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Origens da Psicologia - Filosofia e Ciência

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1 - PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA: HISTÓRIA E EVOLUÇÃO
( - do grego: psikhe = alma, logos = tratado
I - Pré-Socráticos (antes de Sócrates): especulações (sujeitas a críticas) a respeito da constituição do universo. Tinham a tarefa de reduzir o universo a elementos mais simples, pois acreditavam que a complexidade é aparência e a simplicidade é essência. Acreditavam que os princípios que regulam a organização do mundo também atuam sobre a existência humana. Daí sua aparente despreocupação com a especificidade dos problemas humanos:
a) Tales (640-548 a. C.): primeiro filósofo grego; considerava a água uma substância básica (reducionismo);
b) Heráclito (535-475 a. C.): sustentava que tudo era constituído de fogo (agente de mudança), em oposição à tese anterior. Tudo no mundo é instável, sofre transformações, processos como o psicológico. Se interpretarmos “fogo” como “energia” esta tese tem qualidade moderna;
c) Demócrito (460-370 a. C.): o mundo é constituído por átomos de alma e átomos de corpo (ambos materiais, portanto), que permanecem em movimento. Os pensamentos e atos humanos, e todos os acontecimentos naturais, são determinados de forma rígida, movem-se de acordo com uma lei (materialismo e determinismo);
d) Anaxágoras (499-428 a. C.): nada existe de permanente e fixo, tudo sofre uma mudança relacional. Noção de relação: há um princípio ordenador, semelhante à inteligência humana.
II - Sócrates (436-338 a. C.):
. Considerava a investigação sobre a natureza algo inútil ou mesmo imperfeito, tendo em vista que o conhecimento se faz através dos nossos órgãos dos sentidos que são imperfeitos e sujeitos a ilusões;
. Um conhecimento que pode ser obtido é do próprio eu. E é desse tipo de conhecimento que os homens necessitam;
. O processo de conhecer a si mesmo é difícil e nunca se completa, porém, é a via legítima para se ter uma vida virtuosa.
III - Pós-Socráticos (depois de Sócrates):
a) Platão (427-348 a. C.) - discípulo de Sócrates:
	
. Através da reflexão, meditação e introspecção racionais, pode-se discernir a verdade e chegar a conhecer-se;
. Estabeleceu a distinção entre mente e corpo. Valorizava a mente (ideias) que possuía um caráter permanente, já o corpo (objeto) era imperfeito por ser algo mutável. Exemplo: a ideia de beleza é permanente, mas as coisas belas só são belas em relação a outras;
b) Aristóteles (384-322 a. C.) - discípulo de Platão:
. Opôs-se a Platão, a medida que não considerava uma distinção tão definida entre mente e corpo, sendo que um não existe sem o outro;
. O primeiro a escrever um tratado de psicologia, abordando temas como: a história da psicologia (analisando seus antecedentes), natureza da alma (personalidade), os sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), imaginação, inteligência, conhecimento, necessidades e motivos, vontade, sentimento e emoção;
. Criou a doutrina da “Tábula Rasa”: “todo conhecimento provém da experiência”.
IV - Queda do Império Grego e ascensão do Império Romano 
. Aristóteles foi mestre de Alexandre “O Grande”, após cujo reinado a civilização grega entrou em decadência. Apareceram as religiões, principalmente o catolicismo, pois as pessoas estavam insatisfeitas com a situação social da época;
. Durante quinhentos anos após o nascimento de Jesus Cristo, a civilização esqueceu Aristóteles. Houve uma evolução do antiempirismo e do autoritarismo, que impediram o desenvolvimento do conhecimento (da ciência). Domínio absoluto da Igreja Católica no mundo ocidental;
. Na Idade Média (sob o domínio do catolicismo), as doenças mentais, como a histeria, eram consideradas como domínio do demônio e eram “curadas” com o exorcismo, ou queimadas nas fogueiras.
c) Santo Tomás de Aquino (1225-1274):
. Procurou conciliar as ideias de Aristóteles com o dogma religioso;
. Separou a mente em: vida afetiva (emoção), vida intelectiva (percepção, ideia, juízo) e vida ativa;
. Na Idade Média (catolicismo), as doenças mentais, como a histeria, eram consideradas como domínio do demônio e eram “curadas” com o exorcismo, ou queimadas nas fogueiras.
V – O Renascimento: surgimento da ciência no mundo ocidental
	. Entre 1400 e 1600 (Renascimento) houve uma mudança nas atitudes do homem. Não aceitavam mais o autoritarismo da igreja. Um episódio foi decisivo no abalo do autoritarismo da Igreja Católica: o surgimento, dentro da própria Igreja, do movimento Protestante, liderado por Martinho Lutero.
	. Após o Renascimento, duas forças deram origem à psicologia: a CIÊNCIA e a FILOSOFIA.
	. Contribuições da CIÊNCIA:
. Fisiologia, biologia, anatomia, medicina, neurologia (estudo do reflexo, condução nervosa, estrutura e função do sistema nervoso), trabalhos sobre sensação, inteligência (exemplo: a primeira pesquisa sobre inteligência estabelecia uma relação entre o perímetro encefálico e a atividade mental), etc.
	. Contribuições da FILOSOFIA:
Descartes (1596-1650): dualismo mente-corpo. Sendo o corpo “matéria extensa” e a mente “matéria pensante” que se integram;
Thomas Hobbes (1588-1679): procurou analisar a dinâmica da atividade mental: “procuramos obter prazer e evitar a dor” (teoria hedonista);
Spinoza (1632-1677): considerava mente e corpo como dois aspectos diferentes da mesma substância;
John Locke (1632-1704): publicou “Ensaio Sobre o Entendimento Humano”, uma investigação sobre como é adquirido o conhecimento;
Leibnitz (1646-1716): “o mundo é constituído de mônadas (monadologia) que estão em harmonia preestabelecida”;
Berkeley (1685-1753): “Princípios do Conhecimento Humano”;
Hume (1711-1776): “Tratado Sobre a Natureza Humana”;
Hartley (1705-1757): “Observações Sobre o Homem”;
Kant (1724-1804): “Crítica da Razão Pura”;
James Mill (1773-1836): “Uma Análise dos Fenômenos da Mente Humana” (composta de emoções e idéias);
Spencer (1820-1903): “Princípios de Psicologia” (“As associações freqüentemente repetidas na vida do indivíduo, ou na raça, são transmitidas às gerações seguintes como instinto evolucional”);
Darwin (1809-1882): “Origem das Espécies” (a sobrevivência dos mais aptos se relaciona ao ajustamento ambiental), “A Expressão da Emoção no Homem e no Animal”;
Bain (1818-1903): escreveu o primeiro manual sistemático de psicologia em inglês.
Tendências da Filosofia:
. Empirismo Crítico: como se pode adquirir conhecimento (Descartes, Locke, Berkeley, Hume e Kant);
. Associacionismo: como as ideias se prendem umas às outras (Aristóteles e filósofos britânicos, séc. XVIII e XIX);
. Materialismo Científico: corpo e mente são parte do mundo natural e podem ser estudados materialisticamente e cientificamente, como qualquer outro fenômeno (origem em Descartes e filósofos franceses).
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2 - CORRENTES FILOSÓFICAS QUE SUSTENTAM O CONHECIMENTO EM PSICOLOGIA
I - POSITIVISMO
Conjunto de doutrinas de Augusto Comte (1798 – 1857). “Dá-se por extensão a designação de positivismo a doutrinas que se ligam à de Augusto Comte ou que se lhe assemelham, ainda que, por vezes, de um modo bastante longínquo, e que têm por teses comuns que só o conhecimento dos fatos é fecundo; que o modelo da certeza é fornecido pelas ciências experimentais; que o espírito humano, tanto na filosofia como na ciência, só para evitar o verbalismo ou o erro na condição de se ater incessantemente ao contato coma experiência e de renunciar a todo e qualquer a priori; por fim, que o domínio das ‘coisas em si’ é inacessível, que o pensamento não pode atingir senão relações e leis.” (LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 825).
“Doutrina de Augusto Comte [1798 – 1857], caracterizada, sobretudo, pela orientação antimetafísica e antiteológica que pretendia imprimir à filosofia, e por preconizar como válida unicamente a admissão de conhecimentos baseados em fatos e dados da experiência.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionárioda língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 1615).
II - RACIONALISMO
“Descartes [1596 – 1650], considerado o pai da filosofia moderna, reagindo contra o dogmatismo predominante nas teorias do conhecimento humano prevalecentes no seu tempo, recusou-se a confiar na evidência dos sentidos como garantia de que o mundo físico tivesse existência real inquestionável, e duvidou de todas as coisas, como ponto fundamental de partida para o conhecimento da realidade. Evidentemente, não se trata aqui do ceticismo absoluto que nega a possibilidade do conhecimento, e sim da dúvida metódica que questiona tudo, exceto o inescapável fato de sua própria existência.” (ROSA, M. Introdução à psicologia. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 40).
“(...) doutrina segundo a qual nada existe que não tenha a sua razão de ser, de tal maneira que por direito, senão de fato, não há nada que não seja inteligível. (...) Doutrina segundo a qual todo conhecimento certo provém de princípios irrecusáveis, a priori, evidentes, de que ela é a conseqüência necessária e, por si sós, os sentidos não podem fornecer senão uma idéia confusa e provisória da verdade.” (LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 910)
“1. Método de observar as coisas baseado exclusivamente na razão, considerada como única autoridade quanto à maneira de pensar e/ou de agir. (...) 3. Doutrina que considera ser o real plenamente cognoscível pela razão ou pela inteligência, em detrimento da intuição, da vontade, da sensibilidade, etc.; 4. Doutrina que admite, quanto à origem do conhecimento, que este, em última instância, é determinado por princípios racionais, inatos ou a priori, ainda que se possa condicionar a validade do uso desses princípios à disponibilidade de dados empíricos.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 1696).
“Os filósofos racionalistas (...) acreditavam que a mente tem capacidade inata para gerar ideias, independentemente dos estímulos do meio. Diminuíram, assim, a importância da percepção sensorial. Além disso, os racionalistas enfatizaram o papel da pessoa no processo de percepção, afirmando que a percepção é ativamente seletiva e não um processo passivo de registro, como colocavam os empiristas, e, também, afirmando que fazemos interpretações individuais das informações dos órgãos dos sentidos, que poderiam, por isso, ser bastante diferentes entre si.” (BRAGHIROLLI, E.M. et ali. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 15.)
III - EMPIRISMO
“(...) valorizavam principalmente os processos de percepção e de aprendizagem no desenvolvimento da mente. Para eles, o conhecimento tem base sensorial: as associações fundamentam a memória e as ideias. É grande a importância do meio ambiente que estimula a percepção, que é, por sua vez, a base do conhecimento.” (BRAGHIROLLI, E.M. et ali. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 15.)
“Doutrina ou atitude que admite, quanto à origem do conhecimento, que este provenha unicamente da experiência, seja negando a existência de princípios puramente racionais, seja negando que tais princípios, existentes embora, possam, independentemente da experi6encia, levar ao conhecimento da verdade.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 740.)
“(...) é a doutrina que, reconhecendo ou não a existência de princípios inatos no indivíduo, não admite que o espírito tenha leis próprias que difiram das coisas conhecidas e, por conseguinte, baseia o conhecimento do verdadeiro apenas sobre a experiência, fora da qual admite apenas definições ou hipóteses arbitrárias.” (LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 300.)
“Segundo Locke [1632-1704], portanto, todo o conhecimento resulta da experiência, através dos órgãos dos sentidos. Ao nascer, a mente humana é uma tabula rasa, ou lousa em branco, em que se gravarão informações, na medida em que elas nos chegam através dos sentidos. Ninguém nasce com qualquer tipo de informação ou conhecimento, a não ser os reflexos básicos de cada espécie, destinados à sua própria sobrevivência.” (ROSA, M. Introdução à psicologia. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 45.)
“(...) os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as idéias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem eles, nossa razão é como uma ‘folha em branco’, onde nada foi escrito; uma ‘tábula rasa’, onde nada foi gravado. Somos como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tabula, dar forma à cera.” (CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995, p. 71.)
IV - FENOMENOLOGIA
“Na teoria fenomenológica do conhecimento, a percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano, mas com uma estrutura diferente da do pensamento abstrato, que opera com ideias. Qual a diferença? A percepção sempre se realiza por perfis ou perspectivas, isto é, nunca podemos perceber de uma só vez um objeto, pois sempre percebemos algumas de suas faces de cada vez.” (CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995, p. 124.)
“Estudo descritivo de um conjunto de fenômenos, tal como eles se manifestam no tempo e no espaço, por oposição quer às leis abstratas e fixas destes fenômenos, quer à realidade transcendente de que seriam a manifestação, quer a crítica normativa da sua legitimidade [Edmund Husserl, 1854 – 1938)” (LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 397).
“Estudo descritivo de um fenômeno ou de um conjunto de fenômenos em que estes se definem quer por oposição às leis abstratas e fixas que os ordenam, quer por oposição às realidades de que seriam a manifestação.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 893.)
“Sistema de Edmund Husserl (1859 – 1938), filósofo alemão, e de seus seguidores, caracterizado principalmente pela abordagem dos problemas filosóficos segundo um método que busca a volta ‘às coisas mesmas’, numa tentativa de reencontrar a verdade nos dados originários da experiência, entendida esta como intuição da essência.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 893.)
V - EXISTENCIALISMO
“Conjunto de sistemas e tendências filosóficas que tomam com ponto de partida e objeto principal da reflexão o modo de ser próprio do homem na sua concretude individual, singular e solitária.” (FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa: século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 1999, p. 905.)
“No sentido mais geral: acentuação da importância filosófica que a existência individual, com suas características irredutíveis tem. ‘Regresso à existência tal como ela nos é dada, sentimento crescente da vaidade que pode insinuar-se em doutrinas mesmo severas, medida da distância entre as abstrações teóricas e a experiência concreta; em resumo, necessidade de considerar a existência face a face, tal como ela é vivida, e de pensar sobre ela com eficácia.” (LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 397.)
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3 - O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Em 1860, Fechner publica “Elementos da Psicofísica”;
Em 1875, Wilhelm Wundt e James recebem espaço para laboratórios de demonstração de psicologia;
Em 1879, Wilhelm Wundt, em Liepzig, declarou ter realizado novas pesquisas no I Laboratório de Psicologia Experimental. Efetuou experimentos em alunos, procurando analisar as sensações, as associações de idéias, a memória e a atenção.
Foi na segunda metade do século XIX, na Alemanha, que a psicologia recebeu o status de ciência independente;
A novamatéria continha oito tendências: cinco em ciência (fisiologia, biologia, quantificação e atomismo, e a instituição de laboratórios) e três da filosofia (associacionismo, empirismo crítico e materialismo científico).
AS PRIMEIRAS TEORIAS EM PSICOLOGIA: ESTRUTURALISMO E FUNCIONALISMO
I – ESTRUTURALISMO (WUNDT)
“Portanto, segundo o estruturalismo, o objetivo da Psicologia é o estudo da experiência consciente ou imediata através da análise de suas estruturas. Os estados mentais elementares, tais como as sensações, as imagens e as emoções formam a estrutura do consciente, que é diretamente observável por meio da introspecção.” (ROSA, M. Introdução à psicologia. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70.)
 “Wundt fez nascer uma escola psicológica que se denominou estruturalismo porque buscava a estrutura da mente, isto é, compreender os fenômenos mentais pela decomposição dos estados de consciência produzidos pela estimulação ambiental.” (BRAGHIROLLI, E.M. et ali. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 17.)
II – FUNCIONALISMO (JAMES)
“(...) o Funcionalismo afirma que o objetivo da Psicologia é o estudo do processo de ajustamento do organismo às demandas do meio em que vive. Por outras palavras, conforme o Funcionalismo, a Psicologia deve estudar as funções adaptativas do comportamento e dos processos mentais, e não somente sua estrutura e composição, como queria o Estruturalismo.” (ROSA, M. Introdução à psicologia. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 79-80.)
 “Baseados nas concepções de Darwin sobre a evolução orgânica com a finalidade de adaptação ao ambiente, os funcionalistas estabeleceram, como objeto da Psicologia, a interação contínua entre o organismo e o seu ambiente, que permite a adaptação do homem a ele.” (BRAGHIROLLI, E.M. et ali. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 18.)
4 - TRÊS GRANDES TEORIAS DA PSICOLOGIA: BEHAVIORISMO, PSICANÁLISE E HUMANISMO
4.1. BEHAVIORISMO:
	A história do Behaviorismo se confunde com a própria história da psicologia:
Em 1879, na Alemanha, Willelm Wundt, médico fisiologista, declarou ter realizado novas pesquisas no I Laboratório de Psicologia Experimental. Assim, a psicologia recebe o status de ciência. Wundt difundiu o pensamento estruturalista�: através da auto-observação, estudava-se a consciência humana (as experiências sensoriais) e suas conexões com o sistema nervoso. Utilizava-se, para os experimentos, apenas cientistas observadores.
Em 1900, nos E.U.A., William James, psicólogo, professor de filosofia e psicologia, opôs-se ao estruturalismo, afirmando que a consciência é “pessoal, única, seletiva e em constante mudança”. Funda, então, um novo pensamento: funcionalismo�, procurando entender os processos mentais, aplicando métodos objetivos (experimentos) e a auto-observação.
Em 1912, nos E.U.A., John Watson, doutor em psicologia animal, contra o estruturalismo e o funcionalismo, desenvolveu o Behaviorismo (behavior: comportamento em inglês). Queria fazer da psicologia uma ciência respeitável como as ciências físicas, estudando eventos ambientais (estímulos) e o comportamento observável (respostas). Sua teoria colocou o comportamento no lugar dos processos mentais como objeto da psicologia e descartou o método introspectivo de análise. Abandonou, portanto, a auto-observação em benefício de métodos objetivos (experimentação, observação e testes). Valorizou a investigação do comportamento observável (o método do condicionamento) a partir de animais inferiores, por serem mais simples e fáceis de estudar. Watson dizia que todo comportamento tinha como causas básicas as condições ambientais e composto de simples unidades de S-R que podiam ser estudadas separadamente. Todo dado psicológico poderia ser aprendido (não inatos) e observado: traços de personalidade, habilidades, aptidões. Segundo Watson, a aprendizagem é produzida apenas pela repetição. Mente e consciência eram declarados como conceitos não apropriados para o estudo. Para Watson, os instintos não existem, o comportamento dito instintivo é resultado de aprendizagem ocorrida bem cedo, talvez até pré-natal.
Skinner (E.U.A.) foi um neobehaviorista, propôs que o comportamento seja compreendido como condicionado por uma combinação de reforços positivos e negativos. O condicionamento tem por definição o aumento da freqüência de uma R (resposta) através da apresentação de um estímulo reforçador S (estímulo). Escreveu Walden Two, romance no qual descreve uma comunidade utópica baseada nos princípios de aprendizagem que defendia.
Principais conceitos behavioristas:
Comportamento - condicionamento respondente:
	Comportamento respondente é o comportamento reflexo (involuntário), isto é, proveniente de uma resposta automática do organismo a um estímulo. Ex: contração pupilar, salivação, etc.
	Pavlov, em 1927, descobriu que o comportamento respondente podia ser condicionado. Desenvolveu um experimento clássico de condicionamento da salivação de um grupo de cachorros: utilizou uma campainha como estímulo neutro e após repetidas apresentações simultâneas da comida com a campainha, o cachorro passou a salivar somente com ao som da campainha.
Comportamento - condicionamento operante:
	Comportamento operante é todo comportamento voluntário. O condicionamento operante é o processo de modelar e manter um comportamento particular. Ex: nadar para ganhar um doce. O condicionamento operante é o fortalecimento ou enfraquecimento de uma resposta pelos eventos que se seguem. Portanto, controlado pelas conseqüências.
- Produção de um comportamento: um reforço é qualquer estímulo que aumente a probabilidade de uma resposta.
Reforço positivo: causa a ocorrência de um comportamento ou resposta desejados através da apresentação de um estímulo. É oferecido somente depois que um comportamento se completa com sucesso.
Reforço negativo: denomina-se adverso no sentido em que constitui aquilo do qual os organismos fogem. Assim, fugindo de um estímulo negativo, aumenta a emissão de uma resposta. A resposta permite remover um estímulo indesejável.
- Extinção de comportamento:
Ausência de reforço: a retirada de um estímulo que mantinha um determinado comportamento.
Punição: conseqüência negativa de um determinado comportamento. É a maneira mais rápida de eliminar um comportamento.
Opiniões sobre o Behaviorismo:
	“O trabalho de Skinner teve enorme repercussão na Psicologia. Levou a novas escolas de psicoterapia, práticas institucionais inovadoras e uma nova tecnologia do ensino. Comunidades formaram-se de acordo com os princípios de Skinner e surgiram indústrias para executar suas propostas.
	O que Skinner propôs aconteceu: ele disse que se começássemos a olhar para o comportamento humano de modo diferente, trataríamo-no de modo diferente. Se pensássemos em termos de predição e controle, desenvolveríamos métodos mais sofisticados de e para predição e controle. Skinner nos oferece uma visão intransigente da natureza humana, que pouco deixa às forças ocultas e nada ao acaso. Um de seus apelos constantes tem sido o de ignorar ou considerar irrelevantes questões relativas à natureza da existência interior, que perturbou psicólogos, filósofos e teólogos durante gerações.
	Skinner tem sido criticado pela imprensa popular pelo fato de negar idéias consagradas e queridas sobre liberdade, criatividade, personalidade e outros mais. Embora estas críticas sejam freqüentes, em geral se reduzem a uma questão de preferência pessoal. Pode-se descrever o mundo como Skinner o faz ou descrevê-lo de outras maneiras. Cada descrição levará a diferentes conclusões.
	Os críticos de Skinner dentro da psicologia experimental não discordam de suas conclusões filosóficas mas da evidência experimental na qual diz ter baseado seu trabalho. Muitos levantam questões sobre suas generalizações de estudos experimentais com animais para afirmações mais abrangentes sobre o comportamento humano ou animal.”
(In: FADMAN, J.; FRAGER,R. Teorias da Personalidade. São Paulo, Ed. Harbra, 1986, p.211-2).
	“É óbvio que a experimentação, quando possível, oferece diversas vantagens. A não menos importante delas é a possibilidade de ser repetida e, conseqüentemente, verificada quer pelo investigador original, quer pelos colegas cépticos. (...) A replicabilidade dos resultados é um critério básico de confiança em qualquer método de pesquisa. Além disso, o método experimental oferece a melhor oportunidade de identificar os fatos causais que conduzem os fenômenos comportamentais.”
	“Sem negar as evidentes vantagens da pesquisa de laboratório em psicologia, devemos reconhecer que importantes limitações restringem seu emprego e reduzem seu valor para as ciências do comportamento no presente estágio de desenvolvimento. Em primeiro lugar, muito do comportamento humano significativo não é suscetível à investigação experimental.”
(In: HENNEMAN, R. H. O que é Psicologia. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974.)
4.2 – PSICANÁLISE:
	Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 na cidade de Freiberg, na Morávia (no território da atual República Tcheca). Aos quatro anos, mudou-se para Viena onde viveu até 1938, quando emigrou para Londres devido à perseguição nazista. Morreu um ano depois. Formou-se em medicina pela Universidade de Viena aos 26 anos de idade.
	Apesar de se dirigir relutantemente para a clínica particular, seus interesses principais se encontravam na área de observação e exploração científica. No entanto, foi no exercício da clínica que passou do interesse pelo funcionamento do sistema nervoso para o funcionamento do psiquismo. Interessava-se em compreender as desordens neuróticas (ansiedade, depressão, fadiga, insônia, paralisia ou outros sintomas relacionados com conflitos e tensões). Tinha como objetivo ajudar pessoas com sintomas físicos cujos métodos da medicina não curavam.
	Com apoio de Brücke, Freud obteve uma bolsa de estudos e foi trabalhar com Charcot em Paris. Charcot demonstrava ser possível induzir ou aliviar sintomas histéricos (tipo de neurose que apresenta sintomas físicos sem origem orgânica) com sugestão hipnótica. A terapêutica consistia em faze-los lembrar e reproduzir as experiências traumáticas sob estado de hipnose (catarse).
	Depois de constatar a ineficácia da hipnose no tratamento das neuroses, pois seus efeitos eram temporários, além do que, nem todos os pacientes eram hipnotizáveis, Freud passou a explorar a técnica em que os pacientes falam livremente e relatam o que quer que pensassem, procurando não estabelecer censuras, mesmo que aparentemente uma idéia não possua relação com o sintoma. Freud analisava seus desejos, temores, conflitos, pensamentos e lembranças, aproximando-se do núcleo de seus problemas. Essa técnica recebeu o nome de associação livre.
	Freud usou o termo Psicanálise pela primeira vez em 1896, para descrever seus métodos. Em 1900 publicou “A Interpretação de Sonhos”, considerada sua obra principal.
	O objetivo da psicanálise é liberar materiais inconscientes antes inacessíveis, de modo que se possa lidar com eles conscientemente.
Conceitos principais em psicanálise
Determinismo Psíquico:
	Nada ocorre por acaso e muito menos os processos mentais, com isso Freud começou a procurar descrever elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro.
Aspectos Topológicos da Mente:
	- Consciente: pequena parte da mente, inclui tudo o que estamos cientes num determinado momento. É tudo o que sei de mim agora;
	- Pré-consciente: é uma parte da mente onde se armazena o que não estamos cientes no momento, mas num esforço de memória pode vir a ser consciente. Tudo o que acumulamos de aprendizagem;
	- Inconsciente: parte mais extensa da mente. Onde estão os instintos e os materiais excluídos da consciência, censurados e reprimidos, este material não é esquecido ou perdido, mas sim, não lhe é permitido ser lembrado. O acesso ao inconsciente é muito difícil. Ele se manifesta através de sintomas, sonhos, atos falhos, lapsos de fala, de escrita e de memória.
Aspectos Estruturais da Mente:
	- Id: estrutura com a qual nascemos. Reservatório dos instintos de vida e de morte;
	- Superego: estrutura que representa todos valores morais, as leis da sociedade que são internalizadas, atua como censura de atitudes e pensamentos;
	- Ego: estrutura responsável pelo equilíbrio da personalidade. Sua função é equilibrar as exigências instintivas do Id e os limites impostos pela sociedade. Os mecanismos de defesa do Ego são as alternativas para o funcionamento dessa estrutura.
Mecanismos de Defesa do Ego:
Repressão: consiste em afastar da consciência um evento provocador de ansiedade. O elemento reprimido passa a ficar inconsciente e continua a ser um problema na economia psíquica;
Negação: tentativa de não aceitar na realidade um fato que perturba o Ego. Fantasias de que certos acontecimentos não são como são;
Racionalização: é o processo de achar motivos aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. Disfarça nossos motivos. É um obstáculo ao desenvolvimento, sendo que a pessoa não pode trabalhar com as verdadeiras forças motivadoras;
Formação reativa: substitui comportamentos e sentimentos opostos ao desejo real. Inversão do desejo. Podem prejudicar os relacionamentos sociais pois se caracterizam por exageros, rigidez e extravagâncias;
Projeção: atribuição a outra pessoa, animal ou coisa, as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio;
Isolamento: separação de uma imagem ou idéia de seu contexto temporal, espacial ou emocional. Dividir uma situação de modo a restar pouca ou nenhuma reação emocional ligada ao acontecimento;
Regressão: retorno a um nível de desenvolvimento anterior, a um modo de expressão mais simples, mais infantil. É o mecanismo de defesa mais primitivo;
Sublimação: quando a energia originariamente sexual (libido) é direcionada a atividades artísticas, intelectuais e culturais. É o único mecanismo com caráter realmente positivo.
Libido:
	Palavra latina para desejo e anseio. É a energia proveniente dos instintos do Id.
Catexia:
	É o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada ou investida na representação mental de uma pessoa, ideia ou coisa.
Sonhos e elaboração onírica:
	Ouvindo as associações livres de seus pacientes, Freud começou a investigar os relatos e lembranças dos sonhos. Para ele, sonhar é uma forma de canalizar desejos não realizados através da consciência, sem despertar o corpo. No aspecto biológico, o sonho tem a função de permitir que o sono não seja perturbado.
	A elaboração onírica (condensação, deslocamento e elaboração secundária) é o conjunto das operações que transformam os materiais do sonho num produto: o sonho manifesto.
	Através da análise detalhada de dezenas de sonhos, Freud foi capaz de mostrar que a elaboração onírica é um processo de seleção, distorção, transformação, deslocamento e outras modificações de um desejo original.
	O conteúdo latente de um sonho é o seu verdadeiro significado; o que recordamos de um sonho é seu conteúdo manifesto.
Desenvolvimento Psicossexual da Personalidade
Durante o desenvolvimento, há mudanças marcantes no que é desejado e como os desejos são satisfeitos. As formas de gratificação e as áreas físicas de gratificação caracterizam as fases.
Quando não há progressão normal de uma fase para outra ocorre então a fixação.
- Fase Oral: (entre 0 e 1 ano e meio, aproximadamente) necessidade e gratificação concentrada na área dos lábios, língua e, mais tarde, dos dentes. Associa prazer com diminuição de tensão de fome e sede. A boca é a área em que o bebê pode controlar e é onde está concentrada a maior parte da energia libidinal. Comer (principalmente quando não há fome), mascar, chupar, fumar, morder, lamber e beijar são vestígios da passagem por essa fase. Os vestígios e fixações somente são considerados patológicosquando depende unicamente desses hábitos para aliviar a ansiedade.
- Fase Anal: (entre 1 ano e meio e 3 anos, aproximadamente) ocorre quando se inicia o controle dos esfíncteres (que, junto com o andar, resulta do amadurecimento orgânico, mais propriamente, a inervação da região inferior do corpo). O treino de toalete promove o autoconhecimento, descoberta. O controle é uma fonte de prazer e traz atenção e elogios por parte dos pais. A atenção ocorre também (e, às vezes, principalmente) sob forma de punições. Existe uma valorização da urina e das fezes pela criança. Ordem, controle, avareza, ciúme e o hábito de olhas as próprias fezes são vestígios dessa fase.
- Fase Fálica: (entre 3 e 5 anos, aproximadamente) é a fase em que as crianças entram em contato com a diferenciação sexual (das características, das permissões e proibições que definem os sexos), em que a estimulação da área genital traz certo alívio de tensões. Fase em que as crianças desejam dormir na cama dos pais e em que aumenta o ciúme pela atenção que um dedica ao outro. O complexo de Édipo é o momento crucial para a definição da identidade sexual: a menina, para desenvolver as características femininas, deve se identificar com a mãe e aproximar-se do pai, pois esse é quem, supostamente, legitima a feminilidade da mãe; o inverso com o menino.
- Período de Latência: (entre, aproximadamente, 5 anos e o início da puberdade) a criança se volta para os companheiros de sua idade, há o ingresso à escola, esportes entre outras atividades para onde se volta a atenção da criança. Durante esse período, a sexualidade não avança. Surgem as atitudes do Ego, como: vergonha, repulsa e moralidade.
- Genital: fase final do desenvolvimento biológico e psicológico, ocorre com o início da puberdade. A energia libidinal retorna aos órgãos genitais. Conscientes de suas identidades sexuais, buscam satisfazer necessidades eróticas e interpessoais.
4.3 – HUMANISMO
Movimento mais recente na Psicologia. Surge na década de 30 (século XX), com Carl Rogers, Abraham Maslow e Rollo May.
	Com Rogers, que funda uma nova forma de trabalhar terapeuticamente com pacientes:
Coloca um peso maior sobre o impulso individual em direção ao crescimento, à saúde e ao ajustamento. “Libertar para um crescimento e desenvolvimento normais”;
Ênfase ao aspecto afetivo de uma situação do que aos intelectuais;
Ênfase maior à situação imediata do que ao passado do indivíduo;
Enfatiza o relacionamento terapêutico em si mesmo como uma experiência de crescimento.
Essa abordagem utiliza o termo cliente (quem deseja um serviço) no lugar de paciente (quem, supostamente, está doente): “Estes poderes [dentro do cliente] tornar-se-ão efetivos se o terapêuta puder estabelecer com o cliente um relacionamento de aceitação e compreensão suficientemente caloroso” (Rogers, 1952, p. 66).
O que considerava uma “técnica de aconselhamento” transformou-se numa teoria de personalidade e uma terapia. Influenciou o trabalho em relações interpessoais em diversos ramos: educação, grupos intensivos, liderança em indústrias, e a teoria da dinâmica de grupo.
Sobre Carl Rogers
Norte-americano, nascido em 8 de janeiro de 1902. De família cuja religião era rigorosamente fundamentalista. Seus anos de meninice foram vividos em isolamento. Solitário “sem um lugar ou possibilidade de encontrar um lugar no mundo das pessoas” (Rogers, 1973, p. 197).
Iniciou graduação em Teologia e migrou para Psicologia, na Universidade de Colúmbia. Não reconhece nenhuma influência teórica “Fui educado por, ou tive íntimas relações de trabalho com psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, psiquiatras sociais, assistentes sociais, educadores e religiosos, mas nunca senti que pertencia (…) a qualquer um desses grupos…” (Rogers, 1967, p. 375).
O pensamento de Rogers carrega marcas da filosofia existencial; descobriu paralelos com fontes orientais (Zen-Budismo e Lao Tsé), assim como, vê-se, nitidamente, uma contribuição norte-americana para a compreensão da natureza humana: percepção e consciência.
Conceitos Principais do Humanismo:
O campo da experiência: inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas que poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. Mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva;
Self: dentro do campo da experiência está o Self. É a visão que uma pessoa tem de si mesma. Refere-se ao contínuo processo de reconhecimento. Ênfase na mudança e na flexibilidade;
Self Ideal: “conjunto das características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo” (Rogers, 1959, p. 165). A diferença entre o self e o self ideal é um indicador de desconforto, insatisfação e dificuldades neuróticas;
Congruência e Incongruência: o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de consciência;
Alto grau de congruência: a comunicação (relato), a experiência (as ocorrências) e a tomada de consciência (o que percebe) são todas semelhantes;
Tendência à Auto-Realização: um aspecto básico da natureza humana que leva uma pessoa em direção a uma maior congruência e a um funcionamento realista.
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2 - ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA
Existem, basicamente, três grandes áreas: I - Psicologia Clínica;
 II - Psicologia Escolar;
 III - Psicologia Organizacional;
					 IV – Social.
I - PSICOLOGIA CLÍNICA:
. Ações: terapia de adulto, infantil, de adolescente, individual ou em grupo, terapia breve, terapia de casal, aconselhamento, orientação profissional, orientação de pais, etc.
. Locais: consultórios, clínicas multidisciplinares, hospital geral e psiquiátrico, postos de saúde.
. Técnicas: variam conforme a abordagem (teoria) adotada pelo psicólogo.
. Algumas teorias: Psicanálise, Comportamentalismo (Behaviorismo), Analítica (Jung), Gestalt, Humanista (Abordagem Centrada na Pessoa), Psicodrama, Análise Transacional, Cognitiva, entre outras.
. Histórico:
- Desde as civilizações primitivas, com sacerdotes, padres, pajés e feiticeiros, pessoas designadas a tratar problemas emocionais;
- Partindo do modelo médico, principalmente com o trabalho destes que se propuseram a tratar doentes mentais em seus consultórios e em hospitais, onde os doentes eram confinados. Foi a partir da neurologia que Freud iniciou a teoria psicanalítica;
- A psicoterapia só era realizada pelos psiquiatras, enquanto os psicólogos apenas trabalhavam em laboratórios e na administração de testes (Q.I., personalidade, etc.);
- Depois da I Guerra Mundial foi estimulada a evolução da psicoterapia, para readaptação dos combatentes.
. Definição: A relação do trabalho clínico é direta e o indivíduo é visto como um todo. Apesar de se tratar de uma relação específica, o paciente está como numa situação natural e nela ele vai relacionar os fatos, e o psicólogo procura observar como ele fala, de que fala, as metáforas que usa, como age, para compreender seus problemas.
II - PSICOLOGIA ESCOLAR:
. Ações: trabalho de caráter preventivo, catalisador de reflexões, conscientizador de papéis.
. Locais: escolas particulares e públicas. Desde a pré-escola até a universidade. Creches, internatos, etc.
. Técnicas: dinâmicas de grupo, grupos operativos, orientação e aconselhamento.
. Histórico:
- Em 1930 até a década de 60, com o desenvolvimento do capitalismo e a crescente necessidade que qualificação para o trabalho, o psicólogo utilizava de testes psicológicos para a seleção dos mais “aptos”;
- Depois de 60 a psicologia escolar trabalhou no sentido de suprir as demandas materiais e ideológicas. Procurava adaptar o estudante à teoria ou método, e não o contrário, como hoje em dia se propõe.
. Definição: É um trabalho que procura desfocar a atenção sobre o aluno como única fonte de dificuldades eresponsável pela crise geral da escola, propiciando uma visão mais global desta crise, considerando todos os aspectos e conjuntamente encontrar formas alternativas de enfrentá-la.
III - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL:
. Ações: recrutamento e seleção, treinamento, avaliação de desempenho, segurança no trabalho, marketing, combate ao stress, motivação, liderança, etc.
. Locais: todos os tipos de organizações (S. A., profissionais autônomos, cooperativas, nacionais e internacionais, estatais, privadas, familiares e mistas).
. Técnicas: grupais (dinâmica de grupo e grupo operativo), entrevistas, questionários, orientações, análise de cargo, etc.
. Histórico:
- No século passado os produtos eram feitos artesanalmente. Com o aumento da demanda era necessário treinar indivíduos para a produção em série. Eram feitos cursos que profissionalizavam;
- Surge como a Psicologia Escolar, na época do capitalismo crescente, com a necessidade de qualificações que eram analisadas através de testes psicológicos, para a ocupação dos cargos nas indústrias;
- O trabalho da Psicologia Organizacional expande para uma atuação com caráter de saúde mental do trabalhador, principalmente com os estudos da Psicologia Social, com o enfoque nos processos grupais. Em 1930 ocorre a maior expansão.
. Definição: É um trabalho que vai considerar tanto os objetivos da organização como um todo, quanto os objetivos individuais, integrando o ambiente e o homem.
IV – PSICOLOGIA SOCIAL
. Ações: desenvolve um estudo científico do indivíduo em relação com outros indivíduos ou em situação coletiva. Atua essencialmente nos grupos, comunidades, principalmente com o caráter preventivo.
. Locais: grupos sociais, comunidades, instituições, organizações não governamentais, etc.
. Histórico: 
	Uma escola de pensamento na psicologia social teve origem em teorias desenvolvidas por psicólogos europeus, particularmente nos anos 70 e 80 (do século XX), especialmente após a criação do Jornal Europeu de Psicologia Social, no início da década de 70. Uma das teorias centrais é a teoria social das identidades (de Henri Tajfel), que se interessa no modo como as pessoas internalizam a condição de membro do grupo social e interagem mais como representantes do seu grupo social do que como indivíduos. Outra, a teoria da representação social (de Serge Moscovici), interessa-se nas crenças partilhadas que emergem na sociedade e que servem para legitimar e justificar a ação social.
3 - PSICOLOGIA NO BRASIL
No Brasil, a psicologia só foi reconhecida como profissão em 1963, portanto, recentemente;
Hoje, existem profissionais atuando em diversos campos;
Infelizmente, a pesquisa é a área mais carente dessa ciência, ainda é insuficiente o incentivo para os que se propõem a realizar pesquisas.
� A Psicologia Estrutural tem por método resolver os fenômenos psicológicos nos seus elementos (sensações, imagens, tendências, etc) e determinar-lhes as “dimensões” (intensidade e duração). Interessa-se pelo como dos fenômenos.
� O funcionalismo estuda os processos mentais do ponto de vista dinâmico, enquanto meios para certos fins. Idéia de que o exercício das funções é condição para seu desenvolvimento.

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