo e Articulação de Agências Ecumênicas e Organizações Brasileiras
• Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
• REBRIP - Rede Brasileira pela Integração dos Povos
• Rede Feminista de Saúde
PLATAFormA DA rEFormA Do 
SiSTEmA PoLÍTiCo BrASiLEiro
(Versão para debate)
9
 Em 2005, foi realizado em Recife o seminário nacional “Novas estratégias para ampliar a democracia 
e a participação”, reunindo mais de 60 participantes, representando 21 estados, de diversas organizações/
redes/fóruns/movimentos e articulações. Na preparação do seminário nacional foram realizados, entre 
agosto e novembro de 2005, seminários estaduais e regionais, envolvendo os seguintes Estados: Acre, 
Amapá, Pará, Tocantins, Rondônia, Roraima, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Alagoas, 
Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Posteriormente foi realizado 
um encontro regional, envolvendo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. 
O seminário foi estruturado com base em três eixos de debate: 1) os sentidos da participação, da 
democracia e do desenvolvimento; 2) avaliação crítica dos instrumentos e mecanismos de participação e 
de controle social; 3) formulação de novas estratégias para ampliar a democracia e a participação.
O que orientou a construção de novas estratégias foram quatro grandes questões: 
1 - Como criar mecanismos de participação e controle social na política econômica, integrando-a 
com as outras políticas?
2 - Como pautar o debate da participação e do controle social no processo de discussão da reforma 
política?
3 - Como romper a fragmentação da atual “arquitetura da participação”, respeitando as nossas 
identidades? Como assegurar que os canais de participação dialoguem com o conjunto da 
sociedade? Pensar o papel e estratégias em relação à mídia.
4 - Como desenvolver novas formas de participação e do controle social sobre o Legislativo e o 
Judiciário? Como fazer com que o Legislativo, o Ministério Público (MP) e o Judiciário cumpram 
o seu papel de fortalecimento da participação e do controle social?
 Após amplo debate, ficou consensuado que a Reforma Política seria o tema escolhido para 
concentrarmos nossas ações em 2006 e 2007. Reforma Política entendida aqui como um “campo 
temático”, em que os movimentos e redes podem concentrar energias, com base na perspectiva de 
mudança da cultura política e ampliação dos processos democráticos e que, em certo sentido, sintetiza 
as quatro grandes questões acima. 
 Para construir esta estratégia foi tirada uma agenda política para 2006/2007 dividida em três 
momentos:
1) Construção da minuta da “Plataforma da reforma do sistema político” e discussão no Fórum 
Social Brasileiro, realizado em abril de 2006, em Recife. O debate se deu por meio de três seminários: 
a) A re-configuração do campo democrático e popular e a busca de novas formas de se pensar e 
fazer política; b) Reforma política como ampliação da democracia e da participação; e c) participação 
e controle social: por onde navegamos? 
2) Debate nos diferentes grupos, redes, fóruns, movimentos, organizações e articulações da 
minuta da plataforma (junho a outubro de 2006) e intervenção no processo eleitoral (discussão com 
os/as candidatos/as)
3) Consensuar proposta de reforma do sistema político (novembro de 2006) apresentando proposta 
de lei ao novo Congresso (2007). 
 Participam desta estratégia, até o momento, as seguintes redes/fóruns,/movimentos e articulações: 
ABONG (Associação Brasileira de ONGs), Inter-redes Direitos e Política, FNPP ( Fórum Nacional 
de Participação Popular), Observatório da Cidadania, Rede Brasil sobre Instituições Financeiras 
Multilaterais, FAOR ( Fórum da Amazônia Oriental), AMB ( Articulação de Mulheres Brasileiras), 
AMNB ( Articulação de Mulheres Negras Brasileiras), PAD ( Processo de Dialogo e Articulação de 
I – APRESENTAÇÃO E
HISTÓRICO DO PROCESSO
10
Agências Ecumênicas e Organizações Brasileiras), FBO ( Fórum Brasil do Orçamento), FNRU ( Fórum 
Nacional da Reforma Urbana), CEAAL (Conselho Latino Americano de Educação), REBRIP ( Rede pela 
Integração dos Povos), Movimento Pró-reforma Política com Participação Popular, Comitê da Escola 
de Governo de São Paulo da Campanha em Defesa da República e da Democracia, Rede Feminista 
de Saúde, Fórum de Reflexão Política, Campanha Nacional pela Educação, Intervozes e FES.
 A presente minuta de “Plataforma da reforma do sistema político”, para o debate, é fruto desse 
processo, pois não consideramos a Reforma Política como um problema exclusivo dos partidos. 
 As propostas apresentadas aqui foram feitas a muitas mãos, com objetivo de contribuir na discussão 
sobre reforma do sistema político. Isso não quer dizer que o conjunto das redes, fóruns e movimentos 
concordem com elas, na integra, pois todos/as estão discutindo esta “versão para o debate”. Vale 
ressaltar ainda que essas propostas foram elaboradas e discutidas com total autonomia em relação 
aos partidos políticos.
11
II - INTRODUÇÃO 
A COnSTITuIçãO DE 1988 E O SISTEMA POLÍTICO 
Na Carta de 1988, os/as constituintes elegeram como objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, “garantir o desenvolvimento 
nacional”, “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”, 
“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, etnia, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação”. 1 E que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente”.
A incapacidade das instituições vigentes concretizarem plenamente os objetivos da Constituição, o 
aumento do sentimento de distância entre os/as eleitores/as e seus/suas representantes, motiva parte 
da sociedade civil a lutar pela reforma do sistema político e a busca de novas formas de se fazer e 
pensar a política. 
1 CF, Art. 3°, incisos I, II, III e IV. 
Por sua vez, essa insatisfação popular inspira o surgimento de novas propostas, 
com o objetivo de promover os interesses populares nos espaços de tomada de 
decisão. Queremos resgatar o conceito político de poder popular.
InTERESSES E COnCEPçõES DIFEREnTES 
A reforma política é um tema recorrente na vida política brasileira. Está presente na agenda dos 
congressistas há vários anos, mas sempre orientada pelos interesses eleitorais e partidários. É o chamado 
casuísmo eleitoral – geralmente, alterações de curto prazo e de curta duração. É por isto que a maioria 
dos políticos tem uma concepção de reforma política como apenas reforma do sistema eleitoral. 
Está presente também nas discussões acadêmicas e na mídia. Na academia, mais como um objeto 
a ser estudado/pesquisado; e na mídia, quasesempre, como a solução de todos os males do país 
ou de forma pejorativa. Para uma parte significativa desses atores, é um instrumento para melhorar 
a governabilidade do Estado (manter as elites no poder) ou aumentar sua eficiência (como atender 
melhor aos interesses das elites).
No âmbito da sociedade civil organizada, das organizações, movimentos, redes, fóruns e articulações 
que defendem o interesse público, aqui entendido como os interesses da maioria da população, e 
a radicalização da democracia, a reforma política está inserida em um contexto mais amplo, que 
necessariamente diz respeito a mudanças no próprio sistema político, na cultura política e no próprio 
Estado. Por isso, os princípios democráticos que devem nortear uma verdadeira reforma política são 
os da igualdade, da diversidade, da justiça, da liberdade, da participação, da transparência e controle 
social. Em resumo, entendemos como reforma política a reforma do próprio processo de decisão, 
portanto, a reforma do poder e da forma de exercê-lo. 
Sendo assim, reforma política ganha olhares e enfoques diferentes de acordo com os interesses 
de quem a debate e do lugar que ocupa no cenário político e na vida pública.
12
CONCEPÇÃO E OBJETIVOS 
Democracia é muito mais que o direito de votar e ser votado. É preciso democratizar a vida social, 
as relações entre homens e mulheres, crianças e adultos, jovens e idosos, na vida privada e na esfera 
pública, as relações de poder no âmbito da sociedade civil. Portanto, democracia é muito mais que 
apenas um sistema político formal e a relação entre Estado e sociedade, é também a forma como as 
pessoas se relacionam e se organizam.
A Reforma Política que defendemos visa à radicalização da democracia, para 
enfrentar as desigualdades e a exclusão, promover a diversidade, fomentar 
a participação cidadã. 
Isto significa uma reforma que amplie as possibilidades e oportunidades de participação política, 
capaz de incluir e processar os projetos de transformação social que segmentos historicamente 
excluídos dos espaços de poder, – como as mulheres, os/as afrodescendentes, os/as homossexuais, 
os/as indígenas, os/as jovens, as pessoas com deficiência, os/as idosos/as e os/as despossuídos/as de 
direitos – de uma maneira geral trazem para o debate público. 
Não queremos a “inclusão” nesta ordem que aí está. Queremos mudar esta ordem. Por isto, 
pensamos o debate sobre a Reforma do Sistema Político como um elemento-chave na crítica às 
relações que estruturam este mesmo sistema. Entendemos que o patrimonialismo e o patriarcado a 
ele associado; o clientelismo e o nepotismo que sempre o acompanha; a relação entre o populismo e o 
personalismo, que eliminam os princípios éticos e democráticos da política; as oligarquias, escoltadas 
pela corrupção e sustentadas em múltiplas formas de exclusão (pelo racismo, pelo etnocentrismo, 
pelo machismo, pela homofobia e outras formas de discriminação) são elementos estruturantes do 
atual sistema político brasileiro que queremos transformar. 
O que entendemos por esses conceitos:
PATRIARCADO – Qualquer sistema de organização política, econômica, industrial, financeira, 
religiosa e social no qual a esmagadora maioria de posições superiores na hierarquia é ocupada 
por homens.
PATRIMONIALISMO – Conduta política de elites dominantes, no exercício de funções públicas de 
governo, que se caracteriza pela apropriação do que é público - do Estado, suas instituições e seus 
recursos, como se fossem patrimônio privado. 
OLIGARQUIA - Forma de governo em que o poder está concentrado nas mãos de um pequeno número 
de indivíduos, em geral com laços familiares e/ou vínculos partidários, e pertencentes a classes sociais 
privilegiadas. A organização política patriarcal e a conduta patrimonialista são traços marcantes dos 
poderes oligárquicos. 
NEPOTISMO – prática de favorecimento e distribuição de empregos a parentes por parte de pessoas 
que exercem cargos e funções públicas. 
CLIENTELISMO – prática baseada na troca de favores e no apadrinhamento, usando-se as estruturas 
e serviços públicos no interesse particular daqueles que exercem a função pública. 
PERSONALISMO – culto às personalidades, com a conseqüente desvalorização do debate político e 
a despolitização dos conflitos. 
CORRUPÇÃO – apropriação e desvio de recursos públicos para fins particulares, além de servir como 
ardil para manter-se imune às punições legais existentes e meio para manter-se no poder.
A presente plataforma reúne propostas de modificações na vida política e que tenham como obje-
tivo principal tornar os espaços e as decisões políticas permeáveis aos interesses populares. Sabemos 
dos limites da democracia liberal e do próprio capitalismo, mas entendemos que, mesmo com estes 
limites, é possível avançarmos na direção de um projeto político de sociedade centrado no combate 
a todas as formas de desigualdades.
13
PRINCÍPIOS 
Essa plataforma parte do pressuposto da necessidade da consolidação e ampliação dos espaços de 
participação e controle social e o reconhecimento dos diferentes sujeitos políticos que atuam nestes 
espaços. Além disso, compreendemos que é preciso aperfeiçoar a democracia representativa, e ao 
mesmo tempo, dotá-la de mecanismos de democracia participativa e direta. Essas transformações só 
se realizam se tivermos um sistema público de comunicação, baseado nos princípios da democratização, 
do controle social, e do direito ao acesso às informações. Por isso, o direito humano à comunicação 
tem centralidade nesta plataforma.
Entendemos que não existe aprofundamento democrático e reforma no plano político sem uma 
verdadeira reforma nos espaços públicos de decisão das políticas econômicas. Queremos valorizar a 
política diante dos interesses econômicos, e não aceitamos a separação entre o político/o econômico/o 
social. Entendemos que todas as políticas públicas, sejam elas econômicas e/ou sociais, são mecanismos 
de redistribuição ou concentração de renda, riquezas e do poder. 
Temos a convicção de que o poder real nunca pode ser inteiramente delegado, ele cabe à 
cidadania. Por isto, o controle social e a participação cidadã e outras formas não institucionais de 
exercício político, autônomas e independentes, são elementos fundamentais à democratização da 
arena política.
 Os princípios democráticos que devem nortear uma verdadeira reforma política são os 
da igualdade, da diversidade, da justiça, da liberdade, da participação, da transparência e 
controle social.
 O que entendemos por esses conceitos:
IGUALDADE: Equilíbrio de direitos e responsabilidades entre os/as cidadãos/as, respeitando as 
diversidades. Opõe-se às disparidades de renda, posse de terra, acesso à saúde, acesso à educação, 
acesso aos espaços de decisão, representação política, acesso ao comércio internacional entre os 
países, apropriação da riqueza produzida nas relações de trabalho, entre outras. 
DIVERSIDADE: Distinções dadas por aspectos de gênero, geracional, raça/cor, etnia, orientação sexual, 
pessoa com deficiência, entre outros. Diz respeito também aos diferentes espaços geográficos onde 
as populações se organizam (áreas urbana e rural, comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, 
indígenas) e às distintas atividades econômicas praticadas (extrativista, artesanal, agricultura familiar, 
atividade pesqueira, industrial). O conceito de diversidade não se opõe ao de igualdade, pois a igualdade 
busca respeitar as diversidades. 
JUSTIÇA: Defesa dos Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCAs), 
buscando restaurar os direitos ameaçados e garantir a implementação dos direitos não 
reconhecidos ou a criação de novos direitos. Tem como orientação posicionar-se contra práticas 
que beneficiam o interesse privado em detrimento do interesse público (entre essas, o clientelismo, 
o patrimonialismo,o nepotismo, a corrupção, o preconceito, as discriminações). Observa o sistema 
democrático, a forma de governo repúblicana e o Estado de Direito, combatendo todas as formas 
de desigualdades e injustiças.
LIBERDADE: Princípio que prevê a livre expressão, movimentação, atividade política e de organização 
dos/as cidadãos/as. Orienta o/a cidadão/ã a expressar-se e a atuar politicamente em defesa de valores 
democráticos, como a igualdade e os Direitos Humanos; contestar e atuar politicamente contra 
situações de desigualdades sociais, políticas, jurídicas e econômicas. 
PARTICIPAÇÃO: Atuação da sociedade civil do campo democrático (movimentos sociais, organizações, 
etc.) nos espaços públicos de decisão. Deve ocorrer, preferencialmente, por meio da institucionalização de 
mecanismos de democracia participativa e direta, inclusive na elaboração, deliberação, implementação, 
monitoramento e avaliação das políticas públicas. É também um processo de aprendizado, na medida 
em que qualifica a intervenção de cidadão/ãs para a atuação nos espaços públicos de decisão. 
14
TRANSPARÊNCIA: Acesso universal às informações públicas, por meio da disponibilidade inteligível 
ao conjunto da população. Inclui também a divulgação ampla, permanente e imparcial das decisões 
públicas, sejam oriundas da burocracia ou dos/as representantes eleitos/as nomeados/as. É uma postura 
ética que se espera do poder público. A transparência e o acesso às informações públicas fazem parte 
da defesa pelo direito humano à comunicação. 
CONTROLE SOCIAL: Monitoramento do Estado por parte da sociedade civil que atua no campo 
democrático, entre os quais, os movimentos sociais, visando ao controle das ações governamentais. A 
qualidade do controle social pressupõe a transparência e o acesso às informações públicas. O controle 
social visa à defesa e a implementação de políticas públicas que respeitem o conceito de igualdade, 
universalidade, diversidade, justiça e liberdade. 
O ESTADO E O SISTEMA POLÍTICO
O fato de o Estado ser o ator central de toda política pública implica que mudanças em suas 
instituições são indispensáveis a qualquer estratégia de aperfeiçoamento do sistema político. Nesse 
sentido, faz parte dessa plataforma o pressuposto de que a ampliação da participação social na esfera 
pública depende de mudanças profundas na própria estrutura do Estado, em todas as suas esferas 
– federal, estadual e municipal, no âmbito do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. 
Enfim, precisamos ter um Estado “eficiente” na defesa do interesse público, 
isso só é possível com ampla participação popular. Por isso, essa plataforma 
opõe-se necessariamente ao paradigma do Estado mínimo e à concepção 
neoliberal de Estado e ao endeusamento do mercado, que transforma a 
cidadania em consumo. 
Defendemos que a democratização do Estado deve passar pelos cinco eixos abaixo:
1 - Fortalecimento da democracia direta;
2 - Fortalecimento da democracia participativa;
3 - Aprimorando a democracia representativa: sistema eleitoral e partidos políticos
4 - Democratização da informação e da comunicação;
5- Transparência no Poder Judiciário 
 A seguir, detalharemos as propostas para estes cinco eixos.
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III - EIXOS E PROPOSTAS
1. FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA DIRETA 
EMENTA
Uma reforma efetiva do sistema político brasileiro vai muito além da reforma do sistema eleitoral 
em tramitação no Congresso Nacional. Deve ser mais ampla, extrapolando a vida partidária e trazendo 
a participação popular para o centro das decisões políticas e econômicas. A política não é monopólio 
exclusivo de políticos/as eleitos/as e nem dos partidos, mas do conjunto da sociedade. 
Outra condição imprescindível da democracia brasileira é a definição de uma nova regulamentação 
das formas de manifestação da soberania popular expressas na Constituição Federal (plebiscito, 
referendo e iniciativa popular). A atual não só restringe a participação, como a dificulta. A ampliação 
das regras sobre plebiscito e referendo é necessária para que a participação popular nas decisões 
políticas seja efetiva e não meramente simbólica. Nada mais justo e eqüitativo do que submeter a 
Reforma Política à decisão da população também. 
É necessário criar a eqüidade nas disputas políticas que se fazem via mecanismos da democracia 
direta (plebiscitos, referendos e iniciativa popular), por isso é necessário o financiamento público 
exclusivo para os plebiscitos e referendos, já que a iniciativa popular é apreciada pelo Congresso 
Nacional.
 Nesse sentido, propõe-se a instauração de um sistema de democracia direta, conjugado com 
os instrumentos e mecanismos representativos e participativos já existentes.
PROPOSTAS:
1.1 - Regulamentação e ampliação dos mecanismos de democracia direta previstos na Constituição 
Federal: plebiscitos, referendos e iniciativa popular
 No caso dos plebiscitos e referendos defendemos dois eixos centrais para a regulamentação: i) 
convocação regular de plebiscitos, referendos e outras formas de consultas para os principais temas 
nacionais e ii) o processo de organização e debates que precede o dia da votação (propaganda na TV 
e rádio) deve ter a participação da sociedade civil.
Há um Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional (PL 4718/2004) proposto pelo Conselho Federal 
da OAB e CNBB, por meio da Comissão de Legislação Participativa que apoiamos (ver anexo 01). 
No caso das iniciativas populares, defendemos que elas têm precedência na tramitação e votação no 
Legislativo, com previsão de trancamento de pauta e votação em caráter de urgência. Por exemplo: o 
Fundo Nacional de Habitação Popular (projeto de iniciativa popular) levou 13 anos para ser aprovado. 
A regulamentação da iniciativa popular deve ter como eixo principal a simplificação do processo e a 
utilização de urnas eletrônicas.
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1.2. Instituir a obrigatoriedade nos estados e municípios do plebiscito, referendos e iniciativa popular
Defendemos que Estados e municípios criem mecanismos de participação direta. Há projetos de leis 
em tramitação em sete estados e em mais de uma dezena de municípios.
1.3. Plesbicitos e referendos para os acordos internacionais
Defendemos que todos os acordos internacionais assinados pelo governo brasileiro com as instituições 
multilaterais ( FMI, Banco Mundial, Banco Interamericano e OMC), sejam aprovados pelo Congresso 
Nacional e referendados pela população. 
1.4. Criação de política de financiamento público e de controle das doações privadas para as campanhas 
de formação de opinião nos processos de referendos e plebiscitos
Defendemos a exclusividade de financiamento público para os processos de plebiscitos e referendos, para 
não se repetir o que ocorreu no referendo do desarmamento, quando a indústria das armas financiou 
o “não”. O financiamento público exclusivo pode garantir uma certa igualdade nas disputas.
1.5. Construção de uma política pública de educação para a cidadania
Considerando-se os enormes déficits de informações necessárias ao exercício pleno da participação 
propomos que os diversos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) criem programas de formação e 
campanhas educativas com o objetivo de proporcionar à população as informações e os instrumentos 
necessários ao exercício de uma participação mais qualificada junto aos diversos espaços participativos 
de incidência sobre as políticas públicas. Tais ações não devem pretender substituir o papel já 
realizado nesta direção, por diversas organizações não-governamentais, mas, sim, assumir a parcela 
de responsabilidade que cabe ao Estado de criar condições eqüitativas para que a sociedade civil 
possa influir efetivamente sobre as políticas públicas. 
1.6. Revogação popular de mandatos eletivos
A representação não pode ser um cheque em branco. Defendemos o direito da população revogar 
mandatospor meio de plebiscito, convocado pelo mínimo de 30% de eleitores/as aptos/as. Com no 
mínimo de 50% dos votos favoráveis, revoga-se o mandato.
1.7. Fazer referendo sobre a Reforma Política aprovada pelo Congresso Nacional
 Defendemos a convocação de referendo para aprovar a reforma política. 
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2. FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
EMENTA
É necessário superar a atual fragmentação e paralelismo da arquitetura da participação. Os inúmeros 
espaços de participação, em especial os Conselhos de políticas e as Conferências, não dialogam entre 
si e muito menos tensionam o atual sistema político representativo. A participação popular nesses 
espaços é majoritariamente uma participação consultiva, setorializada, reproduzindo a fragmentação 
existente nas políticas públicas e o distanciamento das decisões econômicas referente à alocação de 
recursos públicos. 
Precisamos ampliar os espaços públicos, institucionais ou não, de debate, a nossa capacidade de 
mobilização e de pressão política, desenvolver e fortalecer os espaços de participação para o controle 
das políticas e de recursos públicos, garantindo-lhes mecanismos para o efetivo compartilhamento 
do poder de decisão. 
Para tanto, propõe-se a construção de um sistema integrado de participação popular.
PROPOSTAS:
2.1. Participação na definição das prioridades de pauta do Congresso Nacional e demais Câmaras 
legislativas
Defendemos o direito da população em participar na definição das prioridades das pautas legislativas. 
O primeiro ato de cada sessão legislativa (início do ano) será convovar audiência pública ou assembléia 
popular com a participação de parlamentares e representantes de entidades representativas da 
sociedade civil (com reconhecida atuação em prol do interesse público), com objetivo de debater a 
pauta de votação daquele ano, elegendo prioridades.
2.2. Criar mecanismos de participação, deliberação e controle social das políticas econômicas e de 
desenvolvimento
Não existem mecanismos de participação e controle social nas políticas econômicas. Defendemos a 
criação desses mecanismos começando por: 
a) Criação de mecanismos de participação e controle social nas decisões do Banco Central, CMN 
– Conselho Monetário Nacional e no Cofiex - Comissão de Financiamento Externo.
b) Criação de mecanismos de controle social sobre recursos parafiscais: ( recursos públicos que estão 
fora do orçamento federal) e que são administrados pelo BNDES, Caixa-Econômica, Banco do Brasil, 
Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.
2.3. Criação de mecanismos de participação e de controle social do ciclo orçamentário (formulação/
definição, execução, avaliação/monitoramento e revisão) na União, estados e municípios
Defendemos que esses mecanismos devam ser integrados ao conjunto de mecanismos de participação 
já existentes (Conselhos, Conferências, plebiscitos, referendos etc) e que o Poder Executivo, ao elaborar 
a proposta orçamentária, seja obrigado a respeitar as deliberações dos conselhos.
Para entender melhor o ciclo do orçamento ver anexo 02.
2. 4 - Reforma das Regras de Tramitação do Orçamento no Poder Legislativo: fim das emendas individuais
Defendemos que o processo de discussão e aprovação do orçamento público (PPA, LDO e LOA) pelos 
legislativos devem contemplar a participação ativa da sociedade civil. Defendemos o fim das emendas 
parlamentares individuais e carimbadas. O Legislativo pode e deve definir o total dos recursos que se 
destina a uma determinada política pública. 
2.5. Acesso universal às informações orçamentárias na União, estados e municípios
Defendemos a implementação de canais de acesso público a todas as informações orçamentárias 
dos governos federal, estaduais e municipais. Em alguns casos, essas informações encontram-se em 
sistemas informatizados. Trata-se de garantir o acesso irrestrito à toda população, ou ao menos às 
organizações da sociedade civil organizada.
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2.6. Continuidade de planos e programas das políticas públicas
Criar mecanismos legais que assegurem a continuidade de planos setoriais e programas, sobretudo na 
área de políticas sociais, deliberados no âmbito de conselhos e conferências e que tenham demonstrado 
a comprovada efetividade de seus resultados. O que supõe a criação de mecanismos de avaliação.
2.7. Criar mecanismos de diálogo e de interlocução dos diferentes espaços de participação e controle 
social
Nos últimos anos, foram criados vários conselhos nas diferentes políticas públicas. Esses conselhos, 
com as conferências, nas três esferas de governo ( federal, estadual e municipal) formam os sistemas 
descentralizados e participativos. Defendemos a atualidade e a necessidade de aperfeiçoar estes 
sistemas. Avaliamos que um dos desafios é a criação de mecanismos de diálogo e interlocução entre 
esses diferentes espaços. 
Mais detalhes sobre os conselhos e as conferências ver anexo 03.
3. APRIMORANDO A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA: SISTEMA ELEITORAL E PARTIDOS 
POLÍTICOS
EMENTA
A representação política de vereadores/as, deputados/as estaduais e federais e senadores/as, a 
delegação de mandatos a prefeito/as, governadores/as e presidentes/as da República é uma condição 
necessária para a democracia. Por isto, é preciso democratizar as instituições representativas, 
inclusive e especialmente porque no tipo de democracia que vivemos no Brasil, este é o principal 
espaço de processamento e decisão sobre os conflitos sociais, econômicos e de interesses, ainda que 
absolutamente insuficiente. 
Apesar de defendermos que a reforma política diz respeito não somente aos processos eleitorais 
ou aos partidos, mas sim a todos os processos decisórios, portanto, de poder, entendemos 
necessário aperfeiçoar a democracia representativa, o que implica mudanças no sistema eleitoral 
e partidário. 
Neste sentido propomos uma reforma profunda dos processos eleitorais com as seguintes 
propostas:
PROPOSTAS
3.1 - Financiamento público exclusivo de campanhas 
Defendemos o financiamento das campanhas eleitorais exclusivamente com dinheiro público. 
Doações de pessoas físicas e empresas são proibidas e sujeitas à punição, tanto para o/a candidato/a 
que receber quanto para quem doar. Hoje as campanhas se sustentam por meio de financiamento 
privado, favorecendo, de antemão, os grandes grupos econômicos e as suas candidaturas. 
 O financiamento público exclusivo é fundamental para combater a privatização e mercantilização da 
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política, a corrupção eleitoral, o poder dos grupos econômicos nos processos eleitorais e favorecer 
a participação política de segmentos socialmente excluídos, como mulheres, afrodescendentes e 
jovens, entre tantos/as outros/as, no acesso à representação política. 
Defendemos que os recursos para as campanhas sejam exclusivamente desta forma de financiamento, 
não podendo os partidos usarem recursos de filiados/as ou do fundo partidário para os processos 
eleitorais.
3.2. Manutenção dos partidos políticos exclusivamente através de contribuições de filiados definidos 
em convenções partidárias e dos fundos partidários
Esta proposta é em decorrência da proposta anterior, definindo claramente a forma de captação de 
recursos pelos partidos políticos. Previsão de cancelamento, temporário ou definitivo, de partido que 
desrespeitar esta norma. As convenções partidárias definem o patamar máximo de contribuição 
dos/as filiados/as, sendo esta decisão tornada pública.
3.3.Destinação do tempo de propaganda partidária para ações afirmativa
Defendemos que pelo menos 30% do tempo de propaganda partidária gratuita na mídia seja para a 
promoção da participação política das mulheres, afrodescedentes , indígenas, homossexuais, idosos/as 
e pessoas com deficiência. Esta ação afirmativa procura promover uma nova cultura política e combater 
todas as formas de discriminaçõese preconceitos na política.
3.4. Uso de recursos do fundo partidário para a educação política e ações afirmativas
Defendemos que sejam destinados pelo menos 30% do fundo partidário às instâncias de mulheres 
afro-descedentes, indígenas, homossexuais, idosos/as e pessoas com deficiência (organizados/as nos 
partidos) para promoverem ações voltadas ao fortalecimento e ampliação da participação desses 
sujeitos na política.
3.5. Implantação da Fidelidade Partidária
Defendemos a implantação da fidelidade partidária. Atualmente, cada partido adota suas próprias 
disposições sobre fidelidade partidária. No entanto, as/os representantes eleitas/os podem mudar de 
partido sem perderem seus mandatos. Defendemos que os mandatos não são propriedade particular 
de cada eleita/o, mas sim da cidadania. Portanto, a vontade popular, expressa por meio do voto, tem 
de ser respeitada e não pode ser infringida. Reivindicamos que a troca de partido redunde em perda 
automática do mandato da/o eleita/o e que a sua substituição seja pela/o candidata/o suplente da 
mesma legenda ou coligação. 
Em caso de perda de mandato por saída do partido, defendemos que o candidato seja filiado pelo 
menos há dois anos em outro partido, para poder disputar qualquer eleição. 
3.6. Voto de legenda em listas partidárias preordenadas
Defendemos a adoção de listas partidárias preordenadas. No sistema atual, as/os eleitoras/os votam 
em candidatas/os, os quais acabam se sobrepondo aos partidos políticos. Este sistema favorece 
o personalismo e a competição interna em cada partido. A adoção da lista fechada, em que as/os 
eleitoras/os votam nos partidos e não em pessoas, é essencial para combater o personalismo, fortalecer 
e democratizar os partidos. 
No entanto, a lista fechada só significa avanço efetivo caso seja garantida a sua formação com 
alternância de sexo e observância de critérios étnicoraciais ,geracionais, de orientação sexual, etc. 
(organizados nos partidos) Caso contrário, estas “minorias políticas” poderão ser incluídas ao final das 
listas e não conseguirão se eleger nunca, mantendo-se o mesmo perfil de eleitos no poder: homem, 
branco, proprietário e heterossexual.
Com esta proposta, os/as eleitores/as não mais elegerão individualmente seus/suas candidatos/as 
a vereador/a, deputado/a estadual e federal, mas votarão em listas previamente ordenadas pelos 
partidos, definidas em convenção partidária. A distribuição de cadeiras seria semelhante à que se 
processa hoje: cada partido continuaria recebendo o número de lugares que lhe corresponde pela 
proporção de votos que obteve. Assim, se um partido tem direito a oito cadeiras, entram os/as oito 
primeiros colocados/as da lista. 
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3.7. Possibilidade de criação de federações partidárias
Defendemos a criação de federações partidárias para substituir as coligações partidárias, tanto nas 
eleições majoritárias como nas proporcionais, sejam elas para cargos federais, estaduais ou municipais. 
A federação permite que os partidos com maior afinidade ideológica e programática se unam para 
atuar de maneira uniforme em todo o País. Ela funciona como uma forma de agremiação partidária, 
formada até quatro meses antes das eleições. Durante três anos, eles deixarão de atuar como partidos 
isolados e passarão a agir como se fossem um único partido. Hoje um partido pode se coligar com 
outro para uma eleição e desfazer a união logo em seguida. 
3.8. Fim da cláusula de barreira
Defendemos o fim da cláusula de barreira. Pela legislação em vigor, os partidos só terão representação 
na Câmara dos Deputados (e direito à participação no fundo partidário) a partir das eleições de 2006, 
se obtiverem 5% dos votos do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos nove Estados e com 
pelo menos 2% em cada um deles. 
Os que defendem a cláusula de barreira argumentam sobre a necessidade de reduzir o grande número 
de partidos existentes, dos quais muitos são legendas de aluguel e não merecem apoio público. Já 
a defesa do fim da cláusula de barreira se sustenta na idéia de que a exigência desse percentual de 
votos restringe a expressão político-partidária dos pequenos partidos e que não cabe restringir, de 
princípio, a vida e as oportunidades dos partidos. Consideramos que as/os eleitoras/os são as/os 
únicas/os soberanas/os para determinarem, pelo voto, sobre a existência dos partidos e sobre o direito, 
inclusive, de poderem se desenvolver e crescer. 
Quanto aos partidos de aluguel, há que se desenvolver instrumentos que punam este tipo de corrupção, 
sem sacrificar a liberdade de organização político partidária.
3.9. Prazo de filiação
Defendemos que o prazo de filiação partidária exigido para o/a candidato/a seja de um ano antes 
da realização da eleição, ou dois anos, caso já tenha sido filiado a outro partido. Para concorrer às 
eleições, o candidato deverá ainda possuir domicílio eleitoral na circunscrição, pelo menos, um ano 
antes do pleito. A atual legislação prevê o período mínimo único de um ano.
Defendemos que os membros do Poder Judiciário, também, sejam sujeitos a estas normas. 
3.10. Fim da reeleição para todos os cargos executivos
Defendemos o fim da reeleição para todos os cargos executivos e que os mandatos sejam de seis 
anos, e não mais de quatro anos.
3.11. Limites de mandatos 
Defendemos a impossibilidade de exercer mais de dois mandatos eletivos consecutivos em qualquer 
tipo de eleição a cargo político, sendo obrigado a uma quarentena de quatro anos.
3.12. Proibição de disputar novas eleições 
Defendemos que uma vez eleito/a para um mandato, tanto para o Executivo, quanto para os/as 
candidatos/as do Legislativo, sejam proibidos/as de disputar novas eleições sem terminar os mandatos 
para o qual foram eleitos/as. Por exemplo, um deputado/a eleito/a não pode renunciar ou se afastar 
do seu mandato para concorrer a prefeito/a. 
Defendemos, também, que alguém que tenha sido eleito parlamentar não assuma cargos no Executivo 
no período do seu mandato.
3.13. Suplente de Senador/a
Defendemos que o nome do/a suplente a senador/a conste da cédula eleitoral ( urna eletrônica)
3.14. Fim da votações secretas nos legislativos
Defendemos que nenhuma votação seja secreta nos Legislativos, pois entendemos que o/a parlamentar 
tem que prestar contas das suas ações e das suas posições políticas.
3.15. Imunidade parlamentar
Defendemos o fim da imunidade parlamentar, a não ser exclusivamente ao direito de opinião e 
denúncia.
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3.16. Foro privilegiado
Defendemos o fim do direito a foro privilegiado, a não ser no que se refere ao estrito exercício do 
mandato ou do cargo.
3.17. Pesquisas eleitorais
Defendemos o fim da publicação de pesquisas às vésperas do pleito. O prazo permitido deve ser de 
uma semana antes do fim das propagandas gratuitas na mídia.
3.18. Gravação de propaganda para rádio e TV
Defendemos que as gravações de propaganda de rádio e TV só sejam permitidas em estúdios. Isso 
diminui os custos das campanhas e os efeitos de marketing. 
3.19. Cabos eleitorais 
Defendemos a proibição de contratação de cabos eleitorais nas campanhas. 
3.20. Fim do Nepotismo
Defendemos a proibição de qualquer tipo de nepotismo direto ou cruzado nos três Poderes e nas três 
esferas de governo e a classificação, no Código Penal, desta prática política, como crime. 
3.21. Fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal
Defendemos o fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal para candidatos/as e representantes do 
Poder Executivo e Legislativo para ocupantes de altos cargos do poder Executivo e Legislativo, sejam 
concursados ou nomeados. 
3.22. Relação com empresas que prestam serviços ao Estado
Defendemos que detentores/as de mandatos e seus familiares não mantenham vínculos administrativos 
de direção ou de propriedade com entidades ou empresas que prestem serviços ao Estado, sobpena 
de perda de mandato
3.23. Exigência de concursos públicos para preenchimento de cargos públicos nos três poderes
Defendemos que qualquer função pública seja acessada predominantemente por concursos públicos. 
Neste sentido, é necessário ter uma legislação que delimite claramente a questão dos chamados 
cargos de confiança.
3.24. Tribunais de Contas
Defendemos concurso Público para a escolha dos ministros dos Tribunais de Contas (hoje são indicados 
pelos Legislativos). 
3.25. Reforma da Justiça Eleitoral
1. Criar, com a participação da sociedade civil, o Conselho Nacional de regulamentação do 
processo eleitoral, tirando este poder do TSE. 
2. Criar órgão executivo eleitoral independente. 
3. Criar órgão fiscalizador composto pelos Partidos e organizações da sociedade civil, com dotação 
orçamentária própria. 
4. Manter o TSE com a função judiciária e, preferencialmente, que seus juízes não sejam os mesmos 
de instâncias superiores, evitando que recursos contra suas decisões voltem a cair nas suas 
próprias mãos ou nas mãos de seus pares.
 Para compreender melhor as propostas referentes à Justiça Eleitoral, ver anexo 04. 
 No anexo 05, está uma análise de como está a discussão dos projetos de leis em tramitação no 
Congresso Nacional, que dizem respeito a esta plataforma.
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4 - DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO
EMENTA
O direito à comunicação é um dos pilares centrais de uma sociedade democrática. Assumir a 
comunicação como um direito fundamental significa reconhecer o direito de todo ser humano de ter 
voz, de se expressar. Hoje, no Brasil, nove famílias controlam os principais jornais, revistas e emissoras 
e rádio e TV, nove têm liberdade e 180 milhões de pessoas têm que aceitar o que é imposto por 
poucos/as. Informação é poder!
Sociedade e comunicação democráticas são indissociáveis. Pertencem ao mesmo universo e sua 
relação não pode ser dissolvida. Se a comunicação joga um papel fundamental para a realização 
plena da cidadania e da democracia brasileira, a democratização da comunicação representa condição 
fundamental para o efetivo exercício da soberania popular. 
 Por isso, propomos a criação do sistema público de comunicação.
PROPOSTAS: 
4.1. Sistema público de comunicação
Defendemos a criação do sistema público de comunicação, conforme a Constituição de 1988, que 
prevê a complementaridade dos sistemas privado, público e estatal de comunicação. No entanto, o 
sistema público praticamente não existe, e o estatal é fragilizado. Para que a comunicação possa 
acontecer livre de interesses comerciais ou políticos, é necessário equilibrar a proporção entre estes 
sistemas e outorgar parte das concessões a organizações da sociedade civil, garantindo mecanismos 
de financiamento. 
A comunicação, numa sociedade democrática, pertence ao povo. Seu 
espaço é necessariamente público e o único poder legítimo para regular 
suas práticas emana da coletividade, que é quem deveria decidir sobre 
as questões relacionadas ao tema. Infelizmente, a organização do espaço 
público de comunicação no Brasil fez-se até hoje sem a imprescindível 
participação popular. 
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4.2. Controle de propriedade
Defendemos o controle público da propriedade dos meios de comunicação. O combate à concentração 
da propriedade é chave para a democratização da comunicação no Brasil. Um exemplo de controle de 
propriedade é a proibição de que um mesmo grupo monopolize diferentes meios de comunicação. 
4.3. Controle público
Defendemos o controle público sobre os meios de comunicação, que vise democratizar e dar 
transparência à formulação e o acompanhamento das medidas de restrição (controle de propriedade) 
e de promoção (sistema público e estímulo à diversidade). Tais medidas constituem-se na criação de 
espaços públicos de deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais, 
que têm como função fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor correções e sanções. 
4.4. Propagandas oficiais 
Defendemos a proibição de propagandas oficiais pagas em meios de comunicação privados. 
4.5. Software livre
Defendemos a criação de política pública de incentivo ao uso de software livre.
4.6 .Horário gratuito 
Defendemos o direito de horário gratuito para as organizações da sociedade civil, assim como os 
partidos políticos têm este direito.
 Para entender melhor estas propostas, ver anexo 06.
5. TRANSPARÊNCIA NO PODER JUDICIÁRIO
EMENTA
 O Poder Judiciário é o poder ao qual a população tem mais dificuldades de acessar. Os/as profissionais 
do Poder Judiciário são concursados/as ou são cargo de confiança. Não estão sujeitos/as a nenhum tipo 
de controle social ou à participação da população.
Por isso, precisamos construir mecanismos de participação e controle social sobre 
o Poder Judiciário, para que cumpra o papel regulador das relações sociais, 
econômicas e políticas, e não o que muitas vezes faz, comportando-se como 
um poder submisso aos interesses das classes poderosas e dos/as que estão de 
plantão no poder, sujeito a influências políticas, corrupção, nepotismo, venda 
de sentenças, processos decididos por juízes/as parentes dos/as demandante 
beneficiado, enfim, um poder frágil perante às pressões das elites locais.
Por isso, propomos a transparência e a democratização do Poder Judiciário.
PROPOSTAS:
5.1. Concurso Público
Defendemos o acesso às funções do Poder Judiciário exclusivamente por concurso público, em todas 
as instancias e para todas as funções.
5.2. Fim do STF
Defendemos o fim do STF (Supremo Tribunal Federal) e a criação de um Tribunal Constitucional 
como única instância acima do Superior Tribunal de Justiça. A escolha dos Ministros do Tribunal 
Constitucional se daria por meio de eleições diretas nos vários grupos de operadores do direito, por 
rodízio, OAB, Ministério Público Federal e dos Estados e do Distrito Federal, Juizes federais e estaduais, 
Advocacia Geral da União e Procuradoria dos Estados. Hoje, os ministros do STF são escolhidos pelo 
presidente da República.
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5.3. Defensorias públicas municipais
Defendemos a obrigatoriedade da criação nos municípios das defensorias públicas.
5.4. Fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal
Defendemos o acesso público a todas as informações bancárias, fiscais e patrimoniais de todos os 
membros do Poder Judiciário e do Ministério Público.
5.5. Corregedorias Populares
Defendemos a criação de corregedorias com a participação da sociedade civil para avaliar e fiscalizar 
a ação do Poder Judiciário.
5.6. Demissão de Juízes/as e promotores/as
Defendemos a demissão de juízes/as e promotores/as quando comprovados casos de corrupção, venda 
de sentenças, tráfico de influências ou vínculo com grupos criminosos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A REFORMA POLÍTICA PODE SER PENSADA EM DOIS SENTIDOS:
1) Sentido amplo: significa pensar as práticas políticas, em todos os espaços de expressão política, 
no âmbito do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); dos partidos políticos e da sociedade 
civil organizada. Pensar as formas de participação, de representação política, com seus processos 
eleitorais, e de tomada de decisões. Pensar as relações entre a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios. E, além disso, pensar as relações entre Estado, partidos políticos e movimentos 
sociais. 
2) Sentido restrito: significa pensar os sistemas e os processos político-eleitorais e político-
partidários. Este sentido restrito tem prevalecido nas discussões e em todas as reformas realizadas 
nos últimos tempos.
 Assim, é fundamental radicalizar a democracia, aprofundar o diálogo, processar os conflitos 
existentes, respeitar as diferenças, assegurar a transparência e a participação social nas três esferas 
da política: no âmbito do Estado, dos partidospolíticos e da sociedade civil organizada. 
 
 Optamos em construir uma plataforma que vai no sentido amplo da reforma, identificando 
as principais propostas de alterações das instituições do sistema político. Procurou-se mapear as 
propostas que vão desde as alterações superficiais no sistema eleitoral até chegar às sugestões 
de alterações no sistema político como um todo. Mas sempre valorizando as mudanças que 
impliquem novos arranjos de poder na vida política brasileira, portanto, a construção de uma nova 
cultura política em que a defesa do interesse público, portanto das maiorias, esteja no centro 
das decisões e isto tudo com participação popular real. 
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ANEXo 01
REGULAMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE 
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E DIRETA
TRAMITAÇÃO 
A Sugestão n° 84/2004 de Anteprojeto de Lei foi apresentado pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil – OAB, com o apoio da CNBB ( Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) com base 
na proposta formulada pelo jurista Prof. Fábio Konder Comparato. Esta proposta tramitou primeiramente 
na Comissão de Legislação Participativa (CLP), onde foi relatada pela Dep. Luiza Erundina (PSB-SP), que deu 
parecer pela aprovação. Foi aprovado o parecer e transformado no PL 4.718 de 2004 (PL= projeto de lei). 
Em 2005, foi juntado ao PL 6.928 de 2002, de autoria da Dep. Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) que 
tramitava na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJC). Nessa comissão, 
a relatoria cabia ao Dep. Roberto Freire (PPS-PE).
O parecer do Dep. Roberto Freire foi pela constitucionalidade do projeto e, no mérito, pela aprovação 
da proposição 6.968/2002 (assim como do PL 689/2003, do PL 758/2003 e do PL 4718/2004, apensados), 
tendo apresentado um substitutivo.
Em maio de 2006, pelo fato de a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ter apensando um 
novo projeto (7004/2006) ao o PL 6928/2002, esta proposição foi devolvida ao Dep. Roberto Freire. 
Até julho de 2006, o deputado não havia apresentado um novo parecer. 
CONTEúDO
 A proposta da OAB e da CNBB tem por objetivo a regulamentação do artigo 14 da Constituição 
Federal, do que se trata do plebiscito, referendo e iniciativa popular.
A Constituição Federal de 1988, ao declarar que “todo poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos, ou diretamente” (art. 1º, parágrafo único), em outras palavras, 
preceitua que a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito, com o 
poder exercido pelo povo, de forma direta ou indireta.
O projeto, entre outras coisas: 1) prevê a possibilidade de convocação de plebiscito e referendo 
a partir de iniciativa popular, seguindo os mesmos parâmetros da iniciativa popular legislativa; 2) 
disciplina hipóteses em que o plebiscito deverá necessariamente ser realizado, como por exemplo, 
em caso de mudança de qualificação de bens públicos ou a alienação de jazidas pela União Federal; 
3) prevê como obrigatório o referendo popular de qualquer lei que verse sobre matéria eleitoral, 
desde que não oriunda de iniciativa popular; 4) dá tratamento especial à iniciativa popular legislativa, 
facilitando as informações a serem apresentadas pela população; 
Já o PL 6.928 de 2002, proposta de autoria da Dep. Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) buscar criar 
o Estatuto para o Exercício da Democracia Participativa, regulamentando a execução do disposto 
nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal, revogando a atual Lei nº 9.709/98 (vigente) 
que disciplina a matéria.
Todos esses projetos estão tramitando conjuntamente à espera de novo parecer do Deputado Freire, 
que até o momento manifestou inconstitucionalidade do art. 12 do PL 4718/04, pois discorda da 
intenção do artigo de conferir competência à Justiça Eleitoral em matéria de plebiscito e referendo.
27
ANEXo 02
O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
 Com a Constituição, de 1988, o Congresso Nacional recupera atribuições em relação ao orçamento 
público (retiradas pela ditadura militar), O artigo 165 da CF estabelece importantes mudanças na 
legislação orçamentária e a hierarquia dos instrumentos de planejamento de médio e longo prazos:
- Plano Plurianual de Ação - PPA
- Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
- Lei do Orçamento Anual – LOA
Em maio de 2000 o Congresso Nacional aprova a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (101/2000). 
Esta nova lei introduziu novas responsabilidades para o administrador público com relação aos 
orçamentos da União, dos Estados e municípios, instituindo mecanismos de transparência fiscal e 
controle social dos gastos públicos, como limite de gastos com pessoal, proibição de criar despesas 
de duração continuada sem uma fonte segura de receitas, entre outros. Por seu intermédio, foi criada 
a restrição orçamentária na legislação brasileira, bem como a disciplina fiscal para os três poderes: 
Executivo, Legislativo e Judiciário.
 Em maio de 2006 o Fórum Brasil de Orçamento apresenta à Comissão de Legislação Participativa 
da Câmara dos Deputados a Proposta da Lei de Responsabilidade Fiscal e Social – LRFS. Essa proposta 
ao modificar a LRF visa discutir o papel do Estado no cumprimento de metas sociais e não apenas na 
disciplina fiscal como a LRF. Encontra-se em apreciação na Comissão.
 Plano Plurianual (PPA) - O Projeto de Lei do PPA define as prioridades do governo por um período 
de quatro anos. De acordo com a Constituição Federal, o Projeto de Lei do PPA é elaborado pelo 
Executivo e aprovado pelo Legislativo e deve conter “as diretrizes, objetivos e metas da administração 
pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas 
de duração continuada”. 
 O PPA estabelece a ligação entre as prioridades de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual. No 
nível federal, o prazo para o envio da proposta do Executivo para o Legislativo é até 31 de agosto do 
primeiro ano do mandato e a aprovação da proposta pelo Legislativo é até 15 de dezembro. O PPA 
tem vigência de quatro anos.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – A LDO estabelece as metas e prioridades para o ano 
seguinte, orienta a elaboração do Orçamento, dispõe sobre alteração na legislação tributária e 
estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento (SUDENE, CODEVASF). Com base 
na LDO aprovada pelo Legislativo, o ministério do planejamento elabora a proposta orçamentária para 
o ano seguinte, em conjunto com os demais Ministérios ou Secretarias e as unidades orçamentárias 
dos poderes Legislativo e Judiciário. O prazo para o envio da proposta do Executivo para o Legislativo 
é até 15 de abril e o prazo para a aprovação pelo Legislativo é até 30 de junho.
A LRF ampliou o significado e a importância da LDO. Com a LRF a LDO passa a dispor também 
sobre:
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- Equilíbrio entre receitas e despesas;
- Metas fiscais;
- Riscos fiscais;
- Condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e 
privadas;
- Forma de utilização e montante da reserva de contingência a integrar a lei orçamentária 
anual;
- Concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra 
renúncia de receita.
Lei do Orçamento Anual - O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual as prioridades 
contidas no PPA e na LDO e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. A LOA disciplina todas 
as ações do governo. É dividida em Orçamento Fiscal, da Seguridade Social (saúde, previdência e 
assistência social) e de Investimentos das Empresas Estatais. O Legislativo discute a proposta enviada 
pelo Executivo, faz as modificações que julgar necessárias por meio de emendas e, por fim, vota o 
projeto. Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo presidente da República e se transforma 
em Lei. O Poder Executivo tem até 31 de agosto de cada ano para enviar sua proposta ao Legislativo 
e estetem até 15 de dezembro para votar a proposta. 
Cabe ressaltar que os prazos apresentados são da União, podendo haver modificações para 
os estados e municípios.
Em resumo, pode se dizer que cada um dos poderes tem papel fundamental na concepção, 
formulação, execução e controle do orçamento federal:
Executivo: Elaboração, Execução e Controle Interno.
Legislativo: Apreciação, Aprovação e Controle Externo (com auxílio do TCU).
Judiciário: Julgamento de irregularidades aferidas no controle.
Ministério Público: Quando acionado, realiza investigação e abre processo para incriminar os 
responsáveis por irregularidades.
 A não ser em momentos específicos previstos pela LRF (audiências públicas), não existe previsão 
de participação social em nenhuma das etapas nem do ciclo, nem do processo orçamentário. Como 
se pode ver, ou a discussão do orçamento fica restrita à burocracia de governo ou aos representantes 
eleitos/as. A previsão de realização de audiências públicas pela LRF ainda não se colocou como 
realidade. Para combater os elementos estruturantes da cultura política existente, como por exemplo, 
patrimonialismo, clientelismo, corrupção é fundamental que a reforma política abra espaços efetivos 
de participação da sociedade nas questões orçamentárias. 
29
ANEXo 03
QUADRO DOS CONSELHOS
NACIONAIS E CONFERÊNCIAS
 Não temos um levantamento atualizado e preciso do número dos conselhos no Brasil nem 
das organizações e pessoas envolvidas, muito menos, análises mais globais da efetividade destes 
instrumentos na construção de políticas públicas. O que seriam hoje as políticas públicas sociais no 
Brasil, com o desmonte do Estado em curso com as políticas neoliberais, sem a criação do sistema 
descentralizado e participativo? É uma bela pergunta a ser feita. A impossibilidade de responder a 
esta questão dificulta qualquer analise qualitativa que se queira fazer. Portanto, só podemos, e ainda 
de forma limitada, nos ater aos números disponíveis, mesmo que insuficientes e desatualizados.
 O quadro que apresentamos abaixo se refere aos conselhos municipais em 10 políticas sociais 
e foi elaborado a partir da Pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE de 1999, portanto, 
com seis anos de defasagem. Nota-se que o quadro se refere aos conselhos criados, não entrando na 
análise do funcionamento e eficácia dos conselhos. Não apresentamos dados de conselhos estaduais 
por não os encontrar.
 CONSELHOS MUNICIPAIS EXISTENTES EM 1999
Fonte: IBGE. Perfil dos Municípios Brasileiros, 1999.
Elaboração Luciana Jaccoud e Frederico Barbosa do IPEA
30
QUADRO DOS CONSELHOS NACIONAIS EXISTENTES EM 2006
Agricultura e desenvolvimento Rural 
1. Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA) 
2. Conselho do Agronegócio (Consagro) 
3. Conselho Assessor Nacional da Embrapa ** 
4. Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CONDRAF ** 
Trabalho 
5. Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) 
6. Conselho Nacional de Imigração 
7. Conselho Curador do FGTS 
8. Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca – CONAPE * 
9. Conselho Nacional de Economia Solidária * 
10. Conselho Nacional do Trabalho * 
11. Conselho Nacional do Programa Primeiro Emprego * 
 
Integração Regional 
12. Conselho Deliberativo para o Desenvolvimento da Amazônia 
13. Conselho Nacional da Amazônia Legal (Conamaz) 
14. Conselho de Administração da Suframa 
15. Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional do Centro-Oeste 
16. Conselho Deliberativo para o Desenvolvimento do Nordeste 
 
Ciência e Tecnologia 
17. Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) 
18. Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ) 
19. Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
20. Conselho de Administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos 
21. Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira 
22. Conselho de Administração da Finep 
23. Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGIbr * 
24. Conselho Nacional de Informática e Automação 
 
Sociais e de Defesa de Direitos 
25. Conselho Nacional de Assistência Social 
26. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana 
27. Conselho Nacional dos da Criança e do Adolescente (Conanda) 
28. Conselho Nacional de Educação (CNE) 
29. Conselho Federal do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos 
30. Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) 
31. Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) 
32. Conselhos de Recursos da Previdência Social (CRPS) 
33. Conselho Nacional de Saúde 
34. Conselho Consultivo da Anvisa 
31
35. Conselho dos Contribuintes 
36. Conselho Nacional de Segurança Alimentar - CONSEA * 
37. Conselho Nacional de Juventude - CNJ * 
38. Conselho das Cidades * 
39. Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR * 
40. Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM ** 
41. Conselho Nacional dos Direitos do Idoso ** 
42. Conselho Nacional de Combate à Discriminação - CNCD **
43. Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE. ** 
Cultura 
44. Comissão Nacional de Incentivo à Cultura 
45. Conselho Nacional de Política Cultural 
46. Conselho Curador da Fundação Cultural Palmares 
Políticas econômicas e de desenvolvimento 
47. Conselho de Administração do BNDES 
48. Conselho Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Conmetro) 
49. Conselho de Orientação do Fundo Nacional de Desenvolvimento (COFND) 
50. Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) 
51. Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – CDES * 
52. Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial – CNDI * 
53. Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual ** 
 
Segurança Pública e antidrogas 
54. Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária 
55. Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp) 
56. Conselho Nacional Antidrogas 
 
Meio ambiente 
57. O Conselho Nacional de Política Energética 
58. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 
59. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) 
60. Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente 
61. Conselho Nacional de Recursos Hídrico ** 
 
Esporte 
62. Conselho Nacional do Esporte * 
 
Transparência e corrupção 
63. Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção * 
 
Turismo 
64. Conselho Nacional do Turismo ** 
* Conselhos criados no Governo Lula
** Conselhos reformulados no Governo Lula
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Conselhos Nacionais reformulados no Governo Lula
1) Conselho Nacional dos Direitos do Idoso 
2) Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM 
3) Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual 
4) Conselho Nacional do Turismo 
5) Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CONDRAF 
6) Conselho Nacional de Recursos Hídrico 
7) Conselho Nacional de Combate à Discriminação – CNCD 
8) Conselho Assessor Nacional da Embrapa 
9) Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE. 
 Identificamos 64 Conselhos Nacionais; destes, 13 foram criados no Governo Lula, e 9 foram 
reestruturados neste mesmo período. Portanto, 42 foram criados antes do governo Lula.
 Chamamos atenção que a distribuição por área foi uma escolha, que levou em conta o órgão que 
o conselho é vinculado e as suas atribuições. Às vezes fica difícil de diferenciar as atribuições de um 
conselho do outro ou ate aonde vai o poder de um e começa o poder de outro conselho, pois muitos 
têm competências e atribuições parecidas, difusas, concorrentes e sobrepostas, mostrando a ausência 
de uma política para esses espaços, que chamamos de arquitetura da participação. 
A PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO LULA EM NúMEROS
Se olharmos unicamente numa perspectiva numérica e de quantidade, veremos que no governo 
Lula houve um grande avanço nos processos

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