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Melhoramento Florestal

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Melhoramento genético 
Melhoramento de essências florestais
Existem cerca de 100 milhões de hectares de plantações florestais no mundo e as principais espécies florestais cultivadas pertencem aos gêneros Pinus e Eucalyptus, os mais importantes no Brasil.
O melhoramento vegetal de espécies florestais é uma ciência relativamente nova, tendo experimentado maiores incrementos a partir de 1950. Provavelmente, as primeiras espécies a serem melhoradas em larga escala foram Pinus elliottii e Pinus taeda nos Estados Unidos e Acacia mearnsii (acácia – negra) na África do Sul.
No Brasil, o melhoramento florestal apresentou maiores desenvolvimentos a partir de 1967, com a implantação dos incentivos fiscais ao reflorestamento. O melhoramento tem contribuído muito para a silvicultura intensiva no País, que possui cerca de 6,2 milhões de hectares de florestas plantadas e tem gerado diversas equivalentes a 4% do PIB.
Esta ciência apresenta peculiaridade e aspectos próprios, utilizando também conceitos desenvolvidos e aplicados ao melhoramento animal e ao de culturas agrícolas anuais. Isto devido ao aspecto perene e da diversidade de sistemas reprodutivos associados às espécies florestais.
O melhoramento florestal é uma ferramenta de uso muito comum em grande parte das espécies cultivadas. Em diversas espécies florestais ela tomou tamanha proporção que atualmente florestas clonais, a partir deste melhoramento, constituem a grande maioria dos povoamentos comerciais.
A principal causa disso, é que o aumento na demanda por produtos florestais como madeira para produção de polpa celulósica, carvão e serraria, tornou necessária a melhoria de povoamentos florestais com espécies deste gênero (Eucalyptus), a curto prazo. Deste modo, o longo tempo entre as gerações das espécies florestais dificultava a implantação de programas tradicionais de melhoramento, que gerariam a longo prazo famílias superiores.
O primeiro passo num programa de melhoramento florestal é a identificação da espécie, procedência, família ou clone a trabalhar.
O melhoramento de plantas consiste basicamente em modificar seu patrimônio genético, com a finalidade de obter variedades, ou híbridos, capazes de apresentar maior rendimento possível, com produtos de alta qualidade e capazes de se a adaptar às condições de um determinado ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenças. Desse modo, a variabilidade genética existente na população de melhoramento é a matéria prima sobre a qual são realizados processos de seleção e recombinação.
Em linhas gerais, o método clássico de melhoramento de plantas baseia-se o cruzamento entre duas variedades, de maneira a promover uma recombinação de caracteres (hibridação), com a finalidade de aumentar a variabilidade gênica. Nas gerações seguintes, faz-se uma seleção dos indivíduos portadores de caracteres desejáveis.
Os especialistas elegem plantas com características desejáveis e separam as que não exibem tais características ou as exibem em nível insuficiente. A seleção repetida, ao longo de várias gerações, leva a população vegetal para a direção que deseja. Após o melhoramento de espécies, é possível então efetuar a clonagem.
A biotecnologia é definida como o conjunto de técnicas que usam organismos vivos ou partes destes para produzir ou modificar produtos, melhorar geneticamente plantas ou animais, ou desenvolver microrganismos para fins específicos. As técnicas de biotecnologia servem-se da engenharia genética, biologia molecular, biologia celular e outras disciplinas e seus produtos encontram aplicação nos campos científico, agrícola, médico e ambiental.
A tecnologia da cultura de células, protoplastos e tecidos de plantas constitui uma das áreas de maior êxito da biotecnologia vegetal. Após meio século de progresso, esta tecnologia conquistou destacada posição na propagação comercial e industrial de plantas, no melhoramento genético, no manejo, no intercâmbio e conservação de germoplasma e em outras aplicações como as pesquisas em fisiologia vegetal e produção industrial in vitro de compostos secundários.
O Brasil ocupa uma posição de destaque entre os países em desenvolvimento, nas pesquisas nesta área, graças ao esforço e investimentos nos últimos anos, em especial da Embrapa e do Instituto Agronômico de Campinas.
No Brasil grande parte das populações de eucalipto constituem-se de híbridos, ou com baixo teor percentual de hibridação devido aos cruzamentos que vem sendo processado desde as primeiras introduções, que ocorreram sem um devido cuidado na escolha do local adequado para a implantação dos pomares de sementes. Sementes destas populações de eucalipto foram amplamente disseminadas, deste modo a identificação por características fenotípicas pode ser dificultada, uma vez que não temos populações puras no país.
Com o advento da biologia molecular, progressos no melhoramento de plantas tem sido alcançado com o uso de marcadores moleculares, que são derivados da análise direta do polimorfismo das seqüências de DNA.
Marcadores moleculares estão sendo amplamente utilizados no processo de melhoramento genético. O direcionamento da clonagem de plantas deve ser assentada num sólido programa de melhoramento, de maneira que os marcadores moleculares são utilizados na condução e assistência desses programas de melhoramento, que tem como objetivo final genótipos superiores a serem clonados e convertidos em povoamentos clonais.
Melhoramento
A espécie Pinus é nativo principalmente da América do Norte e América Central. Foi introduzido no Brasil por volta de 1936. O melhoramento genético de Pinus é feito visando: papel, celulose e madeira serrada ( Pinus elliottii, Pinus taeda) e produção de resina (Pinus elliottii).
De maneira genérica, podem-se enunciar as principais espécies florestais utilizadas no melhoramento no centro-sul do Brasil, em razão dos principais produtos florestais demandados.
Além do melhoramento florestal de espécies de reflorestamento, o melhoramento genético de espécies nativas apresentam uma importância ecológica muito grande para os ecossistemas de que participam. Muitas vezes a conservação genética destas espécies demanda maior interesse do que o próprio melhoramento genético.
Os aspectos conceituais e práticos do melhoramento genético das espécies nativas são bastante complexos. Especial ênfase deve ser dada à biologia reprodutiva e aos métodos de propagação dessas espécies, as quais, via de regra apresentam complexos sistemas reprodutivos e problemas na produção de sementes, fatos que dificultam o programa de melhoramento e de conservação genética.
A Seringueira(Hevea brasiliensis) é uma das principais espécies florestais nativas do Brasil. No início do século, o Brasil ocupava a primeira posição mundial na produção e exportação de borracha natural. Porém a partir de 1913 o Brasil perdeu a hegemonia no mercado mundial da borracha tendo que disputar o mercado com os países do sudeste asiático.
O Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) produz madeira de alta qualidade, sobretudo para fabricação de móveis, e tem sido explorada comercialmente por algumas empresas do sul do Brasil, principalmente em sistema agroflorestal.
Os trabalhos de genética e melhoramento desta espécie vêm sendo realizados com ênfase para o estudo da variabilidade genética e da quantificação do tamanho efetivo das populações, com vistas principalmente à conservação genética.
O palmiteiro também é uma espécie de grande importância econômica (através da produção de palmito) e ecológica nos sistemas em que se desenvolve, sendo manejo em regime de rendimento sustentado uma alternativa viável de sua utilização.
Em face desta característica da espécie, o enriquecimento das florestas a partir de semente melhoradas e os estudos de genética das populações locais são fundamentais para a concretização da conservação e do manejo de seus recursos genéticos.
No passado, o técnico se preocupava com táticas. No futuro, ele deverá concentrar-seem estratégias. Os requisitos estratégicos são fartamente claros: o técnico precisa adotar ou adaptar as estratégias básicas e as táticas que a Natureza tem empregado com tanto sucesso na evolução das plantas e que ele ignora com os riscos para ele e para o mundo.
O campo operacional é extremamente amplo e demanda a exploração equilibrada de todos os meios e dispositivos de acordo com as necessidades do ambiente da planta, interno e externo, natural ou artificial, de curta ou longa duração.
As urgentes demandas de um mundo faminto por alimentos poderão, dentro dos próximos anos, reclamar programas concentrados e maciços para a obtenção de rápidos resultados, mas a conveniência não deveria desviar a atenção do técnico para a meta principal no melhoramento vegetal: a preservação e utilização seletivas da variabilidade genética para o bem da humanidade.
Kelly Cristina, Depto. de Engenharia Florestal –UFV- Universidade Federal de Viçosa

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