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Psicologia no ambito do SUAS - CREAS

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Departamento De Psicologia
Estágio Supervisionado Básico II
CRIAAD Barra Mansa
Relatório Final
Keith Cristina Sales Castilho
Volta Redonda, março de 2016
Relatório de Estágio
O CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) é um órgão público estadual vinculado ao SUAS (Sistema Único de Assistência Social). O órgão faz parte do Serviço de Proteção Especial de Média Complexidade (PAEFI) destinado a ações onde os direitos do indivíduo e da família já foram violados, mas ainda há vínculo familiar e comunitário.
	O CREAS é um órgão protetivo e articulador que age como um interlocutor entre o usuário e os serviços de assistência (CRAS, SOS, CENTRO DIA, CENTRO POP, UNIDADES DE ACOLHIMENTO, CASA DA MULHER) órgãos de defesa de direitos (Ministério Público, Promotoria de Justiça), rede de saúde (UBSF, CAPS, Hospitais) além de responsável pelo apoio especializado e continuado a famílias e indivíduos cujos direitos estão sendo violados.
	O CREAS também é responsável pelo acompanhamento de medidas socioeducativas trabalhando em prol da promoção de uma reflexão sobre as conseqüências do seu ato infracional e sua responsabilidade diante dele. O órgão age no âmbito da L.A. (Liberdade Assistida) ou PCS (Prestação de Serviços a Comunidade). Os casos de Semi-liberdade ou Institucionalização são encaminhados ao DEGASE.
	A unidade CREAS em Volta Redonda está localizado no bairro Nossa Senhora das Graças e é administrado pela SMAC (Secretaria Municipal de Ação Comunitária), fazendo parte do SUAS e atua no serviço de proteção ao idoso, deficientes, crianças e adolescentes, adultos. Também é responsável pela execução de medidas sócio educativas do município além de abrigar o projeto “Família acolhedora”.
	Volta Redonda conta com uma rede protetiva de assistência que excede o plano básico proposto pelo SUAS, fazendo a rede de assistência da cidade complexa e especializada tornando-a um mecanismo bem articulado e eficiente. Por exemplo, o serviço de proteção à mulher é feito através do CEAM (Centro Especializado de atendimento à Mulher) o que desafoga e especifica o trabalho de garantia de direitos fornecido pelo CREAS.
	O CREAS Volta Redonda conta com 4 (quatro) equipes multidisciplinares segmentadas em: Grupo de Acolhimento, Grupo Especializado em Crianças e Adolescentes, Grupo Especializado em Idosos e Deficientes e um Grupo Especializado em Medidas Socioeducativas.
	A Função do Grupo de Acolhimento, formado por psicólogos e assistentes sociais, é receber as demandas de atendimento advindas de órgãos públicos (Conselho Tutelar, Ministério Público, Disque 100, CRAS) ou de demanda espontânea. Cabe ao Grupo de Acolhimento verificar se aquela demanda deve ser enviada ao Grupo Especializado específico, se o caso deve ser remanejado para outro órgão da rede de assistência ou diagnosticar e interferir em casos que não há violação de direitos, mas podem transformar-se num caso que fira direitos.
Lembrando que o CREAS é um órgão articulador. Mesmo que a demanda não for um caso para ser resolvido no CREAS, é dever do técnico responsável encaminhar o usuário da melhor forma possível para o serviço que poderá garantir seus direitos.
O Grupo Especializado em Crianças e Adolescentes é responsável pela garantia de direitos de pessoas dos 0 (zero) até 18 (dezoito) anos incompletos. É um grupo interdisciplinar formado por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos. Basicamente o trabalho desse grupo é identificar violações de direitos tais como abandono, assédio, violência física e sexual. O atendimento é geralmente familiar a fim de fortalecer ou reconstruir laços, identificar agressores e auxiliar a justiça e o conselho tutelar. Esse grupo também trabalha na garantia de direitos da criança e adolescente deficiente.
O Grupo Especializado em Idosos e Deficientes é responsável pela garantia de direitos de pessoas deficientes maiores de 18 anos ou idosos acima de 60. É um grupo interdisciplinar formado por psicólogos e assistentes sociais. Basicamente o trabalho desse grupo é identificar violações de direitos tais como abandono, abuso financeiro e violência física. O atendimento também é familiar a fim de fortalecer e reconstruir laços. 
Todo o trabalho é, principalmente, com o objetivo de que a violência contra o usuário seja cessada. O trabalho vai além do trabalho da justiça de punir os agressores e sim, de informar, empoderar e ressocializar tanto a família (se possível) quanto o usuário.
A Equipe de Medidas Socioeducativas é responsável pelo cumprimento de pena e acompanhamento de jovens de 12 (doze) até 18 (dezoito) anos incompletos. É formado por assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e advogados. O grupo atua no acompanhamento em liberdade assistida (LA) e serviço comunitário (PSC) trabalhando a responsabilização e conscientização do jovem. Além de reinseri-lo na escola e atividades extracurriculares e profissionalizantes.
Pude observar, durante o período de estágio, a rotina dos técnicos de referência dentro do CREAS em grupos diferentes. Em primeira vista, o trabalho de todos os técnicos, independente de sua formação acadêmica, obedecem as mesmas especificações e funções. Cada técnico referencia de 80 a 100 usuários. O trabalho inclui atendimento, visitas domiciliares, discussão de caso, estudo de caso além do preenchimento de documentações e relatórios e evolução de prontuários. Não há reclamação dos técnicos no que diz respeito ao trabalho e sim a necessidade de trabalhos múltiplos ocasionado pela baixa remuneração do CREAS, o que não prejudica o serviço de assistência.
O trabalho do psicólogo análogo ao trabalho do assistente social nessa instituição nos trás diversas questões sobre o qual é o trabalho do psicólogo no SUAS e qual a necessidade da psicologia nesse campo. A princípio devemos refletir sobre como a psicologia foi inserida no Brasil e como ela se solidificou. A psicologia entrou no Brasil como um saber elitista, uma história contada por médicos e por psicanalistas trancados em seus consultórios. A psicologia no Brasil é pensada a partir da clínica, ao comportamento, ao psicodiagnóstico, ao mental, ao individual. Essa visão sobre a psicologia não está errada porém ela é limitante e não é suficiente para nos posicionarmos como psicologia diante do SUAS.
Se um assistente social e um psicólogo oferecem os mesmos serviços diante do usuário, qual a diferença entre eles? A diferença é o olhar sobre a fala, é a escuta. É o dar “voz” ao usuário. É oferecer uma escuta qualificada e favorecer a comunicação daquele sujeito. A escuta qualificada do psicólogo tem de ser capaz de fazer atravessamentos sócio-históricos sabendo que a condição do sujeito que está diante de nós está entranhada na comunidade em que ele vive e na história de sua família. A escuta do psicólogo social deve ser capaz de transcender preconceitos colocando seu olhar sob a ótica do usuário e traçar maneiras eficientes para oferecer assistência e conseguir a adesão do usuário a proposta.
	Concluo que, o SUAS é um grande avanço no que diz respeito a garantia de direitos assistências a população e um campo ainda a ser explorado pela psicologia. É realmente entristecedor que a psicologia, principalmente dentro das universidades, não explorem a rede assistência e dê prioridade a rede de saúde mental. Sustentando, assim, um olhar único sobre a psicologia: a clínica. A psicologia social ainda precisa sair do útero acadêmico e permitir que o saber psicológico alcance camadas as mais populares e talvez, um dia, deixar de ser vista como uma ciência inalcançável.
Referências
Conselho Regional de Psicologia 09 - http://www.crp09.org.br/portal/orientacao-e-fiscalizacao/orientacao-por-temas/atuacao-do-a-psicologo-a-nos-creas
A Psicologia no Brasil – Soares, A.R.-http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000500002
Blog Psicologia no SUAS - https://craspsicologia.wordpress.com/tag/atuacao-psicologo-no-creas/
Ministério do desenvolvimento social e combate a fome- http://www.mds.gov.br/suas

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