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Provas/10352825_922325684463183_1859427521445820457_n.jpg Provas/10426908_922324591129959_7501438760099716423_n.jpg Provas/10514511_922325447796540_17935746219035747_n.jpg Provas/10553595_922325644463187_1228163525385000644_n.jpg Provas/10628055_922325787796506_4451233834300144045_n.jpg Provas/10639646_922325141129904_143410182460779398_n.jpg Provas/10639675_922325124463239_2269217520792880351_n.jpg Provas/10641042_922325531129865_4924153984262365377_n.jpg Provas/10644959_922325587796526_982339298265740812_n.jpg Provas/10659375_922325307796554_5022714299560974028_n.jpg Provas/10675522_922325094463242_2971689527548580167_n (1).jpg Provas/10675522_922325094463242_2971689527548580167_n.jpg Provas/10689801_922325744463177_6422648717550999172_n.jpg Provas/10703622_922325557796529_7867171354977636844_n.jpg Provas/10710928_922325714463180_4439416136313966684_n.jpg Provas/10712735_922324744463277_5295768745962431208_n.jpg Provas/10731012_922325504463201_5803302631175091983_n.jpg Provas/1376641_922325247796560_9126035942997683005_n.jpg Provas/1391640_922324567796628_2846571068091453268_n.jpg Provas/1460273_922325617796523_157010931944641116_n.jpg Provas/1506649_922325277796557_494598553566435836_n.jpg Provas/1507897_922324627796622_5699288901990830180_n.jpg Provas/1509315_922324611129957_7808073131618751877_n.jpg Provas/1781909_922324654463286_2675668441690989345_n.jpg Provas/1920255_922325824463169_7914441977090492841_n.jpg Provas/1972263_922325417796543_4048858752324799398_n.jpg Provas/524150_922324717796613_4880995151869642330_n.jpg Provas/63399_922324691129949_6363825913762624401_n.jpg Provas/8954_922325481129870_1411897828378564165_n.jpg Provas/970664_922324767796608_4877876075304698583_n.jpg Provas/997075_922325607796524_8913619853827258960_n.jpg Provas/a.jpg 1920255_922325824463169_7914441977090492841_n.jpg 1972263_922325417796543_4048858752324799398_n.jpg 10675522_922325094463242_2971689527548580167_n.jpg Arq05_ProblemasDeOti (1).pdf (Tóp. 2 – Texto Complementar) PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 1 PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO Este texto estuda um grupo de problemas, conhecido como “problemas de otimização”, em tais problemas, quando possuem soluções, é sempre possível encontrar uma função onde uma vez determinado o valor mínimo ou máximo absoluto da função, também chamados de valores ótimos, obtém-se a solução do problema. Os problemas de otimização deste texto são exemplos simples de um grupo tratado na vasta área de Matemática Aplicada chamada de Programação Matemática, esta área é subdividida em outros ramos, como por exemplo: Programação Linear, Programação Quadrática, Programação Inteira, etc. Os exemplos seguintes ilustram problemas de otimização e procedimentos usados para resolver tais problemas. Exemplo Resolvido 1. Encontrar o número positivo que somado com o inverso do seu quadrado, dê o menor valor possível. Solução. Seja x um número arbitrário, então 1 2x é o inverso do seu quadrado. Assim, o problema fica resolvido, encontrando o valor de x que minimiza a função definida por . x 1x)x(S 2 += Como 3 2 x S (x) 1 ,′ = − tem-se S x′ =( ) 0 para x = 23 e S x′ ( ) não existe para x 0,= mas apenas 23 é valor crítico de S, pois 0 não pertence ao domínio de S. Sendo S x′ <( ) 0 para 0 23< <x e S x′ >( ) 0 para x > 23 , S é decrescente no intervalo ( 30, 2 e crescente no intervalo ) 3 2, , +∞ logo S tem valor mínimo absoluto em x = 23 , portanto este é o número procurado. Exemplo Proposto 1. Mostrar que 2 é o número positivo que somado com o dobro do seu inverso é o menor valor possível. Exemplo Resolvido 2. Se numa indústria forem produzidas de 200 a 230 unidades de uma peça, haverá um rendimento semanal de $540,00 por cada unidade. Entretanto se forem produzidas mais de 230 peças, o rendimento semanal em cada peça será re- duzido em $2,00 por cada peça a mais. De- terminar o maior rendimento semanal da indústria. Solução. Considere x a quantidade de peças produzidas semanalmente e R o rendimento semanal da indústria. Logo, se 200 230≤ ≤x então R(x) 540x= e se x > 230 o rendimento de cada peça será ),230x(2540 −− isto é, 2 (Aula 7) TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO [ ]R x x x x x se x( ) ( ) .= − − = − >540 2 230 1000 2 2302 Observe que 200 500≤ ≤x pois x ≥ 200 pela formulação do problema e .0x2x1000 2 ≥− Assim, resumindo tem-se R x x se x x x se x ( ) , = ≤ ≤ − < ≤ 540 200 230 1000 2 230 5002 logo R x′ =( ) 0 para x = 250 e R x′ ( ) não existe para x = 230, ou seja, estes são os valores críticos de R em [ ]200 500, . Como R R R e R( ) , ( ) , ( ) ( ) ,200 108000 230 124200 250 125000 500 0= = = = o maior rendimento semanal para a indústria é de $125.000,00 e é atingido quando forem produzidas 250 peças. Exemplo Proposto 2. Numa excursão, cada pessoa pagará $800,00 se forem no máximo 30 pessoas. Entretanto, se forem mais de 30 pessoas, será reduzido $10,00 do valor por cada pessoa excedente. Provar que deverão ir 55 pessoas na excursão, para que haja lucro máximo. É comum haver na relação em que aparece a variável que deverá ser minimizada ou maximizada, mais de duas variáveis; neste caso, usando outras relações que também são dadas pelo problema, é mais conveniente explicitar a variável (que deverá ser minimizada ou maximizada) como função de uma única variável, através da eliminação das variáveis excedentes. Por exemplo, se num problema aparece uma relação envolvendo as variáveis x, y e z, onde y deverá ser minimizada ou maximizada, então o problema terá que fornecer outra relação envolvendo apenas x e z, a fim de dar meios para colocar y como função apenas de x ou somente de z. Exemplo Resolvido 3. Achar os pontos sobre a curva y x= 2 mais próximos do ponto (0,2). X O 2y = x2 d (x,y) Y Solução. Para resolver o problema, deve-se encontrar o ponto ( , )x y sobre a curva, tal que a distância 2 2d x (y 2)= + − de ( , )0 2 a ( , )x y seja mínima. Substituindo x y2 = , acha-se d como função apenas de y, assim (Tóp. 2 – Texto Complementar) PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 3 2d(y) y (y 2) .= + − Tem-se , )2y(y2 3y2 )y(d 2−+ −=′ logo d y′ =( ) 0 para 32y ,= como d é derivável, este é seu único valor crítico. Sendo d y′ <( ) 0 para 32y< e d y′ >( ) 0 para 3 2 y ,> d tem mínimo local em 3 2 que também é mínimo absoluto. Portanto, como 3 2 y= corresponde a 3 2 x ,=± os pontos ( )3 32 2,− e ( )3 32 2, estão mais próximos de ( , )0 2 do que qualquer outro ponto sobre a curva y x= 2 . Observe que, considerando [ ]D y d y( ) ( ) ,= 2 o valor que minimiza d é o mesmo que minimiza D e os cálculos usando a função D são mais simples. Veja o exercício 31 do exercitando do tópico 1 desta aula. Exemplo Proposto 3. Mostrar que a origem é o ponto da curva 3xy = mais próximo do ponto (0,1). Exemplo Resolvido 4. Determinar as dimensões do retângulo de maior área, que pode ser inscrito no círculo de raio igual a 3. X O (x,y) Y Solução. Considere o círculo com centro na origem. Se ( , )x y está sobre a circunferência de centro em ( , )0 0 e raio 3, então 2x e 2y são as dimensões de um retângulo inscrito no círculo, logo sua área é A xy= 4 . Como ,9yx 22 =+ esta relação em x e y permite expressar a área do retângulo em função apenas de x ou de y. Substituindo y, obtém-se .x9x4)x(A 2−= Sendo , x9 x836)x(A 2 2 − −=′ 4 (Aula 7) TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO tem-se A x′ =( ) 0 para 3 22x=± e )x(A′ não existe se x ≤ −3 ou x ≥ 3. Observe que 0 3< <x , a fim de que A x( ) seja a área de algum retângulo inscrito no círculo, assim 3 2 2 é o único valor crítico de A, o qual dá o máximo absoluto de A. Substituindo 3 2 2 x= na equação x y2 2 9+ = , encontra-se 3 22y= . Portanto, o retângulo procurado é um quadrado de lados iguais a 3 2. Exemplo Proposto 4. Provar que o triângulo isósceles de maior área que pode ser inscrito num círculo de raio 3, é eqüilátero de lados iguais a .33 Exemplo Resolvido 5. Um muro com m metros de altura é paralelo a uma parede e está à distância d metros da mesma. Se um refletor deve ser colocado no solo, a fim de atingir a parede com um raio luminoso; encontrar o ponto em que o refletor deve ser colocado, para que o raio luminoso tenha o menor comprimento possível e o comprimento do raio. y x m c d x-d Solução. Sejam x à distância do refletor até a parede e y a altura em que o raio luminoso atinge a parede. Então, o comprimento c do raio luminoso é c x y= +2 2 . Como o triângulo de lados x d− e m é semelhante ao triângulo de lados x e y, tem-se . y x m dx =− Substituindo y desta última relação em 2 2c x y ,= + acha-se c como função só de x, isto é, 2 2 mxc(x) x . x d = + − Seja [ ]C x c x( ) ( )= 2 (veja observação após a solução do exemplo 3 – pág. 231), então 3 2 3 2x (x d) m d C (x) , (x d) − − ′ = − logo C x′ =( ) 0 para x = 0 e x d dm= + 23 e C x′ ( ) não existe para x d= . Como o problema exige que x d> , d dm+ 23 é o único valor crítico de C, no qual C tem o seu (Tóp. 2 – Texto Complementar) PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 5 valor mínimo absoluto. Portanto, c tem mínimo absoluto em 3 2dmd + , isto é, o refletor deve ser posto a dm23 metros do muro, para que o raio luminoso tenha o menor comprimento possível que é de ( )3 2c d dm+ = ( )2 32 2d3 m1 m m d m + + metros. Exemplo Proposto 5. Um fio de comprimento C vai ser cortado em duas partes, uma será dobrada na forma de circunferência e a outra na forma de triângulo eqüilátero. Mostrar que a circunferência deverá ter pi+ pi 39 C3 de comprimento e o triângulo pi+ 39 C9 de perímetro, para que a soma das áreas das figuras seja menor possível. EXERCITANDO 1. Encontre o número negativo que somado com o seu inverso, seja o maior valor possível. 2. Determine as dimensões do retângulo de maior área possível com 4 cm de perímetro. 3. Encontre os dois números cuja soma seja igual a 12 e o produto seja maior possível. 4. Seja R a região limitada pela parábola y x= 2 e a reta y = 4. Determine as dimensões do triângulo com base paralela ao eixo X, de maior área possível e que pode ser inscrito na região R. 5. Encontre os pontos da curva dada, mais próximos do ponto indicado: (a) xy A= 1 2 2, ( , ); (b) y x A2 2 1 0 4− = , ( , ). 6. Mostre que a elipse de maior área circunscrita num retângulo de base e altura iguais a 4 e 2, respectivamente, tem semi-eixos iguais a 2 2 e 2 . Sugestão: use que a área da elipse de semi-eixos a e b é igual a piab. 7. Ache as dimensões do retângulo de maior área que pode ser inscrito num semicírculo de raio igual a 2. Resolver o problema trocando o semicírculo por uma semi-elipse de semi-eixos a e b. 8. Determine o triângulo isóscele de maior área inscrito num círculo de raio igual a 3. Resolver o problema trocando o círculo por uma elipse de semi-eixos a e b, sendo o lado do triângulo, diferente dos outros dois, paralelo a um dos eixos da elipse. 9. Considere uma reta contendo ( , )11 e interceptando os semi-eixos positivos. Ache a reta 6 (Aula 7) TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO de forma que a área do triângulo determinado pela reta e os eixos coordenados seja mínima. Mostre que essa é a reta contendo (1,1) que está à distância máxima da origem. 10. Um texto vai ser impresso numa folha de papel retangular com a cm2 , as margens inferior e superior terão b cm e as margens laterais c cm. Ache as dimensões da folha de papel, para que a área a ser impressa seja maior possível. 11. Um retângulo está inscrito num triângulo de base b e altura h. Se esse retângulo é o de maior área possível e tem um lado sobre a base do triângulo, determine suas dimensões, quando o triângulo é: (a) Eqüilátero (b) Retângulo; (c) Qualquer. 12. Um terreno retangular vai ser murado pelo seu proprietário e um de seus vizinhos vai pagar um dos lados. Se as despesas são de $8,00 por metro para o lado paralelo ao do vizinho e $5,00 por metro para os lados restantes, ache as dimensões do terreno de maior área possível que pode ser murado pelo proprietário com $800,00. 13. Uma janela terá a forma retangular encimada por uma semi-elipse. Se p e h são o perímetro da parte retangular e a altura máxima da janela, respectivamente, determine as dimensões do retângulo e o semi-eixo vertical da semi-elipse, para que penetre o máximo de luz pela janela. 14. Uma pessoa encontra-se numa embarcação a 8 km do local mais próximo de uma praia e ele deseja chegar a um lugar da praia distante 208 km de onde se encontra. Se a embarcação desenvolve 6 km h e a pessoa pode andar 8 km h, determine onde ela deve desembarcar na praia para chegar ao menor tempo possível. 15. Considere um fio na forma de Y suspenso nos pontos A e B, se a distância de A até B é de d metros e a extremidade inferior do fio está h metros da reta contendo A e B, determine o fio de menor comprimento possível. 16. Quais são as dimensões de uma lata cilíndrica com tampa de menor área possível e que tenha volume igual a V. 17. Ache as dimensões do cilindro circular reto de maior volume possível, que pode ser inscrito num cone cuja base tem raio e altura iguais a r e h, respectivamente. 18. Encontre as dimensões do cilindro circular reto de área máxima, que pode ser inscrito numa esfera de raio igual a r. 19. Determine as dimensões do cone de máximo volume, que pode ser inscrito numa esfera de raio igual a r. 20. A resistência de uma viga, cuja seção transversal será retangular, devera variar na razão direta da raiz quadrada da largura pela altura. Se a viga deverá ser serrada de um (Tóp. 2 – Texto Complementar) PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 7 tronco de árvore cilíndrico, ache as dimensões da seção transversal da viga mais resistente possível. 21. Uma indústria deseja fazer embalagens na forma de caixa: (a) Se as partes laterais e o fundo serão feitos com uma lâmina quadrada de 30 cm de lados, cortando quadrados iguais nos cantos e dobrando os lados, ache o comprimento do lado do quadrado que deve ser cortado, para que seja obtido uma embalagem de maior volume possível; (b) Se as caixas terão tampa e serão feitas da mesma forma e com a mesma lâmina de (a), só que cortando retângulos iguais em cada canto, encontre as dimensões do retângulo que deve ser cortado, para que seja obtida uma embalagem de maior volume possível; (c) Se as caixas não terão tampa e serão feitas com uma lâmina quadrada, cortando quadrados iguais nos cantos e dobrando os lados, determine o comprimento dos lados da lâmina e do quadrado a ser cortado, para que seja obtida uma caixa de volume igual a V com o menor custo possível; (d) Se as caixas terão tampa e serão confeccionadas com uma lâmina quadrada, cortando retângulos iguais nos cantos, determine o comprimento dos lados da lâmina e as dimensões do retângulo a ser cortado, para que seja obtida uma caixa de volume igual a V com o menor custo possível. 22. Uma viga deverá passar horizontalmente por dois corredores que se encontram em ângulos retos e de larguras iguais aos valores a e b. Mostre que a maior viga deve ter comprimento igual a ( ) ( ) .b/a1ba/b1a 3232 +++ 23. Uma viga de comprimento igual a c é arrastada por uma extremidade ao longo de um corredor de largura a e que se encontra com outro corredor perpendicularmente. Determine a menor largura do outro corredor para que a viga possa passar. 24. (Lei da Refração de Snell). Suponha que um raio de luz vai do ponto A ao ponto B, onde A e B estão em meios diferentes, e v e vA B são as velocidades da luz nos dois meios. Se M é o ponto onde o raio de luz muda de meios, mostre que a luz percorre o caminho de A até B, no menor tempo possível se v vB Asen sen ,α β= onde α está subtendido pelo raio de luz e a vertical por M no meio onde se encontra o ponto A e β está compreendido entre o raio de luz e a vertical por M no meio onde se encontra o ponto B. Mostre ainda a lei da reflexão, isto é, o ângulo de incidência do raio luminoso é igual ao ângulo de reflexão. RESPOSTAS (Exercícios Ímpares) 1. ;1− 3. 6 e 6; 5. (a) ( , )− −1 1 se x < 0 e ( , )11 se x > 0, (b) ( )± 3 2, ; 7. 2 2 e 2 , e 2a e ; 2 b 9. x y 2;+ = 11. (a) 2 b e , 2 h (b) 2 b e , 2 h (c) 2 b e ; 2 h 8 (Aula 7) TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO 13. As dimensões do retângulo são )4(2 h 4 p pi− pi− e p h , 4 2(4 ) pi+ − pi e o semi-eixo da elipse é ; )4(2 )8(h 4 p pi− pi− +− 15. As partes iguais têm d m 3 e a parte de baixo dh m; 2 3 − 17. O raio é 2r 3 e a altura é ; 3 h 19. O raio é 2 2r 3 e a altura é ; 3 r4 21. (a) 5 cm, (b) 5 cm e 10 cm, (c) os lados da lâmina são 32 2V e os lados do quadrado são , 4 V3 (d) os lados da lâmina são ,V32 9 V4 33 + as dimensões do retângulo são 3 9 V2 e ; 22 V3 9 V2 3 3 + 23. ( )3 2 2 3 2 3 3c c a a .− + 2-Teorema_do_Valor_Medio.pdf 4.2 Teorema do Valor Médio Material online: h-p://www.im.ufal.br/professor/thales/calc1-‐2010_2.html Teorema de Rolle: Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: a) f é contínua no intervalo [a,b] b) f é diferenciável no intervalo (a,b) c) f(a) = f(b) Então existe um número c em (a,b) tal que f’(c)=0. Prova: caso 1: f(x) = k constante Teorema de Rolle: Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: a) f é contínua no intervalo [a,b] b) f é diferenciável no intervalo (a,b) c) f(a) = f(b) Então existe um número c em (a,b) tal que f’(c)=0. f’(x)=0 para qualquer x em (a,b) caso 2: f(x) > f(a) para algum x em (a,b) Pelo Teorema de Weierstrass, f atinge um valor��� máximo f(xM) em algum xM em [a,b]. Como f(a)=f(b)< f(x) para algum x,��� xM deve estar no aberto (a,b). Como f é diferenciável em (a,b) e xM é ponto de máximo, temos f’(xM)=0,��� Dai c=xM. Prova: Teorema de Rolle: Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: a) f é contínua no intervalo [a,b] b) f é diferenciável no intervalo (a,b) c) f(a) = f(b) Então existe um número c em (a,b) tal que f’(c)=0. Analogamente, f atinge um valor mínimo f(xm) em algum xm em (a,b), onde teremos f’(xm)=0,��� Dai c=xm. caso 3: f(x) < f(a) para algum x em (a,b) Exemplo: Teorema de Rolle: Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: a) f é contínua no intervalo [a,b] b) f é diferenciável no intervalo (a,b) c) f(a) = f(b) Então existe um número c em (a,b) tal que f’(c)=0. Considere uma bola jogada para cima de uma altura inicial de 2m. Em algum momento, a bola para de subir e desce, até atingir novamente a altura de 2m. Logo, se f é uma função que dá a altura da bola em metros no instante t, o Teorema de Rolle nos garante que em algum momento a velocidade da bola se anula, pois: f(t0)=f(t1)= 2, onde t0 é o instante de tempo inicial e t1 o instante de tempo final onde a altura mede 2m. Como a função altura é contínua e diferencial, existe c em (t0, t1) tal que f’(c)=0. 2m f(c) Exemplo: Teorema de Rolle: Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: a) f é contínua no intervalo [a,b] b) f é diferenciável no intervalo (a,b) c) f(a) = f(b) Então existe um número c em (a,b) tal que f’(c)=0. Demonstre que a equação x3 + x - 1 = 0 tem exatamente uma raiz real. Temos que f(0) = -1 < 0 e f(1) = 1 > 0. Pelo Teorema do Valor Intermediário, como f é contínua, existe um número c entre 0 e 1 tal que ��� f(c) = 0. Logo, f tem pelo menos uma raiz real. Suponha agora que f tem duas raízes reais. Então ��� f(a) = f(b) = 0. f é derivável e contínua em todo ponto, pois é polinômio. Logo, pelo Teorema de Rolle, existe c entre a e b tal que f’(c) = 0. Mas isso é um absurdo, pois f’(c) = 3x2 + 1 ≥ 1 para todo x. f �(c) = f(b)− f(a) b− aou y=f(x) A = (a, f(a)) B = (b, f(b)) P = (c, f(c)) f �(c) = f(b)− f(a) b− aou f �(c) = f(b)− f(a) b− aou Prova: Equação da reta por A e B: Considere a funcão h(x) que dá a diferença entre f e a função linear cujo gráfico é a secante que por A e B. y − f(a) = f(b)− f(a) b− a (x− a), mAB = f(b)− f(a) b− a y = f(a) + f(b)− f(a) b− a (x− a), f �(c) = f(b)− f(a) b− aou Prova: y = f(a) + f(b)− f(a) b− a (x− a), 1. h é contínua em [a,b] 2. h é derivável em (a,b) 3. h(a) = 0 = h(b) Pelo Teorema de Rolle, existe c em (a,b) tal que h’(c) = 0 0 = h�(c) = f �(c)− f(b)− f(a) b− a � f �(c) = f(b)− f(a) b− a h�(x) = f �(x)− f(b)− f(a) b− a .Mas Exemplo: Se um objeto se move em linha reta com função posição s = f(t), então a velocidade média entre t = a e t = b é Pelo Teorema do Valor Médio, em algum instante t = c entre a e b, temos vm = f(b)− f(a) b− a Mas f’(c) é a velocidade instantânea do objeto quando t = c. Logo, o Teorema do Valor Médio nos diz que em algum momento entre a e b a velocidade instantânea é igual a velocidade média. f �(c) = f(b)− f(a) b− a = vm Por exemplo, se um carro percorre 180 km em duas horas, sua velocidade média é de 90 km/h. Logo, em algum instante nessas duas horas, o velocímetro marcou 90 km/h. Exemplo: Suponha que f(0) = -3 e f’(x) ≤ 5 para todos os valores de x. Quão grande f (2) pode ser, supondo que f é contínua e derivável em toda parte? Aplicando o Teorema do Valor Médio ao intervalo (0,2), temos: f �(c) = f(2)− f(0) 2− 0 = f(2) + 3 2 Mas f’(c) ≤ 5, logo: f(2) + 3 2 ≤ 5 f(2) + 3 ≤ 10 f(2) ≤ 7 Exemplo: Suponha que f(0) = -3 e f’(x) ≤ 5 para todos os valores de x. Quão grande f (2) pode ser, supondo que f é contínua e derivável em toda parte? Aplicando o Teorema do Valor Médio ao intervalo (0,2), temos: f �(c) = f(2)− f(0) 2− 0 = f(2) + 3 2 Mas f’(c) ≤ 5, logo: f(2) + 3 2 ≤ 5 f(2) + 3 ≤ 10 f(2) ≤ 7 f’(c) = 0 = f(b) – f(a) f(b) = f(a) Podemos, analogamente, tomar b < a e chegar a mesma conclusão de que f(b) = f(a). Logo, f(x) = f(a) para todo x, e f é constante. Corolário: Se f’(x) = g’(x) para todo x em um intervalo aberto (a,b) então f – g é constante em (a, b), isto é, f(x) = g(x) + c, onde c é uma constante. Seja F(x) = f(x) – g(x). F’(x) = f’(x) – g'(x) Como f’(x) = g’(x) em (a,b) , F’(x) = 0 Pelo corolário anterior, F é constante em (a,b). Demonstração: Exemplo: Demonstre que arctg(x) + arccotg(x) = π/2. Seja F(x) = arctg(x) + arccotg(x). F �(x) = 1 1 + x2 − 1 1 + x2 = 0 Pelo corolário, F é constante. Resta mostrar que essa constante vale π/2. Basta tomar um valor qualquer de x, por exemplo, x=1: F(1) = arctg(1) + arccotg(1) = π/4 + π/4 = π/2. Logo, arctg(x) + arccotg(x) = F(x) = F(1) = π/2. Exercício: Mostre que se x > 0. Vamos tentar usar o Teorema do Valor Médio… √ 1 + x < 1 + 1 2 x Tome f(x) = √ 1 + x f �(x) = 1 2 √ 1 + x Se x > 0, f �(x) < 1 2 Pelo Teorema do Valor Médio, como f é contínua e derivável quando x > 0, podemos tomar qualquer intervalo positivo (a, b), de modo que existe c em (a, b) tal que f �(c) = f(b)− f(a) b− a < 1 2 √ 1 + b−√1 + a b− a < 1 2 Exercício: Mostre que se x > 0. Vamos tentar usar o Teorema do Valor Médio… √ 1 + x < 1 + 1 2 x Tome f(x) = √ 1 + x f �(x) = 1 2 √ 1 + x Se x > 0, f �(x) < 1 2 Pelo Teorema do Valor Médio, como f é contínua e derivável quando x > 0, podemos tomar qualquer intervalo positivo (a, b), de modo que existe c em (a, b) tal que f �(c) = f(b)− f(a) b− a < 1 2 √ 1 + b−√1 + a b− a < 1 2 √ 1 + b−√1 + a < 1 2 (b− a) Para chegar próximo da expressão desejada, façamos b = x: √ 1 + x−√1 + a < 1 2 x− 1 2 a √ 1 + x < √ 1 + a+ 1 2 x− 1 2 a Finalmente, faça a = 0: √ 1 + x < 1 + 1 2 x Exercício: Encontre o número c que satisfaz a conclusão do Teorema do Valor Médio na função f(x) = e−2x, [0,3] f �(x) = e−2x · d dx [−2x] = −2 · e−2xSolução: f(0) = e−2·0 = e0 = 1 f(3) = e−2·3 = e−6 = e−6 − 1 3− 0 f �(c) = −2 · e−2c −2 · e−2c = f �(c) = f(b)− f(a) b− a log � e−2c � = log � 1− e−6 6 � c = −1 2 log � 1 6 (1− e−6) � Exercício: Suponha que para todo x. Mostre que Solução: 3 ≤ f �(x) ≤ 5 18 ≤ f(8)− f(2) ≤ 30. Vamos aplicar o Teorema do Valor no intervalo (2,8). f �(c) = f(8)− f(2) 8− 2 = f(8)− f(2) 6 Como : 3 ≤ f �(c) ≤ 5 3 ≤ f(8)− f(2) 6 ≤ 5 18 ≤ f(8)− f(2) ≤ 30 3_ prova 2014.2.pdf Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica Ca´lculo 1 Terceira Avaliac¸a˜o Data: 01/11/2014 Aluno(a): Professor(a): Curso: 1 2 3 4 5 Nota ATENC¸A˜O: (1) SUAS RESPOSTAS SO´ SERA˜O CONSIDERADAS SE ESTIVEREM ESCRITAS COM CLAREZA E CORREC¸A˜O; (2) A AUSEˆNCIA DOS CA´LCULOS NECESSA´RIOS IMPLICARA´ NA DESCONSIDERAC¸A˜O DA QUESTA˜O; (3) E´ VEDADO O USO DE CALCULADORAS E CELULARES; (4) SOBRE A CARTEIRA, DEVEM FICAR APENAS CANETA, LA´PIS, BORRACHA E O DOCUMENTO DE IDENTIDADE. 1. (a) (1 ponto) O ponteiro dos minutos de um relo´gio mede 16cm, enquanto o das horas tem 8cm de comprimento. Qua˜o ra´pido esta´ variando a distaˆncia entre as pontas dos ponteiros a`s duas horas? (b) (1 ponto) O diaˆmetro e a altura de um cilindro circular reto sa˜o, num determinado instante, 20cm e 40cm, respectivamente. Se a altura crescer a uma taxa de 2cm/min, como variara´ o raio do cilindro, se seu volume permanecer constante? 2. (a) (1 ponto) Use aproximac¸a˜o linear para estimar (63)2/3, em forma de frac¸a˜o. (b) (1 ponto) Use diferenciais para obter uma aproximac¸a˜o para sen 60◦30′. 3. (a) (1 ponto) Encontre a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de f(x) = senh[x+ cosh(x− 1)] no ponto de abscissa x = 1. O gra´fico dessa reta intercepta os eixos coordenados em dois pontos, A e B. Determine a a´rea do triaˆngulo formado pela origem e pelos pontos A e B, em termos do nu´mero e. (b) (1 ponto) Considere f(x) = cosh(senx) + 5x e encontre uma equac¸a˜o para a reta tangente ao gra´fico de f ′(x), no ponto de f ′ que tem abscissa igual a zero. 4. (a) (1 ponto) Determine, se existirem, os nu´meros cr´ıticos de f(x) = x1/x, x > 0. (b) (1 ponto) Determine os valores extremos absolutos da func¸a˜o f(x) = sen(arctg x), quando restrita ao intervalo [ √ 3, 2 √ 2]. 5. (a) (1 ponto) Dada a func¸a˜o f(x) = x + 8 2x− 4, mostre que na˜o existe c ∈ (0, 4), tal que f ′(c) = f(4)− f(0) 4 . Tal fato contradiz o Teorema do Valor Me´dio? Justifique. (b) (1 ponto) Mostre que a func¸a˜o f(x) = x4 4 + 8x + arctg(10) na˜o pode ter mais de duas ra´ızes reais. 1 Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica . 2 Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica . 3 Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica . 4 4_ Prova (Adventistas) 2013.1.pdf Ca´lculo 1 Quarta Avaliac¸a˜o (Evange´licos) Data: 02/08/2013 Aluno(a): Professor(a): Curso: 1 2 3 4 5 Nota ATENC¸A˜O: 1. RESPOSTAS SEM JUSTIFICATIVAS OU QUE NA˜O INCLUAM OS CA´LCULOS NECESSA´RIOS NA˜O SERA˜O CONSIDERADAS. 2. NA CORREC¸A˜O VAMOS QUERER VER ARGUMENTOS BEM ESCRITOS. 3. NA˜O E´ PERMITIDO O USO DE CALCULADORAS. 1. (a) (1pt) Mostre que se f for uma func¸a˜o polinomial, na˜o podera´ haver, entre duas ra´ızes consecutivas de f ′(x), mais de uma raiz de f . (b) (1pt) Usando dos conhecimentos de Ca´lculo Diferencial, mostre que para todo x ∈ [−2pi, 2pi], temos cos2 x+ sen2x = 1. 2. Calcule os seguintes limites: (a) (1pt) lim x→0 (1− x)[cosx] 1 x (b) (1pt) lim x→∞ (ex + x)e −x 3. (2pts) Uma companhia ae´rea possui uma rota entre Maceio´ e Sa˜o Paulo realizada por uma aeronave que comporta ate´ 240 passageiros. Pore´m, nos u´ltimos meses a companhia so´ tem conseguido vender metade de seus bilhetes por voˆo, ao custo de R$ 350,00 cada um. Apo´s realizar uma pesquisa, chegou-se a` conclusa˜o de que e´ poss´ıvel vender 3 bilhetes a mais por voˆo para cada R$ 5,00 dado como desconto no valor do bilhete. Considerando que todos os bilhetes devem ser vendidos pelo mesmo prec¸o, determine o valor do bilhete que maximiza o lucro da companhia. 4. (a) (1pt) Para que valor de a ∈ R existe o limite a seguir? Calcule o limite para o valor de a encontrado. lim x→0 ex − eax + x x2 . (b) (1pt) Seja p(x) = c0+c1x+c2x 2. Mostre que o nu´mero c do intervalo [a, b] que satisfaz o Teorema do Valor Me´dio e´ o ponto me´dio do intervalo [a, b]. 5. (2pts) Esboce o gra´fico da func¸a˜o f(x) = 2x x2 + 1 determinando seu domı´nio, suas ass´ıntotas, seus intervalos de crescimento e decrescimento, concavidades, pontos de inflexa˜o, e ma´ximos e mı´nimos locais. Considere que: f ′(x) = 2− 2x2 (x2 + 1)2 f ′′(x) = 4x(x2 − 3) (x2 + 1)3 4prova.jpg 8954_922325481129870_1411897828378564165_n.jpg Prova1_Sexta_2013.2.pdf Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica Ca´lculo 1 Primeira Avaliac¸a˜o (Evange´licos) Data: 27/09/2013 Aluno(a): Professor(a): Curso: 1 2 3 4 5 Nota ATENC¸A˜O: I. RESPOSTAS SEM JUSTIFICATIVAS OU QUE NA˜O INCLUAM OS CA´LCULOS NECES- SA´RIOS NA˜O SERA˜O CONSIDERADAS. II. NA CORREC¸A˜O VAMOS QUERER VER ARGUMENTOS BEM ESCRITOS. III. NA˜O E´ PERMITIDO O USO DE CALCULADORAS. 1. (a) Considere a func¸a˜o f(x) = 2x 2 − 6x− 30 x− 2 , x 6= 2 6, x = 2. Analise a continuidade da func¸a˜o f . A descontinuidade de f e´ remov´ıvel? Em caso afirmativo, redefina f para que a func¸a˜o seja cont´ınua. (b) A func¸a˜o f(x) = x 6. sen ( 2 x2 ) , x 6= 0 0, x = 0 e´ cont´ınua em R? 2. (a) Ache as ass´ıntotas verticais do gra´fico da func¸a˜o f(x) = x2 + x x4 − 4x3 + x2 + 6x. Para facilitar, informamos que x = 1 e´ raiz do denominador. (b) Mostre que lim x→a+ (xn − an)1/2. cos51 ( 1 x− a ) = 0. 3. (a) A func¸a˜o f(x) = [[x]]− x 3− x possui ass´ıntota vertical? Em caso afirmativo, qual e´ a sua equac¸a˜o? (b) Se f(x) = 2x. sen ( pix+ pi 2 ) , x < 1 2 −x3 + x2 + 5, x ≥ 1 2 , mostre que f possui raiz a` esquerda do eixo y e a` direita do eixo y. 1 Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matema´tica 4. Calcule os seguintes limites, caso existam: (a) lim x→1 ( 1 x− 1 + 1 x2 − 3x+ 2 ) ; (b) lim x→0 4 √ 16 + x− 2 x . 5. (a) Calcule f ′(0), se f(x) = x 2. sen ( 1 x ) , x 6= 0 0, x = 0. (b) Ache a a´rea do triaˆngulo determinado pelos pontos de contato das ass´ıntotas a` curva y = √ x2 + 4 x+ 4 com o gra´fico de y = √ x2 + 4 x+ 4 . 2 MA22_Unidade_11.pdf 11 1 Derivação implícita e taxas relacionadas Sumário 11.1 Derivação implícita . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 11.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 11.3 Problemas de taxa de variação . . . . . . . . . . . . 6 11.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 11.5 Aproximação linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 11.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 11.7 Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Unidade 11 Derivação implícita 11.1 Derivação implícita Nas Unidades 9 e 10 aprendemos a derivar funções da forma y = f(x). Nesse caso, dizemos que a função está definida explicitamente. No entanto, pode-se não derfinir explicitamente uma função, mas fornecer uma propriedade que permita encontrar sua derivada, admitindo que a derivada exista. Por exemplo, considere a x2 + y2 = 4 Como sabemos, trata-se da equação de um círculo de centro na origem e raio 2. Podemos resolver explicitamente por: y2 = 4− x2 =⇒ y = ± √ 4− x2 Há, portanto, duas possibilidades de funções, as duas com domínio x ∈ (−2, 2): y = f1(x) = √ 4− x2 ou y = f2(x) = − √ 4− x2 A derivada em cada caso é: f ′1(x) = 1 2 (4− x2)− 12 (−2x) = − x√ 4− x2 = − x f1(x) f ′2(x) = − 1 2 (4− x2)− 12 (−2x) = x√ 4− x2 = −x −√4− x2 = − x f2(x) Logo, nos dois casos, dy dx = −x y . Por outro lado, admitindo a existência de uma função y = f(x) derivável que satisfaça a relação x2 + y2 = 4, podemos derivar diretamente a relação: x2 + y2 = 4 2x+ 2y. dy dx = 0 dy dx = −x y Encontramos o mesmo resutado que antes, mas sem a necessidade de expli- citar a definição da função. Observe o uso da regra da cadeia, quando fazemos dy2 dx = 2y dy dx . 2 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas Em resumo, admitindo a existência de uma função derivável y = f(x) e dada uma equação em x e y, é possível encontrar f ′(x) derivando a equação, mesmo sem explicitar a definição de y = f(x). Observe que dada uma equação entre x e y pode ser muito difícil ou mesmo impossível encontrar a definição explícita y = f(x). Pode também acontecer de mais de uma função satisfazer a equação, como no caso acima. No entanto, admitindo a existência de função derivável y = f(x), a relação pode permitir o cálculo da derivada f ′(x). Esta técnica é conhecida como derivação implícita. Exemplo 1 Seja y = f(x) função derivável satisfazendo a equação y3 − xy = 1. Encontre dy dx . Derivando y3 − xy = 1 obtemos: 3y2 dy dx − (1.y + x.dy dx ) = 0 3y2 dy dx − y − x.dy dx = 0 dy dx ( 3y2 − x) = y dy dx = y 3y2 − x Portanto, dy dx = y 3y2 − x é a derivada de f(x) para os pontos onde 3y 2−x 6= 0. Exemplo 2 Encontre a equação da reta tangente ao gráfico de y3 − 3x2y + x3 = 11 no ponto (2, 3). Observe que o ponto (2, 3) satisfaz à equação: 33 − 3(22)3 + 23 = 27 − 24 + 8 = 11. Admitindo a existência de uma função y = f(x) derivável que satisfaça a 3 Unidade 11 Derivação implícita equação, podemos obter sua derivada por derivação implícita. y3 − 3x2y + x3 = 11 3y2 dy dx − 3 ( 2xy + x2 dy dx ) + 3x2 = 0 3y2 dy dx − 6xy − 3x2 dy dx + 3x2 = 0 dy dx ( 3y2 − 3x2) = 6xy − 3x2 dy dx = 6xy − 3x2 3y2 − 3x2 = 2xy − x2 y2 − x2 Portanto, dy dx = 2xy − x2 y2 − x2 é a derivada de f(x) para os pontos onde y 2−x2 6= 0 =⇒ y 6= ±x. Para o ponto (2, 3), obtemos: dy dx ∣∣∣∣ x=2 = 2 · 2 · 3− 22 32 − 22 = 8 5 Portanto, a reta tangente em x = 2 tem coeficiente angular 8 5 . A equação da reta é y = 8 5 x + b e passa por (2, 3), logo 3 = 8 5 · 2 + b =⇒ b = −1 5 . A reta tangente tem equação y = 8 5 x− 1 5 Exemplo 3 Encontre a equação da reta tangente à hipérbole xy = 1 passando pelo ponto (u, v), em que (u, v), u 6= 0 é um ponto qualquer da hipérbole. xy = 1 =⇒ y + xdy dx = 0 =⇒ dy dx = −v u . O coeficiente angular da tangente é −v/u. Logo, a reta tem equação y = −v u x+ b e passa pelo ponto (u, v). Resulta que v = −v u u + b =⇒ b = 2v. Assim, a reta tangente tem equação y = −v u x+ 2v . + Para Saber Mais - Teorema da função implícita - Clique para ler 4 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas 11.2 Exercícios Encontre a derivada dy dx para a função derivável y = f(x) que satisfaz cada uma das seguintes equações: 1. xy + y2 = 1 2. y3 + xy2 + y = 3 3. x2 − y2 = 1 4. 1 x + 1 y = 1 5. x2/3 + y2/3 = a2/3 Seja y = f(x) uma função derivável que satisfaz cada uma das equações abaixo. Ache a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto P indicado. 7. x2 + xy + y2 = 7, P = (1, 2) 8. x3 + 2xy + y2 = 4, P = (1, 1) 9. sen (xy) = √ 2 2 x, P = (1, pi 4 ) 10. Encontre a equação da reta tangente à elipse x2 2 + y 2 8 = 1 passando pelo ponto (1, 2). 5 Unidade 11 Problemas de taxa de variação 11.3 Problemas de taxa de variação Vimos na Unidade 9 que a velocidade (instantânea) de um objeto é definida por v = lim ∆t→0 ∆s ∆t = ds dt em que s = s(t) é a função posição do objeto. A velocidade mede a taxa de variação (instantânea) da posição do objeto com o tempo. De maneira geral, Definição 4 Taxa de variação Se x e y são duas grandezas sujeitas a uma relação funcional y = y(x), então a taxa de variação de y em relação a x é a derivada dy dx . Outro exemplo de taxa de variação é a aceleração, definida por a = a(t) = dv dt . Na próxima seção iremos deduzir e aplicar as equações do movimento linear de aceleração constante. Em algumas aplicações do cálculo, temos duas ou mais grandezas relaci- onadas entre si e devemos calcular a taxa de variação das grandezas. Como as grandezas estão relacionadas, usando derivação implícita ou, algumas vezes, regra da cadeia, podemos calcular a taxa de variação de uma delas em fun- ção da(s) outra(s). Tais problemas são conhecidos como problemas de taxas relacionadas. Vejamos alguns exemplos de problemas de taxas relacionadas. Exemplo 5 Um quadrado se expande de tal maneira que seu lado aumenta à razão de 5 m/s. Calcule a taxa de variação da área no instante em que a lado do quadrado mede 10 m. Seja l = l(t) o lado do quadrado. Note que o lado varia com o tempo, sendo dl dt = 5 m/s sua taxa de variação. A área é dada por A(l) = l2. Vamos obter a taxa de variação de A usando a regra da cadeia: dA dt = dA dl dl dt = 2l . 5 = 10l 6 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas l l ll A = l2 Figura 11.1: Quadrado de lado l Portanto, no instante em que l = 10, temos dA dt = 10.10 = 100 m2/s . Logo, a taxa de variação da área é 100 m2/s. Exemplo 6 Uma escada de 5 m está recostada em uma parede. A base da escada escorrega, afastando-se da parede a uma velocidade de 6 cm/s. Com que velocidade o topo da escada cai no momento em que a base da escada dista 3 m da parede? es ada 5 x y Figura 11.2: As grandezas x e y estão relacionadas pelo teorma de Pitagóras x2+y2 = 25. 7 Unidade 11 Problemas de taxa de variação Considerando x = x(t) e y = y(t) e derivando em relação ao tempo, temos: x2 + y2 = 25 2x dx dt + 2y dy dt = 0 y dy dt = −xdx dt (11.1) Basta, agora, substituir os valores para obter dy dt . Temos dx dt = 6 cm/s e x = 3 m = 300 cm. Como x2 + y2 = 25, então 9 + y2 = 25 =⇒ y = 4 m = 400 cm. Resulta em 400 dy dt = −300dx dt = −300 · 6 = −1800 =⇒ dy dt = −4,5 cm/s O resultado negativo indica que y diminui, ou seja, a escada cai. Observe que tivemos que converter os comprimentos dados em metros para centímetros pois a taxa de variação de x estava dada em cm/s. Portanto, a velocidade de queda do topo da escada quando x = 3 m é 4, 5 cm/s. Voltemos agora à equação 11.1. Podemos escrever a equação como dy dt = −x y dx dt Se a escada cai de forma que dx dy = 6 cm/s é constante, temos que x cresce até no máximo x = 5 m, que é o comprimento da escada. No entanto, y diminui até chegar a zero quando a escada está na horizontal. A fórmula 11.1 mostra que dy dt →∞ quando y → 0, o que revela apenas que é fisicamente impossível que uma escada caia de forma que dx dt seja constante até o final da queda. Exemplo 7 Um tanque tem a forma de um cone invertido, tendo altura de 20 m e raio de 4 m. A água está fluindo para dentro do tanque a uma taxa de 2 m3/min. Quão rápido se eleva o nível de água no tanque quando a água estiver com 5 m de profundidade? Conforme a água enche o tanque, a parte cheia forma um cone de raio r e altura h. Por semelhança de triângulos, temos r 4 = h 20 =⇒ r = h 5 8 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas r 4 20 h Água O volume de água na parte cheia é V = 1 3 pir2h, substituindo r = h 5 , obtemos: V = 1 3 pir2h = 1 3 pi ( h 5 )2 h = pih3 75 Derivando esta última expressão em relação à variável t, obtemos: dV dt = 3pih2 75 . dh dt = pih2 25 dh dt =⇒ dh dt = 25 pih2 dV dt Observe que dV dt é a taxa de aumento do volume, ou seja, é o fluxo de água que entra, que é 2 m3/min. Portanto, quanto h = 5, temos dh dt = 25 25pi 2 = 2 pi m/min ≈ 0, 64 m/min. Exemplo 8 Um cilindro é comprimido lateralmente e, ao mesmo tempo, alongado, de forma que o raio da base decresce a uma taxa de 4 cm/s e a altura do cilindro aumenta a uma taxa de 5 cm/s. Encontre a taxa de variação do volume do cilindro quando o raio da base mede 6 cm e a altura 8 cm. O volume do cilindro é dado por V = pir2h, em que r = r(t) é o raio da base e h = h(t) é a altura do cilindo. Derivando esta fórmula, obtemos: dV dt = pi ( 2r dr dt h+ r2 dh dt ) = 2pirh dr dt + pir2 dh dt Substituindo agora os valores r = 6, h = 8, dr dt = −4 e dh dt = 5, obtemos: dV dt = 2pi · 6 · 8 · (−4) + pi · 62 · 5 = pi(−384 + 180) = −204pi Portanto, o volume do cilindro diminui a uma taxa de 204pi cm3/min ≈ 640.56 cm3/min. 9 Unidade 11 Problemas de taxa de variação 4 m/s4 m/s h r r 5 m/s 5 m/s Figura 11.3: Cilindro sendo alongado e comprimido lateralmente Exemplo 9 Um objeto se move no eixo x das abscissas de modo que sua posição x metros no instante t segundos é dada por x(t) = 1 + t + t3. Encontre sua velocidade e aceleração em função do tempo. A velocidade é dada v = dx dt , logo v = d dt (1 + t+ t3) = 1 + 3t2 m/s . A aceleração é dada por a = dv dt = d dt (1 + 3t2) = 6t m/s2 . Exemplo 10 Um objeto se move no eixo x das abscissas de modo que sua posição x em metros no instante t segundos é dada por x(t) = t se 0 ≤ t < 2 2 se 2 ≤ t < 4 6− t se 4 ≤ t ≤ 6 Determine a velocidade do objeto. Faça um gráfico. 10 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas A função x = x(t) é derivável em todo o intervalo (0, 6), exceto nos ponto t = 2 e t = 4, já que nestes pontos as tangentes à curva à direita e à esquerda não coincidem. Excluindo estes pontos, temos as derivadas: x′(t) = 1 se 0 < t < 2 0 se 2 < t < 4 −1 se 4 < t < 6 Portanto, o objeto saiu de x = 0 em t = 0, se deslocou com velocidade constante igual a 1 até chegar em x = 2 em t = 2; ficou parado entre t = 2 e t = 4 e, a partir de t = 4, voltou para a origem com velocidade constante igual a −1. Compare os gráficos de x(t) e x′(t) a seguir: 1 2 3 1 2 3 4 5 6 b b b b t 2 6− t t x(t) 1 2 −1 1 2 3 4 5 6 bc bc bc bc 1 bc 0 bc −1 x′(t) t Exemplo 11 Dois carros se deslocam em estradas perpendiculares, um para o norte com velocidade média de 48 km/h e o outro para o leste, com velocidade média de 60 km/h. O segundo carro passou pelo cruzamento das estradas 2 horas depois do primeiro. Determine a taxa de variação da distância entre os carros 3 horas após o segundo carro passar pelo cruzamento. Sejam y a distância do carroA, que vai para o norte, ao ponto de cruzamento O e x a distância do carro B, que vai para leste, ao ponto de cruzamento O. Seja l a distância entre os carros, como representado na Figura 11.4. 11 Unidade 11 Problemas de taxa de variação A B 48 km/h 60 km/h l x y O Figura 11.4: Qual a taxa de variação da distância entre os carros? Três horas após o segundo carro passar pelo cruzamento, o primeiro terá se deslocado 5 horas após passar por O. A distância de A até O é, portanto: y = vA ·∆t = 48 · 5 = 240 km/h . Neste mesmo instante, o carro b terá se deslocado por 3 horas após passar pelo cruzamento, logo a distância de B até O é x = vB ·∆t = 60 · 3 = 180 km/h . Pelo Teorema de Pitágoras, l2 = x2 + y2, em que l é a distância entre os carros. No momento em que x = 180 e y = 240, o valor de l é l2 = 1802 + 2402 = 90000 =⇒ l = 300. Derivando a expressão l2 = x2 + y2 e substituindo os valor de l, x, y, dx dt e dy dt , obtemos l2 = x2 + y2 2l dl dt = 2x dx dt + 2y dy dt dl dt = 1 l ( x dx dt + y dy dt ) dl dt = 74 km/h 12 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas 11.4 Exercícios 1. Um círculo possui raio inicial de 1 m e começa a crescer de tal forma que sua área aumenta a uma taxa de 10 cm2/min. Encontre a taxa de variação do raio do círculo quando seu raio mede 5 cm. 2. Um balão esférico perde ar por um furo de tal forma que seu raio diminui a uma taxa de 2 cm/min. Qual a taxa de diminuição do volume, quando o raio do balão é r = 50 cm? 3. Uma escada de 5 metros de comprimento está apoiada em uma parede vertical. Sabendo-se que o pé da escada se afasta da parede a uma velocidade de 10 cm/s, qual a velocidade com que cai verticalmente o topo da escada? 4. Um avião voa a 800 km/h em relação ao solo, mantendo uma altura constante de 6 km. Uma câmera montada no solo aponta para o avião. Seja θ o ângulo de elevação da câmera em relação ao solo. No instante em que θ = pi 6 , qual a velocidade com que a câmera deve rodar para que continue apontando para o avião, sabendo-se que este se aproxima da câmera. b A b B b C Câmera Avião 6 km θ 5. Um tanque com a forma de um cone invertido tem altura igual a 5 e raio do topo igual 2 m. Se o tanque se enche a uma taxa de 1 m3/s, determine a a taxa de aumento no nível de água quando está com profundidade de 2 m. 13 Unidade 11 Exercícios 6. Um homem de 2 m de altura se move em direção a um a poste de luz a uma velocidade de 5 m/s. Do alto deste poste, uma lâmpada ilumina o homem e projeta uma sombra. Quando a distância entre o homem e o poste é de 4 m: (a) Com que velocidade a ponta da sobra se move? (b) Qual a taxa de variação do comprimento da sombra? 7. Um peixe mordeu a isca e começa a ser puxado pelo pescador. Este diminui a linha a uma taxa de 30 cm/min, mas o peixe permance na superfície da água. Se o pescador mantén a ponta da vara de pesca a uma altura de 2 m e o peixe está a uma distância de 4 m do barco, com que velocidade se aproxima do barco? Qual a taxa de variação do ângulo que a linha faz com a superfície da água? 8. Um mecanismo é composto de uma roda de 1,5 m de raio, que gira no sentido anti-horário a uma taxa constante de 1 radiano por segundo. Uma barra metálica de 2,5 m tem uma extremidade A presa à roda. A outra extremidade está presa a uma haste horizontal de forma que pode deslizar livremente ao longo desta haste. Qual a velocidade da extremidade que desliza da barra, quando o ponto A está em sua altura máxima? b B b A 2, 5 m 1, 5 m 1 rad/s 14 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas 11.5 Aproximação linear Nesta seção veremos uma aplicação da derivada que consiste em estimar o valor de uma função f(x) próximo a uma ponto x0 usando a reta tangente ao gráfico de f passando por x0, Se a função f é derivável em x0 então a reta tangente ao gráfico de f passando por (x0, f(x0)) é a reta y = L(x) = f(x0) + f ′(x0)(x− x0) A aproximação linear consiste em estimar o valor de f(x), para x próximo de x0 usando o valor y = L(x). Observe a Figura 11.5. b b b x0 f(x0) x0 + h f(x0 + h) L(x) = f(x0) + f ′(x0)h Figura 11.5: Aproximação linear de f Como a função f é derivável em x0 então lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h = f ′(x0) . Se R = R(h) = f(x0 + h)− f(x0) h − f ′(x0) então f(x0 + h)− f(x0) = (f ′(x0) +R(h))h = f ′(x0)h+R(h)h (11.2) e como f é derivável em x0: lim h→0 R(h) = lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h − f ′(x0) = f ′(x0)− f ′(x0) = 0 15 Unidade 11 Aproximação linear Desprezando o termo R(h)h na equação 11.2, obtemos f(x0 + h)− f(x0) ≈ f ′(x0)h ou, escrevendo ∆f = f(x0 + h)− f(x0) e ∆x = (x0 + h)− x0 = h ∆f ≈ f ′(x0)∆x Em resumo, para calcular por aproximação linear o valor de f(x0 + ∆x), usamos a aproximação f(x0 + ∆x) = f(x0) + f ′(x0)∆x. Quanto menor ∆x, melhor será a aproximação. Exemplo 12 Calcule o valor aproximada de √ 102. Se f(x) = √ x então sabemos que f ′(x) = 1 2 √ x . Tomando x0 = 100 e ∆x = 2, temos f(100 + ∆x) ≈ f(100) + f ′(100)∆x √ 102 ≈ √ 100 + 1 2 √ 100 · 2 = 10,1 O valor correto até a 4a casa decimal é 10,0995, o que mostra que a apro- ximação está correta até a 3a casa decimal. Exemplo 13 Use aproximação linear para estimar o valor de 3 √ 65. Como 3 √ 64 = 4, faremos a aproximação linear em torno de x0 = 4. f(x) = 3 √ x =⇒ f ′(x) = 1 3 x−2/3 . Assim, f(65) ≈ f(64) + f ′(64) · 1 = 3 √ 64 + 1 3 64−2/3 = 4 + 1 48 = 4.021 Exemplo 14 Se y = x3 + x+ 1, use a aproximação linear para determinar a variação de y quando x passa de 3 para 3,05. Temos ∆f ≈ f ′(x0)∆x. Usando a derivada f ′(x) = 3x2 + 1 e fazendo x0 = 3 e ∆x = 0, 05,obtemos: ∆f ≈ (3 · 32 + 1) · 0,05 = 1,4 16 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas 11.6 Exercícios 1. O raio de um círculo foi estimado em R = 20 cm, com precisão de ±0,1 cm. Determine a margem de erro no cálculo da área do círculo. 2. Mostre que para h suficiente pequeno vale a aproximação √ x2 + h ≈ x+ h 2x . 3. Usando aproximação linear, encontre uma fórmula que aproxima 3 √ x3 + h. 4. Estime o valor do seno de 31o 5. Mostre que aplicando uma fina camada de tinta de espessura h à su- perfície de uma esfera de superfície S, o volume da esfera aumenta de aproximadamente S · h. 17 Unidade 11 Textos Complementares 11.7 Textos Complementares Para Saber Mais Teorema da função implícita Nos exemplos anteriores, apresentamos uma relação entre x e y e dissemos que a relação define implicitamente a função y = f(x). Na verdade, esta afirmação não é trivial. podemos ver esta relação entre x e y como uma função F : R × R → R em que F (x, y) = c, c constante. Para garantir que esta relação define y como função de x, precisamos garantir certas condições para a função F . O Teorema da função implícita estabelece condições suficientes para garantir a existência de função derivável y = f(x) tal que F (x, f(x) = c. Como o teo- rema envolve derivadas parciais, não é apresentado em uma primeira disciplina de Cálculo. No contexto das funções reais de uma variável que estamos estudando o Teorema pode se enunciado da seguinte maneira: Teorema 15 Teorema da função implícita Seja F : R × R → R uma função real derivável com derivada contínua. Seja (x0, y0) ∈ R2 um ponto de seu domínio. Suponha que F satisfaça as duas condições a seguir: F (x0, y0) = z0 ∂F ∂y (x0, y0) 6= 0 Então existem intervalos abertos U e V , com x0 ∈ U e y0 ∈ V e existe uma única função f : U → V tal que F (x, f(x)) = z0, para todo x ∈ U . Além disso, esta função f é derivável com derivada contínua e f ′(x0) = − ∂F ∂x (x0, y0) ∂F ∂y (x0, y0) O símbolo ∂F ∂y , chamado derivada parcial de F em relação a y, é a derivada da expressão na variável y, ou seja, ao derivarmos a função de duas variáveis 18 Unidade 11 Derivação implícita e taxas relacionadas F (x, y), consideramos apenas a variável y. No exemplo 1, a condição ∂F ∂y 6= 0 fornece: ∂(y3 − xy) ∂y = 3y2 − x 6= 0 . Esta mesma condição apareceu naturalmente na expressão de dy dx encontrada. No exemplo 2, a condição ∂F ∂y 6= 0 fornece: ∂(y3 − 3x2y + x3) ∂y = 3y2 − 3x2 6= 0 =⇒ y2 − x2 6= 0 =⇒ y 6= ±x condição esta que apareceu naturalmente na expressão de dy dx encontrada. 19 Derivação implícita e taxas relacionadas Derivação implícita Exercícios Problemas de taxa de variação Exercícios Aproximação linear Exercícios Textos Complementares lista_otimizacao_e_gabarito.pdf Lista de exercícios - Cálculo Diferencial e Integral I Problemas de Otimização 1) De uma longa folha retangular de metal de 30 cm de largura deve-se fazer uma calha dobrando as bordas perpendicularmente à folha. Quantos centímetros devem ser dobrados de cada lado de modo que a calha tenha capacidade máxima? 2) Deve-se construir uma caixa de base retangular, com uma folha de cartolina de 40 cm de largura e 52 cm de comprimento, retirando-se um quadrado da cada canto da cartolina e dobrando-se perpendicularmente os lados resultantes. Determine o tamanho do lado do quadrado que permite construir uma caixa de volume máximo. 3) Um recipiente cilíndrico, aberto em cima, deve ter capacidade de 375pi cm3. O custo do material usado para a base do recipiente é de 15 centavos o cm2 e o custo do material usado para a parte curva é de 5 centavos por cm2. Se não há perda de material, determine as dimensões que minimizem o custo do material. 4) Determine o volume máximo de um cilindro circular reto que pode ser inscrito em um cone de 12 cm de altura e 4 cm de raio da base, se os eixos do cilindro e do cone coincidem. 5) Deve-se construir um tanque para armazenamento de gás propano em forma de cilindro circular reto com dois hemisférios nas extremidades. O custo de metro quadrado dos hemisférios é o dobro do custo da parte cilíndrica. Se a capacidade do tanque deve ser de 10pi cm3, que dimensões minimizará o custo da construção? 6) Uma bateria de voltagem fixa V e resistência interna fixa r está ligada a um circuito de resistência variável R. Pela Lei de Ohm, a corrente I no circuito é I = )rR( V + . Se a força resultante é dada por P = I2.R, mostre que a força máxima ocorre quando R = r. 7) Um projétil é lançado verticalmente para cima com uma velocidade de 120 m/s. Pela física sabemos que sua distância acima do solo após t segundos é s(t) = - 4,9t2 + 120t. a) Determine em que instante e com que velocidade o projétil atinge o solo. b) Determine a altura máxima alcançada pelo projétil. c) Determine a aceleração em um instante t arbitrário. 8) Um fabricante de móveis estima que o custo semanal da fabricação de x reproduções (manuais) de uma mesa colonial é dado por C(x) = x3 – 3x2 – 80x + 500. Cada mesa é vendida por R$ 2800,00. Que produção semanal maximizará o lucro? Qual o máximo lucro semanal possível? 9) Uma lata cilíndrica fechada pode conter 1 litro (1000 cm3) de líquido. Como poderíamos escolher a altura e o raio para minimizar o material usado na confecção da lata? 10) O Departamento de Estradas e Rodagens planeja construir uma área de piquenique para os motoristas ao longo de uma grande auto-estrada. Ela deve ser retangular, com uma área de 5000 metros quadrados, e deverá ser cercada nos três lados não-adjacentes à estrada. Qual é a menor quantidade de cerca que será necessária para completar o trabalho? 11) No projeto de aviões, uma característica importante é o chamado “fator de arraste”, isto é, a força de freagem exercida pelo ar sobre o avião. Um modelo mede o arraste por uma função da forma F(v) = Av2 + 2v B , onde A e B são constantes positivas. Descobre-se experimentalmente que o arraste é minimizado quando v = 160 mph. Use esta informação para encontrar a razão A B . Sugestões para a resolução e gabarito 1) x = 7,5 cm 2) V = x(40 – 2x)(52 – 2x) x = 7,47 cm __________________________________________________________________ 3) V = 375pi cm3 V = pir2h = 375pi h = 2r 375 Custo = 15(pir2) + 5(2pirh) C = 15(pir2) + 5(2pir 2r 375 ) C = 15pir2 + 3750r -1 C’(r) = 0 30pir - 3750r -2 = 0 r = 5 cm h = 15 cm ___________________________________________________________________ 4) Fazendo semelhança de triângulos 4 12 r4 h = − h = 3(4 – r) V = pir2h = pir2(3)(4 – r) r = 3 8 ____________________________________________________________________ 5) r = 315 2 1 m h = 3152 m ____________________________________________________________________ 6) I = rR V + P = I2 R P = R rR V 2 + P’(R) = 0 R = r ____________________________________________________________________ 7) a) – 4,9t2 + 120t = 0 t = 0 ou t = 24,5 O projétil atinge o solo após 24,5 segundos v(t) = s’(t) = –9,8 + 120 s’(24,5) = –120,1 m/s b) v(t) = 0 t = 12,24 s c) a(t) = s”(t) = – 9,8 m/s2 v(24,5) = 120,1 m/s ____________________________________________________________________ 8) Lucro = L(x) Receita = R(x) Custo = C(x) L(x) = R(x) – C(x) L(x) = 2800x – (x3 – 3x2 – 80x + 500) L’(x) = 0 Resposta: x = 32 mesas L(32) = 61 964 unidades monetárias ____________________________________________________________________ 9) V = 1000 cm3 V = pir2h = 1000 h = 2r 1000 Π Material = 2pir2 + 2pirh M(r) = 2pir2 + 2pir 2r 1000 Π M’(r) = 0 r = 3 500 Π ≈ 5,42 cm h = 10,84 cm = 2r ____________________________________________________________________ 10) A = 5000 m2 A = xy = 5000 y = x 5000 Cerca = 2x + y C(x) = 2x + x 5000 C’(x) = 0 x = 50m y = 100m ____________________________________________________________________ 11) F(v) = Av2 + 2v B F’(v) = 0 A B = (160)4 1-Maximos_e_Minimos.pdf 4.3 Máximos e Mínimos Material online: h-p://www.im.ufal.br/professor/thales/calc1-‐2010_2.html Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos + b2 4a2 − b 2 4a2 2 2 Máximos e Mínimos 2 2≥ p � − b 2a � x0 = − b2a é mínimo global, pois p � − b 2a � ≤ p(x),∀x . Logo, Máximos e Mínimos Note que p � − b 2a � = a � − b 2a �2 + b � − b 2a � + c = � b2 4a � − � b2 2a � + c = � b2 − 2b2 + 4ac 4a � = �−b2 + 4ac 4a � = ∆ 4a Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos Exercício: y = 2− x p(x) = x(2− x) p(x) = −x2 + 2x x0 = − b2a = − 2 −2 = 1 y = 2− x0 = 2− 1 = 1 p�(x) = −2x+ 2 −2x+ 2 = 0� x = 1 Máximos e Mínimos Máximos e Mínimos Exercício: f �(x) = 1− cos(x) f �(x) = 0� 1− cos(x) = 0 cos(x) = 1 x = {. . . ,−4π,−2π, 0, 2π, 4π, . . . } Máximos e Mínimos f(x)− f(x0) ≥ 0Note que x− x0 > 0 x− x0 < 0 pois Máximos e Mínimos f �(x0) = lim x→x+0 f(x)− f(x0) x− x0 ≤ 0 f �(x0) = lim x→x−0 f(x)− f(x0) x− x0 ≥ 0 f �(x0) = lim x→x0 f(x)− f(x0) x− x0 = 0 Máximos e Mínimos f �(x) = 3x2 f �(x) = 0� 3x2 = 0� x = 0 Máximos e Mínimos Onde podem estar os pontos de mínimo e máximo globais? Pontos críticos: f �(x) = 0 Extremos do intervalo: f(a), f(b) Máximos e Mínimos Vamos restringir o domínio da função ao intervalo [-1, 3] f �(x) = 0� 3x2 − 3 = 0� x2 = 1� x = ±1 Calculando a derivada de f: Calculando os pontos críticos: Calculando o valor da função nos extremos do intervalo: Calculando o valor da função nos pontos críticos: f(−1) = (−1)3 − 3(−1) + 4 = 6 f(1) = (1)3 − 3(1) + 4 = 2 f(3) = (3)3 − 3(3) + 4 = 22 Máximo: 22, atingido em x=3 Mínimo: 2, atingido em x=1 Obs.: Faça f(x) = x(x2 − 3) + 4 Teoria- Apostila cálculo 1.pdf Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL Prof���*LOPDU�%RUQDWWR� Cálculo Diferencial e Integral 1 AULA 01 1 - FUNÇÕES 1.1 - Conceito matemático de função Definição 1: Domínio da função é o conjunto de todos os valores dados para a variável independente. Definição 2: Imagem da função é o conjunto de todos os valores correspondentes da variável dependente. Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos. Para isso, temos que definir antes o que é um produto cartesiano e uma relação entre dois conjuntos. Definição 3: Produto cartesiano: Dados dois conjuntos não vazios A e B , denomina-se produto cartesiano (indica-se: A ×B ) de A por B o conjunto formado pelos pares ordenados nos quais o primeiro elemento pertence a A e o segundo pertence a B . (Eq.1) A ×B ={( x , y )/ x ∈ A e y ∈B }. Definição 4: Relação: Dados dois conjuntos A e B , dá-se o nome de relação r de A em B a qualquer subconjunto de A ×B . (Eq.2) r é relação de A em B ⇔ r ⊂ A ×B . Exemplo: Sejam os conjuntos A ={0,1,2,3}, B ={0,2,4,6,8,10} e a relação r de A em B , tal que y =2 x , x ∈ A e y ∈B . Escrever os elementos dessa relação r . Como x ∈ A : x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A ×B ; x =1 ⇒ y =2 ⇒ (1,2)∈ A ×B ; x =2 ⇒ y =4 ⇒ (2,4)∈ A ×B ; x =3 ⇒ y =6 ⇒ (3,6)∈ A ×B . Então, r ={(0,0), (1,2), (2,4), (3,6)}. 3210 1 2 3 4 5 6 y x 7 8 9 10 [Fig.1]: Representação da relação por diagrama. [Fig.2]: Representação da relação por sistema cartesiano. 0 0A B 1 2 3 2 4 6 8 10 r Cálculo Diferencial e Integral 2 Obs.: Podemos observar que, numa relação r de A em B , o conjunto r é formado pelos pares ( x , y ) em que o elemento x ∈ A é associado ao elemento y ∈B mediante uma lei de associação (no caso, y =2 x ). 1.2 - Definição de função Definição 5: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma relação de A em B . Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do conjunto B . Nos exercícios a seguir, verifique se as relações representam função de A em B . Juntifique sua resposta e apresente o diagrama da relação. Exemplos: 1) Dados os conjuntos A ={0,5,15} e B ={0,5,10,15,20,25}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5, com x ∈ A e y ∈B . 0 0A B 5 15 5 10 15 20 25 x =0 ⇒ y =5 ⇒ (0,5)∈ A ×B ; x =5 ⇒ y =10 ⇒ (5,10)∈ A × B ; x =15 ⇒ y =20 ⇒ (15,20)∈ A ×B . • Todos os elementos de A estão associados a elementos de B . • A cada elemento de A está associado um único elemento de B . Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5 é uma função de A em B . 2) Dados os conjuntos A ={−2,0,2,5} e B ={0,2,5,10,20}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x , com x ∈ A e y ∈B . 0 A B 2 5 0 2 5 10 20 -2 x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A ×B ; x =2 ⇒ y =2 ⇒ (2,2)∈ A ×B ; x =5 ⇒ y =5 ⇒ (5,5)∈ A ×B . • O elemento −2 de A não está associado a nenhum elemento de B . Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B . Cálculo Diferencial e Integral 3 3) Dados os conjuntos A ={−3,−1,1,3} e B ={1,3,6,9}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = 2x , com x ∈ A e y ∈B . A B 1 3 1 3 6 9 -3 -1 x =−3 ⇒ y =9 ⇒ (−3,9)∈ A ×B ; x =−1 ⇒ y =1 ⇒ (−1,1)∈ A ×B ; x =1 ⇒ y =1 ⇒ (1,1)∈ A ×B ; x =3 ⇒ y =9 ⇒ (3,9)∈ A ×B . • Todos os elementos de A estão associados a elementos de B . • A cada elemento de A está associado um único elemento de B . Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = 2x é uma função de A em B . 4) Dados os conjuntos A ={16,81} e B ={−2,2,3}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula 4y = x , com x ∈ A e y ∈B . A B 81 -2 2 3 16 x =16 ⇒ y =−2 ou y =2 ⇒ (16,−2) e (16,2)∈ A × B ; x =81 ⇒ y =3 ⇒ (81,3)∈ A × B . • Todos os elementos de A estão associados a elementos de B . • O elemento 16 do conjunto A está associado a dois elementos do conjunto B . Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B . 1.3 – Notação de Função Quando temos uma função de A em B , podemos representá-la da seguinte forma: f : A→B (lê-se: função de A em B ) x a y (lê-se: a cada valor de x ∈ A associa-se um só valor y ∈B ) A letra f , em geral, dá o nome às funções, mas podemos ter também a função g , h , etc. Numa função g : R →R , dada pela fórmula y = 2x −8, podemos também escrever g ( x )= 2x −8. Neste caso, g ( 2 ) significa o valor de y quando x = 2 , ou g ( 2 )=−6. Cálculo Diferencial e Integral 4 1.4 - Domínio, contradomínio e imagem de uma função Uma função f com domínio A e imagens em B será denotada por: f : A→B (função que associa valores do conjunto A a valores do conjunto B ) x a y = f ( x ) (a cada elemento x ∈ A corresponde um único y ∈B ) O conjunto A é denominado domínio da função, que indicaremos por D . O domínio da função também chamado campo de definição ou campo de existência da função, serve para definir em que conjunto estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a variável x . O conjunto B é denominado contradomínio da função, que indicaremos por CD . É no contradomínio que estão os elementos que podem corresponder aos elementos do domínio. Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela função f . O conjunto de todos os valores de y que são imagens de valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos por Im . Note que o conjunto imagem da função é um subconjunto do contradomínio da mesma. f : A→B x a y = f ( x ) D = A , CD =B , Im ={ y ∈CD / y é correspondente de algum valor de x }. Exemplos: 1) Dados os conjuntos A ={−3,−1,0,2} e B ={−1,0,1,2,3,4}, determinar o conjunto imagem da função f : A→B definida por f ( x )= x +2. f (−3)=(−3)+2=−1 f (−1)=(−1)+2=1 f (0)=(0)+2=2 f (2)=(2)+2=4 A B 0 2 0 1 2 3 4 -3 -1 -1 Im ={−1,1,2,4} 2) Dada a função f : R →R definida por f ( x )=a x +b , com a ,b ∈R , calcular a e b , sabendo que f (1)=4 e f (−1)=−2. A lei de formação da função é f ( x )=a x +b ou y = a x +b . f (1)=4 ⇒ x =1 e y =4 ⇒ 4=a ⋅1+b (i) f (−1)=−2 ⇒ x =−1 e y =−2 ⇒ −2=a ⋅(−1)+b (ii) De (i) e (ii), temos: a + b = 4 −a + b = −2 2b = 2 ⇒ b =1 e a =3 a =3 e b =1 ⇒ f ( x )=3 x +1. Cálculo Diferencial e Integral 5 1.5 – Função Composta Tome as funções f : A→B , definida por f ( x )=2 x , e g : B →C , definida por g ( x )= 2x . Note que o contradomínio B da função f é o mesmo domínio da função g . f : A→B : a cada x ∈ A associa-se um único y ∈B , tal que y =2 x . g : B →C : a cada y ∈B associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y . Neste caso, podemos considerar uma terceira função, h : A→C , que faz a composição entre as funções f e g : A B C g h f x y z [Fig. 1]: Função composta h : A→C : a cada x ∈ A associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y = 22 )( x =4 2x . Essa função h de A em C , dada por h ( x )=4 2x , é denominada função composta de g e f . De um modo geral, para indicar como o elemento z ∈C é determinado de modo único pelo elemento x ∈ A , escrevemos: z = g ( y )= g ( f ( x )) Notação: A função composta de g e f será indicada por g o f (lê-se: g círculo f ) (Eq.3) ( g o f )( x )= g ( f ( x )) Exemplos: 1) Sejam as funções reais f e g definidas respectivamente por f ( x )= x +1 e g ( x )=2 2x −3. Determine: a) f ( g ( x )). f ( g ( x ))= f (2 2x −3)=2 2x −3+1=2 2x −2 f ( g ( x ))=2 2x −2. b) g ( f ( x )). g ( f ( x ))= g ( x +1)=2 21)( +x −3=2( 2x +2 x +1)−3=2 2x +4 x +2−3=2 2x +4 x −1 g ( f ( x ))=2 2x +4 x −1. c) Os valores de x para que se tenha f ( g ( x ))= g ( f ( x )). f ( g ( x ))= g ( f ( x )) 2 2x −2=2 2x +4 x −1 −2=4 x −1 4 x =1−2 x =− 4 1 . Cálculo Diferencial e Integral 6 3210 1 2 3 4 y x-1 -2 -1-2 4 f f -1 2) Sendo f ( x )=3 x −1 e f ( g ( x ))=6 x +8, determine g ( x ). Como f ( x )=3 x −1, então f ( g ( x ))=3⋅ g ( x )−1. Como f ( g ( x ))=6 x +8, então 3⋅ g ( x )−1=6 x +8. 3⋅ g ( x )−1=6 x +8 3⋅ g ( x )=6 x +8+1 g ( x )= 3 96 +x g ( x )=2 x +3. 1.6 – Função Inversa Definição 6: Função bijetora: A função f é denominada BIJETORA, se satisfaz as duas condições abaixo: • 1. O contradomínio de f coincide com sua imagem, ou seja, todo elemento do contradomínio é correspondente de algum elemento do domínio. • 2. Cada elemento do contradomínio de f é imagem de um único elemento do domínio. Definição 7: Diz-se que uma função f possui inversa 1−f se for bijetora. 1.6.1 – Determinação da Função Inversa Caso a função seja bijetora, possuindo portanto inversa, é possível determinar a sua inversa. Para isso “trocamos” a variável x por y na lei que define a função e em seguida “isolamos” o y , obtendo a lei que define a função inversa. É preciso apenas tomar certo cuidado com o domínio da nova função obtida. Exemplo: 1) Obter a lei da função inversa 1−f da função f dada por y = x +2. y = x +2 ⇒ função f . x = y +2 ⇒ trocando a variável x por y e y por x . y = x −2 ⇒ isolando y . Então, y = x −2 é a lei da função inversa da função dada por y = x +2. Logo: f ( x )= x +2 e 1−f ( x )= x −2 2) Construir os gráficos das funções f e 1−f do exercício anterior, num mesmo sistema de coordenadas. x f ( x ) x 1−f ( x ) −1 1 1 −1 0 2 2 0 1 3 3 1 2 4 4 2 Note que os gráficos das funções f e 1−f são simétricos em relação à reta que contém as bissetrizes do 1o e 3o quadrantes. Cálculo Diferencial e Integral 7 3) Determinar a função inversa 1−g da função g ( x )= 32 5 − + x x , cujo domínio é D =R − ⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ 2 3 . y = 32 5 − + x x ⇒ função g . x = 32 5 − + y y ⇒ trocando a variável x por y e y por x . (2 y −3) x = y +5 ⇒ isolando y . 2 x y −3 x − y =5 y (2 x −1)=3 x +5 y = 12 53 − + x x ⇒ 2 x −1≠0 ⇒ x ≠ 2 1 . Logo, 1−g : R − ⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ 2 1 → R − ⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧ 2 3 dada por y = 12 53 − + x x é a função inversa procurada. AULA 01 – EXERCÍCIOS 1) Seja a relação de A = {0, 1, 3} em B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} definida por g(x) = x2 – 4x + 3. Faça o diagrama de g e verifique se g é uma função de A em B. Em caso afirmativo escreva o conjunto imagem. 2) Seja a função f de D = {1, 2, 3, 4, 5} em R definida por f(x) = (x – 2)(x – 4). Determine o seu conjunto imagem. 3) Sejam f e g funções reais definidas, para todo o número real não nulo, por: ( )2583)( −⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +−= x x xxf e ( )2331 3 5)( 2 +−⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −= xx x xg Se a e b são números reais distintos tais que f(a) = g(a) e f(b) = g(b), calcule a + b 4) Considere a função f(x) real, definida por f(1) = 43 e f(x + 1) = 2f(x) – 15. Determine o valor de f(0) 5) Determine o domínio das seguintes funções: a) 54)( −= xxf b) 1 3)( 2 −= xxf c) xy 21−= d) 2 7 4 1 3 1)( −−−++ += x x xx xxf 6) Sendo 1 1)( −= xxf , x≠ 1 e 42)( −= xxg , ache o valor de ⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+ 2 1))2(( fggf . 7) Se 1 1)( −= xxf , qual o valor de x para que f(f(x)) =
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