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2 Direito processual do trabalho

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1 
ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT/3ª REGIÃO (MG) 
 
www.apostilaeletronica.com.br 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
I. Justiça do Trabalho............................................................................................................ 02 
II. Ministério Público do Trabalho.......................................................................................... 03 
III. Processo Judiciário do Trabalho....................................................................................... 05 
IV. Atos, Termos e Prazos processuais................................................................................... 07 
V. Distribuição. Custas e emolumentos................................................................................. 10 
VI. Partes e Procuradores...................................................................................................... 14 
VIII. Nulidades e Exceções..................................................................................................... 15 
IX. Audiências......................................................................................................................... 18 
X. Provas................................................................................................................................ 20 
XI. Procedimento Ordinário e Sumaríssimo........................................................................... 24 
XII. Sentença e Coisa Julgada................................................................................................. 29 
XIII. Dissídios Coletivos.......................................................................................................... 31 
XIV. Recursos no processo do trabalho e reclamação correcional........................................ 34 
XV. Procedimentos Especiais................................................................................................. 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT/3ª REGIÃO (MG) 
 
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DIREITO PROCESSUAL TRABALHO 
 
 
 
I. JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 
1. Varas do Trabalho 
 
Nas Varas do Trabalho a jurisdição é exercida por um juiz singular que goza das 
garantias constitucionais (art. 95 CF) e um substituto. 
 
Os juízes do trabalho ingressam na magistratura do trabalho como juízes substitutos, 
após aprovação em concurso público de provas e títulos, realizado pelo Tribunal Regional do 
Trabalho da respectiva região. 
 
As Varas são criadas por lei 
 
Compete às Varas do Trabalho conciliar e julgar os dissídios envolvendo uma relação 
de trabalho (Emenda 45/2004) e na falta delas, a jurisdição será atribuída aos juízes de direito, 
com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF). 
 
 
2. Tribunais Regionais do Trabalho 
 
Esses Tribunais tem competência originária (dissídios coletivos, mandado de segurança, 
ação rescisória, etc.) ou recursal, nesse caso, com o fim de corrigir eventuais injustiças. 
 
Os cargos de Juiz do Tribunal Regional serão preenchidos pela promoção de 
magistrados de carreira e um quinto das vagas por membros do Ministério Público do 
Trabalho e advogados com notório saber jurídico e ilibada reputação, ambos com mais de 10 
anos de carreira (art. 115 da CF). 
 
Hoje, são 24 tribunais e São Paulo é o único Estado que possui 02 tribunais, o da 
segunda região localizado na Capital (Avenida Consolação) e o da décima quinta, situado em 
Campinas. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT/3ª REGIÃO (MG) 
 
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3. Tribunal Superior do Trabalho 
 
O TST também tem competência originária (dissídios coletivos que excedem 
competência de um tribunal regional) ou recursal, nesse caso, com o fim uniformizar a 
jurisprudência dos Tribunais Regionais, dando a sua orientação através das Súmulas. 
 
A sede da cúpula da justiça do trabalho fica em Brasília e é composta por 27 Ministros 
(EC – 45), de carreira e oriundos do chamado quinto constitucional, todos com mais de 35 e 
menos de 65 anos de idade, nomeados pelo Presidente da República, após prévia aprovação 
pelo Senado. 
 
De acordo com o seu Regimento Interno (Resolução Administrativa 908/2002) o 
Tribunal é dividido em: Tribunal Pleno, Seção Administrativa, duas Seções de Dissídios 
Individuais e uma Seção de Dissídios Coletivos, e oito (oito) turmas, essas compostas por três 
juízes cada. 
 
4. Jurisdição 
 
Jurisdição significa, literalmente, o poder de dizer o direito. Esse poder/dever 
(jurisdicional) é atribuído ao Estado para aplicação da norma jurídica e solução dos conflitos. 
Portanto, todo Juiz tem jurisdição. 
 
Porém, evidentemente, esse poder é limitado, ora em razão da matéria, ora em razão do 
local ou das pessoas envolvidas no litígio (conflito). 
 
O limite da jurisdição encerra a noção de competência, isto é, a medida da jurisdição. O 
juiz criminal e o trabalhista têm jurisdição, mas não possuem competência para julgar (dizer o 
direito) em uma ação que visa à sucessão de bens ou locação de imóvel, pois, nesses casos, é 
competente o juiz da área cível. 
 
 
II. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 
É o ramo do Ministério Público da União que funciona processualmente nas causas de 
competência da Justiça do Trabalho. Possui atribuições judiciais e extrajudiciais. A atuação 
judicial refere-se à atuação nos processos judiciais, seja como parte, autora ou ré, seja como 
fiscal da lei. Já a atuação extrajudicial refere-se à sua atuação fora do âmbito judicial, na 
esfera administrativa e, além disso, destaca-se a sua atuação como agente de articulação 
social, incentivando e orientando os setores não governamentais e governamentais na 
execução de políticas de elevado interesse sociais, especialmente nas questões ligadas à 
erradicação do trabalho infantil, do trabalho forçado e escravo, bem como no combate a 
quaisquer formas de discriminação no mercado de trabalho. 
 
 
 
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O Ministério Público do Trabalho, embora indivisível, ramifica-se em 24 centros 
regionais de autuação. Tais centros são denominados Procuradorias Regionais do Trabalho. 
Essas Procuradorias Regionais identificam-se numericamente de acordo com a referência 
numérica atribuída ao Tribunal Regional do Trabalho no qual inserem o âmbito de sua 
atuação institucional. Assim, como a Justiça do Trabalho divide-se em 24 Tribunais 
Regionais, conforme determina a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), cada 
Procuradoria Regional identifica-se com o mesmo número de identificação do Tribunal 
correspondente na mesma área. 
 
TÍTULO IX 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 736 - O Ministério Público do Trabalho é constituído por agentes diretos do 
Poder Executivo, tendo por função zelar pela exata observância da Constituição 
Federal, das leis e demais atos emanados dos poderes públicos, na esfera de suas 
atribuições. 
Parágrafo único - Para o exercício de suas funções, o Ministério Público do Trabalho 
reger-se-á pelo que estatui esta Consolidação e, na falta de disposição expressa, 
pelas normas que regem o Ministério Público Federal. 
 
Art. 737 - O Ministério Público do Trabalho compõe-se da Procuradoria da Justiça do 
Trabalho e da Procuradoria da Previdência Social aquela funcionando como órgão 
de coordenação entre a Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho, Industria e 
Comercio, ambas diretamente subordinadas ao Ministro de Estado. (Redação dada 
pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
Art. 738. Os procuradores, alem dos vencimentos fixados na tabela constante do 
decreto-lei nº 2.874, de 16 de dezembro de 1940, continuarão a perceber a 
percentagemde 8%, por motivo de cobrança da dívida ativa da União ou de multas 
impostas pelas autoridades administrativas e judiciárias do trabalho e da previdência 
social. (Vide Emenda Constitucional nº 1, de 1969) 
Parágrafo único. Essa percentagem será calculada sobre as somas efetivamente 
arrecadadas e rateada de acordo com as instruções expedidas pelos respectivos 
procuradores gerais. 
 
Art. 739 - Não estão sujeitos a ponto os procuradores-gerais e os procuradores. 
 
 
 
 
 
 
 
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III. PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO 
 
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
Os princípios podem ser definidos como linhas diretrizes que informam algumas 
normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que, podem servir para 
promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e 
resolver os casos não previstos1. 
 
Função dos Princípios: conforme Américo Plá Rodriguez2 seriam três as funções dos 
princípios, quais sejam: 
 
Informadora – auxilia o legislador na criação e fundamento para as normas jurídicas; 
 
Normativa (integradora) – revela-se como fonte supletiva nas lacunas da lei, uma vez 
que, conforme arts. 4º da LICC e 126 do CPC, o juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obscuridade da lei e, no julgamento da lide, caber-lhe-á aplicar as normas 
legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito. 
 
Interpretativa – atua como orientação na interpretação e aplicação da lei. 
 
Segue o rol dos principais princípios: 
 
 CONCENTRAÇÃO - Todos os atos processuais da justiça do trabalho se realizam 
num momento só - É um momento processual único - Ex.: A audiência da justiça do trabalho, 
formalmente, é única, no entanto, hoje, acontece em três etapas (Art. 845 a 850 - CLT). 
 
 ORALIDADE - não há necessidade de peças escritas. Há uma prevalência da fala. 
Ex.: Em uma reclamação trabalhista, o reclamante, perante a justiça, o faz oralmente, que é 
tomada a termo, instaurando-se, aí, o processo trabalhista. 
 
 IMEDIATIDADE - Os atos processuais são realizados em audiência com a 
mediação entre juízes e partes. Os atos são praticados de imediato. Ex.: O reclamado 
apresenta sua tese, aí o reclamante apresenta a sua impugnação imediatamente, sob pena de 
preclusão. (Normalmente tem ocorrido, em determinados casos, de o juiz suspender aquela 
audiência oportunizando ao reclamante um prazo maior). Princípio ius postulandi as partes 
podem postular em juízo, sem advogado. 
 
 
1 RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3.ª ed. São Paulo: LTr, 2002, p. 36. 
2 RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3.ª ed. São Paulo: LTr, 2002, p. 43. 
 
 
 
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 PRECLUSÃO - Quando ocorre a perda da faculdade de praticar qualquer ato pela 
transposição de um momento processual. É a perda do direito processual, por não tê-lo 
exercido. 
 
 INFORMALIDADE - Há uma simplificação dos atos. Ex.: A reclamação oral 
tomada a termo indica a formalidade. 
 
 CELERIDADE - É a agilidade, rapidez dos atos processuais (litígio entre 
empregador e empregado é conflito social e não pode demorar muito tempo sem solução. Daí 
a necessidade de rapidez, sob pena de estender o conflito a toda à classe). 
 
 EVENTUALIDADE - O evento é único. O empregado tem que alegar tudo na 
inicial. O empregador deve apresentar a sua defesa num único ato, na impugnação. 
 
 PEREMPÇÃO - Extinção do direito de praticar um ato processual, quando, dentro 
de certo tempo não se exercita esse direito de agir. Não impugnando os tópicos apresentados 
dentro do prazo para fazê-lo, está perempto. 
 
 SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - É possibilidade das partes serem substituídas 
no processo. Ex.: o trabalhador pode ser substituído pelo sindicato. 
 
 CONTRADITÓRIO - tudo o que uma parte fizer a outra pode manifestar-se, ter 
vista. Oportunidades iguais às partes. 
 
 INQUISITIVO - O processo do trabalho move-se por iniciativa do juiz. O juiz é 
que dá o impulso processual. 
 
 12º - BUSCA DA VERDADE REAL - Todos os atos processuais devem buscar a 
verdade, a realidade. Admite-se provas de ofício (vistorias e perícia). 
 ECONOMIA PROCESSUAL - Diminuição do tempo da prestação jurisdicional 
(reunião dos processos) desde que não prejudique a defesa. 
 
 IRRENUNCIABILIDADE - São normas de direito público cogente irrenunciáveis 
pelas partes. Ex.: arrolar testemunhas. 
 
 MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES - As sentenças da justiça do Trabalho devem ser 
fundamentadas legalmente. 
 
 DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - A parte que perder tem direito de recorrer. 1ª 
instância : Juntas de Conciliação; 2ª instância : TRT; Instância Especial : TST e STF. 
 
 
 
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 CONCILIAÇÃO - É a busca pelo acordo. A conciliação pode ser feita a qualquer 
momento. A norma obriga o juiz a propor a conciliação. Se não vier expresso nos autos, o 
processo é nulo. 
 
 NON REFORMATIO IN PEJUS - O recurso não pode prejudicar o recorrente. 
 
 IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS - Não sendo 
decisões terminativas, não cabe recurso. Só tem Apelação de sentença. Não tem Agravo. 
 
 
IV. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 
 
1. ATOS PROCESSUAIS 
Os atos processuais são públicos, realizados em dias úteis no período de 6 as 20 horas. 
É possível que os atos processuais realizem fora do expediente, desde que iniciados antes das 
20 horas e o seu encerramento causar graves danos ou prejudicar as diligências. 
Poderão os atos correr em segredo de justiça, desde que sejam de interesse público. 
Nos casos em que são discutidas as condições de trabalho do portador de HIV, estes não 
correm em segredo de justiça, porém, em casos de cidades pequenas o segredo de justiça 
acaba sendo necessário com intuito de evitar condições vexatórias. 
No caso de penhora, esta poderá ser realizada em domingos e feriados, desde que haja 
autorização expressa do Juiz e deverá obedecer ao mesmo horário das práticas processuais ou 
seja, das 8 às 20 horas. 
 
2. TERMOS 
 
Os atos e termos processuais poderão ser escritos à tinta, datilografados ou carimbados 
e também por intermédio do computador. Há casos que poderão ser feitos por taquigrafia, 
estereotipia, ou outro método desde que seja idôneo. 
 
Deverão os atos ser assinados pelas partes, em caso de recusa, poderá a ocorrência ser 
certificada e a parte será dispensada de sua assinatura. Sendo que o mais importante será a 
assinatura do Juiz que preside os trabalhos, do diretor de secretaria ou dos seus secretários. 
Caso a parte tenha procurador e este assinar a ata, esta ficará dispensada de assinar. 
 
 
 
 
 
 
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3. PRAZOS PROCESSUAIS 
 
Poderão os prazos ser particulares, quando couber à uma das partes, ou públicos, 
quando couber à ambas as partes. Ainda poderão os prazos ser legais, quando determinado 
pela lei, ou judiciais, quando determinados por Juiz. 
 
Em relação aos prazos convencionais, as partes poderão suspender o processo por 15 
dias na tentativa de acordo. 
 
No recesso forense, não são praticados quaisquer atos processuais, poderão entretanto, 
ser praticados atos processuais como: arresto, sequestro, penhora, arrecadação, busca e 
apreensão, depósito, prisão do depositário infiel e embargos de terceiro. 
 
SEÇÃO I 
DOS ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvoquando o contrário determinar o 
interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante 
autorização expressa do juiz ou presidente. 
 
Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados 
ou a carimbo. 
 
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes 
interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão 
firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver 
procurador legalmente constituído. 
 
Art. 773 - Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples 
notas, datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães. (Vide Leis nºs 409, de 
1943 e 6.563, de 1978) 
 
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, 
conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a 
notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar 
o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital 
na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o 
destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de 
responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, 
ao Tribunal de origem. (Incluído pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
 
 
 
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Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do 
começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, 
entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, 
ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, 
terminarão no primeiro dia útil seguinte.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 
19.1.1946) 
 
Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães 
ou secretários. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e 6.563, de 1978) 
 
Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos 
processuais, as petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes 
aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão sob a responsabilidade 
dos escrivães ou secretários. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e 6.563, de 1978) 
 
Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair dos 
cartórios ou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente constituído 
por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos 
competentes, em caso de recurso ou requisição. (Redação dada pela Lei nº 6.598, 
de 1º.12.1978) 
 
Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, 
os processos nos cartórios ou secretarias. 
 
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente 
depois de findo o processo, ficando traslado. 
 
Art. 781 - As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou 
arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou secretários. (Vide Leis nºs 
409, de 1943 e 6.563, de 1978) 
Parágrafo único - As certidões dos processos que correrem em segredo de justiça 
dependerão de despacho do juiz ou presidente. 
 
Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, representações, requerimentos. atos 
e processos relativos à Justiça do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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V. DISTRIBUIÇÃO. CUSTAS E EMOLUMENTOS 
 
1. DISTRIBUIÇÃO 
 
SEÇÃO II 
DA DISTRIBUIÇÃO 
(Vide Constituição federal) 
 
Art. 783 - A distribuição das reclamações será feita entre as Juntas de Conciliação e 
Julgamento, ou os Juízes de Direito do Cível, nos casos previstos no art. 669, § 1º, 
pela ordem rigorosa de sua apresentação ao distribuidor, quando o houver. 
 
Art. 784 - As reclamações serão registradas em livro próprio, rubricado em todas as 
folhas pela autoridade a que estiver subordinado o distribuidor. 
 
Art. 785 - O distribuidor fornecerá ao interessado um recibo do qual constarão, 
essencialmente, o nome do reclamante e do reclamado, a data da distribuição, o 
objeto da reclamação e a Junta ou o Juízo a que coube a distribuição. 
 
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo. 
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo 
de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, 
para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731. 
 
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo 
acompanhada dos documentos em que se fundar. 
 
Art. 788 - Feita a distribuição, a reclamação será remetida pelo distribuidor à Junta 
ou Juízo competente, acompanhada do bilhete de distribuição. 
 
2. CUSTAS PROCESSUAIS E EMOLUMENTOS 
O juiz arbitrará o valor da condenação, caso o reclamante não tenha indicado o valor 
dos pedidos na inicial, condenando a parte vencida ao pagamento das custas processuais no 
importe de 2% sob o valor da condenação (o reclamante apenas será considerado vencido em 
caso de improcedência e poderá ainda ser beneficiário da justiça gratuita). 
As custas serão pagas pelo vencido, depois de transitada em julgado a decisão ou no 
prazo de interposição do recurso (sob pena de deserção). 
 
 
 
 
 
 
 
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Seção III 
Das Custas e Emolumentos 
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e 
procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas 
propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas 
relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), 
observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão 
calculadas: (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; (Redação dada 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado 
totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei 
nº 10.537, de 27.8.2002) 
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação 
constitutiva, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 
27.8.2002) 
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. (Redação dada pela 
Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No 
caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do 
prazo recursal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 2o Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o 
montante das custas processuais. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o 
pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes. (Redação dada pela 
Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo 
pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo 
Presidente do Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 
Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de 
responsabilidade do executado e pagas aofinal, de conformidade com a seguinte 
tabela: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por cento) sobre o 
respectivo valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais e 
trinta e oito centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada: (Incluído pela Lei nº 10.537, 
de 27.8.2002) 
 
 
 
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a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos); (Incluído pela Lei nº 
10.537, de 27.8.2002) 
b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos); (Incluído pela Lei nº 
10.537, de 27.8.2002) 
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis 
centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); 
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 
44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, 
de 27.8.2002) 
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos); 
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta 
e cinco centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – por dia: 0,1% (um décimo por 
cento) do valor da avaliação; (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo – sobre o valor 
liquidado: 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite de R$ 638,46 (seiscentos e 
trinta e oito reais e quarenta e seis centavos). (Incluído pela Lei nº 10.537, de 
27.8.2002) 
 
Art. 789-B. Os emolumentos serão suportados pelo Requerente, nos valores fixados 
na seguinte tabela: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
I – autenticação de traslado de peças mediante cópia reprográfica apresentada pelas 
partes – por folha: R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos de real); (Incluído pela Lei nº 
10.537, de 27.8.2002) 
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 (vinte e oito centavos de real); (Incluído 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
III – autenticação de peças – por folha: R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos de real); 
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de remição e de arrematação – por folha: 
R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos de real); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 
27.8.2002) 
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais e cinqüenta e três centavos). (Incluído 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 
 
 
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Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal 
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá 
às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (Redação 
dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 1o Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, 
ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá 
solidariamente pelo pagamento das custas devidas. (Redação dada pela Lei nº 
10.537, de 27.8.2002) 
§ 2o No caso de não-pagamento das custas, far-se-á execução da respectiva 
importância, segundo o procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título. 
(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho 
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que 
não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento 
próprio ou de sua família. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça 
gratuita: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e 
fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade 
econômica; (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades 
fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no 
inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte 
vencedora. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte 
sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita. 
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VI. PARTES E PROCURADORES 
 
Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça 
do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. (art. 791). 
 
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se 
representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na 
Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. 
 
§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser 
efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado 
interessado, com anuência da parte representada. (Incluído pela Lei nº 12.437, de 2011) 
 
Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um) anos e as mulheres casadas 
poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus pais, tutores ou 
maridos. (Art. 792). 
 
A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais 
e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério 
Público estadual ou curador nomeado em juízo. (Redação dada pela Lei nº 10.288, de 2001) - 
(Art. 793). 
 
SEÇÃO IV 
DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
 
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente 
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se 
representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por 
advogado. 
§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser 
efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do 
advogado interessado, com anuência da parte representada. (Incluído pela Lei nº 
12.437, de 2011) 
 
Art. 792 - Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um) anos e as 
mulheres casadas poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho sem a assistência 
de seus pais, tutores ou maridos. 
 
 
 
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Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus 
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, 
pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. 
(Redação dada pela Lei nº 10.288, de 2001) 
 
 
VIII. NULIDADES E EXCEÇÕES 
 
1. DANULIDADE 
 
Há atos que afrontam a própria ordem pública e outros que afrontam apenas a ordem 
privada, mas que pelas suas consequências ilícitas, não podem ser admitidos no mundo 
jurídico como se fossem perfeitos. É considerando estes graus de infração e de importância do 
interesse resguardado que os sistemas jurídicos impõem graus de sanção. 
 
No direito brasileiro, há os seguintes graus de invalidade: nulidade e anulabilidade. A 
primeira, em regra, acarreta a ineficácia erga omnes do ato quanto a seus efeitos próprios, 
além da insanabilidade do vício. A segunda tem seus efeitos relativizados às pessoas 
diretamente envolvidas no ato jurídico, produzindo eficácia específica, integralmente, até que 
sejam desconstituídos seus efeitos mediante ação judicial, podendo ser convalidado pela 
confirmação ou pelo transcurso no tempo. 
 
Estabelece a CLT, no seu art. 9o, que quaisquer atos tendentes a fraudar, impedir ou 
desvirtuar as suas regras são nulos de pleno direito. A regra, portanto, no direito do trabalho, é 
a nulidade absoluta, aplicando-se a nulidade relativa apenas nas hipóteses de vício do 
consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, art. 171, 
inciso II do CC). 
 
Invalidado o ato jurídico, a regra, no direito comum, é o completo desfazimento do 
negócio jurídico e a restituição das partes ao status quo ante (art. 182 do CC). No entanto, no 
direito do trabalho, tal situação, em regra, faz-se impossível. As obrigações principais do 
contrato individual de emprego são irrestituíveis: empregado não pode devolver salário, pelo 
seu caráter alimentar; e o empregador não pode devolver ao empregado a energia despendida, 
que já se transformou em um bem (corpóreo ou não) em circulação. 
 
Assim, no direito do trabalho, a nulidade acarreta o dever de indenizar (art. 182 do 
CC), ou seja, restituir a parte com um valor proporcional a sua prestação. Por exemplo, o 
empregado incapaz ou contratado pela administração pública sem prévio concurso recebem, 
pela sua prestação de serviços, indenização equivalente aos salários que receberia se seu 
contrato fosse válido. 
 
 
 
 
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O que pode variar, no direito do trabalho, é o alcance dos efeitos da decretação da 
invalidade, assim como o montante da indenização compensatória. Nesse sentido, temos duas 
teorias: 
 
a) teoria da irrestituibilidade das prestações – reconhecida a nulidade, seus efeitos 
retroagem desde a constituição do negócio jurídico, e a indenização corresponderá ao valor 
estrito da prestação laboral como consubstancia a Súmula 363 do TST. 
 
b) teoria da irretroatividade da nulidade – a nulidade não retroage. O negócio, 
mesmo viciado, produz todos os efeitos até que haja o reconhecimento judicial de sua 
nulidade. Antes disso, o contrato produz todos os efeitos, inclusive a constituição de vínculo 
empregatício e, portanto, todos os encargos trabalhistas são devidos ao empregado. 
 
 
SEÇÃO V 
DAS NULIDADES 
 
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá 
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 
 
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das 
partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em 
audiência ou nos autos. 
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em 
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. 
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, 
que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, 
fundamentando sua decisão. 
 
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: 
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; 
b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa. 
 
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se 
estende. 
 
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele 
dependam ou sejam conseqüência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEÇÃO VI 
DAS EXCEÇÕES 
 
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser 
opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. (Redação dada 
pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a 
estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes 
alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) 
 
Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao 
exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida 
na primeira audiência ou sessão que se seguir. 
 
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser 
recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: 
a) inimizade pessoal; 
b) amizade íntima; 
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; 
d) interesse particular na causa. 
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja 
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo 
sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo 
constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou 
que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de 
propósito o motivo de que ela se originou. 
 
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará 
audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da 
exceção. 
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada 
procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência 
ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará a 
funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum 
dos membros se declarar suspeito. 
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da 
organização judiciária local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IX. AUDIÊNCIAS 
 
Conceito: a palavra vem do latim “audientia” que significa ato de ouvir ou escutar. 
Portanto é o ato que visa a oitiva as partes e possíveis testemunhas pelo Juiz. 
 
No entanto, o Juiz poderá dividir em sessões (inicial, instrução e julgamento) ou 
concentrar em um único ato (audiência una – proposta de conciliação, colheita e provas e dar 
ciência às partes da sentença). 
 
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por 
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua 
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 
A audiência é pública e realizada na sede do Juízo em dias úteis entre oito e 18 horas, 
não podendo ultrapassar cinco horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente, devendo 
o Juiz estar presente no local até 15 minutos após a hora marcada (art. 815, parágrafo único da 
CLT). 
Na hora marcada, o juiz declara aberta a sessão de audiência e um funcionário 
convoca as partes para comparecerem à sala de audiência. 
 
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-
se-ão na sede do Juízo ou Tribunalem dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) 
e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo 
quando houver matéria urgente. 
 
Art. 814. Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz 
ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o 
ocorrido constar do livro de registro das audiências. 
 
As partes deverão comparecer pessoalmente, pois o advogado não pode acumular a 
função de preposto. 
 
A ausência do reclamante provoca o arquivamento da ação e a sua condenação nas 
custas processuais, salvo se for beneficiário da justiça gratuita (se for pobre na acepção 
jurídica do termo). Por outro lado, a reclamada ausente será considerada revel (ausência de 
contestação). 
 
Em caso de doença ou outro motivo poderoso, o reclamante poderá ser representado 
por outro empregado que pertença à mesma profissão, pelo sindicato profissional ou mesmo 
pelo advogado, evitando assim o arquivamento da reclamação. 
 
 
 
 
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Já o empregador pode se fazer substituir por um preposto que tenha conhecimento dos 
fatos, desde que seja empregado da empresa, de acordo com a Súmula 377 do TST, sob pena 
de ser considerado revel. 
 
Vale lembrar que as partes poderão comparecer sem advogado e acompanhar o 
processo até o final, porque embora a Constituição Federal disponha que “o advogado é 
indispensável a administração da justiça”, na Justiça do Trabalho permanece o chamado jus 
postulandi, segundo entendimento do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente 
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
 
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o 
reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, 
nos casos de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho 
 
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão 
fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 
3.7.1979) 
 
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro 
preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o 
proponente. 
§ 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, 
não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se 
representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu 
sindicato. 
 
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento 
da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de 
confissão quanto à matéria de fato. 
Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente 
suspender o julgamento, designando nova audiência. 
 
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados 
das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. 
 
Presentes as partes, o juiz faz a primeira proposta conciliatória, sob pena de nulidade 
do processo. 
 
 
 
 
 
 
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Se houver acordo, será lavrado o respectivo termo e fixada uma multa pelo seu 
descumprimento, ocorrendo o trânsito em julgado imediatamente, o que o torna imutável e 
somente atacável via Ação Rescisória, salvo com relação ao INSS quanto as contribuições 
previdenciárias. 
 
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão 
sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória 
dos conflitos. 
§ 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em 
arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título. 
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo 
depois de encerrado o juízo conciliatório. 
 
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de 
conciliação. 
"Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como 
decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe 
forem devidas." (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 25.10.2000) 
 
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. (Redação 
dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995) 
Enfim, estando as partes presentes e não havendo acordo, o juiz receberá a defesa. 
 
 
X. PROVAS 
 
 
Ante de se examinar a matéria atinente à prova, relevante reiterar que, no processo 
trabalhista, em razão de suas características, não há uma divisão do processo em fases, sendo 
que a fase postulatória acaba por confundir-se com a fase instrutória. 
 
A prova é a demonstração através de meios legais e específicos, que se demonstra a 
verdade3 de fatos4 relevantes5 que resultam controvertidos no processo. 
 
Os princípios que regem a matéria probatória, segundo Bezerra Leite são: 
 
a) Princípio do contraditório e da ampla defesa – artigo 5°, inciso LV, da Constituição 
Federal de 1988; 
 
3 É a consonância do fato alegado com a verdade real. 
4 Excepcionalmente se provará o direito, exceto normas, acordos coletivos, leis estaduais, municipais e tratados e acordos internacionais. 
5 Não se provam fatos controversos. 
 
 
 
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b) Princípio da necessidade da prova (ou obrigatoriedade6) – parte-se do pressuposto 
que a parte deve fazer suas alegações no processo uma vez que os fatos não provados 
são inexistentes7; 
 
c) Princípio da unidade da prova – onde não se deve apreciar a prova isoladamente, 
mas sim, em seu conjunto8; 
 
d) Princípio da proibição da prova obtida ilicitamente – artigo 5°, inciso LVI, da 
Constituição Federal de 1988 e artigo 14, inciso II, do Código de Processo Civil; 
 
e) Princípio do livre convencimento ou persuasão racional – (Princípio que rege o 
sistema vigente de valoração da prova9) – artigo 93, inciso IX, da Carta Federal de 
1988 e artigos 128 e 131 do Código de Processo Civil; 
 
f) Princípio da oralidade – pelo qual as provas devem, preferencialmente, serem 
produzidas em audiência; 
 
g) Princípio da imediação – artigos 848 e 852-D da Consolidação das Leis do 
Trabalho; 
 
h) Princípio da aquisição processual – onde não interessará quem produziu a prova, 
sendo a mesmo do processo; 
 
A finalidade da prova é a formação do livre convencimento do juiz a respeito dos fatos 
da ação (artigo 131 do Código de Processo Civil). Em conformidade com o disposto no artigo 
769 da Consolidação das Leis do Trabalho, utiliza-se subsidiariamente a legislação processual 
civil. 
 
Assim, “todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não 
especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a 
ação ou a defesa” (artigo 332 do Código de Processo Civil). 
 
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite10, constituem-se objeto da prova os fatos 
relevantes, pertinentes e controvertidos. 
 
 
6 Para Sérgio Pinto Martins. 
7 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 414-415. 
8 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 414-415. 
9 Os outros dois sistemas de valoração da prova são: Livre convencimento (do juiz, que não estaria limitando senão o seu convencimento) e 
Sistemada prova legal (segundo este sistema, somente valerá como prova aqueles elementos previstos em lei, e em conformidade com o 
valor respectivo de cada uma). 
10 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 419. 
 
 
 
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No que tange ao ônus probatório11, “a prova das alegações incumbe à parte que as 
fizer” (artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho). Em que pese não haja omissão da 
Consolidação das Leis do Trabalho em relação ao ônus probatório, deve-se levar em 
consideração o disposto no artigo 333 do Código de Processo Civil, que dispõe: “que o ônus 
da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto à 
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor” (ver artigo 389 do 
Código de Processo Civil). 
 
Os meios de prova são: 
 
a) Depoimento pessoal (previsto nos artigos 342 a 347 do Código de Processo Civil, 
aplicados subsidiariamente ao processo do trabalho): o objetivo deste meio de prova é a 
confissão real12 (reconhecimento expresso do fato) ou ficta13 (decorrente da ausência, recusa 
ou escusa da parte em seu depoimento), que deverá ser realizado após a defesa, à 
requerimento ou por determinação do juiz, sempre visando a confissão. Os elementos da 
confissão são: veracidade dos fatos, capacidade e intenção (“animus confidenti”). 
A ordem de coleta dos depoimentos, por analogia à ordem do Código de Processo Civil é: 1) 
do reclamante; 2) da reclamada; 3) das testemunhas do reclamante; 4) das testemunhas da 
reclamada. O artigo 460 do Código de Processo Civil, por sua vez, elenca os 
excepcionalmente desobrigados de prestar depoimento. Convém lembrar que o interrogatório, 
diferentemente do depoimento pessoal, visa o esclarecimento de situações fáticas, podendo 
ser feito a qualquer momento no processo pelo juiz, ainda que não esteja presente o 
reclamado. 
 
b) Prova documental (prevista nos artigos 830 e 852-H, parágrafo 1°, da 
Consolidação das Leis do Trabalho): o artigo 390 do Código de Processo Civil trata 
supletivamente do incidente de falsidade documental. Vale lembrar que no rito sumaríssimo 
há previsão legal expressa para o momento da impugnação de documentos, sendo que nos 
ritos ordinário e sumário esta previsão legal inexiste, fazendo com que o Juiz, na prática, 
determine o momento, seja oral, seja por petição (caso não sejam os documentos impugnados, 
haverá a preclusão deste direito). 
 
c) Prova testemunhal (prevista nos artigos 820 a 825, 828, 829 e 852-H, parágrafos 
2° e 3° da Consolidação das Leis do Trabalho): o depoimento de uma testemunha não poderá 
ser ouvido pelas testemunhas que ainda não depuseram. As testemunhas podem ser 
classificadas em instrumentais (as concernentes ao ato jurídico) e judiciais (as trazidas ao 
Juízo pelas partes para comprovação dos fatos alegados). 
 
 
11.Ver as Súmulas 6, 9, 16, 74 e 338, do TST e as OJ’s 215 e 301, da SDI-I, do TST. 
12 Rainha das provas, pois gera efeitos absolutos. 
13 Ou também denominada presumida. 
 
 
 
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Ou ainda, originárias (as testemunhas arroladas pelos litigantes) ou referidas14 (aquelas 
mencionadas pelas partes ou por outras testemunhas). 
 
 A testemunha poderá ser contraditada (impugnada) caso haja razões de fato e de 
direito para tanto. O momento para se contraditar (artigo 414 e parágrafo 1°, do 
Código de Processo Civil) a testemunha é no interregno entre a qualificação (artigo 
828 da Consolidação das Leis do Trabalho) e o compromisso da mesma. 
 
 Nos termos do artigo 829 da CLT, amigo íntimo, inimigo ou parente até o 3º grau 
civil não poderá depor como testemunha, devendo ser ouvida como informante (artigo 
829 da Consolidação das Leis do Trabalho). O juiz poderá ou não acolher a contradita 
e caso, não acolha, a parte prejudicada deverá consignar em ata o protesto 
antipreclusivo15 e, em sede de recurso ordinário, alegá-lo em preliminar com 
fundamento no cerceamento de prova, se for o caso. A testemunha que possui 
reclamação trabalhista contra a Reclamada pode servir de testemunha, nos termos do 
entendimento da Súmula 357 do TST. 
 
 O número de testemunhas, para cada parte, será de: 3 (três), no rito ordinário, 2 
(duas), no rito sumaríssimo e 6 (seis) na ação de inquérito para apuração de falta 
grave. 
 
 Caso a testemunha tenha que depor em horário de trabalho, e trate-se de funcionário 
civil ou militar, o comparecimento da mesma deverá ser requisitado ao chefe de sua 
repartição (artigo 823 da Consolidação das Leis do Trabalho). 
 
d) Prova pericial (prevista na Lei n° 5.584/70, artigo 3°, parágrafo único; artigos 827, 
828 e 852-H, parágrafos 4° e 6° da Consolidação das Leis do Trabalho e, subsidiariamente, 
nos artigos 420 a 439 do Código de Processo Civil). Nos termos do artigo 195, parágrafos 2º, 
da Consolidação das Leis do Trabalho, a perícia será obrigatória em se tratando de 
insalubridade e periculosidade, razão pela qual é classificada como prova legal. Haverá a 
dispensa das perícias obrigatórias caso haja: acordo, reconhecimento da dívida e 
impossibilidade jurídica do pedido. Em se tratando de rito sumaríssimo, os quesitos da perícia 
obrigatória já deverão vir acompanhados da peça inicial ou deverão ser entregues em prazo 
exíguo a ser determinado pelo Juízo. É facultada às partes a nomeação de assistentes técnicos. 
Mesmo que inexista o local da perícia, tal diligência deve ser feita, por força do entendimento 
da Orientação Jurisprudencial 278 da SDI – I do TST. 
 
e) Inspeção judicial (previsto nos artigos 440 a 443 do Código de Processo Civil, 
aplicados subsidiariamente ao processo do trabalho). 
 
14 Artigo 418, I do Código de Processo Civil. 
15 A hora de protestar é na audiência, se não o fizer, precluirá o direito. 
 
 
 
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Procedimentos cautelares específicos previstos no Código de Processo Civil (artigos 
769 e 813 da Consolidação das Leis do Trabalho), no que tange à produção de prova: 
 
a) produção antecipada de prova - artigo 846 do Código de Processo Civil; 
b) exibição de documentos - artigo 814 do Código de Processo Civil; 
c) ação de atentado16- artigo 879 do Código de Processo Civil. 
 
 Imperioso destacar que não dependem de prova os fatos: I- notórios, II- afirmados por 
uma parte ou confessados pela parte contrária, III- admitidos, no processo, como 
incontroversos, IV- em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade 
(artigo 334 do Código de Processo Civil). 
 
A prova emprestada17, segundo Sérgio Pinto Martins18, é a prova de um certo fato que 
foi produzida num processo, que copiada através de certidão, é transferida de um processo 
para outro. Não poderá ser utilizada a prova emprestada nos casos em que há a necessidade de 
realização de perícia como nas questões que envolvem insalubridade e periculosidade (artigo 
195, parágrafo 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho). 
 
 
XI. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO E SUMARÍSSIMO 
 
1. DA FORMA DE RECLAMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO 
 
CAPÍTULO III 
DOS DISSÍDIOS INDIVIDUAIS 
SEÇÃO I 
DA FORMA DE RECLAMAÇÃO E DA NOTIFICAÇÃO 
 
Art. 837 - Nas localidades em que houver apenas 1 (uma) Junta de Conciliação e 
Julgamento, ou 1 (um) escrivão do cível, a reclamação será apresentada diretamente 
à secretaria da Junta, ou ao cartório do Juízo. 
 
Art. 838 - Nas localidades em que houver mais de 1 (uma) Junta ou mais de 1 (um) 
Juízo, ou escrivão do cível, a reclamação será, preliminarmente, sujeitaa 
distribuição, na forma do disposto no Capítulo II, Seção II, deste Título. 
 
Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada: 
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e 
pelos sindicatos de classe; 
 
16 Atentado em relação ao estado de fato na lide. Trata-se de ação cautelar incidental. 
17 Parte da doutrina entende não ser possível a utilização da prova emprestada, outra parte entende possível. 
18 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito processual do trabalho. 32. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 364. 
 
 
 
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b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho. 
 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da 
Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do 
reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data 
e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e 
assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no 
parágrafo anterior. 
 
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 
48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao 
reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do 
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar 
embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por 
edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, 
afixado na sede da Junta ou Juízo. 
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na 
forma do parágrafo anterior. 
 
Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão 
ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa 
ou estabelecimento. 
 
2. DA RECLAMAÇÃO ESCRITA E VERBAL 
 
Verifica-se a prevalência da palavra falada em detrimento da escrita em diversos 
momentos no processo do trabalho, como: reclamação verbal reduzida a termo pelo 
serventuário da justiça, defesa oral em 20 minutos, protesto em audiência e razões finais em 
10 minutos. 
 
 
3. DA LEGITIMIDADE PARA AJUIZAR 
 
Antes de ajuizar uma reclamação trabalhista (previamente), o reclamante deve 
submeter o conflito a Comissão, a qual terá até 10 dias para designar sessão de conciliação ou 
fornecer um termo de conciliação frustrada. Durante esse período o prazo prescricional fica 
suspenso. 
 
 
 
 
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A conciliação será reduzida a termo e valerá como título executivo extrajudicial, com 
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas, nos termos do 
artigo 625-D da CLT. Restando infrutífera esta tentativa, será lavrado um termo e juntado na 
reclamação trabalhista proposta perante o Judiciário. 
 
A legitimidade para propor uma ação judicial é conferida ao titular do direito 
subjetivo, ou seja, a parte pleiteia direito próprio em nome próprio - legitimação ordinária. 
Todavia, o artigo 6 do CPC prevê a legitimação extraordinária ao dispor que: “ninguém 
poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. Assim, em 
certas situações que a lei autoriza que alguém pleiteie em nome próprio direito alheio, 
caracterizando a legitimação extraordinária. 
 
A Constituição Federal conferiu legitimação extraordinária ao sindicato ao permitir a 
substituição processual para a defesa dos direitos coletivos e individuais da categoria, tanto 
nas questões judiciais quanto administrativas (art. 8, III, CF). 
 
O Supremo Tribunal Federal entende que a substituição conferida pela Carta Magna é 
geral e irrestrita pelos entes sindicais, não havendo a necessidade de arrolar na petição inicial 
os substituídos. 
 
Obs.: Os Sindicatos poderão impetrar mandado de segurança coletivo quando 
constituídos à pelo menos um ano. 
 
4. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
SEÇÃO II-A 
(incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
Do Procedimento Sumaríssimo 
 
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário 
mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao 
procedimento sumaríssimo. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em 
que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. (Incluído pela 
Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: (Incluído 
pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e 
endereço do reclamado; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
 
 
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III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do 
seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com 
o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. (Incluído pela Lei nº 
9.957, de 12.1.2000) 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo 
importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas 
sobre o valor da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço 
ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao 
local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. (Incluído pela Lei nº 
9.957, de 12.1.2000) 
 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em 
audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser 
convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 
12.1.2000) 
 
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a 
serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar 
ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como 
para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. 
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as 
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução 
conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 
12.1.2000) 
 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, 
as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa 
trazidas pela prova testemunhal. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam 
interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão 
decididas na sentença. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e 
julgamento, ainda que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 
12.1.2000) 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á 
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta 
impossibilidade, acritério do juiz. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à 
audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. (Incluído pela 
Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
 
 
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§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, 
deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá 
determinar sua imediata condução coercitiva. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 
12.1.2000) 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será 
deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da 
perícia e nomear perito. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 5º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de 
cinco dias. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-
ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo 
juiz da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo 
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela 
Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, 
atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. (Incluído pela Lei 
nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. 
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) 
 
 
5. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
 
SEÇÃO III 
DO INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
 
Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra 
empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por 
escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da 
suspensão do empregado. 
 
Art. 854 - O processo do inquérito perante a Junta ou Juízo obedecerá às normas 
estabelecidas no presente Capítulo, observadas as disposições desta Seção. 
 
Art. 855 - Se tiver havido prévio reconhecimento da estabilidade do empregado, o 
julgamento do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará a execução para 
pagamento dos salários devidos ao empregado, até a data da instauração do mesmo 
inquérito. 
 
 
 
 
 
 
 
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XII. SENTENÇA E COISA JULGADA 
 
O artigo 850 da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe que: 
 
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo 
não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente 
renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a 
decisão. 
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará 
os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou 
proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre 
os votos divergentes e ao interesse social. 
 
Desta forma, as razões finais poderão, ou não, serem apresentadas tanto na própria 
audiência de instrução ou antecipadamente através de petição (memoriais, por analogia ao 
artigo 454, parágrafo 3°, do Código de Processo Civil). 
 
O artigo 162 do Código de Processo Civil dispõe que os atos do juiz consistirão em 
sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
 
As decisões interlocutórias proferidas na fase de conhecimento, salvo se extintivas do 
feito, são irrecorríveis. Destas decisões, a parte deverá registrar seu protesto (em ata, se o 
indeferimento se der em audiência) que deverá ser arguido em sede de preliminar de recurso 
(a nulidade da sentença em razão da decisão interlocutória proferida). Todavia, pelo 
entendimento da Súmula 214 do Tribunal Superior do Trabalho, existem 3 (três) hipóteses 
que cabe recurso de decisão interlocutória: 
 
Súmula 214. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova 
redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 
893, §1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas 
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação 
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante 
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a 
remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo 
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §2º, da CLT. 
 
Pela redação da Súmula acima colacionada, as decisões interlocutórias, de regra, não 
ensejam recurso imediato, à exceção dos seguintes casos: (1) decisão de Tribunal Regional do 
Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
(2) decisão contra a qual caiba impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; (3) 
decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para 
Tribunal Regional do Trabalho diverso daquele a que se vincula o Juiz excepcionado. Assim, 
 
 
 
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por exemplo, se um Juiz vinculado ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, acolhendo 
exceção de incompetência territorial, remeter o processo para o Tribunal Regional do 
Trabalho da 12ª Região, contra essa decisão caberá a interposição de recurso que, segundo a 
jurisprudência, será o recurso ordinário19. 
 
A sentença poderá ser definitiva (decisões que resolvem a lide, analisam o mérito; são 
passíveis de recurso) ou terminativa (decisões que extinguem o processo sem adentrar no 
mérito da ação). Os efeitos da sentença são: declaratória - artigo 4°, incisos I e II, do Código 
de Processo Civil (aquelas decisões que declaram a existência ou não da relação jurídica ou a 
falsidade ou autenticidade de um documento20; efeito “ex tunc”, ou seja, retroage à data dos 
fatos), constitutiva (aquela decisão que cria, modifica ou extingue determinada relação 
jurídica21; efeito “ex nunc”, ou seja, não retroage à data dos fatos, valerá da decisão em 
diante) ou condenatória (aquelas decisões proferidas que obrigam a parte condenada a dar, 
fazer ou não fazer alguma coisa; havendo o descumprimento, executar-se-á a obrigação). 
 
Os requisitos da sentença encontram-se previstos no artigo 832 da Consolidação das 
Leis do Trabalho, quais sejam, relatório, fundamentação e dispositivo. Apenas a título de 
lembrança, nas sentenças proferidas em processos de rito sumaríssimo, a sentença não 
necessitará conter o relatório, mas, a decisão deverá ser líquida (artigo 459, parágrafo único, 
do Código de Processo Civil). 
 
 
Existindo erros evidentes ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo, na 
sentença proferida, poderão os mesmos ser corrigidos “ex officio” pelo Juiz ou a 
requerimento das partes ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho, antes da execução (artigo 
833, da Consolidação das Leis do Trabalho). Sendo, no entanto, omissa, contraditória ou 
contiver pontos obscuros, poderá a parte nos termos do artigo 535 do Código de Processo 
Civil e do artigo 897-A da Consolidação das Leis do Trabalho, apresentar embargos de 
declaração, no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
Observa-se que será em sede de sentença que o juiz concederá ou não os benefícios da 
Justiça Gratuita e da Assistência Judiciária Gratuita, bem como os honorários assistenciais 
decorrentes desse último benefício.19 AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. 
IRRECORRIBILIDADE. Em que pese o inconformismo da Agravante, não há como prosperar o seu Apelo, uma vez que a Decisão Regional, ao reconhecer o 
vínculo empregatício entre as partes e determinar o retorno dos autos à Vara de origem, revela seu caráter meramente interlocutório, sendo a mesma irrecorrível 
de imediato, a teor do que prediz a Súmula nº 214, do C. TST, baixada em consonância com o § 1º, do art. 893, da CLT. Sabidamente, as Decisões de natureza 
interlocutória, na Justiça do Trabalho, só são recorríveis de imediato quando contrár ias à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do C. TST, quando suscetíveis de 
impugnação mediante Recurso para o mesmo Tribunal ou na hipótese de acolhimento de exceção de incompetência, com a remessa dos autos para Tribunal 
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Não sendo assim, como no presente caso, é 
imprescindível que a Reclamada aguarde a prolação da Decisão definitiva, a fim de se habilitar ao manejo do Recurso do qual se valeu prematuramente. 
Acrescente-se, ainda, que, a teor do § 6º, do art. 896, da CLT, nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido Recurso de Revista por 
contrariedade a Súmula de jur isprudência uniforme do C. TST e violação direta da Constituição da República. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. 
(AIRR - 55668/2005-013-09-40 Relator - JCJSC DJ - 11/05/2007) 
20 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito processual do trabalho. 32. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 373. 
21 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 461. 
 
 
 
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Como já dito, no processo do trabalho, os honorários de advogado somente serão 
devidos quando preenchidos os requisitos da Lei n° 5.584/70, sendo os mesmos revertidos em 
favor do sindicato que prestou assistência judiciária, no teto máximo de 15% sobre o valor da 
condenação, de acordo com a Lei n° 1.060/5022. 
 
 
XIII. DISSÍDIOS COLETIVOS 
 
1. CONCEITO 
 
O direito coletivo do trabalho pode ser conceituado da seguinte forma: parte do direito 
do trabalho (1) formada pelo conjunto de princípios e regras (2) voltados à regulação dos 
sindicatos (e demais sujeitos de direito coletivo reconhecidos) (3), da negociação coletiva (4), 
e dos possíveis conflitos coletivos estabelecidos (5). 
 
(1) “Parte do direito do trabalho (...)” 
 
A primeira parte do conceito contextualiza a disciplina em comento: o direito coletivo 
está vinculado ao direito do trabalho e, assim, deste retira seu valor fundamental (busca pelo 
trabalho decente23) e seus princípios basilares (proteção e melhoria da condição social dos 
trabalhadores), como será visto posteriormente. 
 
(2) “(...) formada pelo conjunto de princípios e regras (...)” 
 
A segunda parte do conceito indica os elementos normativos do direito coletivo, o que 
desemboca no estudo de suas fontes. Neste aspecto, o direito coletivo do trabalho empresta do 
direito do trabalho as espécies normativas que regem o seu objeto. 
 
As fontes formais podem ser classificadas da seguinte forma24: 
 
 de produção estatal – são a Constituição, a Lei (lato sensu) e os atos normativos 
secundários (Portarias, Instruções Normativas e Decretos regulamentadores). Podem ser 
absolutamente indisponíveis (como a regra que prevê a unicidade sindical) ou disponíveis no 
plano das relações coletivas (como a regra que possibilita a redução salarial por convenção ou 
acordo coletivo); mas mesmo as dispositivas são vinculativas na medida em que criam uma 
presunção legal geral: os direitos previstos em normas dispositivas somente podem ser 
afastados se forem observados expressamente os procedimentos e limites que a própria 
legislação impõe. 
 
22 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito processual do trabalho. 32. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 384. 
23 “O trabalho decente é o ponto de convergência de [...] quatro objetivos estratégicos: a promoção dos direitos fundamentais no trabalho; o 
emprego; a proteção social e o diálogo social”. Vide ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TRABAJO. Conferencia Internacional del 
Trabajo. Memorial del Director General: trabajo decente. Disponível em: < http://www.oit.org/public/spanish/standards/relm/ilc/ilc87/rep-
i.htm#1.%20La%20finalidad>. Acesso em 25 set. 2004. 
24 Baseado em GOMES, Orlando, GOTTSCHALK, Élson. Curso de direito do trabalho. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1975, p. 69-98. 
 
 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT/3ª REGIÃO (MG) 
 
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 de produção internacional – do ponto de vista formal, as fontes internacionais se 
resumem aos tratados, em especial, às convenções da OIT ratificadas pelo país. No entanto, 
não é demais lembrar que o Brasil é membro da OIT, signatário de sua Constituição e demais 
documentos fundamentais. Em função disso, pode-se argumentar no sentido de que as 
recomendações internacionais do trabalho (normas elaboradas pela OIT, aprovadas pela sua 
Conferência e de submissão obrigatória às autoridades nacionais, mas que não demandam 
ratificação para o seu cumprimento) e as decisões do comitê de liberdade sindical (comitê 
permanente que controla a aplicação das regras elaboradas pela OIT em matéria de direito 
coletivo), embora não tenham o caráter vinculativo formal de um tratado, formam, em 
conjunto com as convenções internacionais, uma espécie de “código internacional de direito 
coletivo do trabalho”, revelando-se um interessante instrumental normativo e principiológico 
para os operadores jurídicos25. 
 
 de produção profissional – são os acordos e convenções coletivos de trabalho, os 
estatutos aprovados pelas assembleias sindicais e os termos de conciliação e mediação. 
Enquadram-se como de produção profissional pelo fato de sua elaboração ser impulsionada e 
delineada pelos próprios atores laborais coletivos. 
 
 de produção mista – são mistas, pois têm seu impulso elaborativo pelos atores 
coletivos laborais, mas o procedimento de produção apenas se encerra, vinculativamente, com 
a atividade de um terceiro. Enquadram-se aqui as sentenças normativas e arbitrais, estas 
últimas admitidas em direito coletivo do trabalho, por exemplo, nos casos de impasse sobre 
conflitos de natureza econômica. 
 
 de produção empresarial – são os regulamentos de empresa. Revelam-se como 
possíveis fontes formais de direito coletivo, não apenas porque elaboradas pelas empresas – 
sujeitos de direito coletivo do trabalho por excelência – mas também porque seu conteúdo 
pode abordar certas matérias que dizem respeito diretamente às ações e aos conflitos 
coletivos. É o caso, por exemplo, de um regulamento empresarial que discipline, no vácuo das 
fontes de produção estatal, internacional, profissional e mista, ou de forma mais benéfica que 
estas, a participação dos empregados da empresa em reuniões sindicais, estabelecendo 
horários e locais de realização. Trata-se de uma situação pouco comum, mas juridicamente 
possível. 
 
(3) “(...) voltados à regulação dos sindicatos (e demais sujeitos de direito coletivo 
reconhecidos) (...)” 
 
A terceira, a quarta e a quinta partes do conceito dizem respeito ao tripé que forma o 
objeto de disciplina do direito coletivo do trabalho: os sindicatos (e demais sujeitos de direito 
coletivo), a negociação coletiva (e demais estratégias potenciais de ação dos sujeitos de 
direito coletivo) e os conflitos coletivos. 
 
25 Nesse sentido, não é demais lembrar que o art. 3º do Projeto de Reforma Sindical oriundo do Fórum Nacional do Trabalho

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