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Resumo Direito Constitucional Aula 14 (06.02.2012)

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Direito Constitucional 
Data: 06.02.2012 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 
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Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Poder Judiciário / Natureza ou Função Típica / Características da Função 
Jurisdicional / Características do Poder Judiciário / Natureza do Sistema 
Jurisdicional / Esgotamento das Vias Administrativas / Habeas Data / Justiça 
Desportiva / Estrutura do Poder Judiciário / Juizados Especiais e Varas / 
Tribunais Superiores / Composição / Regra do Quinto Constitucional / Garantias 
da Magistratura / Conselho Nacional de Justiça (CNJ) / Argumentos Contrários 
ao CNJ / Argumentos Favoráveis ao CNJ / Finalidade da Atuação do CNJ / 
Composição 
2º Horário. 
 Súmula Vinculante / Razão de Ser da Súmula Vinculante / Evolução do Direito 
Brasileiro Antes da Criação da Súmula Vinculante / Espécies de Súmulas / 
Aspectos Relacionados à Súmula Vinculante / Competência / Objeto / Natureza 
Jurídica / Legitimidade / Requisitos / Natureza do Processo / Procedimento / 
Efeito / Revisão e Cancelamento / Violação da Súmula Vinculante / Reclamação 
Constitucional / Origem / Finalidades / Natureza Jurídica / Cabimento / 
Legitimados Ativos / Efeito da Decisão 
 
1º Horário 
 
1. Poder Judiciário1 
1.1. Natureza ou Função Típica 
A função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional2. 
 
1.1.1. Características da Função Jurisdicional 
a) inércia: o Poder Judiciário precisa ser provocado para atuar. 
b) pretensão ou lide: há controvérsia entre os processualistas se a 
característica seria a pretensão, que é a exigência de subordinação do interesse alheio 
ao interesse próprio, ou a lide, que é a pretensão resistida. 
 
1
 Com relação ao Poder Executivo, o professor aconselha a leitura dos dispositivos constitucionais que 
abordam o tema. 
2
 A função atípica é exercida, por exemplo, quando o tribunal elabora seu próprio regulamento e 
quando realiza concursos para provimento de cargos. 
 Direito Constitucional 
Data: 06.02.2012 
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c) definitividade: torna-se relevante quando se analisa a atuação do Poder 
Executivo e questiona-se se este exerce a função jurisdicional. Quando a 
Administração Pública no âmbito de um processo administrativo julga certa matéria, a 
decisão administrativa não possui a definitividade própria das decisões judiciais3. 
 
1.2. Características do Poder Judiciário 
O Poder Judiciário possui como características a unidade e a indivisibilidade 
funcional, o que significa dizer que, ainda que o Judiciário apresente ramos e órgãos 
especializados, fala-se em um único Poder Judiciário, que é nacional. 
Com isto, quando um órgão do Poder Judiciário atua de forma legítima, dentro 
de sua competência, não está sujeito à nova ação perante outro órgão do Judiciário. 
 
1.3. Natureza do Sistema Jurisdicional 
Há dois sistemas clássicos: 
a) Francês: possui dualidade de jurisdições, pois se fala em uma jurisdição 
comum e em outra administrativa, motivo pelo qual é chamado de sistema de 
contencioso administrativo. Matérias relacionadas ao direito público ficam a cargo da 
Justiça Administrativa, enquanto as privadas são sujeitas à jurisdição comum. 
b) Inglês: é o adotado pelo Brasil, sendo chamado de sistema de jurisdição 
única. Não há um contencioso administrativo que exclua a jurisdição, pois apesar de 
existir um processo administrativo no âmbito da Administração Pública, este não exclui 
a atuação do Poder Judiciário. 
Isto fica claro na CRFB quando seu art. 5º, XXXV dispõe que lesão ou ameaça de 
lesão a direito não pode ser afastada da apreciação pelo Judiciário por lei, traduzindo o 
Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou Princípio da Jurisdição única. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito; 
 
1.3.1. Esgotamento das Vias Administrativas 
 
3
 A decisão administrativa é definitiva apenas no âmbito da Administração, havendo autores que falam 
em coisa julgada administrativa, que está sujeita apenas a impugnação judicial. 
 Direito Constitucional 
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Pelo Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, a priori, a lei não pode 
estabelecer o prévio esgotamento das instâncias administrativas como condição para a 
propositura da ação. Contudo, há algumas exceções, que possuem fundamentos 
específicos. 
 
1.3.1.1. Habeas Data 
O habeas data possui três finalidades possíveis, quais sejam, acesso a 
informação pessoal, retificação dessa informação se for equívoca ou 
complementação/anotação da informação se for verdadeira, porém justificável. As 
duas primeiras situações estão na CRFB, enquanto a última encontra-se na lei do 
Habeas Data. 
Se a informação consta em banco de dados que possa ser acessado por outras 
pessoas físicas ou jurídicas, ainda que o depositário (quem detém a informação) dos 
dados possua personalidade de direito privado, o banco de dados será público, 
cabendo habeas data. 
Uma das condições para o regular exercício do direito de ação é o interesse, 
sendo necessário que se demonstre a necessidade e a utilidade da prestação 
jurisdicional, que somente existe quando houver violação ou ameaça a direito. 
Se o cidadão tem direito à informação, mas não a pleiteia diretamente ao órgão 
e impetra diretamente habeas data, falta interesse processual e o STF não admite a 
sua impetração. 
Com isto, é necessário o prévio esgotamento das vias administrativas para que 
se impetre habeas data, o que se dá quando da recusa ou demora ao pretendido pela 
pessoa, conforme entendimento da Súmula nº 02, STJ. 
STJ, Súmula 02. Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra a) se não houve 
recusa de informaçõespor parte da autoridade administrativa. 
 
1.3.1.2. Justiça Desportiva 
Trata-se efetivamente de exceção ao Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição, 
cuja previsão é constitucional. 
A Justiça Desportiva possui natureza extrajurisdicional, estabelecendo o art. 
217, parágrafo 1º, CRFB que questões relacionadas à prática desportiva só podem ser 
apreciadas pelo Judiciário após o esgotamento das instâncias administrativas. 
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Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, 
regulada em lei. 
 
1.4. Estrutura do Poder Judiciário 
 
 STF 
 CNJ 
 
STJ TST TSE STM 
 
TRF TJ TRT TRE Auditorias 
 Militares 
 
Juiz Juiz Juiz Juiz 
 Federal Estadual Trabalhista Eleitoral 
 
JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA FEDERAL ESPECIALIZADA 
 
1.4.1. Juizados Especiais e Varas 
Os juizados especiais, turmas recursais e varas não são órgãos do Poder 
Judiciário, pois os órgãos, no caso, são os juízes, com base no art. 92, CRFB. Tratam-se, 
desta feita, de organização do Judiciário (Vide RE 590.409). 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL E JUÍZO 
FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, PERTENCENTES À MESMA SEÇÃO JUDICIÁRIA. 
 Direito Constitucional 
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JULGAMENTO AFETO AO RESPECTIVO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 
JULGAMENTO PELO STJ. INADMISSIBILIDADE. RE CONHECIDO E PROVIDO. I. A 
questão central do presente recurso extraordinário consiste em saber a que órgão 
jurisdicional cabe dirimir conflitos de competência entre um Juizado Especial e um 
Juízo de primeiro grau, se ao respectivo Tribunal Regional Federal ou ao Superior 
Tribunal de Justiça. II - A competência do STJ para julgar conflitos dessa natureza 
circunscreve-se àqueles em que estão envolvidos tribunais distintos ou juízes 
vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, d, da CF). III - Os juízes de primeira 
instância, tal como aqueles que integram os Juizados Especiais estão vinculados 
ao respectivo Tribunal Regional Federal, ao qual cabe dirimir os conflitos de 
competência que surjam entre eles. IV - Recurso extraordinário conhecido e 
provido. 
(RE 590.409, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado 
em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-204 DIVULG 28-10-2009 
PUBLIC 29-10-2009 EMENT VOL-02380-07 PP-01403 LEXSTF v. 31, n. 371, 2009, p. 
275-288) 
 
1.4.2. Tribunais Superiores 
Os tribunais superiores são órgãos de convergência, por convergirem em si a 
possibilidade de decidir a respeito de outras decisões judiciais emanadas dos demais 
órgãos distintos. 
O STF também é órgão de convergência, além de ser órgão de superposição, 
assim como o STJ, pois não se ligam a um único ramo do Poder Judiciário. 
 
1.4.2.1. Composição 
a) STF: 11 Ministros. 
b) STJ: 33 Ministros. 
c) TST: 27 Ministros. 
d) TSE: 7 Ministros. 
e) STM: 15 Ministros. 
f) CNJ: 15 Membros. 
 
Observação: A competência para processar e julgar militares estaduais é da 
justiça estadual, podendo o Estado criar um tribunal de justiça militar quando o efetivo 
ultrapassar 20 mil integrantes. 
 Direito Constitucional 
Data: 06.02.2012 
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1.4.2.2. Regra do Quinto Constitucional 
A regra impõe que 1/5 dos membros dos Tribunais devem ser oriundos dentre 
advogados, que contenham 10 anos de carreira, bem como reputação ilibada e 
notório saber jurídico, e membros do MP, com 10 anos de carreira. Note-se que não se 
exige idade mínima. 
Importante destacar que, para o STF, notório saber jurídico não exige 
necessariamente uma formação acadêmica específica. 
O órgão de classe dos advogados e do MP elabora uma lista sêxtupla, enviando-
a ao Tribunal, que a converte em lista tríplice mediante votação, a ser remetida ao 
Chefe do Executivo, que não tem sua escolha vinculada a qualquer critério. 
A jurisprudência entende que, na lista sêxtupla, todos os 6 advogados indicados 
devem preencher os requisitos integralmente, caso contrário, é cabível que o Tribunal 
discorde e devolva a lista determinando o seu refazimento (Vide MS 25.624 - STF). Isto 
serve para evitar manipulação à escolha da lista tríplice. 
EMENTA: I. Mandado de Segurança: processo de escolha de candidatos a cinco 
vagas de Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, correspondente à 
cota no "quinto constitucional" da advocacia: composição de lista sêxtupla pelo 
Tribunal de Justiça que, desprezando a lista sêxtupla específica organizada pelo 
Conselho Seccional da OAB para a primeira das vagas, substituiu os seus 
integrantes por nomes remanescentes das listas indicadas para as vagas 
subseqüentes e, dentre eles, elaborou a lista tríplice: contrariedade ao art. 94 e 
seu parágrafo único da Constituição Federal: declaração de nulidade de ambas as 
listas, sem prejuízo da eventual devolução pelo Tribunal de Justiça à OAB da lista 
sêxtupla apresentada para a vaga, se fundada em razões objetivas de carência, 
por um ou mais dos indicados, dos requisitos constitucionais, para a investidura e 
do controle jurisdicional dessa recusa, acaso rejeitada pela Ordem. II. O "quinto 
constitucional na ordem judiciária constitucional brasileira: fórmula tradicional, a 
partir de 1934 - de livrecomposição pelos tribunais da lista de advogados ou de 
membros do Ministério Público - e a fórmula de compartilhamento de poderes 
entre as entidades corporativas e os órgãos judiciários na seleção dos candidatos 
ao "quinto constitucional" adotada pela Constituição vigente (CF, art. 94 e 
parágrafo único). 1. Na vigente Constituição da República - em relação aos textos 
constitucionais anteriores - a seleção originária dos candidatos ao "quinto" se 
transferiu dos tribunais para "os órgãos de representação do Ministério Público e 
da advocacia"-, incumbidos da composição das listas sêxtuplas - restando àqueles, 
os tribunais, o poder de reduzir a três os seis indicados pelo MP ou pela OAB, para 
submetê-los à escolha final do Chefe do Poder Executivo. 2. À corporação do 
Ministério Público ou da advocacia, conforme o caso, é que a Constituição atribuiu 
 Direito Constitucional 
Data: 06.02.2012 
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o primeiro juízo de valor positivo atinente à qualificação dos seis nomes que indica 
para o ofício da judicatura de cujo provimento se cogita. 3. Pode o Tribunal 
recusar-se a compor a lista tríplice dentre os seis indicados, se tiver razões 
objetivas para recusar a algum, a alguns ou a todos eles, as qualificações pessoais 
reclamadas pelo art. 94 da Constituição (v.g. mais de dez anos de carreira no MP 
ou de efetiva atividade profissional na advocacia.) 4. A questão é mais delicada se 
a objeção do Tribunal fundar-se na carência dos atributos de "notório saber 
jurídico" ou de "reputação ilibada": a respeito de ambos esses requisitos 
constitucionais, o poder de emitir juízo negativo ou positivo se transferiu, por força 
do art. 94 da Constituição, dos Tribunais de cuja composição se trate para a 
entidade de classe correspondente. 5. Essa transferência de poder não elide, 
porém, a possibilidade de o tribunal recusar a indicação de um ou mais dos 
componentes da lista sêxtupla, à falta de requisito constitucional para a 
investidura, desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na 
motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário. 6. Nessa 
hipótese ao Tribunal envolvido jamais se há de reconhecer o poder de substituir a 
lista sêxtupla encaminhada pela respectiva entidade de classe por outra lista 
sêxtupla que o próprio órgão judicial componha, ainda que constituída por 
advogados componentes de sextetos eleitos pela Ordem para vagas diferentes. 7. 
A solução harmônica à Constituição é a devolução motivada da lista sêxtupla à 
corporação da qual emanada, para que a refaça, total ou parcialmente, conforme 
o número de candidatos desqualificados: dissentindo a entidade de classe, a ela 
restará questionar em juízo, na via processual adequada, a rejeição parcial ou 
total do tribunal competente às suas indicações. 
(MS 25624, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 
06/09/2006, DJ 19-12-2006 PP-00036 EMENT VOL-02261-05 PP-00946 RTJ VOL-
00207-02 PP-00617) 
Se, eventualmente, o Tribunal não constatar o não preenchimento dos 
requisitos, do Decreto do Executivo que seleciona um dos indicados na lista tríplice, 
caberá MS para impugnar a escolha. 
A regra do quinto constitucional se aplica aos TJs, TRFs, TRTs e TST. 
Observação: Para o STJ, aplica-se a regra do terço constitucional, que segue os 
mesmos procedimentos do quinto constitucional. Desta forma, 11 Ministros devem ser 
indicados dentre membros da OAB e membros do MP. 
Com relação ao número de vagas, não é possível que constituição estadual 
preveja que 4/5 das vagas do Tribunal devem ser de juízes de carreira, pois não fica 
garantido que 1/5 das vagas será preenchido por advogados e membros do MP. Isto 
porque nem sempre o número de membros é divisível por 5. Quando a divisão do 
quinto constitucional der número fracionado, necessário que se arredonde para cima o 
 Direito Constitucional 
Data: 06.02.2012 
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número de vagas, ainda que a fração dê menos de 0,5, como entende o STF (Vide AO 
493, ADI 160 e MS 22.323). 
EMENTA: Tribunal de Justiça. Se o número total de sua composição não for 
divisível por cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à 
metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de 
vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por 
advogados e membros do Ministério Público. 
(AO 493, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 
06/06/2000, DJ 10-11-2000 PP-00081 EMENT VOL-02011-01 PP-00001) 
 
EMENTA: 1 - MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS. 
Não lhe confere, a Constituição Federal, autonomia administrativa. Precedente: 
ADI 789. Também em sua organização, ou estruturalmente, não é ele dotado de 
autonomia funcional (como sucede ao Ministério Público comum), pertencendo, 
individualmente, a seus membros, essa prerrogativa, nela compreendida a plena 
independência de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte 
junto à qual oficiam (Constituição, artigos 130 e 75). 2 - TRIBUNAIS DE JUSTIÇA. A 
eles próprios compete (e não ao Governador) a nomeação dos Desembargadores 
cooptados entre os Juízes de carreira (Constituição, art. 96, I, c). Precedentes: ADI 
189 e ADI 190. Inconstitucionalidade da previsão, pela Carta estadual, de 
percentual fixo (4/5), para o preenchimento das vagas destinadas aos oriundos da 
magistratura, pela possibilidade de choque com a garantia do provimento, do 
quinto restante, quando não for múltiplo de cinco o número de membros do 
Tribunal. Inconstitucionalidade, por igual, da dispensa de exigência, quanto aos 
lugares destinados aos advogados e integrantes do Ministério Público, do 
desempenho de dez anos em tais atividades. Decisões tomadas por maioria, 
exceto quanto à prejudicialidade, por perda de objeto, dos dispositivos transitórios 
referentes à instalação da Capital e à criação de municípios do Estado do 
Tocantins. 
(ADI 160, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Tribunal Pleno, julgado em 
23/04/1998, DJ 20-11-1998 PP-00002 EMENT VOL-01932-01 PP-00001) 
 
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DECADENCIA. ATO 
COMPLEXO. C.F., ART. 94, PARAGRAFO ÚNICO. LEI 1.533/51, ART. 18. 
CONSTITUCIONAL. TRIBUNAL: COMPOSIÇÃO: QUINTO CONSTITUCIONAL. 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL: SOBRA. NUMERO TOTAL DA COMPOSIÇÃO QUE 
NÃO E MULTIPLO DE CINCO. ARREDONDAMENTO. C.F., ART. 94, ART. 107, I. I. - 
DECADENCIA DO DIREITO A IMPETRAÇÃO: INOCORRENCIA, TENDO EM VISTA QUE 
O ATO DE NOMEAÇÃO DE JUIZ DO TRF E ATO COMPLEXO,QUE SOMENTE SE 
COMPLETA COM O DECRETO DO PRESIDENTE DA REPUBLICA QUE, ACOLHENDO A 
LISTA TRIPLICE, NOMEIA O MAGISTRADO. A PARTIR DAI E QUE COMECA A CORRER 
O PRAZO DO ART. 18 DA LEI 1.533/51. II. - UM QUINTO DA COMPOSIÇÃO DOS 
 Direito Constitucional 
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TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS SERÁ DE JUIZES ORIUNDOS DA ADVOCACIA E DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. ESTA E UMA NORMA CONSTITUCIONAL EXPRESSA, 
QUE HÁ DE PREVALECER SOBRE A NORMA IMPLICITA, QUE DECORRE DA NORMA 
EXPRESSA, NO SENTIDO DE QUE, SE UM QUINTO E DOS ADVOGADOS E MEMBROS 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, QUATRO QUINTOS SERÃO DOS JUIZES DE 
CARREIRA. OBSERVADA A REGRA DE HERMENEUTICA - A NORMA EXPRESSA 
PREVALECE SOBRE A NORMA IMPLICITA - FORÇA E CONVIR QUE, SE O NUMERO 
TOTAL DA COMPOSIÇÃO FOR MULTIPLO DE CINCO, ARREDONDA-SE A FRAÇÃO - 
SUPERIOR OU INFERIOR A MEIO - PARA CIMA, OBTENDO-SE, ENTÃO, O NUMERO 
INTEIRO SEGUINTE. E QUE, SE ASSIM NÃO FOR FEITO, O TRIBUNAL NÃO TERA NA 
SUA COMPOSIÇÃO, UM QUINTO DOS JUIZES ORIUNDOS DA ADVOCACIA E DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, COM DESCUMPRIMENTO DA NORMA 
CONSTITUCIONAL (C.F., ART. 94 E ART. 107, I). III. - PRELIMINARES REJEITADAS. 
MANDADO DE SEGURANÇA DEFERIDO. 
(MS 22323, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 
28/09/1995, DJ 19-04-1996 PP-12213 EMENT VOL-01824-10 PP-02224) 
Importante ressaltar que o procedimento do quinto constitucional é norma de 
reprodução obrigatória, não sendo cabível que a Constituição Estadual estabeleça 
procedimento diverso (Vide ADI 4.150). 
JUDICIÁRIO - QUINTO CONSTITUCIONAL - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. Surge 
relevante pedido de suspensão de norma local a prever a submissão de candidato 
a vaga do quinto em Tribunal à Assembléia Legislativa. 
(ADI 4150 MC, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
08/10/2008, DJe-048 DIVULG 12-03-2009 PUBLIC 13-03-2009 EMENT VOL-02352-
01 PP-00064 RTJ VOL-00209-02 PP-00590) 
 
1.5. Garantias da Magistratura 
As garantias da magistratura dividem-se em: 
a) garantias institucionais: relacionadas ao próprio Judiciário como um todo e 
se manifestam como sendo a autonomia orgânico-administrativa (art. 96, CRFB) e a 
autonomia financeira (art. 99, CRFB). 
Art. 96. Compete privativamente: 
I - aos tribunais: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com 
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, 
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos 
jurisdicionais e administrativos; 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem 
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; 
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Data: 06.02.2012 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da 
respectiva jurisdição; 
d) propor a criação de novas varas judiciárias; 
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o 
disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da 
Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e 
servidores que lhes forem imediatamente vinculados; 
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de 
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: 
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e 
dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus 
membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e 
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. 
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites 
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, 
compete: 
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; 
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes 
dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. 
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas 
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o 
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária 
anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com 
os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas 
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo 
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
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§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização 
de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos 
na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a 
abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004)b) garantias funcionais: relacionam-se diretamente ao órgão, ou seja, ao 
magistrado. Subdividem-se em: 
b.1) garantias de independência: visam a garantir o ofício sem interferências 
externas. 
• vitaliciedade: o magistrado só pode perder seu cargo mediante decisão 
judicial. É adquirida na 1ª instância após 2 anos de exercício. No âmbito dos 
tribunais, o desembargador ou ministro que não era magistrado anteriormente, 
já adquire a vitaliciedade assim que toma posse, ou seja, não há período 
aquisitivo. 
Observação: Também têm vitaliciedade os membros do MP e do Tribunal de 
Contas. 
• inamovibilidade: é a impossibilidade de o magistrado ser removido. A 
remoção compulsória só é possível na hipótese de interesse público e pode ser 
determinada por maioria absoluta do próprio Tribunal ou do CNJ. 
• irredutibilidade dos subsídios: é garantia nominal, mas não real, pois a 
irredutibilidade não protege o subsídio do juiz da inflação, nem da carga 
tributária. 
 
b.2) Imparcialidade: São as vedações aos magistrados, que se encontram no 
art. 95, parágrafo único, CRFB. 
Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de 
magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas 
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
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Nada impede que um magistrado, ao exercer a função de magistério, possa 
ocupar dois ou mais cargos, pois o STF entendeu que se trata de função e não cargo 
propriamente dito (Vide ADI 3.126). 
EMENTA: Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra a Resolução no 
336, de 2.003, do Presidente do Conselho da Justiça Federal, que dispõe sobre o 
acúmulo do exercício da magistratura com o exercício do magistério, no âmbito da 
Justiça Federal de primeiro e segundo graus. 2. Alegação no sentido de que a 
matéria em análise já encontra tratamento na Constituição Federal (art. 95, 
parágrafo único, I), e caso comportasse regulamentação, esta deveria vir sob a 
forma de lei complementar, no próprio Estatuto da Magistratura. 3. Suposta 
incompetência do Conselho da Justiça Federal para editar o referido ato, 
porquanto fora de suas atribuições definidas no art. 105, parágrafo único, da 
Carta Magna. 4. Considerou-se, no caso, que o objetivo da restrição 
constitucional é o de impedir o exercício da atividade de magistério que se 
revele incompatível com os afazeres da magistratura. Necessidade de se avaliar, 
no caso concreto, se a atividade de magistério inviabiliza o ofício judicante. 5. 
Referendada a liminar, nos termos em que foi concedida pelo Ministro em 
exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal, tão-somente para 
suspender a vigência da expressão "único (a)", constante da redação do art. 1o da 
Resolução no 336/2003, do Conselho de Justiça Federal. 
(ADI 3126 MC, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
17/02/2005, DJ 06-05-2005 PP-00006 EMENT VOL-02190-01 PP-00186 RTJ VOL-
00193-03 PP-00888) 
Imperioso destacar que o Supremo, no MS 25.938, decidiu que os juízes não 
podem ocupar cargos na Justiça Desportiva. 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. RESOLUÇÃO N. 10/2005, DO CONSELHO 
NACIONAL DE JUSTIÇA. VEDAÇÃO AO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES, POR PARTE DOS 
MAGISTRADOS, EM TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DESPORTIVA E SUAS COMISSÕES 
DISCIPLINARES. ESTABELECIMENTO DE PRAZO PARA DESLIGAMENTO. NORMA 
PROIBITIVA DE EFEITOS CONCRETOS. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 266 DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DO CARGO 
DE JUIZ COM QUALQUER OUTRO, EXCETO O DE MAGISTÉRIO. 1. A proibição 
jurídica é sempre uma ordem, que há de ser cumprida sem que qualquer outro 
provimento administrativo tenha de ser praticado. O efeito proibitivo da conduta - 
acumulação do cargo de integrante do Poder Judiciário com outro, mesmo sendo 
este o da Justiça Desportiva - dá-se a partir da vigência da ordem e impede que o 
ato de acumulação seja tolerado. 2. A Resolução n. 10/2005, do Conselho Nacional 
de Justiça, consubstancia norma proibitiva, que incide, direta e imediatamente, no 
patrimônio dos bens juridicamente tutelados dos magistrados que desempenham 
funções na Justiça Desportiva e é caracterizada pela auto-executoriedade, 
prescindindo da prática de qualquer outro ato administrativo para que as suas 
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determinações operem efeitos imediatos na condição jurídico-funcional dos 
Impetrantes. Inaplicabilidade da Súmula n. 266 do Supremo Tribunal Federal. 3. As 
vedações formais impostas constitucionalmente aos magistrados objetivam, de 
um lado, proteger o próprio Poder Judiciário, de modo que seus integrantes sejam 
dotados de condições de total independência e, de outra parte, garantir que os 
juízes dediquem-se, integralmente, às funções inerentes ao cargo, proibindo que a 
dispersão com outras atividades deixe em menor valia e cuidado o desempenho da 
atividade jurisdicional, que é função essencial do Estado e direito fundamental do 
jurisdicionado. 4. O art. 95, parágrafo único, inc. I, da Constituição da República 
vinculou-se a uma proibição geral de acumulação do cargo de juiz com qualquer 
outro, de qualquer natureza ou feição, salvo uma de magistério. 5. Segurança 
denegada. 
(MS 25938, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 
24/04/2008, DJe-172 DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-
02 PP-00370 RTJ VOL-00207-01 PP-00276) 
Note-se que os magistrados não podem dedicar-se à atividade político-
partidária, vedação esta absoluta, como decidido no RE 127.246. 
EMENTA: - Recurso contra diplomação de Prefeito sob alegação de ocorrência de 
vedação constitucional(artigos 128, par. 5.,II, "e", e 130 da Carta Magna) por ser o 
candidato eleito membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do 
Estado do Rio de Janeiro. Interpretação do artigo 29, par. 3., do ADCT da 
Constituição Federal. - Ao contrario do que ocorre com os juizes em geral, cujo 
exercício da atividadepolítico-partidária e vedada absolutamente, por 
incapacidade ínsita a função mesma de juiz, o mesmo não sucede com os 
membros do Ministério Público, certo como e que a vedação que o artigo 128, II, 
"e", lhes impõe admite, por força mesma do texto constitucional, que a lei 
ordinária lhe abra exceções, o que, evidentemente, só e admissível quando não há 
incompatibilidade absoluta entre o exercício da função pública e o da atividade 
político-partidária, mas, apenas, conveniência para o desempenho daquela. - Em 
se tratando de membro de Ministério Público, a relatividade dessa 
incompatibilidade e tão frágil que a Constituição não se limitou a admitir uma 
vedação excepcionável por lei, mas a tornou ainda mais tênue com o disposto no 
par. 3. do artigo 29 do do ADCT o qual reza: "Poderá optar pelo regime anterior no 
que diz respeito as garantias e vantagens, o membro do Ministério Público 
admitido antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto as 
vedações, a situação jurídica na data desta". - A única exegese admissível para dar 
sentido plausível a essa frase final desse parágrafo será a de considerar que, 
independentemente da opção, quanto as vantagens e as garantias a que alude a 
parte inicial do dispositivo, as vedações ora criadas, mesmo com relação aos que 
não optaram por vantagens e garantias anteriores que afastem algumas delas ou 
todas elas, não se aplicam de imediato, mas se devera respeitar a situação jurídica 
existente no momento da promulgação da Constituição enquanto ela não se 
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Data: 06.02.2012 
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extinga por força mesmo do ato inicial de que resultou. Recurso extraordinário 
não conhecido. 
(RE 127246, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 
10/04/1991, DJ 19-04-1996 PP-12220 EMENT VOL-01824-04 PP-00659 RTJ VOL-
00162-03 PP-01024) 
Importante registrar que a quarentena de saída relaciona-se ao período de 
limitação em que o juiz não pode exercer a advocacia e não é de 40 dias, mas 3 anos 
como previsto no art. 95, V, CRFB. 
 
1.6. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
O CNJ é criação da EC nº 45/04, o que suscita alguns questionamentos sobre a 
sua constitucionalidade. 
 
1.6.1. Argumentos Contrários ao CNJ 
Alguns doutrinadores entendem que o CNJ seria órgão de controle externo, 
uma vez que sua composição não é exclusiva dos membros do próprio Judiciário. Isto 
porque, 9 conselheiros são oriundos da Magistratura e os outros 6 membros são 
oriundos do MP, OAB e da indicação de 2 cidadãos pelo Legislativo (1 da Câmara e 1 do 
Senado). Essa composição heterogênea revelaria uma natureza externa ao Judiciário. 
Outra crítica é a de que o CNJ é órgão federal que faria controle de órgãos 
estaduais, violando o Pacto Federativo. 
 
1.6.2. Argumentos Favoráveis ao CNJ 
O STF entendeu pela constitucionalidade do CNJ, pois foi criado no âmbito do 
próprio Judiciário, sendo órgão deste Poder com natureza administrativa, realizando, 
portanto, controle interno e não externo. 
Ademais, sua composição heterogênea não muda a natureza de órgão do Poder 
Judiciário, pois não é imprescindível que se tenha membro da magistratura de carreira 
em órgão jurisdicional, como acontece com o próprio Supremo. 
O CNJ é órgão de cunho nacional, ou seja, não é órgão federal fazendo controle 
de órgãos estaduais, pois uma das características do Judiciário é a indivisibilidade. 
Além disso, o CNJ é órgão administrativo que está abaixo do próprio STF na estrutura 
do Poder Judiciário (Vide MS 27.148). 
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E M E N T A: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) 
- DELIBERAÇÃO NEGATIVA QUE, EMANADA DO CNJ, RECONHECEU A 
INCOMPETÊNCIA DESSE ÓRGÃO DE CONTROLE INTERNO DO PODER JUDICIÁRIO 
PARA INTERVIR EM PROCESSOS DE NATUREZA JURISDICIONAL - INEXISTÊNCIA, NA 
ESPÉCIE, DE QUALQUER RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA QUE 
HAJA DETERMINADO, ORDENADO, INVALIDADO, SUBSTITUÍDO OU SUPRIDO ATOS 
OU OMISSÕES EVENTUALMENTE IMPUTÁVEIS A MAGISTRADO DE JURISDIÇÃO 
INFERIOR - NÃO CONFIGURAÇÃO, EM REFERIDO CONTEXTO, DA COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - HIPÓTESE DE 
INCOGNOSCIBILIDADE DA AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA - INCOMPETÊNCIA 
ABSOLUTA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, NÃO OBSTANTE ÓRGÃO DE 
CONTROLE INTERNO DO PODER JUDICIÁRIO, PARA INTERVIR EM PROCESSOS DE 
NATUREZA JURISDICIONAL - IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE O CNJ (QUE 
SE QUALIFICA COMO ÓRGÃO DE CARÁTER EMINENTEMENTE ADMINISTRATIVO) 
FISCALIZAR, REEXAMINAR E SUSPENDER OS EFEITOS DECORRENTES DE ATO DE 
CONTEÚDO JURISDICIONAL - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - 
MAGISTÉRIO DA DOUTRINA – RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. RESOLUÇÕES NEGATIVAS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 
DESPOJADAS DE CONTEÚDO DELIBERATIVO, POR NADA DETERMINAREM, SÃO 
INSUSCETÍVEIS DE CONTROLE PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM SEDE 
MANDAMENTAL ORIGINÁRIA. - O pronunciamento do Conselho Nacional de 
Justiça que consubstancie recusa de intervir em determinado procedimento ou, 
então, que envolva mero reconhecimento de sua incompetência ou, ainda, que 
nada determine, que nada imponha, que nada avoque, que nada aplique, que 
nada ordene, que nada invalide, que nada desconstitua não faz instaurar, para 
efeito de controle jurisdicional, a competência originária do Supremo Tribunal 
Federal. - O Conselho Nacional de Justiça, em tais hipóteses, considerado o próprio 
conteúdo negativo de suas resoluções (que nada provêem), não supre, não 
substitui, nem revê atos ou omissões eventualmente imputáveis a órgãos 
judiciários em geral, inviabilizando, desse modo, o acesso ao Supremo Tribunal 
Federal, que não pode converter-se em instância revisional ordinária dos atos e 
pronunciamentos administrativos emanados do CNJ. Precedentes. O CONSELHO 
NACIONAL DE JUSTIÇA NÃO DISPÕE, CONSTITUCIONALMENTE, DE COMPETÊNCIA 
PARA APRECIAR OU REVER MATÉRIA DE CONTEÚDO JURISDICIONAL. - O Conselho 
Nacional de Justiça, embora integrando a estrutura constitucional do Poder 
Judiciário como órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar 
da magistratura - excluídos, no entanto, do alcance de referida competência, o 
próprio Supremo Tribunal Federal e os seus Ministros (ADI 3.367/DF) -, qualifica-
se como instituição de caráter eminentemente administrativo, não dispondo de 
atribuições funcionais que lhe permitam, quer colegialmente, quer mediante 
atuação monocrática de seus Conselheiros ou, ainda, do Corregedor Nacionalde 
Justiça, fiscalizar, reexaminar, interferir e/ou suspender os efeitos decorrentes de 
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atos de conteúdo jurisdicional emanados de magistrados e Tribunais em geral, sob 
pena de, em tais hipóteses, a atuação administrativa de referido órgão estatal - 
por traduzir comportamento “ultra vires” - revelar-se arbitrária e destituída de 
legitimidade jurídico-constitucional. Doutrina. Precedentes (MS 28.598-MC-
AgR/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, v.g.). 
(MS 27148 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 
11/05/2011, DJe-098 DIVULG 24-05-2011 PUBLIC 25-05-2011 EMENT VOL-02529-
01 PP-00184) 
 
1.6.3. Finalidade da Atuação do CNJ 
O CNJ realiza o controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário, 
bem como o cumprimento dos deveres funcionais. 
Destaque-se que a atuação na fiscalização financeiro-orçamentária pelo CNJ, 
por ser controle interno, não exclui a atuação do Legislativo, através do Tribunal de 
Contas4. 
A Corregedoria Nacional de Justiça foi criada no âmbito do CNJ para a 
fiscalização do cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados, tendo o STF 
entendido que esta atua de forma concorrente com as Corregedorias dos Tribunais. Ou 
seja, independentemente de a Corregedoria Regional estar atuando ou não, o CNJ 
possui competência para fiscalizar. 
 
1.6.4. Composição 
O CNJ é composto de 15 membros. Dos 9 membros oriundos do Poder 
Judiciário, 3 são oriundos do STF, 3 do STJ e 3 do TST. 
Do STF, 1 dos membros é o Presidente, que ocupará igualmente a presidência 
do CNJ, outro é desembargador e 1 é juiz estadual. 
Do STJ, um dos membros será Ministro do STJ, que será o Corregedor do CNJ, 1 
desembargador federal e 1 juiz federal. 
Do TST, 1 será ministro do TST, outro será desembargador do TRT e o último 
juiz do trabalho. 
Dos 6 membros externos ao Judiciário, 2 membros serão indicados pelo PGR (1 
do MPE e 1 do MPF), 2 advogados indicados pela OAB e 2 cidadãos indicados pelo 
Legislativo (1 da Câmara e 1 do Senado). 
 
4
 Essa mesma lógica é válida para o Poder Executivo, que possui a CGU como órgão de controle interno, 
mas não afasta a atuação do TCU. 
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O membro do CNJ exerce mandato de 2 anos, sendo possível apenas 1 
recondução. Ressalvado o Presidente do STF, todos os membros devem ser nomeados 
pelo Presidente da República após a sabatina pelo Senado Federal (aprovação por 
maioria absoluta). 
Importante destacar que os membros do CNJ, por crime de responsabilidade, 
respondem perante o Senado e, por crime comum, respondem perante o STF. 
Destaque-se, ainda, que o PGR e o Presidente do Conselho Federal da OAB 
oficiarão junto ao CNJ. 
 
2º Horário 
 
1.7. Súmula Vinculante 
A possibilidade de edição de súmula vinculante também foi instituída pela EC 
nº 45/04, sendo instituto bastante aplicado pelo STF. 
 
1.7.1. Razão de Ser da Súmula Vinculante 
A principal razão de ser da súmula vinculante é a necessidade de promover a 
segurança jurídica, por o controle de constitucionalidade difuso não ter efeito 
vinculante, o que gera insegurança na ordem jurídica, pois juízes e tribunais abaixo do 
STF podem decidir de maneira divergente (realidade do sistema americano). 
Nos EUA, existe a figura do precedente vinculante, decorrente da stare decisis 
et nom quieta movere (está decidido e deve ser mantido), que impõe aos juízes e 
tribunais inferiores o seguimento da decisão do tribunal superior. 
No Brasil, quando o controle concentrado foi adotado, não se instituiu a figura 
da stare decisis e, para tentar solucionar este problema, a Constituição de 1934 
estabeleceu a possibilidade de o Senado suspender a execução da norma declarada 
inconstitucional pelo STF em controle difuso, atribuindo à decisão efeito erga omnes 
anteriormente não possuído. 
Todavia, a atuação do Senado é discricionária, motivo pelo qual esta previsão 
não solucionaria a insegurança jurídica. 
Cumpre destacar que o sistema romano-germânico adota o modelo da Civil 
Law, ou seja, há primazia das leis positivadas, utilizando-se o método dedutivo. Já o 
modelo anglo-saxão, que adota o sistema da Commom Law, utiliza o raciocínio 
indutivo, em que o desenvolvimento das teses gerais se dá a partir do caso concreto 
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(leading case), que se torna paradigmático à solução dos demais casos concretos 
relacionados a ele. Desta forma, o sistema romano-germânico é normativista e o 
anglo-saxão é judicialista. Daí decorre a importância da jurisprudência nos EUA, que 
faz parte da própria criação do direito. 
O stare decisis, que cria a figura do precedente vinculante, gera uma vinculação 
relativa, tendo em vista haver possibilidade de o juiz se afastar do precedente 
vinculante no caso concreto. Isto se dá nos casos de: 
a) overruling: significa a superação do precedente, quando verificada uma 
alteração legislativa ou uma nova realidade (contexto histórico-social), bem como 
quando se verifica a injustiça da solução. 
b) distinguishing: significa que o juiz, no novo caso concreto, pode verificar que 
este apresenta elementos diferenciados do caso concreto que gerou o precedente, 
permitindo o afastamento do entendimento vinculante. 
É inegável, pois, que a figura do stare decisis é uma das grandes inspirações 
para a criação da súmula vinculante. 
 
1.7.2. Evolução do Direito Brasileiro antes da Criação da Súmula Vinculante 
Alguns institutos foram instituídos antes da previsão da possibilidade de edição 
de súmula vinculante, a fim de tentar vincular um caso novo a precedentes, quais 
sejam: 
a) Cláusula de Reserva de Plenário: 
Encontra-se no atual art. 97, CRFB, significando que o plenário do tribunal é 
que possui a competência para declarar a inconstitucionalidadede uma norma, a fim 
de dar homogeneidade à matéria. 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros 
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo do Poder Público. 
b) art. 285-A, CPC: 
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já 
houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, 
poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da 
anteriormente prolatada. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 
§ 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não 
manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. (Incluído pela Lei nº 
11.277, de 2006) 
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§ 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder 
ao recurso. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 
c) art. 475, CPC: 
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, 
de 2001) 
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as 
respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 
10.352, de 2001) 
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de 
dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, 
de 2001) 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao 
tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal 
avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001) 
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito 
controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, 
bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de 
dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001) 
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver 
fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em 
súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 
10.352, de 2001) 
d) art. 475-L, CPC: 
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 
11.232, de 2005) 
II – inexigibilidade do título; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
§ 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se 
também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados 
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como 
incompatíveis com a Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
e) art. 103-A, CRFB: 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual 
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma 
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estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei 
nº 11.417, de 2006). 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou 
entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou 
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a 
ação direta de inconstitucionalidade. 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou 
que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal 
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão 
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a 
aplicação da súmula, conforme o caso." 
 
1.7.3. Espécies de Súmulas 
Pode-se falar em 3 tipos de súmulas. 
a) súmula persuasiva ou persuasória: é a hipótese em que o tribunal apenas 
expõe o seu entendimento sobre a matéria, servindo apenas como uma orientação aos 
tribunais inferiores. Esse efeito meramente indicativo significa que qualquer 
tribunal/órgão jurídico pode estabelecer uma súmula (exemplo: o TJ e a AGU possuem 
súmulas). 
b) súmula obstativa ou impeditiva de recurso: serve como base para a não 
aceitação de um recurso, como indica a nomenclatura. Dois exemplos são o art. 518, 
parágrafo 1º, CPC e art. 543-A, parágrafos 5º e 7º, CPC. 
Art. 518, § 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver 
em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo 
Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 11.276, de 2006) 
 
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do 
recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer 
repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 
§ 5o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os 
recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão 
da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 
(Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 
§ 7o A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será 
publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 
2006). 
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c) súmula vinculante (art. 103-A, CRFB) 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual 
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma 
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei 
nº 11.417, de 2006). 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou 
entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou 
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a 
ação direta de inconstitucionalidade. 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou 
que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal 
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão 
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a 
aplicação da súmula, conforme o caso." 
 
1.7.4. Aspectos Relacionados à Súmula Vinculante 
 
1.7.4.1. Competência 
A competência para editar a súmula vinculante é do STF. 
 
1.7.4.2. Objeto 
É a validade, eficácia e interpretação de norma jurídica. 
A controvérsia sobre a validade, eficácia e interpretação pode ser com relação à 
norma infraconstitucional, bem como à norma constitucional. 
 
1.7.4.3. Natureza Jurídica5 
 
5
 Dica do professor: para saber a natureza jurídica dos institutos, deve-se questionar a qual categoria 
jurídica o instituto pertence. No entanto, em provas discursivas, caso não se saiba, deve-se conceituar o 
instituto, apesar de conceito e natureza jurídica não serem a mesma coisa. 
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Há três correntes sobre o tema. 
1ª corrente: a súmula vinculante tem natureza normativa, pois traz enunciado 
abstrato, geral e imperativo. 
2ª corrente: súmula vinculante tem natureza meramente processual, como 
qualquer outra súmula, não sendo norma, na medida em que não regula situações 
jurídicas novas, mas apenas regula outras normas. 
3ª corrente (minoritária): a súmula vinculante possui natureza própria, por ser 
mais que uma súmula meramente processual, porque tem efeito vinculante, e menos 
que uma norma, pois não regula situações jurídicas novas (Vide RCl 3.979). 
EMENTA: Agravo regimental em reclamação. 2. Súmulas vinculantes. Natureza 
constitucional específica (art. 103-A, § 3º, da CF) que as distingue das demais 
súmulas da Corte (art. 8º da EC 45/04). 3. Súmulas 634 e 635 do STF. Natureza 
simplesmente processual, não constitucional. Ausência de vinculação ou 
subordinação por parte do Superior Tribunal de Justiça. 4. Agravo regimental a 
que se nega provimento 
(Rcl 3979 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
03/05/2006, DJ 02-06-2006 PP-00005 EMENT VOL-02235-01 PP-00107 LEXSTF v. 
28, n. 332, 2006, p. 262-266 RB v. 18, n. 514, 2006, p. 35-36 RDDP n. 41, 2006, p. 
179-181) 
 
1.7.4.4. Legitimidade 
O art. 103-A, parágrafo 2º, CRFB prevê que os legitimados são os mesmos da 
ADI, mas a lei pode ampliar o rol. 
Desta forma, tratando-se de legitimados ativos à edição de súmula vinculante, 
tem-se: 
a) legitimados ativos autônomos: são os previstos na CRFB e na Lei nº 
11.417/06, podendo propor a edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante 
independentemente de figurarem como parte no processo em que a matéria é 
discutida. Os legitimados da ADI são os chamados legitimados mínimos. Segundo a lei, 
são legitimados, além dos previstos na Constituição, os tribunais e o Defensor Público-
Geral da União. 
b) legitimados ativos incidentais: estão previstos na Lei nº 11.417/06 e são os 
Municípios, que podem propor a edição, revisão ou cancelamento de súmula 
vinculante, se forem parte em processo no qual a matéria é discutida. 
Como se percebe, a lei trouxe novos legitimados autônomos e incidentais. 
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Destaque-se que é possível que o próprio STF aja de ofício, editando, 
cancelando ou revisando súmula vinculante. 
 
1.7.4.5. Requisitos 
a) decisões reiteradas sobre a matéria constitucional: não é necessário que 
haja um número mínimo de decisões, sendo cabível que a partir de uma segunda 
decisão o STF já edite uma súmula vinculante. Isto porque decisão reiterada traduz a 
ideia de maturidade do entendimento. 
b) controvérsia atual: trata-se de controvérsia atual entre órgãos do Poder 
Judiciário ou entre este e a Administração Pública. 
c) insegurança jurídica 
d) multiplicidade de ações 
e) entendimento do STF emanado de controle concreto e não de controle 
abstrato: trata-se de requisito implícito, pois a decisão emanada de controle abstrato 
possui efeito erga omnes automaticamente. 
 
1.7.4.6. Natureza do Processo 
O processo de edição de súmula vinculante é considerado de natureza objetiva, 
visto que não há discussão de qualquer matéria subjetiva. 
 
1.7.4.7. Procedimento 
1º: análise dos requisitos. 
2º: manifestação do PGR nas propostas que não o fizer pessoalmente. 
3º: possibilidade de amicus curiae, em lógica idêntica à da ADI. 
4º: impossibilidade de suspensão dos processos em que a matéria esteja sendo 
discutida. 
5º: decisão final, que será proferida pelo Plenário do STF, por quórum de 2/3. 
Observação: as súmulas anteriores à criação da súmula vinculante não 
poderiam e não foram convertidas em súmula vinculante automaticamente, pois se 
faria necessária a aprovação nos moldes acima. 
 
1.7.4.8. Efeito 
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a) efeito subjetivo ou pessoal: todo o Poder Judiciário e a Administração 
Pública ficam vinculados. Evidente que o legislador, na função legislativa, e o STF não 
estão vinculados ao fixado pela súmula vinculante. 
b) efeito temporal: é ex nunc, porém cabível a modulação temporal. 
 
1.7.4.9. Revisão e Cancelamento 
O procedimento é o mesmo seguido para a edição da súmula vinculante. 
Frise-se que não é cabível ADI ou ADPF em face de súmula vinculante, tendo 
em vista haver procedimento próprio (ADPF 147). 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL. SÚMULA VINCULANTE N. 2 DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL: INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO ESTADUAL OU 
DISTRITAL QUE DISPONHA SOBRE SISTEMAS DE CONSÓRCIOS E SORTEIOS, 
INCLUSIVE BINGOS E LOTERIAS. INTERPRETAÇÃO. ALEGADO DESCUMPRIMENTO 
DO PRECEITO FUNDAMENTAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES. 1. A exploração de 
loterias não se enquadra nas atividades inerentes ao Poder Público. 2. A arguição 
de descumprimento de preceito fundamental não é a via adequada para se 
obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante. 3. 
Agravo regimental ao qual se nega provimento. 
(ADPF 147 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 
24/03/2011, DJe-067 DIVULG 07-04-2011 PUBLIC 08-04-2011 EMENT VOL-02499-
01 PP-00001) 
 
1.7.4.10. Violação da Súmula Vinculante 
Da decisão que violar súmula vinculante caberá reclamação. 
 
1.8. Reclamação Constitucional 
1.8.1. Origem 
O instituto, no direito brasileiro, tem criação jurisprudencial ou pretoriana 
baseada na Teoria dos Poderes Implícitos, segundo a qual a todo dever correspondem 
os poderes instrumentais para a sua realização. 
Desta forma, a reclamação é mero desdobramento do direito de petição. 
Posteriormente, a reclamação foi incorporada no Regimento Interno do STF e, 
atualmente, consta da própria CRFB. 
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1.8.2. Finalidades 
As finalidades são garantir a autoridade da decisão do STF e a sua 
competência6. 
 
1.8.3. Natureza Jurídica 
Há diversas correntes sobre a natureza da reclamação. 
1ª corrente: a reclamação é mero direito de petição, sendo a corrente mais 
bem aceita. 
2ª corrente: a reclamação é incidente processual. 
3ª corrente: a reclamação é recurso ou sucedâneo recursal. 
4ª corrente: a reclamação é medida processual excepcional. 
5ª corrente: a reclamação é uma ação. 
6ª corrente: na RCl 909, o STF entendeu que a reclamação tem natureza de 
remédio processual correcional, de função corregedora. 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. POSSIBILIDADE DE 
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO. CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. EFICÁCIA DA DECISÃO 
CONCESSIVA DE LIMINAR NA ADC 4. No julgamento da ADC 4 restou assentada 
que a decisão que concede medida cautelar em sede de ação declaratória de 
constitucionalidade é investida da mesma eficácia contra todos e efeito 
vinculante, características da decisão de mérito. A reclamação e o agravo do art. 
522 do CPC não são procedimentos idênticos, mas recursos ou remédios com 
diferentes efeitos e diversas razões. A reclamação visa preservar a competência do 
STF e garantir a autoridade de suas decisões, motivo pelo qual a decisão proferida 
em reclamação não substitui a decisão recorrida como nos recursos, mas apenas 
cassa o ato atacado. A reclamação tem natureza de remédio processual 
correcional, de função corregedora. Ademais, o STF somente admite a 
reclamação nos casos de processos sem trânsito em julgado, ou seja, com recurso 
ainda pendente. Agravo provido com a concessão de liminar. 
(Rcl 872 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 09/09/2004, DJ 20-05-2005 PP-00005 
EMENT VOL-02192-01 PP-00107 LEXSTF v. 27, n. 319, 2005, p. 203-216) 
 
6
 É possível a propositura de reclamação no STJ, quando do descumprimento das suas decisões em 
processos subjetivos pelas instâncias inferiores (só as partes envolvidas na lide julgada podem propor a 
reclamação). 
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7ª corrente: segundo Gilmar Mendes, é uma ação constitucional de rito 
sumário especial destinada à defesa da ordem constitucional global. Esta corrente é 
bastante relevante, pois se tende a estabelecer que a reclamação é uma ação 
constitucional. 
 
1.8.4. Cabimento 
A reclamação é cabível em caso de violação à decisão do STF em controle 
abstrato, pois esta tem efeito erga omnes vinculante. 
Outra situação em que a reclamação é cabível é quando ocorre violação de 
decisão em processo subjetivo relacionada ao mesmo caso decidido pelo STF. 
Exemplo: o STF determina a progressão de regime e o juízo da execução não aplica a 
progressão decidida, cabendo reclamação ao Supremo. 
Como dito anteriormente, a reclamação também é cabível de violação à súmula 
vinculante. 
 
1.8.5. Legitimados Ativos 
Qualquer pessoa que demonstre prejuízo decorrente da violação é legitimado 
para propor reclamação. 
Nesta esteira, o STF já admitiu a reclamação proposta por Município. 
 
1.8.6. Efeito da Decisão 
A reclamação não tem natureza ou finalidade recursal e nem é sucedâneo de 
ação rescisória. Desta forma, não cabe reclamação após o trânsito em julgado (deve 
ser proposta dentro do prazo recursal). 
Isto porque a reclamação implica na cassação da decisão judicial ou na 
anulação do ato administrativo. 
Note-se que a decisão do STF pode ser violada pela não aplicação do seu 
decisum ou pela sua aplicação de forma indevida.

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