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Resumo Direito Constitucional Aula 04

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Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
� Controle de Constitucionalidade / Tipologia da Inconstitucionalidade / 
Inconstitucionalidade Material X Formal / Inconstitucionalidade por Ação X por 
Omissão / Inconstitucionalidade Direta X Indireta / Inconstitucionalidade 
Originária X Superveniente / Inconstitucionalidade Simples X por Derivação / 
Questões de Controle de Constitucionalidade / Controle Incidental ou Concreto 
de Constitucionalidade / Características do Controle Incidental / Procedimento 
do Controle Incidental 
2º Horário. 
� Reserva de Plenário no Âmbito dos Tribunais / Efeitos da Decisão / Atuação do 
Senado Federal / Casos Específicos Relacionados ao Controle Incidental / 
Questões sobre Controle Difuso 
 
1º Horário 
 
1. Controle de Constitucionalidade 
 
1.1. Tipologia da Inconstitucionalidade 
 
1.1.1. Inconstitucionalidade Material X Inconstitucionalidade Formal 
 
1.1.1.1. Inconstitucionalidade Material 
Relaciona-se ao conteúdo da norma, que, neste caso, é contrário ao da 
constituição. Esta inconstitucionalidade é também chamada de inconstitucionalidade 
nomoestática. 
A inconstitucionalidade material pode manifestar-se como excesso do poder de 
legislar, ou seja, aquele que elabora a norma vai além do que poderia ou deveria. O 
excesso do poder de legislar é uma violação ao princípio da proporcionalidade, 
conforme aponta o RE 197.917. Este princípio impede que a medida seja além do 
necessário, daí também ser chamado, por vezes, de princípio da vedação de excesso. 
RE 197917 / SP - SÃO PAULO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA 
Julgamento: 06/06/2002 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJ 07-05-2004 PP-00008 EMENT VOL-02150-03 PP-00368 
EmentaRECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIOS. CÂMARA DE VEREADORES. 
COMPOSIÇÃO. AUTONOMIA MUNICIPAL. LIMITES CONSTITUCIONAIS. NÚMERO DE 
VEREADORES PROPORCIONAL À POPULAÇÃO. CF, ARTIGO 29, IV. APLICAÇÃO DE 
CRITÉRIO ARITMÉTICO RÍGIDO. INVOCAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA 
RAZOABILIDADE. INCOMPATIBILIDADE ENTRE A POPULAÇÃO E O NÚMERO DE 
VEREADORES. INCONSTITUCIONALIDADE, INCIDENTER TANTUM, DA NORMA 
MUNICIPAL. EFEITOS PARA O FUTURO. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. 1. O artigo 29, 
inciso IV da Constituição Federal, exige que o número de Vereadores seja 
proporcional à população dos Municípios, observados os limites mínimos e 
máximos fixados pelas alíneas a, b e c. 2. Deixar a critério do legislador municipal 
o estabelecimento da composição das Câmaras Municipais, com observância 
apenas dos limites máximos e mínimos do preceito (CF, artigo 29) é tornar sem 
sentido a previsão constitucional expressa da proporcionalidade. 3. Situação real e 
contemporânea em que Municípios menos populosos têm mais Vereadores do que 
outros com um número de habitantes várias vezes maior. Casos em que a falta de 
um parâmetro matemático rígido que delimite a ação dos legislativos Municipais 
implica evidente afronta ao postulado da isonomia. 4. Princípio da razoabilidade. 
Restrição legislativa. A aprovação de norma municipal que estabelece a 
composição da Câmara de Vereadores sem observância da relação cogente de 
proporção com a respectiva população configura excesso do poder de legislar, 
não encontrando eco no sistema constitucional vigente. 5. Parâmetro aritmético 
que atende ao comando expresso na Constituição Federal, sem que a 
proporcionalidade reclamada traduza qualquer afronta aos demais princípios 
constitucionais e nem resulte formas estranhas e distantes da realidade dos 
Municípios brasileiros. Atendimento aos postulados da moralidade, 
impessoalidade e economicidade dos atos administrativos (CF, artigo 37). 6. 
Fronteiras da autonomia municipal impostas pela própria Carta da República, que 
admite a proporcionalidade da representação política em face do número de 
habitantes. Orientação que se confirma e se reitera segundo o modelo de 
composição da Câmara dos Deputados e das Assembléias Legislativas (CF, artigos 
27 e 45, § 1º). 7. Inconstitucionalidade, incidenter tantun, da lei local que fixou em 
11 (onze) o número de Vereadores, dado que sua população de pouco mais de 
2600 habitantes somente comporta 09 representantes. 8. Efeitos. Princípio da 
segurança jurídica. Situação excepcional em que a declaração de nulidade, com 
seus normais efeitos ex tunc, resultaria grave ameaça a todo o sistema legislativo 
vigente. Prevalência do interesse público para assegurar, em caráter de exceção, 
efeitos pro futuro à declaração incidental de inconstitucionalidade. Recurso 
extraordinário conhecido e em parte provido. 
 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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1.1.1.2. Inconstitucionalidade Formal 
A inconstitucionalidade formal é também chamada nomodinâmica, pois se 
relaciona ao curso da elaboração da norma, revelando ideia de movimento. 
Manifesta-se de 3 formas: 
a) Inconstitucionalidade formal procedimental: incide sobre o processo 
legislativo, ou seja, na elaboração em si da norma. 
Exemplo1: a CRFB estabelece que um projeto de lei sobre regime jurídico de 
servidor público deve ser de iniciativa privativa do Presidente da República. Havendo 
projeto de lei de iniciativa parlamentar sobre o assunto, apresentará vício de iniciativa 
e, caso seja sancionado pelo Presidente, não gerará convalidação do vício. Essa lei será 
inconstitucional por ter vício de iniciativa, sendo inconstitucionalidade formal 
procedimental, tendo em vista ser relacionada com o processo legislativo. 
Exemplo2: uma PEC deve ser aprovada em 2 turnos, por quorum de 3/5 em 
cada Casa do Congresso Nacional. Caso a casa iniciadora aprove-a da forma correta, 
envia à casa revisora que aprova em 2 turnos, mas com quórum inferior a 3/5 no 2º 
turno, haverá vício no processo legislativo, tratando-se de inconstitucionalidade 
procedimental. 
No 1º exemplo, o vício é subjetivo, quem apresentou o projeto de lei não tinhaatribuição para isso. O vício de iniciativa é chamado de vício subjetivo. 
No 2º exemplo, o vício é objetivo, pois ocorreu no curso do processo 
legislativo e não na fase de iniciativa. 
b) Inconstitucionalidade formal orgânica: incide sobre a repartição de 
competências entre os entes da federação. Trata-se da hipótese em que um ente da 
federação invade a competência de outro ente. 
Exemplo 1: no RJ, a lei que veda a cobrança de estacionamento em shopping 
foi considerada inconstitucional, porque versava sobre propriedade – matéria de 
competência federal – violando a repartição de competências entre os entes da 
federação. Isso acontece diversas vezes e o STF declara tais situações inconstitucionais 
constantemente1. 
Exemplo 2: houve lei estadual determinando que os médicos de determinado 
estado-membro comunicassem à Secretaria de Saúde a ocorrência de certa doença, 
sob pena de responsabilidade. O STF entendeu que a parte da que lei versava sobre 
saúde, que é de competência concorrente, seria constitucional, mas quando trata 
 
1
 É importante que o aluno acompanhe as decisões do STF neste sentido, fazendo anotação dos casos, 
tendo em vista que, frequentemente, são cobrados nas questões de prova. 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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sobre responsabilidade civil é inconstitucional, pois é competência privativa da União 
legislar sobre direito civil. 
Neste sentido, ADI 3080. 
ADI 3080 / SC - SANTA CATARINA 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Julgamento: 02/08/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
Publicação DJ 27-08-2004 PP-00052 EMENT VOL-02161-01 PP-00132 
RTJ VOL-00193-01 PP-00134 
Ementa AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 11.561/2000, DO 
ESTADO DE SANTA CATARINA. ARTS. 21, X E 22, V DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE SERVIÇO POSTAL. 1. É 
pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto à inconstitucionalidade 
de normas estaduais que tenham como objeto matérias de competência 
legislativa privativa da União. Precedentes: ADIns nº 2.815, Sepúlveda Pertence 
(propaganda comercial), nº 2.796-MC, Gilmar Mendes (trânsito), nº 1.918, 
Maurício Corrêa (propriedade e intervenção no domínio econômico), nº 1.704, 
Carlos Velloso (trânsito), nº 953, Ellen Gracie (relações de trabalho), nº 2.336, 
Nelson Jobim (direito processual), nº 2.064, Maurício Corrêa (trânsito) e nº 329, 
Ellen Gracie (atividades nucleares). 2. O serviço postal está no rol das matérias 
cuja normatização é de competência privativa da União (CF, art. 22, V). É a União, 
ainda, por força do art. 21, X da Constituição, o ente da Federação responsável 
pela manutenção desta modalidade de serviço público. 3. Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada procedente. 
c) Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos constitucionais 
específicos: um 1º exemplo é o caso de medida provisória, que tem como 
pressupostos a relevância e a urgência. Se editada sem observá-los, a medida 
provisória não atende aos seus pressupostos e estará eivada de inconstitucionalidade 
formal. 
É cabível o controle judicial da medida provisória se seus pressupostos não 
forem atendidos, desde que a análise baseie-se em critérios objetivos, ou seja, o STF 
admite controle se a medida provisória não atender à relevância e à urgência. O 
Pretório Excelso não admite, desta feita, uma análise subjetiva ou valorativa desses 
pressupostos (se identificar valoração política, não faz o controle). 
Outro exemplo é o caso do art. 18, parágrafo 4º, CRFB. Para o município ser 
criado, necessita lei estadual, bem como o preenchimento de alguns pressupostos, 
como o estudo de viabilidade, haver lei federal antes etc. Caso os pressupostos não 
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Data: 12/09/2011 
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sejam satisfeitos, a lei que cria o município será inconstitucional. Neste sentido, ADI 
2240. 
CRFB, Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-
se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar 
Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 15, de 1996) 
 
ADI 2240 / BA - BAHIA 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. EROS GRAU 
Julgamento: 09/05/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-
00029 EMENT VOL-02283-02 PP-00279 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.619/00, DO 
ESTADO DA BAHIA, QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL POSTERIOR À EC 15/96. AUSÊNCIA 
DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL PREVISTA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. 
AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
OMISSÃO DO PODER LEGISLATIVO. EXISTÊNCIA DE FATO. SITUAÇÃO 
CONSOLIDADA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DA JURÍDICA. SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO, 
ESTADO DE EXCEÇÃO. A EXCEÇÃO NÃO SE SUBTRAI À NORMA, MAS ESTA, 
SUSPENDENDO-SE, DÁ LUGAR À EXCEÇÃO --- APENAS ASSIM ELA SE CONSTITUI 
COMO REGRA, MANTENDO-SE EM RELAÇÃO COM A EXCEÇÃO. 1. O Município foi 
efetivamente criado e assumiu existência de fato, há mais de seis anos, como ente 
federativo. 2. Existência de fato do Município, decorrente da decisão política que 
importou na sua instalação como ente federativo dotado de autonomia. Situação 
excepcional consolidada, de caráter institucional, político. Hipótese que 
consubstancia reconhecimento e acolhimento da força normativa dos fatos. 3. 
Esta Corte não pode limitar-se à prática de mero exercício de subsunção. A 
situação de exceção, situação consolidada --- embora ainda não jurídica --- não 
pode ser desconsiderada. 4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, 
visto que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de 
Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de 
setembro de 1.996, deve-se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do 
Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de 
Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável 
consubstancia autêntica violação da ordemconstitucional. 6. A criação do 
Município de Luís Eduardo Magalhães importa, tal como se deu, uma situação 
excepcional não prevista pelo direito positivo. 7. O estado de exceção é uma zona 
de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não é a exceção que se 
subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar à exceção --- apenas 
desse modo ela se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção. 
8. Ao Supremo Tribunal Federal incumbe decidir regulando também essas 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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situações de exceção. Não se afasta do ordenamento, ao fazê-lo, eis que aplica a 
norma à exceção desaplicando-a, isto é, retirando-a da exceção. 9. Cumpre 
verificar o que menos compromete a força normativa futura da Constituição e sua 
função de estabilização. No aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-
ia o reconhecimento da existência válida do Município, a fim de que se afaste a 
agressão à federação. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício 
da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 12. 
Julgamento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando 
determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao editar a lei 
complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição do Brasil, 
considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município de Luís Eduardo 
Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de 
sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, da 
Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da Bahia. 
 
1.1.2. Inconstitucionalidade por Ação X Inconstitucionalidade por Omissão 
 
1.1.2.1. Inconstitucionalidade por Ação2 
Verifica-se um ato comissivo. Portanto, o Poder Público age como não deveria. 
 
1.1.2.2. Inconstitucionalidade por Omissão 
Neste caso, o Poder Público não faz o que deveria, verificando-se a violação de 
dever constitucional de agir. 
Desta forma, a inconstitucionalidade por omissão pode ser: 
a) Inconstitucionalidade por omissão total: verifica-se o estado de ausência 
normativa. 
b) Inconstitucionalidade por omissão parcial: verifica-se o estado de 
insuficiência ou incompletude normativa. Neste caso, o Poder Público fez a norma, 
mas não da forma como deveria, mantendo-se parcialmente omisso. 
 
1.1.3. Inconstitucionalidade Direta X Inconstitucionalidade Indireta 
 
1.1.3.1. Inconstitucionalidade Direta 
 
2
 Nota do monitor: esta espécie de inconstitucionalidade é chamada também de por atuação ou 
positiva. Fonte: LENZA Pedro, Direito Constitucional Esquematizado, 14ª edição, página 206. 
 Direito Constitucional 
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Há violação da CRFB por um ato normativo primário. 
O ato normativo primário é aquele que se vincula diretamente à CRFB e não 
depende de outra norma que não esta, possuindo autonomia. 
Exemplo: lei que regulamente a CRFB. 
 
1.1.3.2. Inconstitucionalidade Indireta 
Incide sobre ato normativo secundário, sendo esta inconstitucionalidade 
também chamada de reflexa ou oblíqua. 
O ato normativo secundário vincula-se a um primário e não diretamente à 
CRFB, não possuindo autonomia. Entre o ato normativo secundário e a CRFB há uma 
norma interposta. 
O STF não admite a inconstitucionalidade indireta, ou seja, um ato normativo 
secundário não pode ser objeto de ADI, somente podendo ser objeto deste tipo de 
controle o ato normativo primário. 
Exemplo: há uma lei que regulamenta a CRFB e o decreto que regulamenta a 
lei, sendo este o ato secundário e a lei o primário. 
O ato normativo secundário sujeita-se ao controle de legalidade, porque está 
abaixo da lei. 
É possível que haja um decreto vinculado diretamente à CRFB, não havendo 
norma entre eles. Neste caso, o decreto é ato normativo primário, cabendo controle 
de constitucionalidade contra ele, por se tratar de decreto autônomo (não depende de 
nenhuma outra norma, que não a constituição). 
Exemplo: art. 84, VI, “a”, CRFB. 
CRFB, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
 VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Sobre o assunto, ADI 1347. 
ADI 1347 MC / DF - DISTRITO FEDERAL 
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO 
Julgamento: 05/09/1995 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJ 01-12-1995 PP-41685 EMENT VOL-01811-02 PP-00241 
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EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - INSTRUÇÃO NORMATIVA - 
PORTARIAS N. 24/94 E N. 25/94 DO SECRETARIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO 
TRABALHO - PREVENÇÃO CONTRA SITUAÇÕES DE DANO NO AMBIENTE DE 
TRABALHO - CONTROLE MEDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - ATO DESVESTIDO DE 
NORMATIVIDADE QUALIFICADA PARA EFEITO DE IMPUGNAÇÃO EM SEDE DE 
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE - AÇÃO NÃO CONHECIDA. 
PARAMETRICIDADE E CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. - A CONSTITUIÇÃO DA 
REPUBLICA, EM TEMA DE AÇÃO DIRETA, QUALIFICA-SE COMO O ÚNICO 
INSTRUMENTO NORMATIVO REVESTIDO DE PARAMETRICIDADE, PARA EFEITO DE 
FISCALIZAÇÃO ABSTRATA DE CONSTITUCIONALIDADE PERANTE O SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. AÇÃO DIRETA E OFENSA FRONTAL A CONSTITUIÇÃO. - O 
CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, PARA EFEITO DE SUA VALIDA 
INSTAURAÇÃO, SUPOE A OCORRENCIA DE SITUAÇÃO DE LITIGIOSIDADE 
CONSTITUCIONAL QUE RECLAMA A EXISTÊNCIA DE UMA NECESSARIA RELAÇÃO 
DE CONFRONTO IMEDIATO ENTRE O ATO ESTATAL DE MENOR POSITIVIDADE 
JURÍDICA E O TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. - REVELAR-SE-A 
PROCESSUALMENTE INVIAVEL A UTILIZAÇÃO DA AÇÃO DIRETA, QUANDO A 
SITUAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - QUE SEMPRE DEVE TRANSPARECER 
IMEDIATAMENTEDO CONTEUDO MATERIAL DO ATO NORMATIVO IMPUGNADO 
- DEPENDER, PARA EFEITO DE SEU RECONHECIMENTO, DO PREVIO EXAME 
COMPARATIVO ENTRE A REGRA ESTATAL QUESTIONADA E QUALQUER OUTRA 
ESPÉCIE JURÍDICA DE NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL, COMO OS ATOS 
INTERNACIONAIS - INCLUSIVE AQUELES CELEBRADOS NO ÂMBITO DA 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (O.I.T) - QUE JA SE ACHAM 
INCORPORADOS AO DIREITO POSITIVO INTERNO DO BRASIL, POIS OS TRATADOS 
CONCLUIDOS PELO ESTADO FEDERAL POSSUEM, EM NOSSO SISTEMA 
NORMATIVO, O MESMO GRAU DE AUTORIDADE E DE EFICACIA DAS LEIS 
NACIONAIS. INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA DA LEI E CONTROLE NORMATIVO 
ABSTRATO. - SE A INSTRUÇÃO NORMATIVA, EM DECORRÊNCIA DE MA 
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS E DE OUTRAS ESPÉCIES DE CARÁTER EQUIVALENTE, 
VEM A POSITIVAR UMA EXEGESE APTA A ROMPER A HIERARQUIA NORMATIVA 
QUE DEVE OBSERVAR EM FACES DESSES ATOS ESTATAIS PRIMARIOS, AOS QUAIS 
SE ACHA VINCULADA POR UM CLARO NEXO DE ACESSORIEDADE, VICIAR-SE-A DE 
ILEGALIDADE - E NÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE -, IMPEDINDO, EM 
CONSEQUENCIA, A UTILIZAÇÃO DO MECANISMO PROCESSUAL DA FISCALIZAÇÃO 
NORMATIVA ABSTRATA. PRECEDENTES: RTJ 133/69 - RTJ 134/559. - O EVENTUAL 
EXTRAVASAMENTO, PELO ATO REGULAMENTAR, DOS LIMITES A QUE SE ACHA 
MATERIALMENTE VINCULADO PODERA CONFIGURAR INSUBORDINAÇÃO 
ADMINISTRATIVA AOS COMANDOS DA LEI. MESMO QUE DESSE VÍCIO JURÍDICO 
RESULTE, NUM DESDOBRAMENTO ULTERIOR, UMA POTENCIAL VIOLAÇÃO DA 
CARTA MAGNA, AINDA ASSIM ESTAR-SE-A EM FACE DE UMA SITUAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE MERAMENTE REFLEXA OU OBLIQUA, CUJA 
APRECIAÇÃO NÃO SE REVELA POSSIVEL EM SEDE JURISDICIONAL 
CONCENTRADA. 
 
1.1.4. Inconstitucionalidade Originária X Inconstitucionalidade Superveniente 
 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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1.1.4.1. Inconstitucionalidade Originária 
Também pode ser chamada de genética ou congênita ou no nascedouro ou ab 
ovo. É a que se verifica no nascimento da norma, ou seja, no momento em que a 
norma surge, já é contrária à CRFB. 
 
1.1.4.2. Inconstitucionalidade Superveniente 
Embora a doutrina defenda a ocorrência de duas hipóteses de 
inconstitucionalidade superveniente, o STF já consolidou entendimento no sentido de 
que no ordenamento jurídico pátrio não há que se falar em inconstitucionalidade 
superveniente, mas em revogação da norma ante a não recepção pela nova ordem 
constitucional. 
a) inconstitucionalidade superveniente pelo advento de nova norma 
constitucional: essa primeira situação decorreria do advento de nova norma 
constitucional posterior à edição de lei que não padecia de nenhum vício de 
inconstitucionalidade em sua origem. Para o STF, se a lei anterior é incompatível com a 
nova ordem constitucional, ela está revogada, pois não foi recepcionada. Desta forma, 
o STF não admite a inconstitucionalidade superveniente e este é o único caso em que 
se vale da nomenclatura, sendo o que cai em prova. 
Exemplo: lei de 1985, que não é compatível com a CRFB/88 não foi 
recepcionada e não cabe falar que aquela está eivada de inconstitucionalidade 
superveniente. 
Vide ADI 2. 
ADI 2 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. PAULO BROSSARD 
Julgamento: 06/02/1992 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJ 21-11-1997 PP-60585 EMENT VOL-01892-01 PP-00001 
EMENTA: CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A CONTRARIE. REVOGAÇÃO. 
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. 1. A lei ou é 
constitucional ou não é lei. Lei inconstitucional é uma contradição em si. A lei é 
constitucional quando fiel à Constituição; inconstitucional na medida em que a 
desrespeita, dispondo sobre o que lhe era vedado. O vício da inconstitucionalidade 
é congênito à lei e há de ser apurado em face da Constituição vigente ao tempo de 
sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à 
Constituição superveniente; nem o legislador poderia infringir Constituição 
futura. A Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com 
ela conflitantes: revoga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa de 
produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei fundamental, por ser suprema, 
não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior valeria menos que a 
lei ordinária. 2. Reafirmação da antiga jurisprudência do STF, mais que 
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cinqüentenária. 3. Ação direta de que se não conhece por impossibilidade jurídica 
do pedido. 
b) inconstitucionalidade superveniente pelo advento de emenda 
constitucional: adotada pela doutrina no caso de haver uma lei anterior 
materialmente incompatível com emenda constitucional posterior. Não há 
inconstitucionalidade superveniente para o STF neste caso, apenas para parcela da 
doutrina. 
Observação: na doutrina, há quem veja inconstitucionalidade superveniente na 
hipótese de mutação constitucional. Isto porque, originariamente, a norma foi 
considerada constitucional, mas se tornou inconstitucionalidade ante a alteração na 
interpretação da norma constitucional. 
Com relação ao assunto, cumpre mencionar o caso da lei de crimes hediondos 
vedando a progressão de regime. Esta parte da legislação havia sido considerada 
constitucional na década de 90, mas atualmente o STF declarou tal situação 
inconstitucional, sem, no entanto, falar sobre inconstitucionalidade superveniente. 
 
1.1.5. Inconstitucionalidade Simples X Inconstitucionalidade por Derivação 
 
1.1.5.1. Inconstitucionalidade Simples 
 
1.1.5.2.Inconstitucionalidade por Derivação 
Também chamada de inconstitucionalidade por arrastamento ou por arrasto 
ou consequencial ou por atração. 
Ao analisar-se uma norma “X”, verifica-se que uma norma “Y” só existe em 
função da “X”. Se a norma “X” for inconstitucional, a norma “Y” será inconstitucional 
por derivação. 
Exemplo 1: uma norma estadual concedeu vitaliciedade ao Procurador do 
Estado. Uma outra norma relacionada com a primeira dispunha que, para haver 
decretação da perda do cargo, deveria haver uma ação civil. O STF entendeu que 
apenas têm vitaliciedade os cargos aos quais a CRFB atribuiu tal condição e declarou a 
1ª norma inconstitucional. Neste caso, a 2ª norma foi declarada inconstitucional por 
arrastamento. 
Exemplo 2: o STF tinha súmula dispondo que, no caso de foro especial por 
prerrogativa de função, havendo a perda da função, a prerrogativa não se extinguiria. 
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Esta súmula foi cancelada e o STF passou a entender que o processo deveria ser 
remetido ao juízo comum no caso de perda da função. 
Uma lei tinha alterado o art. 84, CPP prevendo perpetuação da jurisdição e 
previa ainda que, nos casos de ação de improbidade, haveria a mesma prerrogativa de 
função existente na competência criminal (perpetuação da competência especial). 
O STF entendeu pela inconstitucionalidade da perpetuação de competência no 
âmbito criminal e que a ação de improbidade tem natureza cível, não podendo ser 
equiparada à criminal. Desta forma, inconstitucional a perpetuação de competência na 
ação criminal, inconstitucional a norma que estabelece o mesmo para a ação de 
improbidade. 
A inconstitucionalidade por arrastamento pode ser declarada pelo STF mesmo 
que não haja pedido neste sentido. Isto não viola o princípio da demanda ou da 
congruência, não indo o STF ultra nem extra petita, por questão de consequência 
lógica. 
No caso de ato normativo secundário, que não pode ser objeto de controle de 
constitucionalidade, sendo proposta uma ADI contra o ato normativo primário, o STF 
pode declará-lo inconstitucional e o ato secundário poderá ser declarado 
inconstitucional por arrastamento. Trata-se da chamada inconstitucionalidade por 
arrastamento vertical, por a norma atingida pelo arrastamento estar abaixo da norma 
declarada inconstitucional. Neste sentido, ADI 3645. 
ADI 3645 / PR - PARANÁ 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Julgamento: 31/05/2006 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJ 01-09-2006 PP-00016 
EMENT VOL-02245-02 PP-00371 
RTJ VOL-00199-02 PP-00633 
LEXSTF v. 28, n. 334, 2006, p. 75-91 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 14.861/05, DO ESTADO DO 
PARANÁ. INFORMAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE ORGANISMOS GENETICAMENTE 
MODIFICADOS EM ALIMENTOS E INGREDIENTES ALIMENTARES DESTINADOS AO 
CONSUMO HUMANO E ANIMAL. LEI FEDERAL 11.105/05 E DECRETOS 4.680/03 E 
5.591/05. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE PARA DISPOR SOBRE 
PRODUÇÃO, CONSUMO E PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE. ART. 24, V E XII, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ESTABELECIMENTO DE NORMAS GERAIS PELA UNIÃO E 
COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS. 1. Preliminar de ofensa reflexa 
afastada, uma vez que a despeito da constatação, pelo Tribunal, da existência de 
normas federais tratando da mesma temática, está o exame na ação adstrito à 
eventual e direta ofensa, pela lei atacada, das regras constitucionais de repartição 
da competência legislativa. Precedente: ADI 2.535-MC, rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, DJ 21.11.03. 2. Seja dispondo sobre consumo (CF, art. 24, V), seja sobre 
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proteção e defesa da saúde (CF, art. 24, XII), busca o Diploma estadual impugnado 
inaugurar regulamentação paralela e explicitamente contraposta à legislação 
federal vigente. 3. Ocorrência de substituição - e não suplementação - das regras 
que cuidam das exigências, procedimentos e penalidades relativos à rotulagem 
informativa de produtos transgênicos por norma estadual que dispôs sobre o tema 
de maneira igualmente abrangente. Extrapolação, pelo legislador estadual, da 
autorização constitucional voltada para o preenchimento de lacunas acaso 
verificadas na legislação federal. Precedente: ADI 3.035, rel. Min. Gilmar Mendes, 
DJ 14.10.05. 4. Declaração de inconstitucionalidade conseqüencial ou por 
arrastamento de decreto regulamentar superveniente em razão da relação de 
dependência entre sua validade e a legitimidade constitucional da lei objeto da 
ação. Precedentes: ADI 437-QO, rel. Min. Celso de Mello, DJ 19.02.93 e ADI 173-
MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 27.04.90. 5. Ação direta cujo pedido formulado se 
julga procedente. 
A inconstitucionalidade por arrastamento pode se dar no mesmo processo ou 
em processos distintos. 
 
1.2. Questões de Controle de Constitucionalidade 
CESPE/UNB – Juiz federal –TRF 5ª Região 
QUESTÃO 6 - A respeito do controle de constitucionalidade das leis e dos atos 
normativos, assinale a opção correta. 
(D) A expressão bloco de constitucionalidade pode ser entendida como o 
conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores 
materialmente constitucionais fora do texto da CF formal. 
R: Correta. Trata-se do bloco constitucional em sentido amplo, que é o modelo 
francês abordado na aula anterior. 
AGU – Adv. da União - 2009 
É admissível o controle de constitucionalidade de emenda constitucional antes 
mesmo de ela ser votada, no caso de a proposta atentar contra cláusula pétrea, 
sendo o referido controle feito por meio de mandado de segurança, que deve ser 
impetrado exclusivamente por parlamentar federal. 
R: Correta. Trata-se de MS na hipótese de violação do processo legislativo 
constitucional. 
Procurador Federal - 2010 
Julgue os itens subsequentes, relativos ao poder constituinte e ao controle de 
constitucionalidade no Brasil. 
De acordo com entendimento do STF, o controle jurisdicional prévio ou 
preventivo de constitucionalidade sobre projeto de lei ainda em trâmite somente 
pode ocorrer de modo incidental, na via de exceção ou defesa. 
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R: Correta. Na via incidental é o caso de MS impetrado por parlamentar. 
CESPE/UNB – Analista MPU – 2010 
Verifica-se a inconstitucionalidade formal, também conhecida como 
nomodinâmica, quando a lei ou o ato normativo infraconstitucional contém algum 
vício em sua forma, independentemente do conteúdo. 
R: Correta. 
AGU – Adv. da União - 2009 
Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição Federal, do rol de 
competência legislativa dos entes da Federação, para inserir na competência 
federal matéria até então da competência legislativa estadual ou municipal, 
ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a qual 
permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da 
continuidade do ordenamento jurídico. 
R: Errada. Havendo alteração da competência de um ente menos amplo para um 
mais amplo, a lei daquele não poderá ser recepcionada, pois a recepção significa 
assunção do status que a norma constitucionalimpõe, não sendo admitida a 
federalização de norma estadual/municipal. 
TRF – 2ª Região – 2009 
QUESTÃO 6 - Quanto ao processo legislativo e ao controle de constitucionalidade, 
assinale a opção correta. 
A. De acordo com a doutrina, quando o projeto de lei for modificado em sua 
substância pela casa revisora, a emenda deve retornar para a análise da casa 
iniciadora, sob pena de configuração de vício formal subjetivo, passível de 
controle de constitucionalidade. 
R: Errada. O vício formal subjetivo é de iniciativa e, no caso, há vício formal 
objetivo. 
B. O controle prévio ou preventivo de constitucionalidade realizado pelo 
Poder Legislativo incide sobre todos os projetos de atos normativos. 
R: Errada. O controle prévio incide sobre atos normativos apenas do próprio 
poder legislativo. 
C. No Brasil, o controle posterior ou repressivo de constitucionalidade é 
exercido com exclusividade pelo Poder Judiciário, tanto de forma difusa 
como concentrada. 
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R: o judiciário não é o único a fazer controle repressivo3. 
D. No tocante à legitimação dos partidos políticos para a representação de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou federal, 
contestados em face da CF, o STF entende que a perda de representação do 
partido político no Congresso Nacional após o ajuizamento da ADI 
descaracteriza a legitimidade ativa para o prosseguimento da ação. 
R: Errada. Não perde a legitimidade (este tema ainda será abordado). 
E. De acordo com a doutrina, a técnica da declaração de 
inconstitucionalidade por arrastamento pode ser aplicada tanto em 
processos distintos como no mesmo processo. 
R: Certa. 
 
1.3. Controle Incidental ou Concreto de Constitucionalidade 
O controle incidental é o controle em que a matéria constitucional é uma 
questão incidental ou prejudicial no processo (incidenter tantum). 
Difere-se do controle abstrato, em que a matéria constitucional é a questão 
principal. 
Exemplo: contribuinte entra com ação para não pagar um tributo e receber o 
que já pagou, sendo a inconstitucionalidade da norma mera causa de pedir. 
Neste caso, ocorre a argüição incidental de inconstitucionalidade, que pode 
ser analisada sob diversos aspectos: 
a) quanto ao sujeito: tanto as partes, como o terceiro interveniente, o MP 
podem argüir a inconstitucionalidade incidentalmente, e o juiz pode conhecê-la de 
ofício. 
b) quanto ao momento: a argüição incidental pode ser feita em qualquer fase 
do processo, respeitado o prequestionamento no âmbito do RE. 
c) quanto ao objeto: lei federal, lei estadual e lei municipal podem ser objetos 
de controle. 
d) quanto ao parâmetro: tanto a CRFB, quanto as constituições estaduais 
podem servir de parâmetro ao controle. 
A CRFB serve de parâmetro com relação às leis federal, estadual e municipal. Já 
a constituição estadual serve como parâmetro com relação às leis estadual e municipal 
 
3
 Nota do monitor: na aula anterior, o professor apresentou hipóteses de controle repressivo realizado 
pelo Poder Legislativo, como nos casos de análise de medida provisória para convertê-la ou não em lei e 
de sustação de lei delegada. 
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apenas. Havendo conflito entre a lei federal e a constituição estadual, o controle de 
ambas será feito com base na CRFB. 
 
1.3.1. Características do Controle Incidental 
a) anterioridade: a questão constitucional é logicamente anterior à questão 
principal. 
b) superordinação: a solução da questão constitucional condiciona a questão 
principal, sendo consequência da característica anterior. 
 
1.3.2. Procedimento do Controle Incidental 
A pergunta a ser respondida é a seguinte: a argüição incidental de 
inconstitucionalidade gera alteração no procedimento? 
No âmbito da 1ª instância, a argüição incidental de inconstitucionalidade não 
gera qualquer mudança procedimental. O juiz, nos fundamentos da decisão final, 
deverá analisar se a lei é ou não constitucional. 
Observação: o art. 92 da CRFB/88 não elenca os juizados especiais e as turmas 
recursais como órgãos do Poder Judiciário. Em aparente contradição, o art. 98 da 
CRFB/88 faz menção sobre a criação de juizados. O que de fato acontece é que 
juizados especiais e turmas recursais são formas de organização do Poder Judiciário (e 
não órgãos), isto é, no caso dos juizados e turmas recursais, os magistrados que o 
integram é que são considerados os órgãos do judiciário. 
Observação: Além do CNJ e os tribunais, os magistrados são órgãos do Poder 
Judiciário. 
Observação: As turmas recursais são compostas por um colegiado, isto é, 
reunião de magistrados (órgãos do judiciário de 1ª instância) que, de acordo com a 
organização do Poder Judiciário, exercem a segunda instância nos juizados especiais. 
CRFB, Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
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CRFB, Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: 
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, 
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de 
menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os 
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a 
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
No âmbito dos Tribunais, há a cláusula de reserva de plenário, evidenciada no 
art. 97, CRFB. A declaraçãode inconstitucionalidade tem que ser feita pelo plenário ou 
pelo órgão especial, onde houver. 
CRFB, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
Cumpre destacar que, de acordo com o art. 93, XI, CRFB, os tribunais com mais 
de 25 julgadores podem ter órgão especial, que faz a função do pleno. 
CRFB, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
XI. nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco 
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais 
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por 
antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
2º Horário 
 
1.3.2.1. Reserva de Plenário no Âmbito dos Tribunais 
A declaração de inconstitucionalidade nos tribunais tem que ser feita pelo 
pleno ou pelo órgão especial. É o que preconiza a Cláusula de Reserva de Plenário. 
CRFB, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
O órgão fracionário, analisando a matéria e verificando a existência de argüição 
incidental de inconstitucionalidade ou identificando uma matéria inconstitucional, 
deve enviar essa matéria para o plenário. Repare-se que o caso concreto não será 
enviado ao plenário/órgão especial, mas apenas a matéria constitucional. 
O pleno analisará apenas a matéria constitucional, gerando uma cisão 
funcional da competência em plano horizontal, pois a matéria constitucional é 
apartada do caso concreto e é decidida dentro do mesmo tribunal. Decidida a matéria, 
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o plenário a devolve ao órgão fracionário para que prossiga com o julgamento do caso 
concreto. 
Este tema está disciplinado no CPC nos artigos 480 a 482, sendo denominado 
como incidente de inconstitucionalidade. 
CPC, Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do 
poder público, o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma 
ou câmara, a que tocar o conhecimento do processo. 
 
CPC, Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for 
acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal 
pleno. 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, 
ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver 
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a 
questão. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 1998) 
 
CPC, Art. 482. Remetida a cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do 
tribunal designará a sessão de julgamento. 
(...) 
 
§ 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis 
pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no 
incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no 
Regimento Interno do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 1999) 
 
§ 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição 
poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de 
apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em 
Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memoriais ou de pedir 
a juntada de documentos. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 1999) 
 
§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos 
postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros 
órgãos ou entidades. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 1999) 
Há 3 situações em que o órgão fracionário não precisa enviar a matéria ao 
plenário, quais sejam: 
1ª) o órgão fracionário entende que a norma é constitucional, caso em que 
poderá aplicá-la. Não será enviada ao plenário pelo princípio da presunção de 
constitucionalidade da norma. 
2ª) o órgão identifica decisão anterior do plenário do tribunal abordando a 
constitucionalidade daquela norma. 
3ª) o órgão identifica decisão anterior do plenário do STF, em controle 
abstrato ou em controle concreto. 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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Nas 2 últimas hipóteses, a questão baseia-se nos princípios da celeridade e da 
economicidade. 
O CPC permite algumas manifestações no plenário quando da análise da 
matéria constitucional: 
1) da pessoa jurídica de direito público da qual emanou a norma; 
2) do MP; 
3) dos legitimados ativos da ADI – art. 103, CRFB; e 
4) do amicus curiae. 
CRFB, Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Observação 1: Pela súmula 513, STF, caso deseje-se interpor RE com relação à 
decisão que versa sobre o incidente de inconstitucionalidade, este recurso deverá ser 
interposto impugnando a decisão final do fracionário que completa o julgamento, 
tendo em vista que da decisão do plenário não cabe RE. 
Súmula 513, STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou 
extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de 
inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa 
o julgamento do feito. 
Observação 2: A súmula Vinculante nº 10 trata do caso em que o órgão 
fracionário se depara com caso concreto e há lei específica sobre o assunto, 
determinando o afastamento desta lei e solucionando o caso concreto com base em 
princípios constitucionais. 
O afastamento da aplicação da lei equivale a uma declaração implícita de 
inconstitucionalidadeno entendimento do STF, motivo pelo qual viola a reserva de 
plenário. 
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Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a 
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente 
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
Observação 3: O STJ pode realizar controle de constitucionalidade de forma 
incidental em ações ordinárias, recursos e mesmo no RESP, casos em que deverá 
respeitar o incidente de constitucionalidade, a reserva de plenário. 
 
1.3.3. Efeitos da Decisão 
a) Efeito subjetivo: relaciona-se às pessoas afetadas e é inter partes. 
b) Efeito temporal: fundamenta-se no princípio da nulidade, segundo o qual 
norma inconstitucional é nula na origem. Desta forma, o efeito temporal é retroativo, 
ex tunc. 
Pode ser que este efeito retroativo gere conflito com o princípio da segurança 
jurídica, devendo-se ponderar os princípios da nulidade e o da segurança jurídica do e 
interesse social. Nesta hipótese, o STF entende que pode ser atribuído efeito temporal 
distinto da regra geral, caso em que o efeito poderá ser ex nunc ou pro futuro. Trata-
se da modulação temporal ou modulação dos efeitos temporais. 
A modulação temporal era prevista apenas no controle abstrato, mas, 
atualmente, o STF entende pela possibilidade de tal hipótese no controle incidental. 
Vide RE 197.917 (colacionado no tópico 1.1.1.1). 
 
1.3.4. Atuação do Senado Federal (Art. 52, X, CRFB) 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
Havendo decisão definitiva do STF declarando a inconstitucionalidade de uma 
norma, pode comunicar ao Senado federal, que, por meio de uma resolução, poderá 
suspender a execução da norma, conferindo efeito erga omnes à decisão do STF. 
A atuação do Senado federal só ocorre no controle incidental, pois no controle 
abstrato a própria decisão do STF já tem efeitos erga omnes. 
Essa resolução suspensiva do Senado pode ocorrer em qualquer lei, seja 
federal, estadual, municipal ou distrital. Isto porque, a resolução do Senado é 
considerada mera extensão da decisão judicial do STF. 
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A atividade do Senado, no caso, é discricionária, ou seja, o Senado pode ou não 
editar a resolução. 
Todavia, em que pese se tratar de atividade discricionária, o Senado não pode 
suspender menos ou mais do que foi declarado inconstitucional, pois sua atividade 
discricionária restringe-se a resolver se irá ou não suspender os efeitos da norma. Vide 
ADI 3929, em que o Senado foi além do decidido e foi proposta ADI em face da 
resolução. 
ADI 3929 MC / DF - DISTRITO FEDERAL 
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Julgamento: 29/08/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
PublicaçãoDJe-121 DIVULG 10-10-2007 PUBLIC 11-10-2007 DJ 11-10-2007 PP-
00038 EMENT VOL-02293-01 PP-00055 RTJ VOL-00213- PP-00423 RDDT n. 145, 
2007, p. 214-217 LEXSTF v. 29, n. 346, 2007, p. 160-178 RT v. 97, n. 868, 2008, p. 
143-152 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR CONCEDIDA. 
REFERENDO. RESOLUÇÃO Nº 7, DE 21.06.2007, DO SENADO FEDERAL. SUSPENSÃO 
ERGA OMNES DA EFICÁCIA DE TODO O TEXTO DE LEIS RELATIVAS À COBRANÇA DO 
ICMS NO ESTADO DE SÃO PAULO. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
ANTERIORMENTE ESTENDIDA, NO EXERCÍCIO DO CONTROLE DIFUSO, APENAS AOS 
DISPOSITIVOS QUE HAVIAM PRORROGADO A MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA E A SUA 
VINCULAÇÃO A UMA FINALIDADE ESPECÍFICA. PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DA 
ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 52, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PERIGO NA 
DEMORA IGUALMENTE DEMONSTRADO. 1. O ato normativo impugnado, ao 
conferir eficácia erga omnes a um julgado singular, revela sua feição geral e 
obrigatória, sendo, portanto, dotado de generalidade, abstração e 
impessoalidade. Precedentes. 2. O exame minucioso das decisões plenárias 
proferidas nos autos dos Recursos Extraordinários 183.906, 188.443 e 213.739 
demonstra que a declaração de inconstitucionalidade dos atos normativos que 
sucederam à Lei Estadual Paulista 6.556/89 alcançaram, tão-somente, os 
dispositivos que tratavam, exclusivamente, da majoração da alíquota do ICMS e 
sobre a vinculação desse acréscimo percentual ao fundo criado para o 
desenvolvimento de determinado programa habitacional. 3. O Senado Federal, 
em grande parte orientado por comunicações provenientes da Suprema Corte, 
acabou por retirar do mundo jurídico dispositivos das Leis Paulistas 7.003/90 e 
7.646/91, que, embora formalmente abarcados pela proclamação da 
inconstitucionalidade do próprio Diploma em que inseridos, em nenhum 
momento tiveram sua compatibilidade com a Constituição Federal efetivamente 
examinada por este Supremo Tribunal. Plausibilidade da tese de violação ao art. 
52, X, da Carta Magna. 4. Deferimento de medida cautelar referendado pelo 
Plenário. 
A doutrina majoritária e o STF entendem que a resolução do Senado é 
irretratável, ou seja, o órgão não pode fazer nova resolução revogando a resolução 
suspensiva. A doutrina minoritária entende que pode haver revogação da resolução 
quando o entendimento jurisprudencial for alterado. 
 Direito Constitucional 
Data: 12/09/2011 
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Observação: Posição do Ministro Gilmar Mendes – Rcl 4335 (minoritário). Em 
decisão monocrática, o ministro conheceu da reclamação, sob o argumento de que o 
próprio STF na evolução do controle de constitucionalidade já poderia declarar uma 
inconstitucionalidade em sede de controle incidental, com efeitos erga omnes. Assim, 
a Resolução do Senado seria um ato de mera publicidade da decisão do STF. Explicação 
do posicionamento do Ministro: evolução e contexto histórico. A Constituição de 1891 
incorpora o modelo americano de constitucionalidade, sem adotar, contudo, o 
preceitovinculante (stare decisis), ou seja, os efeitos desse controle incidental pela 
suprema corte eram inter partes, podendo posteriormente outros órgãos do judiciário 
decidir em sentido contrário. Detectada a problemática de órgãos inferiores julgarem 
em desacordo com as decisões do STF, mas tentando se evitar a supremacia do 
Judiciário sobre os demais poderes (violação dos três poderes) caso houvesse a adoção 
do preceito vinculante, instituiu-se na Constituição de 1934 a necessidade de edição 
de resolução do senado para atribuir efeitos erga omnes às decisões do STF. Prossegue 
o Ministro Gilmar Mendes que a concepção atual do princípio dos três poderes evoluiu 
e a realidade hoje é distinta, razão pela qual o STF poderia atribuir efeito erga omnes 
às suas decisões em sede de controle incidental. 
Segundo Gilmar Mendes, sua tese decorre da mutação constitucional. Em 
sentido contrário ao Ministro Gilmar Mendes, o Ministro Sepúlveda Pertence, embora 
reconhecesse que o instituto da resolução do senado estivesse defasado, não se 
poderia em sede de interpretação constitucional violar norma expressa da 
constituição, que preconiza a possibilidade de elaboração de resolução suspensiva 
pelo Senado Federal. 
Em outras palavras, chegou à relatoria do Ministro Gilmar Mendes a 
reclamação ajuizada perante o STF, na qual se reportou à inconstitucionalidade da 
vedação à progressão de regime em crimes hediondos declarada pelo STF em controle 
incidental. Um juiz de primeira instância entendeu por ignorar a decisão do STF em 
controle incidental (justificando não ser a mesma vinculante e por não ter havido 
resolução suspensiva do Senado Federal atribuindo efeito erga omnes à decisão do 
STF), aplicando a regra infraconstitucional que vedava a progressão de regime. 
Justamente contra esta decisão foi proposta uma reclamação por se entender que a 
autoridade da decisão do STF fora violada. Em tese, essa reclamação era incabível, pois 
o juiz não violou decisão nenhuma do STF que o vinculasse. 
No entanto, como dito acima, o Ministro Gilmar Mendes conheceu da 
reclamação sob o argumento de que se o próprio STF pode declarar a 
inconstitucionalidade em controle concentrado com efeito erga omnes, a resolução do 
Senado seria ato de mera publicidade da decisão do STF em controle difuso, que 
também seria oponível a todos. 
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Data: 12/09/2011 
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Melhor esclarecendo o posicionamento do ministro relator, a resolução do 
Senado baseia-se numa concepção de separação de poderes vetusta, ultrapassada, 
pois, atualmente, o STF pode realizar o controle abstrato de constitucionalidade, que 
tem primazia sobre o controle concreto. Com isto, a atividade interpretativa da CRFB 
feita pelo STF é a mesma em controle concreto ou abstrato, motivo pelo qual o efeito 
deve ser o mesmo: erga omnes. 
O Ministro entendeu neste sentido ter inclusive havido mutação constitucional. 
O Ministro Sepúlveda Pertence entendeu tal pensamento como “projeto de decreto de 
mutação constitucional”, porque, apesar de o instituto da resolução do Senado ser 
obsoleto, não se pode ir de encontro ao que dispõe o texto constitucional. E ressaltou 
que o constituinte derivado percebeu a situação e, com isto, na EC nº 45/04, criou a 
Súmula Vinculante, a fim de dar efeito vinculante às decisões do STF sem que seja 
necessária a resolução do Senado. 
 
1.3.5. Casos Específicos Relacionados ao Controle Incidental 
 • Súmula 266, STF: não cabe mandado de segurança contra lei em tese, porque 
a análise da lei em tese é controle abstrato. O MS não é a ação idônea para esse tipo 
de controle e seu eventual cabimento implicaria usurpação da competência do STF. 
Súmula 266, STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
 Observação 1: Cabe controle incidental em MS. 
 Observação 2: Cabe MS contra lei de efeito concreto, que é, na forma lei, mas 
equivale a ato administrativo no conteúdo. 
 Os mesmos comentários feitos acima sobre MS valem, também, para ação civil 
pública. Esta, por ser ação coletiva, apresenta efeitos gerais. Com isto, havia 
questionamento na doutrina, mas o STF entendeu que cabe controle incidental em 
ACP, mas não controle concentrado. Vide Rcl 2687. 
Rcl 2687 / PA - PARÁ 
RECLAMAÇÃO 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Julgamento: 23/09/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJ 18-02-2005 PP-00006 EMENT VOL-02180-01 PP-00117 LEXSTF v. 27, 
n. 315, 2005, p. 149-153 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - CONTROLE DIFUSO VERSUS CONTROLE CONCENTRADO DE 
CONSTITUCIONALIDADE. Proclamou o Supremo Tribunal Federal não ocorrer 
usurpação da própria competência quando a inicial da ação civil pública encerra 
pedido de declaração de inconstitucionalidade de ato normativo abstrato e 
autônomo, seguindo-se o relativo à providência buscada jurisdicionalmente - 
Reclamação nº 2.460-1/RJ. Ressalva de entendimento. RECLAMAÇÃO - NEGATIVA 
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DE SEGUIMENTO. A contrariedade do pleito formulado a precedente do Plenário 
revela quadro ensejador da negativa de seguimento à reclamação. 
 
 • Não cabe ação declaratória incidental quando a questão incidental envolver 
controle de constitucionalidade ou caracterizaria controle abstrato, não sendo o juiz 
competente para tal. 
Em um processo ordinário, apenas o dispositivo faz coisa julgada. A questão 
prejudicial, por ser resolvida nos fundamentos, não faz coisa julgada, conforme art. 
469, III, CPC. No entanto, o art. 470, CPC traz a ação declaratória incidental, que existe 
para que uma questão incidental no processo seja abrangida pela coisa julgada. 
CPC, Art. 469. Não fazem coisa julgada: 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. 
CPC, Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a 
parte o requerer (arts. 5º e 325), o juiz for competente em razão da matéria e 
constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
Sendo a questão prejudicial sobre questionamento da constitucionalidade de 
uma lei e sendo proposta uma ação declaratória incidental, será conhecida como 
questão principal, caracterizando controle abstrato. 
• Coisa julgada inconstitucional: havendo decisão que transite em julgado 
versando sobre constitucionalidade de uma norma e posterior declaração de 
inconstitucionalidade da norma pelo STF, é cabível ação rescisória, conforme 
entendimento do STF. 
O STF fixou tal entendimento com base no art. 485, V, CPC, que dispõe caber 
ação rescisória quando a coisa julgada violar literal disposiçãode lei, entendendo que 
caberá rescisória por violação da própria constituição (interpretação ampliativa e 
sistemática). 
CPC, Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida 
quando: 
V - violar literal disposição de lei; 
O problema reside na súmula 343, STF. 
Súmula 343, STF: Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, 
quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação 
controvertida nos tribunais. 
 Havendo controvérsia sobre a interpretação da norma, não caberá ação 
rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, pois foi escolhida a interpretação que 
parecia correta aos olhos do juiz. 
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Se o caso concreto relaciona-se à constitucionalidade de certa lei e este 
entendimento é controvertido, caso o STF fixe entendimento após a coisa julgada, 
caberá ação rescisória, pois o STF entende pela não aplicação da Súmula 343, STF no 
âmbito do controle de constitucionalidade. 
Mister destacar que, neste caso, a ação rescisória deve ser proposta dentro do 
prazo normal de 2 anos, a contar do trânsito em julgado da decisão no controle 
incidental (respeito à segurança jurídica, afinal, caso se pugnasse em sentido contrário, 
admitir-se-ia que uma decisão do STF acerca da inconstitucionalidade, por exemplo, de 
uma determinada norma pudesse modificar/alterar os efeitos de uma decisão em 
controle incidental que tenha transitado em julgado dez anos antes). 
 
1.3.6. Questões sobre Controle Difuso 
CESPE – TRF 5ª Região/Juiz Federal 
No julgamento de embargos infringentes contra decisão proferida em recurso de 
apelação, o órgão fracionário de determinado tribunal de justiça, por voto da 
maioria absoluta, pode declarar, por via difusa, a inconstitucionalidade de uma 
norma, ainda que a constitucionalidade dessa norma não tenha sido objeto de 
anterior pronunciamento do STF ou de qualquer outro tribunal. 
R: Incorreta. O órgão fracionário não pode declarar a inconstitucionalidade da 
norma, exceto se assim já o foi declarada por decisão do plenário do STF ou do 
próprio tribunal. 
CESPE – TRF 5ª Região/Juiz Federal 
QUESTÃO 6 - A respeito do controle de constitucionalidade das leis e dos atos 
normativos, assinale a opção correta. 
(B) No controle difuso, a atribuição de efeitos prospectivos à declaração de 
inconstitucionalidade é proibida pelo STF. 
R: Incorreta. Efeito prospectivo é a modulação dos efeitos temporais, admitido 
pelo STF. 
Procurador Federal – 2010 
Acerca dos remédios constitucionais, julgue os itens que se seguem. 
Tal como ocorre na ADI, não é admitida a impetração de mandado de segurança 
contra lei ou decreto de efeitos concretos. 
R: Errada. Não cabe MS contra lei em tese. 
 
Próxima aula: controle abstrato.

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