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NORMA PENAL EM BRANCO

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NORMA PENAL EM BRANCO 
A norma penal em branco atua como fonte integradora do mundo real com direito positivado.
NORMA PENAL, lato sensu, é a categoria que complementa o sistema penal mediante princípios gerais e disposições sobre os limites e a ampliação de normas incriminadoras.
NORMA PENAL, stricto sensu, é a descrição das condutas ilícitas e das respectivas sanções.
Como qualquer norma jurídica, a penal compreende preceito e sanção; aquele contém o imperativo de proibição; esta comina punição á violação do comando primário. No preceito exprime-se a concepção de quais bens jurídicos serão alcançados pela tutela penal, proibindo-se ou estabelecendo-se atos em conformidade com essa proteção. Na sanção manifesta-se a coercibilidade estatal, a caracterizar a norma jurídica. 
A NORMA PENAL CARACTERIZA-SE: pela sua abstração, exclusividade, imperatividade, generalidade e impessoalidade. 
A NORMA PENAL TEM FINALIDADE de defender a sociedade, tutelando, para tanto, bens fundamentais, que, em razão desse amparo, passam á categoria dos bens jurídicos. Como função, traça limites entre as regiões do licito e ilícito. É por meio de seu reconhecimento que se saberá o que se deve fazer para não incorrer na punição. Esse conhecimento, bom se diga, não exige qualquer cultura jurídica, pois a norma penal deve (ou deveria) ser escrita em linguagem clara, acessível e objetiva, daí ninguém poder eximir-se de suas sanções, por mera alegação de desconhecimento da lei.
AS NORMAS PENAIS CLASSIFICAM-SE em incriminadoras, permissivas, finais- complementares ou explicativas-, gerais, locais, comuns, especiais e em brancos (lato sensu e stricto sensu).
AS NORMAS PENAIS EM BRANCO são disposições com sanção certa, mas com conteúdo primário indefinido. São normas de tipo momentaneamente vago, em que a descrição das circunstancia elementares do fato deve ser completada por outra disposição legal, já existente ou futura. Nessas normas, a enunciação do tipo mantém deliberadamente uma lacuna, que outro dispositivo legal virá integralizar.
A DOUTRINA ORDENA AS NORMAS PENAIS EM BRANCO em extensivas, restritivas e intermediárias. As extensivas são aquelas que por si só não conseguem expressar de maneira completa o sentido do tipo penal, necessitando sempre serem complementadas; restritivas, as que na sua complementação remetem o aplicador á legislação inferior; e intermediárias seriam a que o complemento se encontra fora do tipo.
O dispositivo que completa a norma penal em branco pode ser contido na mesma lei, provir do mesmo órgão legislativo ou de ato de autoridade diferente. Pode ser outra lei da mesma fonte donde emanou a lei penal, ou, ainda, lei e regulamentos de outros poderes, 
Normas penais em branco também chamadas de impróprias, homovitelíneas ou homogêneas, são aquelas em que o complemento é determinado pela mesma fonte formal da norma incriminadora. O órgão encarregado de formular o complemento é o mesmo órgão elaborador da norma penal em branco. 
Há, pois, homogeneidade de fontes, não obstante a norma depender de lei extrapenal para se completar. Como exemplo, pode-se citar o ART 237° do CP, que define crime o fato de “contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe causa nulidade absoluta”. Quais são esses impedimentos? A referida norma penal não informa, serão CC que determinará os impedimentos, absolutos ou públicos. 
Verifica-se que a lei extrapenal serve de complemento ao tipo penal previsto no atr237°, valendo ressaltar que, nos termos do art22° inciso I da CF, compete a União legislar sobre o DIREITO CIVIL E PENAL. Logo, embora o complemento esteja contido em outra lei, emana da mesma fonte legislativa. 
Já as normas penais em branco em sentido restrito, igualmente denominadas de próprias, heterovitelíneas ou heterogêneas, são aquelas cujo complemento esta contido em norma procedente de outra instancia legislativa ou administrativa, sendo irrelevante a hierarquia superior ou inferior de uma e de outra. 
JUAN JIMENES DE ASÚA, com oportunidade, lembra que, diante dos princípios da reserva legal e da divisão de poderes: a) a fonte formal heterogênea tem por missão apenas “determinar especificamente as condutas puníveis dentro do circulo em branco” b) “o poder de regulamentação se reduz á faculdade especifica, compreensiva somente das modalidades de interesse secundário ou de pormenor, indispensável para melhor execução da vontade legislativa”.
De qualquer forma, tantos as normas penais em branco homogêneas, quanto às heterogêneas, não são destituídas de preceito e, por isso, uma vez exequível (complementadas), não ofendem a reserva legal, não padecendo, assim, alias, majoritário entendimento doutrinário o jurisprudencial.

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