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Artigo Original Página 27 a 34 Imprimir Fisioterapia e educação em saúde: relação entre gravidez precoce e o bebê de risco Physiotherapy and health education: relationship between early pregnancy and at-risk babies Autores: Juliana Soares Ferreira Manhães1; Neidimara França Pereira1; Stephanie Coelho Fernandes1; Adelaine de Souza Alves2; Lara Luiza Campos de Sousa3; Eduardo Shimoda4 Resumo: Atualmente, no contexto fisioterapêutico, encontra-se uma grande demanda de crianças com lesões neurológicas ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Dentro da etiologia para tais lesões ou atrasos encontra-se a prematuridade, que pode estar relacionada a gravidez na adolescência. Objetivo: verificar o nível de conhecimento dos adolescentes sobre os riscos da gravidez precoce e ressaltar a importância de campanhas educativas no que diz respeito ao aumento de conhecimento que poderá gerar uma mudança de comportamento através de ações contínuas. Métodos: a amostra foi composta por 31 adolescentes de ambos os sexos, que cursam o ensino médio na Escola Municipal Julião Nogueira, situada em Campos dos Goytacazes/RJ. Para avaliar o nível de conhecimento dos adolescentes foi utilizado um questionário contendo perguntas fechadas aplicado em dois momentos: pré e pós-palestra. Abordando os temas discutidos na palestra. Resultados: a partir da realização do teste qui-quadrado, foi observado que, nos tópicos que abordavam questões sobre fertilização e anatomia do aparelho reprodutor, métodos contraceptivos e riscos da gravidez precoce para mãe e para o bebê, houve aumento significativo no nível de conhecimento pós-palestra, salvo o tópico relacionado ao pré-natal para o qual não houve diferença significativa. Conclusão: Os resultados da pesquisa demonstram o efeito de palestras educacionais no processo de educação sexual, onde foi possível concluir que as palestras constituem importantes ferramentas no que diz respeito ao aumento de conhecimento, o que pode contribuir para prevenção da gravidez precoce. Abstract: Nowadays, in the physiotherapeutic context, we find a great amount of children with neurological problems or tardiness in neuropsicomotor development. In the ethiology of such problems or tardiness, prematurity can be found, which can be related to teen pregnancy. Objective: verify the teen's level of knowledge about the risks of premature pregnancy, and clarify the importance of educative campaigns on the growth of knowledge that could generate a change in behavior through continuous actions. Methods: the sample group included 31 teenagers of both sexes, that study in middle school at Escola Municipal Julião Nogueira, situated in Campos dos Goytacazes/RJ. To evaluate the level of knowledge of the teens, a questionary form was used, containing objective questions applied in two moments: pre and post-lecture, containing themes discussed in the lecture. Results: through the use of the qui-squared test, a significant growth in the level of postlecture knowledge was observed, on the topics of fertilization and reproductive system anatomy, contraceptive methods and risks of premature pregnancy to the mother and baby, except for the topic related to pre-natal, to which there was no significant difference observed. Conclusion: The results of the study demonstrate the effect of educational lectures in the process of sexual education, where it was possible to conclude that the lectures consist in important tools in respect to the growth of knowledge, which can contribute to the prevention of premature pregnancy. INTRODUÇÃO A partir da formulação da lei nº 8080 de 19/09/1990, a saúde no Brasil passou a ser vista de forma integral, onde passou a ser dever do estado garantir a saúde através da formulação e execução de políticas que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e não apenas à realização de ações curativas tendo em vista a doença já instalada, mas sim promovendo o acesso integral e igualitário da população aos serviços de saúde. O processo de educação em saúde apresenta-se como ferramenta eficaz no que diz respeito ao controle de doenças e de graves Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 1 de 7 23/8/2015 18:04 problemas de saúde pública, como, por exemplo, os altos índices de prematuridade decorrentes de uma gravidez precoce. O fisioterapeuta, como os demais profissionais de saúde, tem sólida formação acadêmica para atuar no desenvolvimento de programas de promoção da saúde. Porém, frequentemente tem suas atividades profissionais reconhecidas na reabilitação e na recuperação de pessoas fisicamente lesadas com atuação, portanto em níveis de atenção secundária e terciária da saúde1,2. É dentro desta perspectiva de atuação profissional que se insere o fisioterapeuta preventivo, agindo em programas de promoção e proteção a saúde1. Dentro do contexto fisioterapêutico, a alta demanda de pacientes em neuropediatria tem chamado a atenção para o grave problema de saúde pública que atinge nossa sociedade, que é a questão da gravidez precoce, pois esta é considerada um fator predisponente à prematuridade, que, por sua vez, acaba acarretando impedimentos físicos, mentais ou sensoriais, que interferirão no desenvolvimento da criança. Crianças com lesões neurológicas ou atrasos no desenvolvimento precisam de assistência multiprofissional, embora a disponibilidade de serviços públicos não supra a alta demanda. Esse fator ressalta a importância de investimento em práticas educativas direcionadas à prevenção da gravidez precoce. Dados do Ministério da Saúde revelam que um milhão de adolescentes ficam grávidas por ano, ocorrendo aproximadamente 700 mil partos dentro do Sistema Único de Saúde, e cerca de 300 mil na rede privada. Há uma grande preocupação com o aumento de gestações em adolescentes com menos de 14 anos de idade. O parto constitui hoje a primeira causa de internação em menores de 20 anos; gravidez, parto e puerpério perfazem, em todas as regiões do país, 80,3% do total de internações3. Em recente estudo apresentado no XVI Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, Wong e Bonifácio4, descrevem o comportamento por idade da fecundidade em diversas regiões do país, mostrando um processo de mudança devido à acentuada diminuição das taxas de gravidez também nas mulheres mais jovens, e constatam a aceleração da queda da fecundidade no período de 2000-2005. Segundo as autoras, a maior queda ocorreu no grupo etário de 20 a 24 anos, mas houve quedas significativas também no grupo de 15 a 19 anos, e esse fator demonstra o papel fundamental que questões como renda, nível educacional e serviços de saúde preventivos, exercem sobre o comportamento dos jovens frente a sexualidade, sendo portanto, vistos como determinantes no processo de conscientização sobre os riscos da gravidez precoce. Segundo Ciampo, Daneluzzi e Ricco5, o fato de ser a gestante adolescente faz com que ocorra uma intensificação dos problemas que acontecem durante a gestação, visto que esta surge durante a fase de maturação do organismo e esse fator poderá causar uma série de distúrbios para a mãe e para o bebê; acarretando enormes prejuízos sociais e familiares, pois a família e toda a sociedade deverão arcar com os custos da assistência médica dos diversos problemas gerados por uma gravidez precoce (maior incidência de cesáreas, abortamento, complicações perinatais e hospitalizações). Embora as crianças nascidas de mães adolescentes apresentem alta predisposição a fatores de risco tanto biológicos, quanto sociais, os serviços de saúde podem atuar de modo decisivo, assumindo o problema que é real e grave, preparando-se para prestar atendimento adequado a essa novapopulação de risco que surge em nossa sociedade, estruturando os Programas de Atendimento Pré-Natal e, por outro lado, colaborando com todos os mecanismos sociais necessários à prevenção da gravidez na adolescência, com programas educativos de promoção da abstinência e contracepção, palestras, cursos, orientação nas escolas e nos locais de trabalho, visando reduzir o número de jovens que engravidam precocemente. Existe a preocupação de se estender aos conceptos, que integram outro grupo de risco, principalmente os prematuros5. Apesar de a sobrevida ter melhorado nos últimos anos, a prematuridade é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal, ao passo que a morbidade está diretamente relacionada aos distúrbios respiratórios e às complicações infecciosas e neurológicas6. Segundo um estudo desenvolvido na Enfermaria da Clínica Obstétrica do HCFMUSP no período entre dezembro de 1998 e julho de 2002, os bebês prematuros podem apresentar uma série de complicações, dentre elas estão as complicações respiratórias como asfixia perinatal, displasia broncopulmonar, necessidade de intubação orotraqueal, apneia; as complicações infecciosas como onfalite, broncopneumonia, sepse, monilíase perineal; as complicações metabólicas como icterícia, hipoglicemia e as complicações hematológicas como plaquetopenia e anemia6. No aspecto motor, a imaturidade na época do nascimento contribui para limitação da força muscular, da motricidade, e do controle sobre o corpo. O lactente prematuro difere do a termo pelo fato de ser incapaz de realizar ajustes posturais, em virtude do seu baixo tônus muscular e da imaturidade dos seus sistemas de organização7. Segundo Mierzwa7, uma vez estabelecido o risco da prematuridade, deve-se avaliar e intervir preventivamente para ativar os recursos da criança. Para tanto, na área da saúde, devem-se assegurar programas estruturados e continuados de assistência multidisciplinar, iniciando desde a internação na UTI Neonatal, buscando promover o desenvolvimento e a qualidade de vida dos bebês nascidos prematuramente. E toda essa assistência que o bebê prematuro necessita, principalmente no ambiente hospitalar, acaba acarretando um alto custo financeiro, mostrando assim a necessidade de se investir na prevenção. Se o fisioterapeuta integra a equipe que dá assistência ao bebê de risco, passa a ser também de sua responsabilidade a elaboração de estratégias específicas para minimizar tal ocorrência. Portanto, o fisioterapeuta como profissional Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 2 de 7 23/8/2015 18:04 generalista deve atuar em todos os setores de atenção à saúde, incluindo o setor responsável pela criação de estratégias que viabilizem a prevenção da gravidez. A orientação sexual é vista como uma estratégia eficiente no que diz respeito à mudança de comportamento dos adolescentes frente à sexualidade, pois o trabalho educativo se expande muito além do fornecimento de informações e conhecimentos sobre saúde reprodutiva. É um processo que envolve o resgate do indivíduo, a promoção da autoestima e a conscientização dos riscos vivenciados; somente dessa maneira estabelece-se uma postura saudável frente à vida sexual - o sexo responsável, objetivo maior da educação sexual3. Uma das formas dos profissionais da área da saúde se inserirem na escola para a realização das práticas educativas é através do Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo decreto presidencial nº. 6.286, de 5 de dezembro de 2007 e tem como objetivo ampliar as ações específicas de saúde dos alunos da rede pública de ensino. São quatro componentes do PSE: avaliação das condições de saúde; promoção da saúde e prevenção; educação permanente e capacitação dos profissionais e de jovens; monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes. O objetivo deste estudo foi verificar o nível de conhecimento dos adolescentes sobre os riscos da gravidez precoce, para a mãe e para o bebê e, além disso, ressaltar a importância de campanhas educativas no que diz respeito ao aumento de conhecimento que poderá gerar uma mudança de comportamento através de ações contínuas. MATERIAIS E MÉTODOS Amostra A amostra foi composta por 31 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 14 e 19 anos, que cursam o ensino médio na Escola Municipal Julião Nogueira, situada em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Para avaliar o nível de conhecimento dos adolescentes foi utilizado um questionário contendo perguntas fechadas, aplicado em dois momentos, pré e pós-palestra, abordando os temas discutidos na palestra. Procedimentos experimentais Num primeiro momento foram distribuídos os termos de consentimento para os responsáveis pelos alunos menores de 18 anos e para a diretora da escola, autorizando, dessa forma, a pesquisa. Uma semana depois os termos foram recolhidos e, após a seleção dos sujeitos, os mesmos responderam ao questionário num primeiro momento. Após a coleta dos questionários, foi realizada a palestra, composta pelos seguintes temas: aparelho reprodutor feminino e masculino (estruturas e funções), processo de fecundação, gravidez, adolescência, gravidez na adolescência, riscos para mãe, riscos para o bebê, custos físico, financeiro e emocional e métodos contraceptivos. Para a realização da palestra foram utilizados data show, modelos anatômicos de pelve masculina e feminina, kit de métodos contraceptivos (métodos e folhetos explicativos), e, além disso, houve parceria interdisciplinar com a enfermagem onde foram apresentados os métodos contraceptivos. O objetivo principal da palestra foi informar sobre os riscos da gravidez na adolescência tanto para a mãe quanto para o bebê e, ainda, como prevenir a gravidez precoce. Imediatamente após a palestra o questionário foi novamente aplicado, permitindo, dessa forma, comparar os resultados do primeiro e do segundo momento, para análise de seus efeitos sobre o nível de conhecimento das adolescentes. Para análise estatística dos dados levantados, foi realizado o teste qui-quadrado para comparar sequências, sendo adotado o nível de significância de 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise dos resultados a partir da realização do teste qui-quadrado, foi observado que, nos tópicos que abordavam questões sobre fertilização e anatomia do aparelho reprodutor, métodos contraceptivos e riscos da gravidez precoce para a mãe e para o bebê, os resultados obtidos foram considerados significativos, salvo o tópico relacionado ao pré-natal para o qual não houve diferença significativa. Na análise estatística dos dados foram descartadas perguntas que envolviam aspectos pessoais. No Gráfico 1, é possível verificar que antes da palestra o índice de acerto dos adolescentes sobre formas de fertilização e sobre a anatomia do aparelho reprodutor foi de 68%; já no questionário aplicado após a palestra as respostas corretas corresponderam a 88%, mostrando que houve um aumento de 20% no número de adolescentes que sabiam sobre o assunto. Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 3 de 7 23/8/2015 18:04 GRÁFICO 1. Conhecimento sobre formas de fertilização e anatomia do aparelho reprodutor O aumento do número de acertos em 20% permite inferir que atuações educativas em curto prazo são eficientes, no que diz respeito ao aumento do conhecimento, diferente do que apontam Jeolás e Ferrari8, que dizem que avaliar conhecimento, atitudes e práticas em um curto prazo, como o da realização de uma palestra, é improdutivo e insuficiente. Porém destaca-se que a mudança de comportamento é fruto de um processo complexo, ideológico, psíquico e afetivo que se realiza a médio e longo prazo, demandando, portanto, uma continuidadede ações e projetos do próprio serviço de saúde, da escola e da comunidade, além de sofrer os efeitos das informações difundidas pelos meios de comunicação9. No Gráfico 2, observa-se que o conhecimento sobre métodos contraceptivos aumentou em 42%, e, além disso, pode-se constatar, através da análise das respostas, que 3% das meninas já usaram camisinha feminina e 19% já fizeram uso de pílula anticoncepcional, sendo que destas 13% procuraram orientação médica. Em um questionamento mais aprofundado sobre o uso da pílula, 68% das adolescentes afirmaram que tinham dúvidas sobre o uso da pílula antes da aplicação da palestra e após apenas 3% das adolescentes continuaram com dúvidas sobre o assunto. GRÁFICO 2. Conhecimentos sobre o uso de métodos contraceptivos Apesar de nossa pesquisa ter evidenciado que os adolescentes apresentam um conhecimento básico sobre métodos contraceptivos, segundo Paiva10 e Jeolás11 estudos sobre prevenção com adolescentes apontam para baixos índices de adoção de práticas sexuais seguras. Pesquisas mostram que, na maioria das vezes, o uso do preservativo é abandonado quando se conhece o parceiro, se tem um só parceiro, se confia no parceiro, dentre outros motivos. Esse fato aponta para a importância de se investir nas ações que possibilitem a mudança de comportamento dos jovens e não apenas o aumento do conhecimento. No Gráfico 3, foi abordada a questão dos riscos de uma gravidez precoce para a mãe e para o concepto; foram utilizadas questões simples, como, por exemplo: "você sabe o que é um bebê prematuro?" E os resultados obtidos foram os seguintes: no questionário aplicado antes da palestra, 70% dos adolescentes demonstraram conhecimento Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 4 de 7 23/8/2015 18:04 sobre o assunto, e, após a palestra, 91% dos adolescentes afirmaram saber sobre os riscos apontados no questionário. GRÁFICO 3. Riscos da gravidez precoce para a mãe e para o bebê Diferente do que se imaginava, os indivíduos apresentaram um alto índice de conhecimento sobre os riscos de uma gravidez precoce. Contudo, pode-se perceber que apesar do alto índice de respostas certas, alguns adolescentes ainda não têm uma consciência formada no que diz respeito às consequências que uma gravidez precoce pode acarretar, pois, quando foi questionado se estariam preparadas para uma gravidez, 10% dos adolescentes responderam que sim, quando o ideal seria 0%, ressaltando, portanto, a importância de se investir em ações que possibilitem a conscientização desses adolescentes. O Gráfico 4, destaca a visão dos adolescentes sobre o impacto que uma gravidez precoce causaria no seu ambiente familiar e no seu contexto social. Os resultados foram os seguintes: no primeiro questionário, 32% acharam que não seria gerado nenhum impacto; após a palestra, 73% afirmaram que sua vida social seria comprometida. GRÁFICO 4. Impacto na vida social que uma gravidez precoce causa Segundo Ciampo et al.12, sob diferentes aspectos a gravidez precoce resulta em grandes prejuízos de ordem familiar e social. Do ponto de vista familiar ressaltam-se as dificuldades comportamentais, estruturais e financeiras. A jovem mãe geralmente está despreparada para a nova função e em virtude desse fato encontra maiores dificuldades para continuar os estudos e inserir-se no mercado de trabalho. No Gráfico 5, foi abordada a importância do pré-natal. A avaliação desse tópico constatou que antes da palestra, 90% dos adolescentes sabiam sobre o assunto, e, após a palestra, o índice de acertos passou para 95%. Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 5 de 7 23/8/2015 18:04 GRÁFICO 5. Conhecimentos sobre pré-natal Apesar do conhecimento sobre a importância do pré-natal ter sido alto, segundo dados apresentados na campanha Gravidez Tem Hora, realizada pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro em 2007, por temer a reação da família e de amigos, muitas adolescentes escondem a gravidez e com isso acabam retardando o início do acompanhamento pré-natal, e o resultado é que mais de 10% dos bebês nascem abaixo do peso e prematuros. De acordo com Ciampo, Daneluzzi e Ricco5, os serviços de saúde devem propor ações eficazes junto às jovens adolescentes no tocante à prevenção da gravidez precoce, e, por outro lado, estar preparados para oferecer melhores condições de atendimento visando suprir todas as necessidades de sobrevivência das futuras mães e dos filhos, pois o atendimento pré-natal recebido pelas mães acaba minimizando os problemas e dificuldades. Com orientação e atendimento adequados, podem-se reduzir os índices de morbimortalidade no período perinatal. CONCLUSÃO Pode-se concluir, por meio dos resultados obtidos, que o objetivo da pesquisa foi alcançado, pois apesar dos adolescentes apresentarem um nível de conhecimento básico sobre os assuntos abordados no questionário, foi constatado que esse conhecimento aumentou após a realização da palestra. Na análise estatística dos resultados, os tópicos que abordam as questões dos métodos contraceptivos e dos riscos de uma gravidez precoce foram considerados significantes, mostrando dessa forma que palestras são ferramentas eficazes no que diz respeito ao aumento de conhecimento e que este, se continuado, poderá refletir em uma mudança de comportamento do jovem frente a sua sexualidade. REFERÊNCIAS 1. Neuwald M, Alvarenga F. Fisioterapia e educação em saúde: investigando um serviço ambulatorial do SUS. Bol saúde. 2005 [acesso em 10 mar 2009]; 19(2). 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Disponível em: http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/ upload/pdf/476.pdf. 6. Rades E, Bittar R, Zugaib M. Determinantes diretos do parto prematuro eletivo e os resultados neonatais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [Internet]. 2004 Set [acesso em 29 nov 2009]; 26(8): 655--6662 Disponível em: http://www.scielo.br /pdf/rbgo/v26n8/a10v26n8.pdf. 7. Mierzwa T. Análise de prontuários de acompanhamento de bebês de alto risco participantes de um programa de intervenção precoce [Trabalho de conclusão de curso] Cascavel. Faculdade Assis Gurgacz, 2007 [acesso em 29 junho 2009]. Disponível em: http://www.fag.edu.br/tcc/2007/Fisioterapia/analise_de_prontuarios_de_acompanhamentos _de_bebes_de_alto_ risco_participantes_de_um_programa_de_intervencao_precoce.pdf. 8. Jeolás L, Ferrrari R. Periódicos eletrônicos: Oficinas de prevenção em um serviço de saúde para adolescentes: espaço Revista Adolescência e Saúde http://adolescenciaesaude.com/imprimir.asp?id=283 6 de 7 23/8/2015 18:04 de reflexão e de conhecimento compartilhado. Ciênc Saúde Coletiva. 2003 [acesso em 04 nov 2009];8(2). Disponível em: www.scielo.br/pdf/csc/v8n2/a21v08n2.pdf. 9. Ayres et al. Vulnerabilidade e prevenção em tempos de Aids. In: Barbosa RM, Parker R.Sexualidade pelo avesso: direitos, identidades e poder. Rio de Janeiro: IMS/UERJ, 1999. p. 49-72. 10. Paiva V. Sexualidade e gênero num trabalho com adolescentes para a prevenção do HIV/Aids. In: Parker et al. A Aids no Brasil (1982-1992). Rio de Janeiro: Relumé-Dumará. 1994. p. 231-50. 11. Jeolás L. Os jovens e o imaginário da Aids: entre o risco e a prevenção. Serviço social em revista. 1999 [acesso em 05 nov 2009]; 2(1). Disponível em: http://www.uel.br/revistas/ssrevista/n1v2.pdf. 12. Ciampo et al. Tendência secular da gravidez na adolescência. 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