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A Formação Intelectual do Homem e o Desenvolvimento da Sociedade no Pensamento Dialético de Platão

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A FORMAÇÃO INTELECTUAL DO HOMEM E O 
DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE NO PENSAMENTO 
DIALÉTICO DE PLATÃO 
 
CARVALHEIRO, Marcos Segale * 
BARROS, Marta Silene Ferreira (PPE-UEM) 
 
 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Platão foi um filósofo importante que influenciou o pensamento tanto da sua época 
como de momentos históricos posteriores. Dentre os aspectos principais de seu interesse de 
estudo, a questão política era uma grande preocupação para Platão, em que propõe uma 
formação educativa de filosofo, pois o sujeito que passasse por uma formação, deveria 
assumir cargos públicos, sendo que para atribuir cargos públicos, o sujeito deveria passar por 
uma formação integral do ser e também os que já tivessem cargos públicos deveriam possuir 
formação filosófica. 
Platão estava descontente com a política da época (século IV a.C), período 
caracterizado pelo desenvolvimento das cidades-estado, fase do governo de Péricles em que 
Atenas atinge seu apogeu político. Posição alcançada após algumas guerras em que o mundo 
grego lidera e assim tenta consolidar seu modelo de democracia. As guerras continuaram a 
influenciar e Atenas vai ao declínio, perdendo sua eficiência política e sua credibilidade, 
desfazendo a unificação política do mundo grego. 
 Platão criticava o ensino dos poetas gregos como Homero, pois considerava que os 
mitos pervertiam as crianças e não lhe ensinavam sobre as virtudes da vida. Assim, para ele, 
as obras dos poetas como Homero e Hesíodo davam uma idéia um pouco maliciosa sobre as 
divindades. Platão lembra também sobre Agamenon, que era um líder guerreiro, mas que mal 
sabia contar, isso denunciava sua pouca formação intelectual (P.328 - 522d). 
Diante dos problemas enfrentados pelo regime, ora democrático, torna-se 
fundamental o questionamento de tal situação, e é nesse contexto que aparece a figura de 
 
 
 
 
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Platão com sua obra “A República” apontando preocupações em relação ao que estava 
vinculado ao público e propõe uma ação política com orientação embasada na filosofia, capaz 
de manter a ordem nas cidades com princípios de uma ciência política. 
A proposta discutida em “A República” é pontuada na reflexão do atual sistema e 
sugere o encaminhamento de indivíduos para formação ideal por intermédio de uma educação 
vivenciada gradativamente e por este meio se buscava selecionar os melhores sujeitos, os 
quais revelavam um interesse em sua continua formação. Assim, o objetivo desta educação 
centrava-se na preparação de indivíduos que se dedicassem aos estudos filosóficos tornando-
se filósofos, e com esta qualificação pudessem assumir cargos públicos com o objetivo de 
contribuir com a construção de uma sociedade perfeita. Diante desse contexto, cabe a reflexão 
sobre o que é a sociedade perfeita? E na política, qual o melhor regime? Como deve ser 
estruturada a sociedade para que os homens vivam a justiça? 
Platão desenvolveu várias idéias para explicar a justiça. Como fruto das relações 
entre os sujeitos de uma dada sociedade e que dependia da forma organização da mesma. 
Justiça como o desenvolver a função que cabe ao sujeito com competência. Mas Platão cria 
que uma sociedade bem estruturada deveria iniciar sem atitudes de ganância, riqueza e luxo, 
pois essas características podiam desviar o homem dos princípios de justiça, levando-os a 
lutarem por uma vida de descontentamento e ganância por conseguir cada vez mais o que é 
dos outros. 
 
2 A ALEGORIA DA CAVERNA 
 
O mito da caverna nos é apresentado como uma metáfora da educação e retrata a 
realidade em que indivíduos viviam no mundo isolado da realidade, vivendo na caverna. O 
mundo no qual se encontravam era aceito como mundo real e os que viviam essa situação 
eram dominados por seus métodos e pela corrupção não enxergando o verdadeiro e real 
mundo de fora. 
Em relação ao referido mito Platão mostra que os homens: 
 
[...] são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de 
iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás 
 
 
 
 
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deles; entre a fogueira e os prisioneiros há uma caminho ascendente, ao 
longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero de tapumes que os 
homens colocam diante do público, para mostrarem suas habilidades por 
cima deles (VII. 514b). 
 
Cada indivíduo da caverna domina apenas o que lhe é apresentado em sua frente e 
ainda percebendo apenas a realidade das sombras que são projetadas, tornando os enigmas da 
vida como algo pronto e assim definido de tal forma que o comodismo era conservado. 
Tal vivência não seria notada porque os indivíduos desta “caverna” não conheciam 
exatamente a realidade, ou seja, imaginavam que, o que viviam era o correto e assim eram 
dominados pela falsa realidade que criavam em que se produzia neles a ignorância e o 
comodismo. 
O cartunista Maurício de Souza ilustra em quadrinhos, a clara dificuldade que o 
homem experimenta ao ter que admitir uma nova realidade, contrariamente sobre o que se 
considerava como verdade. No final de sua história, mostra a busca por continuar conhecendo 
cada vez mais, experimentando as diferentes culturas e a natureza. Descreve a caverna como 
uma prisão que muitos criam para si mesmos, e que julgam estar vivendo a realidade por 
meio da comunicação em massa, e como não há experiências praticadas em um mundo real, 
acabam por viver apenas uma fantasia que simplesmente os domina. 
Quando um indivíduo se sujeitava a sair da caverna, este por sua vez necessitava de 
um bom tempo para se adaptar à realidade objetiva dos homens. O indivíduo que, após 
aprender sobre a nova realidade, deveria voltar à sua caverna de origem, mas, este retorno era 
de difícil aceitação, pois os mesmos que ficaram, em nada mudaram e ainda zombavam deste 
que retornou, duvidando sobre a existência de outra realidade senão a da própria caverna. 
Tal observação é feita por Pereira quando evidencia a incredulidade de reconhecer 
outra realidade além da vivida na caverna: 
Homens algemados de pernas e pescoços desde a infância, numa caverna, e 
voltados contra a abertura da mesma, por onde entra a luz de uma fogueira 
acesa no exterior, não conhecem da realidade senão as sombras das figuras 
que passam, projectadas na parede, e os ecos das suas vozes. Se um dia 
soltassem um desses prisioneiros e o obrigassem a voltar-se e olhar para a 
luz, esses movimentos ser-lhe-iam penosos, e não saberia reconhecer os 
objetos (PEREIRA, 1972, p.xxx). 
 
 
 
 
 
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Uma questão que se observa na preservação da caverna era o fato da não descoberta 
do mundo exterior. Pois se porventura se forçassem estes homens a virem para fora superando 
a ladeira, podendo olhar todas as coisas e superar o deslumbramento, acabariam estes por 
conhecerem a perfeição e a partir daí a “caverna” passaria a ser desprezada. 
Nesse sentido, o indivíduo que retornara com o conhecimento de outra realidade para 
junto de seus companheiros, passaria a ser rejeitado naquele ambiente e o mesmo teria 
dificuldades de convivência, pois aquela realidade conhecida o transformara, tornando-o 
diferente dos outros. Segundo Platão, este indivíduo que ora conheceu a verdadeira realidade 
é o que deveria ser o verdadeiro filósofo. 
Esta formação deveria envolver pelo menos 50 anos e somente assim as pessoas 
aptas a serem filósofos. Esse processo educativo na filosofia deveria acontecer em fases e 
somente os aptos é que deveriam prosseguir por elas. Tais fases serão melhores especificadas 
mais adiante. 
 
 
 
3 A IMPORTÂNCIA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS 
 
Normalmente a educação instrutiva a uma civilização não é encaminhada como ela 
temem proposta, geralmente há interesses de uma classe dominante que dissemina seus 
princípios por meio de uma ideologia que mascara as verdades tornando-as comum e 
aceitável por intermédio da repressão e da necessidade de sobrevivência. 
 Quanto a isso Platão nos diz que: 
 
[...] pensar o seguinte sobre esta matéria [...] a educação não é o que alguns 
apregoam que ela é. Dizem eles que introduzem a ciência numa alma em 
que ela não existe, como se introduzissem a vista em olhos cegos [...] a 
educação seria, por conseguinte, a arte de desse desejo, a maneira mais fácil 
e mais eficaz de fazer dar a volta a esse órgão, não a de fazer obter a visão, 
pois já a tem, mas, uma vez que ele não está na posição correcta e não olha 
para onde deve, dar-lhe meios para isso (P.320 – 518c). 
 
 
 
 
 
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A colocação acima feita provoca uma reflexão sobre o sistema educacional vigente 
naquela época e propõe que, para que haja uma sociedade ideal, politicamente organizada, o 
cidadão deveria ter uma educação organizada (plano de educação) que gerasse experiências 
verdadeiras, reais e por meio destas os sujeitos pudessem se preparar e assumir cargos 
públicos e particulares. 
A educação em questão é sugerida em fases por processos de aprendizagens 
gradativos. A primeira fase dessa educação se iniciaria com a aritmética e a ciência do 
cálculo, desvendando e estudando os números. Este estudo deveria ser iniciado ainda na 
juventude. Nessa fase se motivava os jovens na crença de que estes obtivessem o máximo de 
conhecimentos necessários ao desenvolvimento da própria sociedade. 
A aritmética era considerada como melhor ciência para se iniciar na formação do 
filósofo, em que era imprescindível tanto para a preparação do guerreiro como para o filósofo 
a fim de que possibilitasse um melhor raciocínio. Como já vimos Os destinos dos primeiros 
cargos eram estabelecidos em lei, para que fossem assumidos com aplicação da ciência do 
cálculo, até que se elevem a magnitude de espírito e entendimento dos números, 
demonstrações das verdades ou estratégias de guerras, diferentemente de comerciantes e 
mercadores. 
Num segundo momento, a ciência a ser estudada seria a geometria (plana e no 
espaço) com a seqüência em estereometria (cálculo do volume de sólidos) e depois a 
astronomia (conhecimentos mínimos para o uso do calendário) e a harmonia (música e a 
ginástica). 
As ciências dos cálculos são comparadas ao nascimento de bons calculistas ou 
àqueles que são instruídos a exercitarem o cálculo. Com isso, obtém-se pelo menos a 
facilidade ou vantagens para estudo de outras ciências. Nesse contexto, para Platão uma 
república deveria ter em prática tais conhecimentos, por penosos que fossem. Seria muito 
difícil achar um guia (professor), mas ao achar e sendo presidido por uma república, os 
trabalhos deixariam de ser penosos, pois se acreditava que por meio das esforços repetitivos 
poderia se alcançar as verdades e torna-las evidentes. 
No fim de um ciclo de matemáticas transcendentes (abstração) e depois de uma 
última seleção, se inicia o método propriamente filosófico, a dialética, sem prejuízos nas 
ciências matemáticas, discussões do problema do bem e do mal, do justo e do injusto, 
 
 
 
 
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caminham para o conhecimento e a verdade. A dialética, arte do diálogo ou da discussão quer 
num sentido laudativo (relativo a louvor), como força de argumentação, quer num sentido 
pejorativo, como excessivo emprego de sutilezas. 
 Nesse sentido, em relação à dialética Platão evidencia que : 
O método da dialética é o único que procede, por meio da destruição de 
hipóteses, a caminho do autêntico princípio, a fim de tornar seguros os seus 
resultados, e que realmente arrasta aos poucos os olhos da alma da espécie 
de lodo bárbaro em que está atolada e eleva-os às alturas, utilizando como 
auxiliares para ajudar a conduzi-los as artes que analisamos (VII. 533c-d). 
 
 Platão cria que passados cinco anos os estudantes estariam na plena posse deste 
instrumento, o único que conduz à verdade. E os que passassem por todas as fases deveriam 
ser capazes de ultrapassar a percepção dos sentidos e penetrar o próprio Ser. Durante quinze 
anos ainda, o homem já assim formado deveria adquirir experiência participando na vida ativa 
da cidade. 
 
Platão acreditava na vida dedicada aos estudos como forma de contribuição na vida 
em sociedade. Ele revela essa crença quando diz: 
Julgo que o estudo metódico de todas essas ciências que analisamos, se 
atingir o que há de comum e aparentado entre elas e demonstrar as 
afinidades recíprocas, contribuirá para a finalidade que pretendemos, e o 
nosso esforço não será vão; caso contrário será inútil (P.344 - 532d). 
 
A colocação acima mostra o método da dialética como o único que procede, uma vez 
que possibilita a análise de relações variadas com o objeto a ser estudado. Além disso, ele 
mostra a finalidade é sempre buscar a verdadeira essência do saber, com princípios e fim 
autênticos em função da verdade e do bem. Assim, a dialética se define o mais versátil de 
todos os estudos, que sem ela seria difícil a apropriação da verdadeira ciência. 
Diante da proposta de formação educativa, Platão lembra que, o homem não deve 
aprender coisa alguma como se fosse escravo disso, mas que a educação só deve acontecer 
com fundamentos de tranqüilidade, pois o esforço que conduz ao fortalecimento da alma se 
tornando leve e agradável. A proposta de educação e suas fases também são lembradas por 
Platão a respeito da formação também para as mulheres que diz: “E as governantes, sem 
 
 
 
 
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dúvida. Não vás julgar que o que eu disse se aplica mais aos homens do que às mulheres, há 
quantas dentre elas são dotadas de natureza capaz. (VII. 540c)” 
Para Platão os que conseguissem os melhores resultados por seus esforços no 
processo de sua formação, tanto homens como mulheres, isto é, os que fossem mais 
resistentes ao trabalho, os que no perigo alcançasse êxito, os mais dedicados na apropriação 
das ciências, deveriam ser separados para receber as devidas honras e glórias do Estado. Este 
tipo de pensamento platônico de separação dos especiais considera-se que conforme seu 
pensamento dialético serviria para incentivar os que não pensvam no próprio 
desenvolvimento intectual como forma de fazer modificar as relações estabelecidas na 
sociedade. Não avaliamos esta postura como uma forma de exclusão, mas como uma 
organização de um projeto de sociedade com príncípios de justiça. 
Assim observa-se nos diálogos de Platão em a República que para se chegar ao 
conhecimento é necessário que a inteligência confronte as idéias contrárias e contraditórias 
chegando a superação da mera opinião e alcançado assim a ciência. 
Nesse sentido, é por meio dos diálogos platônicos que se percebe a dialética como 
uma doutrina de conhecimento das verdades ou idéias que contribuisse com a mudança social. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante do exposto acerca do pensamento de Platão quanto a formação intelectual do 
homem e o desenvolvimento da sociedade, avalia-se que ele estava preocupado com o 
desenvolvimento social e acreditava que quanto mais o sujeito se dedicasse às ciências mais 
condições teria para interverir na sociedade. É por isso que para os que valorizavam o 
conhecimento e se desenvolvia na sua formação, a estes era garantido um lugar de destaque 
na sociedade. 
Com isso vemos a valoriação da educação como um dos instrumentos de ascenção 
social. Nesse sentido, o presente ensaio buscou de forma sucinta identificar a conexão entre o 
significado da filosofia e a educação ou cultura do cidadão e da comunidade na “República” 
de Platão, bem como identificar asabordagens educacionais contrastantes na época entre os 
 
 
 
 
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que tinham o conhecimento em relação aos demais que precisam dele. Essa era a maneira 
defendida pelos filófosos da época, inclusive Platão de se formar uma sociedade ideal. 
Fazendo uma análise do mito da caverna de Platão com os dias atuais, avalia-se que 
da mesma forma que os homens viviam em um mundo de ilusões, o mundo sensível em que 
vivemos é a caverna propriamente colocada por Platão, os restos de luz que são refletidos em 
forma de sombra nas paredes, são as idéias que se tem sobre esse mundo sensível, e que 
somos presos em correntes de nossos preconceitos e sentidos. E é por conta desse 
desconhecimento que se tem da realidade objetiva que os sujeitos se submetem sem 
questionamento. A falta de uma formação intelectual pode ser a causa dessa sujeição. 
Mas Platão propõe e dissemina que a dialética e toda formação em ciências que a 
antecedem é que servirão de instrumentos para libertar da caverna. O acorrentado que escapa 
é aquele que tem curiosidade e anseios e torna-se o verdadeiro filósofo. A verdadeira 
libertação é o conhecimento, esta por sua vez é luz e a luz o próprio ser. 
Platão mostra o valor que dá à ciência quando a coloca como primeiro plano da 
formação do homem, em relação aos demais aspectos também importantes, os quais são os 
quatro graus de entendimento. Quanto a essa ordem de prioridades, assim, ele evidencia seu 
pensamento da seguinte forma: 
 
– Bastará pois – continuei eu – que, como anteriormente, chamemos 
ciência à primeira divisão, entendimento à segunda, fé à terceira, e 
suposição à quarta, e 
opinião às duas ultimas, inteligências às duas primeiras, sendo a opinião 
relativa à mutabilidade, e a inteligência à essência. ( VII.534a) 
 
Na época, todos os discípulos de Platão incumbido da mesma educação, mostravam 
que após superadas todas as etapas, selecionados os sujeitos aptos e visto as adequadas 
aptidões na educação, estes seriam colocados à frente na república e resolveriam os negócios 
públicos e então poderiam governar politicamente uma sociedade. 
A educação proposta por Platão, apesar de rígida, de execução difícil, penosa, nela 
estava implícita uma concepção de mundo, homem e sociedade, e assim fazendo acontecer 
seus princípios de justiça, tema cerne do pensamento de Platão. 
 
 
 
 
 
 
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5 REFERÊNCIAS 
 
A REPÚBLICA, Platão. Introdução, tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 9.ª 
ed. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, 1972. 
 
MAURICIO DE SOUSA PRODUÇÕES LDTA. As sombras da vida: histórias seriadas. 
Disponível em <http://www.monica.com.br/comics/piteco/welcome.htm>. Acesso em: 10 de 
maio. 2007. 
 
PEREIRA, M. H. Rocha. (1972). Platão: a república. Introdução, tradução e notas. 9.ª ed. 
Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian.

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