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2º Questionário Prof. Paulo Daniel Silva Material elaborado para a Disciplina de Química Orgânica II Curso EAD de Licenciatura em Química da UNEB Página 2 de 7 Orientações aos alunos: 2º Questionário contendo dez questões que deve ser resolvido individualmente e postado no AVA no prazo estipulado (ver cronograma da disciplina). Além disso, cada aluno deve indicar cinco questões que serão corrigidas. QUESTÕES 1. O benzeno reage com bromo (Br2) por substituição eletrofílica aromática (SEA) e não reage por adição à dupla. Explique. Os compostos aromáticos possuem os elétrons pi em ressonância, que acarreta na estabilização do composto. Uma reação de adição em compostos aromáticos acarreta na perda da aromaticidade e, consequentemente, na perda da estabilidade proporcionada pela ressonância. Quando ocorrem reações de substituição, a estabilidade do anel aromático é mantida e, por isso, essas reações são favorecidas. 2. Proponha o mecanismo da reação abaixo, escrevendo uma reação preliminar para a formação do eletrófilo: Benzeno + Br2 Br Br + FeBr3 +Br + :FeBr4: : :: :: + CH + Br H : Br + FeBr3 Br FeBr4 : : : BrH 3. Esboce um diagrama de energia para a reação da questão anterior (questão 2). Página 3 de 7 4. As reações de substituição eletrofílica aromática (SEA) para o benzeno ocorrem em duas etapas. Escreva o mecanismo geral para essas reações, indique e justifique a etapa determinante da velocidade da reação. E+ CH + E H B: E + HB 1 2 A primeira etapa (etapa 1) que envolve a formação do carbocátion (íon arênio) é a etapa lenta, pois requer maior conteúdo energético para a perda da aromaticidade. Esta etapa lenta é a determinante da velocidade da reação. 5. Discuta como um substituinte no benzeno pode afetar a reatividade do anel aromático. Alguns substituintes ativam o anel aromático e, com isso, ele se torna mais reativo que o benzeno. Por outro lado, outros substituintes desativam o anel aromático deixando- o menos reativo que o benzeno para SEA. Os substituintes que doam elétrons para o anel aromático (seja por ressonância ou efeito indutivo) ajudam a estabilizar o carbocátion (íon arênio) e diminuem a energia do íon, fazendo com que a distância, em termos de energia, dos reagentes para o intermediário seja menor e, com isso, a reação ocorrerá mais rapidamente. Os substituintes que tornam o anel aromático mais reativo que o benzeno são chamados de ativadores. Alguns exemplos de substituintes ativadores: -NH2; -OH; -CH3; -OR. Os substituintes que são retiradores de elétrons tornam o anel aromático mais pobre em elétrons e desestabilizam o carbocátion. A desestabilização aumenta a energia de ativação e, consequentemente, tornam o anel menos reativo que o benzeno. Esses grupos são chamados de desativadores. Alguns exemplos de substituintes desativadores: -CN; -NO2; -CHO; -COOH; -SO3H; -Cl; -Br. 6. Para a síntese do m-cloronitrobenzeno, a partir do benzeno, qual a ordem de entrada dos grupos? Justifique. Para identificarmos a ordem de entrada dos grupos temos que avaliar como esses substituintes afetam a orientação da SEA. Os halogênios são desativadores orto e paraorientadores, enquanto que o grupo nitro e desativador metaorientador. Sendo assim, Página 4 de 7 a nitração do benzeno deverá ocorrer primeiro para que o segundo substituinte (cloração) seja orientado para a posição meta, produzindo o produto desejado, o m- cloronitrobenzeno . Caso ocorresse a cloração primeiro, o segundo substituinte seria orientado para a posição orto ou para, produzindo o o-cloronitrobenzeno ou p-cloronitrobenzeno. 7. Proponha um mecanismo para a reação abaixo: + AlCl3 CH3 Cl O CH3 C + O AlCl4 - OH CH + H OH CH3 O OH CH3 O + ClHCH3 C + O Al - Cl Cl Cl Cl : : : : :: : : :::: AlCl3 8. Para cada composto abaixo, escreva o produto majoritário que deve ser obtido por substituição eletrofílica aromática com cloro? Justifique. OH Cl NH2 CH3 CH3 CH3 H O I II III I) OH Cl Cl A cloração ocorrerá na posição orto ao grupo OH (a posição para está ocupada), pois a orientação do ativador predomina. Página 5 de 7 II) NH2 CH3 CH3 Cl Tanto o grupo amino como o radical isopropil orientam para as posições orto e para. Neste caso, os substituintes orientam para as mesmas posições, entretanto a posição entre os substituintes está com impedimento estérico (orto aos dois). A cloração ocorrerá preferencialmente na posição desimpedida orto ao grupo amino (corresponde a posição para ao radical isopropil). Em menor proporção ocorrerá a cloração na posição para ao grupo amino (orto ao radical isopropil). III) CH3 H O Cl ou CH3 H O Cl A orientação do grupo metil prevalece, pois é ativador orto e paraorientador, por isso a cloração ocorrerá nas posições orto e para. O grupo formila é desativador, entretanto, a orientação deste grupo reforça a do metil para as mesmas posições. 9. Sobre carboidratos: a) O que são carboidratos? O termo carboidrato é utilizado para se referir a ampla classe de aldeídos e cetonas poliidroxilados conhecidos como açucares. A palavra carboidrato deriva do termo hidrato de carbono, pois o primeiro carboidrato simples a ser isolado foi a glicose que possui formula molecular C6H12O6 e que foi entendida como C6(H2O)6. b) Como geralmente são classificados? Dê exemplos. Em geral, os carboidratos são classificados como simples ou monossacarídeos, que são aqueles que não podem ser hidrolisados e como complexos, que são formados por duas ou mais moléculas de açúcar. Os dissacarídeos são formados por dois monossacarídeos e os polissacarídeos são formados por várias unidades de Página 6 de 7 monossacarídeos. Os carboidratos complexos podem ser convertidos por hidrólise em moléculas menores de açúcar. Os monossacarídeos são classificados em aldoses ou cetoses. Exemplos de monossacarídeos: glicose, ribose, frutose, arabinose, xilose, etc. Exemplos de dissacarídeos: sacarose, lactose, maltose, etc. Exemplos de polissacarídeos: celulose, amido, etc. c) O que as letras gregas e significam para as estruturas dos carboidratos? (Desenhe estruturas para ilustrar). Quando um monossacarídeo sofre ciclização, ocorre a formação de um novo centro de quiralidade no carbono que antes era carbonílico. Esse carbono hemiacetal (na forma cíclica) é chamado de centro anomérico. Quando o grupo OH do carbono hemiacetal está para cima a configuração é (axial ou equatorial para cima) e quando está para baixo a configuração é (axial para baixo). Exemplos: O OH OH OH OH OH O OH OH OH OH OH 10. Sobre aminoácidos e proteínas: a) Como ocorre a formação das proteínas a partir dos aminoácidos? As proteínas são polímeros de aminoácidos ligados em sequencialmente por ligações peptídicas (ligação de um grupo amina de um resíduo com a carboxila de outro, formando uma ligação de amida). b) O que são aminoácidos essenciais? Cite três deles. Os aminoácidos essenciais são aqueles que não são sintetizados pelo organismo humano e, portanto, devem fazer parte da dieta (são biossintetizados por vegetais ou microrganismos). Entretanto, alguns aminoácidos que podem ser sintetizados pelo organismo humano podem ser considerados essenciais quando a produção peloorganismo é abaixo da necessidade diária ou também quando para a síntese do aminoácido pelo organismo humano é necessário um aminoácido essencial. Página 7 de 7 Exemplos de aminoácidos essenciais: valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, triptofano, lisina. c) Defina estruturas primárias, secundárias, terciárias e quaternárias para as proteínas. Estrutura primária: é o seqüenciamento de aminoácidos na proteína. Estrutura secundária: é definida pela conformação local de seu esqueleto de polipeptídeo. As conformações são especificadas de acordo com seus dobramentos chamados de hélices, lâminas pregueadas e espirais. As mais comuns são a hélice- e a folha- pregueada. Estrutura terciária: é a forma tridimensional que surge a partir de dobramentos adicionais de sua cadeia de polipeptídeo, dobramentos superpostos em espirais das hélices-. Descreve como a molécula se enrola em uma forma tridimensional. Estrutura quaternária: descreve como as diferentes moléculas de proteínas que se juntam para produzir estruturas agregadas grandes. É a estrutura global de uma proteína com agregados não-covalentes ordenados e estáveis de mais de uma cadeia de polipeptídeo. Referências recomendadas: Solomons, T.W.G.; Fryhle, C.B. Química Orgânica. Vol. 1. Edições. Rio de Janeiro: LTC. McMurry, J. Química Orgânica. Vol. 1. Edições. São Paulo: Cengage Learning.
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