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D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. � Poder Constituinte / Poder Constituinte Derivado / Poder Constituinte Derivado Decorrente / Limites ao Poder Constituinte Decorrente / Poder Constituinte Difuso / Direito intertemporal / Constituição Nova versus Constituição Anterior / Constituição Nova versus Legislação Anterior / Material / Formal / Incompatibilidade Formal Procedimental / Incompatibilidade Formal Orgânica / Exercícios / Controle de constitucionalidade / Introdução / Conceito de Controle de Constitucionalidade / Elementos do Controle de Constitucionalidade 2º Horário. � Pressupostos do Controle / Modelos de Controle no Direito Comparado / Modelo Americano / Modelo Europeu ou Austríaco / Modelo Francês / Modelo Inglês / Modelo Brasileiro / Históricos nas Constituições Brasileiras / Constituição de 1824 / Constituição de 1891 / Constituição de 1934 / Constituição de 1937 / Constituição de 1946 / Constituição de 67/69 / Constituição de 1988 / Modalidades de Controle / Quanto ao Momento / Quanto à Natureza dos Órgãos / Quanto ao Controle Judicial / Controle Político / Controle do Executivo / Controle do Legislativo / Controle Judicial Preventivo 1º Horário PODER CONSTITUINTE 1. Poder Constituinte Derivado 1.1. Poder Constituinte Derivado Decorrente É o poder que os Estados membros têm para elaborar a sua própria Constituição. Observação: Segundo a doutrina majoritária a lei orgânica do município não tem natureza constitucional, mas legal. Por outro lado, a doutrina minoritária entende que há Poder Constituinte de primeiro grau (equivalente ao originário), de segundo grau (equivalente ao decorrente) e de terceiro grau (exercido pelos municípios). Observação: A lei orgânica distrital trata tanto de matéria própria de Constituição Estadual como de questões atinentes à lei orgânica, tendo em vista que o D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br DF não é um estado nem pode ser dividido em município. Daí porque se falar que a lei orgânica distrital é sui generis. Nesse sentido, na parte em que a lei orgânica trata de matéria da Constituição Estadual, restará presente o Poder Constituinte Decorrente. No confronto entre lei estadual em face da Constituição Estadual, é cabível o controle de constitucionalidade; e de lei municipal contrária à Constituição Estadual, também é cabível controle. Porém, em caso de lei municipal contrária à lei orgânica municipal, não é cabível controle de constitucionalidade, porque a lei orgânica municipal não é Constituição; mostra-se cabível mero controle de legalidade. Já, quanto à lei do DF contrária à lei orgânica distrital, na parte em que esta equivale à Constituição Estadual, mostra-se cabível o controle de constitucionalidade. 1.1.1. Limites ao Poder Constituinte Decorrente O Poder Constituinte Derivado Decorrente, diversamente do Originário, é limitado. Nesse contexto, devem-se estudar três princípios: a. Princípios Constitucionais Sensíveis � são aqueles localizados no art. 34, VII da CRFB; são princípios que, uma vez violados, ensejam a intervenção federal. CRFB, Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. b. Princípios Constitucionais Extensíveis � impostos sobre a União, mas que devem ser estendidos aos estados, por simetria e reprodução obrigatória. Não se tem um rol taxativo, mas, podem-se citar, por exemplo: as imunidades parlamentares, as atribuições dos tribunais de contas, o processo legislativo, as atribuições do Chefe do Executivo, etc. Todas essas matérias são disciplinadas pela CRFB/88 em âmbito federal, os quais são de reprodução obrigatória no âmbito dos estados (simetria). c. Princípios Constitucionais Estabelecidos � a CRFB estabelece limites diretos e específicos para os estados. Quanto mais extensos forem esses princípios, mais restrita será a autonomia dos estados, sendo inversamente proporcional. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Comparativamente, o rol dos princípios sensíveis na CRFB/88 é menor do que aquele rol das Constituições anteriores, o que demonstraria, a priori, que a autonomia dos estados foi ampliada. Por outro lado, o rol dos princípios extensíveis e estabelecidos foi ampliado na CRFB/88, o que demonstra, na verdade, que a autonomia dos estados foi restringida. 2. Poder Constituinte Difuso Trata-se do poder de promover a mutação constitucional, que consiste no processo informal de mudança da Constituição, ou seja, muda-se o sentido do texto, mas não o texto em si. Nesse sentido, é possível que uma norma, dentro de determinada realidade social, seja interpretada de um modo, e, com o passar do tempo, essa mesma norma passe a ser interpretada de outra maneira. Não há que se falar neste ponto em um novo texto, mas uma nova norma (que decorre da nova interpretação dada). Por exemplo, na década de 90, o STF declarou constitucional a vedação de progressão de regimes na lei de crimes hediondos. Em 2006, no entanto, o STF deu uma nova interpretação ao princípio da individualização da pena, pelo que a norma antes considerada constitucional, passou a ser tida como inconstitucional. Trata-se de exemplo clássico de mutação constitucional. Vide HC 82.959, STF. PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - RAZÃO DE SER. A progressão no regime de cumprimento da pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto, tem como razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO -PROGRESSÃO - ÓBICE - ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantiada individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº8.072/90. Observação: Pode existir ainda a chamada mutação constitucional inconstitucional. Para entender o sentido dessa nomenclatura, deve-se ater que “norma constitucional” pode significar tanto ser compatível com a constituição como estar na Constituição. No caso, usa-se esse segundo sentido, sendo que mutação constitucional significa mutação da Constituição. Essa mutação pode ser contrária aos próprios valores da Constituição, tratando-se de mutação ilegítima, chamada de mutação constitucional inconstitucional. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br A mutação constitucional inconstitucional revela que a mutação apresenta determinados limites: a. Próprio texto constitucional � não se pode atribuir sentido à Constituição que seja flagrantemente contrário ao texto constitucional. Para tanto, deve-se elaborar-se emenda constitucional. b. Valores e espírito da própria Constituição. A Constituição, em determinados pontos, impõe algumas obrigações de agir para o Poder Público. Exemplo: o Estado se mantém omisso em relação a uma obrigação constitucional, gerando para o povo um sentimento de descrédito decorrente dessa omissão, de modo que a Constituição passa a ser interpretada em forma não impositiva, não vinculativa. A omissão do Poder Público pode acarretar uma interpretação da Constituição pela sua inefetividade, fenômeno ilegítimo. Assim, a mutação constitucional gerada por omissões inconstitucionais é ilegítima. Outra forma que gera uma mutação constitucional inconstitucional é a consolidação de práticas governamentais ilegítimas. Exemplo: o “Mensalinho” não se mostra legítimo, embora conduta corrente na prática, justamente por ser contrário aos valores constitucionais. DIREITO INTERTEMPORAL 1. Constituição Nova versus Constituição Anterior Primeiramente, será analisada a relação de uma Constituição nova com uma Constituição anterior, o que pode gerar três possibilidades: a. Revogação � a nova Constituição promulgada revoga a anterior. É a regra, por isso não precisa ser expressa, podendo ser tácita. b. Desconstitucionalização � manutenção das normas da Constituição anterior materialmente compatíveis com a nova ordem constitucional, as quais assumem natureza infraconstitucional. Daí sua nomenclatura, que sugere a perda da natureza constitucional dessas normas. Trata-se de fenômeno reconhecido pelo Direito Constitucional, mas, para tanto, exige-se expressa previsão. Assim, não representa realidade brasileira. c. Vacatio constitutionis � é o mesmo que a vacatio legis, mas em âmbito constitucional. Entra em vigor constituição nova que revoga a anterior, mas durante o D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br período entre a promulgação e o início de aplicação, a constituição anterior continua aplicável. A vacatio constitutionis, para ocorrer, também precisa estar expressa. Entre nós, isso ocorreu em parte, consoante art. 34 do ADCT. Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores. 2. Constituição Nova versus Legislação Anterior Pode-se ainda analisar a relação entre uma Constituição nova e a legislação infraconstitucional pretérita (direito pré-constitucional). Deve-se analisar a compatibilidade do direito pré-constitucional com a Constituição nova, que pode ser dar de duas formas: material e formal. 2.1. Material O intérprete deve analisar se o conteúdo da norma pretérita em relação à Constituição nova, se o que a lei (legislação pré-constitucional) prescreve é ou não compatível com o que a Constituição preconiza. Se a norma pretérita for compatível com a Constituição nova, haverá sua recepção. O fenômeno da recepção tem dois aspectos importantíssimos: • A norma recepcionada assume como seu fundamento de validade a nova Constituição. Por exemplo, o CP foi elaborado antes da CRFB/88, tendo sido ele recepcionado com fundamento na própria CRFB/88. • A norma recepcionada assume o status normativo imposto pela nova Constituição. Por exemplo, o CTN foi elaborado, à época, como lei ordinária, sendo recepcionado pela CRFB/88 como lei complementar. Se a norma é materialmente incompatível com a nova Constituição, têm-se duas correntes. Uma primeira corrente entende trata-se de norma revogada pela nova Constituição; uma segunda corrente entende tratar-se de inconstitucionalidade superveniente, porque a lei não é inconstitucional desde a origem, mas se tornou inconstitucional posteriormente. O STF adotou a primeira corrente, entendendo que norma anterior à Constituição incompatível com ela é norma revogada. Diante disso, não cabe controle de constitucionalidade da lei anterior em relação à constituição nova (trata-se de controle de recepção ou não recepção). D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Observação: Como dito acima, o STF adotou a primeira corrente, ou seja, rechaça a idéia de inconstitucionalidade superveniente no ordenamento jurídico pátrio por entender que norma anterior (pré-constitucional) incompatível materialmente com a nova ordem constitucional é por ela revogada. Nesta linha de raciocínio, portanto, ainda que seja ajuizada ADPF em desfavor de lei anterior, o posicionamento do STF permanece inalterado, pois ao apreciar este tipo de situação, aduzirá que a norma não foi materialmente recepcionada pela nova constituição por ser incompatível (e não por se tratar de inconstitucionalidade superveniente). 2.2.Formal 2.2.1. Incompatibilidade Formal Procedimental Nesse caso, analisa-se o processo legislativo. Podem ser dados três exemplos para melhor ilustrar a questão da incompatibilidade procedimental: Em um primeiro exemplo, a Constituição anterior exige sobre determinada matéria que seja elaborada lei ordinária e o legislador, em observância ao texto constitucional até então vigente, elabora lei ordinária. Se a Constituição nova também exige para essa matéria lei ordinária, essa norma pode ser recepcionada, sem maiores problemas. Em um segundo exemplo, a Constituição anterior exigiu sobre a matéria lei ordinária, tendo o legislador infraconstitucional respeitado essa regra e elaborado lei ordinária. Porém, a Constituição nova exige para a mesma matéria lei complementar. A norma foi elaborada em consonância com o processo legislativo vigente, mas está contrária ao novo processo legislativo. Essa norma pode ser recepcionada, sendo inclusive o exemplo do CTN. Como terceiro exemplo, a Constituição anterior exigia sobre determinada matéria lei complementar, tendo o legislador à época inobservado tal regra constitucional e elaborado lei ordinária; por sua vez, a Constituição nova exige para aquela determinada matéria a edição de lei ordinária. Observa-se que a norma anterior fora elaborada de forma compatível com o processo legislativo atualmente vigente, mas incompatível com o processo legislativo anterior. Ainda que essa norma não tenha sido declarada inconstitucional, não será recepcionada, pois nasceu inconstitucional. Trata-se de norma ab ovo (nula desde a origem), não podendo ser convalidada. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Conclui-se que, em qualquer hipótese em que a norma nasça inconstitucional, não poderá ser convalidada. Aquela lei que nasceu materialmente inconstitucional na origem, não poderá ser convalidada, sendo nula ab ovo. Observação: Toda norma goza, a priori, de presunção de constitucionalidade, sendo, por isso, aplicável na prática. Em um caso concreto, mesmo na vigência de Constituição nova, o juiz pode deixar de aplicar a norma (pré-constitucional) por considerá-la inconstitucional frente à Constituição anterior, por entender que a lei nasceu inconstitucional, sendo nula desde a origem. O STF fez isso recentemente, ao verificar que decreto anterior a 1988 nasceu nulo com base na Constituição de 1967. Observação: A exposição acima permite concluir que a constituição anterior, embora revogada pela nova ordem constitucional, pode ainda servir de parâmetro no controle concreto de constitucionalidade em relação às normas elaboradas sob a sua vigência (já que não há que se falar em não recepção, posto que norma inconstitucional é ab ovo, ou seja, nula desde a origem). 2.2.2. Incompatibilidade Formal Orgânica É a análise da repartição de competências entre os entes da federação. Dois exemplos podem retratar bem essa análise de repartição de competência (incompatibilidade formal orgânica): Em um primeiro exemplo, a Constituição anterior exige sobre a matéria lei federal e a Constituição nova exige, para tanto, lei estadual. Percebe-se que houve alteração do ente competente sobre determinada matéria. A lei federal pode ser recepcionada e continuar sendo aplicada até que cada estado elabore a sua própria lei. Em um segundo exemplo, a Constituição anterior exige sobre a matéria lei estadual, sendo que a Constituição nova exige lei federal. A federalização das leis estaduais geraria um caos, afinal poderiam ser várias as leis aplicáveis em uma mesma matéria. Nesse caso, a lei estadual não pode ser recepcionada. Por fim, fica claro que, diante da manutenção da competência federativa, não há maiores problemas. Percebe-se que, quando a competência era do ente maior e passa para o ente menor, a norma pode ser recepcionada; quando a competência era de ente menor e passa para ente maior, a norma não pode ser recepcionada. Vale observar que o exemplo supracitado se refere aos Estados-Membros e à União, mas o mesmo se aplica a estados e municípios. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 3. Exercícios Acerca da aplicabilidade e da interpretação das normas constitucionais, julgue os itens seguintes. 157 Os direitos sociais previstos na Constituição, por estarem submetidos ao princípio da reserva do possível, não podem ser caracterizados como verdadeiros direitos subjetivos, mas, sim, como normas programáticas. Dessa forma, esses direitos devem ser tutelados pelo poder público, quando este, em sua análise discricionária, julgar favoráveis as condições econômicas e administrativas. Gabarito: Errado. Todas as normas constitucionais têm eficácia mínima. 31 O poder constituinte originário esgota-se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade. Gabarito: Errado. O Poder Constituinte Originário é latente, ele não deixa de existir. 27 É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma constitucional originária incompatível com os princípios constitucionais não escritos e os postulados da justiça, considerando-se a adoção, pelo sistema constitucional brasileiro, da teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais. Gabarito: Errado De fato, existe essa teoria alemã, mas não foi adotada entre nós. QUESTÃO 1 - Assinale a opção correta acerca de constituição, hermenêutica constitucional e poder constituinte originário e derivado, no ordenamento jurídico brasileiro. O poder constituinte derivado decorrente deve observar, entre outros, os princípios constitucionais estabelecidos, que integram a estrutura da Federação brasileira, como, por exemplo, a forma de investidura em cargos eletivos, o processo legislativo e os orçamentos. Gabarito: Errado. Os exemplos estão errados, pois esses não são princípios estabelecidos, mas extensíveis, que devem obrigatoriamente ser observados pelos estados. QUESTÃO 41 - Assinale a opção correta a respeito dos conceitos de mutação constitucional, revisão constitucional e poder constituinte. A Tratando-se de mutação constitucional, o texto da constituição permanece inalterado, e alteram-se apenas o significado e o sentido interpretativo de determinada norma constitucional. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada peloprofessor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br B A revisão constitucional prevista no ADCT da CF, que foi realizada pelo voto da maioria simples dos membros do Congresso Nacional, gerou seis emendas constitucionais de revisão que detêm o status de normas constitucionais originárias. C Previsto pelo constituinte originário, o poder constituinte derivado decorrente encontra limitações apenas nas cláusulas pétreas. D Sendo poder de índole democrática, autônomo e juridicamente ilimitado, o poder constituinte originário tem como forma única de expressão a assembleia nacional constituinte. E É expressamente previsto na CF que os Poderes Legislativos dos estados, do DF e dos municípios devem elaborar suas constituições e leis orgânicas mediante manifestação do poder constituinte derivado decorrente. Gabarito: A A letra “B” está errada, porque a revisão constitucional exige maioria absoluta em sessão unicameral. Além disso, as emendas de revisão não são originárias. A letra “C” está errada, porque o Poder Constituinte Derivado não tem limite apenas nas cláusulas pétreas. A letra “D” está errada, porque o Poder Constituinte Originário não tem essa forma única. Além disso, em regra, o Poder Constituinte Originário é democrático, mas pode-se ter uma Constituição imposta. A letra “E” está errada, porque as leis orgânicas dos municípios não se manifestam mediante poder constituinte decorrente. QUESTÃO 2 - Julgue os itens subsequentes, relativos aos poderes constituintes originário e derivado. I O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente. II Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso. III O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo editado antes da nova constituição e perante o novo paradigma estabelecido. IV Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica. V O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição anterior, D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional. Estão certos apenas os itens A) I e V. B) II e III. C) I, III e IV. D) I, II, IV e V. E) II, III, IV e V. Gabarito: D. O item III está errado, porque o STF não admite a inconstitucionalidade superveniente. As demais assertivas estão corretas. Vale observar que o item IV foi considerado correto, embora se possa questionar a afirmação acerca do DF. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1. Introdução 1.1. Conceito de Controle de Constitucionalidade Controle de constitucionalidade é a aferição da compatibilidade vertical entre o ato e a Constituição. A Constituição está acima do ato, por isso se sobrepõe a ele, chamando-se isso de compatibilidade vertical. 1.2. Elementos do Controle de Constitucionalidade Todo controle apresenta sempre dois elementos: objeto (ato impugnado, que pode ser comissivo ou omissivo) e parâmetro (norma constitucional usada como referência para o controle). Exemplo: Caso haja a alegação de que uma lei X viola o princípio da livre concorrência, é esse princípio o parâmetro. Aqui se mostra relevante o conceito de bloco de constitucionalidade, que significa o conjunto normativo usado como parâmetro para o controle. A ideia de bloco de constitucionalidade nasce na França, em que existia um tipo preventivo de controle. Na ocasião, tinha-se projeto de lei que supostamente seria contrário ao direito individual da liberdade de associação. Os direitos individuais, na França, não estão catalogados no texto constitucional, diferente do que ocorre na D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br CRFB/88, no seu art. 5º. Diversamente, a Constituição francesa faz referência a várias outras normas que não estão previstas no texto constitucional. Entendeu-se, ainda assim, que esses direitos teriam a mesma força da norma constitucional, nascendo a ideia de bloco de constitucionalidade. O termo bloco de constitucionalidade tem dois sentidos. Em um sentido estrito, chamado de perspectiva reduzida, bloco de constitucionalidade compreende apenas o texto constitucional. Em uma perspectiva ampla, adotada pela visão francesa, o bloco constitucional abrange não só o texto constitucional, mas normas materialmente constitucionais fora do texto, incluindo-se princípios, valores e normas fora do texto. Por ordem constitucional global, deve-se entender o texto constitucional e as normas materialmente constitucionais fora do texto constitucional. Os tratados internacionais sobre direitos humanos que observem o art. 5º, §3º da CRFB são tidos como normas constitucionais derivadas que servem como parâmetro para o controle de constitucionalidade. Assim, embora não estejam no texto escrito da Constituição, integrando o bloco de constitucionalidade e fazem parte da ordem constitucional global. Sobre esse assunto há os seguintes julgados de referência: ADI 514 e ADI 2.971 (vale a pena a leitura do voto do Ministro Celso de Mello). 2º Horário O STF se utiliza dos seguintes sinônimos para identificar norma que serve como parâmetro: modelo paradigmático, modelo paramétrico, modelo referencial, norma constitucional revestida de parametricidade. 1.3. Pressupostos do Controle a. Supremacia Material da Constituição � É a supremacia do conteúdo, sendo que o que a Constituição diz é superior ao que a lei diz. b. Supremacia Formal � Traduz-se na rigidez da Constituição, pois o processo de elaboração da Constituição é mais rigoroso que de elaboração das leis. c. Existência de órgão competente para o controle. 2.Modelos de Controle no Direito Comparado 2.1. Modelo Americano D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br No caso Marbury versus Madison, entendeu-se possível a revisão judicial da legislação (judicial review), por controle incidental ou concreto, porque a matéria constitucional aparece como incidental no curso de um processo ordinário. Prevalece o princípio da nulidade, pelo qual a norma inconstitucional é nula desde a origem (norma ab ovo). 2.2. Modelo Europeu ou Austríaco Tem-se como principal influência Hans Kelsen. Cria-se a figura do tribunal constitucional, não sendo qualquer juiz no caso concreto competente para fazer o controle de constitucionalidade. Diz-se que o controle é concentrado nesse tribunal. Aqui vale o princípio da anulabilidade, pelo qual a norma inconstitucional é anulável. 2.3. Modelo Francês Originalmente, no modelo francês, o controle era politico e preventivo, feito por órgão político (Conselho Constitucional), em que não se analisa a norma, mas o projeto da norma. Atualmente, na França, além do controle político e preventivo, há também forma de controle incidental, que se difere da forma de controle incidental brasileiro. Dá-se através da questão prioritária de constitucionalidade. 2.4. Modelo Inglês A priori, no modelo inglês tradicional, há uma ausência de controle, porque, na Inglaterra, não há uma constituição escrita, que não é rígida. A ausência de uma constituição rígida implica a ausência de controle de constitucionalidade. Essa é a visão tradicional, mas, hoje, criaram-se algumas formas de controle na Inglaterra. 3. Modelo Brasileiro O modelo brasileiro é híbrido, eclético ou misto, pois conjuga o modelo americano, europeu e francês. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 4. Históricos nas Constituições Brasileiras 4.1. Constituição de 1824 Falava-se apenas que deveria haver o zelo pela Constituição, mas, a rigor, não havia qualquer mecanismo de controle de constitucionalidade. 4.2. Constituição de 1891 Sofre grande influência estadunidense e de Rui Barbosa, embasando-se no controle difuso e incidental. 4.3. Constituição de 1934 Apresenta quatro grandes inovações: a. Reserva de plenário � continua presente no art. 97 da CRFB/88. CRFB, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. b. Resolução suspensiva do Senado Federal � a norma era declarada inconstitucional pelo Judiciário, com efeitos inter partes; poderia o Senado Federal conferir efeito erga omnes à decisão do STF, suspendendo a eficácia da norma em questão através de resolução. Trata-se de instituto presente ainda hoje no art. 52, X da CRFB. CRFB, Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; c. Representação interventiva � ação proposta pelo Procurador Geral da República (PGR) ao STF, tendo a finalidade de a Corte verificar se o Estado violou ou não princípio constitucional sensível e, com base nisso, se determinar a intervenção federal. O instituto existe ainda hoje, consoante art. 36, III e art. 34, VII da CRFB. CRFB, Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) d. Mandado de Segurança � trata-se da criação brasileira a partir da doutrina brasileira do habeas corpus. Inicialmente, o habeas corpus poderia ser usado para a proteção de qualquer violação à liberdade; posteriormente, resta-se focado na liberdade de ir e vir, sendo que as demais liberdades seriam tuteladas por mandado de injunção e habeas data. 4.4. Constituição de 1937 É a chamada constituição polaca, com caráter nitidamente ditatorial. Havendo declaração de inconstitucionalidade na forma incidental, se o Presidente da República discordasse da decisão do judiciário, considerando aquela norma importante à soberania nacional, submetia o caso ao Legislativo que, por 2/3, poderia tornar aquela decisão judicial sem efeito (tratava-se de quórum exigido na época para as emendas constitucionais, ou seja, tinha-se uma idéia de “constitucionalização” da norma objeto de apreciação e declaração de inconstitucionalidade pelo Judiciário). A Constituição de 1937 previa ainda que, na hipótese do legislativo não estar reunido, suas atribuições constitucionais passariam a ser exercidas pelo Presidente da República, que através de decreto-lei, exercia e realizava as atribuições do Poder Legislativo. Tal instituto, dado seu caráter ditatorial, não se repetiu na CRFB/88. 4.5. Constituição de 1946 Representa a redemocratização do Brasil, restaurando o modelo da Constituição de 1934, com os quatro aspectos já citados. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitoresa partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br A EC 16/65 cria a representação de inconstitucionalidade de legitimação exclusiva do PGR, que corresponde à nossa atual ADI, representando o controle abstrato. Uma crítica que havia à época é que o PGR estava vinculado ao Executivo, o que faria com que atuasse apenas no interesse da União. 4.6. Constituição de 67/69 Essa constituição mantém o controle difuso e a representação de inconstitucionalidade, não acrescentando ou tirando nada a respeito. A EC 7/67 traz dois aspectos importantes: a. Concessão de cautelar na Representação de Inconstitucionalidade (RI). b. Representação interpretativa � também de legitimação exclusiva do PGR. Por meio dela, tinha-se o intuito de fixação da interpretação adequada da norma pelo STF. Hoje, ela não existe, porque, é possível, na ADI, a formulação de pedido de interpretação conforme a Constituição. 4.7. Constituição de 1988 A CRFB/88 traz uma série de avanços importantes: a. Ampliação do rol de legitimados ativos da ADI, consoante art. 103 da CRFB � Gera o alargamento do uso do controle abstrato, que passa a ter primazia sobre o controle concreto. Isso também contribui para a abstrativização do controle difuso, pelo que várias características do controle abstrato serão incorporadas pelo controle concreto, como: modulação de efeitos, amicus curiae, etc. CRFB, Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. b. Criação da ADPF, conforme art. 102, §1º (antigo parágrafo único). CRFB, Art. 102, § 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93) c. Criação da ADC, criada pela EC 3/93. d. Controle das omissões: � por ADI por omissão (ADO) e Mandado de Injunção. e. Ampliação dos remédios constitucionais � a Ação Civil Pública e a Ação Popular foram alargadas; também foram criadas o habeas data e o mandado de injunção. Resta claro que a CRFB/88 trouxe muitos avanços quanto ao controle de constitucionalidade. 5. Modalidades de Controle 5.1. Quanto ao Momento a. Preventivo; b. Repressivo ou Sucessivo. 5.2. Quanto à Natureza dos Órgãos a. Judicial � em regra é repressivo. b. Político � se define por exclusão, sendo político (exercido pelo Executivo e Legislativo) quando não for judicial. Em regra, é preventivo. 5.3. Quanto ao Controle Judicial a. Aspecto Orgânico � o controle pode ser: difuso (vários órgãos podem exercer o controle) ou concentrado (define-se órgão específico). D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 17 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br b. Aspecto Processual � deve-se definir se a matéria constitucional é questão principal, quando o controle será abstrato; ou incidenter tantum, caso em que o controle é concreto ou incidental. Em regra, o controle abstrato é concentrado e o abstrato é difuso. 6. Controle Político O controle politico é aquele não judicial, sendo aquele exercido pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo. 6.1. Controle do Executivo a. O Executivo pode participar do controle através do veto à projeto de lei (art. 66, §1º). Trata-se de hipótese de veto com motivação jurídica, por entender o projeto de lei inconstitucional. CRFB, Art. 66, § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. b. Além disso, o Presidente e Governador têm legitimidade ativa para propor ADI, ADC, ADPF e ADO. c. Terceira forma de participação do executivo é a determinação de inaplicação de lei inconstitucional. Observação: na doutrina, há quem critique essa terceira forma de controle exercido pelo executivo. Isto porque, antes da CRFB/88, o Presidente da República e o Governador não tinham legitimidade para propor a RI (Representação de Inconstitucionalidade), o que justificava a determinação de não aplicação por considerarem norma inconstitucional. Após 1988, no entanto, como os chefes do executivo passaram a ter legitimidade ativa para propor ADI, ADO, não seria mais justificável determinar a inaplicação de lei inconstitucional. Embora haja quem entenda criticável a permissão, o STF reconhece a possibilidade mesmo após a CRFB/88, conforme ADI 221. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA PROVISORIA. REVOGAÇÃO. PEDIDO DE LIMINAR. - POR SER A MEDIDA PROVISORIA ATO NORMATIVO COM FORÇA DE LEI, NÃO E ADMISSIVEL SEJA RETIRADA DO CONGRESSO NACIONAL A QUE FOI REMETIDA PARA O EFEITO DE SER, OU NÃO, CONVERTIDA EM LEI. - EM D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 18 Barra: Shopping Downtown – Av. dasAméricas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br NOSSO SISTEMA JURÍDICO, NÃO SE ADMITE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU DE ATO NORMATIVO COM FORÇA DE LEI POR LEI OU POR ATO NORMATIVO COM FORÇA DE LEI POSTERIORES. O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA LEI OU DOS ATOS NORMATIVOS E DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO PODER JUDICIARIO. OS PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO, POR SUA CHEFIA - E ISSO MESMO TEM SIDO QUESTIONADO COM O ALARGAMENTO DA LEGITIMAÇÃO ATIVA NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -, PODEM TÃO-SÓ DETERMINAR AOS SEUS ÓRGÃOS SUBORDINADOS QUE DEIXEM DE APLICAR ADMINISTRATIVAMENTE AS LEIS OU ATOS COM FORÇA DE LEI QUE CONSIDEREM INCONSTITUCIONAIS. - A MEDIDA PROVISORIA N. 175, POREM, PODE SER INTERPRETADA (INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO) COMO AB-ROGATÓRIA DAS MEDIDAS PROVISORIAS N.S. 153 E 156. SISTEMA DE AB-ROGAÇÃO DAS MEDIDAS PROVISORIAS DO DIREITO BRASILEIRO. - REJEIÇÃO, EM FACE DESSE SISTEMA DE AB-ROGAÇÃO, DA PRELIMINAR DE QUE A PRESENTE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTA PREJUDICADA, POIS AS MEDIDAS PROVISORIAS N.S. 153 E 156, NESTE MOMENTO, SÓ ESTAO SUSPENSAS PELA AB-ROGAÇÃO SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA, AB-ROGAÇÃO QUE SÓ SE TORNARA DEFINITIVA SE A MEDIDA PROVISORIA N. 175 VIER A SER CONVERTIDA EM LEI. E ESSA SUSPENSÃO, PORTANTO, NÃO IMPEDE QUE AS MEDIDAS PROVISORIAS SUSPENSAS SE REVIGOREM, NO CASO DE NÃO CONVERSAO DA AB-ROGANTE. - O QUE ESTA PREJUDICADO, NESTE MOMENTO EM QUE A AB-ROGAÇÃO ESTA EM VIGOR, E O PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR, CERTO COMO E QUE ESSA CONCESSÃO SÓ TEM EFICACIA DE SUSPENDER "EX NUNC" A LEI OU ATO NORMATIVO IMPUGNADO. E, EVIDENTEMENTE, NÃO HÁ QUE SE EXAMINAR, NESTE INSTANTE, A SUSPENSÃO DO QUE JA ESTA SUSPENSO PELA AB-ROGAÇÃO DECORRENTE DE OUTRA MEDIDA PROVISORIA EM VIGOR. PEDIDO DE LIMINAR JULGADO PREJUDICADO "SI ET IN QUANTUM". 6.2. Controle do Legislativo a. Atuação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa a constitucionalidade dos projetos de lei ou das PEC’s, das proposições legislativas de um modo geral. b. Controle do veto do executivo (art. 66, §4º). CRFB, Art. 66, § 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 19 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br c. Análise da Medida Provisória para conversão ou não em lei � Trata-se de controle político repressivo, pois a MP é ato normativo primário, que não é lei, mas tem força de lei. d. Sustação de lei delegada (art. 49, V) � se o Presidente da República exceder os limites da delegação, pode o Legislativo sustar seus atos normativos. Trata- se de controle político repressivo, pois já se tem lei delegada, sendo segunda exceção (art. 68). CRFB, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. e. Legitimidade ativa para propor ADI, ADC, ADPF e ADO � Mesa da Câmara, Mesa do Senado e Mesa das Assembleias Legislativas (art. 103, II, III, IV da CRFB/88). f. Determinação de inaplicação de lei inconstitucional � neste ponto residem as mesmas críticas feitas ao Executivo, afinal as Mesa da Câmara, Mesa do Senado e Mesa das Assembleias Legislativas, por terem legitimidade, deveriam propor ADI, ADC, ADPF ou ADO. g. Revogação da lei inconstitucional � a declaração de inconstitucionalidade é exclusiva do Judiciário. Executivo e Legislativo não podem fazê- lo, pois apenas o Judiciário podem declarar os efeitos de nulidade daqueles atos afetados pela lei inconstitucional. Mas, o Legislativo pode elaborar nova lei revogando a anterior, ainda que se tenha como fundamento a inconstitucionalidade. D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 20 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br h. Elaboração de emenda à constituição superadora da jurisprudência � Emenda não é capaz de convalidar norma que nasceu inconstitucional, mas a partir da emenda pode ser feita nova lei. Exemplo disso se deu com a contribuição de iluminação pública. i. Resolução suspensiva do Senado da norma declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF (art. 52, X). CRFB, Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 7. Controle Judicial Preventivo O controle judicial preventivo é a hipótese de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar quando este entender ter havido violação do devido processo legislativo constitucional. Exemplo: há um projeto de lei ou uma proposta de emenda à constituição que não observa o processo legislativo constitucional, aquele trâmite que a Constituição impõe, como: iniciativa, quorum, etc. Por exemplo, terá o parlamentar legitimidade quando determinada matéria é de iniciativa do Presidente da República e tal não foi respeitado. O parlamentar tem direito líquido e certo de participar do processo Legislativo constitucional, seja na fase inicial, no debate ou na conclusão. O MS terá como objeto o ato da Mesa Diretora da Casa. Qualquer MS em face de ato da Mesa Diretora, seja ele de matéria constitucional ou não, será de competência do STF. Com o julgamento procedente pelo STF, haverá o trancamento do processo legislativo. Percebe-se que, nesse caso, o controle é judicial e preventivo. Além disso, o controle é concreto, pois no controle abstrato se analisa norma em tese, mas, nocaso em referência, sequer há norma (o que há é projeto de lei ou proposta de emenda à constituição). Trata-se de controle difuso, afinal o controle concentrado é aquele de competência exclusiva do STF, que não é o caso aqui. Neste caso, a competência do STF não é fixada pela natureza do controle, mas por ratione personae, em razão da D. Constitucional Data: 09/09/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 21 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br pessoa. A competência é do STF por se tratar de ato da Mesa, independentemente de qual seja o tipo controle. Havendo violação a processo legislativo regimental, não há violação direta da Constituição e, como se trata de matéria interna corporis, não cabe controle. Observação: em sede de mandado de segurança atacando ato da Mesa Diretora (projeto de lei), o STF não analisa o conteúdo material da futura norma e sim se o processo de elaboração está seguindo o trâmite normal (no tocante aos projetos de lei). No entanto, em relação às propostas de emenda constitucional, que no seu conteúdo violar cláusula pétrea, caberá mandado de segurança ao STF, que por sua vez apreciará violação formal e material (art.60, §4º da CRFB).
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