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ISSN 1413-9928 
(versão impressa) 
 
CADERNOS DE 
ENGENHARIA DE ESTRUTURAS 
Universidade de São Paulo 
Escola de Engenharia de São Carlos 
Departamento de Engenharia de Estruturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
______________________________________________________________________ 
 
Avaliação da segurança estrutural de sistemas 
inovadores: estudo de caso 
 
 
Fabiana Lopes de Oliveira 
Eloy Ferraz Machado Junior 
______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
Número 5 
São Carlos, 1998 
 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
Reitor: Professor Titular 
 JACQUES MARCOVITCH 
 
Vice-Reitor: Professor Titular 
 ADOLPHO JOSÉ MELFI 
 
 
 
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS 
 
Diretor: Prof. Titular 
 JURANDYR POVINELLI 
 
Vice-Diretor: Prof. Titular 
 WOODROW NELSON LOPES ROMA 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS 
 
Chefe do Departamento: Prof. Titular 
 WILSON SÉRGIO VENTURINI 
 
 Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Titular 
 JOÃO BENTO DE HANAI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impressão e acabamento: Serviço Gráfico-EESC-USP 
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ESTRUTURAL DE SISTEMAS
INOVADORES - ESTUDO DE CASO
Fabiana Lopes de Oliveira1 & Eloy Ferraz Machado Junior2
RESUMO
A COHAB - R.P, através do PROTECH - Programa de Difusão de Tecnologia para
Construção de Habitação de Baixo Custo - projeto criado no âmbito da Secretaria Geral
da Presidência da República, realizou recentemente a Vila Tecnológica de Ribeirão
Preto, com 111 casas construídas com as mais variadas tecnologias em 11 sistemas
construtivos diferentes. Visando a qualificação desses sistemas junto ao PROTECH,
para futuros empreendimentos, os sistemas foram avaliados quanto ao comportamento
estrutural, através de ensaios padronizados, usando-se como valor de referência o
desempenho de uma habitação convencional "padrão COHAB". A avaliação de
desempenho é uma prática que vem se consolidando cada vez mais na construção civil e
consiste em prever o comportamento potencial do edifício, seus elementos e instalações,
quando submetidos a condições normais de exposição, e avaliar se tal comportamento
satisfaz as exigências do usuário. Neste trabalho, são apresentados a metodologia
utilizada na avaliação da segurança estrutural dos sistemas construtivos inovadores, o
desempenho de cada um frente ao padrão de referência adotado, como também, os
resultados dos ensaios.
Palavras chave: avaliação de desempenho, sistemas construtivos inovadores, segurança
estrutural.
1 INTRODUÇÃO
Com a racionalização e a industrialização da construção civil, que tornaram
possível o aparecimento de novos produtos e métodos construtivos, surgiram também
questões relevantes como a de avaliar estas soluções inovadoras, que atualmente vem se
destacando, principalmente, na edificação de habitações populares.
Alguns países europeus, como a França e a Inglaterra já possuem diretrizes, para
avaliação de construções inovadoras garantindo, assim, que um produto novo e
desconhecido terá desempenho satisfatório quando for usado na construção.
A avaliação de desempenho no Brasil é uma prática que vem se consolidando no
setor da construção civil desde a década de 80, quando a Divisão de Edificações do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT introduziu o conceito
de desempenho associado às condições de exposição e, principalmente, às necessidades
 
1 Enga. Civil, Mestre em Engenharia de Estruturas, Aluna do doutorado do Departamento de Engenharia
de Estruturas da EESC-USP. E-mail: fabianal@sc.usp.br
2 Eng. Civil, Doutor em Engenharia de Estruturas, Professor do Departamento de Engenharia de
Estruturas da EESC-USP.E-mail: efemacjr@sc.usp.br
2
do usuário. Juntamente com o extinto Banco Nacional de Habitação - BNH, o IPT
realizou projetos como "Formulação de Critérios para Avaliação de Desempenho de
Habitações" e “Normalização de Interesse da Construção de Habitações", que deram
origem ao considerado "guia" para a avaliação de desempenho "Avaliação de
Desempenho de Habitações Térreas Unifamiliares".
2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESTRUTURAL
A avaliação de desempenho é fundamentada em requisitos, critérios e métodos
de avaliação que permitem constatar se o edifício e seus componentes obedecem às
condições exigidas.
Segundo MITIDIERE FILHO & SOUZA (1994), os requisitos e critérios de
desempenho são entendidos como as condições qualitativas e quantitativas,
respectivamente, às quais um determinado produto deve atender quando submetido às
condições de exposição, a fim de que sejam satisfeitas as exigências do usuário.
Os métodos de avaliação são entendidos como métodos uniformizados que
permitem verificar se um determinado produto atende aos requisitos e critérios de
desempenho para ele fixados (IPT, 1981). Dentre eles, estão ensaios e medidas,
cálculos, e também a tendência de fixar o tradicional como referência, comparando-o
com os novos produtos a fim de julgá-los satisfatórios ou não. É ressaltada a
importância da reprodução dos métodos de ensaio, quando se trata de fins de aprovação
do produto.
As exigências dos usuários, quanto à segurança estrutural, estão relacionadas
com a necessidade da estrutura não atingir o estado limite de utilização ou estado limite
último. Para tal avaliação de um sistema, é necessário conhecer sua resistência a
determinadas ações, tais como cargas de vento, cargas impostas à estrutura e demais
elementos, impactos de corpo mole, impactos de corpo duro e impactos de portas.
A metodologia empregada para a avaliação de desempenho de um sistema
inovador pode ser resumida no cronograma a seguir:
Exigências do Usuário ®® Edifício e suas Partes ¬¬ Condições de Exposição
 ¯¯
Requisitos de Desempenho
 ¯¯
Critérios de Desempenho
 ¯¯
 Métodos de Avaliação
3
3 ESTUDO DE CASO
Os sistemas construtivos inovadores, que atualmente vêm tomando destaque na
construção civil, para solucionar o déficit habitacional entre a população de baixa renda,
surgiram com a finalidade de construir-se mais, gastando-se menos. Consequentemente,
surgiu também a necessidade de avaliar estes sistemas para que ofereçam o mínimo de
segurança e durabilidade.
Através do PROTECH - Programa de Difusão de Tecnologia para Construção de
Baixo Custo, instituído pela Secretaria Geral da Presidência da República, a COHAB-
R.P. inaugurou recentemente a Vila Tecnológica, constituída de 111 casas com 11
sistemas construtivos diferentes visando a redução de custo sem prejudicar a qualidade
de moradia. Tendo como objetivo a qualificação desses sistemas junto ao PROTECH,
para futuros empreendimentos, os sistemas foram avaliados quanto ao comportamento
estrutural, através de ensaios padronizados, usando-se como valor de referência o
desempenho de uma habitação convencional "padrão COHAB".
4 METODOLOGIA UTILIZADA
Tomando-se como estudo de caso a Vila Tecnológica de Ribeirão Preto, por
apresentar variedade de construção, e escolhendo-se para método de avaliação os
ensaios em campo - por apresentar resultados mais condizentes e por tratar de fins de
"aprovação" de produtos- foram realizados em cada sistema os ensaios de impactos de
corpo mole, impactos de corpo duro, cargas provenientes de peças suspensas e
fechamento brusco de portas. Não foram realizados o ensaio de cargas impostas à
estrutura, visto que as unidades já estavam concluídas, estando portanto com suas
devidas cargas atuantes, e também o ensaio de forças devidas à ação de vento, dada a
difícil viabilização de sua execução, tratando-se de ensaios realizados em campo.
Além disso, levando-se em consideração que a avaliaçãode novos sistemas
construtivos tende a ser feita tomando-se o método tradicional como referência e
fazendo-se o julgamento por comparação, considerou-se a casa de alvenaria de blocos
vazados cerâmicos, como modelo convencional de construção. Os resultados
encontrados foram comparados com os valores obtidos, para os mesmos ensaios, em
uma unidade padrão construída pela COHAB-RP.
Como a maioria dos critérios de avaliação, utilizados, está relacionada com a
deformação e altura da parede (h), formulou-se uma relação que permita a comparação
direta entre as deformações de cada sistema construtivo e o modelo padrão COHAB.
Este procedimento elimina as variáveis entre cada sistema de construção e evita a
comparação pura e simples de resultados, o que não teria sentido na avaliação
pretendida.
1 - ( deformação máxima permitida pelo critério - deformação observada)
deformação máxima permitida pelo critério
Como exemplo de interpretação da expressão acima, pode-se dizer que, caso o
resultado seja 0,7 ou 70%, o valor da deformação é equivalente a 70% do máximo
permitido, ou ainda, se o resultado for 130%, significa que a deformação ultrapassou
30% o máximo permitido.
4
Os resultados obtidos através da forma acima descrita foram comparados com os
valores de referência e com os valores máximos admissíveis pelo critério de
desempenho. Para a avaliação foram adotados 3 níveis de qualidade: satisfatório,
regular e insatisfatório. Consideraram-se satisfatórios os sistemas que possuem seus
resultados menores ou iguais ao padrão COHAB (valores £ COHAB), regulares os
sistemas cujos valores estiverem entre o padrão COHAB e o máximo admitido pelo
critério (COHAB £ valores £ CRITÉRIO) e insatisfatórios os sistemas que tiverem seus
valores maiores que o limite máximo admissível.
Os sistemas construtivos avaliados estão descritos a seguir:
Padrão COHAB - (habitação convencional); casa de alvenaria de tijolo cerâmico com 6
 furos revestido e sem forro;
Sist. constr. B - painéis estruturais pré-fabricados em concreto;
Sist. constr. C - painéis autoportantes, tipo sanduíche, estrutura interna de madeira
tratada e recoberta por chapa tipo "Hard Board", revestida com
argamassa epóxica;
Sist. constr. D - alvenaria de tijolos de solo - cimento vazados intertravados;
Sist. constr. E - painéis pré-fabricados em concreto armado com núcleo de bloco
 Cerâmico;
Sist. constr. F - blocos cerâmicos, com encaixe macho-fêmea, permitindo a
 superposição e o intertravamento, dispensando o uso da argamassa;
Sist. constr. G- painéis pré-fabricados de poliestireno expandido e tela de aço,
 revestidos com argamassa jateada;
Sist. constr. H - painéis em madeira de lei industrializada;
Sist. constr. I - painéis pré-fabricados tipo sanduíche de concreto e núcleo de
 Poliestireno;
Sist. constr. J - blocos de concreto com sistema de auto-encaixe e auto-travamento,
 executado com massa especial;
Sist. constr. K - colunas pré-moldadas espaçadas com placas pré-fabricadas em
 concreto imitando tijolo à vista.
5 REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO
Os requisitos e critérios de desempenho utilizados foram os estabelecidos no
relatório desenvolvido pelo IPT "Avaliação de Desempenho de Habitações Térreas
Unifamiliares". De acordo com o ensaio realizado, relacionam-se os requisitos e
critérios de desempenho correspondentes.
5
5.1 Impactos de corpo mole de grande dimensão em paredes externas:
a) Requisito
Sob ação de impacto de corpo mole decorrente da utilização normal da
edificação, as paredes externas devem apresentar resistência satisfatória e suas
deformações devem manter-se dentro dos limites aceitáveis.
b)Critério
Aplica-se às paredes externas com função portante que quando submetidas a
impactos de corpo mole, devem atender às seguintes exigências: sob ação dos impactos
de 120J, 240J(3), 360J e 480J, não devem ocorrer danos; sob ação dos impactos de 720J
e 960J a não ocorrência de ruína; sob ação do primeiro impacto com energia de 240J, a
deformação horizontal não deve ser maior que h/250, e a deformação horizontal
residual, medida no terceiro impacto de 240 J, não deve ser maior que h/1250.
5.2 Impactos de corpo duro de pequena e grande dimensão em paredes externas:
a)Requisito
Sob ação de impacto de corpo duro decorrente da utilização normal da
edificação, as paredes não devem apresentar ruptura ou avarias graves que prejudiquem
sua função ou aspecto.
b)Critério
Aplica-se às paredes com ou sem função estrutural, nas quais, quando sujeitas a
impactos de corpo duro de pequenas dimensões aplicados em qualquer ponto, não
devem ocorrer fissuras ou estilhaçamentos e mossas superiores a 2,0 mm. Sob impactos
de corpo duro de grandes dimensões também aplicados em qualquer ponto da parede,
não deve ocorrer ruptura ou transpassamento.
5.3 Cargas provenientes de peças suspensas em paredes internas:
a)Requisito
As paredes externas e divisórias internas devem apresentar resistência mecânica
aos esforços produzidos por cargas provenientes de peças suspensas como armários,
prateleiras, etc, e suas deformações devem manter-se dentro dos limites aceitáveis
compatíveis com as condições de utilização previstas.
b)Critério
Aplica-se às paredes externas e internas com ou sem função estrutural que
provavelmente receberão cargas provenientes de armários, lavatórios, prateleiras, etc..
Estas paredes devem resistir a um carregamento de 1kN ou 1,5 vezes a carga a ser
transmitida pela peça suspensa, aplicado em dois pontos, distantes 30 cm da parede. Não
devem ocorrer: deformações horizontais maiores que h/500, deformações horizontais
residuais maiores que h/2500 (h=altura da parede) e rupturas, fissuras ou arrancamento
dos dispositivos de fixação.
6
5.4 Solicitações transmitidas por fechamento brusco de portas em paredes
 externas:
a)Requisito
As paredes não devem apresentar avarias graves nem rupturas quando
submetidas a solicitações transmitidas por portas externas.
b)Critério
Aplica-se às paredes externas e internas com ou sem função estrutural, nas quais,
quando submetidas à ação transmitida por fechamento brusco não devem ocorrer
rupturas, fissurações, destacamentos ou cisalhamento no contorno do marco.
6 DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS REALIZADOS
a) Ensaio de corpo mole
Visa verificar o comportamento de paredes quando submetidas a impactos de
corpo mole decorrentes de choques acidentais provocados pelo próprio uso da
edificação ou choques provocados por tentativas de intrusões, intencionais ou não. A
aparelhagem utilizada no ensaio é baseada na norma MB-3256 "Divisórias Leves
Internas Moduladas - Verificação da Resistência a Impactos". O procedimento do ensaio
consiste em suspender um saco cilíndrico couro (diâmetro=35cm e altura=90cm) com
massa de 40kg, de modo que, na posição de repouso, tangencie o corpo de prova. Para a
produção dos impactos, deve-se afastar o saco de couro até que o seu centro de
gravidade alcance as alturas de 30, 60, 90, 120 e 240 cm, a partir do centro de gravidade
da parede, de tal modo que atinja o corpo de prova com energias de 120, 240(3), 360,
480, 960J, respectivamente.
b) Ensaio de corpo duro
Verifica o comportamento de paredes quando submetidas a choques gerados
dentro da edificação, decorrentes do seu uso, ou externamente através de corpo duro de
grande e pequena dimensão. A aparelhagem utilizada no ensaio é baseada na norma
MB-3256 "Divisórias Leves Internas Moduladas - Verificação da Resistência a
Impactos". O procedimento do ensaio consiste em aplicar aleatoriamente, na face da
parede a ser ensaiada, 10 impactos com esferas de 0,5 kg e 1 kg, suspendendo-as às
alturas de 0,75 m e 2 m, de modo que as energias de impacto sejam, respectivamente, de
3,75J e 20J.
c) Ensaio de cargas provenientes de peças suspensas
Verifica o comportamento de paredes quando submetidas a solicitaçõesde
cargas provenientes de peças suspensas, como armários, prateleiras, pias, etc.. A
aparelhagem do ensaio é baseada na norma MB3259 "Divisórias Leves Moduladas -
Verificação do Comportamento sob Ação de Cargas Provenientes de Peças Suspensas".
O procedimento do ensaio consiste em, após a fixação de mãos francesas e relógios
comparadores na face oposta da parede ensaiada, aplicar a carga (contra pesos)
gradativamente até atingir 1 kN. A carga permanece aplicada por 24 horas, quando são
registradas as deformações horizontais e, 15 minutos após a retirada da carga, as
deformações residuais.
7
d) Ensaio de fechamento brusco
Verifica o comportamento de paredes devido à interação de portas quando estas
são submetidas a fechamentos bruscos por manobras anormais como, por exemplo, o
vento. A aparelhagem do ensaio é baseada na norma NBR 8054 "Porta de Madeira de
Edificação - Verificação do Comportamento da Folha submetida a Manobras
Anormais". O procedimento do ensaio consiste em aplicar perpendicularmente ao plano
da porta, uma força de 150 N no sentido de provocar o seu fechamento. A folha, antes
da aplicação da força, é mantida aberta num ângulo de 60o com o plano do batente.
Realizam-se 10 fechamentos bruscos e, após cada um deles, são inspecionadas, tanto a
parede no seu entorno, quanto a porta para registro das ocorrências.
7 RESULTADOS
As tabelas que se seguem apresentam os resultados da relação entre a
deformação máxima encontrada no campo e o máximo admitido pelo critério. Os
gráficos representam a classificação dos sistemas analisados em relação ao padrão
COHAB.
Tabela 01 – Ensaio de Impacto de Corpo Mole 240J – 1º impacto
Sistemas
Construtivos
dh
 (mm)
dhmáx (h/250)
(mm)
1 – (dhmáx – dh) (%)
dhmáx
COHAB 1.70 11.40 14.90
B 0.50 10.30 4.90
C 13.00 10.90 119.30
D 7.10 10.00 71.00
E 0.00 10.00 0.00
F 1.10 10.80 10.20
G 3.00 11.50 26.10
H 32.50 12.00 270.80
I 1.80 10.00 18.00
J 0.40 11.20 3.60
K 5.80 10.70 54.20
A avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB é ilustrada
graficamente na figura 01.
8
Figura 1 - Avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB.
Tabela 02 – Ensaio de Impacto de Corpo Mole 240J – 3º impacto
Sistemas
Construtivos
dhr
 (mm)
dhrmáx (h/1250)
(mm)
1 – (dhrmáx – dhr) (%)
dhrmáx
COHAB 00.00 2.30 00.00
B 00.10 2.10 4.8
C 00.10 2.20 4.5
D 00.00 2.00 00.00
E 00.00 2.00 00.00
F 00.00 2.20 00.00
G 00.10 2.30 4.3
H 00.00 2.40 00.00
I 00.00 2.00 00.00
J 00.00 2.20 00.00
K 00.00 2.10 00.00
A avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB é ilustrada
graficamente na figura 02.
0
50
100
150
200
250
300
%
B C D E F G H I J K
sistemas
 1 - (dh m áx. - dh) / dh m áx.
limite 
critério
insat is fató rio
padrão 
COHA B
regular
sat is fatório
9
Figura 2 - Avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB.
Tabela 03 – Ensaio de Impacto de Corpo Duro
Sistemas
Construtivos
Dhr
 (mm)
dmáx
(mm)
1 – (dmáx – d) (%)
dmáx
COHAB 01.00 2.00 50.00
B 00.00 2.00 00.00
C 00.00 2.00 00.00
D 01.00 2.00 50.00
E 00.50 2.00 25.00
F 01.00 2.00 50.00
G 00.90 2.00 45.00
H 00.00 2.00 00.00
I 00.50 2.00 25.00
J 03.40 2.00 170.00
K 00.00 2.00 00.00
0
20
40
60
80
100
%
B C D E F G H I J K
sistemas
1 - (dhrmáx. - dhr) / dhrmáx.
limite 
critério
insat is fató rio
padrão 
COHA B
regular
sat is fatório
10
A avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB é ilustrada
graficamente na figura 03.
Figura 3 - Avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB.
Tabela 04 – Ensaio de Peças Suspensas – Deformações Instantâneas
Sistemas
Construtivos
dh
 (mm)
dhmáx (h/500)
(mm)
1 – (dhmáx – dh) (%)
dhmáx
COHAB 0.14 5.70 2.5
C 0.33 5.46 6.00
D 0.53 5.00 10.60
E 0.21 5.00 4.2
F 0.03 5.42 0.60
G 0.70 5.76 12.20
H 3.43 6.00 57.20
I 1.01 5.00 20.20
J 0.03 5.60 0.50
K 0.10 5.40 1.90
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
%
B C D E F G H I J K
sistemas
1 - (dmáx.-d) / dmáx.
limite 
critério
padrão 
COHA B
insat is fató rio
regular
sat is fatório
11
A avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB é ilustrada
graficamente na figura 04.
Figura 4 - Avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB.
Tabela 05 – Ensaio de Peças Suspensas – Deformações Residuais
Sistemas
Construtivos
dhr
 (mm)
dhrmáx (h/2500)
(mm)
1 – (dhrmáx – dhr) (%)
dhrmáx
COHAB 0.13 1.10 11.82
C 0.21 1.10 19.09
D 0.29 1.00 29.00
E 0.13 1.00 13.00
F 0.03 1.10 2.73
G 0.70 1.20 58.33
H 1.03 1.20 85.83
I 1.00 1.00 100.00
J 0.02 1.10 1.82
K 0.05 1.10 4.55
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
C D E F G H I J K
sistemas
1 - (dh m áx.-dh) / dhm áx. 
limite 
critério
padrão 
COHA B
insat is fató rio
regular
sat is fatório
12
A avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB é ilustrada
graficamente na figura 05.
Figura 5 - Avaliação dos sistemas construtivos em relação ao padrão COHAB.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
C D E F G H I J K
sistemas
1 - (dhrmáx.-dhr) / dhrm áx.
limite 
critério
insat is fató rio
padrão 
COHA B
regular
sat is fatório
13
Tabela 06 – Ensaio de fechamento brusco de portas
Sistemas
Construtivos
Registro das ocorrências
padrão COHAB danos na fechadura; funcionabilidade da chave prejudicada; sem
danos à parede
B fissura no contorno do batente na parte superior direita, face
interna; fissura no rejuntamento do revestimento externo
C fissura vertical na junção painel/marco , lado esquerdo face
interna da parede
D afundamento da porta na região da fechadura; sem danos à parede
E fissuras no entorno do batente; destacamento na região de fixação
esquerda; desprendimento do revestimento na parte superior do
batente, face interna
F ruptura da folha da porta; sem danos à parede; ensaio encerrado no
7º fechamento brusco
G ruptura da folha da porta; sem danos à parede; ensaio encerrado no
7º fechamento brusco
H lascamento da guarnição superior do batente; diminuição da
rigidez do conjunto painel/porta
I ruptura da folha na região da fechadura e no canto inferior
esquerdo; sem danos à parede
J destacamento do batente na parte externa; fissura vertical na
parede próximo ao batente, face interna inferior
K ruptura da solda entre o montante da porta e o perfil de
sustentação do vidro na região da fechadura; funcionabilidade da
fechadura prejudicada
Tabela 07 – Avaliação dos Sistemas em Relação ao Padrão COHAB
Sistema Construtivo Avaliação
B Regular
C Regular
D Satisfatório
E Regular
F Insatisfatório
G Insatisfatório
H Insatisfatório
I Satisfatório
J Regular
K Regular
14
8 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na avaliação relativa ao ensaio de impactos de corpo mole de grande dimensão
foram levados em consideração os critérios admitidos pelo IPT e os valores de
referência do sistema construtivo convencional “padrão COHAB”.
Os sistemas construtivos E, F e J não apresentaram nenhuma ocorrência nos
impactos de 120 a 960J. As deformações instantâneas e residuais apresentaram valores
menores que os do padrão de referência COHAB, sendo então avaliados como
satisfatórios.
Apesar do sistema construtivo G não ter apresentado nenhuma ocorrência
durante os impactos, os resultados tanto da deformação instantânea como da residual
mantiveram-se entre o limite admitido pelo critério e o padrão COHAB, portanto, foi
avaliado como regular.
Observou-se que, na deformação instantânea, o sistema construtivo C foi
considerado insatisfatórioem relação ao padrão COHAB mas não foram constatados
valores significativos na deformação residual. Provavelmente, isto tenha ocorrido
devido ao comportamento elástico do painel (grandes deslocamentos sem deformações
residuais consideráveis). Nos impactos de 720 e 960J, não houve ruína do elemento
ensaiado, e nos demais impactos, registrou-se uma pequena fissura na junta direita do
painel. Levando-se em consideração as ocorrências e deformações encontradas, o
sistema construtivo C foi considerado regular em relação ao padrão COHAB.
Na deformação instantânea os sistemas construtivos D e I foram considerados
regulares, mas não foram registradas deformações residuais no 3º impacto de 240J.
Ambos apresentaram pequenas fissuras durante os impactos de 120, 240, 360 e 480J,
mas não houve ruína nos impactos de 720 e 960J. Os sistemas construtivos D e I foram
avaliados como regulares em confronto com o padrão de referência adotado.
Não foi observada nenhuma ocorrência no sistema construtivo B, e a deformação
instantânea registrada no 1º impacto de 240J estava abaixo do limite padrão COHAB.
Também não foram constatados valores significativos na deformação residual, apesar de
seus valores serem maiores que os do padrão de referência adotado. O sistema
construtivo, portanto, foi avaliado como satisfatório.
Os sistemas construtivos H e K, apesar de não apresentarem deformações residuais após
o 3º impacto de 240J, foram considerados insatisfatórios em relação ao padrão COHAB,
pois atingiram a ruína com energia de impacto de 960J e 720J respectivamente.
No ensaio de corpo duro de pequena e grande dimensão, no que se refere à não-
ocorrência de ruptura ou transpassamento, para impactos de 20J, o critério de
desempenho foi totalmente cumprido pelos sistemas construtivos avaliados pois, não
foram registradas ocorrências de qualquer natureza, igual, portanto, ao do padrão
COHAB.
Já nos impactos de 3,75J, as ocorrências observadas nos sistemas construtivos A
e H foram consideradas de pequena monta.
A profundidade das mossas, em todos os sistemas, mantiveram-se dentro do limite de
referência padrão COHAB.
15
Apenas o sistema J apresentou resultado superior ao limite permitido mas, como
já justificado, este acontecimento se deve mais ao engrossamento do revestimento da
parede, acarretado mais por falhas na colocação dos blocos, do que à resistência da
parede, sendo então avaliado como regular.
Os demais sistemas construtivos analisados, de maneira geral, tiveram um
comportamento satisfatório, pois seus resultados não ultrapassaram o limite obtido no
“padrão COHAB”.
Para avaliação dos sistemas construtivos em relação ao ensaio de cargas
provenientes de peças suspensas, levaram-se em consideração as deformações
instantâneas e residuais, as ocorrências registradas no elemento ensaiado após 24 horas
de carregamento e os resultados obtidos no padrão de referência COHAB.
Os valores das deformações instantâneas e residuais mantiveram-se abaixo dos
valores de referência padrão COHAB, nos sistemas construtivos F, J e K. Não foram
constatadas ocorrências. Logo, estes sistemas construtivos foram avaliados como
satisfatórios em relação ao padrão de referência adotado.
Os sistemas construtivos C, D, E, G e I não apresentaram qualquer tipo de
ocorrência e as deformações instantâneas e residuais tiveram valores entre o limite
admitido pelo critério e o padrão COHAB, sendo então avaliados como regulares.
Apesar de manifestar deformações instantâneas e residuais abaixo do limite do
critério, o sistema construtivo H apresentou, após 24 horas de manutenção do
carregamento, empenamento das tábuas que sustentavam o dispositivo da carga. Logo, o
sistema construtivo H foi considerado insatisfatório em relação ao padrão COHAB.
Não foi possível a avaliação do sistema construtivo B em relação a cargas
provenientes de peças suspensas, pois o ensaio foi prejudicado por operários que
trabalhavam no local.
No ensaio de fechamento brusco, a avaliação foi feita considerando-se o critério
estabelecido (não ocorrência de rupturas, fissurações, destacamentos ou cisalhamento no
contorno do marco) e as ocorrências registradas na casa padrão COHAB.
Os sistemas construtivos avaliados como regulares em relação ao padrão
COHAB foram aqueles que apresentaram pequenas fissuras no contorno do batente e/ou
desprendimento do revestimento, como os sistemas construtivos B, C, E, J e K.
Não foram registradas ocorrências nas paredes externas analisadas dos sistemas
construtivos D e I, sendo portanto avaliados como satisfatórios em confronto com o
padrão de referência adotado.
O sistema construtivo H foi considerado insatisfatório em relação ao padrão
adotado, por apresentar diminuição na rigidez do conjunto painel/porta.
Como já registrado, observou-se uma certa fragilidade das folhas das portas empregadas
nos sistemas construtivos analisados, o que influenciou na avaliação relativa ao ensaio,
pois os sistemas construtivos F e G foram considerados insatisfatórios em relação ao
padrão COHAB pelo encerramento do ensaio no 7º fechamento brusco, devido a danos
na porta, sem se terem registrado, até então, quaisquer ocorrências nas paredes.
16
9 CONCLUSÕES
O conceito de desempenho é aplicado em produtos nos quais não existe uma
normalização técnica específica, sendo, então, necessária a sua utilização para constatar
se as exigências dos usuários estão sendo atendidas.
A necessidade da aplicação deste conceito cresce juntamente com a
industrialização da construção civil, que tenta suprir o déficit habitacional através de
sistemas construtivos inovadores.
A avaliação desses sistemas construtivos carece ainda de uma metodologia que
especifique os limites mínimos de qualidade a serem alcançados.
Em alguns países europeus, a produção de sistemas construtivos novos sempre
foi acompanhada da avaliação de desempenho, diminuindo assim, as restrições no que
se refere à introdução de construções inovadoras. Desde 1965 o CSTB (Centre
Scientifique et Techinique du Bâtiment), da França, já publicava exigências a serem
cumpridas por habitações leves.
No Brasil, a falta de uma normalização dificulta a introdução de sistemas
construtivos com qualidade, pois os fabricantes e construtores não possuem parâmetros
em que se baseiem para garantir a qualidade do produto final, sendo então lançadas no
mercado tecnologias não testadas ou avaliadas.
É importante citar que, para a elaboração das normas de desempenho, devem-se
determinar requisitos e critérios de desempenho a que um determinado produto deve
atender, independentemente de sua forma e natureza. Isto porque podem abranger vários
produtos ainda não normalizados, o que não acontece com os códigos de obras ou as
normas prescritivas. Uma mudança, já verificada, mas que ainda carece de um
embasamento maior de especificações, é registrada no novo CÓDIGO DE OBRAS E
EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (1992), que relaciona o
desempenho de uma edificação como uma das especificações a serem atendidas.
É registrado no referido código: “o desempenho obtido pelo emprego de
componentes, em especial daqueles ainda não consagrados pelo uso, bem como quando
em utilizações diversas das habituais, será de inteira responsabilidade do Profissional
que os tenha especificado ou adotado. A Prefeitura Municipal de São Paulo poderá
desaconselhar o emprego de componentes considerados inadequados, que possam vir a
comprometer o desempenho desejável, bem como referendar a utilização daqueles cuja
qualidade seja notável”.
Já a implementação de certificados de homologação para produtos novos deve
ser interpretada como uma forma de determinar a viabilidade ou não de uso do sistema
inovador, pois eles não garantem integralmente sua qualidade. Além disso, a
implementação requer todo um sistema estruturado de aprovação como a UEAtc (Union
Européene pour L’agreemente Techinique dans la Construction)na Europa.
Depois da aplicação prática deste estudo, concluiu-se que os programas que
surgem tentando resolver o déficit habitacional no país, incentivando as soluções
inovadoras com objetivo de construir-se mais, gastando-se menos, sem prejudicar a
qualidade do produto, devem estar acompanhados de um projeto de avaliação para se
constatar a qualidade dos sistemas construtivos, pois assim evitariam a construção de
habitações que não satisfazem as exigências dos usuários.
17
A falta de maiores informações sobre o produto nos projetos e especificações
técnicas necessárias, por partes dos fabricantes, ocasiona dúvidas e ocorrências não
previstas, tanto na avaliação, quanto durante a ocupação da habitação pelos usuários.
Fato este evidenciado durante o ensaio de cargas provenientes de peças suspensas, pois,
não constavam, nas especificações, o sistema de fixação adequado para cada tecnologia,
nem o local destinado a elas.
É relevante citar a importância da avaliação de desempenho de novas tecnologias
para a habitação antes de entrarem no mercado. Isto porque os sistemas construtivos que
obtiveram avaliação insatisfatória foram justamente os que não apresentaram, no
processo licitatório da Vila Tecnológica, resultados de ensaios realizados em
laboratório.
Vale lembrar que, apesar de alguns sistemas construtivos necessitarem de
melhorias para alcançarem os valores mínimos de qualidade adotados neste trabalho, os
mesmos são considerados satisfatórios pelos critérios de desempenho.
Com os resultados obtidos na avaliação proposta, pode-se verificar que as
tecnologias avaliadas no conjunto apresentaram um bom resultado no contexto geral de
cada ensaio, como se observa a seguir:
Tabela 11 - Porcentagem dos níveis de qualidade em relação aos ensaios realizados
Impactos de
corpo mole
Impactos de
corpo duro
Peças
suspensas
Fechamento
brusco
Satisfatório 40% 90% 30% 20%
Regular 40% 10% 50% 50%
Insatisfatório 20% 0% 10% 30%
*10%
* ensaio prejudicado
Figura 42 - Porcentagem dos níveis de qualidade em relação ao ensaio de impactos de
 corpo mole de grande dimensão
Ensaio de impactos de corpo mole
satisfatório
40%
regular
40%
insatisf.
20%
satisfatório
regular
insatisf.
18
Figura 43 - Porcentagem dos níveis de qualidade em relação ao ensaio de impactos de
 corpo duro de pequena e grande dimensão.
Figura 44 - Porcentagem dos níveis de qualidade em relação ao ensaio de cargas
 provenientes de peças suspensas.
Figura 45 - Porcentagem dos níveis de qualidade em relação ao ensaio de fechamento
 brusco de portas.
Ensaio de impactos de corpo duro
satisfatório
90%
insatisf.
0%
regular
10%
satisfatório
regular
insatisf.
Ensaio de peças suspensas
satisfatório
30%
regular
50%
insatisf.
10%
ensaio 
prejudicado
10%
satisfatório
regular
insatisf.
ensaio prejudicado
Ensaio de fechamento brusco
regular
50%
insatisf.
30%
satisfatório
20%
satisfatório
regular
insatisf.
19
A avaliação estrutural realizada na Vila Tecnológica de Ribeirão Preto
proporcionou bases racionais à identificação de falhas dos sistemas construtivos nela
empregados. Por isso, esta avaliação foi considerada um fator relevante na identificação
de determinados aspectos que devem ser modificados para proporcionar ao sistema
construtivo um desempenho satisfatório.
Vale ressaltar que a avaliação de um sistema inovador não se restringe apenas à
segurança estrutural . Há outras exigências a serem levadas em consideração para a
avaliação total de um sistema inovador, como, por exemplo, conforto térmico, conforto
acústico, estanqueidade à água, etc.. Mas tal avaliação é fator essencial para garantir a
durabilidade do produto e segurança do usuário. Sugere-se então que, na avaliação geral
de uma nova tecnologia, o desempenho estrutural seja fator relevante para a aprovação
do produto.
Ressalta-se também que, embora os sistemas construtivos não tenham sido
verificados para cargas verticais e principalmente para o vento, soluções novas, bem
mais leves e baratas, tendem a apresentar problemas sob ação do vento, sendo portanto,
importante verificar seu desempenho frente a forças devidas à ação de vento.
Espera-se então que a avaliação proposta possa contribuir para futuras
avaliações, além de fornecer aos fabricantes subsídios para a melhoria da qualidade de
novas tecnologias a serem lançadas no mercado.
A avaliação dos sistemas, levando-se em consideração o conjunto dos ensaios e o
padrão de referência adotado, é mostrada na tabela a seguir:
Tabela 12 - Avaliação dos sistemas construtivos empregados na Vila Tecnológica de
 Ribeirão Preto.
Sistemas
construtivos
Corpo
mole
Corpo
duro
Peças suspensas Fechamento brusco
B satisfatório Satisfatório * Regular
C regular Satisfatório regular Regular
D regular Satisfatório regular Satisfatório
E satisfatório Satisfatório regular Regular
F satisfatório Satisfatório satisfatório Insatisfatório
G regular Satisfatório regular Insatisfatório
H insatisfatório Satisfatório insatisfatório Insatisfatório
I regular Satisfatório regular Satisfatório
J satisfatório Regular satisfatório Regular
K insatisfatório Satisfatório satisfatório Regular
20
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