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* * Direito Constitucional I * * Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. * * Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Executivo Legislativo Judiciário * * Poder Legislativo Federal (Congresso Nacional) Câmara dos Deputados + Senado Estadual/ Distrito Federal Assembléia Legislativa/ Câmara Legislativa Municipal Câmara dos Vereadores * * Poder Executivo Federal Presidente da República Estadual/ Distrito Federal Governadores Municipal Prefeitos * * * * Hierarquia das Normas Legais * * 1. Direito Constitucional Conceito e Importância. Natureza, Objeto e Conteúdo Científico. Fontes. Evolução do Constitucionalismo. * * “É o conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação.” (Ferreira Filho) “Configura-se como Direito Público Fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política.” (José Afonso da Silva) Conceito de Direito Constitucional * * Evolução Histórica A expressão “Direito Constitucional” surge na Itália no fim do século XVIII. Surge com a idéia fundamental de limitação da autoridade governativa (constitucionalismo liberal). Limitação imposta pela separação dos poderes e declaração de direitos (tese liberal mais importante). O neoliberalismo do século XX acolhe a tese de Tutela dos Direitos Humanos e limitações do Poder do Estado. * * Evolução Histórica Primeira cadeira de Direito Constitucional – França, 1834. A partir de então, a expressão passou a designar o estudo sistemático das regras constitucionais. No século XIX o Direito Constitucional caracterizou-se por ser, na prática, uma espécie de Direito Público do Liberalismo. No século XX, pode-se dizer que o Direito Constitucional alcançou grau de ciência jurídica. No Brasil, a disciplina se fixou definitivamente depois de 1940 no ensinamento didático. * * Importância do Direito Constitucional: mais importante ramo das ciências jurídicas no contexto do estudo do Direito. Posição hierárquico-normativa superior relativa aos outros ramos do direito; A superioridade normativa das normas constitucionais implica na necessidade de conformidade de todos os atos dos poderes políticos com a Constituição. Conceito e importância do Direito Constitucional * * Importância do estudo da “Teoria da Constituição”: forma de elucidar muitos problemas jurídicos-constitucionais que, na maioria das vezes, necessitam de conhecimento explicativo e justificativo que só pode ser fornecido por uma reflexão teórica. “A Teoria da Constituição possibilita a clarificação dos problemas do Direito Constitucional”. (J. J . Gomes Canotilho). Conceito e importância do Direito Constitucional * * Disciplina Autônoma; Principal ramo do Direito Público (interesses imediatos do Estado) Interno (normas concernem apenas ao direito de um Estado); Base para todas as áreas do Direito; Direito Público x Direito Privado (fins didáticos). Conceito e importância do Direito Constitucional * * Natureza: A doutrina classifica o Direito Constitucional como ramo do Direito Público ao lado do Direito Administrativo, Urbanístico, Tributário, Processual, Penal, etc. É um direito que gravita sobre si mesmo. Objeto: Normas relativas à estrutura do Estado, direitos fundamentais a regras básicas de ordem econômica e social. (Base jurídico-positiva). Natureza e Objeto do Direito Constitucional * * ESCRITAS: Normas Constitucionais e infraconstitucionais, a Jurisprudência e a Doutrina; NÃO-ESCRITAS: Representadas pelos usos e costumes constitucionais. Fontes do Direito Constitucional * * NÃO-ESCRITAS: São, essencialmente, duas: o costume e os usos constitucionais. O costume forma-se quando a prática repetida de certos atos induz uma determinada coletividade à crença ou convicção de que esses atos são necessários ou indispensáveis. Sua importância para o Direito Constitucional é imensa. Os usos constitucionais compõem a segunda categoria das fontes não-escritas. Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários. Ex.: Anulação do Testamento do Rei Luiz XIV, que alterava a lei de sucessão do trono e fora feito pelo rei, sem audiência dos Estados gerais, no exercício de uma função legislativa ordinária. O testamento foi cassado pelo Parlamento de Paris. Com esse ato, ficou comprovada a rigidez e superioridade do costume. constitucional. Fontes do Direito Constitucional * * Direito Administrativo: Princípios básicos e normas relativas aos institutos do Direito Administrativo. Exemplos: Arts. 182, 184 e 185, art. 37, etc. Direito Penal: Garantias penais de natureza constitucional. Ex: incisos XXXIX a XLII do Art. 5°. Direito Processual: Garantias processuais de natureza constitucional e competências dos órgãos judiciais. Exemplos: (Art. 5°, LIII a LVI, etc). Relação do Direito Constitucional com os outros ramos do Direito * * Direito do Trabalho: Princípios de proteção aos trabalhadores, garantias sociais e organização da Justiça do Trabalho. Ex: art. 6°, 7º, 8°, 9°, etc. Direito Tributário/Financeiro: Normas básicas de finanças e sistema tributário. Exemplos: Art. 145 e 169, etc. Direito Internacional: Princípios de D. Internacional (internacionalização do D. Constitucional) e constitucionalização do D. Internacional. Ex: Art. 4°, I a X Direito Privado: Ordenação e normas acerca dos principais estatutos do D. Privado. (ex: Art. 5°, XXII e XXX, Art. 226, CF/88) Ciência Política: Estrutura política do Estado. Relação do Direito Constitucional com os outros ramos do Direito * * O Direito Constitucional norteia todos os demais ramos do Direito → Supremacia da Constituição sobre as demais normas legais. Fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil Princípios Constitucionais do Direito Penal Normas-regras x Normas-princípios Relação do Direito Constitucional com os outros ramos do Direito * * Constitucionalismo Movimentos Constitucionais movimento político jurídico de limitação do poder. - “A Constituição é, em última instância, a limitação dos poderes do governo nas mãos dos governados.” (Thomas Cooley) Fenômeno relacionado ao fato do Estado possuir uma Constituição; Técnica jurídica de tutela de liberdades (limitação do poder do Estado); - Técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. Constitucionalismo * * DOIS MOMENTOS: CONSTITUCIONALISMO ANTIGO CONSTITUCIONALISMO MODERNO Idade Antiga (até o Século V: início da queda Império Romano) Idade Média (Século V – XV: tomada de Constantinopla) Idade Moderna (Século XV – XVIII: Revolução Francesa) Idade Contemporânea (Século XVIII até os dias atuais) Constitucionalismo * * CONSTITUCIONALISMO ANTIGO (Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna - até Século XVIII) * * Norteia as relações entre povo e governo; Baseia-se em raízes culturais e nos costumes; Textos não codificados em um único documento; Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * Influência Judaico-Cristã: Homem como ápice da Criação Controle de compatibilidade bíblica dos atos do governo por profetas: Karl Loewesnstaien – reis deveriam respeitar as leis da Bíblia. Todos são iguais perante Deus Amar e respeitar ao próximo como a si mesmo. Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 1. Constitucionalismo durante a Antiguidade: Hebreus → limitações ao Estado Teocrático, assegurando aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem limites bíblicos. Gregos → Cidades-Estados; democracia direta – o homem pode ser governado pelo próprio homem. Romanos → Lei das XII Tábuas (450 a.C.). Tábua nona: Do Direito Público: “Que não se estabeleçam privilégios em lei”. (Ou que não se façam leis contra indivíduos). Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Média: MAGNA CARTA LIBERTATUM (1215) Em 1215, depois que o rei João da Inglaterra violou uma série de antigas leis e costumes através dos quais a Inglaterra tinha sido governada, seus súditos o obrigaram a assinar a Carta Magna. Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Média: MAGNA CARTA (1215) Assegurava o direito da Igreja estar livre do controle/ interferências governamentais; os direitos de todos os cidadãos serem livres para possuir e herdar bens e serem protegidos de impostos excessivos; estabeleceu os princípios do devido processo legal e da igualdade de todos perante a lei; continha disposições proibindo o suborno e a má conduta oficial. “Também concedemos perpetuamente, em nosso nome e no de nossos sucessores, para todos os homens livres do reino de Inglaterra, todas as liberdades, cuja continuação se expressam, transmissíveis a seus descendentes.” Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: 2.1. Inglaterra – Petição de Direitos Petition of Rights (1628) Durante o reinado de Carlos I, houve tensão política sobre o poder do Parlamento e os "direitos e liberdades do sujeito". Em 1628, a Câmara dos Comuns elaborou uma petição anunciando as ilegalidades da tributação sem o consentimento do Parlamento e da prisão arbitrária. Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: 2.1. Inglaterra – Petição de Direitos (1628) “I. Os lordes [...] e os comuns, reunidos em parlamento, humildemente lembram ao rei, nosso soberano e senhor, que uma lei [...] declarou e estabeleceu que nenhuma derrama ou tributo seria lançada ou cobrada neste reino pelo rei ou seus herdeiros sem o consentimento dos [...] homens livres do povo deste reino...” Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: 2.2. Inglaterra – Declaração de Direitos - Bill of Rights (1689) Determinou, dentre outras coisas, a liberdade, a vida e a propriedade privada, assegurando o poder do Parlamento na Inglaterra. Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: 2.2. Inglaterra – Declaração de Direitos - Bill of Rights (1689) “Os Lords espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns declaram, desde logo, o seguinte: 1. que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento”. Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * 2. Constitucionalismo durante a Idade Moderna: Outros exemplos de documentos importantes: Pactos Forais ou Cartas de Franquia: estabeleciam a garantia de direitos individuais; e permitia a participação dos súditos no governo. Habeas Corpus Act 1628 (durante o reinado de Carlos II); Act of Settlement (ato de determinação) 1701 (impedia a destituição dos magistrados pelo rei – inamovibilidade e irredutibilidade dos vencimentos dos magistrados) Constitucionalismo Antigo (Até Século XVIII) * * CONSTITUCIONALISMO MODERNO (Idade Contemporânea: 1789 até os dias atuais) * * Características: Estrutura o Estado com divisão de poderes; Prevalência dos textos escritos e codificados – Constituição; Limita o poder com a garantia dos direitos fundamentais; “Totalitarismo Constitucional”, Constituição Dirigente, Constituição Programática (metas a serem atingidas). Marcos Históricos: Constituição Americana de 1787 e Constituição Francesa de 1791. Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) * * EUA - Declaração de Direitos da Virgínia (1776) Considerada a Primeira Declaração Moderna de Direitos; Declaração de Direitos que se inscreve no contexto da luta pela Independência dos EUA. Precede a Declaração de Independência dos EUA e, como ela, é de nítida inspiração Iluminista. “Artigo 1° - Todos os homens nascem igualmente livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos quais não podem, pôr nenhum contrato, privar nem despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a liberdade com os meios de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança.” Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) * * EUA - Declaração de Direitos da Virgínia (1776) A Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 04/07/1776, teve como tônica preponderante à limitação do poder estatal e a valorização da liberdade individual. É um documento de inestimável valor histórico, que influenciou mesmo a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) e inspirou e serviu de exemplo às outras colônias do continente americano. Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) * * EUA – Constituição Americana de 1787 “Nós, o Povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a Justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América”. 7 Artigos 27 Emendas Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) * * França – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 1789 Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) Foi o Preâmbulo da Constituição Francesa de 1791. A Declaração proclama que a todos os cidadãos devem ser garantidos os direitos de liberdade, propriedade, segurança,e a resistência à opressão. A Declaração vê o Direito como uma expressão da vontade geral, destinada a promover a igualdade de direitos e proibir ações nocivas à sociedade. * * França – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 1789 Constitucionalismo Moderno (1789 - hoje) “Os representantes do Povo Francês constituídos em Assembléia Nacional, considerando, que a ignorância o olvido e o menosprezo aos Direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolvem expor uma declaração solene os direitos naturais, inalienáveis, imprescritíveis e sagrados do homem...” * * Evolução do Constitucionalismo O Constitucionalismo sempre esteve ligado à idéia de limitação de poder da autoridade. Enquanto o Constitucionalismo Antigo foi constituído de experiências isoladas, o Constitucionalismo Moderno é a base da estrutura dos Estados atuais ao redor do mundo. * * Evolução do Constitucionalismo Mudança de uma postura de proteção para a promoção dos direitos. Introdução de Direitos Sociais como proteção ao trabalho, educação e saúde. Constituição mexicana - 1917 e Constituição de Weimar (Alemanha) – 1919. Solidariedade, continuidade, verdade, consenso, participação, universalização, integração são perspectivas para o constitucionalismo futuro. * * Busca atrelar ao Constitucionalismo não somente a idéia de limitação do poder político, mas também a busca pela eficácia da Constituição. Passagem do Estado de Direito para o Estado Constitucional, onde a Constituição tem o papel de condicionar intensamente o discurso filosófico jurídico, a ponto de fundar uma nova teoria do direito, fundada no ‘paradigma do constitucionalismo’. Valor axiológico da Constituição: Constituição como ‘valor em si’. Neoconstitucionalismo . * * Pontos Marcantes: Força normativa da Constituição (centro do sistema); Ampliação da Hermenêutica Constitucional; Concepção da norma constitucional em 2 espécies: regras e princípios; Concretização dos Direitos Fundamentais (eficácia irradiante; carga valorativa); Incorporação de valores e opções políticas aos textos constitucionais; Ampliação dos conflitos envolvendo Direitos Sociais (garantia de condições mínimas). Neoconstitucionalismo . A cada poder corresponde a uma função que lhe é atribuída com precipuidade. Legislativo: função precípua legislar Executivo: Administrar Judiciário: julgar Citar exemplos dos poderes exercendo funções distintas das que lhe são precípuas. Ex.: Legislativo julga em casos de CPI; Executivo legisla em casos de MP’s, etc. * Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (...) § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. Instruções são ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de determinado serviço público. Ordens de Serviço: são determinações dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos autorizando seu início ou contendo imposições de cáracter administrativo, ou especificações técnicas sobre o modo e forma de sua realização. * A superação da dicotomia Direito Público-Direito Privado pode ser observada, sobretudo, no que tange ao fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil, diante principalmente do princípio da dignidade da pessoa humana. Esse princípio, modifica a leitura que seve ser feita no âmbito do Direito Privado, destacando-se como consequências: a constitucionalização do Direito Civil, a eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais, o surgimento de microssistemas (Dir. Consumidor, ECA, Estatuto do Idoso, Direito Autoral); a descodificação e despatrimonização do Direito Civil. * * As fontes não escritas, são, essencialmente, duas: o costume e os usos constitucionais. O costume forma-se quando a prática repetida de certos atos induz uma determinada coletividade à crença ou convicção de que esses atos são necessários ou indispensáveis. Sua importância para o Direito Constitucional é imensa. Os usos constitucionais compõem enfim, a segunda categoria das fontes não-escritas. Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários. Ex.: parlamentarismo na Inglaterra; anulação do Testamento do Rei Luiz XIV, que alterava a lei de sucessão do trono e fora feito pelo rei, sem audiência dos Estados gerais, no exercício de uma função legislativa ordinária. O testamento foi cassado pelo Parlamento de Paris. Com esse ato, comprovou ele a rigidez e superioridade do costume constitucional. * * * * * * * * A Carta Magna foi assinada em 1215 e torna-se parte e fundamento da legislação britânica atual. Juntamente com a Declaração de Direitos (Bill of Rights) de 1791, formou a base de todas as leis dos Estados Unidos da América, cuja Constituição alude a ela em vários pontos. Não é um exagero considerar a Carta Magna um documento que criou as condições para que liberdades e direitos civis pudessem cada vez mais serem estabelecidos. * A idéia de direitos humanos há muito tempo já existia na Europa, porém costuma-se afirmar que foi com o Rei John Landless, da Inglaterra, e sua Magna Carta (Great Charter, 1215) que surgiu o embrião do que seriam os Direitos Humanos. Não que esse documento tratasse especificamente disso, mas havia menções à liberdade da Igreja em relação ao Estado (embora de maneira nenhuma consagrasse a tolerância religiosa) e à igualdade do cidadão perante a lei. Com efeito, o parágrafo 39 declarava: “Nenhum homem livre poderá ser preso, detido, privado de seus bens, posto fora da lei ou exilado sem julgamento de seus pares ou por disposição da lei”. O Rei John foi pressionado a assinar a Carta Magna, para evitar as constantes violações às leis e aos costumes da Inglaterra. A partir de então, a sucessão hereditária de bens foi permitida a todos os cidadãos livres, assim como ficou proibida a cobrança de taxas excessivamente altas. * * * * * * * * A Declaração de Virgínia, feita em 16/06/1776, proclamou o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Outros direitos humanos foram expressos na declaração, como o princípio da legalidade, a liberdade de imprensa e a liberdade religiosa. * A Declaração de Virgínia, feita em 16/06/1776, proclamou o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Outros direitos humanos foram expressos na declaração, como o princípio da legalidade, a liberdade de imprensa e a liberdade religiosa. * Texto da Constituição Americana em português: http://www.braziliantranslated.com/euacon01.html A Constituição dos Estados Unidos, apesar de promulgada em 1787, recebeu artigos que expressavam, claramente, direitos individuais apenas em 1791, quando foram adicionadas a ela dez emendas (Bill of Rights, baseado na Carta Magna, Petition of Rights e The Declaration of Rights, todas inglesas) que tratavam de alguns direitos individuais fundamentais para a liberdade. Serviu de modelo para muitas outras constituições americanas. * A Declaração proclama que todos os cidadãos devem ser garantidos os direitos de "liberdade, propriedade, segurança,e a resistência à opressão. "Argumenta-se que a necessidade de lei deriva do fato de que" ... o exercício dos direitos naturais de cada homem tem apenas os limites que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo destes mesmos direitos. "Assim, a Declaração vê o direito como uma" expressão da vontade geral ", destinadas a promover a igualdade de direitos e proibir "apenas ações nocivas à sociedade.” Ela foi reformulada no contexto do processo revolucionário numa segunda versão, de 1793. Serviu de inspiração para as constituições francesas de 1848 (Segunda Republica Francesa) e para a atual. * * * * *
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